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PSICOLOGIA JURÍDICA – CONTEÚDO -1º SEMESTRE -

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PSICOLOGIA JURÍDICA – CONTEÚDO -1º SEMESTRE - 2015
PROF. WAGNER
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PSICOLOGIA
1- Hierarquia das necessidades de Maslow – Pirâmide de Maslow
CONCEITO:
	A hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecida como pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização.
	Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na pirâmide:
necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo;
2) necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida;
3) necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;1
4) necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;
5)necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser: “
	É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade "... temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais".
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Críticas
	Embora a teoria de Maslow tenha sido considerada uma melhoria em face das anteriores teorias da personalidade e da motivação, ela tem seus detratores. A principal delas é que é possível uma pessoa estar auto-realizada, e não conseguir, contudo, uma total satisfação de suas necessidade fisiológicas.
	
	O economista e filósofo chileno Manfred Max Neef tem argumentado que as necessidades humanas fundamentais são não-hierárquicas e são ontologicamente universais e invariáveis em sua natureza - parte da condição de ser humano. 
	A pirâmide de Maslow mostra que para chegar no todo é necessário passar pelas partes, mas também é visto que, há indivíduos que chegam a auto-realizar-se sem passar por todas as etapas da pirâmide. Como também há indivíduos que estão realizados mas que sentem que ainda falta algo ou alguma coisa. O que não quer dizer que ele não passou por todas etapas ou mesmo passou, só que a personalidade, a motivação e o meio social de cada um influência na auto-realização que quando não é conseguida gera a frustração.
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2. Teoria Sócio-Interacionista: Vigotsky
	
	O homem e seu mundo psíquico como uma construção histórica e social da humanidade.
	O mundo psíquico está ligado ao mundo material e as formas de vida que o homem vai construindo no decorrer da história da humanidade.
	 Para a teoria sócio-histórica os fenômenos do mundo psíquico não são naturais do mundo psíquico.
	Na teoria sócio-interacionista, que teve em Vygotsky seu maior expoente, uma nova abordagem fica evidenciada. Seus pressupostos partem da idéia de homem enquanto corpo e mente, enquanto ser biológico e social e enquanto participante de um processo histórico cultural.
	“Vygotsky defende a idéia de contínua interação entre as mutáveis condições sociais e as bases biológicas do comportamento humano. Partindo de estruturas orgânicas elementares, determinadas basicamente pela maturação, formam-se novas e mais complexas funções mentais, a depender das experiências sociais a que as crianças se acham expostas." (Davis & Oliveira, 1993:49)
	Essa nova abordagem pode ser assim resumida:
a) privilegia o ambiente social; 
b) o desenvolvimento varia conforme o ambiente; 
c) não aceita uma visão única, universal, do desenvolvimento humano; 
d) a relação homem/mundo é uma relação mediada por instrumentos (símbolos); 
e)desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente; quanto mais aprendizagem mais desenvolvimento; 
f) a linguagem e o pensamento têm origem social. A cultura faz parte do seu desenvolvimento humano;
g) a linguagem tem uma função central no desenvolvimento cognitivo, com a aquisição da linguagem modificam-se todos os processos mentais; a linguagem é fator de interação social; 
h) pensamento e linguagem procedem de raízes genéticas diferentes, porém, ao longo do desenvolvimento se juntam e se separam repetidas vezes; 
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i)  o uso dos signos como instrumentos das atividades psicológicas, transformam as funções mentais elementares (ações reflexas; reações automatizadas) em processos mentais superiores (ações conscientemente controladas; atenção voluntária; memorização ativa; pensamento abstrato; comportamento intencional; capacidade para solução de problemas);
j) o indivíduo percebe e organiza o real através dos dados fornecidos pela cultura.;
l) os sistemas de representação e a linguagem constituem os instrumentos psicológicos que fazem a mediação entre o indivíduo e o mundo. A linguagem é um instrumento fundamental;
m) consciência e comportamento não podem ser isolados pela psicologia;
n) o homem constitui-se e se transforma ao atuar sobre a natureza com sua atividade e seus instrumentos;
o) é a vida que se tem que determina a consciência;
p)o homem é um ser autônomo responsável pelo seu próprio processo de individualização;
q) não existe natureza humana. Existe condição humana:
 o homem é um ser ativo, social e histórico;
 o homem constrói sua própria história;
 as significações são construídas.
r) o trabalho ao transformar a natureza o homem se transforma;
s) o homem é criado pelo homem;
t) homem ao nascer, é candidato à humanidade e a adquire no processo de apropriação do mundo.
	Para Vygotsky, toda forma superior de comportamento aparece duas vezes durante seu desenvolvimento: primeiro como forma coletiva , como um procedimento externo do comportamento, isto é, interpsicológica, para depois se converter em individual, em uma forma de comportamento da própria pessoa, isto é, intrapsicológica.
	
	
		
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 A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA PARA O DIREITO
 Definições: 
 Direito: Conjunto de normas obrigatórias que garante a convivência social . Também classificado como fato ou fenômeno social.
 Psicologia: É a ciência que estuda o comportamento dos seres humanos e seus processos psíquicos. estuda o comportamento, atos e reações, sentimentos, emoções, atitudes, pensamentos, percepções, etc.
 
 A presença da Psicologia na esfera Jurídica
Para entender a dinâmica bastante complexa da sociedade, as ciências humanas foram fracionadas em vários campos de conhecimento, que se completam, interferindo e colaborando uns com os outros.
Através da Psicologia procura-se entender o comportamento humano, o qual, para o Direito , é quase sempre determinado e padronizado por normas.
Na cooperação entre essas duas ciências vemos que é preciso entender todo um conjunto de fatores comportamentais, sociais, individuais e analisar os aspectos legais, para então ser classificada e julgada, uma determinada conduta, pelo aparelho jurídico.
 Depois de diagnosticada uma situação entre as partes de uma lide e notando que alguns aspectos fogem ao círculo do Direito, mas que estão ao alcance da Psicologia, imediatamente esta será aplicada, vindo a atuar, por exemplo, em casos de dúvida quanto à presença de transtornos de personalidade ou mesmo para determinar as capacidades dos indivíduos litigantes.
No Direito de Família:
Tem espaço obrigatório por lidar com uma instituição social importante, que é a base para o exercício da cidadania.
 Favorece e fortalece a família sócio-afetiva, ressaltando a valorização da afetividade nas relações familiares.
 Coopera na justa e pacífica aplicação do direito, buscando sempre uma visão jurídica humanizada e construtiva.
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No Direito
Penal:
Pesquisa a fundo os processos psíquicos do homem delinquente e quais os motivos que o levaram a delinquir, aborda os processos psicopatológicos da conduta delituosa, apresenta-se ainda como psicologia social ao investigar os aspectos interpessoais do delito, traça os vários tipos de delinquente e auxilia no amparo a menores infratores.
  No Direito em geral:
 Paulo Dourado retrata algumas características da Psicologia Jurídica, como:
A possibilidade de descobrir falso testemunho e a autoridade dos delitos;
Colabora na formação da convicção do juiz sobre a veracidade ou falsidade do depoimento do delinquente;
Analisa documentos e fatos em função da personalidade de seus autores e da idade, do sexo e do estado de saúde dos mesmos;
Indaga as motivações psicológicas das decisões judiciais etc.
 
 Conclusão:
 
 No Brasil, de acordo com os levantamentos de dados realizados por vários autores a psicologia Jurídica está presente em quase todas as áreas de atuação. Destaca-se que há uma grande concentração de psicólogos jurídicos atuando na psicologia penitenciária e nas questões relacionadas à família, à infância e a juventude, enquanto nas demais psicologias e o atendimento aos juízes e promotores, há uma grande carência de profissionais.
 Ao analisar os campos de atuação do psicólogo jurídico, percebe-se um predomínio da atuação desses profissionais enquanto avaliadores. A elaboração de psicodiagnósticos é um forte campo de exercício profissional. Contudo, a demanda por acompanhamentos, orientações familiares, participação em audiências, entre outros , tem crescido enormemente. 
 Os grandes teóricos do Direito são unânimes em reconhecer a importância do “olhar psicológico! E da “análise psicológica” sobre esse universo, envolvendo indivíduo, sociedade e justiça.
As reflexões apresentadas nos permitem vislumbrar o quanto a Psicologia Jurídica brasileira pode e necessita crescer, não só na quantidade de profissionais, na qualidade do trabalho desenvolvido por eles, mas também na intensificação da produção e publicação do conhecimento e, também, em gerar, no público em geral, a consciência e o reconhecimento da necessidade de se usar a Psicologia Jurídica no mundo do Direito, amplamente.
 
 
 
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Vítima:
Vítima é aquele que sofre diretamente a ofensa ou ameaça ao bem tutelado pelo direito.
Vitimologia - Conceito e objeto:
Vitimologia é o estudo da vítima sob todos os aspectos, possuindo assim, um caráter multi e interdisciplinar.
	Nesse sentido, conforme assevera Eduardo Mayr, vitimologia constitui:
“... o estudo da vítima no que se refere à sua personalidade, quer do ponto de vista biológico, psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica, bem como dos meios de vitimização, sua inter-relação com o vitimizador e aspectos interdisciplinares e comparativos”. (apud RIBEIRO, 2001, p. 30)[1]
	Percebe-se então, que no estudo da vitimologia há dois pontos fundamentais: o estudo do comportamento da vítima de forma geral, sua personalidade, seu atuar na dinâmica do crime, sua etiologia e relações com o agente criminoso e a reparação do dano causado pelo delito.
 Classificação da vítima:
	Pensou-se no passado que a vítima era sempre inocente e o causador do delito o único e exclusivamente culpado.
	Com o tempo, as pesquisas, os estudos e segundo a designação de Benjamin Mendelsohn, a vítima pode ser inteiramente inocente na dinâmica do crime; pode ser tão culpada quanto o agente; mais culpada do que o agente; pode ser menos culpada de que o agente criminoso e ainda, poderá ser a única culpada do cometimento de um crime. 
	O vitimólogo fundamenta sua classificação na correlação da culpabilidade entre a vítima e o infrator. Vislumbrando, pois, em primeira mão, a atitude da vítima relacionada à aplicação da pena.
	O estudo da vítima, sob seus variados aspectos constitui um dos grande desafios das ciências criminais.
	O assunto reúne à elevação teórica uma significativa importância prática, isso concernente ao comportamento da vítima no julgamento e aplicação da pena e quanto à reparação do dano.

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