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contabilidade tributária 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACIC – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 1
Prof. Wanderson Luiz de Paula
Uberlândia [MG]
2013
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Lucro Presumido 
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
I - Apuração trimestral 
Desde 1º de janeiro de 1997, o lucro presumido passou a ser apurado trimestralmente. 
	
	 
Nada impede que a empresa decida antecipar os pagamentos do trimestre, utilizando recolhimentos mensais, com o código do lucro presumido trimestral. 
II - Opção pelo lucro presumido 
A opção por esta modalidade de tributação é formalizada no decorrer do ano-calendário, e manifestada com o recolhimento no mês de abril da primeira ou única cota, correspondente ao primeiro período trimestral de apuração do ano-calendário (Janeiro a março). 
A partir de 1º de janeiro de 2003 a opção pela sistemática do lucro presumido pode ser exercida pelas empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços, cuja receita bruta, no ano-calendário anterior tenha sido de até R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais). 
Quando a pessoa jurídica tenha iniciado atividades no ano-anterior, o limite é de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade naquele ano. 
Até o ano-calendário de 2002 o limite era de R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais) 
	
	 
Para algumas poucas atividades a lei veda a opção pelo presumido, ainda que a receita bruta se enquadre nesse limite. Veja a lista no tópico seguinte. 
1) Início de atividade 
As empresas que iniciam atividades a partir do mês de abril do ano-calendário, manifestam a opção pelo lucro presumido com o pagamento do imposto relativo ao trimestre em que se deu o evento. 
2) Desenquadramento do SIMPLES 
A empresa que for desenquadrada do SIMPLES, manifestará sua opção pelo lucro presumido com o pagamento do imposto referente ao trimestre civil que compreenda o mês a partir do qual se dão os efeitos do desenquadramento. 
Exemplo: 
Empresa foi excluída do SIMPLES no mês de maio, com efeitos a partir de 1º de junho. Seu primeiro trimestre de apuração do imposto de renda, caso opte por essa forma de tributação, corresponde ao 2º trimestre do ano-calendário (abril, maio e junho) cujo vencimento se dá no último dia útil de julho. 
3) Irretratabilidade da opção 
A partir do ano-calendário de 1999, exercida a opção pelo lucro presumido, ela será definitiva para todo o ano-calendário. 
III - Atividades impedidas de optar pelo lucro presumido 
Não podem optar pela sistemática do lucro presumido: 
1) Entidades financeiras; 
2) Empresas que aufiram lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
	
	 
Essa obrigatoriedade não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita da exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Não se considera prestação direta de serviços aquela realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas. 
A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que, no curso do ano-calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o imposto sobre a renda de pessoa jurídica (IRPJ) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato. 
3) Empresas que usufruam benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto de renda, calculados com base no lucro da exploração (empresas sediadas nas áreas da SUDENE e SUDAM); 
4) Empresas que, no decorrer do ano-calendário, tenham suspendido ou reduzido o pagamento mensal do imposto pela utilização dos balanços mensais de redução ou suspensão da estimativa; 
5) Empresas de prestação de serviço de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito (factoring).
IV - Base de Cálculo do Lucro Presumido 
1) Receitas da atividade 
O imposto de renda das empresas incide sobre o lucro. As empresas optantes pelo lucro presumido devem presumir o lucro auferido no período de apuração (trimestre), e essa presunção é feita pela aplicação de percentuais de lucratividade ditados pela lei. 
Os percentuais da tabela a seguir são aplicados sobre a receita bruta da atividade. 
1.1) Tabela de Percentuais de Presunção do Lucro 
	RECEITA DA ATIVIDADE
	Percentuais aplicáveis a partir de 1996
	REGRA
	 
	- Comércio e Indústria
	8,0
	- Serviços em geral
	32,0
	ESPECÍFICAS
	 
	- Revenda de Combustíveis (gás inclusive)
	1,6
	- Serviços de transporte, exceto cargas
	16,0
	- Transporte de cargas
	8,0
	- Serviços hospitalares
	8,0
	- Intermediação de negócios
	32,0
	- Administração, locação de bens e direitos
	32,0
	- Factoring
	32,0
	- Pequenos serviços (Ver observações)
	16,0
	
	
	 
OBSERVAÇÕES SOBRE A TABELA:
1) PEQUENOS SERVIÇOS - A lei considera pequenos serviços, exclusivamente para esse fim, aqueles prestados por empresa com receita bruta anual até R$ 120.000,00 ( cento e vinte mil reais - art. 40 da Lei 9.250/95, que regula a tributação das pessoas físicas). Não se aplica essa redução para as atividades de serviços hospitalares, de transporte e de profissões regulamentadas.
Como esse limite é para o próprio ano em curso, no mês em que ele for ultrapassado, deve-se refazer os cálculos, desde janeiro, aplicando-se o percentual de 32%, para apurar o imposto e a contribuição postergados. 
2) Demais receitas e outros resultados 
Calculado o lucro presumido, na forma do item anterior, a empresa deverá adicionar a esse lucro as demais receitas e ganhos que não provenham diretamente da exploração da atividade social. 
São acrescidos ao lucro presumido para se chegar à base de cálculo do imposto de renda, entre outros: 
a) os ganhos de capital auferidos na alienação de bens e direitos; 
	
	 
Na apuração do ganho de capital, os valores acrescidos aos bens em virtude de reavaliação, somente, serão computados como custo se a empresa comprovar que os valores acrescidos foram incluídos na determinação da base de cálculo do imposto de renda do período da reavaliação. 
b) os rendimentos de aplicações financeiras; 
	
	 
O imposto de renda retido na fonte sobre os rendimentos de aplicações financeiras, será diminuído do imposto devido no trimestre em que for computado o rendimento. 
c) os ganhos líquidos nos mercados de renda variável (bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas e no mercado de balcão organizado); 
d) os juros recebidos a título de remuneração de capital investido em outra empresa; 
	
	 
O imposto de renda retido na fonte sobre os juros que remuneram o capital próprio, será diminuído do imposto devido no trimestre em que for computado o rendimento. 
e) os juros ativos e os descontos obtidos em pagamentos de obrigações; 
f) os aluguéis recebidos, quando a atividade imobiliária não constar do contrato social da empresa; 
g) 3/120, no mínimo, do saldo do lucro inflacionário acumulado existente ao final do período de apuração anterior, caso a pessoa jurídica já estivesse apurando o imposto com base no lucro presumido no ano-calendário anterior; 
h) os valores pendentes de tributação na parte "B" do LALUR, inclusive o saldo de lucro inflacionário, das empresas que, até o ano-calendário anterior, tenha sido tributada pelo lucro real; 
	
	 
A adição se dará no primeiro período de apuração do lucro presumido.
i) os valores recuperados referentes a custos ou despesas que tenham sido, em períodos anteriores, deduzidos na apuração de lucro real. 
V - Receita
bruta - Regime de caixa - Situações especiais 
1) Receita bruta 
A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (consignação, por exemplo) . 
1.1) Deduções da receita 
Podem ser deduzidos da receita bruta da atividade as seguintes parcelas: 
a) as vendas canceladas; 
b) os descontos incondicionais concedidos (descontos na nota fiscal); 
c) os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário (IPI, ISS e os tributos e contribuições cobrados na condição de substituto tributário). 
	
	 
O ICMS de obrigação própria da empresa, destacado na nota Fiscal não pode ser deduzido. 
2) Regime de Caixa 
A empresa, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido poderá adotar o critério de reconhecimento das receitas da atividade, nas vendas a prazo ou em parcelas, na medida do recebimento. 
2.1) Empresa que escritura o livro Caixa 
Adotado o regime de caixa, a empresa que não mantiver escrituração contábil, deverá: 
a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço; 
b) indicar, no livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento. 
c) computar como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer, os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços; 
d) considerar como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços. 
	
	 
O cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a empresa ao pagamento do imposto e das contribuições com o acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da legislação vigente. 
2.1) Empresa que mantém escrituração contábil 
A empresa que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento. 
VI - Cálculo do imposto devido 
1) Alíquota 
O imposto de renda das pessoas jurídicas é calculado pela aplicação da alíquota de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo (lucro presumido mais demais receitas e ganhos de capital) 
2) Adicional 
Incide também um adicional do imposto de renda à alíquota de 10% (dez por cento) sobre a parcela da base de cálculo (lucro presumido mais demais receitas e ganhos de capital) que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração, ou seja, R$ 60.000,00 quando o período de apuração englobar os três meses do trimestre. 
	
	 
A empresa que optarem por antecipar em cada mês do trimestre os pagamento do lucro presumido, deve deixar o adicional para o encerramento do trimestre, sob pena de incorrer em pagamento a maior, pois o limite deve ser calculado no trimestre. 
3) Deduções do imposto 
Do imposto devido a empresa poderá deduzir o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo. 
No caso em que o imposto retido na fonte ou pago seja superior ao devido, a diferença poderá ser compensada com o imposto a pagar relativo aos períodos de apuração subseqüentes. 
Na sistemática do lucro presumido é vedada qualquer dedução a título de incentivo fiscal, inclusive vale transporte. 
VII - Pagamento do imposto 
1) Meios e formas 
O pagamento é feito em DARF ou mediante transmissão eletrônica de fundos (caixas eletrônicos ou Home Bank), no código 2089. 
2) Prazo de recolhimento 
2.1) Em cota única 
O imposto será pago em cota única até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração. 
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CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro 
 I - Introdução 
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL foi instituída pela Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, publicada no D.O.U de 16.12.1988. 
II - Base de cálculo da CSLL (Lei nº 7.689/88, § 2º do art. 2º; Leis nº 9.249/96, art. 20 e Lei nº 9.430/96, art. 29) 
Para as empresas que apuram o imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado, a CSLL é calculada sobre um lucro estimado pela aplicação de um percentual sobre a receita bruta da atividade, auferida no período de apuração trimestral, acrescido dos ganhos de capital das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pela incidência do percentual. 
Assim, a partir de 1º de janeiro de 1997, a base de cálculo da CSLL, apurada pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado e pelas demais empresas dispensadas de escrituração contábil, corresponderá à soma dos valores: 
1) 12% (doze por cento) da receita bruta auferida no mês (regime de competência); 
2) lista de receitas no material de IRPJ acima, item 2) Demais receitas e outros resultados.
III - Prestadores de serviços 
A partir de 1º de setembro de 2003 (art. 22 da Lei nº 10.684/2003), a base de cálculo da CSLL devida pelas pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral, exceto serviços hospitalares, será encontrada pela aplicação sobre a receita bruta mensal do percentual de 32% ( trinta e dois por cento), A majoração da base de cálculo se aplica inclusive: 
a) Prestação de Serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares,
b) a intermediação de negócios; 
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; 
d) a prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
As pessoas jurídicas que aufiram receitas das atividades atingidas pela majoração do percentual e que, no ano-calendário de 2003, venham apurando o imposto e a CSLL pelo lucro presumido, poderão, excepcionalmente, em relação ao quarto trimestre-calendário de 2003 (a partir de 1º de outubro de 2003), optar pelo lucro real, sendo definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos três primeiros trimestres de 2003. 
IV - Alíquota da CSLL 
A partir de 1º de janeiro de 2003, nos termos do art. 37 da Lei nº 10.637/2002, a contribuição social será determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% (nove por cento) sobre o lucro líquido ajustado (base de cálculo). 
V - CSLL a pagar 
A CSLL a pagar será a soma do valor encontrado pela aplicação da alíquota sobre a base de cálculo e acréscimos e do valor do adicional calculado. 
EXERCÍCIOS DE REVISÃO:
Qual a diferença entre Lucro Real e Lucro Presumido?
Completar no quadro o percentual de Lucro Presumido para cada tipo de atividade:
	COMÉRCIO E INDÚSTRIA
	
	SERVIÇOS EM GERAL
	
	REVENDA DE COMBUSTÍVEIS (INCLUSIVE GÁS)
	
	SERV. DE TRANSPORTES, EXCETO CARGAS
	
	TRANSPORTE DE CARGAS
	
	SERVIÇOS HOSPITALARES
	
	INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS
	
	ADMINISTRAÇÃO, LOCAÇÃO DE BENS E DIREITOS
	
	FACTORING
	
	PEQUENOS SERVIÇOS
	
Para a empresa optante pelo Lucro Presumido, quais as demais receitas devem ser adicionadas ao lucro para se obter a base de cálculo do imposto?
O que é receita bruta? Quais as exclusões permitidas e qual o regime de reconhecimento?
Uma empresa poderá, em um mesmo exercício, ser tributada pelo lucro presumido e pelo lucro real?
Dada a situação a seguir, calcular o IRPJ e a CSLL devidas, sendo sua tributação LUCRO PRESUMIDO:
Receita da revenda de mercadorias no trimestre –
R$85.000,00
Receita da prestação de serviços de transporte de cargas no trimestre – R$30.000,00
Receitas Financeiras – R$2.000,00
IRRF – R$500,00
A Empresa Belos Mares ,comercial ,teve no trimestre de abril a junho as seguintes receitas, rendimentos e ganhos de capital (valores em R$ 1,00)
Receita de venda de combustíveis R$840.000,00
Receita da venda de mercadorias (loja de conveniências) R$ 38.000,00
Rendimentos Financeiros de Renda Fixa R$ 80.000,00
Rendimentos de alugueis R$ 45.000,00
Sabendo-se que a empresa optou pelo Lucro Presumido que os rendimentos financeiros sofreram uma retenção na fonte de R$16.000,00(dezesseis mil reais),
CALCULAR:
O imposto de Renda Devido,
A Csll.
Empresa ABC, que explora a atividade de imobiliária e consultoria em negociação de imóveis teve as seguintes receitas e recebimentos no ultimo trimestre:
TIPO DE RECEITA		VALOR DA RECEITA	VALOR RECEBIDO
Receitas de aluguel		R$650.000,00		R$500.000,00
Receitas de consultoria		R$25.000,00		R$30.000,00
Sabendo-se que a empresa é optante pelo Lucro Presumido e optou pelo “regime de caixa” para recolhimento dos impostos, Calcular o IRPJ e CSLL devidos no período.
Calcular o IRPJ e CSLL devidos, considerando a seguinte composição da receita de venda de mercadorias no ultimo trimestre: Valor da receita bruta – R$90.000,00; vendas canceladas – R$1.000,00; ICMS incidente sobre vendas – R$2.500,00; IPI sobre vendas – R$3.000,00.
Considerando que a empresa teve faturamento bruto de R$20.000.000,00 no ultimo trimestre do ano e que o faturamento acumulado no ano foi de R$58.000.000,00, calcular o IRPJ e CSLL devido no trimestre, sabendo que sua atividade é a prestação de serviços “não-profissionais” e explicar se tal empresa estará sujeita a alguma alteração em sua tributação para este e/ou para o próximo exercício.
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SIMPLES NACIONAL
Introdução 
A Constituição Federal, no art. 146, III, "d", e no art. 94 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, prevê a competência de Lei Complementar para dispor sobre o tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados. 
Em obediência ao mandamento constitucional citado, foi publicada, no DOU de 15.12.2006, a Lei Complementar nº 123, datada de 14.12.2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. 
Neste Comentário abordaremos as noções gerais do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, denominado Simples Nacional. 
I - Simples Nacional 
A LC nº 123/2006 instituiu o Regime Especial de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional. 
O regime de tributação das microempresas e das empresas de pequeno porte (Simples Nacional) entrará em vigor em 1º de julho de 2007. 
A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário. 
II - Abrangência 
O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: 
a) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; 
b) Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI; 
	
	 
O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência do IPI incidente na importação de bens e serviços, devido na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas.
c) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; 
d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS; 
	
	 
O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência da Cofins incidente na importação de bens e serviços, devido na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas.
e) Contribuição para o PIS/Pasep; 
	
	 
O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep incidente na importação de bens e serviços, devido na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas.
f) Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso das pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII a XXVIII do § 1º e no § 2º do art. 17 da LC nº 123/2006; 
g) Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; 
h) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas: 
a) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF; 
b) Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; 
c) Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados - IE; 
d) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - IPTR; 
e) Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável; 
	
	 
Observada a legislação aplicável, a incidência do imposto de renda na fonte, na hipótese de rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, será definitiva.
f) Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; 
g) Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF; 
h) Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 
i) Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; 
j) Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual; 
k) Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas; 
l) Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços; 
m) ICMS devido: 
m.1) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária; 
m.2) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital vigente; 
m.3) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização; 
m.4) por ocasião do desembaraço aduaneiro; 
m.5) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal; 
m.6) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; 
m.7) nas operações com mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, bem como do valor relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, nos termos da legislação estadual ou distrital; 
n) ISS devido: 
n.1) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; 
n.2) na importação de serviços; 
n.3) demais tributos de competência da União,
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores. 
As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social autônomo. 
III - Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte 
Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 do Código Civil, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: 
a) no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); 
b) no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais). 
No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que se referem os itens "a" e "b" será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. 
	
	 
O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados.
Considera-se receita bruta, para fins do Simples Nacional, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. 
IV - Vedação À Opção pelo Simples Nacional 
Para fins de vedação à opção pelo Simples Nacional, deve-se observar, cumulativamente, as restrições de caráter geral ao regime diferenciado e favorecido previsto na LC nº 123/2006 e as restrições de caráter específico ao regime diferenciado e favorecido de tributação. 
	
	 
Cumpre destacar que antes de adentrarmos no mérito das hipóteses de vedação à opção pelo Simples Nacional, deve-se observar se o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, atende os limites de receita bruta anual estabelecidos para microempresa e empresa de pequeno porte (ver Tópico III "Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte"). 
IV.1 - Restrições de Caráter Geral ao Estatuto Nacional da ME e EPP 
Não poderá optar pelo Simples Nacional, a pessoa jurídica: 
a) de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
b) que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; 
c) de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos da LC nº 123/2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais); 
d) cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta LC nº 123/2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais); 
e) cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais); 
f) constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 
g) que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
h) que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; 
i) resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; 
j) constituída sob a forma de sociedade por ações. 
O disposto nos aludidos itens "d" e "g" não se aplica à participação no capital de cooperativas de crédito, bem como em centrais de compras, bolsas de sub-contratação, no consórcio previsto na LC nº 123/2006, e associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, sociedades de garantia solidária e outros tipos de sociedade, que tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das microempresas e empresas de pequeno porte. 
IV.2 - Restrições de Caráter Específico ao Ingresso no Simples Nacional 
Não poderá optar pelo Simples Nacional, a pessoa jurídica: 
a) que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); 
b) que tenha sócio domiciliado no exterior; 
c) de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; 
d) que preste serviço de comunicação; 
e) que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; 
f) que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros; 
g) que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica; 
h) que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; 
i) que exerça atividade de importação de combustíveis; 
j) que exerça atividade de produção ou venda no atacado de bebidas alcoólicas, cigarros, armas, bem como de outros produtos tributados pelo IPI com alíquota ad valorem superior a 20% (vinte por cento) ou com alíquota específica; 
k) que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios; 
l) que realize cessão ou locação de mão-de-obra; 
m) que realize atividade de consultoria; 
n) que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. 
	
	 
Poderão optar pelo Simples Nacional as sociedades que se dediquem exclusivamente à prestação de outros serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa nos itens acima elencados ("a" a "n").
As vedações relativas a exercício de atividades previstas nos itens acima ("a" a "n") não se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às atividades seguintes ou as exerçam em conjunto com outras atividades que também não tenham sido objeto de vedação: 
a) creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental; 
b) agência terceirizada de correios; 
c) agência de viagem e turismo; 
d) centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; 
e) agência lotérica; 
f) serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas; 
g) serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; 
h) serviços de manutenção e
reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; 
i) serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; 
j) serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em residências ou estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos; 
k) serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em ambientes controlados; 
l) veículos de comunicação, de radiodifusão sonora e de sons e imagens, e mídia externa; 
m) construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de sub-empreitada; 
n) transporte municipal de passageiros; 
o) empresas montadoras de estandes para feiras; 
p) escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais; 
q) produção cultural e artística; 
r) produção cinematográfica e de artes cênicas; 
s) cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros; 
t) academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; 
u) academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; 
v) elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; 
w) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; 
x) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; 
y) escritórios de serviços contábeis; 
z) serviço de vigilância, limpeza ou conservação. 
V - Alíquotas e Base de Cálculo 
O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte, optante do Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela do Anexo I deste Comentário. 
Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração. 
Em caso de início de atividade, os valores de receita bruta acumulada constantes das tabelas dos Anexos I a V deste Comentário devem ser proporcionalizados ao número de meses de atividade no período. 
Sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a alíquota determinada na forma do exposto acima, podendo tal incidência se dar, à opção do contribuinte, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, sobre a receita recebida no mês, sendo essa opção irretratável para todo o ano-calendário. 
O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de pagamento: 
a) as receitas decorrentes da revenda de mercadorias; 
b) as receitas decorrentes da venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte; 
c) as receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como a de locação de bens móveis; 
d) as receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária; 
e) as receitas decorrentes da exportação de mercadorias para o exterior, inclusive as vendas realizadas por meio de comercial exportadora ou do consórcio previsto nesta LC nº 123/2006. 
Nos casos de atividades industriais, de locação de bens móveis e de prestação de serviços, serão observadas as seguintes regras: 
a) as atividades industriais serão tributadas na forma do Anexo II deste Comentário; 
b) as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos I a XII do § 1º do art. 17 da LC nº 123/2006 serão tributadas na forma do Anexo III deste Comentário; 
	
	 
As atividades previstas nos incisos I a XXII do § 1º do art. 17 da LC nº 123/2006 são:
a) creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental;
b) agência terceirizada de correios; 
c) agência de viagem e turismo;
d) centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga;
e) agência lotérica;
f) serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas;
g) serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores;
h) serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas;
i) serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática;
j) serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em residências ou estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos;
k) serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em ambientes controlados;
l) veículos de comunicação, de radiodifusão sonora e de sons e imagens, e mídia externa.
c) atividades de locação de bens móveis serão tributadas na forma do Anexo III deste Comentário, deduzindo-se da alíquota o percentual correspondente ao ISS previsto nesse Anexo; 
d) as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII a XVIII do § 1º do art. 17 da LC nº 123/2006 serão tributadas na forma do Anexo IV deste Comentário, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis; 
	
	 
As atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII a XVIII do § 1º do art. 17 da LC nº 123/2006 são:
 
a) construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada;
b) transporte municipal de passageiros;
c) empresas montadoras de estandes para feiras;
d) escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais;
e) produção cultural e artística;
f) produção cinematográfica e de artes cênicas.
e) as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIX a XXVIII do § 1º e no § 2º do art. 17 da LC nº 123/2006 serão tributadas na forma do Anexo V deste Comentário, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis; 
	
	 
As atividades de prestação de serviços previstos nos incisos XIX a XXVIII do § 1º e no § 2º do art. 17 da LC nº 123/2006 são:
a) cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros;
b) academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais;
c) academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes;
d) elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante;
e) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;
f) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante;
g) escritórios de serviços contábeis;
h) serviço de vigilância, limpeza ou conservação;
i) demais pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente à prestação de serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa no caput do art. 17 da LC nº 123/2006.
f) as atividades de prestação de serviços de transportes intermunicipais e interestaduais serão tributadas na forma do Anexo V deste Comentário, acrescido das alíquotas correspondentes ao ICMS previstas no Anexo I deste Comentário, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devendo esta ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis. 
No caso dos serviços previstos no § 2º do art. 6º da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, prestados pelas microempresas e pelas empresas de pequeno porte, o tomador do serviço deverá reter o montante correspondente
na forma da legislação do município onde estiver localizado, que será abatido do valor a ser recolhido na forma do § 3º do art. 21 da LC nº 123/2006. 
	
	 
Será disponibilizado sistema eletrônico para realização do cálculo simplificado do valor mensal devido referente ao Simples Nacional. 
V.1 - Base de Cálculo do ISS 
Da base de cálculo do ISS será abatido o material fornecido pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. 
V.2 - Recolhimento Especial de ICMS e ISS 
Sem prejuízo da possibilidade de adoção de todas as faixas de receita previstas nos Anexos I a V, todos deste Comentário, os Estados poderão optar pela aplicação, para efeito de recolhimento do ICMS na forma do Simples Nacional em seus respectivos territórios, da seguinte forma: 
a) os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de até 1% (um por cento) poderão optar pela aplicação, em seus respectivos territórios, das faixas de receita bruta anual até R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais); 
b) os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de mais de 1% (um por cento) e de menos de 5% (cinco por cento) poderão optar pela aplicação, em seus respectivos territórios, das faixas de receita bruta anual até R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais); 
c) os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja igual ou superior a 5% (cinco por cento) ficam obrigados a adotar todas as faixas de receita bruta anual. 
	
	 
O disposto neste Tópico aplica-se também ao Distrito Federal.
A participação no Produto Interno Bruto brasileiro será apurada levando em conta o último resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que o substitua. 
A opção prevista nos aludidos itens "a" e "b" , bem como a obrigatoriedade de adotar o percentual previsto no item "c", surtirá efeitos somente para o ano-calendário subseqüente. 
A opção feita pelos Estados importará adoção do mesmo limite de receita bruta anual para efeito de recolhimento na forma do ISS dos Municípios nele localizados, bem como para o do ISS devido no Distrito Federal. 
As microempresas e empresas de pequeno porte que ultrapassarem os limites a que se referem os aludidos "a" e "b" estarão automaticamente impedidas de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional no ano-calendário subseqüente ao que tiver ocorrido o excesso. 
	
	 
O disposto acima não se aplica na hipótese de o Estado ou de o Distrito Federal adotarem, compulsoriamente ou por opção, a aplicação de faixa de receita bruta superior à que vinha sendo utilizada no ano-calendário em que ocorreu o excesso da receita bruta.
Na hipótese em que o recolhimento do ICMS ou do ISS não esteja sendo efetuado por meio do Simples Nacional por força do disposto neste Tópico, as faixas de receita do Simples Nacional superiores àquela que tenha sido objeto de opção pelos Estados ou pelo Distrito Federal sofrerão, para efeito de recolhimento do Simples Nacional, redução na alíquota equivalente aos percentuais relativos a esses impostos constantes dos Anexos I a V deste Comentário, conforme o caso. 
O Comitê Gestor regulamentará o recolhimento especial ICMS na forma do Simples Nacional disposto neste Tópico. 
V.3 - Recolhimento Especial de ICMS e ISS Para Microempresa 
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas respectivas competências, poderão estabelecer, na forma definida pelo Comitê Gestor, independentemente da receita bruta recebida no mês pelo contribuinte, valores fixos mensais para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por microempresa que aufira receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 180.000,00 (cento e vinte mil reais), ficando a microempresa sujeita a esses valores durante todo o ano-calendário. 
Os valores estabelecidos acima não poderão exceder a 50% (cinqüenta por cento) do maior recolhimento possível do tributo para a faixa de enquadramento prevista na tabela do Anexo I deste Comentário, respeitados os acréscimos nos casos de atividades industriais, de locação de bens móveis e de prestação de serviços, conforme disposto § 5º do art. 18 da LC nº 123/2006. 
Na hipótese em que o Estado, o Município ou o Distrito Federal conceda isenção ou redução do ICMS ou do ISS devido por microempresa ou empresa de pequeno porte, ou ainda determine recolhimento de valor fixo para esses tributos, será realizada redução proporcional ou ajuste do valor a ser recolhido, na forma definida em resolução do Comitê Gestor. 
O valor a ser recolhido na forma do parágrafo anterior, exclusivamente na hipótese de isenção, não integrará o montante a ser partilhado com o respectivo Município, Estado ou Distrito Federal. 
V.4 - Redução do Valor a Ser Recolhido na Forma do Simples Nacional 
Terá direito a redução do valor a ser recolhido na forma do Simples Nacional na apuração do montante devido no mês relativo a cada tributo, o contribuinte que apure receitas decorrentes: 
a) da venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária; 
b) da exportação de mercadorias para o exterior, inclusive as vendas realizadas por meio de comercial exportadora ou do consórcio previsto na LC nº 123/2006. 
Para efeito de determinação da redução, as receitas serão discriminadas em comerciais, industriais ou de prestação de serviços na forma dos Anexos I, II, III, IV e V, todos deste Comentário. 
A redução no montante a ser recolhido do Simples Nacional no mês relativo aos valores das receitas de venda (a) de mercadorias sujeitas a substituição tributária e (b) de exportação de mercadorias para o exterior corresponderá: 
I - no caso de revenda de mercadorias: 
a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I deste Comentário, relativo à Cofins, aplicado sobre a respectiva parcela de receita de venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e de exportação de mercadorias para o exterior, conforme o caso; 
b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I deste Comentário, relativo à Contribuição para o PIS/Pasep, aplicado sobre a respectiva parcela de receita de venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e de exportação de mercadorias para o exterior, conforme o caso; 
c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I deste Comentário, relativo ao ICMS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita de venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e de exportação de mercadorias para o exterior, conforme o caso; 
II - no caso de venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte: 
a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II deste Comentário, relativo à Cofins, aplicado sobre a respectiva parcela de receita de venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e de exportação de mercadorias para o exterior, conforme o caso; 
b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II deste Comentário, relativo à Contribuição para o PIS/Pasep, aplicado sobre a respectiva parcela de receita de venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e de exportação de mercadorias para o exterior, conforme o caso; 
c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II deste Comentário, relativo ao ICMS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita de venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e de exportação de mercadorias para o exterior, conforme o caso; 
d) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no
Anexo II deste Comentário, relativo ao IPI, aplicado sobre a respectiva parcela de receita de venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e de exportação de mercadorias para o exterior, conforme o caso. 
V.5 - Empresa Comercial Exportadora 
A empresa comercial exportadora que houver adquirido mercadorias de pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, com o fim específico de exportação para o exterior, que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data da emissão da nota fiscal pela vendedora, não comprovar o seu embarque para o exterior ficará sujeita ao pagamento de todos os impostos e contribuições que deixaram de ser pagos pela empresa vendedora, acrescidos de juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação que rege a cobrança do tributo não pago, aplicável à própria comercial exportadora. 
Considera-se vencido o prazo para o pagamento na data em que a empresa vendedora deveria fazê-lo, caso a venda houvesse sido efetuada para o mercado interno. 
Relativamente à contribuição patronal, devida pela vendedora, a comercial exportadora deverá recolher, no prazo previsto no parágrafo anterior, o valor correspondente a 11% (onze por cento) do valor das mercadorias não exportadas. 
Na hipótese do vencimento do prazo para comprovar o seu embarque para o exterior, a empresa comercial exportadora: 
a) não poderá deduzir do montante devido qualquer valor a título de crédito de Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI da Contribuição para o PIS/Pasep ou da Cofins, decorrente da aquisição das mercadorias e serviços objeto da incidência; 
b) deverá pagar, também, os impostos e contribuições devidos nas vendas para o mercado interno, caso, por qualquer forma, tenha alienado ou utilizado as mercadorias. 
V.6 - Escritórios de Serviços Contábeis 
Os escritórios de serviços contábeis recolherão o ISS em valor fixo, na forma da legislação municipal. 
V.7 - Definição de Folha de Salários 
Para efeito de aplicação do Anexo V deste Comentário, considera-se folha de salários incluídos encargos o montante pago, nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração, a título de salários, retiradas de pró-labore, acrescidos do montante efetivamente recolhido a título de contribuição para a Seguridade Social e para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. 
V.8 - Receita Bruta Anual Superior ao Limite do Simples Nacional 
Se o valor da receita bruta auferida durante o ano-calendário ultrapassar o limite de R$ 300.000,00 (duzentos mil reais) multiplicados pelo número de meses do período de atividade, a parcela de receita que exceder o montante assim determinado estará sujeita às alíquotas máximas previstas nos Anexos I a V deste Comentário, proporcionalmente, conforme o caso, acrescidas de 20% (vinte por cento). 
VI - Recolhimento dos Tributos Devidos 
Os tributos devidos, apurados na forma do Simples Nacional, deverão ser pagos: 
a) por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê Gestor; 
b) segundo códigos específicos, para cada espécie de receita discriminada no § 4º do art. 18 da LC nº 123/2006; 
	
	 
As receitas descriminadas no § 4º da art. 18 da LC nº 123/2006 são:
a) as receitas decorrentes da revenda de mercadorias; 
b) as receitas decorrentes da venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte; 
c) as receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como a de locação de bens móveis;as receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária;
d) as receitas decorrentes da exportação de mercadorias para o exterior, inclusive as vendas
 realizadas por meio de comercial exportadora ou do consórcio previsto na LC nº 123/2006.
c) enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente àquele a que se referir; 
d) em banco integrante da rede arrecadadora credenciada pelo Comitê Gestor. 
Na hipótese de a microempresa ou a empresa de pequeno porte possuir filiais, o recolhimento dos tributos do Simples Nacional dar-se-á por intermédio da matriz. 
Poderá ser adotado sistema simplificado de arrecadação do Simples Nacional, inclusive sem utilização da rede bancária, mediante requerimento do Estado, Distrito Federal ou Município ao Comitê Gestor. 
O valor não pago até a data do vencimento sujeitar-se-á à incidência de encargos legais na forma prevista na legislação do imposto sobre a renda. 
Caso tenha havido a retenção na fonte do ISS, ele será definitivo e deverá ser deduzida a parcela do Simples Nacional a ele correspondente, que será apurada, tomando-se por base as receitas de prestação de serviços que sofreram tal retenção, na forma prevista nos §§ 12 a 14 do art. 18 da LC nº 123/2006 (ver Tópico V.4 "Redução do Valor a Ser Recolhido no Simples Nacional"), não sendo o montante recolhido na forma do Simples Nacional objeto de partilha com os municípios. 
O Comitê Gestor regulará o modo pelo qual será solicitado o pedido de restituição ou compensação dos valores do Simples Nacional recolhidos indevidamente ou em montante superior ao devido. 
VII - Créditos 
As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional. 
As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não poderão utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo fiscal. 
VIII - Obrigações Fiscais Acessórias 
As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional apresentarão, anualmente, à Secretaria da Receita Federal declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais, que deverão ser disponibilizadas aos órgãos de fiscalização tributária e previdenciária, observados prazo e modelo aprovados pelo Comitê Gestor. 
	
	 
A exigência de declaração única não desobriga a prestação de informações relativas a terceiros.
As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam obrigadas a: 
a) emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, de acordo com instruções expedidas pelo Comitê Gestor; 
b) manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos e contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes. 
Os empreendedores individuais com receita bruta acumulada no ano de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais): 
a) poderão optar por fornecer nota fiscal avulsa obtida nas Secretarias de Fazenda ou Finanças dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; 
b) farão a comprovação da receita bruta, mediante apresentação do registro de vendas independentemente de documento fiscal de venda ou prestação de serviço, ou escrituração simplificada das receitas, conforme instruções expedidas pelo Comitê Gestor; 
c) ficam dispensados da emissão do documento fiscal de venda ou prestação de serviço caso requeiram nota fiscal gratuita na Secretaria de Fazenda municipal ou adotem formulário de escrituração simplificada das receitas nos municípios que não utilizem o sistema de nota fiscal gratuita, conforme instruções expedidas pelo Comitê Gestor. 
As demais microempresas e as empresas de pequeno porte, além de estarem obrigadas a (a) emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, de acordo com instruções expedidas pelo Comitê Gestor e a (b) manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos e contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias, deverão, ainda, (c) manter o livro-caixa em que será escriturada sua movimentação financeira e bancária. 
	
	 
As microempresas e empresas de pequeno porte referidas no parágrafo anterior ficam sujeitas a outras obrigações acessórias a serem estabelecidas pelo Comitê Gestor, com características nacionalmente uniformes, vedado
o estabelecimento de regras unilaterais pelas unidades políticas partícipes do sistema.
As microempresas e empresas de pequeno porte ficam sujeitas à entrega de declaração eletrônica que deva conter os dados referentes aos serviços prestados ou tomados de terceiros, na conformidade do que dispuser o Comitê Gestor. 
As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das operações realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor. 
IX - Exclusão do Simples Nacional 
A exclusão do Simples Nacional será feita de ofício ou mediante comunicação das empresas optantes. 
	
	 
As regras previstas para a exclusão do Simples Nacional e o modo de sua implementação serão regulamentados pelo Comitê Gestor. 
IX.1 - Exclusão de Ofício 
A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional dar-se-á quando: 
a) verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória; 
b) for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade que estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam a requisição de auxílio da força pública; 
c) for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas atividades ou se encontrem bens de sua propriedade; 
d) a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas; 
e) tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto na LC nº 123/2006; 
f) a empresa for declarada inapta, na forma dos arts. 81 e 82 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e alterações posteriores; 
g) comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho; 
h) houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da movimentação financeira, inclusive bancária; 
i) for constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas supera em 20% (vinte por cento) o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade; 
	
	 
O termo "despesas" constante acima deve ser interpretado de maneira ampla, incluindo-se as despesas com as vendas, as despesas financeiras, as despesas gerais e administrativas, bem assim outras despesas operacionais.
Atente-se, no entanto, que a exclusão ocorrerá somente quando o valor dessas despesas superar em 20% o valor de ingresso de recursos. Considerando, por exemplo, que no mês o ingresso de recursos foi de R$ 10.000,00, a exclusão ocorrerá somente se o valor das despesas for superior a R$ 12.000,00.
j) for constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de mercadorias para comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de aumento de estoque, for superior a 80% (oitenta por cento) dos ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade. 
Nas hipóteses previstas nos aludidos itens "b" a "j", a exclusão produzirá efeitos a partir do próprio mês em que incorridas, impedindo a opção pelo regime diferenciado e favorecido da LC nº 123/2006 pelos próximos 3 (três) anos-calendário seguintes. 
O prazo de 3 (três) anos-calendário será elevado para 10 (dez) anos caso seja constatada a utilização de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento que induza ou mantenha a fiscalização em erro, com o fim de suprimir ou reduzir o pagamento de tributo apurável segundo o regime especial previsto nesta LC nº 123/2006. 
A exclusão de ofício será realizada na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, cabendo o lançamento dos tributos e contribuições apurados aos respectivos entes tributantes. 
Para efeito do disposto no aludido item "a", não se considera período de atividade aquele em que tenha sido solicitada suspensão voluntária perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ. 
IX.2 - Exclusão Mediante Comunicação 
A exclusão do Simples Nacional, mediante comunicação das microempresas ou das empresas de pequeno porte, dar-se-á: 
a) por opção. Neste caso, a exclusão deverá ser comunicada à Secretaria da Receita Federal até o último dia útil do mês de janeiro; 
b) obrigatoriamente, quando elas incorrerem em qualquer das situações de vedação previstas na LC nº 123/2006. Neste caso, a exclusão deverá ser comunicada à Secretaria da Receita Federal até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que ocorrida a situação de vedação; 
c) obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, o limite de receita bruta correspondente a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período, em relação aos tributos e contribuições federais, e, em relação aos tributos estaduais, municipais e distritais, de R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), também multiplicados pelo número de meses de funcionamento no período, caso o Distrito Federal, os Estados e seus respectivos Municípios tenham adotado os limites previstos nos incisos I e II do art. 19 e no art. 20, ambos da LC nº 123/2006. Neste caso, a exclusão deverá ser comunicada à Secretaria da Receita Federal até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subseqüente ao do início de atividades. 
	
	 
Na hipótese prevista no aludido item "c", a microempresa ou empresa de pequeno porte não poderá optar, no ano-calendário subseqüente ao do início de atividades, pelo Simples Nacional.
A exclusão das microempresas ou das empresas de pequeno porte do Simples Nacional produzirá efeitos: 
I - na hipótese do aludido item "a", a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subseqüente, ressalvado o disposto no § 4º deste art. 31 da LC nº 123/2006; 
	
	 
Conforme o disposto no § 4º deste art. 31 da LC nº 123/2006, no caso de a microempresa ou a empresa de pequeno porte ser excluída do Simples Nacional no mês de janeiro, por opção, os efeitos da exclusão dar-se-ão nesse mesmo ano.
II - na hipótese do aludido item "b", a partir do mês seguinte da ocorrência da situação impeditiva; 
III - na hipótese do aludido item "c": 
a) desde o início das atividades; 
	
	 
Neste caso, a microempresa ou a empresa de pequeno porte desenquadrada ficará sujeita ao pagamento da totalidade ou diferença dos respectivos impostos e contribuições, devidos de conformidade com as normas gerais de incidência, acrescidos, tão-somente, de juros de mora, quando efetuado antes do início de procedimento de ofício.
b) a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subseqüente, na hipótese de não ter ultrapassado em mais de 20% (vinte por cento) o limite proporcional de que trata o § 10 do art. 3º da LC nº 123/2006, em relação aos tributos federais, ou os respectivos limites de que trata o § 11 do mesmo artigo, em relação aos tributos estaduais, distritais ou municipais, conforme o caso; 
IV - na hipótese de débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa, a partir do ano-calendário subseqüente ao da ciência da comunicação da exclusão. 
Na hipótese da microempresa ou empresa de pequeno porte possuir débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa, será permitida a permanência da pessoa jurídica como optante pelo Simples Nacional mediante a comprovação da regularização do débito no prazo de até 30 (trinta) dias contado a partir da ciência da comunicação da exclusão. 
A exclusão do Simples Nacional na hipótese em que os Estados, Distrito Federal e Municípios adotem limites de receita bruta inferiores a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais) para efeito de
recolhimento do ICMS e do ISS seguirá as regras acima, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor. 
No caso de a microempresa ou a empresa de pequeno porte ser excluída do Simples Nacional no mês de janeiro, por opção (inciso I do caput do art. 30 da LC nº 133/2006), os efeitos da exclusão dar-se-ão nesse mesmo ano. 
As microempresas ou as empresas de pequeno porte excluídas do Simples Nacional sujeitar-se-ão, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. O sujeito passivo poderá optar pelo recolhimento do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na forma do lucro presumido, lucro real trimestral ou anual. 
X - Omissão de Receita 
Aplicam-se à microempresa e à empresa de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional todas as presunções de omissão de receita existentes nas legislações de regência dos impostos e contribuições incluídos no Simples Nacional. 
XI - Acréscimos Legais 
Aplicam-se aos impostos e contribuições devidos pela microempresa e pela empresa de pequeno porte, inscritas no Simples Nacional, as normas relativas aos juros e multa de mora e de ofício previstas para o imposto de renda, inclusive, quando for o caso, em relação ao ICMS e ao ISS. 
A falta de comunicação, quando obrigatória, da exclusão da pessoa jurídica do Simples Nacional, nos prazos determinados no § 1º do art. 30 desta LC nº 123/2006, sujeitará a pessoa jurídica a multa correspondente a 10% (dez por cento) do total dos impostos e contribuições devidos de conformidade com o Simples Nacional no mês que anteceder o início dos efeitos da exclusão, não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), insusceptível de redução. 
A imposição das multas de que trata a LC nº 123/2006 não exclui a aplicação das sanções previstas na legislação penal, inclusive em relação a declaração falsa, adulteração de documentos e emissão de nota fiscal em desacordo com a operação efetivamente praticada, a que estão sujeitos o titular ou sócio da pessoa jurídica. 
O sujeito passivo que deixar de apresentar a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, no prazo fixado, ou que a apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela autoridade fiscal, na forma definida pelo Comitê Gestor, e sujeitar-se-á às seguintes multas: 
a) de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidentes sobre o montante dos tributos e contribuições informados na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observada a multa mínima a ser aplicada de R$ 500,00 (quinhentos reais); 
b) de R$ 100,00 (cem reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. 
Para efeito de aplicação da multa prevista no aludido item "a", será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-apresentação, da lavratura do auto de infração. 
Observado o valor mínimo de multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), as multas serão reduzidas: 
a) à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; 
b) a 75% (setenta e cinco por cento), se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. 
Considerar-se-á não entregue a declaração que não atender às especificações técnicas estabelecidas pelo Comitê Gestor. 
Nesta última hipótese, o sujeito passivo será intimado a apresentar nova declaração, no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da intimação, e sujeitar-se-á à multa de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidentes sobre o montante dos tributos e contribuições informados na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado os fatores de redução e o valor mínimo de multa de R$ R$ 500,00 (quinhentos reais). 
XII - Parcelamento 
Para fins de ingresso no regime diferenciado e favorecido previsto no Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte será concedido parcelamento, em até 120 (cento e vinte) parcelas mensais e sucessivas, dos débitos relativos aos tributos e contribuições previstos no Simples Nacional, de responsabilidade da microempresa ou empresa de pequeno porte e de seu titular ou sócio, relativos a fatos geradores ocorridos até 31 de janeiro de 2006. 
O valor mínimo da parcela mensal será de R$ 100,00 (cem reais), considerados isoladamente os débitos para com a Fazenda Nacional, para com a Seguridade Social, para com a Fazenda dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal. 
Esse parcelamento alcança inclusive débitos inscritos em dívida ativa. 
	
	 
1. O parcelamento será requerido à respectiva Fazenda para com a qual o sujeito passivo esteja em débito.
2. Aplicam-se a esse parcelamento as demais regras vigentes para parcelamento de tributos e contribuições federais, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor. 
EXERCÍCIOS SIMPLES NACIONAL.
Quais são os tributos abrangidos pelo Simples Nacional?
Cite quatro exemplos de atividades ou situações que impedem a pessoa jurídica de sua opção pelo Simples Nacional.
Calcular o simples nacional devido em cada uma das situações abaixo:
Empresa que industrializa e revende mercadorias, com faturamento acumulado nos últimos 12 meses no valor de R$540.000,00, vende mercadorias industrializadas no mês corrente por R$35.000,00 e revende mercadorias por R$28.000,00.
Empresa vende mercadorias industrializadas com substituição tributária do ICMS, PIS e Cofins por R$85.000,00 no mês corrente e também loca bens móveis (estando tal locação prevista em seu objeto social) por R$10.000,00. O faturamento acumulado nos últimos 12 meses foi de R$960.000,00.
Empresa revende mercadorias por R$48.000,00 no mês e este é o segundo mês de atividade da empresa; o faturamento do mês anterior foi de R$35.000,00.
Empresa exporta mercadorias industrializadas para o exterior no valor de R$80.000,00 e vende mercadorias industrializadas no mercado interno por R$45.000,00 sendo que seu faturamento acumulado nos últimos 12 meses foi de R$590.000,00.
Empresa presta serviços de creche e pré-escola em seu primeiro mês de atividades no valor de R$50.000,00, deste faturamento, R$10.000,00 foi sujeito à retenção do ISS.
Agencia de viagem e turismo com faturamento no primeiro mês de atividades no valor de R$250.000,00.
IRPJ - Lucro Real
Introdução 
Como regra, o imposto de renda das pessoas jurídicas é devido trimestralmente com base no lucro real. Mas a apuração trimestral pode trazer desvantagens para a pessoa jurídica. 
É que, por ser definitiva, a apuração trimestral, dependendo da sazonalidade do faturamento, ou até do descompasso que se verifica em algumas atividades, entre a efetivação das despesas e o ingresso das receitas, podem ocorrer resultados negativos em determinado trimestre que não se compensará automaticamente com resultados positivos de trimestres posteriores por conta da chamada "trava" de 30% na compensação de prejuízos fiscais. 
Por isso, a melhor forma de apuração do imposto de renda devido em cada ano-calendário, para as empresas não optantes pelo lucro presumido ou obrigadas à apuração do lucro real, é a apuração anual, com recolhimentos mensais calculados por estimativa (antecipação). 
	
	 
É bom lembrar que não podem optar pelo lucro presumido, estando obrigadas à apuração do lucro real (trimestral ou anual com antecipações mensais):
a) as pessoas jurídicas com faturamento no ano anterior superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou o proporcional ao número de meses
desse período, quando inferior a doze meses (até 2002 o limite era de R$ 24.000.000,00);
b) as instituições, seguradoras e entidades de previdência privada;
c) as pessoas jurídicas que tenham lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
d) as pessoas jurídicas que, usufruam de benefícios fiscais ou incentivos fiscais de isenção, dedução ou redução do imposto de renda;
e) as factoring; e
f) as imobiliárias de construção, incorporação, compra e venda de imóveis que tenham registro de custo orçado, nos termos das normas aplicáveis à essas atividade;
Essa sistemática, das estimativas mensais monitoradas, tem ainda a vantagem de permitir o ajuste das antecipações (estimativas) calculadas com base na receita bruta e acréscimos, mediante balanços ou balancetes mensais de acompanhamento do resultado do período em curso, além de permitir a compensação de prejuízos gerados no decorrer do ano-calendário. 
O ajuste final é feito em 31 de dezembro de cada ano, ou na data de encerramento das atividades e nos eventos de incorporação, fusão ou cisão, mediante apuração do lucro real. 
I - Opção pelos pagamentos mensais por estimativa 
A opção pelos pagamentos mensais por estimativa, com apuração do lucro real anual, é efetuada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro do ano-calendário (até o último dia útil de fevereiro) ou com o levantamento do respectivo balanço ou balancete de suspensão do referido mês. 
Ainda que o pagamento da estimativa referente ao mês de janeiro tenha sido efetuado após o prazo de vencimento a opção é válida. 
	
	 
No caso de início de atividades, a opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao primeiro mês de atividade da pessoa jurídica.
Na hipótese de início de ação fiscal por parte da Receita Federal antes que a pessoa jurídica faça a opção pelos pagamentos mensais por estimativa, dispõe a Instrução Normativa SRF nº 93/97 que o Auditor Fiscal deverá intimá-la a informar qual a forma de apuração do imposto de renda que adotará para o ano-calendário em curso. 
Se a opção informada ao Auditor Fiscal for lucro real anual com recolhimentos mensais por estimativa, não tendo a pessoa jurídica efetuado balanços ou balancetes mensais de suspensão que justifiquem o não pagamento das estimativas do ano em curso, será lavrado Auto de Infração para exigência de multa de 75% (setenta e cinco por cento) sobre os valores não recolhidos. 
	
	 
Em hipótese alguma haverá lançamento de ofício de estimativas não recolhidas. Somente a multa será exigida isoladamente.
Quando a pessoa jurídica mantiver escrituração contábil de acordo com a legislação comercial e fiscal, inclusive a escrituração do LALUR, demonstrando a base de cálculo do imposto de renda relativa a cada trimestre, ainda que não tenha pago os valores apurados, haverá lançamento de ofício do imposto juntamente com multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) sobre os valores devidos. 
I.1 - Definitividade da opção 
O art. 232 do RIR/99 (cuja matriz legal é art. 3º da Lei nº 9.430/96) reza que a opção pela apuração anual do lucro real, caracterizada pelo início do pagamento mensal do imposto por estimativa (art. 222, parágrafo único do RIR/99) é irretratável para todo o ano-calendário. 
Ou seja, uma vez adotada essa forma de apuração do imposto, mediante o respectivo pagamento sob o código pertinente, fica vedada a mudança de opção dentro do mesmo ano-calendário. 
Note-se que o início do pagamento mensal do imposto por estimativa implica a obrigatoriedade de apuração anual do lucro real, ainda que a pessoa jurídica não estivesse sujeita ao regime do lucro real por outro motivo. 
II - Base de cálculo da estimativa mensal - Estimativa pura - Receita bruta e acréscimos 
A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação sobre a receita bruta auferida na atividade operacional dos seguintes percentuais: 
a) comércio e Indústria: 8,0% (oito por cento); 
b) revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural: 1,6% (um inteiro e seis décimos por cento); 
c) serviços em geral: 32,0% (trinta e dois por cento); 
d) serviços hospitalares e de transporte de carga: 8% (oito por cento); 
e) demais serviços de transporte: 16% (dezesseis por cento); e 
f) instituições financeiras, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de seguros privados, entidades de previdência privada aberta e empresas de capitalização: 16%. 
	
	 
No caso de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade.
Em sendo convertida em Lei a Medida Provisória nº 232/2004, a partir de 1º de janeiro de 2006, o lucro presumido e a base de cálculo das estimativas do IRPJ serão determinados pela aplicação do percentual 40% (quarenta por cento) sobre a receita bruta das seguintes atividades: 
a) prestação de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de transportes; 
b) intermediação de negócios; 
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; 
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); e 
e) ao diferencial entre o preço de venda e o custo de aquisição de veículos usados (IN SRF nº 390/2003). 
II.1 - Percentuais reduzidos para pequenos prestadores de serviços 
A base de cálculo mensal do imposto de renda das pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de transporte, bem como aqueles prestados por sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas, cuja receita bruta anual seja de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), será determinada mediante a aplicação do percentual de 16% sobre a receita bruta auferida mensalmente (Lei nº 9.250/95, art. 40). 
A pessoa jurídica que houver utilizado a alíquota reduzida de 16,0%, cuja receita bruta acumulada até um determinado mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00, ficará sujeita ao pagamento da diferença de estimativa não recolhida, apurada em relação a cada mês transcorrido, até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que ocorrer o excesso, sem acréscimos legais. 
O não recolhimento da diferença equipara-se a estimativa não recolhida, sujeitando-se à multa de ofício 75%, lançada isoladamente pelo fisco. 
II.2 - Tabela prática de percentuais 
Por definição legal ou de atos normativos editados pela Receita Federal, é possível montar a seguinte tabela de percentuais: 
	A T I V I D A D E S
	Percentuais
	Percentuais Reduzidos Receita Anual até R$ 120.000,00*
	Serviços de transporte de cargas
	8,0
	Atividades que não podem se beneficiar da redução do percentual
	Sobre a receita bruta dos serviços hospitalares
	8,0
	
	Sobre a receita bruta de construção por empreitada, quando houver emprego de materiais em qualquer quantidade (Ato Declaratório Normativo COSIT nº 06/97).
	8,0
	
	Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda 
	8,0
	
	Serviços de transporte de passageiros
	16,0
	
	Revenda de combustíveis derivados de petróleo e álcool, inclusive gás
	1,6
	
	Prestadoras de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentada, inclusive escolas (S/C do antigo regime do DL 2.397)
	32,0
	
	Intermediação de negócios, inclusive corretagem (seguros, imóveis, dentre outros) e as de representação comercial
	32,0
	16,0
	Administração, locação ou cessão de bens imóveis, e móveis.
	32,0
	16,0
	Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra
	32,0
	16,0
	Prestação de serviços

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