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Pós-Graduação a Distância CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados Rua Balbina de Matos, 4141 - CEP 79.824-900 Jardim Universitário Dourados - MS Fone: (67) 3411-4291 | 3411-4297 Os direitos de publicação desta obra são reservados ao Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN), sendo proibida a reprodução total ou parcial de acordo com a Lei 9.160/98. Os artigos de sites e revistas indicados para a leitura foram registrados como nos originais. MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria Contabilidade Tributária 2 WACHTER, Sérgio Almir. Contabilidade Tributária. Sérgio Almir Wachter. Dourados: UNIGRAN, 2017. 38p.: 23 cm. 1. Análise 2. Tributária 3. Contabilidade DIRETOR GERAL EAD DIRETORA PÓS GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA COORDENAÇÃO DA PLATAFORMA DIAGRAMAÇÃO LOGÍSTICA SECRETARIA ACADÊMICA FINANCEIRO DEPARTAMENTO DE PROVAS Marcelo Koche mkoche@unigran.br Lourdes Maria Mendes direcaopos.ead@unigran.br Lilia Nantes lilinantes@unigran.br Adriano Câmara camara@unigran.br Welington Smaylly diagramacao2.pos@unigran.br Fransergio Sampatti logistica.ead@unigran.br Marines Viel secretaria.ead@unigran.br Andréia Felix e Samara Vilhar financeiro.ead@unigran.br samara@unigran.br Dolores Bortolanza dolores@unigran.br mailto:mkoche@unigran.br mailto:direcaopos.ead@unigran.br mailto:lilinantes@unigran.br mailto:camara@unigran.br mailto:diagramacao2.pos@unigran.br mailto:logistica.ead@unigran.br mailto:secretaria.ead@unigran.br mailto:financeiro.ead@unigran.br mailto:samara@unigran.br mailto:dolores@unigran.br 3 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 Apresentação do Docente SÉRGIO ALMIR WACHTER, professor universitário nos cursos de Ciências Administrativas e Contábeis da Unigran desde 1998, Bacharel em Direito pela Unigran, Bacharel em Ciências Contábeis pela Unigran, especialista em Contabilidade Gerencial pela UFMS, Técnico em Contabilidade desde 1983 e contador de empresas e titular do Escritório Contábil Contagro, em Dourados. Contabilidade Tributária 4 Sumário Conversa inicial ............................................................................. 05 Aula 01 Contabilidade Tributária ....................................................................... 07 Aula 02 Tributos Incidentes Sobre o Resultado ................................................ 15 Aula 03 Tributos Incidentes Sobre o Valor Pago .............................................. 23 Aula 04 Planejamento Tributário ....................................................................... 31 Referências ............................................................................................ 37 5 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 Prezados(as) estudantes: Bem-vindos (as) à disciplina de Contabilidade Tributária, mediante a qual pretendo subsidiar teoricamente os aspectos comumente relacionados aos tributos, procedendo à uma revisão das questões tributárias pertinentes a seus princípios constitucionais, a fim de enriquecer seus conhecimentos prévios. Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada em 4 aulas, com temas que, por sua vez, foram subdivididos em seções. Atendendo aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem, tenciona-se que até ao final da disciplina que vocês possam: - Ampliar a compreensão acerca da questão tributária no Brasil. - Conhecer a trajetória e efetivação da contribuição social, crédito tributário e tributos incidentes. - Compreender a importância do planejamento tributário. Deste modo, a metodologia que perpassará as aulas centrar-se-á, nos conteúdos específicos da área, além das leituras complementares reflexivas de textos referenciais e resolução de atividades de avaliação da aprendizagem. Assim, espero que estejam prontos (as) para construir conhecimentos sobre esses que são conteúdos fundamentais para sua formação profissional. Vamos, então, à leitura das aulas? Desejo a todos (as) um excelente estudo! Prof.º Sérgio Almir Conversa Inicial Contabilidade Tributária 6 7 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 Contabilidade Tributária Prezados(as) alunos(as) Vamos iniciar nosso estudo, compreendendo na aula 1, alguns pontos relevantes sobre a Contabilidade Tributária, bem como a definição de tributos, suas classificações, os princípios constitucionais tributários e os vários créditos tributários em questão. Assim, é importante para os estudos ler e refletir sobre os objetivos para a aprendizagem e as seções dessa aula. Bons estudos! 1Aula Contabilidade Tributária 8 Objetivos de aprendizagem Seções de estudo Ao término dessa aula vocês serão capazes de: • definir tributos e suas classificações; • entender os princípios constitucionais tributários; • conceituar todos os créditos tributários. Seção 1 – Tributos Seção 2 – Elementos essenciais Seção 3 – Fato gerador Seção 4 – Espécies tributárias Seção 5 – Classificação dos tributos Seção 6 – Princípios constitucionais tributários Seção 7 – Créditos tributários: definição, lançamento, suspensão, extinção e exclusão. Seção 1 - Tributos Definição: O conceito de tributo está estabelecido no artigo 3º do Código Tributário Nacional: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de alto ilícito, instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Para melhor compreensão, cada um dos seguintes elementos que compõem sua definição deve ser analisado: Tributo é a prestação pecuniária, pois o conceito legal exclui qualquer prestação que não seja apresentada por dinheiro. Não podem ser cobrados tributos que consistam em prestação de serviços. Só a lei pode obrigar o contribuinte a pagar tributo em moeda corrente do País ou em outra unidade traduzível em moeda, tal como a UFIR, por exemplo. O tributo é compulsório, pois a obrigatoriedade faz parte de sua essência. O tributo não decorre de negócio jurídico realizado mediante manifestação de vontade das partes, e, sim, de uma relação de soberania do Estado que lhe permite exigir de todos aqueles que praticaram o fato gerador, independentemente da vontade. A criação ou instituição de um tributo depende exclusivamente da lei, não sendo admitidas outras maneiras de criá-lo. O Art. 3º do CTN afirma que o tributo não constitui sanção a ato ilícito, significa que a hipótese de incidência depende da prática de atos lícitos. Deve- se observar quais situações, como a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de rendimentos, são suficientes para o nascimento de obrigações tributárias, como o Imposto de Renda, por exemplo, ainda que esses rendimentos sejam provenientes de atividades ilícitas como o “jogo do bicho” (a hipótese de incidência é a aquisição de disponibilidade financeira e não o jogo do bicho). Finalmente, a cobrança do tributo é uma atividade privada da administração pública que não pode ser exercida por nenhuma outra pessoa. Além disso, há de ser vinculada, ou seja, a administração pública deverá agir estritamente conforme a lei e não segundo os seus critérios de conveniência e oportunidade. Diante destas características, o conteúdo prevalece sobre a forma. Assim, toda obrigação instituída pelo Estado absorverá os elementos descritos anteriormente para serem considerados como tributos, mesmo que a lei que o tenha criado não o denomine de tal forma. Por outro lado se na obrigação criada não estiver inclusa uma dessas características, ainda que seja denominada como tributo, não possuirá tal natureza. Seção 2 – Elementos Essenciais A obrigação tributária corresponde ao vínculo derivado da relação do Estado como particular. Nessa relação, o Estado é o sujeito ativo da obrigaçãotributária que graças a seu poder de império, impõe ao particular, sujeito passivo da obrigação, um dever de dar, fazer ou não fazer alguma coisa em razão da concretização de uma situação hipoteticamente prevista em lei. Esse dever do particular corresponde aos tipos de obrigações tributárias, previstos no Art. 113 do CTN: 2.1 - A obrigação é essencial ou acessória A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente, é o tributo propriamente dito. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas ou negativas nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 9 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 2.2 - Somente a lei pode estabelecer: a. A instituição de tributos ou a sua extinção; b. A majoração de tributos ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39,57 e 65 do CTN; c. A definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvando o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; d. A fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvando o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; e. A cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; f. As hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Seção 3 - Fato Gerador Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência. De forma simples, conceitua-se o “fato” que gera a obrigação de pagar tributo. Exemplo: O fato gerador da obrigação fiscal com o imposto de renda, definido de acordo com a legislação, é a obtenção de renda e proventos de qualquer natureza, por pessoas físicas ou jurídicas. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma de legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Exemplo: Emitir Notas Fiscais, escriturar livros fiscais e contábeis, etc. A obrigação tributária acessória será convertida em principal no que se refere ao pagamento de multas, caso o contribuinte não cumpra com o seu dever de “fazer a obrigação acessória”. 3.1 - Sujeito Ativo da Obrigação Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. (União, estado, município). 3.2 - Sujeito Passivo da Obrigação Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único – O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I. Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II. Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Seção 4 - Espécies Tributárias No Art. 145 da Constituição Federal, foram definidas as espécies de tributos, quais sejam: impostos, taxas e contribuições de melhoria. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I. Impostos II. Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III. Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. São exemplos de taxas cobradas pela prestação de serviços pelo Estado: • Taxa de coleta de lixo. • Taxa de Combate a Incêndios. • Taxa de Conservação e Limpeza Pública. • Taxa de Emissão de Documentos (níveis federais, estaduais e municipais). • Taxa de licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal. • Taxa de Registro do Comércio (Juntas Comerciais). • Taxa de água e esgoto. • Taxa de expediente. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas Contabilidade Tributária 10 atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Seção 5 - Classificação dos Tributos Os tributos podem ser classificados de várias formas, destacando suas características inerentes ao Sistema Tributário Brasileiro e à doutrina, bem como a diferença que existe entre eles. De acordo com a Constituição Federal, existem tributos que podem ser instituídos somente por um ente federativo (União, Estados ou Municípios), enquanto outros podem ser criados por qualquer um deles diante da ausência de dispositivo constitucional, fixando a competência a um único ente. Segundo esse critério, os tributos serão divididos da seguinte forma: I – Segundo a Competência: a. Tributos de Competência Privativa; e b. Tributos de Competência Comum. II – Segundo a sua Função: a. Tributos fiscais: possuem função meramente arrecadatória, visando ao financiamento das atividades do Estado para garantir o aporte de recursos necessários ao exercício de suas atividades. Exemplo: IR; b. Tributos parafiscais: possuem função meramente arrecadatória; contudo a receita arrecadada destina-se ao cumprimento de funções paralelas às funções típicas de Estado. Exemplo: as contribuições previdenciárias; e c. Tributos extrafiscais: não são instituídos com função arrecadatória, mas para que o Estado cumpra a função de controle da economia. Exemplos: II, IE, IPI, IOF,ITR. III – Segundo suas Finalidades: a. Tributos vinculados: ao arrecadar o tributo, o Estado oferece uma contraprestação de imediato ao contribuinte. Exemplos: taxas e contribuições de melhoria; b. Tributos não vinculados: a arrecadação do tributo não depende de qualquer contrapartida do Estado em favor do sujeito passivo: Exemplo: impostos. Diante destas e de outras, formas existentes de classificação dos tributos, é preciso analisá-los em função de seus efeitos sobre as atividades operacionais de uma organização. Os tributos podem ser classificados sob o ponto de vista de sua incidência sobre os elementos da demonstração do resultado, comprovando que eles podem afetar as operações de uma empresa. Assim teríamos: a. tributos incidentes sobre faturamento; b. tributos incidentes sobre o valor agregado; e c. tributos incidentes sobre o resultado. Os incidentes sobre o faturamento tributam as receitas de vendas e as de serviços no momento do seu reconhecimento, que corresponde ao da entrega de bens ou serviços. Nas empresas, o momento do fornecimento de tais bens e serviços ao comprador é simultâneo à emissão das notas fiscais, as quais permitirão o cálculo dos tributos que lhe incidem. Cada fase do processo produtivo é tributada pelos incidentes sobre o valor agregado ou sobre o valor acrescentado. O valor adicionado de uma empresa representa quanto de valor ela agrega aos insumos que adquire em um determinado período, obtidos pela diferença entre as vendas ou produção e o total dos insumos adquiridos de terceiros (matérias-primas, mão deobra). Esse valor será igual à soma de toda a remuneração dos esforços consumidos nas atividades da empresa. Por exemplo, no caso da panificação, os tributos que incidem sobre o valor agregado atingem a fase de produção do trigo pelo agricultor, assim como a fase de processamento da farinha no moinho, a produção de pão e, finalmente, sua venda na padaria. Em que diferem, então, esses tributos daqueles incidentes sobre faturamento? Os tributos que incidem sobre o faturamento tributam, simplesmente, qualquer transação de venda efetuada: trigo, farinha, massa de farinha, pão. Os tributos sobre o valor agregado são diferentes, porque não incluem no tributo que recai sobre a farinha do moleiro a parte correspondente ao valor do trigo comprado do agricultor, apenas tributam o moleiro pelo custo das remunerações associadas à moagem e pelos juros, rendas e royalties inerentes a essa fase de produção. Assim, os custos das matérias- primas usadas nas fases anteriores são deduzidos ao preço de venda dos moleiros para o cálculo de seu valor agregado e do tributo correspondente. Ao passo que os tributos incidentes sobre o resultado tributam o resultado positivo (lucro) das empresas provenientes da diferença entre as receitas reconhecidas (ganhas) e as despesas que foram incorridas (consumidas) no período. Dessa forma, independentemente do fato de uma empresa ter recebido um valor correspondente a uma venda 11 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 efetuada no período, ela deve confrontar suas respectivas despesas e recolher os tributos incidentes sobre o resultado positivo (lucro). Seção 6 - Princípios Constitucionais Tributários O tributo não existe sem fronteiras e reside nestas a limitação do poder de tributar. Tais limitações são formadas pela união de traços que demarcam o modo, o campo, a forma e a intensidade com que atuará o poder de tributar. Os tributos são capacitados de princípios constitucionais para que possam ser exercidos. Na verdade, esses princípios regem o limite do poder de tributar. Quando um tributo ultrapassa ou não respeita um dos princípios constantes em lei referente a eles é nesse ponto que está localizada a fronteira do poder do tributo. Esses princípios são: 6.1 - Princípio da legalidade (Art. 150, I, da CF): Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: “Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”. Fator essencial para a instituição ou a majoração de um tributo, visto que só podem se dar com base em uma lei em sentido estrito, ou seja, lei ordinária. O tributo não pode ser criado sem que para isso a lei ordinária o ampare nessa aplicação, salvo naqueles casos em que a CF determinou claramente o uso de lei complementar. (Arts. 148 e 154, I, da CF). 6.2 - Princípios da isonomia ou igualdade tributária (Art. 150, II, da CF): Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. É proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. O princípio deriva do princípio republicano que proíbe qualquer tipo de distinção entre as pessoas, considerando que todos são iguais perante a lei (Art. 5º da CF). A igualdade tributária garante o tratamento tributário igual entre os contribuintes que se encontrem em situação igual e diferenciada para aqueles que estiverem em situação desigual, na medida de suas desigualdades. Assim, uma pessoa que aufere renda de um salário mínimo por mês será tratada em matéria tributária de forma diferente daquela outra que recebe vinte salários mínimos mensais. 6.3- Princípio da irretroatividade (Art. 150, III, “a”, da CF): Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: cobrar tributos: “Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da lei vigente que os houver instituído ou aumentado”. Tal princípio corrobora com a segurança jurídica do contribuinte, afastando a incidência tributária, sobre fatos geradores passados em relação à lei que apareceu depois. A obrigação tributária só poderá ser exigida em fatos ocorridos à vigência da lei que a houver instituído ou majorado, a não ser nos casos previstos no Art.106 do CTN que se vocacionam para atuarem no passado com suas equivalentes bases. 6.4 - Princípio da anterioridade simples ( Art. 150, III, “b”, da CF): Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: Cobrar tributos: “No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou” Esse princípio é consequência da segurança jurídica composto pela vedação da Administração de exigir tributos no mesmo ano da publicação da lei, que instituiu ou aumentou o tributo em questão. Essa regra garante ao contribuinte um certo período de tempo para se adaptar ao tributo criado ou majorado, postergando para o primeiro dia do ano seguinte da publicação da lei o início da sua cobrança. 6.5 - Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena (Art. 150, III. “c”, da CF): Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: Cobrar tributos: “Antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. Contabilidade Tributária 12 Tal princípio foi incluído na Constituição Federal pela EC nº 42, de 19.12.2003, e a Administração só poderá exigir um tributo decorridos 90 dias da publicação da lei que instituiu ou aumentou o tributo em questão. Dessa forma, combinando esse princípio com o da anterioridade simples, a cobrança de um tributo só produzirá efeito 90 dias da data da publicação da lei que o houver criado ou majorado, bem como se estiver no ano seguinte ao da referida publicação. 6.6 - Princípio da vedação de tributo confiscatório (Art.150, IV, da CF): Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: “Utilizar tributo com efeito de confisco”. 6.7 - Princípio da Liberdade de tráfego (Art.150, V, da CF) : Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: “Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvado a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”. A liberdade de locomoção é parte integrante dos direitos fundamentais do indivíduo previstos no art. 5º da CF. Em matéria tributária, essa liberdade proíbe a limitação da locomoção de pessoas ou bens dentro do território nacional por meio de estabelecimento de barreiras fiscais na forma de tributos interestaduais e intermunicipais. Seção 7 - Créditos Tributários: Definição, Lançamento, Suspensão, Extinção e Exclusão 7.1 - Definição O crédito tributário origina-se da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. Entretanto, o Estado não é capaz de exigir seu cumprimento pelo contribuinte, fator esse que depende da constituição do crédito tributário, conforme preceitua o Art. 139 do CTN: “O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza dessa”. 7.2 - Lançamento Tributário O Art. 142 do CTN definiu o conceito de lançamento tributário, especificando todos os seus componentes: 7.3 - Suspensão do Crédito Tributário Representa situações em que o Estado como credor tem sua capacidade para exigir o crédito tributário do sujeito passivo suspenso temporariamente. Durante esse período, o Estado deverá aguardar o término das causas suspensivaspara readquirir o direito de exigir o crédito. Entretanto, as hipóteses de suspensão do crédito não interferem na obrigação do sujeito passivo em cumprir com as obrigações acessórias que lhe são correspondentes. O crédito só poderá ser suspenso nas situações relacionadas no Art. 151 do CTN: Art. 151 – Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I. Moratória; II. O depósito do seu montante integral; III. As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV. A concessão de medida liminar em mandado de segurança; V. A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Inciso incluído pela Lcp n° 104, de 10.01.2001.) ( Vide Medida Provisória n° 38, de 13.05. 2002) VI. O parcelamento. (Inciso incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001.) (Vide Medida provisória n° 38, de 13.5.2002.) Parágrafo único - O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes. 7.4 - Extinção do Crédito Tributário A extinção do crédito tributário ocorre ao desfazer a obrigação tributária existente entre o Estado (sujeito ativo) e o contribuinte (sujeito passivo) nas hipóteses previstas pelo Art. 156 do CTN, cabendo a lei ordinária disciplinar a respeito das situações em que se constatam erros nos lançamentos de créditos tributários já extintos. 13 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 Art. 156 – Extinguem o crédito tributário: I. O pagamento. II. A compensação. III. A transação. IV. A remissão. V. A prescrição e a decadência. VI. A conversão de depósito em renda. 7.5 - Exclusão Do Crédito Tributário Art. 175 – Excluem o crédito tributário: I. A isenção; II. A anistia. a. Isenção (Art. 176 a 179, do CTN): A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração. b. Anistia (Arts. 180 a 182 do CTN): A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede. Chegamos ao final de nossa primeira aula! Vamos relembrar o que foi estudado nesta aula retomando a conversa inicial: Seção 1 Na seção 1 vimos o conceito de tributo, cada um dos elementos que compõem sua definição, ou seja, é importante lembrar que o Tributo é a prestação pecuniária, por não ser apresentada por dinheiro. Já o tributo compulsório é obrigatório, e todos os tributos dependem de uma lei que o assegura. Seção 2 Na seção 2 vocês viram os Elementos essenciais da obrigação tributária, e também a obrigação é essencial ou acessória, e que somente a lei pode estabelecer os tributos , bem como os extinguir. Seção 3 Na Seção 3 falamos de Fato gerador, que estabelece a obrigação principal definida em lei como necessária e suficiente a sua decorrência, e o que é o sujeito ativo e passivo da obrigação. Retomando a aula Seção 4 Na seção 4 você entenderam as Espécies tributárias, impostos e taxas sobre serviços, cobrados pela união, estados, distrito federal e municípios. Seção 5 Na Seção 5 vimos a Classificação dos tributos, ou seja, os tributos podem ser classificados de várias formas, destacando suas características inerentes ao Sistema Tributário Brasileiro e à doutrina, bem como as diferenças que existem entre eles. Seção 6 Na seção 6 vocês puderam verificar os Princípios constitucionais tributários. Os princípios da legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade, anterioridade nonagesimal ou noventena, vedação de tributo confiscatório, e por fim o princípio da Liberdade de tráfego. Seção 7 Em nossa última seção vimos os Créditos tributários e sua definição, lançamento, suspensão, extinção e exclusão. Espero que tenham tido um ótimo aproveitamento em nossa primeira aula. Passaremos agora para a nossa segunda aula! Minhas anotações Contabilidade Tributária 14 Minhas anotações 15 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 2Aula Tributos Incidentes Sobre o Resultado Prezados(as) alunos(as) Prosseguindo nossos estudos, na aula 2, falaremos sobre os tributos incidentes sobre o resultado, no qual tem como principais objetivos entender o imposto de renda das pessoas jurídicas e todos os tipos de tributações. Desta forma, faz se necessário uma boa reflexão dos objetivos, para que sua aprendizagem seja satisfatória. Bons estudos! Contabilidade Tributária 16 Objetivos de aprendizagem Seções de estudo Ao término dessa aula vocês serão capazes de: • entender o imposto de renda das pessoas jurídicas; • compreender os tipos de tributações; Seção 1 - Imposto de renda das pessoas jurídicas Seção 2 - Tributação com base no lucro real – IRPJ imposto de renda da pessoa jurídica Seção 3 - Tributação com base no lucro real - CSLL contribuição social sobre o lucro Seção 4 - Tributação com base no lucro presumido Seção 5 - Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido e arbitrado Seção 1 - Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas Em relação às pessoas jurídicas, a ocorrência do fato gerador é verificada pela obtenção de resultados positivos (lucros) em suas operações industriais, mercantis ou de prestação de serviços, além de acréscimos patrimoniais decorrentes de ganhos de capital (receitas não operacionais). O imposto será devido conforme os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo auferidos. De acordo com o regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 3.000/99), a base de cálculo do IRPJ será determinada pelo montante real, presumido ou arbitrado das rendas e proventos de qualquer natureza, condicionado à ocorrência de certas circunstâncias previstas em lei que serão explicadas mais adiante. O período de apuração do IRPJ é trimestral, encerrado nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, sendo determinado mediante a aplicação sobre a base de cálculo (lucro real, presumido ou arbitrado) expressa em reais (R$) da alíquota de 15,0%. Além dessa alíquota, a parcela de base de cálculo que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00, pelo número de meses do respectivo período de apuração, ficará sujeita à incidência de adicional de IRPJ, calculado à alíquota de 10,0%. O recolhimento do IRPJ, bem como das demais receitas tributárias de competência da União, deverá ser realizado em um formulário denominado Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). O prazo de recolhimento do IRPJ em quota única será até o último dia útil do mês subsequente ao do trimestre encerrado. Conforme opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses consequentes ao encerramento do trimestre. Nenhuma dessas quotas poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 deverá ser pago em quota única, observando a incidência de juros nas seguintes quotas: 1ª quota: não será acrescida de juros; 2ª quota: será acrescida em 1,0% no mês do pagamento; e 3ª quota: será acrescida de juros à taxa SELIC acumulada mensalmente a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e 1,0% no mês do pagamento. Entendendo a Tabela do Imposto de Renda: • IRPJ normal sobre a base de cálculo Lucro Presumido ou Lucro Real = 15% • Adicional do Imposto de Renda 10% sobre o valor que exceder a R$ 20.000,00 da base de cálculo mensal. • Em caso de cálculo trimestral o valor do adicional será calculado sobre o excedente da base de cálculo de R$ 60.000,00 e se for anual R$ 240.000,00. Seção 2 - Tributação Com Base no Lucro Real – IRPJ Imposto de Renda da PessoaJurídica 2.1 - Disposições Gerais De acordo com a legislação em vigor, Lucro Real é conceituado como sendo o resultado contábil líquido do trimestre antes do IRPJ e da CSLL, transcrito em livro próprio – denominado Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) – e ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou amortizadas pela Legislação do Imposto de renda. Desses ajustes chamados de extra contábeis, obtêm-se o Lucro Real, considerado como base para o cálculo de IRPJ do período de apuração. Em seu artigo 246, o Regulamento do Imposto de Renda define as pessoas jurídicas obrigadas à apuração do IRPJ com base no lucro real: 17 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 a) Cujo faturamento (receita total), no ano- calendário anterior, seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade no ano, quando inferior a 12 meses; (...) b) Cujas atividades sejam de bancos comerciais, de investimentos, de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada e aberta; c) Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; d) Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; e) Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa. (Pagamento Mensal por Estimativa) Lucro Real Anual. f) Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços, (factoring); g) Que explorem atividades de compra e venda loteamento, incorporação e construção de imóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF nº 25/1999). Por esse regime de tributação, embora seja determinado com base no resultado contábil do exercício auferido pelas pessoas jurídicas, observa- se que esse não é o mesmo que será tributado pelo IRPJ. Entretanto, nota-se de imediato a importância das demonstrações contábeis, pois é com base nelas que o encargo tributário da pessoa jurídica é determinado. Pode-se afirmar, então, que a escrituração contábil exerce um caráter universal, isto é, desconsiderando quaisquer indagações sobre as origens ou consequências comerciais ou fiscais, todos os fatos devem, obrigatoriamente, ser registrados contabilmente. Além disso, a legislação tributária estrutura-se pautada em inúmeros conceitos do Direito Comercial, tais como: balanço patrimonial, patrimônio líquido, reservas, incorporação, cisão, dividendo etc. Muitos desses institutos ingressam no mundo jurídico apoiados em conceitos e princípios que pertencem à contabilidade. O direito vai buscar na Contabilidade critérios e procedimentos técnicos e transforma-os em atos jurídicos. 2.2 - Valores que deverão ser adicionados ao lucro líquido do exercício Os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o RIR/2004, devam ser computados na determinação do lucro real; Ressalvadas as disposições especiais contidas no RIR/2004, as quantias tiradas dos lucros ou de quaisquer fundos ainda não tributados para aumento do capital, para distribuição de quaisquer interesses ou destinadas a reservas, quaisquer que sejam as designações que tiverem, inclusive lucros suspensos e lucros acumulados. Os pagamentos efetuados à sociedade civil quando esta for controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes, controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos, bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau das referidas pessoas. Os encargos de depreciação, apropriados contabilmente, correspondentes ao bem já integralmente depreciado em virtude de gozo de incentivos fiscais previstos no RIR/2004; Despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores; Doações; Despesas com brindes O valor da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido registrado como despesa operacional; 2.3 - Valores que deverão ser excluídos ao lucro líquido do exercício Os valores cuja dedução seja autorizada pelo Regulamento do Imposto de Renda e que não tenham sido computados na apuração do Lucro Líquido no período de apuração; Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, não sejam computados no lucro real; Contabilidade Tributária 18 O prejuízo Fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a 30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas no Regulamento do Imposto de Renda, desde que tenha a escrituração do LALUR; Os rendimentos e ganhos de capital nas transferências de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado; Os dividendos anuais mínimos distribuídos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento; Os juros produzidos pelos Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e pelas Notas do Tesouro Nacional (NTN), emitidos pelo Banco Central do Brasil; EXEMPLO DE ESCRITURAÇÃO DO LALUR 2.4 - Pagamento Mensal por Estimativa As pessoas jurídicas sujeitas à tribulação com base no regime do lucro real poderão optar pela sua apuração anual, que compreenderá o período entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. Entretanto, além de ficarem impedidas de optar pela tributação com base no lucro presumido, elas estarão obrigadas ao pagamento mensal da parcela do imposto que será devido a título de antecipação, inclusive o relativo ao mês de dezembro, calculado por estimativa. Essas parcelas serão vencíveis até o ultimo dia útil do mês subsequente ao de sua apuração. Quando do encerramento do exercício, as pessoas jurídicas que optarem por essa forma de recolhimento, deverão calcular o imposto devido com base no lucro real anual, apurado em 31 de dezembro, de forma idêntica à descrita às pessoas jurídicas com apuração trimestral do imposto e elaborar uma declaração de ajuste. O saldo da diferença entre o imposto devido com base no lucro real anual e o somatório das importâncias pagas por estimativas durante o ano será: a) Se positivo, pago em quota única até o último dia útil do mês de março do ano subsequente, acrescido de juros equivalentes à taxa SELIC, acumulada mensalmente, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1,0% no mês do pagamento. b) Se negativo compensado com o imposto devido a partir do mês de janeiro do ano- calendário subsequente, assegurada da alternativa de requerer a restituição do montante pago a maior. Esse saldo será acrescido de juros equivalentes à taxa SELIC acumulada mensalmente, a partir de 1,0% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada a restituição ou compensação. Seção 3 - Tributação Com Base No Lucro Real - Csll Contribuição Social Sobre O Lucro 3.1 - Disposições Gerais De competência da União, essa contribuição foi instituída pela Lei nº 7.689/88 com o objetivo de financiar a seguridade social por meio dos lucrosauferidos pelas pessoas jurídicas e das entidades que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda. Para as empresas tributadas pelo lucro real, a CSLL deverá ser apurada trimestralmente, encerrada nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, com base no resultado do exercício, antes da Provisão para IRPJ, ajustado pelas adições, exclusões e compensações estabelecidas na legislação. Caso as empresas apurem o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado, a CSLL também deverá ser apurada trimestralmente pelos mesmos critérios. Mas com base em um valor determinado pela aplicação de porcentuais definidos pela legislação sobre a receita bruta, acrescido dos ganhos de capital, de rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, das demais receitas e rendimentos e dos resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pela incidência do porcentual. Nesse regime de tributação, a base de cálculo para CSLL é determinada pelo resultado do trimestre, antes da provisão para seu próprio pagamento e a provisão para IRPJ, ajustado por adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela legislação. 19 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 São consideradas não dedutíveis, entre outros, devendo ser adicionados para determinar a base de cálculo da CSLL, os seguintes valores: • As provisões não dedutíveis para fins de apuração do lucro real, exceto a Provisão para Imposto de Renda; • As seguintes despesas não dedutíveis computados na apuração do lucro líquido: a) Das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização de bens e serviços; b) Das despesas e custos de depreciação, amortização, manutenção, reparo conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços; c) Das despesas e custos com alimentação dos sócios, acionistas e administradores, quando não fornecidas pelo restaurante da própria empresa; d) Das despesas, custos e contribuições baseadas nos lucros, relativos à previdência privada e ao Fundo de Aposentadoria Programada Individual (FAPI), cujo ônus seja da pessoa jurídica, que somados, excederem a 20% do total dos salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano. e) Das doações, exceto as referidas no § 2º do Art. 13 da lei nº 9.249, de 1995; e f) Das despesas com brindes. • Os ajustes decorrentes da aplicação de métodos de preços de transferências; • Os ajustes por diminuição do valor de investimento avaliados pelo patrimônio líquido (equivalência patrimonial); • O valor de reserva de reavaliação, baixado durante o período-base, cuja contrapartida não tenha sido computada no resultado do período- base; e • O valor dos lucros distribuídos disfarçadamente, apurados nos termos da legislação do imposto de renda. São considerados dedutíveis, podendo ser excluídos para determinar a base de cálculo da CSLL, entre outros, os seguintes valores: • O montante dos saldos das provisões não dedutíveis, bem como o montante dos créditos deduzidos que tenham sido recuperados (revertidos), em qualquer época ou a qualquer título; • Os Lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo método do custo de aquisição; e, • O resultado positivo dos investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial. Seção 4 - Tributação Com Base No Lucro Presumido A apuração trimestral do IRPJ com base no lucro presumido constitui uma forma de tributação simplificada a ser exercida pelas empresas de modesto porte desde que não sejam obrigadas, no ano-calendário, à complexa apuração trimestral do IRPJ baseada no lucro real, que pressupõe uma escrituração contábil capaz de apurar o resultado fiscal do trimestre, antes do último dia útil do mês subsequente. A opção pelo regime de tributação, com base no lucro presumido, será manifestada com o pagamento em DARF com código específico da primeira quota ou única quota do imposto devido, correspondente ao primeiro trimestre de apuração de cada ano-calendário (janeiro a março). A pessoa jurídica que iniciar as atividades a partir do segundo trimestre, manifestará a opção com o pagamento da primeira quota ou única quota do imposto devido, relativa ao período de apuração do início de atividade. De acordo com o Art. 527 do RIR/2004, a pessoa jurídica que optar pela tributação com base no lucro presumido deverá manter: a) Escrituração contábil nos termos da legislação comercial; b) Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário; c) Em boa guarda e ordem, enquanto não tiver decorrido o prazo decadencial e não forem prescritas as eventuais ações que lhe sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração comercial e fiscal. Deve-se observar que o parágrafo único desse mesmo artigo dispensa da escrituração contábil as Contabilidade Tributária 20 empresas que mantiverem o Livro Caixa no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentação financeira, inclusive bancária. O lucro presumido será o montante determinado pela aplicação de porcentuais variáveis, conforme o ramo de atividade da pessoa jurídica sobre a receita bruta auferida em cada trimestre do ano-calendário, já referidos no cálculo do IRPJ por estimativa, exceto as instituições financeiras, seguradoras, entidades de previdência privada e as empresas de factoring que estão obrigadas à apuração do imposto com base no lucro real. Ao lucro presumido, deverão ser adicionados os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos não compreendidos na atividade operacional da empresa inclusive: a) Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, inclusive nos mercados de renda variável, como bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhados e no mercado de balcão organizado; b) Os juros recebidos a título de remuneração do capital próprio por outras empresas, cuja pessoa jurídica seja sócia ou acionista; c) Os juros ativos e os descontos obtidos em pagamentos de obrigações; O contribuinte poderá efetuar o pagamento do IRPJ com base no lucro arbitrado (auto arbitramento), desde que a receita bruta seja conhecida e que ocorram as hipóteses listadas acima, as quais permitem ao Fisco arbitrar o lucro de ofício. O contribuinte, ao optar pelo auto arbitramento, deverá observar que essa forma de apuração abrangerá todo ano-calendário, assegurada, ainda, a tributação com base no lucro real relativa aos trimestres não submetidos ao arbitramento, se a pessoa jurídica dispuser de escrituração exigida pela legislação comercial e fiscal que demonstre o lucro real dos períodos não abrangidos por aquela modalidade de tributação. Seção 5 - Pessoas Jurídicas Tributadas Pelo Lucro Presumido e Arbitrado A pessoa jurídica que apura trimestralmente o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado também deverá recolher trimestralmente a CSLL, cuja base corresponde à aplicação dos porcentuais de 12,0% ou 32,0% sobre a receita bruta do trimestre acrescida dos ganhos de capital, de rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, das demais receitas e rendimentos e dos resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pela incidência dos porcentuais. Por outro lado, se a receita bruta não for conhecida, o lucro arbitrado, determinado por meio de procedimento de ofício, será calculado mediante a aplicação dos porcentuais e critérios constantes na tabela própria. Tributaçãocom Base no Lucro Arbitrado, e também constituirá a base de cálculo da CSLL. 5.1 - Cálculo do lucro presumido - IRPJ Sobre as receitas da atividade operacional: O imposto de renda das empresas incide sobre o lucro. As empresas optantes pelo lucro presumido devem presumir o lucro auferido em cada trimestre, e essa presunção é feita pela aplicação de percentuais de lucratividade ditados pela lei: a) Comércio e Indústria: 8,0% (oito por cento); b) Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural: 1,6% (um inteiro e seis décimos por cento); c) Serviços em geral: 32,0% (trinta e dois por cento); d) Serviços hospitalares e de transporte de carga: 8% (oito por cento); e) Demais serviços de transporte: 16% (dezesseis por cento); e f) Instituições financeiras, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de seguros privados, entidades de previdência privada aberta e empresas de capitalização: 16%. 5.2 - Percentuais reduzidos para pequenos prestadores de serviços. A base de cálculo mensal do imposto de renda das pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de transporte, bem como aqueles prestados por sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas, cuja receita bruta anual seja de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), será determinada mediante a aplicação do percentual de 16% sobre a receita bruta auferida mensalmente (Lei nº 9.250/95, art. 40). A pessoa jurídica que houver utilizado a alíquota reduzida de 16,0%, cuja receita bruta acumulada até um determinado mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00, ficará sujeita ao pagamento da diferença de estimativa não recolhida, apurada em relação a cada trimestre transcorrido, até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrer o 21 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 excesso, sem acréscimos legais. EXEMPLO: TABELA PRÁTICA DE PERCENTUAIS 5.3 - Base de cálculo da CSLL Desde 1º de janeiro de 1997, a base de cálculo da CSLL, apurada pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado corresponde à soma dos valores (1+ 3): 1. - Sobre a receita bruta trimestral (regime de competência ou de caixa): 1.1 - Do comércio ou indústria e prestação de serviços em geral: 12% (doze por cento); e 1.2 - Desde 1º de setembro de 2003, 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita da prestação dos seguintes serviços: a) Prestação de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de transportes; b) Intermediação de negócios; c) Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); e e) Ao diferencial entre o preço de venda e o custo de aquisição de veículos usados; 1) 12% (doze por cento) da parcela das receitas auferidas, no respectivo período de apuração, nas exportações a pessoas vinculadas ou para países com tributação favorecida, que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa, na forma da legislação específica; 2) Ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pela atividade operacional, auferidos no mesmo período de apuração, inclusive: a) Os ganhos de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de ouro não caracterizado como ativo financeiro; b) Os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de sua aquisição; c) Os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou direitos; d) Os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física; e) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção; f) Os juros equivalentes à taxa referencial da Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a tributos e contribuições a serem restituídos ou compensados; g) Os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de incidência da CSLL com base no resultado ajustado, ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de incidência da CSLL com base no resultado presumido ou arbitrado; Contabilidade Tributária 22 h) A diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos entregue para a formação do referido patrimônio; i) Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável; e j) As variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual. EXEMPLO: Chegamos ao final de nossa segunda aula. Espero que vocês tenha tido um bom aproveitamento. Para um melhor aproveitamento vamos recordar o que foi estudado nesta aula? Seção 1 Nesta seção vimos o Imposto de renda das pessoas jurídicas, em que a ocorrência do fato gerador é verificada pela obtenção de resultados positivos (lucros) em suas operações industriais, mercantis ou de prestação de serviços, além de acréscimos patrimoniais decorrentes de ganhos de capital (receitas não operacionais). O imposto será devido conforme os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo auferidos. Seção 2 Na seção 2 vocês observaram a Tributação com base no lucro real – IRPJ imposto de renda da pessoa jurídica, que trata-se do Lucro Real como sendo o resultado contábil líquido do trimestre antes do IRPJ e da CSLL. Também vimos nesta seção o s valores que deverão ser adicionados e excluídos ao lucro líquido do exercício, e o pagamento mensal por estimativa. Seção 3 Na seção 3 pudemos entender a Tributação com base no lucro real - CSLL contribuição social sobre o lucro, a qual foi instituída pela Lei nº 7.689/88 com o objetivo de financiar a seguridade social por meio Retomando a aula dos lucros auferidos pelas pessoas jurídicas e das entidades que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda. Seção 4 Nesta seção trabalhamos com a Tributação com base no lucro presumido, que nada mais é do que uma forma de tributação simplificada a ser exercida pelas empresas de modesto porte desde que não sejam obrigadas, no ano-calendário, à complexa apuração trimestral do IRPJ baseada no lucro real, que pressupõe uma escrituração contábil capaz de apurar o resultado fiscal do trimestre, antes do último dia útil do mês subsequente. Seção 5 Na última seção desta aula trabalhamos com Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido e arbitrado, cálculo do lucro presumido, percentuais reduzidos para pequenos prestadores de serviços e por fim a base de cálculo da CSLL Minhas anotações 23 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 Tributos Incidentes Sobre o Valor Agregado Prezados(as) alunos(as) Vamos iniciar nossa terceira aula analisando o que são os tributos incidentes sobre o valor agregado, oimposto sobre circulação de mercadoria, os tipos de contribuição e impostos de qualquer natureza. Vamos a nossa aula? Bons estudos! 3Aula Contabilidade Tributária 24 Objetivos de aprendizagem Seções de estudo Ao término dessa aula vocês serão capazes de: • entender o imposto sobre circulação de mercadorias; • compreender os tipos de contribuição de todos os setores • observar os tipos de impostos de qualquer natureza. Seção 1 – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Seção 2 – Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) Seção 3 – Pessoas jurídicas impedidas de optar pelo simples Os incidentes sobre o valor agregado ou valor acrescentado, tributam cada fase do processo produtivo. O valor adicionado de uma empresa representa quanto de valor ela agrega aos insumos que adquire em um determinado período, obtidos pela diferença entre as vendas e o total dos insumos adquiridos de terceiros (matérias-primas, mão de obra). Esse valor será igual à soma de toda remuneração dos esforços consumidos nas atividades da empresa. Seção 1 - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) A atual Constituição Federal atribuiu aos Estados e ao Distrito Federal a competência para regulamentar o ICMS, observando as normas gerais previstas pela Lei Complementar n° 87/96 (Lei Kandir) e pelos convênios firmados entre os Estados. É por essa razão que cada Estado brasileiro possui seu próprio regulamento para esse imposto, determinando o prazo de recolhimento e o documento a ser utilizado em sua arrecadação. A legislação em vigor considera como contribuintes qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que se iniciem no exterior. Mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, é também contribuinte a pessoa física ou jurídica que: a) Importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; b) Seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior 1.1 - Tributos Sobre a Folha de Pagamento Além do próprio salário a ser pago aos empregados pela prestação de serviços ao empregador, todos os benefícios aos quais eles têm direito devem constar na folha de salários, tais como: adicionais, comissões, gorjetas, gratificações, prêmios etc. Do total da remuneração deverão, ainda, ser descontados todos os valores legalmente permitidos, tais como: contribuições previdenciárias, Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), adiantamentos salariais, contribuição sindical, vale-transporte e outros valores previstos em instrumentos de negociação coletiva. Constam ainda como despesas com pessoal àqueles valores cujo ônus é exclusivo do empregador, tais como: a parte da contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrada sobre a folha de pagamento a ser recolhida pelo empregador, as indenizações pagas aos funcionários e o encargo da empresa referente à contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 1.2 - Contribuição ao INSS Além da CSLL, da COFINS e da contribuição ao PIS, uma das formas de financiamento da seguridade social que se origina das pessoas jurídicas é a proveniente da folha de salários, inclusive pró- labore, conforme o Art. 195 da Constituição Federal. Essa contribuição é repartida proporcionalmente entre empregados, como será visto a seguir: Na forma da Lei n° 8.212/91, as empresas contribuem à Seguridade Social da seguinte forma: a) 20,0% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo a disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; 25 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 b) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas no decorrer do mês aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa (antigo SAT) decorrente dos riscos ambientais do trabalho: • 1,0% para risco considerado leve; • 2,0% para risco médio; e, • 3,0% para risco considerado grave. c) sobre o total das contribuições das remunerações pagas ou creditadas, para os seguintes Fundos e Entidades (Terceiros): • SEBRAE ( 0,6%); • SENAI, SENAC ou SENAT (1,0%); • INCRA ( 0,2%); • Salário Educação (2,5%); • SESI, SESC ou SEST (1,5%). Caso a empresa mantenha convênio com SENAI e SESI, por exemplo, ministrando cursos profissionalizantes em suas próprias dependências, e a seu custo, ela está isenta do recolhimento destinado a esses órgãos. Quanto à parcela do empregado, inclusive dos domésticos e trabalhadores avulsos, o empregador é obrigado a descontar deles a contribuição previdenciária, mediante aplicação de porcentuais sobre o salário recebido limitado a um teto de salário contribuição estabelecido pelo INSS, conforme tabela divulgada periodicamente em seu próprio site: (www. previdenciasocial.gov.br). A contribuição previdenciária descontada do empregado, se não for recolhida pela empresa ao INSS nos prazos legais (atualmente dia 2 do mês seguinte a aquele a que se referirem às remunerações, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente bancário), configurará crime de apropriação indébita previdenciária. Portanto, o valor do encargo do empregado (contribuinte de fato) não faz parte do custo ou despesa e é apenas representado no passivo como obrigação da empresa, que é depositária desse desconto e responsável pelo recolhimento, no prazo, ao INS O recolhimento das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas, a partir da competência 02/2001, deverá ser realizada por meio da Guia da Previdência Social (GPS), cuja arrecadação será efetuada exclusivamente mediante débito em conta, comandado por meio da rede Internet ou por aplicativos eletrônicos disponibilizados pelos bancos A Resolução INSS/DC nº 39 de 23.11.00, determinou o valor mínimo de R$ 29,00 para recolhimento de contribuições previdenciárias junto à rede arrecadadora, a partir de 01.12.2000. A empresa ou contribuinte que eventualmente possuir recolhimento inferior a R$ 29,00 deverá acumular esse valor com os próximos valores devidos até que a soma atinja esse mínimo, para, então, proceder ao recolhimento, utilizando a última competência como base de informação. 1.3 Contribuição ao FGTS O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), instituído em 1966, e regido atualmente pela lei n° 8.036, de 1990, representa uma reserva constituída por depósitos realizados pelo empregador na rede bancária e transferidos à Caixa Econômica Federal, com base na remuneração do empregado, a ser utilizado por este nos seguintes casos: • Demissão do trabalhador sem justa causa; • Término do contrato por prazo determinado; • Aposentadoria; • Suspensão de trabalho avulso; • Falecimento do trabalhador; • Quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV; • Quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia maligna (câncer); • Permanência da conta sem depósito por três anos ininterruptos, para os contratos rescindidos até 13.07.90 e para os demais; permanência do trabalhador por igual período fora do regime de FGTS; • Rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior; • Rescisão docontrato por extinção total ou parcial da empresa; • Ocorrência de calamidade pública que tenha afetado a residência do trabalhador, devidamente reconhecida pelo governo http://www.previdenciasocial.gov.br http://www.previdenciasocial.gov.br Contabilidade Tributária 26 federal e observadas as demais exigências da lei; • Rescisão do contrato por decretação de nulidade do contrato de trabalho nas hipóteses previstas no Art. 37§ 2°, da Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário, ocorrida após 28.07.2001; • Compra da casa própria; • Pagamento de parte do valor das prestações de financiamento do SFH; Aplicação em FMP/FGTS, quando da venda de empresas públicas. 1.4 - IRRF Sobre Rendimentos do Trabalho De acordo com o RIR/2004, o Imposto sobre a Renda retido na Fonte (IRRF) incidente sobre rendimentos do trabalho tem como fato gerador o pagamento de salário a qualquer título, indenização sujeita a tributação, ordenado, vencimento, provento de aposentadoria, reserva ou reforma, pensão civil ou militar, soldo, pró- labore, remuneração indireta, retirada, vantagem, subsídio, comissão, corretagem, benefício (remuneração mensal ou prestação única) das previdências social ou privada, do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e de Fundo de Aposentadoria Programada Individual (FAPI) remuneração de conselheiro fiscal e de administração, diretor e administrador de pessoa jurídica, titular de empresa individual, gratificação e participação dos dirigentes no lucro, participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e demais remunerações decorrentes de vínculo empregatício, recebidos por pessoa física residente no Brasil. O imposto será calculado mediante a utilização da tabela progressiva mensal, divulgada no site da SRF (www.receita.fazenda.gov.br). 1.5 - Tributos Incidentes Sobre o Faturamento PIS/PASEP e COFINS Os contribuintes da COFINS e do PIS/PASEP são as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela Legislação do Imposto de Renda. A legislação prevê basicamente duas modalidades para o cálculo mensal do PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre o faturamento: a primeira é aplicada sobre a receita bruta das pessoas jurídicas, em geral, enquanto a segunda destina-se exclusivamente às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, sujeitas à sistemática da não-cumulatividade, As contribuições ao PIS/PASEP e à COFINS deverão ser recolhidas em DARF, de forma centralizada na matriz, até o último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores. 1.6 - Base de Cálculo A partir de 1° de fevereiro de 1999, com a edição da lei nº 9.718/98, a base de cálculo dessas contribuições é a receita bruta da pessoa jurídica, ou seja, a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada às receitas (operacionais ou não-operacionais), sendo excluídas ou deduzidas aquelas textualmente previstas como: I. As vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos no ato da venda. II. O IPI destacado nas notas fiscais e o ICMS cobrado pelo vendedor na condição de substituto tributário. III. A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente, como: a venda de um imobilizado. IV. As receitas decorrentes dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. V. As receitas de exportação de mercadorias ao exterior. VI. As receitas do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível. VII. As receitas do transporte internacional de cargas ou passageiros 1.7 - PIS/PASEP – Cobrança Não Cumulativa A partir de 1° de dezembro de 2002, com a Lei nº 10.637/2002, acaba a cumulatividade do PIS/PASEP às empresas optantes pelo regime de tributação pelo lucro real. Essa contribuição será calculada à alíquota de 1,65% sobre o faturamento mensal da pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Do valor determinado, a pessoa jurídica poderá descontar créditos mediante a aplicação de alíquota de 1,65% sobre o valor: • De bens adquiridos no mês para revenda, exceto em relação às mercadorias a aos produtos adquiridos às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora (substituição tributária) ou submetidos à http://www.receita.fazenda.gov.br 27 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 incidência monofásica do PIS; • De bens e serviços adquiridos no mês, utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; • Dos aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, incorridos no mês e pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; Das despesas financeiras, incorridas no mês, decorrentes de empréstimos, financiamentos e contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optante pelo SIMPLES; Dos encargos de depreciação de máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; Dos encargos de depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido suportada pela locatária; Dos bens recebidos no mês em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto na Lei n° 10.637/2002; e, Da energia elétrica consumida no mês nos estabelecimentos da pessoa jurídica. A contribuição para o PIS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: • exportação de mercadoria para o exterior; • prestação de serviços para pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior; • cujo pagamento represente ingresso de divisas; e • vendas à empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. 1.8 - Cofins - Cobrança Não Cumulativa Com a lei n° 10.833/2003, para empresas optantes pelo lucro real, a partir de 1º de fevereiro de 2004, acaba a cumulatividade da COFINS sobre receita bruta. Essa contribuição será calculada à alíquota de 7,6% sobre o faturamento mensal da pessoa jurídica, independente de sua denominação ou classificação contábil. Do valor determinado, a pessoa jurídica poderá descontar créditos mediante a aplicação da alíquota de 7,6% sobre o valor: • De bens adquiridos no mês para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos adquiridos aos quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora (substituição tributária) ou submetidos a incidência monofásica do PIS; • De bens e serviços adquiridos no mês utilizados como insumos na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; • Dos aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, incorridos no mês e pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; • Das despesas financeiras, incorridas no mês, decorrentes de empréstimos, financiamentos e contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optante pelo SIMPLES; • Dos encargos de depreciação de máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; • Dos encargos de depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãe- de-cobra, tenha sido suportado pela locatária; • Dos bens recebidos no mês em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento domês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto na Lei nº 10.637/2002; e • Da energia elétrica consumida no mês nos estabelecimentos da pessoa jurídica. ALÍQUOTAS Para a COFINS, a alíquota geral é de 3% (a partir de 1° de fevereiro de 2001) ou 7,6% sobre receita bruta (dependendo do regime de tributação e enquadramento pela Lei n° 10.833/2003). Para o PIS/PASEP, 0,65% ou 1,65% (a partir de 1° de dezembro de 2002) • dependendo do regime de tributação e enquadramento pela Lei n° 10.637/2002) sobre a receita bruta ou 1% sobre a folha de salários, nos casos de entidades sem fins lucrativos. Contabilidade Tributária 28 Seção 2 - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) O ISS é um tributo indireto de competência dos municípios incidente sobre serviços de qualquer natureza. Esse imposto tem como fato gerador a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviço constante da lista da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. 2.1 - Base De Cálculo A base de cálculo do imposto é o preço do serviço, deduzido de eventuais valores correspondentes ao valor de materiais fornecidos pelo prestador dos serviços ou das subempreitadas já tributadas pelo imposto. 2.2 - Alíquotas As alíquotas do imposto são fixadas pelos municípios e podem variar, na prática atual, entre um valor fixo anual até o equivalente a 5,0% do valor dos serviços prestados. 2.3 - Simples Nacional Desde 1997, as pessoas jurídicas devidamente enquadradas como microempresa ou empresa de pequeno porte poderão optar em recolher os impostos e contribuições devidos, calculados sobre a receita bruta, mediante aplicação de alíquota única, pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES). O SIMPLES consiste no pagamento mensal unificado dos seguintes impostos e contribuições: a) Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); b) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); c) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); d) Contribuição para os Programas de Integração Social e Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP); e) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); e f) A parcela devida pelo empregador em relação à contribuição para o INSS abrangendo aquela destinada a terceiros (SESC, SESI, SEST, SENAT, SENAC, SENAT, SEBRAE), bem como o salário-educação, contribuição para o INCRA, seguro de acidente de trabalho e contribuição patronal. O SIMPLES poderá incluir o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS) ou o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) devido pela microempresa e empresa de pequeno porte, desde que a Unidade Federada ou o Município em que estejam estabelecidas venha a ele aderir mediante convênio. Seção 3 - Pessoas Jurídicas Impedidas de Optar Pelo Simples Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica, na condição de microempresa, que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (Duzentos e quarenta mil reais); 1. Que realize operações relativas: • à importação de produtos estrangeiros; • à locação ou administração de imóveis; • ao armazenamento e depósito de produtos de terceiros; • à propaganda e publicidade, excluídos os veículos de comunicação; • ao factoring; e • à prestação de serviço de vigilância, limpeza, conservação e locação de mão de obra; 2. Que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; 3. que participe do capital de outra pessoa jurídica, ressalvados os investimentos provenientes de incentivos fiscais efetuados antes da vigência da Lei nº 7.256, de 27 de novembro de 1984, quando se tratar de microempresa ou, antes de 6 de dezembro 29 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 de 1996, quando se referir a empresa de pequeno porte que tenha débito inscrito em Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cuja exigibilidade não esteja suspensa; 4. Cujo titular ou sócio que participe de seu capital com mais de 10,0%, tenha débito inscrito em Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cuja exigibilidade não esteja suspensa; 5. Que seja resultante de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento da pessoa jurídica, salvo em relação aos eventos ocorridos antes de 6 de dezembro de 1996; 6. Cujo titular ou sócio com participação em seu capital superior a 10,0% adquira bens ou realize gastos em valor incompatível com os rendimentos por ele declarados; e 7. Que exerça atividade de industrialização, por conta própria ou por encomenda, de bebidas ou cigarros. 3.1 - Escrituração A microempresa e a empresa de pequeno porte ficam dispensadas, para fins fiscais, de escrituração comercial, desde que mantenham em boa ordem e guarda, enquanto não decorrido o prazo decadencial (geralmente 5 anos) e não forem prescritas eventuais ações que lhe sejam pertinentes: a) Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentação financeira, inclusive bancária; b) Livro de Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término de cada ano-calendário; e c) todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração dos livros referidos. A optante pelo SIMPLES deverá ainda cumprir as demais obrigações acessórias previstas na Legislação Previdenciária e Trabalhista. Chegamos ao final de nossa terceira aula! Vamos relembrar o que foi estudado nesta aula retomando a conversa inicial: Retomando a aula Seção 1 Na seção 1 estudamos sobre o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), atribuído aos Estados e ao Distrito Federal, observando as normas previstas em Lei, e pelos convênios firmados entre os Estados. Vimos também, sobre os tributos em folha de pagamento, contribuição ao INSS, FGTS, IRRF sobre rendimentos do trabalho, tributos incidentes sobre o faturamento PIS/PASEP e COFINS, base de cálculo, PIS/PASEP – cobrança não cumulativa, COFINS - cobrança não cumulativa e por fim, as sobre alíquotas. Seção 2 Nesta seção nosso estudo focou o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), que é o preço do serviço, deduzido de eventuais valores correspondentes ao valor de materiais fornecidos pelo prestador dos serviços ou das subempreitadas, as alíquotas deste imposto e o simples nacional que consiste no pagamento mensal unificado. Seção 3 Na última seção desta aula falamos sobre Pessoas jurídicas impedidas de optar pelo simples e a escrituração, que é a pessoa jurídica, na condição de microempresa, que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 240.000,00, as mesmas ficam dispensadas, para fins fiscais, de escrituração, desde que se mantenham em boa ordem e não forem prescritas em eventuais ações. Minhas anotações Contabilidade Tributária 30 Minhas anotações 31 MBA em Contabilidade Gerencial e Controladoria - Sérgio Almir Wachter - UNIGRAN | 2017 Prezados(as) alunos(as) Chegamos a nossa última aula da disciplina, a qual estudaremos o Planejamento Tributário. Tenho certeza que ao final vocês estarão aptos a conceituar evasão fiscal, planejamento tributário e também as alternativas que temos sobre o planejamento.
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