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Uma borrasca se aproxima no horizonte 
Experiência faz a diferença nestes momentos 
 
 
A busca por melhores posições, no menor tempo possível, caracteriza os profissionais modernos. 
Estagiários, trainees estão sempre buscando maneiras de, no máximo em dois anos, tornar-se supervisores, 
gerentes, diretores. Para isso fazem cursos de pós-graduação logo que terminam a faculdade. 
 
Não tenho certeza se conseguem desfrutar do conteúdo. Falando com um professor de um famoso curso de 
pós-graduação em administração de empresas, ele me confidenciou que gosta das turmas onde há presença 
de pessoas com mais de 40 anos. Porque há troca de experiências, a participação é garantida e as perguntas 
têm fundamento na vivência profissional. 
 
Para esses jovens, no fim desses cursos, fica a sensação de que agora há embasamento, conteúdo, 
substância para acelerar a carreira e, por consequência, os salários. Cargos com nomenclatura pomposa 
ajudam muito. Principalmente para ilustrar o currículo que será enviado aos concorrentes. 
 
É uma maneira clássica de acelerar o processo de subida. Não é privilégio nosso. Multinacionais enviam 
executivos ao Brasil, para obter resultados significativos em curtos períodos de tempo. Eles o fazem, mas 
nem sempre o resultado obtido ajuda a organização em médio e longo prazos. A agenda pessoal está na 
volta à matriz, de preferência numa posição de destaque. Não advogo contra. Nem a favor. 
 
Acho que é a condição do mar que determina a escolha do capitão do navio. Para mar calmo, capitão novo 
dá conta do recado, auxiliado pela tecnologia e pelos marujos dedicados. Para mar bravio, capitão 
experiente, que já navegou anos naquele tipo de barco, que já vivenciou várias tempestades e está vivo para 
falar delas, que cometeu erros e aprendeu com eles. Que não abandona o navio porque o céu ficou cinza e 
porque a coisa vai ficar feia. 
 
Aquele que, apesar de tudo, sabe o valor de quem o manteve na ativa, que é leal à causa e não perde o sono 
à noite em dilemas pessoais. Ele se realiza em fazer seu trabalho porque acredita que é este seu destino, é 
ali que ele pode ser pleno e útil à sua corporação. 
 
E não é que os céus de nossa indústria estão começando a escurecer? Vem borrasca pela frente. Como está 
o plantel da sua empresa? Qual a idade média dos comandantes que ela dispõe? Calma, não se preocupe, 
existem muitos reservistas prontos para voltar a embarcar. Quer saber mais? Eles já acumularam 
patrimônio, já recebem aposentadoria e aceitarão voltar à ativa por um soldo justo. 
 
E, por não ter rabo preso com o destino, porque já aceitam sua sorte, terão coragem de fazer o que precisa 
ser feito, honrando as cores da corporação e desafiando até seus superiores se for a coisa certa a fazer. Na 
contramão dos que aceleram sem entender direito todas as curvas da estrada vêm os que regularão o 
mercado, com sua bagagem de vida e com vontade de dar o melhor de si. 
 
Acho que a aviação tem o modelo que nossa indústria tanto procura. Faça o teste. Se for viajar para o 
exterior, fique atento à tripulação. O mais garboso é o copiloto. O comandante é o senhor em que o 
uniforme é um pouco mais folgado, o sapato é mais confortável, o que tem os cabelos brancos. Dividirão o 
voo. Um cheio de energia e vontade de aprender, sonhando em sentar no banco à esquerda. 
 
O outro satisfeito por estar ali, contente em passar seu conhecimento adiante e pronto para fazer o que é 
certo, até por reflexo. Prefiro ver um piloto de cabelos brancos assumir o comando quando tenho de voar. 
Sei que não há 100% de garantia. Mas durmo tranquilo, porque qualquer que seja a situação, estou nas 
mãos do mais capacitado. 
 
Ivan Carlos Witt é sócio-presidente da Steer Recursos Humanos, empresa que fundou em 2002.

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