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Material_EMPRESARIAL_II_2015.2

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1 
 
DISCIPLINA: EMPRESARIAL II (Títulos de Crédito e Contratos Mercantis) 
CARGA HORÁRIA: 40 horas-aula. 
PROFESSOR: ANDRÉA AMARAL 
 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
 
UNIDADE I: 
 
1. TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
1.1 Noções Históricas 
1.2 Conceito de título de crédito 
1.3 Características e Princípios 
1.4 Classificação 
 
Sociedades Primitivas – Escambo (Mercadoria por mercadoria) 
 
Posteriormente – Troca indireta – Mercadoria como “moeda” (Sal, ouro, prata) 
 
Finalmente – Papel-moeda - Estado 
 
Desde que o homem deixou de produzir bens para a sua própria subsistência, pode-se verificar 
ao longo da história, um lento e gradual processo de criação de instrumentos comerciais 
que tornaram as trocas mais rápidas e mais seguras. Como por exemplo o título de 
crédito. 
 
SURGIRAM - TORNAR A CIRCULAÇÃO DE RIQUEZA MAIS RÁPIDA, MAIS SEGURA, 
MAIOR AGILIDADE. 
 
O Direito Cambiário é sub-ramo do Direito Empresarial que disciplina o regime jurídico 
dos títulos de créditos. Regras (ENDOSSO, AVAL, PROTESTO), Princípios e características 
especiais. 
 
Histórico: 
 Globalização – Necessidade de uniformização da legislação aplicável aos títulos de 
crédito. 
 Associações Internacionais – realização de duas Conferências de Haia, em 1910 e 
1912. 
 Em 1912 foi aprovado regulamente uniforme relativo à Letra de Câmbio e a Nota 
Promissória 
 
2 
 
 Após 1ª Guerra Mundial, em 1930, houve Convenção de Genebra que aprovou a 
Lei Uniforme das Cambiais, e em 1931 a Lei Uniforme do Cheque. (Os signatários 
acordaram em aplicar o que ficou estabelecido no País) 
 Brasil aprovou as duas convenções pelo Congresso Nacional em 08/09/1964 e os 
Decretos 57.663/66 e 57.595/66 promulgaram as Leis Uniformes das Cambiais e do 
Cheque, no nosso Ordenamento. Incorporaram no ordenamento o que ficou 
determinado na Convenção de Genebra. Chancelado pelo STF, sendo legítima 
a incorporação (RE 71.154) que não foi por Projeto de Lei enviada para o 
Congresso e sim o Decreto amndou cumprir a Lei da Convenção de Genebra. 
 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
- Do cheque 
- Lei Uniforme de Genebra 
- O CC ignorou a convenção internacional e trouxe algumas regras, que contrariam 
frontalmente a Lei Uniforme de Genebra 
Exemplos: CC art. 897, § Único, é vedado o Aval parcial, na Lei Uniforme de Genebra permite. 
Art. 914 – Endossante não se responsabiliza pelo pagamento da obrigação. LUG o Endossante 
responde. 
 
O CC não revogou a Lei Uniforme de Genebra e não se aplicam aos títulos de crédito 
típicos, que possuem legislação específica, Leis cambiais, lei do Cheque, Lei da 
Duplicata, etc....e as regras do CC disciplinam os títulos de Credito Inominados/Atipicos 
que não tenham lei específica. 
 
REGRA: 
 Títulos Típicos / Nominados: Leis específicas e LUG (cheque/NP/LC/Duplicatas) 
 Títulos atípicos / inominados: Código Civil 
 
Art. 903 CC: Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de 
crédito pelo disposto neste Código. 
 
 
1.2 Conceito de título de crédito 
 
De maneira geral, segundo a maioria dos autores comercialistas, denominam-se título de 
crédito os papéis representativos de uma obrigação e emitidos de conformidade com a 
legislação específica de cada tipo de título e/ou espécie. 
 
Segundo Cesare Vivante (conceito mais completo, utilizado pela Doutrina Uniforme): “Título 
de crédito é o documento necessário para o exercício do direito , literal e autônomo , 
nele mencionado” 
 
O presente conceito foi adotado no CC, art. 887, que dispõe: 
 
3 
 
 
“o título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e 
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os 
requisitos da lei” 
 
 
1.3 Características e Princípios 
 
 Natureza essencialmente Comercial – Circulação de riqueza 
 Documentos Formais – Precisam observar requisitos essenciais previstos em lei 
 Bens Móveis – (Art. 82 a 84 CC) 
 Títulos de Apresentação – (documentos necessários ao exercício dos direitos neles 
contidos) 
 Títulos Executivos extrajudiciais – (art. 585 CPC, por configurarem obrigação líquida 
e certa) 
 Representam Obrigações Quesíveis – o Credor dirige-se ao devedor para receber a 
importância devida. 
 Título de resgate – a emissão pressupõe futuro pagamento em dinheiro que 
extinguirá a obrigação. 
 Título de Circulação – Principal função é a circulabilidade do crédito. 
 
 
Os elementos fundamentais para se configurar o crédito decorrem da noção 
de confiança e tempo. 
 
 Confiança é necessária, pois o crédito se assegura numa promessa de pagamento, 
e como tal deve haver entre o credor e o devedor uma relação de confiança. 
 Temporalidade é fundamental, visto que subentende-se que o sentido do crédito é, 
justamente, o pagamento futuro combinado, pois se fosse à vista, perderia a idéia 
de utilização para devolução posterior. 
 
 
PRINCÍPIOS: 
 CARTULARIDADE - documentos necessários ao exercício dos direitos neles 
contidos – referência ao princípio. O titular do crédito deve estar de posse da 
cártula. “O crédito só pode ser exigido por quem está na posse legítima do título” 
 
Em obediência ao princípio: (i) a posse do título pelo devedor presume o 
pagamento do título; (ii) só é possível protestar apresentando-o; (iii) só é 
possível executar apresentando-o. 
 
Nos dizeres de Fábio Ulhoa “é a garantia de que o sujeito que postula a satisfação 
do direito é mesmo o seu titular, sendo, desse modo, o postulado que evita o 
 
4 
 
enriquecimento indevido de quem, tenha sido credor de um título de crédito, o 
negociou com terceiros (descontou num banco, por exemplo)”. 
 
Não há possibilidade de executar-se uma divida contida num título de crédito 
acompanhado, somente, de uma xerox autenticada. 
 
OBS: “Desmaterialização dos títulos de crédito” – Desenvolvimento tecnológico 
e a criação de títulos magnéticos que não se materializam numa cártula. (art. 889, § 
3º CC) – Ex: Execução de Duplicata Virtual – Documento Eletrônico 
 
Enunciados 461 e 462 da Jornada Eletrônica: 
 
Art. 889: As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por indicação 
e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo 
credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de 
entrega das mercadorias ou de prestação dos serviços. 
 
Art. 889, § 3º: Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, 
endossados ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com 
certificação digital, respeitadas as exceções previstas em lei 
 
 
 LITERALIDADE – “o título vale o que nele está escrito”. Nem pagar mais, nem 
receber menos. 
O que não está contido no título, expressamente, não terá eficácia. 
Como exemplo, no caso de um aval ser outorgado por um instrumento privado, este 
não terá nenhuma eficácia, pois não gera vínculo jurídico com o título de crédito, já 
que como foi dito, seria necessário que o seu conteúdo estivesse contido no próprio 
título. 
 
 AUTONOMIA – Mais Importante – O título de crédito configura documento 
constitutivo de direito novo, autônomo, originário e completamente desvinculado da 
relação que lhe deu origem. 
- Abstração – desvinculação da relação originária 
- Inoponibilidade das exceções pessoais – vícios e relações pessoais da 
relação originária não interfere no terceiro de boa-fé. 
 
Segundo Fran Martins “o art. 17 da Lei Uniforme de Genebra sobre as Letras de 
Câmbio e Notas Promissórias consagra a regra da Inoponibilidade de 
Exceções , de maneira que o obrigado em umaletra não pode recusar o 
pagamento ao portador alegando suas relações pessoais como sacador ou 
outros obrigados anteriores do título” . 
 
 
5 
 
Fábio Ulhoa diz que “o executado em virtude de um título de crédito não pode 
alegar, em seus embargos, matéria de defesa estranha à sua relação direta com 
o exequente , salvo provando má-fé dele” . 
 
Aqui devemos fazer uma ressalva, pois enquanto Fábio Ulhoa diz que “o simples 
conhecimento , pelo terceiro , da existência do fato oponível já é suficiente para 
caracterizar a má-fé”, Fran Martins considera a mesma ser “caracterizada pelo 
fato de haver o terceiro agido conscientemente em prejuízo do devedor, sendo, 
desse modo, insuficiente o simples conhecimento para demostrar a má-fé”. 
 
 
 
 
 
 
 
CARTULARIDADE 
 
 
 
PRINCIPIOS 
INFORMADORES 
 
 
 
LITERALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRAÇÃO 
 
 
AUTONOMIA 
 
TÍTULO DE CRÉDITO 
 
INOPONIBILIDADE DAS 
EXEÇÕES PESSOAIS AOS 
TERCEIROS DE BOA-FÉ 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS 
CARACTERÍSTICAS 
 
 
 
Natureza Essencialmente comercial 
 
 
Documentos Formais 
 
 
natureza de bens Móveis 
 
 
São Títulos de Apresentação 
 
 
Constituem Títulos executivos extrajudiciais 
 
 
é título de resgate 
 
 
é título de circulação 
 
 
1.4 Classificação 
 
Costuma-se classificar os títulos de créditos a partir de diversos critérios. 
Uma das classificações mais importante dos títulos de crédito é feita quanto a sua: 
 
A) forma de transferência ou circulação: 
 
6 
 
 Ao Portador, que são aqueles que não expressam o nome da pessoa beneficiada. 
Tem como característica a facilidade de circulação, pois se processa com a simples 
tradição. 
Qualquer pessoa que estiver com a posse do título é considerada titular do crédito 
nele mencionado. 
 
 Nominal – identifica expressamente o seu titular, ou seja, o credor. A transferência 
não depende de mera entrega da cártula, e sim pelo “endosso”. 
 
 Títulos Nominativos – art. 921 CC, são emitidos em favor de pessoa determinada, 
cujo nome consta de registro específico mantido pelo emitente do título. Indicação 
expressa do beneficiário do crédito, e só com a assinatura desse é que pode 
circular. Possuem o nome do beneficiário. Portanto, tem por característica o 
endosso em preto 
 
Para Vivante os títulos nominativos “distinguem-se essencialmente dos títulos de 
crédito à ordem e do portador porque se transferem com o freio de sua respectiva inscrição no 
Registro do devedor, que serve para proteger o titular contra o perigo de perder o crédito com a 
perda do título”. 
 
Para Fábio Ulhoa , porém , não há distinção entre títulos à ordem a nominativos , pois 
ele vê na classificação tradicional uma limitação aos títulos de créditos próprios , além de que 
não há alternativa para os títulos com cláusula de “não à ordem” . 
 
B) Quanto ao Modelo: Livre ou Vinculado 
 
C) Quanto à estrutura: 
- Como ordem de pagamento (LC, Cheque, Duplicata) – 3 situações: Sacador, Sacado 
e Tomador 
- Como promessa de pagamento (NP) – Sacador/Promitente e o Tomador 
 
D) Quanto às hipóteses de emissão: 
- Causal – Só pode ser emitido nas hipóteses da lei. 
- Abstrato – emitido em qualquer hipótese. 
 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO E ESPÉCIE – TÍTULOS PRÓPRIOS OU TÍPICOS 
 
Dentre os principais títulos de crédito previstos na legislação, temos 4 (quatro) em destaque, 
pois possuem lei específica, são eles: (i) Letra de Câmbio; (ii) Nota Promissória; (iii) 
Cheque e a (iv) Duplicada 
 
2. LETRA DE CÂMBIO 
2.1 Importância da L.C. Origem histórica. 
 
7 
 
2.2 Noção geral. Conceito. 
2.3 Legislação aplicável. 
2.4 Requisitos. 
2.5 Endosso. 
2.6 Aceite. 
2.7 Aval. 
2.8 Vencimento e Pagamento. 
2.9 Protesto. 
 
Conceito 
 
Segundo André Luiz Ramos, a Letra de Câmbio seria o título de crédito de origem mais antiga, 
com origem no período Italiano da evolução do Direito Cambiário, situado na Idade Média, com 
a descentralização do Poder Político que favoreceu o surgimento dos “Burgos” com relativa 
autonomia e que, inclusive, possuíam moeda própria, o que exigiu o desenvolvimento das 
operações de câmbio, já que as moedas em cada cidade eram diferentes. 
 
Quando determinado comerciante acumulava soma de riqueza em determinada cidade em 
moeda local, ao chegar na outra localidade a moeda era diferente, assim, antes de deixar a 
cidade trocava todo o seu dinheiro com um banqueiro que lhe entregava uma carta (littera 
cambii) ordenando que outro banqueiro pagasse a quantia nela fixada ao seu portador. 
 
LETRA DE CÂMBIO – é mais utilizado nos estudos para explicar os institutos dos Títulos 
de Crédito, pois seria o mais completo. 
 
Entende-se por Letra de Câmbio uma ordem dada (ordem de pagamento), por escrito, a 
uma pessoa, para que pague a um beneficiário indicado, ou à ordem deste, uma 
determinada importância em dinheiro. A letra de câmbio é um título de crédito, dotado de 
literalidade e de autonomia das obrigações. Desempenha importantíssima função econômica 
pela ampla utilização do crédito que proporciona. 
 
- Diplomas legais que regulam a Letra de Câmbio, vigentes no Brasil: 
 
*Decreto 2.044/1908 nas partes não derrogadas; 
*Decreto 57.663/1966 que introduziu no Direito brasileiro a Lei Uniforme da Convenção de 
Genebra de 07/06/1930, constante do Anexo I, excetuados alguns artigos do Anexo II. 
Tanto a lei brasileira n. 2.044, como a Lei Uniforme tratam da Letra de Câmbio e da Nota 
promissória - são esses títulos diferentes, se bem que tenham muitos princípios em comum - 
dada a existência de tais princípios, a letra de câmbio e a nota promissória são chamadas 
de títulos cambiários ou, simplesmente, cambiais. 
 
- Figuras interveniente 
Na letra de câmbio os intervenientes possuem, no título, funções diversas: 
 
8 
 
SACADOR, SUBSCRITOR ou EMITENTE - é aquele que dá a ordem, aquele que cria e emite 
a letra, dando a ordem de pagamento - é também denominado credor. 
SACADO ou DEVEDOR - é aquele a quem a ordem é dada, contra quem a ordem é dirigida. 
TOMADOR ou BENEFICIÁRIO - é aquele a favor de quem é emitida a ordem - é aquele que 
porta o título e que fica no lugar do credor. 
 
Em virtude do princípio da autonomia das obrigações cambiárias, e sendo diversas as funções 
exercidas na letra por cada um desses elementos, uma mesma pessoa, física ou jurídica, pode 
figurar no título como sacador, como sacado e mesmo como tomador. 
 
 
 
9 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
- É Abstrato, pois pode ser emitida para qualquer negócio jurídico e não causal, para um 
motivo específico. 
- É uma Ordem de pagamento e não uma promessa de pagamento. 
- Caso o SACADO não efetue o pagamento do Título, o Tomador poderá cobrar do 
SACADOR 
- O ACEITE na Letra de Cambio é FACULTATIVO, nada obriga o SACADO a aceitar a 
Letra. E nesse momento o título não vale nada para o SACADO, não assumiu obrigação 
cambial. 
A recusa do Aceite provoca o vencimento antecipado da Letra de Cambio e a 
possibilidade de cobrança imediata contra o SACADOR. 
 
OBS: Recusa parcial, a Letra se considera vencida e pode ser cobrada do SACADOR, 
mas a dá direito de regresso contra o SACADO da parte parcial. 
 
 
- A letra de câmbio é muito usada no comércio de importação e exportação. 
- A letra de câmbio é sempre nominativa. 
- Quando houver o aceite, o sacadopassa a ser coobrigado, mas o sacador também o é, e se 
o primeiro não pagar é ele quem assume essa responsabilidade. 
- Todos se obrigam na relação, ou seja, são coobrigados e a responsabilidade pelo pagamento 
é subsidiária e autônoma. Não confundir (o que é muito comum) SUBSIDIARIEDADE e 
SOLIDARIEDADE - ex.: responsabilidade solidária é aquela do pai e da mãe na criação e 
sustento dos filhos, ou seja, ambos são responsáveis - responsabilidade subsidiária é aquela 
dos padrinhos ou tutores, que na falta dos pais são responsáveis pela criação e sustento das 
crianças. 
 
NATUREZA JURÍDICA 
Documento de uma garantia formal de dívida abstrata de uma obrigação pecuniária. 
 
SAQUE 
A Lei Uniforme, no Capítulo I do Título I, trata da criação e forma da letra de câmbio, tendo a 
tradução brasileira, adotada pelo Decreto n. 57.663, substituído a palavra criação por emissão. 
 
A Lei n. 2.044, intitulava o Capítulo I, DO SAQUE. Em ambas as leis, nesses capítulos, é 
regulada a criação da letra, com os requisitos essenciais para a sua validade. A criação, 
segundo tais dispositivos legais, é equivalente à emissão. 
 
Em resumo, temos que criar a letra é dar a forma escrita ao título e emitir é fazer o título, já 
criado, entrar em circulação. Com a criação da letra de câmbio, alguém, denominado sacador, 
ordena a outra pessoa, chamada sacado, que pague a um terceiro, designado tomador, em 
certa época, uma importância determinada. 
 
10 
 
REQUISITOS ESSENCIAIS NAS LETRAS DE CÂMBIO (art. 1o da Lei Uniforme) 
 
- A denominação “letra de câmbio”, inserta no próprio texto do título e expressa na língua 
empregada para a redação desse título. 
- O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada - na realidade a palavra 
mandato está mal empregada; deveria mandado, pois trata-se de uma ordem - puro e simples 
significa não sujeito a condição alguma. 
- O nome da pessoa que deve pagar (ou seja, do sacado) - pode conter ou não, mais abaixo, a 
sua assinatura. 
- O nome da pessoa a quem, ou à ordem de quem a letra deve ser paga (ou seja, tomador) - 
não se admite ao portador. 
- A indicação da data em que a letra é passada - somente poderá ser considerado um título 
que vale por si mesmo, independente da causa que lhe deu origem, a partir da data em que foi 
passado. 
- A assinatura do sacador - contendo, o título, uma ordem de pagamento, necessário é que 
alguém responda por esse pagamento se a pessoa a quem ele foi ordenado não o realizar - o 
sacador, que deve lançar sua assinatura na letra, necessita ser capaz para poder responder 
pela obrigação. 
 
REQUISITOS NÃO ESSENCIAIS NAS LETRAS DE CÂMBIO 
- Época do pagamento - a Lei Uniforme admite a existência e validade do título sem esse 
requisito, uma vez que, semelhantemente à lei brasileira, dispõe que “a letra em que não se 
indique a época do pagamento será pagável à vista”, ou seja, no ato da apresentação (art. 2o, 
2). 
- Lugar do pagamento - quando se executa uma letra, pode-se faze-lo ou no lugar do aceite 
ou onde deveria ser paga. 
- Lugar da emissão - tem por finalidade saber qual a lei a aplicar nas relações internacionais - 
só é permitida a ausência do lugar de emissão se constar da letra o lugar do domicílio do 
sacador, que é o que vem ao lado do seu nome - havendo omissão de ambos a letra não terá 
os efeitos da letra de câmbio. 
- Quantia determinada - letra de câmbio indexada - proibição somente para as cambiais 
vinculadas a contrato de aquisição da casa própria pelo SFH em razão de normas próprias 
autorizadas e aos contratos de crédito nacionais. 
Os requisitos devem estar totalmente cumpridos antes da cobrança do título ou do protesto, 
não precisando constar do instrumento no momento do saque (art. 3o do Decreto n. 2.044 em 
consonância com a súmula 387 do STF) - caso contrário, o sacado pode alegar defeito formal 
do título. 
 
ACEITE 
(ato unilateral de vontade do sacado = não está obrigado a aceitar a letra, mas se o fizer, passa 
a ser o obrigado principal) 
É ato cambial pelo qual o sacado concorda em acolher a ordem incorporada pela letra de 
câmbio. É de livre iniciativa do sacado aceitar ou não a ordem recebida. O aceite é ato 
exclusivo de sua vontade. Resulta da simples assinatura do sacado no anverso do título; no 
 
11 
 
verso, a assinatura vem seguida da palavra “aceito” ou qualquer outra equivalente. O aceitante 
é o devedor principal da letra de câmbio. 
 
Vencimento antecipado da letra - a recusa do aceite é comportamento lícito - neste caso, 
poderá o credor ou o tomador cobrar o título de imediato, pois o vencimento, obrigatoriamente 
fixado pela cambial, é antecipado com a recusa do aceite. 
 
Recusa parcial ou aceite parcial - também provocam o vencimento antecipado da letra. Pode 
ser: 
Aceite limitativo - o aceitante concorda em pagar uma parte do valor do título; 
Aceite modificativo - é o aceite em que o sacado adere à ordem, alterando parte das condições 
fixadas na letra, como por exemplo, a época do vencimento. 
Art.22 da Lei Uniforme - como evitar que a recusa do aceite produza o vencimento antecipado 
da letra: o sacado poderá valer-se do expediente previsto na lei, consiste na cláusula “não 
aceitável” (salvo nas hipóteses proibidas pelo dispositivo legal) - a cláusula “não aceitável” faz 
com que o portador não possa antecipar o pagamento e não possa protestar por aceite. 
 
Assim, o credor somente poderá apresentar o título ao sacado no seu vencimento e para 
pagamento, portanto. Não tendo nenhuma conseqüência excepcional para o sacador pois a 
recusa do aceite ocorre após o vencimento do título, época em que ele, o sacador, já deveria 
estar preparado para honrá-lo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Exemplo: José (SACADOR) Antônio (SACADO) Pedro (TOMADOR) 
Se Antônio aceitar o título ele passa a ser o sacado aceitante, tornando-se, assim, o obrigado 
principal - se não aceita está fora da obrigação cambial 
Existe um prazo para que o tomador do título vá buscar do sacado o aceite: 1 ano a contar da 
data do saque. 
Exemplo: A letra de câmbio mais usada é a financeira: 
EMPRESA FINANCEIRA PÚBLICO 
Quando a Empresa emite a letra de câmbio é porque ela já recebeu da Financeira; se esta não 
pagar, o Público vai à Empresa. 
 
PROTESTO - ato notarial que significa a comunicação da falta do aceite. 
 
Exemplo: Aceite sob condição - limitativo ou modificativos 
Marcos Carlos Ana = R$ 100,00 
Ana pode ir direto a Marcos e pedir os R$ 100,00. 
Carlos pode dar um aceite limitativo, afirmando poder pagar somente R$ 80,00 (de valor). 
Carlos pode dar um aceite modificativo, afirmando que só poderá pagar no prazo de 30 dias, 
ou em outra localidade, por exemplo (de forma). 
 
ENDOSSO 
 
12 
 
Para que a letra de câmbio possa facilmente ser transferida e se opere a circulação dos direitos 
de crédito nela incorporados, emprega-se um meio próprio dos títulos de crédito chamado 
de endosso, que consiste na simples assinatura do proprietário no verso ou anverso da 
letra, antecedida ou não de uma declaração indicando a pessoa a quem a soma deve ser 
paga - com essa assinatura a pessoa que endossa o título, chamada endossante, 
transfere a outrem chamado endossatário, a propriedade da letra (L.U., art. 14) - nessa 
condição, o endossatário ao receber a letra torna-se o titular dos direitos emergentes nela 
contidos, podendo, assim, praticar todos os atos que se fizerem necessários para resguardar a 
sua propriedade. 
 
O endosso é ato cambiário que opera a transferência do crédito, representado por título 
“à ordem”. A alienação do crédito fica condicionada, também, à tradição do título, levando-se 
em conta o Princípio daCartularidade. Já que se está transferindo um direito, quem pode faze-
lo é o possuidor do título. 
 
Partes: 
Endossante ou endossador = alienante do crédito. 
Endossatário = adquirente. 
Somente o credor poderá ser o endossador - assim, o primeiro endossante em qualquer letra 
de câmbio será sempre o tomador. 
 
Não há limites para o número de endossos - quando o documento não é suficiente, é possível 
anexar um papel que servirá como sua extensão - prolongamento da letra. 
 
O endosso produz dois efeitos: 
a) Transfere a titularidade do crédito 
b) Vincula o endossante ao pagamento do título na qualidade de coobrigado (L.U., art. 15). 
 
COMENTÁRIOS: 
SOLIDARIEDADE - todos são responsáveis pela totalidade do pagamento. Na cadeia de 
anterioridade pode-se desobrigar alguns e nos casos de limitação (aceite, aval, intervenção). 
SUBSIDIARIEDADE - cada um é responsável pela totalidade do pagamento e tem ação de 
regresso contra o(s) anterior(es) (uns contra os outros). 
 
Espécies de endosso: 
1 - ENDOSSO PRÓPRIO 
a) ENDOSSO EM BRANCO - quando não identifica o nome do beneficiário transformando o 
título nominativo em ao portador, transferindo o crédito por mera tradição - a assinatura é feita 
no verso com a expressão “pague-se”, hipótese em que o endossante não fica como 
coobrigado - desonera os demais coobrigados. 
b) ENDOSSO EM PRETO - indica o nome do endossatário - pode ser feito no verso ou no 
anverso. 
2 - ENDOSSO IMPRÓPRIO (aquele que não transfere a titularidade do título, mas, somente o 
título) - Tipos: 
 
13 
 
a) ENDOSSO MANDATO - é aquele em que, por cláusula especial, o portador do título o 
transfere a outra pessoa, que passa a exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só 
pode endossá-la na qualidade de procurador (L.U., art. 18) - legitima a posse - fica com a 
posse do título mas não é proprietário dele. 
b) ENDOSSO CAUÇÃO - cumprida a obrigação pelo penhor, deve a letra retornar à posse do 
endossante - dado como garantia; pago o débito a instituição devolve o título. 
c) ENDOSSO SEM GARANTIA - efeitos similares à cessão civil de crédito - o endossante 
transfere a titularidade da letra sem se obrigar com o seu pagamento. 
O endosso de uma letra na qual foi inserida a cláusula “não à ordem” também terá o efeito de 
uma cessão civil de crédito. 
 É proibido o endosso parcial (L.U., art. 12). 
Tanto a cessão civil de crédito como o endosso são transferências de um crédito a um 
determinado tomador. 
 
Diferença entre endosso e cessão civil de crédito: 
ENDOSSO 
Instituto do Direito Cambiário. 
O endossante se obriga com a existência do crédito e pela solvência do devedor. 
O endossante não poderá se opor ao pagamento total da letra alegando não possuir mais 
fundos pois já pagou ao anterior endossador - essa alegação não pode ser feita levando-se em 
conta o princípio da autonomia (abstração e inoponibilidade das exceções aos terceiros de boa 
fé). 
 CESSÃO CIVIL DE CRÉDITO 
 Instituto do Direito Civil. 
O cedente só se obriga com a existência do crédito. 
Pode se opor ao pagamento da letra alegando as relações anteriores entre os coobrigados no 
título. 
Ocorre quando no título de crédito o endossador coloca a cláusula “não à ordem”, ou seja, ele 
não se obriga com os posteriores endossantes - ex.: “endosso à Simone e não à ordem” - 
quando se coloca “sem garantia” não se garante nem a quem estamos passando o título - 
quando é feito após o protesto é chamado de endosso póstumo ou posterior. 
 
AVAL 
Entende-se por aval a obrigação cambiária assumida por alguém no intuito de garantir o 
pagamento da letra de câmbio nas mesmas condições de um outro obrigado. É uma 
garantia especial, que reforça o pagamento da letra, podendo ser prestada por um estranho ou 
mesmo por quem já se haja anteriormente obrigado no título. A pessoa que dá tal garantia 
tem o nome de avalista e aquela a quem ele se equipara, e por intermédio da qual é 
assumida a obrigação de pagar o título, denomina-se avalizado. 
 
Para assumir tal obrigação o avalista necessita ser capaz, como, aliás, deve acontecer com 
todos quantos se obrigam cambialmente. 
 
 
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Aval é a garantia pessoal de dívida (pagamento), de que a obrigação constante do título de 
crédito será paga por um terceiro ou por um dos signatários (muitas vezes o endossante ou o 
próprio sacador avalizam o título), prestada mediante assinatura do avalista no anverso do 
próprio título ou em folha anexa. 
 
O avalista é solidariamente responsável com aquele em favor de quem deu o seu aval. a 
sua obrigação é autônoma e equivalente (ele é devedor do título da mesma maneira que o 
avalizado - L.U., art.32) à obrigação do avalizado. 
 
OBS.: 
O aval pode ser prestado mediante a assinatura do avalista no anverso do título ou no verso da 
letra com as seguintes expressões: “por aval”, “bom para aval” ou qualquer outra expressão 
equivalente. Numa folha anexa, o aval será dado através do prolongamento da letra. 
Na falta de indicação (aval em branco) de quem está sendo avalizado, entende-se que o aval 
foi dado em favor do sacador (L.U., art. 31) 
 
COMENTÁRIOS: 
Se o aval for dado no verso com somente a assinatura do avalista (em branco), ele estará 
avalizando o sacador. 
Pode haver uma cadeia de avalistas da mesma forma que se tem uma cadeia de endossantes. 
O avalista pode aparecer em qualquer lugar do título, avalizando qualquer uma das pessoas e, 
com isso, aumentando a garantia do pagamento. 
 
O aval, como obrigação do Direito Cambiário, faz com que o avalista se obrigue no pagamento 
integral; logo, o direito de regresso é em relação ao pagamento total do título e não em cotas 
partes como no Direito Civil. 
 
 
VENCIMENTO: 
(término do prazo estabelecido na letra tornando-a exigível) 
O vencimento da letra pode ser extraordinário ou ordinário 
-EXTRAORDINÁRIO - se opera pela recusa do aceite ou pela falência do aceitante (pois este é 
o obrigado principal), produzindo o vencimento antecipado - o art. 43 da Lei Uniforme não 
considera a antecipação do vencimento - o Professor Fran Martins assim o admite, mas 
Rubens Requião (como a maioria dos doutrinadores) tem visão contrária. 
-ORDINÁRIO - é aquele que se opera quando o título atinge o prazo nele marcado, ou seja, 
que se opera pelo fato jurídico do tempo ou pela apresentação da letra ao sacado, quando à 
vista. A letra de câmbio pode ser passada: à vista, a certo tempo de vista, a um certo tempo da 
data e a dia certo. 
-À VISTA - o vencimento da letra se verifica no ato da apresentação ao sacado, para que ele a 
pague imediatamente - aceite e pagamento têm o mesmo vencimento, ou seja, se confundem 
na mesma data - ex.: “À vista desta única via de letra de câmbio, pagará V.S.a a importância 
de . . .” 
 
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-A CERTO TEMPO DE VISTA - a letra vence para pagamento a tantos dias ou meses da data 
do aceite - inicia-se a contagem desse prazo no dia seguinte à data do aceite - ex.: “Três 
meses após o aceite, V.S.a pagará, por esta única via de letra de câmbio, a Fulano, a 
importância de . . .” 
-A CERTO TEMPO DA DATA - aquele em que o dia do pagamento será determinado a partir 
do momento em que a letra é sacada - em termos de aceite, o prazo fica estabelecido entre a 
data do saque e a data do vencimento - sendo o vencimento fixado para o “princípio”, o 
“meado” ou o “fim” do mês, essas expressões devem ser entendidas como o dia primeiro, o dia 
quinze e o último dia do mês - ex.: “Seis meses desta data pagará, V.S.a a Fulano, por esta 
única via de letra de câmbio, a importância de Um mil reais. Rio de Janeiro, 31 de Janeiro de 
2.000 - esta letra vencerá em31 de Julho de 2.000 - caso o mês não tenha o dia 31, vencerá 
no último dia do mês. 
-A DIA CERTO - o vencimento da letra de câmbio vem expressamente indicado na letra - é a 
modalidade mais comum - ex.: “Aos 31 dias do mês de Agosto de 2.000, pagará, V.S.a a 
Fulano, por esta única via de letra de câmbio, a importância de . . .” 
 
PAGAMENTO 
 
Pelo pagamento extinguem-se uma, algumas ou todas as obrigações representadas por um 
título de crédito - uma ou algumas = quando o pagamento é feito por um dos coobrigados, 
desobrigando os posteriores e tendo ação de regresso quanto aos anteriores; todas = ocorre 
quando a letra é paga pelo devedor principal. 
 
O pagamento de uma letra de câmbio deve ser feito no prazo estipulado pela lei, que difere 
segundo o lugar de sua realização. Para uma letra de câmbio pagável no exterior, o credor 
deve apresentar o título ao aceitante no dia do vencimento ou num dos dois dias úteis 
seguintes. No Brasil, recaindo este num dia não útil, no primeiro dia útil seguinte (L.U., art. 38). 
 
AÇÃO DE COBRANÇA E PROTESTO 
 
A lei que regulamenta o protesto é a Lei 9.492/97. 
 
Um título não aceito ou não pago no seu vencimento incidirá em uma ação de cobrança 
que poderá ser provada por protesto cambial - ato notarial extrajudicial de responsabilidade do 
portador do título. 
 
Entende-se por protesto o ato solene destinado principalmente a comprovar a falta ou 
recusa do aceite ou do pagamento da letra - o protesto apenas atesta esses fatos, não cria 
direitos e é um simples meio de prova para o exercício do Direito Cambiário - com o protesto 
o juiz tem o convencimento de que o credor esgotou todas as tentativas para a cobrança do 
título. 
Se não forem observados os prazos fixados na lei para a extração do protesto, o portador do 
título perderá o direito de regresso contra os coobrigados da letra, permanecendo o direito 
contra o devedor principal - diante dessas conseqüências da lei, a doutrina costuma chamar o 
 
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protesto de necessário ( = contra os coobrigados) ou facultativo ( = contra o devedor principal e 
seu avalista). 
 
Tais conseqüências não se aplicam no caso da letra de câmbio contemplar a cláusula “sem 
despesa”, “sem protesto” ou outra equivalente (L.U., art. 46), que dispensa o portador de fazer 
um protesto por falta de aceite ou de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação. 
 
OBS.: Em uma letra de câmbio a certo tempo de vista que não contenha a data do aceite deve, 
o portador, protestá-la para que o termo inicial do respectivo prazo seja definido caso o 
aceitante, procurado, se recuse a datá-lo. 
 
Compelido a comparecer em cartório para datar o título, se não o fizer, a data do aceite pode 
ser pautada a partir da data do protesto ou considerar o aceite praticado no último dia do prazo 
para a apresentação da letra (ou seja, um ano da data do saque). 
 
AÇÃO CAMBIAL E PRESCRIÇÃO 
 
AÇÃO CAMBIAL 
Se não for pago no vencimento, o credor poderá promover a execução judicial do título de 
crédito contra qualquer devedor cambial, observadas as condições de exigibilidade do crédito e 
a cadeia de anterioridade e posterioridade, já examinada. 
Assim como a nota promissória, a duplicata e o cheque, a letra de câmbio vem definida pela 
Lei Processual (art. 585, CPC) como título executivo extrajudicial (ou seja, não é preciso provar 
nada, salvo na ação de locupletamento), cabendo a execução do crédito correspondente. 
 
PRESCRIÇÃO 
Para o exercício do direito de cobrança por via de execução a lei determina prazos 
prescricionais (L.U., art.70): 
3 anos - contra o sacado aceitante, o avalista do aceitante e sacador; 
1 ano - endossantes e avalistas dos demais coobrigados; 
6 meses - dos coobrigados contra os demais coobrigados. 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 17ª Edição. Editora Saraiva, 2006. 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios Gonçalves. Sinopses Jurídicas - Títulos de Crédito e 
Contratos Mercantis. 2ª Edição. Editora Saraiva, 2005. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas - Direito das Obrigações - Parte Especial 
(contratos). 8ª Edição. Editora Saraiva, 2007. 
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro. Vols.1 e 2. São Paulo: Atlas, 2007. 
FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de Direito Comercial. Editora Atlas

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