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AULAS DE FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

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FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
AULA – 01
Os Conceitos Socioantropológicos de Indivíduo e Sociedade
INTRODUÇÃO; A sociedade faz o homem ou o homem faz a sociedade? A resposta dessa questão, bastante complexa, só é possível por meio do debate que as Ciências Sociais, ao longo de trajetória, vêm realizando.
O primeiro passo para respondê-la é compreender os conceitos de indivíduo e sociedade na perspectiva das Ciências Sociais. 
É o que faremos a seguir. 
As Ciências Sociais fazem parte do grupo de saberes intitulado Ciências Humanas e apresentam métodos próprios de investigação dos fenômenos que analisam.
As três áreas que formam o conjunto de saberes das Ciências Sociais; SOCIOLOGIA,CIÊNCIAS POLÍTICA E ANTROPOLOGIA. Verificamos assim que o objeto de estudo das Ciências Sociais é a sociedade em suas dimensões sociológicas, antropológicas e políticas.  
Sociologia; A Sociologia estuda o homem e o universo sociocultural, analisando as inter-relações entre os diversos fenômenos sociais.Neste campo de conhecimento, a vida social é analisada a partir de diferentes perspectivas teóricas, notadamente as que têm como base conceitual os estudos desenvolvidos por Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx.
A partir dessas matrizes teóricas, estudam-se os fatos sociais, as ações sociais, as classes sociais, as relações sociais, as relações de trabalho, as relações econômicas, as instituições religiosas, os movimentos sociais etc.
A Antropologia; Antropologia privilegiam-se os aspectos culturais do comportamento de grupos e comunidades. 
Questões cruciais para o entendimento da vida em grupo, como alteridade, diversidade cultural, etnocentrismo e relativismo cultural são tratadas por essa ciência, que em seus primórdios estudava povos e grupos geográfica e culturalmente distantes dos povos ocidentais. Ao longo de seu desenvolvimento, os antropólogos passaram a analisar grupos sociais relativamente próximos, buscando transformar o exótico, o distante, em familiar.
Em sua história, a Antropologia revelou estudos notáveis sobre sociedades indígenas e sociedades camponesas, identificando suas diferentes visões de mundo, sistemas de parentesco, formas de classificação, cosmologias, linguagens etc. 
Também desenvolveu uma série de estudos sobre grupos sociais urbanos, enfatizando a diferenciação entre seus indivíduos, com base em critérios de raça, cor, etnia, gênero, orientação sexual, nacionalidade, regionalidade, afiliação religiosa, ideologia política, sistemas de crenças e valores, estilos de vida etc.
Ciência Política; Como o próprio nome já diz, esta área analisa as questões ligadas às instituições políticas. Conceitos de poder, autoridade e dominação são estudados por esta ciência. 
Analisam-se assim as diferenças entre povo, nação e governo, bem como o papel do Estado como instituição legitimamente reconhecida como a detentora do monopólio da dominação e do controle de determinado território.
Qual a importância do estudo socioantropológico na compreensão da realidade?
Ao contrário de outras ciências, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre a realidade. 
 
Por estudar a ação dos homens em sociedade, de seus símbolos, sua linguagem, seus valores e cultura, das aspirações que os animam e das alterações que sofrem, as Ciências Sociais constituem ferramenta importante para o desenvolvimento da compreensão crítico-reflexiva da realidade. 
Por essa razão, cada vez mais as Ciências Sociais são utilizadas em diversos campos da atividade humana. Campanhas publicitárias, campanhas eleitorais, elaboração de políticas públicas, até mesmo a programação de redes de rádio e televisão levam cada vez mais em conta resultados de investigações socioantropológicas, à medida que estas buscam entender as pessoas envolvidas em cada uma dessas atividades, suas crenças, valores e ideias.
Com as mudanças cada vez mais rápidas e profundas dos padrões morais e culturais das sociedades contemporâneas, mais relevantes se tornam as análises que visam compreendê-las. 
Deslocamentos de pessoas e grupos motivados pelo processo de globalização da economia, que intensificou os fluxos migratórios em todo o planeta, trocas culturais proporcionadas pelo estabelecimento de uma “sociedade em rede”, novos modelos de família e conjugalidade, novas configurações no campo religioso, entre outros, constituem temas de trabalhos de cientistas sociais contemporâneos.
Qual é o seu papel como indivíduo na sociedade?
A perspectiva socioantropológica aponta para uma relação dialógica entre indivíduo e sociedade. Não existem sociedades sem indivíduos e os indivíduos só se tornam verdadeiramente humanos por meio da socialização, processo pelo qual você se torna um membro ativo da sociedade em que nasceu, isto é, comporta-se de acordo com determinados atributos preconcebidos.  
Como nos ensina Albert Einstein; o homem é, simultaneamente, um ser solitário e um ser social: Enquanto ser solitário, tenta proteger a sua própria existência e a daqueles que lhe são próximos, satisfazer os seus desejos pessoais e desenvolver as suas capacidades inatas.
O conceito abstrato de “sociedade” significa para o ser humano individual o conjunto das suas relações diretas e indiretas com os seus contemporâneos e com todas as pessoas de gerações anteriores. 
O indivíduo é capaz de pensar, sentir, lutar e trabalhar sozinho, mas depende tanto da sociedade – na sua existência física, intelectual e emocional – que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora da estrutura da sociedade. 
É a “sociedade” que lhe fornece comida, roupa, casa, instrumentos de trabalho, língua, formas de pensamento, e a maior parte do conteúdo do pensamento; a sua vida foi tornada possível através do trabalho e da concretização dos muitos milhões passados e presentes que estão todos escondidos atrás da pequena palavra “sociedade”.
AULA – 02
O que estudam as Ciências Naturais?
As Ciências Naturais estudam fatos simples, eventos que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis, recorrentes e sincrônicos. Tais fatos podem ser vistos, isolados e reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório.
 Assim, nas Ciências Naturais há uma distância irremediável entre o cientista e seu objeto de pesquisa, o que torna o método objetivo o mais apropriado para a investigação de fenômenos dessa ordem.
No âmbito das Ciências Sociais torna-se difícil desenvolver uma teoria capaz de transmitir com PRECISÃO uma causa única ou motivação exclusiva.
Ao contrário de outras ciências, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre a realidade.
 
As Ciências Sociais estudam fenômenos complexos. Seu objeto de investigação é o homem nas relações intersubjetivas, os fenômenos sociais, ou seja, eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados, fazendo com que toda análise de fenômenos dessa natureza seja parcial, subjetiva.
• Cada cultura constrói seu significado social.
• Os fatos estudados pelo cientista social podem ser pretéritos ou serem reproduzidos em situações muito distintas. Mas não podem ser reproduzidos em condições controladas.
Nas ciências naturais
 
Os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados dentro de condições de relativo controle e em condições de laboratório.
Alcança-se a objetividade científica.
As descobertas possibilitam o desenvolvimento  de novas tecnologias.
Nas ciências humanas e sociais
 Os fenômenos são complexos.
As percepções são variadas, porquanto históricas.
O resultado prático é visto em livros, romances, arte, teatro, novelas, onde tais ideias podem ser aplicadas para produzir modificações no comportamento das pessoas – nos sistemas de valores.
Os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas
e, por isso, quase sempre fazem parte do passado.
São eventos a rigor históricos e apresentados de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência.
Nas ciências humanas e sociais
 
Os fenômenos são complexos.
As percepções são variadas, porquanto históricas.
O resultado prático é visto em livros, romances, arte, teatro, novelas, onde tais ideias podem ser aplicadas para produzir modificações no comportamento das pessoas – nos sistemas de valores.
Os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas e, por isso, quase sempre fazem parte do passado.
São eventos a rigor históricos e apresentados de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência.
Ao observar os fenômenos sociais, somos levados a enfrentar nossa própria posição, nossos valores, nossa visão de mundo que interfere na nossa pesquisa. Nossa fala, nossos gestos, nossa modo de ser e de agir revelam o tipo de socialização que tivemos e influencia em nossa visão de mundo.
AULA – 03
A palavra cultura é de conhecimento geral. Mas seu significado varia de acordo com quem a utiliza.
Entender os “usos e abusos” do conceito de cultura, objeto de estudo privilegiado da Antropologia,e suas implicações na vida social, é o objetivo desta aula.
O conceito de cultura é uma preocupação intensa atualmente em diversas áreas do pensamento humano, no entanto a Antropologia é a área por excelência de debate sobre esta questão. 
O primeiro antropólogo a sistematizar o conceito de cultura foi Edward Tylor que, em Primitive Culture, formulou a seguinte definição: “Cultura é todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade.”
Diversidade cultural- hábitos alimentares, forma de se vestir, de formarem familia. A essa multiplicidade de formas de vida dá-se o nome de diversidade cultural. 
Foi a partir da descoberta do “Novo Mundo”, nos séculos XV e XVI, que os europeus se depararam com modos de vida completamente distintos dos seus, e passaram a elaborar mais intensamente interpretações sobre esses povos e seus costumes.
É fundamental termos em mente que o impacto e a estranheza se deram dos dois lados. Os grupos não europeus também se espantavam com o ser diferente que chegava até eles desembarcando em suas praias e tomando posse de seu território.
Infelizmente não temos muitos relatos dos povos não europeus para conhecermos a visão que eles tinham dos brancos. Existem relatos esparsos, como o de povos que, após a morte de um europeu em combate, colocavam seu corpo dentro de um rio e esperavam sua decomposição para ver se eram pessoas como eles.
Mas de onde surge a preocupação com o tema da cultura? Vamos posicionar nosso olhar. Toda construção científica nasce na Europa. A reflexão teórico-científica sobre a humanidade se iniciou neste ambiente e nesta perspectiva. Logo, a noção de ser humano de referência para todas as Ciências Humanas e Sociais é a do homem europeu e da sociedade europeia. 
No entanto, a partir dos esforços de conquista de outros continentes, os europeus “encontraram-se” com “seres” diferentes o suficiente para causarem estranhamento, mas “parecidos” o suficiente para produzirem o seguinte incômodo: serão estes seres “humanos”? 
A relação com agrupamentos humanos de localidades até então desconhecidas como as que hoje denominamos África, América, Austrália, fizeram com que os europeus se questionassem sobre as características peculiares ao humano e as razões de tanta diferença entre os componentes de uma mesma espécie.
O movimento pré-científico, que domina o campo da diversidade cultural até o século XVIII, é aquele que oscilava entre conceber o “diferente” ora como humano, ora como não humano, provido ou desprovido de alma, bom ou mau selvagem, etc. 
Na ótica dos europeus, estes “maus selvagens” eram vistos como perigosos, mais próximos aos animais, brutos, imbuídos de uma sexualidade descontrolada, primitivos, com uma inteligência restrita, iludidos pela magia, enfim, seres limitados que precisavam ser “civilizados” pela cultura europeia.
Entramos no século XIX. Os antropólogos estudam culturas “exóticas” buscando descrever seus hábitos, costumes e sua forma de ver o mundo (cosmovisão). No entanto, eles não iam ao campo; não eram os antropólogos que experimentavam diretamente o dia a dia dos grupos “selvagens”. 
Eram enviados viajantes, pessoas comuns que eram deslocadas para essas “tribos” e ali ficavam por um certo tempo, registrando tudo que viam e ouviam, a fim de entregar este material aos antropólogos que aí sim analisavam estes relatos, desenvolvendo suas teorias sobre as diferentes culturas.  Esta é a denominada “antropologia de gabinete”.
Segundo François Laplantine, em Aprender Antropologia, a  prática etnográfica consiste em “impregnar-se dos temas de uma sociedade, de seus ideais, de suas angústias. O etnógrafo é aquele que deve ser capaz de viver nele mesmo a tendência principal da cultura que estuda”.
Na segunda metade do século XIX a “antropologia de gabinete” é questionada. Afinal, como falar sobre uma cultura que nunca se viu? Como descrever eventos que nunca se vivenciou? 
Assim, cunha-se a prática etnográfica, que é a metodologia característica da antropologia até os dias de hoje: o próprio antropólogo vai ao campo, entra no grupo, vivencia esta cultura diferente, deixa-se fazer parte deste dia a dia, registra esta vivência, retorna para sua própria cultura e finaliza seu trabalho de escrita que é o registro final desta experiência.
No entanto, não é nada fácil vivenciar uma outra cultura diferente da nossa. Por quê? Não sentimos nossa cultura como uma construção específica de hábitos e costumes: pensamos que nossos hábitos e nossa forma de ver o mundo devem ser os mesmos para todos! 
Naturalizamos nossos costumes e achamos o do outro “diferente”. Diferente de quê? Qual é o padrão “normal” segundo o qual analisamos o “diferente”?
Geralmente estabelecemos a nossa cultura como o padrão, a norma. Assim tudo que é diferente é concebido como estranho, e mesmo errado. Tal postura é o que denominamos etnocentrismo.
Segundo Everardo Rocha, em O que é Etnocentrismo, trata-se da “visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. “.
O autor nos alerta ainda para a questão do choque cultural. Como ele afirma, “de um lado conhecemos o "nosso" grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí, então, de repente, nos deparamos com um "outro", o grupo do "diferente" que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro" também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe.”.  
Roberto da Matta, no texto “Você tem cultura?” demonstra que “antes de cogitar se “aceitamos” ou não esta outra forma de ver o mundo, a Antropologia nos convida a compreendê-la, e verificar que ao seu jeito uma outra vida é vivida, segundo outros modelos de pensamento e de costumes. O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. 
O conceito de cultura, ou, a cultura como conceito, então, permite uma perspectiva mais consciente de nós mesmos. Precisamente diz que não há homens sem cultura e permite comparar culturas e configurações culturais como entidades iguais,
deixando de estabelecer hierarquias em que inevitavelmente existiriam sociedades superiores e inferiores”.
Segundo Roberto Da Matta é notória a importância dos elementos étnicos, a dizer branco: negro e indígena na formação da sociedade brasileira. A amálgama formada a partir desses elementos, através de suas relações sociais e pessoais, proporcionou o reconhecimento da identidade nacional como deveras peculiar em relação a outros países com experiências semelhantes. O 
Brasil se tornou uma sociedade mestiça e homogênea, onde não existiria preconceito "racial" e todos os indivíduos seriam, em potencial, capazes de possuírem igualdade formal, material e moral entre si. 
Em termos gerais, este é o mito de origem da sociedade brasileira, conhecido como o "mito das três raças". Para Peter Fry, é possível notar sua presença em diversos âmbitos da sociedade, desde interpretações acadêmicas até em relações fortuitas do cotidiano. Apesar de não corresponder com precisão à realidade vivida, ele serve como uma orientação para se avaliar as relações sociais, positivas ou negativas, pois corresponde à realidade idealizada. 
Existem várias correntes que explicar a formação racial/cultural da sociedade brasileira. A primeira destas correntes previa a degenerescência e o pensador mais importante era o Conde de Gobineau, o qual via a mistura de raças como fator de decadência e degenerescência da sociedade brasileira, e influenciou a obra de expoentes do pensamento brasileiro como Sílvio Romero, Olveira Vianna e Nina Rodrigues. 
Já Gilberto Freyre se propõe a deslocar o debate superioridade/inferioridade para a observação de uma situação de contato e de troca que se atualiza dentro de uma estrutura social de desigualdade, uma vez que nesta troca uma das partes é o senhor e as outras duas encontram-se, com menor ou maior intensidade numa condição servil. Para este autor a miscigenação deixa de 
ser considerada um fenômeno meramente biológico ou ainda um processo gerador de aptidões e costumes, degenerescências dela derivadas e agravadas pela ação deprimente do clima. Ao contrario a mistura de diferentes grupos étnicos é vista com algo positivo e ate mesmo capaz de promover uma democratização a partir da posição ambivalente do mestiço. 
Outro estudo que abarcou as características da identidade nacional foi Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. Para este autor, os males do país também não provêm da miscigenação. São oriundos da personalidade do português. Essa personalidade se apresenta tão dominante que a mistura com índios e negros não conseguiu superá-la. Pelo contrário, argumenta que a 
personalidade dos negros era semelhante à dos portugueses, ou seja, plástica e maleável. O que 
lhes fomentavam um caráter “anti-social” que preferia os entretenimentos ao trabalho. Nessa sociedade, as relações sociais afiguraram-se a partir da cordialidade e do personalismo. Relações que tomam formas distintas de acordo com o interlocutor, mas sempre de maneira afetiva. 
Característica que se tornou geral na sociedade brasileira. A cordialidade favoreceria, segundo o autor, a dinâmica social através da emoção, ao invés de regras sociais fixas. 
Outra importante contribuição ao entendimento da formação étnica e à diversidade cultural 
brasileira se dá por meio da obra de Darcy Ribeiro. Como leciona Adelia Miglievich Ribeiro , para 
este antropólogo o brasileiro nasce no processo de distinção de suas matrizes originais, hostilizado e, também, hostil. O mameluco rejeita a mãe índia que lhe deu a luz e opõe-se aos irmãos de sangue das Américas ao mesmo tempo em que é desconhecido por seu pai branco e banido entre os irmãos de ultramar. (...) Os brasileiros-brasilíndios-mamelucos expandem o domínio português na constituição do Brasil, castigando as gentes de sangue materno. 
É uma postura etnocêntrica, pois o personagem classifica o mundo e as pessoas apenas a partir dos valores de seu grupo.

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