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P á g i n a | 1 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CURSO: Eng. Agronômica e Eng. Florestal Unidade I - Conceitos Básicos; - Rochas; - Minerais de Argila; e - Solo como Sistema Trifásico. Lya Januária Vasconcelos Beiruth1 José de Ribamar Torres da Silva2 Rio Branco-AC, 2015. 1 Professora do CCBN/UFAC. Engenheira Agrônoma, Mestre em Produção Vegetal. 2 Professor do CCBN/UFAC. Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos. P á g i n a | 2 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE SOLOS 1. CONCEITOS 1.1 As Ciências do Solo Na Ciência do Solo, como em qualquer área de conhecimento surgem ramificações ou especializações, uma vez que o estudo de solos como recurso natural pode incluir pesquisas relacionadas a vários aspectos, como sua formação, classificação e mapeamento, além de atributos físicos, químicos, biológicos e de fertilidade em relação ao uso e manejo dos solos. Por isso, como existem subdivisões, estas são, algumas vezes, termos usados como sinônimo de Ciência do Solo. O termo Edafologia (do grego edaphos = terra ou terreno) é usado para se referir a finalidades práticas ligadas principalmente a agronomia, ou seja, estudo do solo para fins de utilização agrícola. Já o vocábulo Pedologia tem sido usado como referência aos estudos de gênese, classificação e mapeamento dos solos, ou seja, leva em consideração aspectos relacionados com sua origem, características, descrição e classificação, não entrando no estudo das relações solo-planta. Um outro termo encontrado também é a Geologia que consiste no estudo do solo no âmbito da origem, dando ênfase ao fator genético das rochas, ou seja, estuda as camadas mais profundas. A Pedologia destaca-se como refúgio do estudo do solo dentro do seu conceito total, básico e essencial. Um profissional da Ciência do Solo que se diz pedólogo deve interessar-se tanto pela camada superficial do solo como pelas demais, procurando entender como se formaram (pedogênese). Ele primeiro considera o solo com um objeto em si, não se preocupando de imediato com aplicações práticas. Para o pedólogo, solo é algo dinâmico, que teve sua formação iniciada a partir de uma rocha que se desagregou mecanicamente e se decompôs quimicamente, até formar um material solto que, com o passar do tempo, se espessou, modificando-se e individualizando-se. Gênese: Estuda/explica o desenvolvimento do solo a partir de um material de origem até o presente estágio, sendo capaz de predizer sua evolução. Estuda Fatores e Processos de Formação do solo. Morfologia: Estuda as características morfológicas do solo (visíveis ou perceptíveis por manipulação) através de uma metodologia padronizada, descrevendo a aparência do solo no campo. Pedologia = Gênese + Morfologia P á g i n a | 3 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Caracterização Morfológica do Solo Abrange: . Características do ambiente em que o solo se desenvolveu: relevo, vegetação, material de origem, erosão... . Características Internas: cor, estrutura, transição... (Visíveis); textura, consistência...(Perceptíveis). 1.2 Conceitos de Solo Para alguns, solo vem a ser sinônimo de qualquer parte da superfície da Terra e mesmo de outros planetas. É o que se observa, por exemplo, quando se lê que “devem ser observados sinais de tráfego desenhados no solo” ou que os astronautas coletaram amostras do “solo lunar”. Geólogos podem entendê-lo como parte de uma seqüência de eventos geológicos no chamado “ciclo geológico”. Ecólogos observam o solo como uma porção do ambiente condicionado por organismos vivos. Para o Engenheiro de Minas, especializado em mecânica dos solos, ele é mais um material solto que cobre os minérios e necessita ser removido. Os estudos de solos para obras de engenharia constituem o que chamamos de “Mecânica dos Solos”. O Engenheiro de Obras normalmente o considera como parte da matéria-prima para construções aterros, estradas, barragens e açudes. Químicos, tal como Liebig, podem considerá-lo como uma porção de material sólido que pode ser analisada no laboratório. Físicos comumente o vêem como uma massa de material cujas características mudam em função de variações de temperatura e conteúdo de água. Para os Homens da Lei, ele muitas vezes é sinônimo de “torrão natal”, como na expressão “solo pátrio”. Para o Historiador e o Arqueólogo, ele é como um “gravador do passado”. Os Artistas e Filósofos podem vê-lo como um objeto belo, muitas vezes místico, relacionado às forças da vida; em contraste com o Lavrador, que o vê como espaço de sua labuta diária, onde lida com suas lavouras e de onde tira sua subsistência. Logo o conceito de solo, depende da Área de Estudo: Geologia: É o produto de intemperização das rochas, ou seja, é o material não consolidado com elevado grau de intemperização. Engenharia Civil: É um manto de rochas intemperizadas (Regolito). Pedologia: É um corpo natural organizado, com características próprias adquiridas através da ação dos Fatores e Processos de Formação e que evoluem através dos estágios de gênese, maturação e degradação. P á g i n a | 4 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D A Seguir, Figuras Ilustrativas Sobre o Tema: Figura 1. Ilustração sobre as ciências do solo. Figura 2. Ilustração do conceito pedológico de solo. O manto dos solos da Terra – ou pedosfera – é muitas vezes definido como aquilo que está acima das rochas. Contudo, na Pedologia, nem tudo “mais solto” e acima das rochas pode ser chamado de solo. O nome correto para esta parte “mais solta”, entre a superfície da Terra e as rochas, é regolito. P á g i n a | 5 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D O solo inteiro – do latim solum = terra, chão – está localizado na parte superior do regolito. Apesar de não haver um limite muito distinto entre ele e o que está abaixo, existem várias maneiras de distingui-lo da parte inferior, chamada saprólito (horizonte C). As distinções entre solo e saprólito são: o solo normalmente tem um teor mais alto de materiais orgânicos; no solo encontramos muitas raízes de plantas e organismos vivos; o solo é mais intensamente alterado – ou intemperizado – que o saprólito; o solo apresenta várias seções (ou zonas) superpostas, geralmente paralelas à superfície, que em Pedologia são chamadas de horizontes. 2. ORIGEM Os solos são misturas complexas de materiais inorgânicos e resíduos orgânicos parcialmente decompostos. Para o homem em geral, a formação do solo é um dos mais importantes produtos do intemperismo. Os solos diferem grandemente de área para área, não só em quantidade (espessura de camada), mais também qualitativamente.E DE ONDE VEM O SOLO? A porção externa e superficial da crosta terrestre é formada por vários tipos de corpos rochosos que constituem o manto rochoso. Estas rochas estão sujeitas a condições que alteram a sua forma física e sua composição química. Estes fatores que produzem essas alterações são chamados de agentes de intemperismo. Pode-se então conceituar o INTEMPERISMO como o conjunto de processos físicos e químicos que modificam as rochas quando expostas ao tempo. O processo do intemperismo se dá em duas fases: - Intemperismo Físico – que é a desintegração da rocha; - Intemperismo Químico – que é a decomposição da rocha. A desintegração (intemperismo físico) é a ruptura das rochas inicialmente em fendas, progredindo para partículas de tamanhos menores, sem, no entanto, haver mudança na sua composição. Nesta desintegração, através de agentes como água, temperatura, pressão, vegetação e vento, formam-se os pedregulhos e as areias (solos de partículas grossas) e até mesmo os siltes (partícula intermediária entre areia e argila). Somente em condições especiais são formadas as argilas (partículas finas), resultantes da decomposição do feldspato das rochas ígneas. A decomposição (intemperismo químico) é o processo onde há modificação mineralógica das rochas de origem. O principal agente é a água, e os mais importantes mecanismos modificadores são a oxidação, hidratação, carbonatação e os efeitos químicos resultantes do apodrecimento de vegetais e animais. P á g i n a | 6 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Normalmente a desintegração e a decomposição atuam juntas, uma vez que a ruptura física da rocha permite a circulação da água e de agentes químicos. Os organismos vivos concorrem também na desagregação puramente física e na decomposição química das rochas. Cada rocha e cada maciço rochoso se decompõem de uma forma própria. Porções mais fraturadas se decompõem mais intensamente do que as partes maciças, e certos constituintes das rochas são mais solúveis que outros. As rochas que se dispõem em camadas, respondem ao intemperismo de forma diferente para cada camada, resultando numa alteração diferencial. O material decomposto pode ser transportado pela água, pelo vento, etc. Os agentes de intemperismo estão continuamente em atividade, alterando os solos e transformando as partículas em outras cada vez menores. O solo propriamente dito é a parte superior do manto de intemperismo, assim, as partículas diminuem de tamanho conforme se aproximam da superfície. 3. ROCHAS CONCEITO: São agregados naturais formados por um ou mais minerais, de composição mais ou menos constante, individualizados e que fazem parte da crosta terrestre. DIVISÃO: De acordo com a origem e modo de formação, as rochas classificam-se em: . Rochas Magmáticas ou Ígneas . Rochas Sedimentares e . Rochas Metamórficas. 3.1 Rochas Magmáticas São originadas da massa ígnea do interior da crosta terrestre, ou seja, são produtos da consolidação do magma pelo seu resfriamento. Figura 3. Rocha Magmática. P á g i n a | 7 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D As rochas magmáticas ou ígneas são classificadas em: a. Rochas Vulcânicas, Extrusivas ou Efusivas Formadas na superfície. São aquelas cujo resfriamento do magma ocorre na superfície e de forma rápida. Como o resfriamento é rápido ocorre à formação de minerais menores (invisíveis a olho nu). A forma de ocorrência é a forma de Derrames. A forma e a dimensão dos Derrames são conseqüência da fluidez do magma. Ex. Basalto b. Rochas Plutônicas, Intrusivas ou Abissais Formadas em profundidade. São aquelas cujo resfriamento e consolidação do magma ocorre em profundidade e de forma lenta. Dessa forma, ocorre a formação de minerais maiores (visíveis a olho nu). As rochas magmáticas são classificadas com base na textura, composição mineralógica e química. A textura diz respeito ao tamanho, à forma e arranjamento dos minerais dentro da rocha. A ocorrência de texturas diferentes nas rochas magmáticas é devido à localização onde o magma sofre resfriamento. Quando o resfriamento ocorre a alguns quilômetros abaixo da superfície terrestre, o magma solidifica vagarosamente porque a perda de calor é lenta. Esse resfriamento ocorre na presença de substâncias voláteis aprisionadas, o que leva a uma cristalização mais perfeita dos minerais. Surgem assim cristais maiores dando às rochas uma textura mais grosseira. Essas rochas são chamadas de FANERÍTICAS. Quando o magma se resfria na superfície da crosta através do extravasamento, a temperatura e a pressão caem rapidamente, não são aprisionados voláteis e não existem condições favoráveis à cristalização dos minerais. Estas rochas têm então textura fina e são chamadas AFANÍTICAS. A composição mineralógica diz respeito à presença de minerais que aparecem na composição das rochas permitindo sua distinção e classificação. Aqueles que aparecem obrigatoriamente são chamados ESSENCIAIS e os que podem ocorrer ou não são denominados de ACESSÓRIOS. Os minerais mais comuns nas rochas ígneas são de dois grupos: aqueles ricos em silício e alumínio chamados Siálicos (Feldspatos-K, Plagioclásios, Quartzo, Muscovita... etc.) e aqueles ricos em magnésio e ferro e que apresentam coloração escura são chamados de Minerais Máficos ou Ferro- magnesianos (Olivinas, Piroxênios, Anfibólios, Biotita... etc.). Por outro lado, os minerais de coloração clara como feldspatos, quartzo e micas claras (muscovita) são conhecidos como minerais félsicos. P á g i n a | 8 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Quanto à composição química, as rochas podem ser classificadas com base no teor de sílica: . Rochas ácidas Cores mais claras. > 65 % SiO2. . Rochas neutras Cores tendendo para o cinza. 65-52 % SiO2. . Rochas básicas Cores escuras. 52-45 % SiO2. . Rochas ultrabásicas < 45% SiO2. As rochas mais escuras são as que contêm menos sílica (SiO2) e as mais claras são as que contêm mais sílica. Estas últimas por serem derivadas da junção de moléculas do “ácido silícico”[Si(OH)4], antes existentes no magma, são chamadas de ácidas. Exemplos de rochas magmáticas: . Granito Rocha ácida . Basalto Rocha básica . Sienito Rocha neutra As rochas magmáticas quanto ao teor de minerais escuros, podem ser classificadas como: . Leucocráticas < 30 % de minerais escuros. . Mesocráticas 30 – 60 % de minerais escuros. . Melanocráticas > 60 % de minerais escuros. 3.2 Rochas Sedimentares São rochas oriundas do acúmulo de materiais de outras rochas que lhes precederam. Formam-se devido à destruição natural (intemperismo) de todas as rochas (magmáticas, metamórficas e mesmo sedimentares) existentes na camada mais superficial da litosfera. O material assim originado pode ser transportado e depositado, seguindo-se sua transformação em rocha. Figura 4. Rocha Sedimentar. P á g i n a | 9 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Podem ser classificadas em: Clásticas, Químicase Orgânicas. a. Clásticas: São constituídas por fragmentos desagregados de outras rochas (magmáticas, metamórficas e mesmo sedimentares), que transportados para outras regiões são depositados em estratos (camadas). Exemplos: Brechas, Conglomerados e Arenito(s). b. Químicas: São formadas a partir da precipitação, evaporação, dissolução, ação coloidal ou ainda por uma reação química. Precipitação Os materiais são finamente cristalizados (Estalactites). Evaporação Os cristais são maiores, formados pela evaporação da água. Dissolução As rochas existentes são atacadas pela água pluvial. Exemplos: Sal-Gema, Gipsita, Calcários, Evaporitos etc. c. Orgânicas: São derivadas de resíduos orgânicos de qualquer natureza. São formadas pela ação indireta dos seres vivos, vegetais ou animais. A consolidação dos sedimentos que vão dar origem às rochas sedimentares é denominada de DIAGÊNESE e pode ocorrer da seguinte forma: Compactação Ocorre redução volumétrica causada pelo peso das camadas superiores e a conseqüente expulsão de líquidos. Processo comum em rochas argilosas (argilitos e folhelhos). Cimentação Ocorre à deposição de minerais nos espaços vazios, causando uma colagem. Processo comum em rochas de granulometria mais grosseira (arenitos e conglomerados). Recristalização Os minerais recristalizam-se formando minerais maiores. Ex. formação da gipsita As condições para a formação de uma Rocha Sedimentar são as seguintes: . Presença de rocha mãe como fonte de material; . Presença de agentes que desagreguem e desintegrem a rocha; . Presença de agente transportador de sedimentos; . Deposição desse material transportado (bacia de sedimentação); . Consolidação dos sedimentos (por peso e/ou sedimentação). P á g i n a | 10 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Figura 5. Processo de formação das rochas sedimentares. 3.3 Rochas Metamórficas São rochas originadas do metamorfismo (transformação) de outras rochas, sejam elas magmáticas, sedimentares ou mesmo metamórficas. O metamorfismo é devido principalmente ao calor, pressão e fluidos, e ocorre no interior da crosta terrestre. O metamorfismo resulta na transformação de rochas preexistentes, quando submetidas a pressões e temperatura elevadas, associadas ao fator tempo. Estes agentes de metamorfismo atuam sobre as rochas provocando alterações na sua composição mineralógica. Neste processo, formam-se novos cristais e a orientação dos cristais é modificada. P á g i n a | 11 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Figura 6. Rochas Metamórficas. Exemplos: Gnaisse Granito Quartzito Arenito Ardósia Folhelho Mármore Calcário Itabirito Sedimentos ferruginosos. Composta principalmente de Hematita e Quartzo. É encontrada no Quadrilátero Ferrífero - MG. 3.4 Ciclo das Rochas Você viu que as rochas magmáticas são formadas tanto pela cristalização do magma no interior da terra como pela lava liberada dos vulcões. Mas as rochas magmáticas - e também as metamórficas - podem ser quebradas em pequenos pedaços ou fragmentos que se acumulam em camadas de sedimentos e acabam se transformando, por compressão, em rochas sedimentares. Finalmente, você viu também que as rochas sedimentares e também as magmáticas, sob a ação de altas temperaturas e pressão, podem se transformar em rochas metamórficas. Mas, se uma rocha metamórfica for derretida, ela pode novamente se tornar uma rocha magmática! Essas mudanças formam, portanto, um ciclo em que uma rocha, ao longo de muito tempo, pode se transformar em outra. É o ciclo das rochas. P á g i n a | 12 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D CICLO DAS ROCHAS 4. MINERAIS Do latim minera (mina), minerais são compostos químicos naturais, formados a partir de diversos processos físico-químicos que operam na crosta terrestre. A maioria desses compostos ocorre no estado sólido e compõem as rochas. Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o constituem. Dessa forma, materiais com a mesma composição química podem formar minerais distintos, em razão das diferenças estruturais que regem o modo como os seus átomos ou moléculas se arranjam espacialmente (p.ex., a grafite e o diamante: ambos compostos unicamente de átomos de carbono). Os minerais variam, na sua composição, desde elementos químicos, em estado puro ou quase puro, e sais simples até silicatos complexos, com milhares de fórmulas químicas conhecidas. Quando dizemos “cristalinos ou cristais de minerais”, significa que as suas minúsculas partículas de matéria – os P á g i n a | 13 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D íons – estão arrumados de forma ordenada, num arranjo que se repete de forma sistemática em todas as direções. Os minerais se mantêm imutáveis até que as condições ambientais atinjam os limites de sua estabilidade. A partir daí, são substituídos por outros mais estáveis sob a nova condição. Alguns minerais, porém, possuem limites de estabilidade muito amplos e são praticamente imutáveis, como o diamante, o coridon, o grafite, o quartzo, etc. Como os minerais se formam? Os minerais se formam pelo processo de cristalização, o qual se dá por meio de um lento ajuntamento dos átomos em forma ordenada, o que faz com que surjam, na escala macroscópica, faces planas. Esses minerais podem se formar a partir de um líquido ou gás, quando seus íons se ligam em proporções e arranjos muitíssimo bem definidos. Imagine, por exemplo, a lava que escorre da cratera de um vulcão. Ela é um líquido viscoso, extremamente quente e que inclui bolhas de gás. À medida que essa lava vai se resfriando, seus íons vão se ajuntando e iniciando a cristalização de vários minerais. SiO2, é a fórmula do quartzo, um dos minerais mais comuns na litosfera, compostos de íons de silício (Si4+) e de oxigênio (O2-), os quais se ordenam sempre na proporção de um Si4+ para dois O2- e na forma de tetraedros (Figura 7). O número de ordenação do silício é quatro, uma vez que, no quartzo, todos os seus cátions estão ordenados por quatro ânions de oxigênio. Portanto, podemos imaginar os grãos de areia quartzosa das nossas praias como constituídos de uma série de pequenos tetraedros, geometricamente interligados, tocando-se em todas as arestas. Esses tetraedros são formados por quatro íons de oxigênios ligados a um íon de silício, como esquematizado na Figura 7. As ligações existentes são covalentes, e os íons estão ligados não somente por atração iônica, mas por compartilhamento de elétrons, originando uma ligação muito forte. Figura 7. Várias formas de representar o “tetraedro de silício” – um íon de silício (Si4+) rodeado por quatro de oxigênio (O2-). No caso do quartzo, os tetraedros ligam-se compartilhando todos os oxigênios, ou seja, cada cátion de silício é neutralizado por uma carga do ânion de oxigênio.Daí a fórmula química SiO2, e não SiO4. P á g i n a | 14 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D CLASSIFICAÇÃO DOS MINERAIS: Os minerais podem ser classificados quanto à presença de sílica em SILICATADOS e NÃO SILICATADOS e quanto à origem em MINERAIS PRIMÁRIOS e SECUNDÁRIOS. 4.1 Minerais Silicatados Da classe dos filossilicatos os minerais mais importantes são: Micas: . Biotita: (Mica Preta) - K2(Si6Al2) IV(Mg, Fe)VI6O20(OH)4 . Muscovita: (Mica geralmente incolor) - K2(Si6 Al2) IV( Al4) VI O20(OH)4 Minerais de Argila (Argilominerais): . Caulinita: Al2Si2O5(OH)4 . Montmorilonita: M+0,67 (Si8) IV(Al3.33 Mg0,67) VIO20(OH)4 . Vermiculita: M+0,32(Al2,30Si5,70) IV(Al0,50Mg4,80Fe 3+ 0,70) VIO20(OH)4.nH2O Entre os tectossilicatos destacam-se os minerais: . Quartzo: SiO2 . Feldspatos: Potássico: Ortoclásio KSi3AlO8 Sódico: Albita NaSi3AlO8 Cálcico: Anortita CaSi2Al2O8 4.2 Minerais Não Silicatados Coridon Al2O3 Hematita Fe2O3 Magnetita Fe3O4 Goethita FeOOH Gibbsita Al(OH)3 Calcita CaCO3 Pirita FeS2 Variscita3 AlPO4.2 H2O Estrengita3 FePO4.2 H2O 3 Presentes em solos bem intemperizados. P á g i n a | 15 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Apatitas: Fluorapatita Ca5(PO4)3F Hidroxiapatita Ca5(PO4)3OH 4.3 Minerais Primários Provém diretamente da rocha, se mantém inalterados em sua composição e constituem as frações areia e silte dos solos. Ex: Quartzo, Feldspatos, Micas, Plagioclásios, Piroxênios, Anfibólios, Olivinas,... Importância: . Grau de evolução pedogenética dos solos; . Reserva de nutrientes essenciais p/ as plantas; . Propriedades físicas e químicas dos solos; . Classificação de solos: cauliníticos, oxídicos... Principais Minerais Primários e Caracterização e Importância Agrícola: Feldspatos Grupo de minerais da maior importância: . Abundância na crosta terrestre; . Papel na composição das rochas; . Valor sob o ponto de vista agrícola. Ex: Ortoclásio ( K2O.Al2O3.6SiO2) Albita ( Na2O.Al2O3.6SiO2) Anortita (CaO.Al2O3.6 SiO2) Importância Agrícola: . Facilidade de intemperização; . Quantidade de elementos essenciais às plantas (K, Na e Ca). Piroxênios e Anfibólios São silicatos ferro-magnesianos de coloração escura. P á g i n a | 16 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Ex. Augita Hornblenda São os mais abundantes, depois dos Feldspatos, na litosfera. Importância Agrícola: . Fornecedores de Ca, Mg e Fe para as plantas. Olivinas . Grupo de minerais que resultam da mistura de várias proporções de ortossilicatos (SiO4 4-) de Fe e Mg. . Principal representante: Olivina Mg(Fe)2SiO4 . Encontrado Rochas básicas e ultrabásicas como diabásio e gabro. Importância Agrícola: . Liberação via intemperismo de Fe, Mg, Ca e sílica no solo. Micas . São silicatos hidratados de alumínio com K e Na ou Fe e Mg; . São constituintes das rochas ígneas, metamórficas, sedimentares ou mesmo dos solos; . Principais representantes pela importância agrícola: Muscovita mica potássica, geralmente incolor, muitas vezes avermelhada ou brunada; Biotita mica ferro-magnesiana (preta) tem K em quantidade apreciável. Facilidade de Intemperização: . Biotita >> Muscovita Presença do Fe na Biotita se oxida e desprende calor: 4 FeO + O2 2 Fe2O3 + 36,2 Calorias Importância Agrícola: . Fontes de K, Fe e Mg (menor proporção) para as plantas. Constituintes das rochas ígneas. P á g i n a | 17 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Apatitas . São os fosfatos de cálcio com flúor ou cloro. . Ocorrência: Flúor-apartita >> Cloro-apatita (Ca,F)Ca4(PO4)3 (Ca,Cl)Ca4(PO4)3 . Freqüentes em rochas ígneas como inclusões microscópicas em diversos minerais como quartzo, feldspatos e hornblenda. Importância Agrícola: . Pela abundância e facilidade de intemperização, constitui-se nas principais fontes naturais de P para as plantas. Quartzo . Mineral extremamente resistente ao intemperismo fragmenta-se, mas não se altera quimicamente. . Ocorre nas rochas ígneas, metamórficas, sedimentares e nos solos, mesmo bem intemperizados. Importância Agrícola: . Como fonte de nutrientes Nenhuma. . Constituinte principal da fração areia do solo interferindo nas propriedades físicas (textura, densidade, estrutura) e químicas (CTC e adsorção aniônica). 4.4 Minerais Secundários . Formados sob condições de baixa temperatura, pela alteração e desintegração dos minerais primários (intemperização). . Presentes na fração argila dos solos. Importância: . Cargas elétricas do solo; . Retenção de cátions e ânions; . Propriedades físicas do solo (textura, estrutura...); . Grau de evolução dos solos. P á g i n a | 18 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Principais Minerais da Fração Argila: Minerais Silicatados: Filossilicatos (Silicatos em Camadas ou Lâminas). Unidades Básicas (Unidade Cristalográfica): Figura 8. Diagrama esquemática de uma folha tetraédrica (a) e de uma folha octaédrica. (Fonte: Teixeira Neto e Teixeira Neto, 2009) A- Esmectitas (2:1) Minerais 2:1 sem Substituição Isomórfica a ligação entre as unidades estruturais Forças de Van der Waals. Minerais 2:1 com Substituição Isomórfica essas ligações são do tipo Forças de Atração Eletrostática, devido à presença de cátions na entrecamada (K+, Ca2+, Mg2+). Estrutura (Sem Substituição Isomórfica) P á g i n a | 19 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Mineral típico de regiões temperadas Remoção pequena de cátions alcalinos, alcalinos terrosos e de sílica. Figura 9. Diagrama esquemático geral de argilas do tipo esmectita. (Fonte: Díaz e Santos 2001) Condições Propícias à Formação de Esmectitas (2:1): . pH (6 - 7); . Baixa concentração de K+ no meio; . Baixa concentração de Al3+ no meio; . Altas concentrações de Si, Ca e/ou Mg e Fe no meio; . Drenagem limitada; . Relevo plano a suave ondulado. B- Montmorilonita (2:1) P á g i n a | 20 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Características Gerais Mineral Montmorilonita: . Empilhamento: 2 lâminas tetraédricas e 1 octaédrica; . Ligações entre as unidades: Forças de Atração Eletrostática; (fraca); . Substituição isomórfica: Al por Mg (Octaedros); . Alta capacidade de expansão; . Atividade Alta; . d(0,01) = até 1,8 nm; . Superfície específica: 600-800 m2/g; . CTC 80 - 120 cmol.dm -3; . Cargas praticamente independentes de pH e sim de substituição isomórfica; C- Vermiculita (2:1) Características Gerais da Vermiculita: . Fórmula Variável: K0,32(Al2,30Si5,70) IV(Al0,50Mg4,80Fe 3+ 0,70) VIO20(OH)4.nH2O . Mineral 2:1; . Substituição Isomórfica: Si por Al (tetraedros) Déficit de cargas, compensada por cátions trocáveis, principalmente Ca2+ e/ou Mg2+, e até mesmo K+ e NH4 + (nas entrecamadas); Al3+por Mg2+ e/ou Fe (Octaedros). . Alta densidade de cargas; . Expansibilidade limitada d(0,01) até 1,4 nm; Com K+ ou NH4 + praticamente não expansível devido à especificidade dos sítios nas entrecamadas por esses cátions. P á g i n a | 21 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D . CTC 100-160 cmolc.dm -3 (Substituição Isomórfica); . Alta atividade (Expansão/Contração). D- Caulinita (1:1) Figura 10. Estrutura cristalográfica da caulinita (branco: hidrogênio, vermelho: oxigênio; cinza: alumínio, amarelo: silício) (Rodrigues, 2009) Características Gerais da Caulinita: . Empilhamento: 1 lâmina tetraédrica e 1 octaédrica; . Ligações entre as unidades: Pontes de Hidrogênio; . Não expansíveis Forte ligação entre unidades; . d(0,01) = 0,72 nm; . CTC 3 - 10 cmolc.dm -3, dependentes de pH; . Superfície específica 10 - 20 m2.g-1; . Mineral dominante em solos bem intemperizados; P á g i n a | 22 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D . Fórmula Ideal: Al2Si2O5 (OH)4; . Praticamente não apresentam substituição isomórfica. Gênese do Mineral Caulinita: . Precipitações elevadas; . Altas temperaturas; . Boa drenagem Intensa lixiviação de cátions de metais alcalinos e alcalinos terrosos (desbasificação) e moderada dessilificação sob condições de acidez elevada (decorrente da: oxidação de sulfetos, reação CO2 + H2O e ácidos orgânicos resultantes da decomposição da matéria orgânica); . Transformação de inúmeros minerais: Mica, Feldspatos e Montmorilonita; . Herança: Ocorre em depósitos lacustres marinhos, fluviais como mineral herdado (jazidas). E- Óxidos . Termo geral para: óxidos, hidróxidos e oxi-hidróxidos de Fe e Al; . Minerais secundários importantes em solos tropicais; . Óxidos de Ferro formação de agregados estrutura dos solos; . Caráter anfótero Cargas dependentes de pH: Adsorção de ânions; . Superfície específica 10 - 140 m2.g-1; . CTC baixa em geral < 5 cmolc.dm -3; . Principais Óxidos de Ferro e Alumínio: Estrutura Fe3+ Al3+ Não Hidratado *Hematita ( Fe2O3) Maghemita ( Fe2O3) Corindon ( Al2O3) Monohidratado *Goethita (FeOOH) Diásporo [( AlOOH)] Trihidratado - *Gibbsita [ Al(OH)3] * Mais importantes nos solos brasileiros. Hematita: . Fe2O3; . Responsável pela cor vermelha dos solos; . Ocorre em ambientes bem drenados. P á g i n a | 23 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Goethita: . FeOOH; . Forma de óxido mais freqüente em solos brasileiros; . Responsável pelas cores dos solos amareladas e bruno-amareladas; Gibbsita: . Al(OH)3 Mineral mais comum em solos bem intemperizados dos trópicos; . Componente principal da fração argila solos extremamente intemperizados (Cerrado do Brasil). . A formação de gibbsita pode ocorrer se as condições favorecerem a lixiviação do silício (dessilificação). KAlSi3O8 + H + + 7H2O K + + Al(OH)3 + 3 H4SiO4 Feldspato-K Lixiviado Lixiviado . Se a lixiviação não for tão intensa, o Si permanecerá ainda no meio e se forma Caulinita. Al(OH)3 + H4SiO4 1/2Al2Si2O5(OH)4 + 2 H2O. 5. SOLO COMO SISTEMA TRIFÁSICO 5.1 Componentes do Solo A. Fase Sólida: . 50 - 100 % do Peso total . Composição: . Fração Orgânica (5 % Peso; 12 % Volume): * Organismos Vivos. * Restos semi-decompostos. * Húmus. . Fração Mineral (95 % Peso; 38 % Volume): * Minerais Primários Herdados da Rocha. Ex. Quartzo, Feldspato, Micas, Plagioclásios. * Minerais Secundários Formados no solo, originados dos primários. Ex. Caulinita, Montmorilonita, Vermiculita, Óxidos de Fe e Al. . Importância: . Fonte potencial de nutrientes pelos minerais. . Propriedades Físicas: Textura, densidade... . Propriedades Químicas (Argila e M. Orgânica): * Cargas elétricas da fase sólida. * Retenção de água e nutrientes. P á g i n a | 24 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D B. Fase Líquida (Solução do Solo): . 0 - 50 % Volume do Solo. . Composição Química: * Cátions: K+, Ca2+, Mg2+, Na+, Al3+, H+ e NH4 + * Ânions: Cl-, NO3 -, SO4 2-, H2PO4 - Importância: . Indica teor de nutrientes prontamente disponíveis para as plantas e microrganismos. . Local de onde as plantas preferencialmente absorvem os nutrientes. . Indica acidez ativa e toxidez de Al. C. Fase Gasosa (Ar do solo): . Mistura complexa de gases oriundos da atmosfera e das reações processadas no sistema solo-planta. . Composição Variável (0-50 % Volume) dependente: solo, ambiente, atividade biológica. Importância: . Aeração do solo Desenvolvimento radicular . Presença de O2 Microrganismos. . Processo de Respiração. . Difusão de O2 Condições de oxidação. Ar do Solo x Ar Atmosférico Elementos Composição (%) Ar do Solo Ar Atmosférico Nitrogênio (N2) 80 79 Oxigênio (O2) 0 – 20* 21 Gás Carbônico (CO2) 0,1 – 20 * 0,03 *Atividade microbiológica (respiração microbiana). Condições que favorece a atividade biológica no solo: . pH > 5,0 . Adição de Matéria Orgânica . Temperatura: 30 - 35 oC . Umidade: 80 - 85 % Capacidade de Campo P á g i n a | 25 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D Consequênciada atividade biológica no solo: . Teores O2 podem atingir 0 % . Teores CO2 podem atingir 100 % Nota: Existe um equilíbrio dinâmico entre os elementos que se encontram retidos na fase sólida (formas trocáveis ou adsorvidos) e àqueles presentes na solução do solo Estudos Posteriores no Curso. Figuras Ilustrativas sobre o Tema (Resumo): Figura 11. Fases do solo/Composição volumétrica. Figura 12. Dinâmica dos nutrientes no sistema solo-planta. P á g i n a | 26 SOLOS I – Unidade 1 Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D EXERCÍCIO: 01. Interprete o conceito pedológico de solo. 02. Conceitue rocha e apresente sua classificação quanto à origem e modo de formação. 03. Que são rochas intrusivas e extrusivas? 04. Rocha ácida e solo ácido têm o mesmo significado? Justifique. 05. O que determina a textura das rochas ígneas? Comente e dê exemplos desse tipo de rocha. 06. Diferencie: a) Intemperismo físico x Intemperismo químico. b) Rocha afanítica x Rocha fanerítica. c) Minerais essenciais x Minerais acessórios. d) Minerais siálicos x Minerais máficos x Minerais félsicos. 07. Quais as condições necessárias para a formação de uma rocha sedimentar? 08. Conceitue Diagênese. De que forma ela pode se processar na natureza? 09. Diferencie: a) Minerais primários x Minerais secundários. Dê exemplos. b) Minerais 1:1 x Minerais 2:1. Dê exemplos. 10. Nos solos tropicais extremamente intemperizados, que mineral você espera que ocorra como dominante? Por quê? 11. Cite as condições que favorecem a gênese dos minerais caulinita e montmorilonita. 12. Por que os solos com argilomineral dominante do tipo caulinita não apresentam capacidade de expansão-contração? 13. Em que difere, basicamente, um solo cujo mineral dominante é vermiculita e outro que tem caulinita como principal argilomineral? 14. Discuta a relação entre minerais primários x minerais secundários x intemperismo x liberação de nutrientes x acidez do solo. 15. Quais os óxidos mais importantes integrantes da fração argila dos solos da Amazônia? 16. À medida que um solo vai tornando-se extremamente intemperizado sua CTC (Capacidade de Troca de Cátions) tende a aumentar ou diminuir? Justifique. 17. O solo é considerado quimicamente um sistema trifásico? Comente. 18. Qual a importância da fase sólida do solo? 19. O ar atmosférico e o ar do solo têm a mesma composição química? Comente.
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