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Cicatrização e reparo

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Cicatrização 
Yathiaia Rolim 
 
O objetivo da cicatrização é reparo. Onde através de uma ferida o tecido tenta 
ficar o máximo parecido ao que era antes. Então o processo de cicatrização começa 
logo após a lesão. 
A cicatrização torna-se possível devido à epitelização onde as células lesadas 
começam a se multiplicar através de mitose que é a divisão de uma célula em duas, 
mas para que ocorra mitose é preciso energia em forma de nutrientes e glicose, 
dentro desses nutrientes o necessário são os constituintes de células que são 
proteínas, lipídeos, íons (sais) e vários outros nutrientes como vitaminas. Com isso 
concluímos que a primeira deficiência na cicatrização pode ser nutricional, pois o 
processo de mitose fica diminuído e as células não vão se multiplicar ou vão se 
multiplicar lentamente. Após a multiplicação que é regularizada pela membrana 
basal as células precisam migrar através de pseudópodes que projetam suas 
membranas para regiões onde as células foram lesadas. As células “sabem” que 
devem se multiplicar devido a “estímulos” vindos dos fatores de crescimento TGF 
(fator de crescimento transformativo) e TGE (fator de crescimento epidérmicos) que 
são produzidos e liberados por plaquetas e leucócitos e então a partir desses 
estímulos as células sofrem mitoses utilizando energias e nutrientes disponíveis no 
sangue para que assim ocorra a cicatrização. 
Essas células epiteliais já formadas e as que estão em formação devem serem 
reorganizadas em forma de tecido. A constituição do tecido se dá diante de células 
que ficam agregadas em tecido conjuntivo (sustenta as células) e vasos sanguíneos 
que são os responsáveis em levar proteína, nutrientes, glicose, outros. O tecido 
conjuntivo é formado por colágeno que é produzido por fibroblastos que necessita 
de energia vinda dos vasos para produzir o tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo é 
formado e constituído por células chamadas de fibroblastos que são as responsáveis 
pela produção da proteína colágeno. 
Os processos de deficiência de cicatrização podem ser decorrentes a falta de 
energia (característica dos ferimentos em diabéticos que tem feridas persistentes); 
nutricional (não gera a divisão celular – mitose). 
A primeira fase da cicatrização é a fase inflamatória ou exsudativa (que vem de 
exsudato = secreção, devido a inflamação, sangue e infecção) que é muito 
importante porque é nesta fase que os leucócitos são atraídos para a região lesada, 
por isso o uso de anti-inflamatório nessa fase. A inflamação ocorre devido a infecção 
bacteriana consequente da lesão de continuidade na pele que é a principal barreira 
física contra microrganismos, por isso o uso de antibacterianos. Com esses 
medicamentos decresce as bactérias e a fase inflamatória e com isso diminuindo 
também os sangramentos. 
EX1. Ferida em cavalo por conta de cela pois o animal é muito magro e a sela 
fica roçando causando essas feridas. Há o abronema que é o parasita que causa 
feridas no cavalo principalmente na cara e nas regiões de traumatismo como patas. 
Então temos uma ferida aberta onde irá desenvolver todo o processo inflamatório: 
pus, secreção, dolorido, rubor, inchaço e sangramento. Enquanto essa fase não 
parar não haverá a cicatrização. Se não for usado o anti-inflamatório e o antibiótico 
essa fase não irá passar, não avançará para a fase 2 e depois 3 e assim não haverá 
a cicatrização. Devemos conter as bactérias porque elas roubam os nutrientes, 
roubam o oxigênio e por cima ainda produzem toxinas. O açúcar é bom para essa 
fase 1 pois puxa um pouco do liquido desidratando um pouco a região e ajuda na 
cicatrização. O açúcar aumenta a osmoralidade do meio que é inóspito para 
bactérias, ou seja, em um meio hiperconcentrado as bactérias não conseguem se 
multiplicar, mas as células conseguem. 
A água oxigenada é usada nessa fase pois faz bolha e mata os clostridium por 
serem anaeróbias além de levantar as “poeiras”. 
A fase 2 é a fase onde há o maior número de mitoses que é a chamada 
proliferativa ou regenerativa. Nesta fase não há inflamação, infecção e exsudato 
existe, mas, de maneira bastante reduzida. Então esta fase é onde as células estão 
livres para se multiplicar, ela chamasse de proliferativa porque as células não param 
de se multiplicar (mitose) e são elas as epiteliais e os fibroblastos da membrana 
basal. Nessa fase é onde eu tenho a chamada angiogênese (formação de vasos) 
responsável pelo transporte de nutrientes. 
A ferida para cicatrizar tem que estar vermelha, sendo o tecido vermelhinho, sem 
secreção e bem organizado chamado de tecido de granulação. Nessa fase onde as 
células estão em mitose não se deve colocar álcool iodado pois pode prejudicar a 
multiplicação celular. Porém o cavalo é uma exceção pois possui a cicatrização 
muito acelerada e deve ser usado no tecido de granulação para evitar queloide. 
A casca deve ser retirada com soro fisiológico morno (37º) para ser reidratada e 
não lesionar a cicatrização que já ocorreu. A casca deve ser retirada porque embaixo 
da casca pode ocorrer cultivo de bactéria e causar uma infecção nessa fase. Feridas 
muito grandes pode ocorrer a retirada da casca através de banho morno. 
O “pvpi” quanto mais diluído melhor a sua ação devido a quantidade de iodo que 
irá estar livre e ele se torna menos tóxico. Então para essa fase 2 o ideal é a retirada 
de pus, secreção e sangue acumulado pelo soro e o iodo diluído age como 
bactericida; proporção de 1ml de “pvpi” para 1l de soro. 
Na neovascularização haverá células chamadas angioblastos (células que vão 
dar origem a vasos) que levar a diferenciação de células em células das paredes 
dos vasos as tornando vasos. Dentro dos leucócitos o mais importante é o 
macrófago que é o responsável pelos fatores de crescimento. 
A terceira fase é a fase de reparo para que o tecido volte ao normal, para que 
ocorra a contração da ferida, para que ocorra o fechamento total e a formação da 
cicatriz que é a remodelação do tecido através de fibras colágenas. Nessa fase é 
necessário que aja contração que ocorre através da musculatura onde uma parte 
dos fibroblastos tornam-se mioblastos que leva a aproximação das bordas de baixo 
para cima após o fechamento. Os mioblastos são células que aproximam as bordas, 
elas são semelhantes às células do músculo liso. 
Há um distúrbio individual chamado de queloide, o queloide é decorrente da 
produção de colágeno exagerada, onde na medicina veterinária é retirada através 
de cirurgia com ponto estético e pomada cicatrizante. 
 
 
1º dia tem inflamação e à medida que ela cai o tecido de granulação é produzido 
(fase 2), na medida que o tecido de granulação cai a contração da ferida ocorre. O 
processo de contração é o mais demorado dos demais. 
 
A cicatrização tem que ter umidade para que as células não desidratem por isso 
que a casca atrapalha pois dificultam a migração das células; tem que ter oxigenação; 
limpeza com soro fisiológico e ganadol ou água corrente, sabão e soro fisiológico; a 
ferida deve ser tampada com gaze ou ataduras que permitem a circulação de ar (deve 
ser tampado na fase 1, mas sempre fazendo a troca do curativo para evitar cultivo 
bacteriano) 
 
 As dificuldades da cicatrização 
- Diabéticos: falta de glicose para a mitose das células além de todo animal diabético 
ser imunossuprimido, ou seja, ele não consegue passar da fase inflamatória onde além 
da infecção há carência de energia; também há isquemia 
- Carência de nutrientes: falta de energia para mitose celular, o ideal é suplementação 
e o uso de vitamina C que é muito importante na produção de colágeno. 
- Infecção: não sai da fase 1; 
- Sistema imune deprimido – imunossupressão:a primeira fica comprometida onde as 
bactérias vão se alastrar de maneira exacerbada devido à ausência de leucócitos. Além 
que os leucócitos estimulam os fatores de crescimento. 
- Isquemia (deficiência de vascularização): quando há isquemia a ferida se encontra 
escura, então se deve utilizar a bucha própria e escarificar a ferida para ela reviver. 
- Hipotireoidismo (baixo metabolismo celular) – a mitose é lenta devido à baixa atividade 
celular. 
- Hiperadrenocorticismo: corticoide inibe a cicatrização (exceto cavalo) 
- Áreas de movimento: como cotovelo, axilas... nessas áreas a dificuldade de 
cicatrização e produção celular devido aos movimentos, o ideal é fazer uso de células. 
- Medicamentos: corticoides e quimioterápicos que causam imunossupressão 
 
Feridas cortantes 
As feridas cirúrgicas são fechadas porque não há contaminação – é um 
procedimento asséptica. Então se fecha feridas cirúrgicas ou que ainda não esteja na 
fase inflamatória. 
Após 6 horas existe um alto grau de contaminação, se o animal chegou antes de 
6 horas após o ocorrido deve se fazer a assepsia da região e suturar a região que leva 
a um processo de cicatrização mais rápido pois as bordas já estarão unidas. O ideal é 
pontos espaçados para que em caso de secreção seja drenada pelo espaçamento 
deixado. 
Ferida de segunda intenção é quando a borda não pode ser aproximada ou 
quando já passou 6 horas e é evidente ser um meio de cultura. 
Ferida de terceira intenção quando se tem tecido necrosado que deve ser 
retirado e a ferida deve ser reaviva, neste caso também não se sutura.

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