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Da Monarquia Absoluta ao Iluminismo Prof. Fabrício Ferreira O Absolutismo 3 CONTEXTO: – Transição entre o feudalismo e o capitalismo. – Nova adequação do poder, conci l iando parcialmente os interesses da tradicional nobreza e da nascente burguesia. • NOBREZA: burocracia administrativa (cargos) e privilégios (pensões e isenção de impostos). • BURGUESIA: dinamização das atividades comerciais (unificação de moedas, leis, sistemas de pesos e medidas, conquista de mercados e eliminação de barreiras internas prejudiciais ao comércio). 4 – Burguesia = pagava altos impostos sustentava – Nobreza = cargos no governo – Clero = privilégios • isentas de impostos 5 6 O Absolutismo • Características: – Nova roupagem do sistema feudal; – Formação de exércitos do monarca; – Tributação para fazer face aos gastos do governante; – Centralização do poder e da Justiça; – Enfraquecimento do poder da Igreja; 7 Absolutismo • CONCEITO : O abso lu t ismo fo i a centralização despótica do poder nas mãos de um soberano. • QUANDO: aproximadamente entre os séculos XV e XVIII. • ONDE: sobretudo na FRA, ING, POR e ESP. • TEÓRICOS ABSOLUTISTAS: – JEAN BODIN (A República). – JACQUES BOSSUET TEORIA DO DIREITO DIVINO 8 TEÓRICOS ABSOLUTISTAS • JEAN BODIN (1530-1596): – A República. – Defende a idéia de “soberania não partilhada”, ou seja, a soberania real não poderia sofrer restrições pois emana das leis de Deus; • Jacques Bossuet (1627-1704): – “A política segundo a Sagrada Escritura” (obra) – “a autoridade do rei é sagrada, pois emana de Deus” – “o rei é rei porque Deus quis, e, se é da Vontade Divina, não deve haver nenhum tipo de discussão acerca do assunto porque seria, no mínimo, um pecado; – Sua teoria influenciou os reis franceses da dinastia Bourbon, Luís XIV, XV e XVI. “aquele que deu reis aos homens quis que eles fossem respeitados como Seus representantes”, afirmava Luís XVI; 9 TEÓRICOS ABSOLUTISTAS • Hugo Grotius (1583-1645): – Do direito de Paz e de Guerra. – Defende o governo despótico e o poder ilimitado do Estado, sem os quais se estabeleceria o caos e a turbulência. • Freqüentemente governantes usam a desculpa da violência e da turbulência para centralizar o poder! 10 – NICOLAU MAQUIAVEL: • O Príncipe – Ética ≠ política. – “razão de Estado” acima de tudo. – “os fins justificam os meios”. – THOMAS HOBBES: • Leviatã; – Poder do Estado acima de tudo. – Estado serve para livrar a humanidade do caos e da anarquia. – “o homem é o lobo do homem”. – A fonte da Lei é a vontade do Rei, uma vez que esta é a reunião de todas as vontades; MAQUIAVEL HOBBES TEÓRICOS ABSOLUTISTAS 11 A França de Luis XIV • Luís XIV (1643 – 1715) – o auge do regime: – Exemplo marcante de centralização de poder, amparada nas teorias de Maquiavel; – “O Estado sou eu” – “Rei Sol”. – Organização social baseada na distinção social; – incentivo às manufaturas de luxo, navegações, conquistas na América, criação de Cias. de Comércio. – Construção do Palácio de Versalhes para abrigar sua corte. – Aumento constante de impostos. O Iluminismo 13 Pré – condições para o “Século das Luzes” (séc. XVIII) • Ascensão econômica da Burguesia • Revolução Científica (Galileu, Descartes, Newton...) • Crise do Antigo Regime 14 • Definição: movimento filosófico, intelectual e científico que contrariou as bases do Antigo Regime; “Movimento intelectual que tinha por característica uma confiança absoluta no progresso e, principalmente, na razão; • Quando: século XVIII; • Onde? ING (início), FRA (auge); • Quem? O iluminismo representou basicamente a forma da burguesia interpretar o mundo; • Características básicas: – Racionalismo; – Cientificismo; – Antiabsolutismo; – Anticlericalismo; – Defesa das liberdades individuais. 15 Iluminismo Conceitos • Iluminismo • Método Experimental • Racionalismo • Separação dos Poderes • Soberania Popular 16 • A ciência e a razão são capazes de explicar o universo; • Cada pessoa deve pensar por si própria sem deixar as ideologias influenciarem seus atos e pensamentos; • “Iluminar, combater a ignorância, as superstições, ser guiado sempre pela razão”; • Um dos movimentos impulsionadores do capitalismo; • Pregava a sociedade livre, transição de classes e ascensão, oportunidades iguais para todos; • Atrelado à classe burguesa, que lutava contra a intervenção do Estado na economia; 17 • Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade. • Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. 18 • O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. • A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. • O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. • Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil. 19 Iluminismo Foi muito dinâmico nos países protestantes e lento, porém com gradual influência, na maioria dos países católicos; começa a desenvolver-se a partir da filosofia inglesa e da agonia do regime político absolutista na França, sobretudo a part i r da publicação da Enciclopédia, de Diderot e D'Alembert, e que valoriza as noções de natureza, 20 ENCICLOPEDISMO Enciclopédia = divulgação p/ grande número de pessoas, novas idéias do século XVIII; – Diversas áreas do conhecimento • Organizadores: - Denis Diderot - Jean D’Alembert • Outros: Voltaire, Montesquieu, Rousseau... • Condenada pelo governo e pela Igreja como subversiva, circulou clandestinamente e influenciou as mentes da época; 21 • F r o n t i s p í c i o d a Encyclopédie. (1772) Foi desenhado por Charles- N i c o l a s C o c h i n e o r n a m e n t a d o p o r B o n a v e n t u r e - L o u i s Prévost. Esta obra está carregada de simbolismo: A f igura do centro representa a verdade – rodeada por luz intensa (o símbolo central do iluminismo). Duas outras figuras à direita, a razão e a filosofia, estão a retirar o manto sobre a verdade. O brilho da Verdade resultando da Razão e da Filosofia (alegoria Iluminista) 22 Iluminismo 23 Iluminismo 1. Diminuição progressiva do p o d e r d a I g r e j a n a sequência das novas descobertas científicas e tecnológicas e das novas polí t icas económicas, sociais e políticas. 2. Progressos científicos, nova visão do mundo, na mão de uma elite surgida da bu rgues ia , apo io c o n c e d i d o p e l o s governantes da Europa ao d e s e n v o l v i m e n t o cientifico e técnico , interessados no aumento dos seus territórios e do seu prestígio. 24 Iluminismo 1. Uma nova maneira de ver o Mundo , a t ravés da razão , racionalismo 2. A s p e s s o a s d e v e m s e r ”iluminadas pelo saber”, portanto abrem-se escolas onde já se ensinam as novas descobertas ligadas aos vários ramos da ciência – Escolas de Artes, Academias. Para actualizar os conhecimentos das pessoas surgem novas ideias ligadas à Educação, política, economia e sociedade. 3. Vultos i luministas: Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e D’Alembert. Jean le Rond d'Alembert, por Maurice Quentinde La Tour Portrait of Diderot by Louis-Michel van Loo, 1767 25 John LOCKE (1632 – 1704) • Precursor do Iluminismo (considerado o “Pai” do Iluminismo). • Combate ao absolutismo; • Liberalismo Político; • Defesa da Monarqu ia Par lamenta r (Constitucional); • Estado - função zelar e defender os direitos naturais do cidadão, senão o povo poderia destituí-lo; • ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo por meio do empirismo; • Conhecimento = experiência e razão; • Direitos naturais e inalienáveis dos homens: vida, liberdade e propriedade. • Os governos existem para preservar esses direitos. 26 ADAM SMITH: Liberalismo Econômico (“Escola Clássica”) • “Pai” da economia. – 1° a fazer um estudo sobre o sistema capitalista; – “A riqueza das nações”; • Não intervenção do Estado na Economia. • Livre concorrência, lei da oferta e da procura, divisão do trabalho. – Capital aliado ao trabalho = verdadeira riqueza da nação • Liberalismo econômico. 27 FISIOCRACIA (FRA): • Ve r s ã o f r a n c e s a d o l i b e r a l i s m o econômico. – Não intervenção do Estado na economia. – Riqueza = agricultura. – Teóricos destacados: QUESNAY, GOURNAY, MIRABEU, DUPONT E TURGOT. – Lema: “Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même” (Deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo). 28 MONTESQUIEU (1689 – 1755) “só o poder limita o poder” • Divisão dos 3 poderes e a u t o n o m i a , o q u e garantiria o cumprimento das leis vigentes, e a liberdade dos cidadãos 29 VOLTAIRE (1694 – 1778) “Só haverá liberdade quando o último rei for enforcado com as tripas do último padre” • Crítico da religião (clero) e da monarquia (nobreza) • Defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa • Liberdade de expressão; “Posso não concordar com nenhuma das vossas palavras, mas defenderei até a morte o vosso direito de enunciá-las” 30 Jean-Jacques ROUSSEAU (1712-1778) “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe” – O mais importante e influente. – Contrato Social; – Soberania popular. – P o d e r = p o v o (democracia). – Teoria do bom selvagem. 31 • O contrato social – Povo = soberania das decisões – Política = voto – Homens = livres e iguais • Progresso deteriorava o homem (chocou os outros iluministas...) • Propriedade privada = raiz das infelicidades humanas (Discurso Sobre a Origem e Fundamento da Desigualdade Entre os Homens) 32 Cesare Beccaria (Marquês de Bonesana) • Iluminista italiano idealizador do direito penal moderno; – Aos 25 anos de idade escreve a obra “Dos Delitos e das Penas”, publicada anonimamente em 1764, despertando um enorme interesse na sociedade por preconizar um novo sistema de Direito Penal, pregando a supressão da tortura, da pena de morte, do confisco, da instrução criminal secreta, dentre outros. – busca de saídas para as injustiças patentes do sistema penal de sua época a partir da concepção de pacto social; – sistema da idade média: juizes com poderes absolutos, legislação não clara, confissão como objetivo do processo; – pressuposto de que o indivíduo desde que acusado já era condenado, sendo massacrado pela tortura, não tendo mais como provar sua inocência. • Tese de Beccaria: base do que hoje chamamos direitos individuais. 33 • As leis, assim como o contrato social, deveriam ser fruto de pactos entre homens livres; • Leis e penas como necessidades do convívio social; • Penas deveriam ter por medida o dano causado pelo ato delituoso; • Finalidade das penas: proteção da sociedade e não a desforra; bem como deveriam desencorajar outros de cometerem delitos; • Princípio da anterioridade da lei; • Penas proporcionais aos delitos; – igualdade na aplicação das penas; – necessidade da infalibilidade do sistema; – contra a tortura no processo como meio de obtenção de prova; – A pena de morte é inútil – defesa do in dubio pro reo; – Presunção de inocência; – Criou o livramento condicional – leis claras como prevenção aos delitos; – educação. As idéias de Cesare Beccaria
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