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16. Da Monarquia ao Absolutismo (1)

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Da Monarquia Absoluta ao 
Iluminismo 
Prof. Fabrício Ferreira 
O Absolutismo 
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CONTEXTO: 
– Transição entre o feudalismo e o capitalismo. 
– Nova adequação do poder, conci l iando 
parcialmente os interesses da tradicional 
nobreza e da nascente burguesia. 
• NOBREZA: burocracia administrativa (cargos) 
e privilégios (pensões e isenção de impostos). 
• BURGUESIA: dinamização das atividades 
comerciais (unificação de moedas, leis, 
sistemas de pesos e medidas, conquista de 
mercados e eliminação de barreiras internas 
prejudiciais ao comércio). 
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– Burguesia = pagava altos impostos 
 sustentava 
– Nobreza = cargos no governo 
– Clero = privilégios 
•  isentas de impostos 
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O Absolutismo 
•  Características: 
– Nova roupagem do sistema feudal; 
– Formação de exércitos do monarca; 
– Tributação para fazer face aos gastos do 
governante; 
– Centralização do poder e da Justiça; 
– Enfraquecimento do poder da Igreja; 
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Absolutismo 
•  CONCEITO : O abso lu t ismo fo i a 
centralização despótica do poder nas 
mãos de um soberano. 
•  QUANDO: aproximadamente entre os séculos 
XV e XVIII. 
•  ONDE: sobretudo na FRA, ING, POR e ESP. 
•  TEÓRICOS ABSOLUTISTAS: 
– JEAN BODIN (A República). 
– JACQUES BOSSUET 
 TEORIA DO 
DIREITO 
DIVINO 
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TEÓRICOS ABSOLUTISTAS 
•  JEAN BODIN (1530-1596): 
–  A República. 
–  Defende a idéia de “soberania não partilhada”, ou seja, a 
soberania real não poderia sofrer restrições pois emana das leis 
de Deus; 
•  Jacques Bossuet (1627-1704): 
–  “A política segundo a Sagrada Escritura” (obra) – “a autoridade 
do rei é sagrada, pois emana de Deus” – “o rei é rei porque Deus 
quis, e, se é da Vontade Divina, não deve haver nenhum tipo de 
discussão acerca do assunto porque seria, no mínimo, um 
pecado; 
–  Sua teoria influenciou os reis franceses da dinastia Bourbon, Luís 
XIV, XV e XVI. “aquele que deu reis aos homens quis que eles 
fossem respeitados como Seus representantes”, afirmava Luís 
XVI; 
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TEÓRICOS ABSOLUTISTAS 
•  Hugo Grotius (1583-1645): 
– Do direito de Paz e de Guerra. 
– Defende o governo despótico e o poder 
ilimitado do Estado, sem os quais se 
estabeleceria o caos e a turbulência. 
•  Freqüentemente governantes usam a 
desculpa da violência e da turbulência 
para centralizar o poder! 
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– NICOLAU MAQUIAVEL: 
• O Príncipe 
– Ética ≠ política. 
– “razão de Estado” acima de tudo. 
– “os fins justificam os meios”. 
– THOMAS HOBBES: 
• Leviatã; 
– Poder do Estado acima de tudo. 
– Estado serve para livrar a humanidade do 
caos e da anarquia. 
– “o homem é o lobo do homem”. 
– A fonte da Lei é a vontade do Rei, uma vez 
que esta é a reunião de todas as vontades; 
MAQUIAVEL 
HOBBES 
TEÓRICOS ABSOLUTISTAS 
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A França de Luis XIV 
•  Luís XIV (1643 – 1715) – o auge do regime: 
– Exemplo marcante de centralização de poder, 
amparada nas teorias de Maquiavel; 
– “O Estado sou eu” 
– “Rei Sol”. 
– Organização social baseada na distinção social; 
–  incentivo às manufaturas de luxo, navegações, 
conquistas na América, criação de Cias. de Comércio. 
– Construção do Palácio de Versalhes para abrigar sua 
corte. 
– Aumento constante de impostos. 
O Iluminismo 
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Pré – condições para o 
“Século das Luzes” (séc. XVIII) 
•  Ascensão econômica da Burguesia 
•  Revolução Científica (Galileu, Descartes, 
Newton...) 
•  Crise do Antigo Regime 
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•  Definição: movimento filosófico, intelectual e científico 
que contrariou as bases do Antigo Regime; “Movimento 
intelectual que tinha por característica uma confiança 
absoluta no progresso e, principalmente, na razão; 
•  Quando: século XVIII; 
•  Onde? ING (início), FRA (auge); 
•  Quem? O iluminismo representou basicamente a forma 
da burguesia interpretar o mundo; 
•  Características básicas: 
–  Racionalismo; 
–  Cientificismo; 
–  Antiabsolutismo; 
–  Anticlericalismo; 
–  Defesa das liberdades individuais. 
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Iluminismo 
Conceitos 
•  Iluminismo 
•  Método Experimental 
•  Racionalismo 
•  Separação dos Poderes 
•  Soberania Popular 
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•  A ciência e a razão são capazes de explicar o 
universo; 
•  Cada pessoa deve pensar por si própria sem 
deixar as ideologias influenciarem seus atos e 
pensamentos; 
•  “Iluminar, combater a ignorância, as superstições, 
ser guiado sempre pela razão”; 
•  Um dos movimentos impulsionadores do 
capitalismo; 
•  Pregava a sociedade livre, transição de classes e 
ascensão, oportunidades iguais para todos; 
•  Atrelado à classe burguesa, que lutava contra a 
intervenção do Estado na economia; 
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•  Este movimento surgiu na França do 
século XVII e defendia o domínio da razão 
sobre a visão teocêntrica que dominava a 
Europa desde a Idade Média. Segundo os 
filósofos iluministas, esta forma de 
pensamento tinha o propósito de iluminar 
as trevas em que se encontrava a 
sociedade. 
•  Os pensadores que defendiam estes ideais 
acreditavam que o pensamento racional 
deveria ser levado adiante substituindo as 
crenças religiosas e o misticismo, que, 
segundo eles, bloqueavam a evolução do 
homem. 
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•  O homem deveria ser o centro e passar a 
buscar respostas para as questões que, até 
então, eram justificadas somente pela fé. 
•  A apogeu deste movimento foi atingido no 
século XVIII, e, este, passou a ser conhecido 
como o Século das Luzes. 
•  O Iluminismo foi mais intenso na França, onde 
influenciou a Revolução Francesa através de 
seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. 
•  Também teve influência em outros movimentos 
sociais como na independência das colônias 
inglesas na América do Norte e na Inconfidência 
Mineira, ocorrida no Brasil. 
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Iluminismo 
Foi muito dinâmico nos países protestantes 
e lento, porém com gradual influência, na 
maioria dos países católicos; começa a 
desenvolver-se a partir da filosofia inglesa 
e da agonia do regime político absolutista 
na França, sobretudo a part i r da 
publicação da Enciclopédia, de Diderot e 
D'Alembert, e que valoriza as noções de 
natureza, 
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ENCICLOPEDISMO 
Enciclopédia = divulgação p/ grande número 
de pessoas, novas idéias do século XVIII; 
– Diversas áreas do conhecimento 
•  Organizadores: - Denis Diderot 
 - Jean D’Alembert 
•  Outros: Voltaire, Montesquieu, Rousseau... 
•  Condenada pelo governo e pela Igreja como 
subversiva, circulou clandestinamente e 
influenciou as mentes da época; 
21 
•  F r o n t i s p í c i o d a 
Encyclopédie. (1772) Foi 
desenhado por Charles-
N i c o l a s C o c h i n e 
o r n a m e n t a d o p o r 
B o n a v e n t u r e - L o u i s 
Prévost. Esta obra está 
carregada de simbolismo: 
A f igura do centro 
representa a verdade – 
rodeada por luz intensa 
(o símbolo central do 
iluminismo). Duas outras 
figuras à direita, a razão 
e a filosofia, estão a 
retirar o manto sobre a 
verdade. 
O brilho da Verdade 
 resultando 
da Razão e da Filosofia 
 (alegoria Iluminista) 
22 
Iluminismo 
23 
Iluminismo 
1.  Diminuição progressiva do 
p o d e r d a I g r e j a n a 
sequência das novas 
descobertas científicas e 
tecnológicas e das novas 
polí t icas económicas, 
sociais e políticas. 
2.  Progressos científicos, 
nova visão do mundo, na 
mão de uma elite surgida 
da bu rgues ia , apo io 
c o n c e d i d o p e l o s 
governantes da Europa ao 
d e s e n v o l v i m e n t o 
cientifico e técnico , 
interessados no aumento 
dos seus territórios e do 
seu prestígio. 
24 
Iluminismo 
1.  Uma nova maneira de ver o 
Mundo , a t ravés da razão , 
racionalismo 
2.  A s p e s s o a s d e v e m s e r 
”iluminadas pelo saber”, portanto 
abrem-se escolas onde já se 
ensinam as novas descobertas 
ligadas aos vários ramos da 
ciência – Escolas de Artes, 
Academias. Para actualizar os 
conhecimentos das pessoas 
surgem novas ideias ligadas à 
Educação, política, economia e 
sociedade. 
3.  Vultos i luministas: Voltaire, 
Montesquieu, Rousseau, Diderot 
e D’Alembert. 
Jean le Rond 
d'Alembert, 
por Maurice 
Quentinde La 
Tour 
Portrait of Diderot by Louis-Michel van Loo, 1767 
25 
John LOCKE (1632 – 1704) 
•  Precursor do Iluminismo (considerado o “Pai” 
do Iluminismo). 
•  Combate ao absolutismo; 
•  Liberalismo Político; 
•  Defesa da Monarqu ia Par lamenta r 
(Constitucional); 
•  Estado - função zelar e defender os direitos 
naturais do cidadão, senão o povo poderia 
destituí-lo; 
•  ele acreditava que o homem adquiria 
conhecimento com o passar do tempo por 
meio do empirismo; 
•  Conhecimento = experiência e razão; 
•  Direitos naturais e inalienáveis dos homens: 
vida, liberdade e propriedade. 
•  Os governos existem para preservar esses 
direitos. 
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ADAM SMITH: Liberalismo Econômico 
(“Escola Clássica”) 
•  “Pai” da economia. 
– 1° a fazer um estudo sobre o 
sistema capitalista; 
–  “A riqueza das nações”; 
•  Não intervenção do Estado na 
Economia. 
•  Livre concorrência, lei da oferta e 
da procura, divisão do trabalho. 
– Capital aliado ao trabalho = 
verdadeira riqueza da nação 
•  Liberalismo econômico. 
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FISIOCRACIA (FRA): 
•  Ve r s ã o f r a n c e s a d o l i b e r a l i s m o 
econômico. 
– Não intervenção do Estado na economia. 
– Riqueza = agricultura. 
– Teóricos destacados: QUESNAY, GOURNAY, 
MIRABEU, DUPONT E TURGOT. 
– Lema: “Laissez faire, laissez passer, le monde 
va de lui-même” (Deixai fazer, deixai passar, 
que o mundo anda por si mesmo). 
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MONTESQUIEU (1689 – 1755) 
“só o poder limita o poder” 
•  Divisão dos 3 poderes e 
a u t o n o m i a , o q u e 
garantiria o cumprimento 
das leis vigentes, e a 
liberdade dos cidadãos 
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VOLTAIRE (1694 – 1778) 
“Só haverá liberdade quando o último 
rei for enforcado com as tripas do 
último padre” 
•  Crítico da religião (clero) e da 
monarquia (nobreza) 
•  Defendia a liberdade de pensamento 
e não poupava crítica a intolerância 
religiosa 
•  Liberdade de expressão; 
“Posso não concordar com nenhuma 
das vossas palavras, mas 
defenderei até a morte o vosso 
direito de enunciá-las” 
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Jean-Jacques ROUSSEAU 
(1712-1778) 
“O homem nasce bom, a 
sociedade o corrompe” 
– O mais importante e 
influente. 
– Contrato Social; 
– Soberania popular. 
– P o d e r = p o v o 
(democracia). 
– Teoria do bom selvagem. 
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•  O contrato social 
– Povo = soberania das decisões 
– Política = voto 
– Homens = livres e iguais 
•  Progresso deteriorava o homem 
 (chocou os outros iluministas...) 
•  Propriedade privada = raiz das infelicidades 
humanas (Discurso Sobre a Origem e Fundamento da 
Desigualdade Entre os Homens) 
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Cesare Beccaria 
(Marquês de Bonesana) 
•  Iluminista italiano idealizador do direito penal moderno; 
–  Aos 25 anos de idade escreve a obra “Dos Delitos e das Penas”, 
publicada anonimamente em 1764, despertando um enorme 
interesse na sociedade por preconizar um novo sistema de Direito 
Penal, pregando a supressão da tortura, da pena de morte, do 
confisco, da instrução criminal secreta, dentre outros. 
–  busca de saídas para as injustiças patentes do sistema penal de 
sua época a partir da concepção de pacto social; 
–  sistema da idade média: juizes com poderes absolutos, legislação 
não clara, confissão como objetivo do processo; 
–  pressuposto de que o indivíduo desde que acusado já era 
condenado, sendo massacrado pela tortura, não tendo mais como 
provar sua inocência. 
•  Tese de Beccaria: base do que hoje chamamos direitos 
individuais. 
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•  As leis, assim como o contrato social, deveriam ser fruto de pactos 
entre homens livres; 
•  Leis e penas como necessidades do convívio social; 
•  Penas deveriam ter por medida o dano causado pelo ato delituoso; 
•  Finalidade das penas: proteção da sociedade e não a desforra; bem 
como deveriam desencorajar outros de cometerem delitos; 
•  Princípio da anterioridade da lei; 
•  Penas proporcionais aos delitos; 
–  igualdade na aplicação das penas; 
–  necessidade da infalibilidade do sistema; 
–  contra a tortura no processo como meio de obtenção de prova; 
–  A pena de morte é inútil 
–  defesa do in dubio pro reo; 
–  Presunção de inocência; 
–  Criou o livramento condicional 
–  leis claras como prevenção aos delitos; 
–  educação. 
As idéias de Cesare Beccaria

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