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7. Desafios Para o Brasil

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Desafios das Relações Internacionais para o Brasil
Material Extraído de artigo do Dr. Ronaldo Mota Sardenberg
Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República 
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INTRODUÇÃO
Este é um tempo de esperanças e de angústias. A atualidade está grávida do futuro, como classicamente se notou. Afloram novas tendências - a chamada geoeconomia, por exemplo -, enquanto reafirmam-se políticas permanentes, como a de poder mundial. Após décadas de repúdio, voltam a ser utilizadas antigas ferramentas de análise, como parece ser o caso da geopolítica. 
(Ronaldo Mota Sardenberg )
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Poder, Geoeconomia e GeopolÍtica compõem o campo contemporâneo das Relações Internacionais. O foco é e sempre tem sido a segurança internacional. Com o fim da guerra fria, propagou-se a percepção superficial de que, doravante, as diferenças internacionais se confinariam ao campo comercial e financeiro e que as manifestações de poder político e militar passavam a ser apenas marginais. 
Relações Internacionais
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As questões de segurança internacional formam um contexto político específico e integrado. Os processos de globalização e regionalização econômica (blocos econômicos) não existem isoladamente, pois se amparam na articulação da ordem política mundial, a qual, por seu turno, é condicionada por considerações de poder que concretamente condicionam. 
Segurança Internacional
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A Revolução Russa de 1917, com a queda do czar que levou os bolcheviques ao poder, e a consequente expansão do comunismo em várias partes do mundo não teriam ocorrido sem a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Passado o período da Guerra Fria, pós-Segunda Guerra Mundial, e o fim da União Soviética a partir da derrubada do muro de Berlim, em 1989, o comunismo desapareceu do Leste Europeu e do mapa-múndi. A Coreia do Norte resiste como último bastião do legado comunista em meio a um mundo que se escancarou para a globalização e a economia de mercado, inclusive países antes completamente fechados ao sistema capitalista, como a atual potência global China. (Arndt Weinrich – Historiador Alemão)
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O Século XX em Resumo
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Quadro atual se aproxima mais multipolaridade geopolítica do pré-1914
Administrar hoje a integração de um novo ator de primeiro plano, que é a China, sem que haja guerra, é um desafio similar ao que se tinha com a Alemanha antes de 1914. 
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A Europa se reorganiza com base em uma geometria flexível, ainda a ser precisada nos campos político, econômico e militar.
Realidades de Um Mundo Instável
Na África, expande-se uma inquietante zona de instabilidades que engloba Ruanda, Burundi e Zaire (Congo). Não há sinais de que esse processo, seus fluxos de refugiados e as rivalidades tribais, regionais e globais, nele subjacentes, já estejam sob controle.
No Oriente Médio, as conhecidas oposições de forças entre árabes e israelenses se radicalizam, ao mesmo tempo em que surge o Estado Islâmico para aumentar as tensões em toda a região.
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A Bacia do Cáspio aparece como um área de dura disputa, em que considerações políticas e econômicas - petróleo - aparecem combinadas.
A Ásia central está em transição estratégica.
Na Ásia oriental, persiste o jogo de poder que envolve as principais potências com presença regional.
A América do Sul, muito menos tensa, se relança o tema, há tanto tempo em hibernação, da compra de armamentos sofisticados e, à raiz do fracasso da ALCA, a hegemonia hemisférica deixa de existir.
Surge o Acordo Transpacífico que representa 40% do PIB mundial.
Realidades de Um Mundo Instável
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O TTP é tanto sobre geopolítica quanto sobre comércio: Também envolve escrever as regras da economia do século 21 para toda espécie de coisa, de fluxos de dados internacionais a como empresas estatais devem operar em termos de competição internacional.
De fora da parceria, o Brasil pode perder mercados: O professor José Luiz Pimenta, professor da ESPM especialista em comércio exterior avalia que o Brasil tem fechado acordos comerciais com mercados menores, como Colômbia e México. O foco tem sido principalmente na derrubada de barreiras tarifárias, em detrimento da adoção de normas comuns, que é o foco do TTP
ACORDO TRANSPACÍFICO - TTP
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A China não faz parte da parceria. Mas pode entrar algum dia: Embora o TTP tenha sido discutida no passado como uma manobra norte-americana para conter a China, a posição de Washington se abrandou nos últimos anos. A China anunciou que observa com atenção o desenvolvimento do TTP, e está envolvida em negociações comerciais rivais. Os membros atuais são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã. Mas economias asiáticas como a Coreia do Sul, Taiwan e Filipinas, e sul-americanas como a Colômbia, já estão na fila para aderir.
ACORDO TRANSPACÍFICO - TTP
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Duas das três maiores economias estão no acordo: Japão e Estados Unidos jamais haviam assinado um acordo bilateral de comércio. Mas quando o Japão passou a participar das negociações do TTP, em 2013, isso conduziu a conversações separadas sobre toda forma de comércio, de carros a carne bovina, arroz e carne de porco. 
O Acordo pode ser decisivo para o primeiro-ministro japonês: Para tentar garantir o TTP, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe se viu forçado a encarar agentes poderosos na política japonesa, entre os quais o lobby da agricultura. Mas ele argumentou repetidamente que isso ajudaria o Japão a empreender reformas estruturais muito necessárias, que estimulariam o potencial de crescimento da economia. 
ACORDO TRANSPACÍFICO - TTP
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O TTP é controvertida em muitos países membros: Na campanha eleitoral em curso no Canadá, as negociações do TTP são um dos principais pontos de debate econômico. Isso importa. A disputa está mais ou menos empatada entre três partidos, no momento. E Tom Mulcair, o líder do Novo Partido Democrático (NPD), promete que abandonará o TTP caso seu partido vença em 19 de outubro. Mas o Canadá está longe de ser o único lugar em que o TTP provoca controvérsia. 
O TTP está só flertando com a questão da manipulação cambial: Entre as questões que geraram mais controvérsia nos Estados Unidos está a do câmbio e a de suas desvalorizações para fins competitivos. 
ACORDO TRANSPACÍFICO - TTP
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O TTP abre novos padrões ambientais e trabalhistas para acordos comerciais: Desde 2007, os Estados Unidos têm a obrigação legal de incluir discussões de padrões ambientais e trabalhistas em suas negociações comerciais. Mas o TTP pela primeira vez tornaria esses compromissos compulsórios e seu não cumprimento passível de sanções comerciais. Muitos ativistas ambientais continuam céticos, mas os Estados Unidos insistem em que o TTP ajudaria a reduzir o tráfico de espécies ameaçadas e a enfrentar outros problemas, como a pesca excessiva por países do TTP. 
ACORDO TRANSPACÍFICO - TTP
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As Relações Internacionais, a nível regional, apresentam facetas inéditas como as abaixo: 
A construção de espaços regionais, como, por exemplo, a Unasul e o Mercosul na América do Sul;
O dramático despontar do espaço digitalizado mundial, no qual sobressaem a Internet e a televisão;
E a expansão de um espaço econômico que se pretende virtualmente desterritorializado, mas que se materializa em fluxos de capital e investimentos diretos. 
Novos Rumos das RIs
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Abre-se um horizonte eletrônico e cibernético global como um novo espaço geopolítico que aproxima os povos e países e no qual nossa região joga sua identidade em formação.
A Internet, a televisão, a nova telefonia são as facetas mais visíveis desse bravo novo mundo digitalizado.
Seu avesso está nas possibilidades de dominação cultural, - propaganda, interferência eletrônica e criação de discriminação a excluir os que não têm acesso aos meios avançados de informação.
Vivemos uma época em que prioridade crescente será dada à segurança das comunicações - à proteção tecnológica
da privacidade assegurada pela Constituição e à proteção dos legítimos segredos comerciais e financeiros. 
Novas Perspectivas para o Brasil na Geopolítica Regional e Global
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É necessário afirmar presença brasileira na Internet e ampliar a democratização do acesso maciço dos usuários potenciais à rede. Dessa forma, evitaremos ser apenas consumidores de um produto cultural, científico e tecnológico alheio.
A procura crescente estimulará fortemente a ampliação da oferta local de material informativo, na rede, o que já vem ocorrendo.
Mais transparência é hoje um ingrediente fundamental da democracia. Devemos buscar não a rivalidade e a separação entre o português e o espanhol na rede, mas o reforço mútuo, a firme cooperação na divulgação de ambos os idiomas e a disponibilidade ampla de home pages e de grupos de discussão bilíngues.
Novas Perspectivas para o Brasil na Geopolítica Regional e Global
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O fato é que o atual cenário político mundial, como todos admitem, ostenta a marca da transição, na qual essas forças muitas vezes antagônicas podem atuar ao mesmo tempo e em um mesmo lugar e são capazes de provocar impactos de diversas intensidades e escalas.
Diante desse quadro de incertezas e em circunstâncias similares, o melhor caminho a escolher é o de evitar a armadilha das dicotomias e conceber o sistema internacional atual com uma configuração extremamente complexa, mutante e hierarquizada.
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O cenário geopolítico atual é constituído das seguintes partes nem sempre harmônicas: 
Um sistema político sofisticado de escala mundial, crescentemente organizado e operando sob o impulso de uma acelerada globalização; 
Uma forte tendência para a integração de macrorregiões de escala Subcontinental e, 
A presença marcante de duas centenas de estados com os seus respectivos territórios e fronteiras nacionais e as suas regiões internas, que detêm um papel ainda relevante, malgrado a erosão do seu poder na atualidade.
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Em primeiro lugar, elas não diferem muito das demais experiências congêneres em curso no mundo. Guardadas as particularidades dos países e suas respectivas regiões, tratam-se também aqui de processos nos quais as similaridades predominam sobre as diferenças:
Situações de contiguidade territorial-nacional cimentadas pelas identidades regionais-continentais convergentes;
Um histórico de relações de vizinhança marcadas por sucessivos estágios de cooperação, competição, rivalidades ou conflitos;
As Características Principais dos Conflitos na América do Sul
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Uma concertação política interestatal com vistas a uma estratégia de mútua proteção diante de potenciais ameaças externas; 
A edificação de um sistema regional de comércio que promove a eliminação gradual das barreiras internas, aliada a uma política de bloco que permite a esses países atuar em melhores condições num ambiente de crescente competição internacional, dentre outros.
As Características Principais dos Conflitos na América do Sul
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Para as Relações Internacionais contemporâneas, não existe essa entidade abstrata e indefinida chamada América Latina enquanto objeto teórico e empírico das relações internacionais.
O aspecto crucial é outro, e diz respeito ao processo em curso de constituição de novas entidades político-regionais - ou simplesmente geopolíticas - no Continente, esta sim, a força que tem impulsionado os estados e as sociedades nacionais na direção de arranjos políticos e econômicos – e sob certa medida, culturais – comuns.
O Problema Político Contemporâneo na América Latina
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São acentuadas as assimetrias de poder e de desenvolvimento econômico no interior do Mercosul e da América do Sul e elas constituem hoje a principal causa da sua fragilidade.
E isto está refletido não apenas no que se refere a indicadores como as disparidades entre os PIBs nacionais ou os rendimentos médios das suas populações mas, principalmente, nas suas consequências sociais e políticas locais - como as crises e instabilidades internas – amplificadas nos últimos tempos pelas mudanças na economia impulsionadas pela globalização.
Fragilidades Estruturais do Sistema Regional
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O próprio Mercosul e suas disparidades internas;
A ameaça da ALCA;
Fricções e instabilidades nas relações internas;
A atual Política de Defesa Nacional brasileira – hegemonia brasileira na AL:
Divergências econômicas com a Argentina;
Bolívia/Brasil => Petrobras
Peru/Equador => conflitos militares
Colômbia/Venezuela => conflitos político-militares. 
Fragilidades Estruturais do Sistema Regional
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O Pré-Sal Brasileiro
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CONCLUSÃO
SA8000
ISO14001
Balanço Social
No novo contexto competitivo mundial, é flagrante a necessidade do melhoramento da coleta, processamento e difusão de informações econômicas, a defesa contra a intrusão por meios eletrônicos e do esforço no campo vital da segurança e privacidade das comunicações. 
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