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Tutela Jurisdicional Executiva

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“PRESTEM ATENÇÃO NO QUE EU ESTOU FALANDO...” 
Prof.ª Tatiana Paula da Cruz 
 
TUTELA 
JURISDICIONAL 
EXECUTIVA 
2014 – 2º SEMESTRE 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
MARCUS FELIPE S. CASTRO 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 1 
 
- SUMÁRIO - 
 
UNIDADE I – ASPECTOS GERAIS DA EXECUÇÃO ........................................................................................... 5 
CAPÍTULO I - DIREITOS OBJETOS DA TUTELA EXECUTIVA ........................................................................ 5 
CAPÍTULO II - EXECUÇÃO, PROCESSO DE EXECUÇÃO E PROCESSO AUTÔNOMO DE EXECUÇÃO............. 6 
CAPÍTULO III - CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO ......................................................................................... 8 
CAPÍTULO IV - EXECUÇÃO E COGNIÇÃO ................................................................................................... 9 
TÓPICO I - Cognição na execução (Juízo de admissibilidade e de mérito)........................................... 9 
TÓPICO II - Coisa julgada: art. 794, CPC ............................................................................................. 10 
CAPÍTULO V - PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO .............................................................................................. 10 
TÓPICO I - Princípio da efetividade: ................................................................................................... 10 
TÓPICO II - Princípio da tipicidade ..................................................................................................... 11 
TÓPICO III - Principio da boa-fé processual (Art. 14, II do CPC) ......................................................... 11 
TÓPICO IV - Princípio da responsabilidade patrimonial (Art. 591 do CPC) ........................................ 11 
TÓPICO V - Princípio da primazia da tutela específica (Art. 461, §1º e 461-A do CPC) ..................... 11 
TÓPICO VI - Princípio do contraditório .............................................................................................. 12 
TÓPICO VII - Princípio da menor onerosidade da execução .............................................................. 12 
TÓPICO IX - Princípio da proporcionalidade ...................................................................................... 13 
TÓPICO X - Princípio da adequação ................................................................................................... 13 
CAPÍTULO VI - REGRAS ESTRUTURAIS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO .................................................... 13 
UNIDADE II – REQUISITOS DA EXECUÇÃO .................................................................................................. 14 
CAPÍTULO I - REQUISITOS GERAIS DA DEMANDA .................................................................................. 14 
TÓPICO I - Início da demanda executiva – Art. 461, §5º do CPC ....................................................... 14 
TÓPICO II - Elementos da demanda executiva................................................................................... 15 
TÓPICO III - Cumulação de demandas executivas (art. 573) .............................................................. 15 
TÓPICO IV - Requisitos gerais sobre pressupostos processuais e condições da ação ....................... 16 
CAPÍTULO II - REQUISITOS ESPECÍFICOS DE UMA EXECUÇÃO ................................................................ 17 
TÓPICO I - Título Executivo ................................................................................................................ 17 
TÓPICO II - Inadimplemento .............................................................................................................. 17 
UNIDADE III – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA ................................................................................................. 19 
CAPÍTULO I - CONCEITO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA ....................................................................... 19 
CAPÍTULO II - FORMAS DE PROCEDIMENTO DE LIQUIDAÇÃO (LEI 11.232/05) ...................................... 19 
CAPÍTULO III - O QUE PODE SER DISCUTIDO NA LIQUIDAÇÃO? ............................................................. 21 
CAPÍTULO IV - ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO............................................................................................... 21 
TÓPICO I - Liquidação por artigos ...................................................................................................... 21 
TÓPICO II - Liquidação por arbitramento ........................................................................................... 22 
TÓPICO III - Liquidação por cálculo .................................................................................................... 23 
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CAPÍTULO V - RESULTADO ZERO? .......................................................................................................... 24 
UNIDADE IV – PARTES E TERCEIROS NA EXECUÇÃO ................................................................................... 25 
CAPÍTULO I - LEGITIMIDADE ATIVA ........................................................................................................ 25 
CAPÍTULO II - LEGITIMIDADE PASSIVA ................................................................................................... 25 
CAPÍTULO III - LITISCONSÓRCIO NA EXECUÇÃO ..................................................................................... 26 
TÓPICO I - Litisconsórcio facultativo x necessário ............................................................................. 26 
TÓPICO II - Litisconsórcio simples x unitário ...................................................................................... 26 
CAPÍTULO IV - INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO ................................................................ 26 
UNIDADE V – RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL...................................................................................... 27 
CAPÍTULO I - RESPONSABILIDADE PRIMÁRIA ......................................................................................... 27 
CAPÍTULO II - FRAUDE À EXECUÇÃO E PROTEÇÃO A BOA-FÉ NA FRAUDE A EXECUÇÃO ....................... 28 
TÓPICO I - Fraude contra credores .................................................................................................... 28 
TÓPICO II - Fraude à execução ........................................................................................................... 29 
CAPÍTULO III - RESPONSABILIDADE SECUNDÁRIA .................................................................................. 30 
TÓPICO I - A responsabilidade do fiador (Art. 595, CPC) .................................................................. 32 
TÓPICO II - A responsabilidade do espólio e dos terceiros (Art. 597) ................................................ 33 
TÓPICO III - O direito de retenção (Art. 594) ..................................................................................... 33 
TÓPICO IV - Responsabilidade do incapaz (Art. 928 e 932, cc e Art. 180, CC). .................................. 33 
UNIDADE VI – TÍTULO EXECUTIVO .............................................................................................................. 34 
CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................ 34 
CAPÍTULO II – TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS (ART. 475-N) ................................................................ 34 
CAPÍTULO III – TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS (ART. 585) ........................................................ 36 
UNIDADE VII – COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO ...........................................................................................37 
CAPÍTULO I – TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS ...................................................................................... 38 
CAPÍTULO II – TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS ........................................................................... 39 
CAPÍTULO III – ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA .................................................................................... 40 
UNIDADE VIII – DEFESA DO EXECUTADO .................................................................................................... 40 
CAPÍTULO I – IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (ART. 475-J, §1º) ............................... 41 
TÓPICO I – Cognição na impugnação ................................................................................................. 41 
TÓPICO II – Prazo e preclusão temporal ............................................................................................ 41 
TÓPICO III – Conteúdo da impugnação (Art. 475-L, CPC) .................................................................. 42 
TÓPICO IV – Desistência da execução e consentimento do executado (Art. 569, CPC) .................... 43 
TÓPICO V – Efeitos da impugnação ao cumprimento de sentença ................................................... 43 
TÓPICO VI – Réplica à impugnação ao cumprimento de sentença ................................................... 44 
TÓPICO VII – Julgamento da impugnação.......................................................................................... 44 
TÓPICO VIII – O direito de parcelamento .......................................................................................... 44 
CAPÍTULO II - EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE ................................................................................... 45 
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CAPÍTULO III - AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO (DEFESAS HETEROTÓPICAS) ............................ 45 
UNIDADE IX - EXECUÇÃO PROVISÓRIA ....................................................................................................... 45 
UNIDADE X – EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER, NÃO FAZER .......................................................... 47 
CAPÍTULO I - PROCEDIMENTO ............................................................................................................... 47 
CAPÍTULO II - A MULTA COERCITIVA ...................................................................................................... 48 
UNIDADE XI - EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE ENTREGA DE COISA ......................................................... 49 
CAPÍTULO I - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ART. 461-A, DO CPC ............................................................... 49 
CAPÍTULO II - FORMA DE EFETIVAÇÃO E APLICAÇÃO DOS MECANISMOS ............................................. 51 
CAPÍTULO III - INCIDENTE DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA COISA A SER ENTREGUE .................................... 52 
CAPÍTULO IV - A CONVERSÃO DO DEVER DE ENTREGAR COISA EM PERDAS E DANOS ......................... 52 
CAPÍTULO V - DEFESA DO EXECUTADO .................................................................................................. 54 
UNIDADE XII – EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE EMITIR DECLARAÇÃO DE VONTADE .............................. 54 
UNIDADE XIII – EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE PAGAR QUANTIA .......................................................... 55 
CAPÍTULO I – FASE INICIAL (ART. 475-J, CPC) ......................................................................................... 55 
CAPÍTULO II – FASE DE EXECUÇÃO PROPRIAMENTE DITA ..................................................................... 56 
UNIDADE XIV - PENHORA ........................................................................................................................... 57 
CAPÍTULO I - FUNÇÃO DA PENHORA ...................................................................................................... 57 
CAPÍTULO II - NATUREZA JURÍDICA DA PENHORA ................................................................................. 58 
CAPÍTULO III - EFEITOS DA PENHORA..................................................................................................... 58 
CAPÍTULO IV - OBJETO DA PENHORA ..................................................................................................... 59 
CAPÍTULO V - BENS IMPENHORÁVEIS .................................................................................................... 59 
TÓPICO I – Impenhorabilidade absoluta e relativa ............................................................................ 59 
TÓPICO II - Hipóteses de impenhorabilidade (Art. 649 do CPC) ........................................................ 59 
CAPÍTULO VI - LIMITES DA PENHORA (ART. 659, §2º) ........................................................................... 63 
CAPÍTULO VII - ESCOLHA DO BEM A PENHORA ..................................................................................... 63 
CAPÍTULO VIII - LUGAR E TEMPO DA PENHORA .................................................................................... 64 
CAPÍTULO IX - EFETIVAÇÃO DA PENHORA ............................................................................................. 65 
CAPÍTULO X - PENHORA DE IMÓVEL (ART. 659) .................................................................................... 65 
CAPÍTULO XI - INCIDENTES DA PENHORA (ART. 685) ............................................................................. 65 
CAPÍTULO XII – PENHORA ONLINE (ART. 655-A) .................................................................................... 66 
UNIDADE XV – ADJUDICAÇÃO, ALIENAÇÃO E ARREMATAÇÃO .................................................................. 66 
CAPÍTULO I – ADJUDICAÇÃO .................................................................................................................. 66 
TÓPICO I - Considerações (Art. 685-A do CPC) .................................................................................. 66 
TÓPICO II - Legitimidade .................................................................................................................... 67 
TÓPICO III - A “quase” extinta remição.............................................................................................. 67 
CAPÍTULO II – ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR ...................................................................... 67 
CAPÍTULO III – ARREMATAÇÃO .............................................................................................................. 68 
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TÓPICO I - Conceito............................................................................................................................ 68 
TÓPICO II - O Edital (Arts. 686 e 687) ................................................................................................. 68 
TÓPICO III - Preço vil (Art. 692, CPC) .................................................................................................. 69 
TÓPICO IV - Legitimidade (Art. 690-A, CPC e Art. 497, CC) ................................................................ 69 
TÓPICO V - Pagamento ...................................................................................................................... 69 
TÓPICO VI - Imóvel (Praça) ................................................................................................................ 69 
TÓPICO VII - Móveis (Leilão) .............................................................................................................. 70 
TÓPICO VIII - Auto de arrematação (Art. 693, CPC) ........................................................................... 70 
TÓPICO IX - Desfazimento..................................................................................................................70 
CAPÍTULO IV - USUFRUTO JUDICIAL DE MÓVEL E IMÓVEL .................................................................... 70 
UNIDADE XVI – EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL ............................................... 71 
CAPÍTULO I – EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER FUNDADA EM TÍTULO 
EXTRAJUDICIAL ....................................................................................................................................... 71 
CAPÍTULO II – EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE ENTREGA .................................................................... 73 
UNIDADE XVII – EXECUÇÃO POR QUANTIA BASEADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL ................................... 74 
UNIDADE XVIII – EXECUÇÃO DE ALIMENTOS ............................................................................................. 76 
CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................ 76 
CAPÍTULO II – TÍTULO EXECUTIVO ......................................................................................................... 77 
CAPÍTULO III – MEDIDAS COERCITIVAS .................................................................................................. 77 
CAPÍTULO IV - PROCEDIMENTO ............................................................................................................. 77 
UNIDADE XIX – EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA ....................................................................................... 79 
CAPÍTULO I – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ............................................................................................. 79 
CAPÍTULO II – EMBARGOS ...................................................................................................................... 79 
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTO ............................................................................................................. 80 
CAPÍTULO IV – SEQUESTRO .................................................................................................................... 81 
CAPÍTULO V – DISPENSA DOS PRECATÓRIOS ......................................................................................... 82 
CAPÍTULO VI – PARCELAMENTO ............................................................................................................ 82 
CAPÍTULO VII – EXECUÇÃO PROVISÓRIA ................................................................................................ 82 
CAPÍTULO VIII – HONORÁRIOS (Art. 1º da Lei 9.494/97 e 20, §4º do CPC)............................................ 82 
 
 
 
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UNIDADE I – ASPECTOS GERAIS DA EXECUÇÃO 
 
CAPÍTULO I - DIREITOS OBJETOS DA TUTELA EXECUTIVA 
 
Quais direitos são tutelados no processo executivo? 
 
- Direitos potestativos x direitos a uma prestação 
 
Direitos a uma prestação: São direitos que envolvem uma conduta da 
outra parte que pode consistir em um fazer, não fazer e dar (dinheiro ou coisa 
distinta de dinheiro). Sempre envolve dois sujeitos: o que cobra e o que deve. O 
direito, para ser cumprido, depende da conduta de uma pessoa que deve 
satisfazer a prestação. Da insatisfação de uma prestação dá-se o nome de 
INADIMPLEMENTO, que é próprio dos direitos a uma prestação. Diante do 
inadimplemento, deve-se provocar o judiciário para o cumprimento é nesse 
momento, na ação do Estado para a prestação, que temos a tutela jurisdicional 
executiva. De acordo com o art. 580 do CPC, a execução depende do 
inadimplemento. 
Direitos potestativos: não dependem da conduta voluntária da outra 
parte. Eles criam o ESTADO DE SUJEIÇÃO e seu titular é capaz de sujeitar a 
outra parte a cumpri-la. Uma vez descumprido o direito potestativo, o Estado 
age substituindo a vontade daquele que não sujeitou e garante sua imediata 
efetivação. A sentença constitutiva garante o direito potestativo (Ex. divórcio, 
anulação do negócio jurídico inválido – art. 104, CC). 
OS DIREITOS A UMA PRESTÃÇÃO SÃO O OBJETO DA TUTELA 
EXECUTIVA E NÃO OS DIREITOS POTESTATIVOS 
- Obs.: prescrição e decadência (Art. 617, CPC e súmula 150 do STF) 
O instituto da prescrição está relacionado aos direitos a uma prestação, 
pois uma vez descumprida a prestação surge a possibilidade de exigi-la em 
juízo e este direito de exigir por meio do judiciário é fulminado pela decorrência 
do prazo prescricional. 
O instituto da decadência, por sua vez, está ligado aos direitos 
potestativos, isto porque o estado de sujeição criado por eles não pode durar 
indefinidamente e se este direito potestativo não é exercido no prazo, o próprio 
direito é fulminado pela decadência. 
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Todo prazo relacionado a um DIREITO POTESTATIVO É UM PRAZO 
DECADENCIAL, se relacionado a um DIREITO DE PRESTAÇÃO É PRAZO 
PRESCRICIONAL. 
 Obs.: o prazo decadencial para a propositura de mandado de segurança é 
de 120 dias. Passado este prazo, o titular do direito líquido e certo que 
fundamenta o MS perde o direito potestativo de se valer do procedimento 
célere e simples do MS e passa a necessitar de uma ação ordinária para tutelar 
seu direito. 
 Conclui-se assim, a partir da análise do Art. 617, CPC e da Súmula 150 
do STF que, por ser relacionada ao instituto da prescrição, de fato a execução 
tem como objeto os direitos a uma prestação. 
 
CAPÍTULO II - EXECUÇÃO, PROCESSO DE EXECUÇÃO E PROCESSO 
AUTÔNOMO DE EXECUÇÃO 
 
CONCEITO DE EXECUÇÃO: É UM CONJUNTO DE MEIOS QUE 
GARANTE A SATISFAÇÃO DE UMA PRESTAÇÃO DESCUMPRIDA. 
 
- Execução de sentença: evolução 
Toda execução pressupõe a existência de um título que pode ser judicial 
ou extrajudicial. 
A sentença é executada de duas formas: PROCESSO AUTÔNOMO DE 
EXECUÇÃO OU FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Originalmente, 
no CPC de 73, toda a sentença dependia de processo autônomo para a sua 
execução, esta que era feita pelo mesmo Juiz que proferiu a sentença. Com a 
generalização da tutela antecipada no Art. 273 do CPC em 1994, o legislador 
previu também institutos para garantir a efetivação desta tutela no processo de 
conhecimento (Ex.: multa, busca e apreensão, etc.). Com isso, trouxe medidas 
executivas para dentro do processo de conhecimento, iniciando a ruptura com o 
processo autônomo de execução. Em 2002 houve a criação da fase de 
cumprimento de sentença para obrigações de fazer e não fazer e em 2005 ela foi 
estendida as obrigações de dar, concretizando o PROCESSO SINCRÉTICO que 
reúne, no mesmo processo, conhecimento e execução. 
 
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ATENÇÃO: apenas em três casos ainda há necessidade de processo 
autônomo de execução (Art. 475-N, parágrafo único do CPC): sentença penal 
condenatória, sentença arbitral e sentença estrangeira homologada pelo STJ, 
quando estas forem executadas no juízo cível. 
 
- Execução conforme o título executivo 
 
Judicial: fase de cumprimento de sentença. 
Extrajudicial: processo autônomo. 
 
- Conclusão 
 
Premissa: toda execução depende de procedimento em contraditório. Se 
este procedimento já está em curso, não há necessidade de um processo novo. 
(1) Por esta razão, via de regra, toda sentença (título judicial) é executada 
no mesmo processo através da chamada fase de cumprimento de sentença. As 
três exceções já citadas acima são as únicas em que se exige processo autônomo. 
(2) Na execução de título extrajudicial (Ex.: contrato assinado por duas 
testemunhas), como ainda não há qualquer procedimento judicial, a execução 
sempre depende de processo autônomo. 
 
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CAPÍTULO III - CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO 
 
a) Execução fundada em título judicial e extrajudicial 
 
Originalmente, não havia diferenciação entre as execuções fundadas em 
títulos judiciais e extrajudiciais. Em ambas havia a necessidade de um processo 
autônomo de execução em que, uma vez proposto, havia a citação do executado 
para o pagamento, sob pena de penhora, em 24 horas. Com a penhora, o 
executado era intimado para oferecer uma defesa chamada embargos à 
execução. Com a criação da fase de cumprimento de sentença para os títulos 
judiciais, o rito de execução foi totalmente alterado, havendo inclusive 
modalidades de defesa diferentes para cada título. 
Independentemente do tipo de obrigação que fundamenta a fase de 
cumprimento de sentença, a defesa do réu executado é sempre a impugnação 
ao cumprimento de sentença (Art. 475-L, CPC). 
 
b) Execução direta e indireta (MEIOS COERCITIVOS) 
 
Essa classificação leva em consideração quais são os meios coercitivos 
utilizados na execução. 
Diretos – são aqueles em que o Juiz substitui a própria vontade do 
devedor que não cumpriu a prestação. Ex.: busca e apreensão. 
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Indiretos – o Estado se vale de meios indiretos para estimular o devedor 
a cumprir voluntariamente a prestação. Ex.: multa 
OBS.: A partir do momento em que o Juiz determina medidas de coerção 
diretas há decisão executiva latu sensu. Se, porém, determina medidas 
indiretas, então será mandamental. 
 
c) Execução definitiva e provisória (MAIS IMPORTANTE) 
 
A execução dos títulos extrajudiciais é sempre definitiva e assim também 
de títulos judiciais que já foram objetos de coisa julgada material. Na execução 
definitiva há a entrega da prestação e não se exige qualquer conduta do 
exequente. 
Os títulos judiciais podem ser também objeto de execução provisória 
quando o titulo judicial foi objeto de recurso com efeito suspensivo. Neste caso 
também é possível chegar à entrega da prestação, esta não é mais a diferença 
entre a execução definitiva e a execução provisória. A grande diferença é que se 
exigem condutas do exequente previstas no art. 475-O do CPC, como a 
prestação de caução. 
 
d) Execução comum e especial (RITO) 
 
A execução comum segue o Código de Processo Civil (fazer, não fazer, 
dar ou pagar quantia). A execução especial segue um rito específico previsto em 
lei específica (principais: execução de alimentos e execução fiscal). 
Requisito principal para a cumulação de pedidos: compatibilidade de 
procedimento. Sendo assim, não é possível cumular execução de rito comum e 
especial. 
 
CAPÍTULO IV - EXECUÇÃO E COGNIÇÃO 
 
TÓPICO I - Cognição na execução (Juízo de admissibilidade e de mérito) 
 
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A cognição do juiz no processo é exercida sobre questões que podem ser 
de admissibilidade ou de mérito. Exercendo sobre elas um juízo de 
admissibilidade (condições da ação e pressupostos processuais) ou de mérito 
(quaisquer questões ligadas ao pedido). 
EXISTE COGNIÇÃO NO PROCESSO DE EXECUÇÃO, mesmo se for 
rarefeita, sendo exercido juízo de admissibilidade e de mérito (Ex.: prescrição 
do crédito; pagamento; compensação; incidente de desconsideração da pessoa 
jurídica). 
 
TÓPICO II - Coisa julgada: art. 794, CPC 
 
 Existe coisa julgada na execução? Para isso é necessário saber como a 
execução é extinta: 
- Art. 794, I do CPC (extinção normal) – o devedor satisfaz a obrigação. 
Se dá com a determinação do cumprimento da obrigação, que é o pedido 
principal da execução. Sendo assim, a coisa julgada formada seria material. 
- Art. 794, II e III e 267 do CPC (extinção anormal): remissão da dívida e 
renúncia são questões de mérito, fazendo coisa julgada material. Todavia, toda 
a execução pode ser extinta sem resolução do mérito em uma das hipóteses do 
artigo 267 do Código de Processo Civil. 
Obs.: ao fim do processo de conhecimento, a pretensão é satisfeita na 
sentença e caberá ao vencedor executá-lo. No processo de execução a satisfação 
se dá no momento em que o exequente alcança a prestação. Ex.: o Juiz 
determina a busca e apreensão do bem e este é entregue ao exequente. Neste 
momento, a obrigação foi satisfeita e a sentença posteriormente virá apenas 
declarar a extinção normal da execução. 
 
CAPÍTULO V - PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO 
 
TÓPICO I - Princípio da efetividade: 
 
Não basta apenas garantir o direito em sentença, mas este deve ser 
efetivado pelo Juiz através da execução. O Juiz, muitas vezes, precisa efetivar o 
provimento através dos meios coercitivos. 
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TÓPICO II - Princípio da tipicidade 
 
Em razão da impossibilidade prática de prever abstratamente todas as 
situações em medidas coercitivas possíveis, o princípio da tipicidade dá espaço 
à concentração dos poderes de execução do Juiz gerando o poder geral de 
efetivação, que permite ao magistrado a adoção de medidas coercitivas 
possíveis, como, por exemplo, as do Art. 461 do CPC. (Art. 461, §§ 3º e 5º) 
 O Art. 461 prevê o poder geral de efetivação nas obrigações de fazer e 
não fazer e o Art. 461-A as de entregar coisa. Não há previsão especifica nesse 
sentido para as obrigações de pagar quantia certa. Contudo, a doutrina 
majoritária defende a aplicação para essas obrigações por questões de isonomia 
e para garantir a efetividade. 
Obs.: prisão civil como medida atípica 
 A CF inviabiliza a prisão civil por DÍVIDA, salvo nos casos de devedor 
de alimentos e depositário infiel, esta última possibilidade que foi excluída pelo 
RE 466.343-1. A CF quis se referir apenas a prestações pecuniárias ou a 
quaisquer prestações? Duas correntes: (1) Tese restritiva da prisão civil: não é 
possível em quaisquer prestações. Porém, ela só é defendida por Arenhart. (2) É 
possível prisão civil em prestações não pecuniárias e ela seria, nesse caso, uma 
medida atípica. Ainda sim, a doutrina majoritária defende que a medida é 
excepcional, apenas se nenhuma outra for possível 
TÓPICO III - Principio da boa-fé processual (Art. 14, II do CPC) 
 
Aplica-se a execução o artigo 14, II do CPC para evitar a deslealdade 
processual como, por exemplo, a fraude à execução. 
TÓPICO IV - Princípio da responsabilidade patrimonial (Art. 591 do CPC) 
 
Prevê que o devedor responde com o seu patrimônio para o 
cumprimento das obrigações, isso de seu pela humanização das execuções. Esse 
princípio rege as obrigações de pagar quantia certa. As obrigações de dar, fazer 
e não-fazer são regidas pela tutela específica (e não a tutela patrimonial). 
TÓPICO V - Princípio da primazia da tutela específica (Art. 461, §1º e 461-A do CPC) 
 
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Existe uma primazia no processo de execução da tutela específica das 
obrigações, que garante ao exequente o cumprimento da prestação tal como 
seria se houvesse o cumprimento voluntário. 
Art. 685 -A, CPC - segundo Barbosa Moreira, nas obrigações de fazer e 
não-fazer a tutela específica é mais difícil por interferir na liberdade pessoal do 
executado, mas ainda nesses casos ela é necessária, avaliando-se se o caso é de 
uma obrigação fungível e pode ser satisfeita por outra pessoa às custas do 
devedor. A conversão em perdas e danos é sempre excepcional na execução. 
TÓPICO VI - Princípio do contraditório 
 
O contraditório em todo o processo se divide em formal e material. O 
contraditório formal é dar o direito de se manifestar, o contraditório material é 
quando efetivamentese influencia da decisão. Se manifesta na execução através 
de incidentes de conhecimento (exemplo incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica; exercício de direito de defesa na execução – embargos 
de execução e impugnação ao cumprimento de sentença). 
Atenção! Art. 213 e 475-J, §1º, CPC - O contraditório na execução, no 
aspecto do direito de defesa é eventual, pois, diferentemente do processo de 
conhecimento o executado não é chamado a se defender, é chamado ao 
processo para cumprir a prestação e se defende se quiser. 
TÓPICO VII - Princípio da menor onerosidade da execução 
 
Sempre que houver vários meios igualmente eficazes para garantir o 
cumprimento da prestação deve-se optar pelo meio menos oneroso. 
Art. 620, CPC - a opção pela menor onerosidade prevista em tal artigo 
pode ser feita de ofício pelo juiz, ou pelo próprio executado, sob pena de 
preclusão consumativa. A menor onerosidade deve ter meios igualmente 
eficazes, o que não é o caso de parcelamento de dívidas. 
TÓPICO VIII - Princípio da cooperação (Art. 600, CPC) 
 
Busca garantir a cooperação entre os sujeitos processuais em prol do 
cumprimento da prestação. Como o juiz advertir ao réu de atos atentatórios à 
dignidade da justiça. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 13 
 
TÓPICO IX - Princípio da proporcionalidade 
 
Sempre que houver uma colisão entre regras, princípios ou 
interpretações dentro da execução o juiz a soluciona pela proporcionalidade 
(adequação, equidade e necessidade) 
Ex: princípio contraditório x princípio da efetividade 
Conceitos jurídicos indeterminados (Art. 692,CPC) 
Princípio da onerosidade 
TÓPICO X - Princípio da adequação 
 
As medidas executivas devem ser adequadas objetiva e subjetivamente. 
- Objetiva (em razão do objeto de execução) e subjetiva (em razão do 
sujeito da execução) 
 
CAPÍTULO VI - REGRAS ESTRUTURAIS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
a) Não há execução sem título executivo - o título executivo pode ser 
judicial ou extrajudicial. Esta regra se aplica tanto a execução provisória quanto 
a execução definitiva, pois, se exige o título como prova mínima da existência 
do direito. Se uma decisão judicial está sujeita a recurso e tem ele efeito 
suspensivo esta decisão não veicula execução provisória, pois a decisão não é 
um título executivo e não há execução sem título executivo. 
Obs.: não se exige um título executivo judicial um juízo de certeza, 
havendo previsão de medidas executivas na tutela antecipada, Art. 172, CPC. 
b) Disponibilidade da execução (Art. 569, CPC) - o exequente pode 
dispor da execução, tendo o título e não o executando, ou ainda se já estiver 
executando o título desistir da execução. 
 *** Obs.: Art. 267, §4º, CPC x 569, CPC 
 
Desistência no conhecimento  Art. 267, §4º, CPC  Transcorrido o prazo de resposta para 
que o autor desista do processo de conhecimento há a necessidade de consentimento do réu. 
Desistência na execução  Art. 569, CPC  a desistência pode ser de um procedimento ou 
de um ato. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 14 
 
 
 Procedimento 
a) Defesas processuais  livre. Ex: Art. 475-L, I, CPC. 
b) Defesas de mérito  depende do consentimento 
do executado. Art. 475, L,V, CPC. 
 Atos  é livre a desistência 
 
Obs.: Desistência ≠ renúncia. Desistência é do procedimento, fazendo 
coisa julgada formal (Art. 267, §4º, CPC). Renúncia incide sobre o direito, o que 
impede a repropositura de ação. 
c) Responsabilidade objetiva do exequente (Art. 475-O e 574, CPC) - 
o exequente responde objetivamente pelos prejuízos que causar na execução. 
Previsão Art. 475-O e 574, CPC, independentemente de culpa haverá 
responsabilização que neste caso se dará por um ato lícito. 
Art. 574, CPC - “[...] declara inexistente, no todo ou em parte, a obrigação 
que deu lugar à execução” Muito embora o artigo fale apenas em inexistência 
da obrigação, qualquer outro tipo de dano gera também dever de indenizar, 
como, por exemplo, a propositura de uma execução em excesso (cobrança a 
maior), nestes casos a responsabilização será pleiteada com bases nos artigos 
186 e 927 do CC. 
d) Aplicação subsidiária das regras do processo civil (Art. 598, CPC) - 
litisconsórcio e intervenção de terceiros. 
 
UNIDADE II – REQUISITOS DA EXECUÇÃO 
 
CAPÍTULO I - REQUISITOS GERAIS DA DEMANDA 
 
Aplicáveis ao procedimento executivo (da execução em geral) 
 
TÓPICO I - Início da demanda executiva – Art. 461, §5º do CPC 
 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 15 
 
Assim como o processo de conhecimento, o processo executivo, para a 
grande maioria da doutrina, depende de provocação (requerimento) para ser 
iniciado. 
Obs.: ART. 461, §5º do CPC – permite ao Juiz fixar de ofício medidas 
coercitivas para garantir o cumprimento de obrigações de fazer e não fazer. Em 
razão disso, Didier entende que neste caso haveria a instauração de ofício do 
procedimento executivo. Autores como o Humberto Theodoro Júnior 
discordam do posicionamento e entendem que a demanda executiva sempre 
dependem de requerimento do interessado. 
 
TÓPICO II - Elementos da demanda executiva 
 
 
a) Causa de pedir (Art. 586, CPC) - A causa de pedir da execução 
compreende a existência de uma obrigação certa, líquida e exigível 
que foi inadimplida, o que gera o direito de executar (art. 586 do 
CPC) 
 
b) Pedido - Divide-se em mediato (o bem da vida almejado) e imediato 
(tutela jurisdicional pretendida) 
 
O principal requisito é que o pedido deve ser delimitado quanto à 
quantidade e a qualidade da prestação. 
- OBS.: obrigação alternativa (Art. 571, CPC) – há a necessidade de 
delimitação do objeto para a instauração do procedimento executivo. De acordo 
com o artigo 571 do CPC, considerando que a escolha cabe ao devedor, este será 
intimado para escolher a prestação e cumpri-la dentro de 10 (dez) dias, prazo 
dentro do qual poderá: escolher e cumprir, caso em que extingue-se a execução; 
escolher e não cumprir, caso em que se iniciam as medidas coercitivas próprias 
de cada obrigação; não escolher, caso em que a escolha passará ao credor. 
Cabendo a escolha ao credor, não se aplica o prazo do art. 571. 
 
TÓPICO III - Cumulação de demandas executivas (art. 573) 
 
O art. 573 traz os requisitos para a cumulação de demandas executivas. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 16 
 
1º) identidade de partes (principalmente em questão ao devedor) 
2º) competência do órgão jurisdicional para executar as demandas 
3º) identidade de procedimento 
Observações: 
i. Não é possível cumular execução de título judicial com execução 
de título extrajudicial em razão da incompatibilidade de 
procedimentos. 
ii. É possível que mesmo havendo dois títulos judiciais não seja 
cabível a cumulação, se para cada um houver um procedimento 
diferente. Ainda que na mesma sentença, pode ser que capítulos 
tenham que ser executados por procedimentos distintos por ter 
conteúdos diferentes. 
iii. Art. 475-P - exceção. Se os títulos judiciais forem provenientes de 
juízos distintos há uma possibilidade de cumulação sem ferir a 
competência: se num dos juízos estiver o bem expropriado ou o 
demandado do outro processo. 
 
TÓPICO IV - Requisitos gerais sobre pressupostos processuais e condições da ação 
 
Por haver no processo executivo um juízo de admissibilidade, anterior ao 
juízo de mérito, nele é aferido quais são condições da ação e os pressupostos 
processuais. As condições da ação são: legitimidade das partes, interesse de agir 
e possibilidade jurídicado pedido. 
Teoria do negócio jurídico: há pressupostos de existência e validade. De 
existência: sujeitos (partes e juiz) e demanda. Pressupostos de validade: parte 
deve ser capaz, o juiz deve ser competente e imparcial; a demanda (petição 
apta, não formação de coisa julgada, inexistência de litispendência). 
 OBS.: efeitos da propositura da demanda executiva (Art. 617, CPC) 
1º) Interrupção da prescrição. Segundo o código civil, a interrupção da 
prescrição só acontece uma vez, com a citação do devedor. No caso dos títulos 
judiciais, como a citação já ocorreu na fase de conhecimento, já ocorreu a 
interrupção da prescrição e esta não ocorrerá de novo na execução. 
2º) Prevenção – há prevenção na execução. Quando se tratar de execução 
judicial, a prevenção ocorre na citação lá na fase de conhecimento. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 17 
 
3º) Litispendência – a propositura de duas execuções de títulos extrajudicial 
gera litispendência. Contudo, a propositura de um novo procedimento para a 
discussão de prestação já certificada num processo de conhecimento e objeto de 
cumprimento de sentença, gera coisa julgada e não litispendência. 
4º) Litigiosidade do objeto – a alienação da coisa ou direito litigioso é possível, 
segundo o art. 42 do CPC. Porém, na execução, a disponibilidade da coisa 
litigiosa é limitada, pois se reduzir o devedor a insolvência, haverá fraude à 
execução. 
5º) Mora – o efeito da mora não se aplica à execução, pois essa não constitui em 
mora, mas ela é seu pressuposto. 
 
CAPÍTULO II - REQUISITOS ESPECÍFICOS DE UMA EXECUÇÃO 
 
TÓPICO I - Título Executivo 
 
Não há execução sem titulo executivo, este que prova as condições de 
admissibilidade da execução. 
 
TÓPICO II - Inadimplemento 
 
O inadimplemento é o descumprimento de uma obrigação certa, líquida 
e exigível. O absoluto ocorre quando descumprida a obrigação, não tendo mais 
utilidade, enquanto no inadimplemento relativo a obrigação ainda é útil. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 18 
 
Apenas quando o inadimplemento for absoluto não é possível a tutela 
específica da obrigação, sendo convertida em perdas e danos. 
Obs.: Atributos da obrigação (CERTA, LÍQUIDA, EXIGÍVEL) 
CERTA – é aquela determinada quanto aos sujeitos e ao objeto (a quem 
se deve e se o que se deve) 
LÍQUIDA – é aquela determinada quanto a quantidade (quanto se deve). 
Haverá liquidez quando a quantidade é prevista no título ou aferida a partir de 
índices do próprio título ou, em caso de título judicial, já houve a fase de 
liquidação de sentença. 
EXIGIBILIDADE – esta pronta para ser cumprida. Se existe condição ou 
termo, estes já foram implementados. 
OBS1.: a exceção substancial de contrato não cumprida (Art. 582, CPC) 
A exceção de contrato não cumprido na execução, por ser defesa da 
espécie exceção, deve ser alegada pelo executado na primeira oportunidade de 
falar nos autos, sob pena de não ser reconhecida pelo Juiz. 
Uma vez alegada, a execução de contrato não cumprido tem o condão de 
suspender o atributo da exigibilidade. Sendo assim, uma vez que não se nega o 
fato constitutivo do direito, se a ECC não for alegada, a exigibilidade não será e 
a execução prosseguirá. 
O Art. 582 prevê a possibilidade de o executado alegar a ECC e desde já 
depositar sua prestação. 
Certificado o exequente poderá: reconhecer sua prestação e prestá-la; não 
reconhecer sua prestação ou; reconhecer e não prestá-la. Nesta última hipótese, 
segundo a doutrina, o Juiz deveria dar prazo ao exequente para que ele a 
cumprisse, já que não deveria julgar a improcedência se o direito existe e foi 
reconhecido. Segundo o novo CPC, nestes casos, por falta de interesse do 
exequente haverá a extinção da execução. 
- À execução 
- Posturás 
OBS2.: Inadimplemento x deveres sujeitos a condição ou termo (Art. 572) 
Condição – pode ser suspensiva ou resolutiva 
Termo – evento futuro e certo. Inicial e Final. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 19 
 
Não havendo-se efetuado condição ou termo, o exequente não poderá 
promover a execução, pois falta o requisito especifico que é o inadimplemento 
(não há exigibilidade da prestação). 
 
UNIDADE III – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
 
CAPÍTULO I - CONCEITO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
 
Serve para garantir a determinação do quantum debeatur (o quanto é 
devido). 
 Não há a liquidação nos títulos executivos extrajudiciais, pois devem ser 
previamente líquidos. 
 
CAPÍTULO II - FORMAS DE PROCEDIMENTO DE LIQUIDAÇÃO (LEI 
11.232/05) 
 
Foi a lei 11.232/05 que determinou que a liquidação da sentença deva ser 
feita por FASE. Isto porque esta mesma lei previu o cumprimento de sentença 
como fase no processo de conhecimento. 
Existem procedimentos de carga menos intensa (cálculos aritméticos) e 
outros com carga muito mais intensa (conversão de uma obrigação de fazer 
inutilizada em perdas e danos). Como regra, a liquidação de sentença é uma 
fase. Ainda há necessidade de processo autônomo de liquidação nos casos em 
que se exige processo autônomo para a execução de sentença (Art. 475-N, 
parágrafo único). Há ainda uma terceira forma, que seria por incidente. 
A liquidação incidental existe para os casos em que é necessário discutir 
a liquidação no decorrer do procedimento de execução em curso. Ex.: no 
decorrer de uma execução de entregar um carro, o veículo é inutilizado e a 
execução deve ser convertida em perdas e danos. 
 
a) Liquidação por fase 
 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 20 
 
1ª característica - É a regra de liquidação de sentença 
 
- por arbitramento: perícia 
- por artigos: fato novo 
 
2ª característica – a decisão que termina a liquidação por fase é uma 
sentença. Contudo, segundo o Art. 475-H, dela não cabe apelação, mas agravo 
de instrumento. Da decisão do recurso interposto caberá Recurso Especial e 
Extraordinário. O STJ aceita nesta hipótese a aplicação do principio da 
fungibilidade por entender que há dúvida objetiva e não há erro grosseiro. 
b) Processo de liquidação 
O processo autônomo é excepcional e só é admitido só nos três casos do 
Art. 475-N, parágrafo único. 
OBS.: muito embora se trate de título executivo judicial que deveria ser 
executado por meio de fase, a liquidação na sentença coletiva que garante 
direitos individuais homogêneos exige processo autônomo. 
c) Liquidação incidental 
A liquidação será um incidente do processo de execução quando a 
obrigação se tornar ilíquida durante o procedimento. Ex.: conversão em perdas 
e danos de bens que se perdem no decorrer do procedimento e discussão de 
benfeitorias. 
A natureza da decisão que põe fim a liquidação como incidente é uma 
liquidação interlocutória. 
OBS.: competência para liquidação – na liquidação por fase, de acordo 
com o artigo 475-P, a competência é do Juiz que proferiu a sentença. Regra 02 – 
em caso de processo autônomo (475-P, III), a competência é do juízo cível 
competente. Na incidente, o juiz competente para o incidente é o mesmo 
competente para a execução que está em curso. 
OBS2.: Segundo o Art. 475-A, §2º, há a possibilidade de liquidação de 
sentença sujeita a recurso. Há a necessidade de instrução da liquidação com 
cópias indispensáveis já o procedimento encontra-se em segundo grau. 
Havendo prejuízos com a reforma da sentença, o liquidante arcará com eles. 
 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 21 
 
CAPÍTULO III - O QUE PODE SER DISCUTIDO NA LIQUIDAÇÃO? 
 
A liquidação é regida por um principio específico que não pode ser 
violado: princípioà vinculação na sentença 
OBS1.: juros de mora e correção (Súmula 254 do STF e Art. 407, CPC) – 
podem ser liquidados mesmo não presentes na sentença, desde que não 
expressamente vedados, pois são considerados pedidos implícitos, assim como 
a condenação. 
OBS2.: Custas judiciais e honorários advocatícios – neste caso o pedido 
pode ser implícito, mas a condenação não é implícita. Não havendo previsão na 
sentença, não pode haver liquidação e o interessado deve interpor embargos de 
declaração antes de liquidar. 
OBS3.: Defesa na liquidação – em sua defesa o executado, na liquidação, 
poderá alegar questões que não foram atingidas pela coisa julgada, posteriores 
à sentença, como condições da ação e pressupostos processuais da fase de 
liquidação, ou o próprio mérito da liquidação, referente a quantia devida. 
 
CAPÍTULO IV - ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO 
 
Segundo a súmula 344 do STJ a alteração da espécie de liquidação 
prevista na sentença não fere a coisa julgada, pois a modalidade liquidação 
deve respeitar as necessidades do caso concreto. 
TÓPICO I - Liquidação por artigos 
 
A liquidação por artigos é necessária quando há necessidade de alegar e 
provar um fato novo para a liquidação da sentença. O fato novo é aquele que 
ocorreu depois da sentença ou, mesmo tendo ocorrido antes, não foi discutido 
ao longo do processo. Ex.: depois da sentença o estado de saúde do autor da 
ação de indenização piora, majorando a indenização devida. Esse fato novo será 
alegado e provado na liquidação por artigos. 
A liquidação por artigos se dá por fase quando o cumprimento de 
sentença também ocorrer por fase (é a regra). Ela se dá por processo autônomo 
quando o cumprimento da sentença depende de processo autônomo, como, por 
exemplo, quando o fato novo ocorreu depois da sentença penal condenatória. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 22 
 
Ela se dará por incidente quando o fato novo do qual depende a liquidação 
ocorrer durante a fase de cumprimento de sentença. 
O rito seguido na liquidação por artigos será ordinário ou o sumário. 
Sendo uma fase, seguirá o rito da fase de conhecimento precedente, assim 
também se for um incidente. Sendo um processo autônomo, o rito dependerá 
do tipo de ação, observado o artigo 275 do CPC. 
- Art. 475-E do CPC 
- Fato novo 
- Fase, processo, incidente 
- Rito (procedimento ordinário e sumário) 
Petição conterá a descrição do fato novo 
 
 
TÓPICO II - Liquidação por arbitramento 
 
A liquidação por arbitramento é necessária quando houver a necessidade 
de realização de perícia para a liquidação da sentença. Há exemplos legais cuja 
perícia de arbitramento é exigida pelo legislador e outros tantos casos práticos. 
Os exemplos legais são: Art. 475-O (avaliar danos decorrentes de 
execução provisória no qual a sentença foi modificada) e o Art. 18, §2º 
(litigância de má-fé). Ex.: quando o Juiz fixa o valor de indenização no valor do 
imóvel discutido. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 23 
 
Poderá ser feita por fase, processo autônomo ou por incidente, nas 
mesmas hipóteses da liquidação por artigos. 
Obs.: segue o rito comum, mas todo voltado para a perícia. Na petição 
(inicial ou simples) devem ser apresentados os quesitos e o assistente. No juízo 
de admissibilidade da petição, deferindo-a, ele determinará a intimação/citação 
do réu, nomeará perito e apresentara os quesitos oficiais. O réu responderá, 
podendo ser questões de mérito ou processuais e também juntar documentos. 
Ele ainda poderá ainda impugnar a nomeação do perito (Art.138), apresentar 
seus quesitos e nomear assistente. 
Terminada a fase postulatória, se inicia a fase de saneamento que tem 
inicio com as providencias preliminares. Dentre elas, na liquidação, o Juiz 
poderá: (1) dar vista ao exequente dos documentos apresentados ou (2) dar 
vista ao mesmo se houver fato novo. 
Não apresentando a resposta haverá a revelia (fato de não responder), 
mas não haverá efeito material, pois não há fato novo. 
 
TÓPICO III - Liquidação por cálculo 
 
 A liquidação por cálculos ocorre quando para o cumprimento da 
sentença houver a necessidade de cálculos aritméticos, decorrentes da 
incidência de índices fixados na própria sentença ou próprios da obrigação. 
 Antes da reforma do processo executivo, como o cumprimento de 
sentenças poderia se dar por processo autônomo (regra), quando a liquidação 
dependesse apenas de cálculos poderia haver, para isso, um processo 
autônomo. A sentença que precisa apenas de cálculos não é ilíquida e o 
reconhecimento disso vai culminar no novo CPC com o fim da liquidação por 
cálculos como espécie de liquidação. Hoje, porém, muito embora ela seja 
prevista como espécie no CPC, o legislador já determina que o credor instrua 
sua petição de cumprimento de sentença com os cálculos. 
 O artigo que trata da liquidação por cálculo, no novo CPC, é retirado da 
“fase de liquidação” e transposto para o capítulo da “fase de cumprimento de 
sentença”. 
 Requisição de documentos: pode ser que, para que o credor apresente os 
seus cálculos, haja necessidade de conhecer algum documento que estejam na 
posse de terceiro ou do executado. Há previsão de que, nesses casos, o Juiz, 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 24 
 
depois de acostada a petição de cumprimento de sentença, requisite esses 
documentos. Não apresentando o documento, o executado será sancionado com 
a presunção de veracidade afirmada pelo exequente. Quando for o terceiro 
haverá busca e apreensão do documento. 
 Contador judicial (Art. 475-B, §§3º e 4º) – discordando visivelmente dos 
cálculos do autor, o Juiz remeterá os autos ao contador para que ele realize os 
cálculos e, mesmo que não discorde, sempre fará isso se a parte for beneficiária 
da justiça gratuita. Se o valor apresentado pelo contador judicial for diferente 
do valor apresentado pelo credor prevalecerá o segundo durante toda a fase de 
liquidação para que o executado possa provar que este valor é equivocado. 
Contudo, se houver uma penhora em algum momento, ela levará em conta o 
valor do contador judicial em razão a menor onerosidade do executado. 
 Possibilidades: 
 I – petição + cálculos = juiz concorda = cálculo do credor 
 II – petição + cálculos = juiz discorda = contador judicial = credor 
concorda ou discorda = no caso de discordar prevalece o cálculo dele 
 III – petição sem cálculo = necessidade de documento 
IV – justiça gratuita 
Conclusão: pela exigência legal de que o memorial de cálculos do credor 
esteja acostado à petição de cumprimento de sentença, é possível concluir que 
se houver alguma discussão sobre os cálculos ela será desenvolvida dentro da 
fase de cumprimento de sentença, o que permite concluir que a “liquidação” 
por cálculos é um incidente dentro do cumprimento de sentença. 
 
CAPÍTULO V - RESULTADO ZERO? 
 
É possível chegar ao final da liquidação com o resultado zero (liquidação 
negativa)? 
 A primeira situação em que o resultado zero na liquidação se evidencia 
é a execução individual de sentença coletiva, quando o titular do direito 
individual homogêneo não consegue provar que no seu caso houve algum 
dano. O segundo exemplo é a liquidação por arbitramento nos exemplos legais 
(Art. 18, §2º e 475-O do CPC). 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 25 
 
 
UNIDADE IV – PARTES E TERCEIROS NA EXECUÇÃO 
 
CAPÍTULO I - LEGITIMIDADE ATIVA 
 
Artigo 566 do CPC: Como legitimado ordinário, o credor, titular da 
obrigação, é o principal sujeito ativo da execução. Há também a possibilidade 
de que o MP atue como legitimadoextraordinário nas situações em que assim 
atuou no processo de conhecimento. 
Ainda que o nome do credor não conste no titulo executivo será ele 
legitimado por ser credor. Ex.: o advogado é legitimado para executar a parte 
da sentença que se refere aos honorários sucumbenciais. 
Artigo 567 do CPC: I) sucessão processual – alteração do de cujus pelo 
espólio, herdeiros ou sucessores que se tornam legitimados para a execução. 
(Art. 43 do CPC); II – sempre o cessionário será parte na execução? Art. 567, II 
c/c art. 42 do CPC. Nem sempre, como diz o artigo 567, II o cessionário ou 
adquirente será legitimado para promover a execução. Isso dependerá de ter 
havido consentimento em seu ingresso na fase de conhecimento (Art. 42, § 1º do 
CPC). Não havendo consentimento, o cedente/alienante permanece no 
processo defendendo direito alheio (legitimidade extraordinário) e assim 
também será na execução (Artigo 42, caput do CPC). 
 
CAPÍTULO II - LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
É aquele que tem responsabilidade pelo cumprimento da obrigação, seja 
por ser devedor principal, seja ou por ser responsável pela dívida. 
Artigo 568 do CPC: IV – o fiador é aquele que assume garantia 
fidejussória quanto ao pagamento da dívida. O fiador judicial é aquele que 
garantia a relação discutida em juízo no processo de conhecimento e foi parte 
neste processo. Neste caso, poderá ser parte na execução. Se, embora garantisse 
a obrigação, não foi parte no processo, não será parte na execução. (Súmula 268 
no STJ). 
 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 26 
 
CAPÍTULO III - LITISCONSÓRCIO NA EXECUÇÃO 
 
Há a possibilidade de litisconsórcio ativo e passivo na execução. 
 
TÓPICO I - Litisconsórcio facultativo x necessário 
 
 - necessário ativo? IMPOSSIBILIDADE DE VIOLAÇÃO AO DIREITO DE 
AÇÃO (Art. 5º, V da CF), o que limita muito o litisconsórcio necessário em 
qualquer processo, inclusive na execução. 
 - necessário passivo (Art. 655, §2º) – existe apenas uma possibilidade na 
execução de litisconsórcio necessário. Tratando a penhora de bem imóvel, o 
cônjuge devera ser também réu no processo de execução. 
 O litisconsórcio facultativo é a regra na execução. 
 
TÓPICO II - Litisconsórcio simples x unitário 
 
 Como todo litisconsórcio unitário é necessário (Art. 47) e não há 
litisconsórcio necessário no polo ativo e, ainda, só há no polo passivo uma 
hipótese (Art. 655, §2º), o litisconsórcio unitário também não é a regra no 
processo de execução. 
 Regra: litisconsórcio simples. 
 - Art. 47 do CPC 
 - Litisconsórcio simples facultativo (Ar. 573). 
 Quanto ao litisconsórcio facultativo simples é preciso fazer uma 
advertência, pois quando for ativo, para que os exequentes, cada um com a sua 
demanda, ajam juntos no mesmo procedimento de execução, haverá uma 
cumulação de demandas executivas e será preciso respeitar a regra do artigo 
573 do CPC e os requisitos para a cumulação. 
 
CAPÍTULO IV - INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO 
 
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- Assistência – quando o assistente tem o interesse jurídico na execução. 
Ex.: (Art. 42 do CPC) Quando o adquirente não ingressa na ação principal 
poderá ingressar como assistente na execução. 
- Recurso de terceiro prejudicado – aquele que poderia ser assistente 
poderá apresentar recurso na execução. Obs.: Embargos de terceiro. 
Além disso, a execução tem 03 modalidades específicas de intervenção 
de terceiro. 
- Modalidades específicas da execução 
(1) Protestos pela preferência (Art. 711) – quando um terceiro que detém 
crédito preferencial (Ex.: crédito trabalhista) ingressa na execução para defender 
a preferência do seu crédito. 
(2) Concurso especial de credores – quando há várias penhoras sobre o 
bem discutido e um terceiro cuja penhora foi feita primeiro intervém na 
execução. 
(3) Exercício de benefício de ordem – é uma intervenção provocada pelo 
fiador, através da qual ele busca trazer à execução o devedor principal que não 
está sendo executado. 
 
UNIDADE V – RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
 
 
Dever jurídico (direito material) + responsabilidade (direito processual) = obrigação 
 
 A responsabilidade patrimonial estuda o complexo de bens do 
patrimônio do devedor ou de terceiro que responde pela execução. Sabendo-se 
que a obrigação é formada pelo dever jurídico de adimplemento e pela 
responsabilidade, esta última é a sanção prevista para o descumprimento. 
 
CAPÍTULO I - RESPONSABILIDADE PRIMÁRIA 
 
- Primária (Art. 592, I, II, V) – patrimônio do devedor. 
- Secundária (Art. 592, II e IV) – patrimônio de terceiro. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 28 
 
 
Não só os bens do devedor (terceiro) e nem todos os seus bens 
(impenhorabilidade) respondem pela execução. 
 
a) Bens do devedor: inclusive em poder de terceiro 
- presentes ou futuro (Art. 591 – premissa geral da responsabilidade 
primária). Todos os bens do devedor respondem pela execução enquanto durar 
o estado de inadimplência (passados, presentes e futuros). 
Os bens de terceiro também respondem, não havendo neste caso 
responsabilidade secundária, pois os bens são de propriedade do devedor e 
apenas alguns atributos do direito real foram atribuídos a outrem havendo a 
configuração de detenção ou posse. 
- detenção e posse (lei 8.245, art. 8º) 
Sendo detentor mero longa manus do proprietário, não há problema em 
que a execução atinja o bem que ele não tem. No caso de locação será necessário 
respeitar o que a lei do inquilinato diz em seu artigo 8º. 
b) Bens do sucessor a título singular 
 É aquele que recebe um bem do devedor por aquisição inter vivos ou 
mortis causa. Só haverá perseguição do bem a título singular quando a ação for 
fundada em direito real ou discutir obrigação reipersecutória (entregar coisa) 
d) Bens alienados ou gravados em fraude à execução 
 
 
CAPÍTULO II - FRAUDE À EXECUÇÃO E PROTEÇÃO A BOA-FÉ NA FRAUDE 
A EXECUÇÃO 
 
TÓPICO I - Fraude contra credores 
 
É instituto de direito material tratada no art. 158 e ss do Código Civil que 
constitui um vício social do negócio jurídico. Dois sãos os pressupostos: (1) 
pressuposto objetivo – que haja insolvência ou que se amplie esse estado 
através da fraude (2) subjetivo – é o animus de fraudar credores. 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 29 
 
Para desconstituir o negocio fraudulento, o credor prejudicado deve 
intentar a ação pauliana. 
 
TÓPICO II - Fraude à execução 
 
 É o instituto tratado no Art. 592, V do CPC e ocorre quando o devedor 
atinge não só seus credores judiciais, mas a própria jurisdição fraudando a 
execução. Poderá ser arguida por meio de incidente no processo de execução ou 
de oficio pelo Juiz. 
 Art. 593, I – ocorre quando há alienação do bem discutido em ação 
fundada em direito real. Não exige insolvência. 
 Art. 593, II – ocorre quando há a alienação de qualquer bem enquanto 
pende contra ele ação capaz de leva-lo a insolvência. 
 a) Ciência da fraude pelo terceiro? 
 O CPC não exige em momento algum que se demonstre a boa-fé ou a 
má-fé do terceiro envolvido na fraude à execução e permite pela usa simples 
leitura que, mesmo estanho de boa-fé, perca o seu bem ou direito para a 
execução. Para evitar injustiças da previsão processual, a jurisprudência firmou 
entendimento de que para ser configurada a fraude à execução há mais 
requisito: a má-fé do terceiro envolvido no negócio jurídico considerado 
fraudulento. 
 Para proteger a boa-fé do terceiro foi o art. 167, I DA Lei de Registros 
Públicos que prevê que ações fundadasem direitos reais ou execuções 
envolvendo imóveis podem ser averbadas na matrícula deste imóvel. Havendo 
essa averbação presume-se a má-fé do terceiro. A súmula 375b do STJ firma a 
exigência da prova da má-fé do terceiro para a configuração da fraude à 
execução e prevê ainda mais uma presunção de fraude: se o bem envolvido á se 
encontrava penhorado, pois a penhora é averbada na matrícula do bem. 
 Obs.: EMBARGOS DE TERCEIRO: para defender sua boa-fé, o terceiro 
envolvido no negócio intentará um procedimento próprio denominado 
embargos de terceiros que não se trata de intervenção de terceiros, mas de uma 
ação que corre em apenso à execução. 
 Súmula 259, STJ - adjudicação compulsória. 
 
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CAPÍTULO III - RESPONSABILIDADE SECUNDÁRIA 
 
Ocorre quando bens de outra pessoa, que não o devedor responde pela 
execução. 
a) Bens do cônjuge (Art. 592, IV) – casos de bens próprios, reservados 
e de sua meação. 
a-1) Bens da meação – meação incide sobre os bens comuns. Passa-
se a analisar os casos em que a meação de um dos cônjuges no 
patrimônio comum responde pela execução de dívidas do outro cônjuge. 
A regra geral é que só afetação da meação do cônjuge em casos de 
dívidas contraídas para a administração doméstica. Se um cônjuge 
adquire dívidas para administrar bens, há proveito para ambos. 
(Art. 1643, 1644, 1659 e 1664) 
Obs.: Análise dos regimes de bens: 
I – Comunhão parcial: o patrimônio comum são os bens adquiridos 
onerosamente na constância do casamento, respondendo pela execução de 
dívidas do outro cônjuge, desde que em prol da administração doméstica. 
II – Comunhão total: via de regra não haveria bens incomunicáveis, todo 
patrimônio seria comum, salvo exceções do Art. 1668, CC, como é caso de um 
bem recebido em doação. 
III – Separação absoluta: a regra é que não haveria bens comuns. 
Portanto, não haveria bem de meação. A súmula 377, STF, restringiu esse 
entendimento, criando a possibilidade de bens comuns no regime de separação 
absoluta de bens (desde que adquiridos em esforço comum). 
IV – Participação final nos aquestos: segue as regras do regime de 
separação de bens, durante o casamento, contudo, em eventual separação dos 
cônjuges, segue-se a regra da comunhão parcial de bens. 
 
a-2) Bens próprios ou particulares – bens próprios são os que não 
se inserem de alguma forma na meação. Regra: os bens próprios são 
incomunicáveis e por isso não seriam atingíveis em eventual execução. 
Obs.: Análise dos regimes de bens 
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I – Comunhão parcial os bens adquiridos antes do casamento são 
considerados bens próprios ou particulares. 
II – Na separação legal, separação de bens, em regra todos os bens dos 
cônjuges seriam particulares, contudo é preciso fazer a ressalva da súmula 377. 
III – Na comunhão total só seriam próprios os bens do Art. 1668, CC. 
IV – Na participação final dos aquestos segue as regras do regime de 
separação de bens, durante o casamento, contudo, em eventual separação dos 
cônjuges, segue-se a regra da comunhão parcial de bens. 
 
a-3) Dos bens reservados - o código civil anterior ao 2002 dizia que 
os bens reservados eram aqueles que a mulher adquirido por seus 
próprios esforços. No atual código tal termo foi retirado. 
a-4) Da penhora dos bens do cônjuge: mecanismos de defesa 
- citação (Art. 655, §2º) - Sempre que houver penhora de um bem comum 
na execução, o cônjuge meeiro deve ser obrigatoriamente citado no processo de 
execução. 
- impugnação/embargos – Uma vez citado o cônjuge pode apresentar 
impugnação ao cumprimento de sentença, nas execuções de título judicial; e 
embargos, nas execuções de título extrajudicial. 
- embargos de terceiro – Art. 1046, §3º, CPC, o cônjuge pode, nessa 
defesa, concordar que seu bem objeto da execução, mas quer se defender dentro 
da própria execução. Sendo parte, uma vez citado, não poderia o cônjuge 
apresentar embargos de terceiro, contudo, o Art. 1046, § 3º, CPC, equipara o 
cônjuge a um terceiro e permite a ele opor embargos de terceiro quando não 
concordar com a penhora sobre a sua meação ou mesmo sobre um bem próprio. 
Em conclusão, a doutrina entende que o cônjuge não é citado para a execução, 
mas intimado, notificado, pois não passa a fazer parte do procedimento 
executório. 
Obs.: Por meio dos embargos de terceiro, o cônjuge buscará demonstrar 
que a sua meação atingida pela penhora foi atingida indevidamente, pois a 
dívida do outro cônjuge, que é executada, não é decorrente da administração 
doméstica. Provando isto, conseguirá retirar a sua meação do bem penhora, e 
não o bem inteiro penhorado, o que pode ser feito através da venda do bem 
penhorado e pagamento da meação do cônjuge. 
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b) Bens do sócio 
- Regra geral – quem responde pelas execuções de obrigações contraídas 
pela própria sociedade é a sociedade. 
- Exceções: 
* Sociedade em comum (Art. 986/990, CC) – quem responde é o sócio. Não tem 
personalidade jurídica. 
* Desconsideração da personalidade – um sócio valeu-se de fraude, confusão 
patrimonial, para realizar um negócio em nome da sociedade, sendo que nesse 
caso quem responde é o sócio. 
* Imposição da lei ou estatuto – o estatuto ou a lei podem prever que o sócio 
deva responder solidariamente com a sociedade. 
- Benefício de ordem (Art. 596, CPC) – sempre que por exceção um sócio 
for atingido na execução o Art. 596 dá a ele a possibilidade de se valer do 
benefício de ordem, o que faz entender que na execução primeiro executam-se 
os bens da sociedade, depois os bens do sócio. Ainda que o estatuto imponha a 
responsabilidade solidária, entre sociedade e sócios, para a execução ela é 
sempre subsidiária. 
Obs.: a desconsideração da personalidade jurídica (Art. 50, CC) – a 
desconsideração serve à possibilidade de afastar a personalidade jurídica da PJ, 
em um negócio que foi celebrado de maneira fraudulenta por um sócio. 
- pressupostos: prática do ato com confusão patrimonial e o benefício 
próprio ou prejuízo alheio. 
- finalidade: afastar a personalidade apenas naquele negócio e não retirar 
a personalidade jurídica da sociedade. 
- requisito: principalmente para que haja a desconsideração é preciso que 
o sócio deva ser cientificado. Para isso, pode o credor promover a execução 
contra a sociedade e o sócio, em litisconsórcio eventual, e se isso não ocorrer 
caberá à sociedade instaurar um incidente de desconsideração na execução. 
 
TÓPICO I - A responsabilidade do fiador (Art. 595, CPC) 
 
A responsabilidade do fiador é uma responsabilidade é primário, pois 
este assumiu a responsabilidade como o devedor. Pacificamente a 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 33 
 
responsabilidade do fiador é primária, prevista no Art. 595, CPC, pois por 
vontade própria o fiador garantiu a dívida, e, portanto, é devedor, ainda que 
seja subsidiariamente. 
Obs.: Por ser devedor e ter responsabilidade primária, o fiador que for 
executado pelo credor deverá alegar benefício de ordem, na primeira 
oportunidade possível, que é nos embargos de execução/embargos, cláusula da 
relação contratual que prevê a sua responsabilidade subsidiária, vez este 
benefício não é conhecido de ofício pelo magistrado (pois o fiador é parte 
legítima no processo. Caso não fosse, como executar um terceiro estranho, seria 
parte ilegítima, que caí na hipótese de juízo de admissibilidade, pois é condição 
da ação, que por se tratar de matéria pública, que é reconhecida de ofício).TÓPICO II - A responsabilidade do espólio e dos terceiros (Art. 597) 
 
Com a morte do de cujus o espólio responde pelas dívidas e é o 
executado numa execução. Apenas ao final do inventário, com a partilha dos 
bens, entre os herdeiros, é que termina o espólio e os herdeiros passam a 
respondem proporcionalmente pelas dívidas do de cujus. Ainda assim pode ser 
que um só herdeiro responda sobre a dívida, quando esta caí apenas sobre o seu 
quinhão. 
 
TÓPICO III - O direito de retenção (Art. 594) 
 
Direito de retenção é, por exemplo, direito de reter benfeitorias. Sempre 
que o credor tiver bens retidos do executado (direito de retenção), estes bens 
devem ser executados em primeiro lugar. 
 
TÓPICO IV - Responsabilidade do incapaz (Art. 928 e 932, cc e Art. 180, CC). 
 
O incapaz que cometer algum dano responde pelos danos que causar de 
forma subsidiária. O menor é responsável pelos ilícitos que comete apenas 
quando seus responsáveis não tiverem a obrigação de responder por ele ou não 
puderem fazê-lo. Sendo responsável nestes casos poderá ser executado. Mas 
sua responsabilidade é sempre equitativa, desde que não prejudicar o seu 
sustento. 
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Obs: Art. 180, CC: de acordo com tal artigo, quando se valer dolosamente 
da sua menoridade a responsabilidade do incapaz é primária. 
 
UNIDADE VI – TÍTULO EXECUTIVO 
 
CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
A relevância do título executivo – segundo a professora trata-se de um 
requisito de admissibilidade do processo de execução, por tal motivo extingue-
se o processo sem mérito. 
Parte da doutrina entende que o título executivo é condição da ação de 
execução, contudo, a porção majoritária entende que o título executivo é 
requisito de admissibilidade da execução (seria o pressuposto de validade da 
execução). Sua relevância está no fato de que é com base no título que são 
encontradas as condições e pressupostos da ação. 
Os princípios regem os títulos regem os títulos executivos – 
taxatividade e tipicidade. O princípio da taxatividade define que os títulos 
executivos devem estar previstos em lei, o que significa que não basta a mera 
vontade das partes, não havendo consensualidade quanto a isso. O princípio da 
tipicidade prevê que além de previstos na lei, os títulos têm que se adequar a 
um dos tipos legais. (Art. 475-N – Títulos executivos judiciais; Art. 585, CPC – 
título executivo extrajudicial). 
 
CAPÍTULO II – TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS (ART. 475-N) 
 
A lei 11.232/05 retirou do caput do artigo a palavra condenatória que 
antes existia no artigo. Doutrina minoritária fala que trata-se de uma 
inconstitucionalidade formal. 
É título executivo judicial qualquer sentença que traga em seu bojo o 
direito a uma prestação, como efeito principal ou como efeito reflexo. A 
sentença condenatória sempre é título executivo judicial porque sempre traz o 
direito a uma prestação de maneira principal, mas a sentença constitutiva pode 
trazer o direito potestativo de maneira principal e ter como efeito reflexo o 
direito a uma prestação, exemplo: direito de indenizar decorrente da rescisão de 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 35 
 
uma sentença. Também a sentença declaratória pode ser título executivo 
judicial quando declara um direito a uma prestação a ser executada 
posteriormente. 
Decisão interlocutória também pode ser título executivo judicial, basta 
lembrar dos casos de tutela antecipada de urgência (Art. 273, I e II) e de 
evidência (§6º e inc. II). 
 Decisão que reconhece a existência de obrigação (OBS: sentenças 
declaratórias e constitutivas) 
 
 Sentença penal condenatória 
Art. 91, CP: Tem como efeito secundário a obrigação de reparar o dano 
causado pelo crime. Dessa maneira, será título executivo judicial. Nem sempre, 
contudo, a obrigação é líquida, pois na condenação pode não vir o quantum do 
dano, sendo que nesses casos haverá necessidade de processo autônomo de 
liquidação, seguido pelas regras de cumprimento de sentença. 
- Obs.: Art. 387, IV, CPP / Art. 63, CPP: O referido artigo prevê o dever 
do juiz na sentença penal condenatória de fixar uma indenização mínima para a 
vítima do crime. Esta indenização, porém, segundo o Art. 63, CPP, pode ser 
liquidada no juízo cível se a vítima entende que seu dano é maior. Pode ser 
imediatamente executada se a vítima se conforma com a indenização mínima. 
 Decisão que homologa a composição judicial: 
Extingue o processo com resolução de mérito, ganhando eficácia de título 
executivo judicial. 
 A sentença arbitral: 
A arbitragem é um meio alternativo de solução do conflito, ao lado da 
conciliação e da mediação. É exercício de jurisdição. 1) Não precisa ser 
homologada para gerar efeitos. 2) Pelo Art. 475-N elenca-o como título 
executivo judicial. 3) Impossibilidade do juízo cível entrar no mérito da 
arbitragem ao anular uma sentença arbitral 
- Obs.: A relevância da previsão 
A relevância da inserção da sentença arbitral no Art. 475-N, CPC, está na 
controvérsia sobre se a arbitragem é ou não exercício de jurisdição. O fato de ser 
a sentença arbitral um título judicial reforça o pensamento de que é exercício de 
jurisdição, juntamente com outros dois argumentos: desnecessidade de 
T u t e l a J u r i s d i c i o n a l E x e c u t i v a | 36 
 
homologação da decisão arbitral e impossibilidade do juízo cível entrar no 
mérito da arbitragem ao anular uma sentença arbitral. 
Art. 32, Lei 9307/96 – o referido artigo prevê as matérias que podem 
gerar uma ação anulatória da sentença arbitral no juízo cível. Anulando a 
sentença arbitral o juiz cível não pode proferir outra decisão, para não violar a 
autonomia do árbitro. 
A execução de sentença arbitral no juízo cível tem como defesa a 
impugnação ao cumprimento de sentença, a doutrina da arbitragem defende 
que só pode o executado alegar na impugnação as matérias que podia alegar na 
ação anulatória (em razão da autonomia), e se é assim, também a impugnação 
deve respeitar o prazo da anulatória (90 dias). Se o executado perceber que a 
impugnação superará 90 dias em razão da demora do exequente, caberá a ele 
ingressar com a anulatória. 
 Acordo extrajudicial homologado 
 Sentença estrangeira homologada pelo STJ - Obs.: Mercosul (DL 
55/95) 
 Formal de partilha (1026/1027, CPC) 
 
CAPÍTULO III – TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS (ART. 585) 
 
 → INCISO I: 
 → INCISO II: 
 → INCISO III: 
Contratos garantidos por penhor (bens móveis), hipoteca (bens imóveis) 
ou anticrese (sobre frutos): situações onde há um contrato com garantia de 
outra garantia, os três são direitos reais de garantia. Neste caso, uma vez 
descumprido o contrato principal que foi garantido por esses três direitos reais 
de garantia, esse contrato principal se tornará um título executivo extrajudicial 
(independentemente da assinatura de duas testemunhas). 
Contrato garantido por caução: caução é uma garantia, que pode ser de 
duas espécies: real ou fidejussória. Uma vez descumpridos tornam-se títulos 
executivos extrajudiciais. Fiança imobiliária é um exemplo de caução 
fidejussória. 
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Contrato de seguro de vida: Contrato de seguro de vida é título 
executivo, o que se executa é o prêmio. A exigibilidade da obrigação decorrente 
do contrato de seguro só surge com a implementação do risco. 
 → INCISO IV: Crédito decorrente de foro ou laudêmio - o foro e o 
laudênio são decorrentes da enfiteuse, onde o titular passa a outrem todas as 
faculdades inerentes à sociedade,

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