Buscar

DIREITO DO CONSUMIDOR

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DIREITO DO CONSUMIDOR
WEB 1
Todo cidadão tem direito à defesa do consumidor. É um direito fundamental. O CDC é tido como norma principiológica, pois consta com proteção constitucional (CF, artigo 5º inciso XXXII). Por ser uma norma geral e principiológica, tem prevalência sobre as demais normas gerais e especiais anteriores.
CF Artigo 48 – determina a criação do CDC, sendo a mola propulsora do código.
11 de setembro de 1990 – nasce o Código de Defesa do consumidor. (Por conta da vacatio legis de 180 dias, o CDC só entrou em vigor em março/91). Não se aplica o CDC para contratos anteriores à Março/91. EXCEÇÃO: Contratos de trato sucessivo, aqueles que as tratativas são renovadas periodicamente. Ex. plano de saúde.
Diante da antinomia: desrespeitar o CDC é desrespeitar a CF. É norma de eficácia supra legal. 
Teoria do Diálogo das Fontes – desenvolvida na Alemanha por Erik Jayme e trazida ao Brasil por Cláudia Marques – As normas jurídicas não se excluem, mas se complementam. “Há um diálogo diante de influências recíprocas, com a possibilidade de aplicação concomitante das duas normas ao mesmo tempo e ao mesmo caso, de forma complementar ou subsidiária.” A busca da norma mais favorável ao vulnerável.
Diálogo de coerência – uma lei serve de base conceitual para a outra
Diálogo de complementaridade/subsidiariedade – uma lei complementa a outra de forma direta/indireta
Diálogo de convivência recíproca e sistemática – quando uma lei sofre influência de outra.
CASO CONCRETO: Em viagem de ônibus de Salvador (Bahia) para o Rio de Janeiro, realizada em 12 de fevereiro de 2007 pela empresa Transporte Seguro Ltda., Cláudio Lopes sofreu graves lesões em razão de violenta colisão do coletivo em que viajava com um caminhão. Frustradas todas as tentativas de solução amigável, Cláudio ajuizou ação em face da empresa Transportes Seguro Ltda., em 15 de abril de 2009, pleiteando indenização por danos material e moral. A ré, em contestação, arguiu prejudicial de prescrição com fundamento no artigo 206, § 3°, V do Código Civil (Prescreve: Em três anos, a pretensão para reparação civil); sustenta não ser aplicável à espécie o art.27 do Código do Consumidor [Prescreve em 5(cinco) anos a pretensão a reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria] porque o contrato de transporte de pessoas está expressamente disciplinado no Código Civil (art.734 e seguintes) e sendo este lei posterior ao CDC deve prevalecer, conforme previsto no art.732 do referido C. Civil. (Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, quando couber, desde que não contrariem as disposições deste Código, os preceitos constantes da legislação especial e de tratados e convenções internacionais). Utilizando os dados do presente caso, indique a legislação que deve ser aplicada na solução da questão, posicionando-se quanto à ocorrência ou não da prescrição.
Resposta: Neste ponto, deverá ser aplicada a legislação consumerista, posto que o CDC é norma supra legal e principiológica. De acordo com a teoria do diálogo das fontes, o CDC não exclui a aplicação do Código Civil, mas este deve ser interpretado à luz da Constituição, que por sua vez é mola propulsora do CDC. Sendo assim, não deve ser considerada a prescrição, posto que de 5 anos. 
Objetiva: 1) Letra C
WEB 2
PRINCÍPIOS DO CDC 
No direito do consumidor surgem relações humanas a todo instante. 
Princípio da vulnerabilidade: vulnerabilidade é uma característica do ser humano pós-moderno, ou seja, TODOS NÓS SOMOS VULNERÁVEIS. É uma presunção absoluta, não admitindo prova em contrário.
Princípio da hipossuficiência – hipossuficiência é uma característica processual, na medida em que guarda relação com o tema “produção de prova”. Ou seja, consumidor hipossuficiente é aquele que tem dificuldade em comprovar o seu direito. É uma debilidade no momento da produção de prova.
Pode ser:
Técnica: é quando o desnivelamento entre consumidor e fornecedor se dá em função de uma dificuldade técnica que se evidencia na relação humana. Ex.: um consumidor não tem como demonstrar que a TV dele não tem a resolução especificada.
Fática: é aquela que decorre de uma dificuldade do consumidor em demonstrar a dinâmica do evento.
Econômica: é aquela que se evidencia quando uma grande discrepância financeira se apresenta em relação ao consumidor e ao fornecedor.
Hipossuficiência informacional: decorre de um ruído no momento da informação
Vulnerabilidade x hipossuficiência: Não é a mesma coisa. Nascemos vulneráveis, mas alguns são hipossuficientes. 
Princípio da Confiança – resulta de uma crença prévia depositada por parte do consumidor em relação ao fornecedor do produto/serviço.
Princípio da boa fé objetiva – conduta esperada por parte do homem médio. Subdivide-se em boa fé objetiva (é a esperada no momento das contratações) e subjetiva (ausência de conhecimento do ilícito).
Função criadora – cria deveres anexos – dever de conduta
Função limitadora – limita o exercício dos direitos subjetivos
Função interpretadora – deve guiar a interpretação dos contratos
Princípio da Função Social do Contrato – mitigação do pacta sunt servanda
Antônio comprou um veículo no final de 2009, modelo 2010. Posteriormente, descobriu que o modelo adquirido sairia de linha e que a fábrica, naquele mesmo ano de 2010, lançará outro modelo totalmente diferente do anterior. Sentindo-se prejudicado, Antônio quer ser indenizado pela desvalorização do seu veículo. Há algum princípio do CDC que pode ser invocado nesse pleito indenizatório?
Sim, o Princípio da Boa fé. A boa-fé sustenta a ideia da responsabilidade pré - contratual. Antes de celebrar o contrato, as partes estão obrigadas umas com as outras a serem honestas, probas, a não causar danos injustificados, a não criar expectativas inatingíveis, a não frustrar o que legitimamente delas era esperado. Se não foi informado como deveria e o consumidor se sentir lesado por isso, poderá pleitear indenização.
Em relação à vulnerabilidade é incorreto afirmar: 
a) As normas do CDC estão sistematizadas a partir da ideia básica de proteção do consumidor, por ser ele vulnerável;
xb) Vulnerabilidade e hipossuficiência é a mesma coisa porque ambas indicam a fragilidade e a situação de desigualdade do consumidor; 
c) Vulnerabilidade é qualidade intrínseca, imanente e universal de todos que se encontram na posição de consumidor;
d) Todos os consumidores são vulneráveis por presunção absoluta, mas nem todos são hipossuficientes; 
e) Hipossuficiência é um agravamento da situação de vulnerabilidade ligada a aspectos processuais.
WEB3
RELAÇÕES DE CONSUMO 
Elementos:
Sujeito Ativo: Consumidor – é toda pessoa física ou jurídica que adquire produto ou serviço como destinatário FINAL. 
Correntes: 
Maximalista – aquela que interpreta que consumidor merece ser considerado como destinatário fático do bem. O mero ato da compra faz o consumidor.
Finalista – não basta comprar, tem que comprar e não vender, não lucrar: o consumidor é o destinatário fático e econômico do bem. Corrente preponderante.
Finalista mitigada – é aquela que admite, excepcionalmente, a aplicação do CDC para destinatários tão somente fáticos, desde que haja a ocorrência de vulnerabilidade (o fornecedor pequeno em relação ao maior: Ex. o rapaz do picolé em relação à Kibon, a vendedora da natura em relação à Natura – há discrepância na relação.).
Consumidor
Standard – é do artigo 2º (por contrato)
Por equiparação – São terceiros que, por possuir uma participação direta ou indireta, acabam por integrar o seio de uma relação de consumo: 
Artigo 17 (“bystander” ou “as vítimas do evento” – são pessoas que sofrem dano em função de uma relação de consumo), 
Artigo 29 (são pessoas expostas à oferta. Deve ser observada a razoabilidade – se a oferta diz um valor, deve ser cumprida).
Artigo 2º, parágrafo único (equipara-se à consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis. O MP pode ingressar com uma ação com base nesse artigo.)
Sujeito Passivo: Fornecedor – artigo 3º. É todo aquele que desenvolve atividades tipicamente profissionais com habitualidade. Uma pessoa física pode ser considerada consumidor, desde que faça isso com habitualidade.
Objeto: Produto (qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial) ou serviço (qualquer atividade desenvolvida no mercado de consumo *mediante remuneração* – natureza bancária, administradora de cartão de crédito, financeira e securitária, etc.) Existe remuneração indireta – por exemplo, quando você vai a um mercado e não compra nada, mas deixa o carro no estacionamento, ainda assim o mercado responderá. Não pode haver vínculo trabalhista.
Caso concreto – Karmen Comércio de Roupas Ltda, cujo objeto social é o comércio varejista de artigos do vestuário e complementos, adquiriu de Manchete Confecções Ltda cerca de 30 peças variadas de vestuário. Alegando defeito em várias peças adquiridas, a compradora (Karmen Comércio de Roupas Ltda) recusa-se a pagar o restante do preço ajustado, invocando em seu favor a proteção do Código do Consumidor, principalmente o da inversão do ônus da prova e do foro domicílio do consumidor, já que é estabelecida no Rio e a vendedora em São Paulo – Capital. Indique se há relação de consumo no caso, fundamentando a sua resposta no entendimento jurisprudencial dominante no Superior Tribunal de Justiça.
Resposta: Não se aplica o CDC à espécie tendo em vista que Karmen compra o produto para revenda, não podendo ser considerada consumidora por não ser destinatária final.
Não há no caso relação de consumo por se tratar de consumo intermediário na linha da  mais recente jurisprudência do STJ – Resp.684613 e 476428 consumidor é pessoa física ou jurídica que adquire bens de consumo para uso privado, fora da sua atividade profissional. O consumo intermediário, ou seja, o consumo a aquisição de produtos ou a utilização de serviços por pessoa natural ou jurídica para incrementar a sua atividade negocial não caracteriza relação de consumo. E tal é a oferta dos autos, posto que as peças de vestuários foram adquiridas para  desempenho das atividades empresariais da autora. A jurisprudência só tem admitido a pessoa jurídica como consumidor em situações  específicas, isto é, quando do exame do caso concreto decorrer a sua inegável vulnerabilidade em face do fornecedor, o que no caso, não resultou demonstrado.           |
 Caso 2: Letra E.
WEB 4
Direitos Básicos do Consumidor 
Artigo 6º - Rol meramente exemplificativo
I – ponderações acerca à proteção à vida, saúde ou segurança. Produtos ou serviços não poderão proporcionar riscos (risco é perigo, possibilidade de dano), (artigo 8º) salvo aqueles normalmente previsíveis, que devem ser informados ao consumidor, para que o fornecedor não incorra em vício de informação. Ver artigos 8, 9 e 10.
 II – a educação para o consumo visa garantir a liberdade de escolha e a igualdade no momento das contratações
III – informação – presentes nas rotulagens, nos contratos.
Publicidade pode ser:
Enganosa – é aquela que contém em seu teor mensagem falsa, seja de forma total ou mesmo de forma parcial.
Abusiva- estimula o consumidor a se comportar de forma prejudicial à sua integridade. (publicidade do álcool)
Enganosa por omissão – o consumidor deixa de receber dados fundamentais sobre o bem de consumo adquirido. O fornecedor deixa de informar
Não velam pelo princípio da aparência, pois todas elas desvirtuam o consumidor de sua vontade real. Ver Artigo 36, 37 e 38. O ônus da prova da veracidade das informações publicitárias é de quem as patrocina (ônus da prova invertido por força de lei)
Práticas comerciais abusivas - São as práticas do comércio. Ver artigo 39.
Venda casada
Enviar bem de consumo sem prévia solicitação. O bem enviado será equiparado à amostra grátis.
Cláusulas contratuais abusivas, artigo 51.
Caso concreto: Foi veiculada nos principais meios de comunicação a decisão de um Laboratório Farmacêutico quanto à retirada de um antiinflamatório do mercado, em virtude da constatação de que pode causar danos aos consumidores que o utilizarem de forma contínua, dobrando a probabilidade de a pessoa sofrer infarto e outras complicações cardiorrespiratórias. A decisão deste laboratório obedece algum dispositivo do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90)? Fundamente sua resposta.
O fornecedor deve retirar do mercado, ou ainda efetuar o recall e a adequação do bem de consumo.
A decisão do laboratório de retirar do mercado o medicamento (anti-inflamatório) tem por fundamento o princípio da prevenção, que, por sua vez, está previsto nos artigos 8 e 10 da CDC. Para evitar os danos que produtos perigosos poderão causar aos consumidores, o fornecedor tem o dever de tomar providências previstas nos parágrafos 1 a 3 do art. 10 do CDC.          |
Questão 2) Letra A
WEB 5
Continuação: Direitos Básicos do consumidor
1 – Prevenção e reparação de danos. Art. 6º, VI.
Dano pode ser patrimonial ou moral. 
A responsabilidade será subjetiva ou objetiva? Os artigos 12 e 14 dizem que “responderá independentemente de culpa”, ou seja: OBJETIVA.
Então o fornecedor responderá sempre? Não, há uma presunção de culpa, mas o fornecedor pode se esquivar de ser responsabilizado caso prove que não causou o dano.
No CDC há responsabilidade subjetiva no caso dos profissionais liberais.
Inversão do ônus da prova: Critérios para inverter o ônus da prova - quando o juiz entender que a alegação for verossímil ou o consumidor for hipossuficiente.
Inversão Ope judicis – por força do direito. O juiz analisa o caso concreto e PODERÁ conceder o ônus da prova.
Inversão Ope Legis – por força da lei, o juiz DEVERÁ conceder o ônus da prova. Artigo 38 – das informações publicitárias; artigo 12 §3º - artigo 14 §3º
Como regra: ope judicis. Publicidade: ope legis.
Momento da inversão do ônus da prova – quando do despacho saneador, quando na ope judicis. Mas no caso de ope legis, a inversão pode ser concedida a qualquer momento, pois é por força de lei, não devendo precluir. (posição do prof. Renato Porto).
Vício do produto – quando o produto não funciona adequadamente
Fato do produto – o produto além de não funcionar bem, causa um dano (Fato= Vício + dano). 
A ope legis se verifica diante de produto de produto/serviço que causa dano ou de informação publicitária enganosa / abusiva. 
Adequada e eficaz prestação de serviços públicos. Artigo 22.
*Serviço essencial e de forma contínua
STJ: pode ser realizado o corte, se inadimplente por período superior a 30 dias e desde que cientificado do débito por via própria na conta. Não pode utilizar carta de cobrança, sem constrangimentos. Se a vida estiver em risco, o corte não pode ser realizado, deve ser utilizada ação de cobrança. Não pode cortar luz e água de hospital. Home Care: o consumidor deverá cientificar a empresa das circunstâncias para que não ocorra o corte.
Caso Concreto 1.
Macedo, usuário dos serviços de energia elétrica prestados pela concessionária LGT S.A, se insurge contra a conduta da prestadora do serviço no que tange à suposta detecção de irregularidade em seu medidor de energia elétrica, vulgarmente denominado “gato”. Em virtude deste fato, a Concessionária esta fazendo cobrança retroativa de Macedo da quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Submetido tal caso à apreciação do Poder Judiciário, através do rito ordinário, Macedo nega o alegado gato, pleiteia o deferimento da inversão do ônus da prova prevista no artigo 6º, inciso VIII do CDC, bem como a produção de prova pericial a fim de solucionar a questão. Pergunta-se: 
Quais são os requisitos para a inversão do ônus da prova prevista no artigo 6º, inciso VIII do CDC, e qual o momento em que deve ocorrer a referida inversão? 
Para que seja deferida a inversão do ônus da prova, deve o magistrado verificar se há verossimilhança das alegações ou hipossuficiência do consumidor. A inversão, ope judicis, deve ser deferida no despacho saneador.
A
inversão do ônus da prova pleiteada por Macedo implica na inversão de seu custeio? Justifique sua resposta com base no que preceituam o Código de Processo Civil e o Código de Defesa do Consumidor.
Não, A inversão não é automática e seu custeio não recai sobre a quem cabe provar.
2) Verossimilhança e hipossuficiência são pressupostos para a inversão do ônus da prova:
A) tanto para a inversão ope judicis como para a ope legis;
B) só para a inversão ope legis;
xC) só para a inversão ope judicis;
D) são pressupostos sempre cumulativos;
E) são sempre alternativos.
WEB 6
Os Contratos no CDC
Cláusula Rebus sic standibus e pacto sun servanda.
Intervenção do estado – O CDC é utilizado para fazer justiça social. 
Teoria da imprevisão
Valdéia firmou contrato para aquisição de um imóvel, no qual assumia a obrigação de pagar 50 prestações de R$ 800,00, além de um valor como entrada. Ocorre que ela foi demitida da empresa em que trabalhava, ficando impossibilitada de honrar a obrigação assumida. Valdéia ingressa com ação revisional, invocando a teoria da imprevisão como forma de rever a cláusula contratual que impõe o pagamento da mensalidade de R$ 800,00. Considerados provados os fatos, responda: 
a) Prosperará o argumento de Valdéia? Justifique sua resposta. 
b) Poderá invocar a imprevisibilidade de sua demissão para questionar a cláusula contratual referente às prestações do imóvel? 
c) Aplica-se ao caso o direito previsto no artigo 6º, inciso V do CDC? 
RESPOSTA – A revisão do contrato só tem lugar no caso de álea extraordinária. O acontecimento que causou o desequilíbrio na economia do contrato tem que ser excepcional, de alcance geral, objetiva e não subjetiva, particular em relação à obrigação em questão. Todo contrato, mesmo o contrato comutativo, tem certo caráter aleatório, que é a instabilidade normal dos contratos. Assim, se o fato superveniente criar uma álea que, embora onerosa, está dentro do risco assumido, não será possível alegar onerosidade excessiva. O desemprego, a morte, o acidente pessoal, valorização do bem etc. não são álea extraordinária. Só justifica a revisão a álea extraordinária que desequilibra o contrato. Logo, Valdeia não faz jus à revisão.
É correto dizer que no CDC a revisão de cláusula contratual terá lugar se ocorrer:    
a) fato superveniente; 
b) a álea normal ou ordinária; 
c) fato superveniente imprevisível; 
X-d) CORRETA - a álea anormal ou extraordinária; 
e) fato superveniente de alcance particular do devedor.
Web 7
Proteção contratual do Consumidor
Princípio da informação da publicidade: todo meio de informação veiculado por qualquer forma integra o contrato a ser celebrado. O consumidor pode exigir o cumprimento forçado da oferta, desde que haja com razoabilidade e boa fé.
Diante de uma campanha publicitária o ônus da prova é de quem as patrocina. Não é do veículo de comunicação, é de quem patrocina.
Caso concreto 1) Fabrício propôs uma ação de indenização por danos morais em face de supermercado Bom Preço. Narra que o supermercado colocou em oferta o café “torradinho”. Interessado no preço atrativo, dirigiu-se com sua esposa ao local e colocaram no carrinho 50 pacotes do produto, num total de vinte e cinco quilos. Ao chegarem ao caixa, contudo, foram informados que só poderiam levar cinco pacotes de cada vez. Inconformado, uma vez que na propaganda divulgada não havia qualquer referência à limitação quantitativa do produto, pediu a presença do gerente, mas não obteve liberação. Entendendo ter havido desrespeito às normas do CDC, e sentindo-se atingido em seu patrimônio extra-material, propôs a presente demanda buscando reparação por dano moral, uma vez que o fato lhe causou constrangimento ilegal, vários aborrecimentos até conseguir efetivamente comprar o produto pretendido. Em contestação, sustenta o réu que a pratica comercial atrativa de clientela é licita, não sendo vedada pelo diploma consumerista. Aduz que não se pode aceitar como razoável e de boa-fé, na venda promocional de gêneros alimentícios, em valor bem inferior ao praticado no mercado, que a falta de indicação do quantitativo a ser adquirido por cada consumidor na propaganda seja de molde a permitir aquisição flagrantemente incompatível com o consumo pessoal e familiar. Considerando provados os fatos, resolva a questão fundamentadamente
Resposta: Gabarito: julgado dizendo que o supermercado pode vedar a aquisição da quantidade de pacotes, pois a lei diz: salvo por justa causa. No entanto, o professor Renato Porto entende que não deveria haver a limitação, pois é o risco do empreendimento.
Meu entendimento: não poderia limitar, tendo em vista de que na oferta não constava limitação e também pois não há JUSTA CAUSA. E Ainda, deveria ter informado na oferta da limitação.
A oferta vincula o contrato. Art. 30, CDC. Houve omissão de informação da quantidade de produtos na oferta. ART. 66 CDC.
 Caso 2) Sobre o tratamento da publicidade... Letra D
Web 8
Proteção contratual sobre o consumidor
Contratação padronizada 
Artigo 54 – contrato de adesão seria um contrato redigido unilateralmente, sem possibilidade qualquer tipo de alteração.
Contrato de adesão não é nulo.
Interpretação do contrato de adesão – as cláusulas devem ser interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, pois ele é a parte mais fraca e não participou da instrumentalização do acordo.
Direito de arrependimento – artigo 49 
É um período de reflexão concedido ao consumidor para que o mesmo possa exercer plenamente sua autonomia da vontade. O CDC dá o direito do consumidor se arrepender das compras feitas num prazo de 7 dias. Esse prazo começa a contar do recebimento do produto de consumo ou quando o serviço é efetivamente prestado. Os custos da devolução são por conta do fornecedor.
Informativo 528 STJ – não pode repassar os valores referentes ao direito de arrependimento.
O direito de arrependimento não se dá em lojas, por exemplo. Só vale fora do estabelecimento comercial: catálogo, internet, telefone. Os valores dispendidos devem ser ressarcidos atualizados e de forma imediata.
O direito de garantia de reclamar de direitos aparentes (garantia legal):
Vício – Toda vez que se tratar de vício corre a decadência, e o prazo se dá da seguinte forma: será de 30 dias para produtos não duráveis (na primeira utilização ele se destrói) e 90 dias para produtos duráveis. 
Fato – No fato corre a prescrição, que será de 5 anos , que começa a contar a partir do dano.
O artigo 50 diz que a garantia legal deve ser somada com a contratual. Se a loja dá 1 ano de garantia, a garantia será 1+ 5 anos. A garantia da lei corre independente do contratual e é irrenunciável. A da lei corre na frente!
TV quebrou: Vício, corre a decadência, tem 90 dias para reclamar.
Torta estava estragada: vício, decadência, 30 dias.
Televisão explodiu, ferindo o consumidor: Fato, prescrição, 5 anos.
Vício aparente – de fácil constatação: o prazo decadencial corre a partir da aquisição. 
Vício oculto – se apresenta em momento posterior: o prazo só começa a correr quando surgir o vício (inclusive para a garantia contratual). O limite para argumentação de vício oculto é o término da vida útil e isso pode ser verificado por perícia.
Produto defeituoso – quando não possui a segurança que dele legitimamente dele se espera. Tem alto potencial lesivo.
Machuca? Causa dano? Sim, é defeito.
Machucou, causou dano? Fato.
Só é ruim, não funciona: Vício.
Obsta a decadência a reclamação feita pelo consumidor. A corrente majoritária diz que a melhor interpretação é a SUSPENSÃO da decadência. Renato Porto entende que o código é defesa do consumidor, e, por este motivo, deveria ser interpretado no sentido mais benéfico a ele, e portanto, a decadência deveria ser interrompida.
Direito arrependimento na compra de passagem aérea? Alguns julgados entendem que não há esse direito, mas é questionável diante da técnica comercial que induz a compra por impulso, ou, ainda, a falta de informação sobre as condições.
Caso concreto: Maria de Fátima
pleiteia indenização por dano moral contra a Casa Bahia decorrente da recusa injustificada de venda a crédito. Alega que embora não houvesse qualquer restrição ao seu nome junto aos órgãos de proteção ao crédito, a ré lhe negou o parcelamento para a aquisição de uma geladeira, mesmo tendo apresentado seu sogro como avalista para a compra pretendida. A conduta arbitrária da ré teria lhe causado vergonha e humilhação pois injusta a negativa de crédito. Procede a pretensão de Maria? Resposta justificada.
O CDC informa, no artigo 39 que o fornecedor não pode se recusar a pagamento à vista.
Caso Concreto 2 - (OAB / Exame Unificado) – 2010.2)
Sobre o tratamento da publicidade no Código de Defesa do Consumidor é correto afirmar que: 
A) a publicidade somente vincula o fornecedor se contiver informações falsas. 
B) a publicidade que não informa sobre a origem do produto é considerada enganosa, mesmo quando não essencial para o produto.
C) o ônus da prova da veracidade da mensagem publicidade cabe ao veiculo de comunicação. 
xD) é abusiva a publicidade que desrespeita valores ambientais.
Caso Concreto 3:(Prova: FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - V - Primeira Fase / Direito do Consumidor / Proteção Contratual do Consumidor;)
Quando a contratação ocorre por site da internet, o consumidor pode desistir da compra? 
a) Sim. Quando a compra é feita pela internet, o consumidor pode desistir da compra em até 30 dias depois que recebe o produto.
b) Não. Quando a compra é feita pela internet, o consumidor é obrigado a ficar com o produto, a menos que ele apresente vício. Só nessa hipótese o consumidor pode desistir.
c) Não. O direito de arrependimento só existe para as compras feitas na própria loja, e não pela internet.
xd) Sim. Quando a compra é feita fora do estabelecimento comercial, o consumidor pode desistir do contrato no prazo de sete dias, mesmo sem apresentar seus motivos para a desistência.
Caso concreto 4
(Prova: FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - III - Primeira Fase/Direito do Consumidor/Decadência e Prescrição)
O prazo para reclamar sobre vício oculto de produto durável é de
a) 90 (noventa) dias a contar da aquisição do produto.
b) 90 (noventa) dias a contar da entrega do produto.
c) 30 (trinta) dias a contar da entrega do produto.
xd) 90 (noventa) dias a contar de quando ficar evidenciado o vício
WEB 09
Proteção contratual do consumidor
Cláusulas abusivas – artigo 6º, IV.
	É uma cláusula inserida no teor de um contrato que se encontra em desarmonia com o princípio da boa fé objetiva. É nula de pleno direito. (Artigo 51)
O artigo 51 trabalha com um rol exemplificativo, e não podemos confundir a eliminação da cláusula abusiva com a eliminação do contrato.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando