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Resumo Sociologia Karl Marx Marxismo analítico: Surge por conta das crises nos estados socialistas, principalmente a União Soviética, que estava cercada de insatisfação popular devido à falta de itens básicos à sobrevivência da população. Busca-se então, atender às necessidades desses lugares, utilizando o pensamento de Marx de uma maneira mais atualizada. Surge assim o “Grupo de Setembro”, autores que representam o marxismo analítico e tentam classificar o significado de justiça para Marx, que era muito criticado justamente por não possuir uma definição formada acerca do sentido de justiça. A ideia de justiça para Marx seria a autorrealização, ou seja, a liberdade do ser humano de escolher a capacidade que quer exercer. Criaram-se medidas de solução para melhorar as crises nos países socialistas. Seriam elas: Renda básica universal: É obrigação do Estado fornecer um valor mínimo à população, para que esta não fique na miséria e se vire contra o governo. Socialismo de mercado: abrange duas medidas tomadas pelo governo > A incorporação do sistema de produção de bens, a fim de repartir as responsabilidades (o estado seria responsável pela matéria prima, a iniciativa privada seria responsável pela produção e distribuição para consumo). Tal iniciativa não deu certo, visto que as indústrias podiam transformar muito mais matéria prima do que o estado era capaz de produzir, o que acabava não gerando lucro para as empresas, que foram abandonando aos poucos esse sistema. > Tentou-se então deixar na mão das empresas todo o processo de produção, sobre a vigilância do Estado, que tinha que autorizar ou não a criação dessas classes trabalhadoras (cooperativas). Em suma: a iniciativa privada comandava todo o processo e o Estado controlava a massa trabalhadora. Controle Social e Direito Dos mecanismos de controle social: O direito busca o bem-estar social através do controle social. Contudo, não foi o primeiro mecanismo usado para controlar o indivíduo. O controle social primário, que nada tem a ver com o Estado (a priori), seria aquele controle exercido no indivíduo desde seu nascimento, para que este se encaixe na sociedade em que vai viver. O dever do estado para com esse controle é apenas de intervir quando este falhar, encontrando por exemplo outra família capaz de ensinar esses preceitos para a criança. O controle social secundário seria aquele exercido pelas instituições de ensino. Ex.: Escolas, Igreja... O direito como controle social não abrange apenas o direito penal. Sua pretensão é manter a sociedade organizada. As classificações são as seguintes: Quanto ao modo de exercício: Há o modo preventivo, que envolve campanhas de orientação ao cidadão, inspeções sanitárias, entre outros. E o modo repressivo, que envolve a violência legitimada: possibilidade de o Estado utilizar a força para coibir o cidadão. Quanto aos destinatários: Há o destinatário difuso, que não abrange um sujeito ou grupos específicos, como por exemplo a blitz. E há o destinatário localizado, que seria um regramento normativo dirigido a uma parcela específica da sociedade, a exemplo dos estatutos (da criança e do adolescente, do idoso...). Quanto aos agentes fiscalizadores: O Estado e a sociedade em geral (ouvidorias, disk denúncia...). Quanto ao âmbito de atuação: Direto e indireto (instituições). A institucionalização – formulação do regramento em norma obrigatória – é o que torna o direito um instrumento de controle social. A interpretação e aplicação da norma pelo Estado é não so uma forma de controle social, como também uma ampliação das normas e de seus sentidos. O Direito é protegido pelo uso de sanções, que garantem uma maior organização e exigibilidade. A sanção pode ser: Preventiva: Qualquer limite do direito de ir e vir se encaixa como sanção. Ex: Blitz, liberdade condicional Constritiva: Caráter constrangedor ao indivíduo para que este seja obrigado a cumprir a lei. É comumente utilizada no direito civil, a exemplo da apreensão de bens de um sujeito que deve a alguém. Reparatória: Serve para o ressarcimento de um dano material ou moral causado ao sujeito. Ex.: A devolução do dinheiro quando se compra um produto com problema de fábrica (dano material). O dano moral é mais difícil de ser ressarcido. Privativa de liberdade: Imposição de uma pena que restringe a liberdade e tem característica aparente de castigo ou reeducação. É a sanção utilizada pelo direito penal. A única hipótese de prisão fora do direito penal é a prisão pelo não pagamento da pensão alimentícia, que faz parte do direito civil. Perspectivas de análise do sistema penal Perspectiva liberal-funcionalista: Acredita que o sistema punitivo é necessário para o bem-estar social, visto que passa para a sociedade uma sensação de segurança, de que o Estado tem os crimes sob controle. Perspectiva crítica/conflitiva: Lança certo olhar de descrença para o sistema penal, uma vez que este não aplica de modo igualitário a pena, defendendo certos grupos sociais mais que outros. Ilegitimidade do poder punitivo: Enxerga o sistema punitivo como um mecanismo de limpeza social que exclui da sociedade aqueles que esta considera como bandido. Normalidade do crime: O crime é tratado como algo comum, que sempre existirá em qualquer lugar, não como uma patologia social. Inexistência da culpabilidade pessoal: O crime é resultado de diversos condicionamentos sociais e não deve ser relacionado somente a critérios pessoais. Impossibilidade de ressocialização: O sistema penal preza mais o castigo, a punição. Não se preocupa com a ressocialização do criminoso. Desigualdade na aplicação da pena: Há um caráter seletivo no sistema penal, que estabelece um certo perfil. Além da dificuldade de acesso ao sistema jurídico. Obs.: Há uma certa lógica capitalista ligada ao sistema penitenciário; fomenta-se o crime, pois os bandidos alimentam a economia. Pluralismo jurídico Definição: Coexistência de ordens jurídicas criadas pela sociedade. Sobreposição da realidade social sobre a jurídica; o direito não supera os conceitos sociais. O reconhecimento de um direito que emana da sociedade capta a essência do pluralismo. Há aqueles indivíduos que são excluídos do direito formalmente mas influenciam indiretamente na criação de normas, a exemplo dos imigrantes, que influenciam na criação de leis protetivas para os mesmos. Decadência do positivismo: há coisas que o estado não consegue ou não se interessa em acompanhar Conceitos: Giunke (corporativista): Para ele, cada forma de corporação detinha uma autonomia jurídica. Léon Duguit: Defendia a autonomia jurídica pelos sindicatos. Estes deveriam criar suas próprias regras sem a intervenção do estado. Não se considerava pluralista. Maurice Hauriou (institucionalista): Estado como uma mera instituição social que produz normas, assim como as demais. Santti Romano (puro): Entende como direito tudo aquilo produzido pelas organizações sociais, até mesmo os atos considerados punitivos pelo estado, a exemplo de atos terroristas. Daí a ideia de pluralismo puro – porque não tem limites, tudo é válido. Referenciais históricos: Idade média: Coexistência de normas jurídicas, devido ao fato de que todos podiam produzir normas – o senhor feudal, a nobreza e o clero. Colonização: O país colonizador impunha sua ordem jurídica. Processos revolucionários: Coexistência de normas. Países de tradição não-européia: Adotam o sistema jurídico europeu, salve em sua tradição, que vigora seu próprio sistema de regramento. Referencial teórico: Teoria crítica do direito: Troca e dialética permanente entre direito e sociedade. Tipos: Estatal: Estado como autorizador, controlador e fiscalizador do direito produzido fora de seu âmbito. Comunitário: Produção de normas sem interferência estatal. É dividido em: Legítimo: Tem um objetivo social legítimo, não procurar deslegitimar o estado. Ilegítimo: Tem como proposito enfrentar, subverter e enfraquecer o estado. Direito e movimentos sociais Movimentos sociais como ação coletiva: Os movimentos sociais estão permanentemente se renovando. São grupos históricos que lutam por causas diversas. O que torna uma ação coletiva é a identidade entre os indivíduos que participam dela; sempre há uma causa, uma ideologia em comum entre eles. Características dos movimentos sociais: Identidade: Interesse comum entre o indivíduo e a causa do movimento. Oposição/ não institucionalização: Caráter definitivo de movimento social – oposição ao estado, não podendo, portanto, ser institucionalizado por este. Correntes históricas: Histórico-estrutural – Se desenvolveu no final do século XIX a meados do séc XX. Movimentos sociais de lutas por melhoria de condições da classe trabalhadora (período pós-revolução industrial). Eram financiados por partidos políticos e tinham caráter conflitivo (classe trabalhadora x exploradores). Cultural-identitária – Surge a partir dos anos 60. Formada por categorias sociais que não se sentem representadas pela sociedade, a exemplo dos movimentos gays, feministas e afins. Aparece graças a uma necessidade de representação desses grupos. Utilizaram muito da arte para se representarem socialmente. Em 68, o mundo presencia uma série de acontecimentos que geram mudanças de valores sociais. Ex.: Passeata dos 100 mil (Brasil), greve de trabalhadores em Paris... Institucionalista/ Organizacional – Anos 90. Movimentos sociais caracterizados como instituições, abrindo espaço para o recebimento de verbas a fim de ajudar esses movimentos. Surgem as ONG’s. Há uma certa descaracterização do real significado de movimento social, visto que uma de suas características é justamente a não institucionalização, o enfrentamento ao estado. Atualidades: Percebe-se nos dias de hoje movimentos populares urbanos e rurais, movimentos supra estatais, que as causas ultrapassaram territórios. O advento das redes sociais trouxe vantagens e desvantagens para os movimentos sociais, visto que ao mesmo tempo que estes tomam uma dimensão muito maior quando divulgados online, acabam também atraindo adeptos não tão sensibilizados com a causa, que só se agregam ao movimento por modismo. Movimentos sociais e democracia participativa: A abertura de espaços democráticos aumenta a capacidade de criação de movimentos sociais. Estratificação Social e Direito A questão das classes para a sociologia e para o direito: A sociedade é vista, para a sociologia, como dividida em classes, as quais são seu objeto de estudo. Não é possível estudar a sociedade de maneira neutra, sem diferenças. Já o direito segue a lógica inversa, acreditando na inexistência de classes. A formulação das normas não pode ser dirigida a uma classe social em específico, pois as leis devem ser para a população em geral. Contudo, apesar de não trabalhar com as classes para criar normas, na hora de sua aplicação, o direito na maioria das vezes beneficia as classes que têm mais condição. Abordagem qualitativa/ conflitiva: Trabalha com classes em oposição. A qualidade atribuída ao sujeito o faz se tornar parte de determinada classe social. Abordagem quantitativa/ weberiana: Prevalece o critério da renda. Tem como referência os valores recebidos para tornar o sujeito membro de uma classe social. É responsável pela fragmentação social em números de classes. A renda é o principal critério, somada a outros requisitos como gênero, raça... Definição subjetivo-política de classes: O indivíduo é visto de modo diferente a depender da classe que ele assume. Às vezes ele se sente parte de uma classe social mas não é visto nessa classe por quem define esses critérios. Definição objetivo-econômica de classes: A definição de classe se dá por meio de critérios objetivos. Estratificação aberta x Estratificação fechada A estratificação aberta abrange sociedades onde a ascensão de classe social é possível, onde há mobilidade. Praticamente todas as sociedades possuem esse caráter aberto. A estratificação fechada representa as sociedades onde a mobilidade social é praticamente impossível, a exemplo do sistema de castas. Para a condição de classe social, pode se levar em conta outros fatores, como o gênero, a raça... Direito como obstáculo à mudança social: antigamente, algumas normas limitavam o acesso de certas classes sociais à vida política e econômica, como por exemplo, nos anos 30 as mulheres não podiam votar, nem os analfabetos até a nova CF de 88. Enfim, houveram alguns momentos em que o direito atrasou a evolução social. Direito como propulsor de mudanças: Com o passar dos anos, o direito passa de obstáculo a propulsor de mudanças, com a criação da CLT (consolidação das leis trabalhistas), do CDC (código de defesa do consumidor), do NCC (novo código civil, que passa a atribuir nova função social aos contratos, protegendo o mais fraco) e dos estatutos protetivos, a exemplo do ECA. Acesso à justiça O direito de acesso à justiça e suas principais questões: Aspecto educacional: Desconhecimento dos direitos, dificuldade de acesso à justiça, desconhecimento dos órgãos jurídicos. Obs.: Litigantes (indivíduos que fazem parte do processo) eventuais são aqueles que isoladamente fazem processos eventualmente e precisam arcar com custos muito maiores. Já os litigantes habituais estão rotineiramente lidando com processos, a exemplo de empresas, bancos, estado... Aspecto socioeconômico: Tempo do processo > custo gerado pela não resolução deste. Aspecto cultural: A linguagem do direito é muito difícil, o que dificulta a conversação entre os profissionais e seus clientes. O poder judiciário cultua uma certa distância dos demais. Soluções e eficácias: Benefício de justiça gratuito: Dado àqueles que não têm condições de bancar os custos de um processo Defensoria pública: Advogado do povo Núcleos de assistência jurídica Balcões de cidadania: A fim de se livrar de processos acumulados, há dias que tem atendimentos gratuitos para processos.
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