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O Sistema Imune e seus componentes Andrea santos Lima, PhD “Porém era nos que tinham se recuperado da doença [a praga de Atenas] que os doentes e os moribundos encontravam compaixão. Aqueles sabiam, por experiência, como ela era, e agora não mais a temiam: pois a mesma pessoa nunca era atacada duas vezes – nunca, ao menos, fatalmente.” Tucídides, 430 a.C. Imunidade Imunidade Imunidade =“immunitas” = isenção ou proteção contra processos legais (Senado Romano) Imunidade - Ação coordenada e organizada do sistema imune dada à presença de um estímulo (externo ou interno; agente estranho, agressor, etiológico). Sistema Imune - Conjunto de células e moléculas responsáveis pela imunidade. Imunidade Imunidade Ativa Natural: conseqüência de uma infecção/doença. Artificial: conseqüência de uma vacinação. Imunidade Passiva Natural: conseqüência da passagem de anticorpos através da placenta ou da amamentação, da mãe para o feto. Artificial: conseqüência da transferência de anticorpos de uma pessoa imune para outra não imune (soro, aplicação de imunoglobulina). Imunidade Imunidade Passiva artificial( específica com anticorpos) ex: Infecção Fonte de anticorpos Indicação Difteria Tétano Varicela Zoster Gangrena gasosa Botulismo Picada de cobra e escorpião Raiva Hepatite B Hepatite A Sarampo Homem, cavalo Homem, cavalo Homem Cavalo Homem Homem poolde imunoglobulina humana Profilaxia, Tratamento Profilaxiaem imunodeficiências Após exposição Após exposição ( mais avacina) Após exposição Profilaxia (viagem) Após exposição 1ª Geração As vacinas de primeira geração representam aquelas que empregam na sua composição o agente patogênico na sua constituição completa, mas submetido a tratamentos que levam à sua inativação ou à sua atenuação. Nessa categoria, também deve ser destacada a estratégia em que microorganismos não patogênicos derivados de outros hospedeiros são utilizados como antígenos para vacinas voltadas para o controle de doenças causadas por patógenos assemelhados. Vacinas 2ª Geração A segunda geração de vacinas surgiu com a noção de que, em alguns patógenos, a proteção vacinal pode ser obtida após a indução de anticorpos voltados para um único alvo, como uma toxina, responsável pelos sintomas da doença, ou moléculas de superfície que permitem ao sistema imune do hospedeiro neutralizar e eliminar o patógeno, que de outra forma se propagaria rapidamente antes de ser notado pelas principais linhas de defesa imunológica. Vacinas 1ª Geração Atenuadas – Febre Amarela, Sarampo, Pólio, Rubéola e Varicela Microorganismo não patogênico – BCG (Tuberculose) Inativadas – Pólio, Raiva, Hepatite A, Coqueluche, Cólera 2ª Geração Difteria, Tétano, Meningite, Pneumonia, Influenza e Hepatite B Vacinas Tipos de respostas Imunológicas Para causar dano, lesão, agressão, o agente deve passar a barreira epitelial, a imunidade inata e a imunidade adaptativa. Imunidade Inata Sistema de defesa presente em indivíduos saudáveis, desde o nascimento e preparado para bloquear a entrada de patógenos e eliminar os patógenos que têm sucesso entrando em tecidos. É a primeira linha de defesa contra infecções e a resposta inicial aos patógenos muitas vezes elimina os mesmos, prevenindo que essas infecções aconteçam; Imunidade Inata Os principais componentes da imunidade inata são: Barreiras físicas e químicas (epitélio e as substâncias antibacterianas nas superfícies epiteliais) Células fagocitárias (neutrófilos, macrófagos) e celulas NK ( natural Killers) Proteínas do sangue, incluindo frações do sistema complemento e mediadores da inflamação Proteínas denominadas citocinas (regulam e coordenam várias atividades das células da imunidade inata). Barreiras Epiteliais Componentes do sistema imune inato São barreiras físicas entre os patógenos do meio ambiente e o tecido: pele, mucosas do trato gastrointestinal, respiratório e geniturinário; O epitélio produz defensinas, peptídeos com função antibiótica eficazes contra fungos e bactérias ( IL-1 e TNF-alph)a; A Mucosa intestinal produz criptocidinas, capazes de esterilizar o lúmen intestinal; Barreiras Epiteliais Características do reconhecimento dos patógenos pelo sistema imune inato Os componentes do sistema inato reconhecem estruturas conservadas que são características de classes de patógenos e não estão presentes normalmente nas células do hospedeiro como: RNA dupla fita (vírus); Sequências CpG não metiladas de DNA bacteriano; LPS (parede celular de gram -); Ácidos teicóicos (gram +); Manose; Peptídeos como N-formilmetionina (típico de ptns bacterianas) etc; Dessa maneira o sistema inato pode diferenciar o próprio do não- próprio; Essas estruturas são denominadas de ”Padrões Moleculares Associados a Patógenos” (PAMPs) e são alvo do reconhecimento inato através de receptores que se ligam a essas estruturas, denominados de “PRR”: “Receptores de reconhecimento de padrões”. Diferentes classes de patógenos (vírus, bactérias, fungos) exibem diferentes PAMPs que são reconhecidos por receptores da imunidade inata nas céls. e circulação; Os PAMPs reconhecidos pelo sistema inato são freqüentemente essenciais a sobrevivência do patógeno e assim não podem usar de mecanismos de escape para fugir desse reconhecimento; Os receptores da imunidade inata são herdados geneticamente (linhagem germinal) e por isso suas especificidades já são predeterminadas no genoma; A estratégia do sistema inato pode não ser reconhecer todo possível antígeno, mas sim focar em poucas, mas extremamente conservadas estruturas presentes em largos grupos de microorganismos; Por exemplo, todas as bactérias gram – possuem LPS em suas paredes celulares e por isso o receptor de LPS pode detectar a presença de infecção por qualquer bactéria gram -. Função de ingestão e destruição dos patógenos, que incluem os neutrófilos nas fases iniciais da resposta inata e macrófagos nas fases tardias; Neutrófilos Os neutrófilos são a maior população de células circulantes, também conhecidos como neutrófilos polimorfonucleares; Possuem dois tipos de grânulos no citoplasma: azurófilos (lisossomas) e específicos (enzimas degradativas: lisozima, elastase, colagenase); Possuem meia vida de 6 horas; Fagócitos: neutrófilos e macrófagos Macrófagos Monócitos são seus precursores circulantes e quando entram nos tecidos se diferenciam em macrófagos; Residem nos tecidos conjuntivos endoteliais, interstício dos órgãos parenquimais, nos sinusóides do fígado, baço e linfonodos; Se posicionam estrategicamente em locais onde os patógenos podem entrar no hospedeiro; Persistem mais nos locais da infecção e são as céls. efetoras dominantes nos estágios tardios da resposta inata, 1 a 2 dias da infecção. Células Natural Killer (NK) Subtipo de linfócitos (não-B não-T) que lisam células infectadas por vírus e talvez células tumorais e liberam citocinas, especialmente IFN- para ativar macrófagos para destruir microorganismos intracelulares; Expressam receptores herdados no genoma, atuando na defesa contra infecções virais sem a necessidade de ativação adicional; Existem no sangue e no baço, sendo raros em outros órgãos linfóides; Imunidade Inata Os mecanismos da imunidade inata são comuns a diferentes grupos de microrganismos e não conseguem distinguir diferenças discretas entre substâncias estranhas. A imunidade inata fornece a linha de defesa inicial contra os microrganismos A imunidade inata estimula a imunidade adaptativa e influencia a natureza da resposta (celular x humoral) para que esta seja efetiva contra diferentes patógenos (intracelulares x extracelulares) Características da Imunidade Adquirida: Especificidade; Diversidade; Memória; Especialização; Autolimitação; Discriminação do próprio e não próprio. Imunidade Adaptativa Tipos de Imunidade Adquirida: Humoral Mediada por células Imunidade Adaptativa Imunidade Adaptativa A imunidade adaptativa envolve uma seqüência complexa e extremamente regulada de eventos envolvendo diversos tipos de células e moléculas. É deflagrada quando um agente agressor penetra no organismo e entra em contato com células especializadas (APC) que o direcionam para órgãos especiais (órgãos linfóides), onde ocorre a apresentação desses a linfócitos (B e/ou T). Os linfócitos se comunicam entre si por contato direto ou através de citocinas. Além disso, podem interagir simultaneamente com outras células do sistema imune ou com componentes do sistemas complemento. Imunidade Adaptativa Sistema de defesa estimulado por agentes agressores (externos ou internos) que invadem tecidos, com caráter específico e adaptado à eliminação destes agentes invasores. Adaptativa Adquirida com a exposição Resposta específica Aumenta a intensidade com a exposição Memória Inata Presente ao nascer Não-específica Não muda com a intensidade de exposição Não gera memória Imunidade 25 Imunidade Inata x Adaptativa 26 27 O Sistema Imune Imunidade - Ação coordenada e organizada do sistema imune dada à presença de um estímulo (agente estranho, agressor, etiológico). Sistema Imune - Conjunto de células e moléculas responsáveis pela imunidade. Para causar dano, lesão, agressão o agente deve passar a barreira epitelial, a imunidade inata e a imunidade adaptativa. Células do Sistema Imune Células do Sistema Imune Células do Sistema Imune Linfócitos Vários subtipos, morfologicamente indistinguíveis, com relação as suas moléculas de reconhecimento e ás funções que são programados para realizar. Todos apresentam o “Cluster of Differentiation” CD3. Células do Sistema Imune Linfócitos São as únicas células capazes de reconhecer e distinguir de modo específico diversos determinantes antigênicos e são. Consequentemente, responsáveis por duas características definidoras da resposta imunológica adquirida, especificidade e memória Células do Sistema Imune Linfócito B Apresentam Imunoglobulinas de Superfície e o CD19 Quando ativados se diferenciam em Plasmócitos secretores de Imunglobulina Solúvel (Anticorpos) Linfócito T (mediadores da resposta celular) Apresentam o Receptor de Células T (TCR) Podem ser funcionais (CD8 – citotóxico), auxiliares (CD4 - helper - Th1, Th2) . Linfócito B e Plasmócitos Linfócito T (mediadores da resposta celular) Células do Sistema Imune Células Assassinas Naturais (NK) Derivados linfóides granulares Células da Imunidade Inata Defesa contra infecções virais Não expressam CD3, porém apresentam CD16 e CD56 Células do Sistema Imune Células do Sistema Imune Macrófagos Derivados dos Monócitos Células Dendríticas APC profissional Neutrófilos Fagócito mais abundante Células do Sistema Imune Componente chave da resposta inata é a célula dendrítica , que incluem as células de Langerhans na pele que constantemente endocita antígenos extracelulares Essas células então ativadas migram para os linfonodos locais onde podem apresentar o Ag às céls. T. Órgãos e tecidos linfoides Órgãos do Sistema Imune Primários Sítios de produção, diferenciação, proliferação e amadurecimento de diversos tipos celulares Medula Óssea e Timo Secundários Ambiente no qual os linfócitos interagem entre si e com os agentes estranhos (antígenos) Baço, Linfonodos, Tecidos Associados às Mucosas. Células e Órgãos do Sistema Imune ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS -Timo: órgão linfático que se localiza no tórax, anterior ao coração. Local do desenvolvimento das células T -Medula óssea: onde são geradas todas as células sanguíneas circulantes, incluindo os linfócitos imaturos, sendo o local em qu as células B se desenvolvem Células e Órgãos do Sistema Imune ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS Linfonodos e o sistema linfático: são os órgãos nos quais as respostas imunológicas adquiridas são iniciadas Baço: É o principal local das respostas imunológicas a antígenos provenientes do sangue Tecidos linfóides cutâneos e associados às mucosas : Contém um sistema imunológico especializado constituído de linfócitos e APCs que iniciam as respostas a antígenos ingeridos ou inalados. Órgãos do Sistema Imune Tecidos especializados, chamados de órgãos linfóides periféricos, concentram os antígenos que são introduzidos pelas entradas comuns ( pele e trato gastrointestinal e respiratório). A captura dos antígenos e o seu transporte para os órgãos linfóides são o primeiro passo na resposta imune adquirida. Os linfócitos inativos ( sem contato c antígenos) migram através desses órgãos linfóides periféricos onde reconhecem os antígenos e iniciam as respostas imunológicas. Após sua interação com o antígeno se desenvolvem em células efetoras e de memória. Linfócitos efetores e de memória circulam no sangue, se dirigem aos locais por onde os antígenos entram e são eficazmente retidos nesses lugares. Isto assegura o caráter sistêmico da imunidade ( os mecanismos de proteção podem atuar em qualquer lugar do corpo) Medula Óssea Além de ser o sítio de produção de todas as células do sistema imune é o local de maturação dos Linfócitos B Timo Órgão achatado,com dois lobos localizados na frente da aorta e atrás do externo, formados por uma massa cinzenta. Timo É o local de formação e maturação de Linfócitos T Apresenta uma barreira hematotímica para dificultar a penetração de antígenos contidos no sangue O cortex contém uma densa coleção de linfócitos T As células T imaturas entram no timo pelos vasos sanguíneos. O desenvolvimento começa no cortex e conforme vão se desenvolvendo migram para medula. Só o LT desenvolvidos deixam o timo entram no sangue e tecidos linfoides periféricos Baço É o local de maior acúmulo de tecido linfóide, estando em contato direto com a corrente sanguínea. Apresenta a polpa branca (imunológica) e a polpa vermelha (destruição das hemácias. Os antígenos e os linfócitos entram no baço pelos vasos sanguíneos O baço também é o principal local de fagocitose de microrganismos. Linfonodo É o local de filtração da linfa através da remoção de partículas estranhas, sendo espalhados pelo corpo Apresenta áreas ricas em Linfócitos T ou B Linfonodo Linfonodo Tecidos Linfóides Associados à Mucosas Tecido Linfóide Associado ao Intestino (GALT) Tecido Linfóide Associado aos brônquios (BALT) Tonsilas, Adenóide e Apêndice Distribuição dos Linfócitos pelo Corpo A Resposta Imune A resposta imune envolve uma seqüência complexa e extremamente regulada de eventos envolvendo diversos tipos de células e moléculas. É deflagrada quando um antígeno penetra no organismo e entra em contato com células especializadas (APC) que direcionam o antígeno estranho para órgãos especiais (tecidos linfóides). Nesses órgãos, ocorre a apresentação desses antígenos aos linfócitos B e aos linfócitos T. As células T auxiliares quando ativadas promovem a ativação de outras células, como os linfócitos B, Linfócitos T CD8 e Macrófagos. Essas células se comunicam entre si por contato direto ou através de citocinas. Além disso, pode interagir simultaneamente com outras células ou com componentes do sistemas complemento.
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