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TRATAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO 
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Antonio Berto Ferreira Neto
Mario Gomes de Araujo Neto
Rayzza Rayanne Guedes Nunes Da Silva
Victor Augusto Freitas Padula 
João pessoa –PB
2023
RESUMO
Este estudo tem como objetivo geral realizar uma revisão bibliográfica para investigar os avanços recentes nos tratamentos do câncer do colo do útero, com o intuito de avaliar seu impacto na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes. A metodologia utilizada nesta revisão foi baseada na análise de artigos científicos e estudos clínicos recentes, obtidos por meio de pesquisa bibliográfica. Foram selecionados estudos que abordaram os novos tratamentos e a vacinação de homens contra o HPV, considerando seus impactos na qualidade de vida e na sobrevida das pacientes. Os principais resultados obtidos indicam que os tratamentos estudados demonstraram potencial para melhorar os desfechos clínicos e a qualidade de vida das pacientes. A braquiterapia mostrou-se eficaz no controle local do câncer, resultando em altas taxas de resposta e melhorias na sobrevida. A melatonina, por sua vez, exibiu benefícios como adjuvante no tratamento, reduzindo os efeitos colaterais e melhorando a qualidade de vida das pacientes. Embora o uso do CRISPR e dos compostos canabinóides ainda esteja em fase inicial de pesquisa, há indícios promissores de seu potencial terapêutico. Além disso, os estudos revisados confirmaram que a vacinação de homens contra o HPV desempenha um papel crucial na prevenção do câncer do colo do útero. Essa estratégia contribui para a redução da transmissão do vírus e, consequentemente, para a proteção das mulheres. No que diz respeito à vacinação de homens contra o HPV, estudos recentes têm mostrado que essa estratégia contribui para a redução da transmissão do vírus e, consequentemente, para a prevenção do câncer no colo do útero. A vacinação em ambos os sexos é importante para a proteção individual e para a redução da circulação do vírus na população. Em conclusão, os novos tratamentos, como a braquiterapia, a melatonina, o CRISPR e os compostos canabinóides, bem como a vacinação de homens contra o HPV, têm demonstrado potencial para melhorar a qualidade de vida e a sobrevida das pacientes com câncer no colo do útero. No entanto, é necessário continuar a pesquisa e o desenvolvimento dessas abordagens para melhor compreender sua eficácia e segurança, visando aprimorar ainda mais os resultados do tratamento.
Palavras-chave: Câncer. Câncer do Colo do Útero. Novos Tratamentos. Vacinação de Homens.
 
1 INTRODUÇÃO
 O câncer do colo do útero é uma das neoplasias malignas mais comuns entre mulheres em todo o mundo. Nos últimos anos, tem havido avanços significativos na compreensão da doença e no desenvolvimento de novos tratamentos. No entanto, apesar dos avanços e políticas de saúde relacionadas ao câncer do colo do útero disponíveis, é importante melhorar o acesso e a qualidade dos serviços para garantir o tratamento adequado às pacientes. (MENDONÇA et al., 2022).
 A progressão do câncer de colo do útero pode ser lenta, muitas vezes começando com lesões pré-cancerígenas que, se detectadas precocemente, podem ser tratadas com sucesso. No entanto, quando não diagnosticado e tratado a tempo, o câncer pode se espalhar para outros órgãos, tornando-se mais difícil de tratar e potencialmente fatal. A prevenção primária por meio da vacinação contra o HPV e a triagem regular com exames de Papanicolaou são estratégias eficazes para reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de colo do útero (INCA, 2022)
 Segundo o Ministério da Saúde do Brasil (2020), estima-se uma quantidade de cerca de 16.590 novos casos de câncer de colo de útero no Brasil, com uma taxa de incidência de aproximadamente 15,43 casos a cada 100 mil mulheres. Além disso, a estimativa para o mesmo ano indicava que o câncer do colo de útero seria responsável por aproximadamente 6.000 mortes. Esses óbitos poderiam ser evitados com tratamentos efetivos e a partir de campanhas de vacinação.
 No Brasil, foram aprovadas duas vacinas contra o HPV: a quadrivalente da Merck Sharp e Dohme em 2006 e a bivalente da GlaxoSmithKline em 2009. Essas vacinas atuam na prevenção do câncer cervical, mas supostamente também são eficazes na prevenção de outros tipos de cânceres relacionados ao HPV, possuindo uma eficácia que varia de moderada a alta. Acredita-se que, se a população for completamente vacinada, os casos de câncer cervical podem ser reduzidos em dois terços. Uma outra opção de se alcançar uma cobertura vacinal é desenvolver uma vacina multivalente, semelhante a outras já licenciadas, foi proposta a criação de uma vacina que proteja contra os oito tipos mais comuns de HPV, com potencial de conferir uma proteção superior a 90% contra o câncer cervical. Entretanto, esse tipo de abordagem exigiria um aumento na complexidade da produção e nos custos de fabricação da vacina. (ZARDO et al., 2014)
 Em face dos dados alarmantes, o câncer de colo de útero permanece como uma questão crítica de saúde pública, impactando a vida de inúmeras mulheres a cada ano. Acredita-se que a infecção masculina desempenhe um papel significativo na transmissão da infecção e no desenvolvimento subsequente da doença cervical em mulheres. Estima-se que mais de 70% dos parceiros de mulheres com infecção cervical por HPV carregam o DNA desse vírus. Além disso, a infecção pelo HPV fora da região genital foi identificada em até 73% dos homens saudáveis. É importante observar que a persistência dessa infecção é menor em homens em comparação com mulheres, e não parece haver influência significativa da idade na incidência e duração da infecção. Semelhante ao que ocorre com as mulheres, os tipos de HPV mais frequentemente encontrados em homens estão relacionados com a apresentação clínica da doença. (SANTOS, MAIORAL, HAAS, 2011)
 Assim, a problemática evidenciada reside no fato de que, apesar dos avanços na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer do colo do útero, muitas mulheres ainda são diagnosticadas em estágios avançados da doença. Além disso, existem desafios na escolha e na eficácia dos tratamentos disponíveis, bem como nos potenciais efeitos colaterais que podem afetar a qualidade de vida das pacientes.
 Dessa forma, o objetivo geral deste estudo será realizar uma revisão bibliográfica para investigar os avanços recentes nos tratamentos do câncer do colo do útero, com o intuito de avaliar seu impacto na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes. 
A problemática relacionada ao câncer do colo do útero continua a ser uma questão significativa em termos de saúde pública, exigindo pesquisa contínua e inovação no âmbito do tratamento e prevenção. Este estudo busca aprofundar nossa compreensão dos avanços recentes nesse campo, empregando uma abordagem metodológica abrangente fundamentada em evidências científicas recentes.
 Para conduzir esta revisão, utilizamos o Google Acadêmico e o PubMed como ferramentas de pesquisa. Foram examinados 14 artigos, abrangendo o período de 2014 a 2023. A seleção desses artigos baseou-se no critério da fonte e na data de publicação como parâmetros relevantes para a análise
 Essas palavras-chave ajudaram na identificação e busca do TCC em bases de dados acadêmicos e sistemas de pesquisa : Câncer do Colo do Útero; Tratamento do Câncer; Vacinação contra HPV; Prevenção do Câncer; Saúde Pública; Epidemiologia; Vacinação contra HPV para os homens; Mulheres e saúde; Revisão Bibliográfica; incidência do Câncer do colo de útero; Estratégias de Prevenção contra o câncer do colo de útero
2 O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
 O câncer do colo do útero é um problema de saúde global que afeta principalmente as mulheres. Para entender a epidemiologia dessa doença, é crucial examinar suas principais características, incluindo incidência, fatores de risco, prevenção e impacto na saúde pública (Souza et al., 2021).
O câncer docolo do útero é uma das neoplasias malignas mais comuns entre mulheres em todo o mundo. De acordo com estimativas da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), em 2020, foram diagnosticados aproximadamente 604.000 novos casos e ocorreram cerca de 342.000 mortes relacionadas a essa doença em todo o mundo. A incidência e a mortalidade variam amplamente entre as regiões, sendo mais prevalente em países de baixa e média renda, onde a detecção precoce e a prevenção são menos acessíveis (Mendonça et al., 2022).
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo do útero ocupa a terceira posição em incidência entre as mulheres. Para o ano de 2022, foram estimados 16.710 novos casos, correspondendo a uma taxa de risco de 15,38 casos por cada 100 mil mulheres (INCA, 2022).
Na análise regional, observa-se que o câncer de colo do útero é o mais incidente na região Norte, com uma taxa de 26,24 casos por 100 mil mulheres, sendo o segundo mais comum nas regiões Nordeste (16,10/100 mil) e Centro-Oeste (12,35/100 mil). Por outro lado, na região Sul, a doença ocupa a quarta posição, com uma taxa de 12,60/100 mil, e na região Sudeste, é a quinta mais frequente, com 8,61 casos por 100 mil mulheres (INCA, 2022). As taxas de incidência ajustadas por idade nos estados e no Distrito Federal podem ser visualizadas na Figura 1. Esse ajuste permite a comparação entre os estados, eliminando o efeito das variações na faixa etária das populações. 
 
Figura 1 – Representação espacial das taxas estimadas de incidência por neoplasia maligna do colo do útero, ajustadas por idade pela população mundial, por 100 mil mulheres, segundo Unidade da Federação, 2022
Fonte: INCA, 2022, p. 4
Em 2020, a taxa de mortalidade por câncer de colo do útero, ajustada à população mundial, foi registrada em 4,60 óbitos a cada 100 mil mulheres, conforme dados do INCA (2020). Ao analisar a série histórica das taxas de mortalidade no Brasil e suas regiões, destaca-se que as taxas mais elevadas são identificadas na região Norte do país. Além disso, é possível observar uma clara tendência de aumento ao longo do tempo, abrangendo o período de 2000 a 2017 (INCA, 2022) (Figura 2).
 
Figura 2 – Taxas de mortalidade por câncer do colo do útero, ajustada por idade pela população mundial. Brasil e regiões, 1980 a 2020
Fonte: INCA, 2022, p. 4
A infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Outros fatores de risco incluem o tabagismo, possivelmente devido aos produtos químicos tóxicos presentes no tabaco; o início da atividade sexual, já que ter relações sexuais em uma idade precoce aumenta o risco de exposição ao HPV; o número de parceiros sexuais (ter múltiplos parceiros sexuais ou ter um parceiro sexual com múltiplos parceiros aumenta o risco de contrair o HPV); imunossupressão (indivíduos com sistemas imunológicos enfraquecidos, como aqueles com HIV/AIDS, têm um risco aumentado de desenvolver câncer do colo do útero); e predisposição genética (Souza et al., 2021).
A prevenção do câncer do colo do útero é uma parte fundamental da saúde pública. A estratégia mais eficaz é a vacinação contra o HPV, que pode proteger contra as cepas do vírus mais relacionadas ao câncer do colo do útero. Além disso, o rastreamento regular por meio do exame citopatológico do colo uterino (conhecido como Papanicolau) permite a detecção precoce de lesões precursoras do câncer, que podem ser tratadas antes que a doença se desenvolva (INCA, 2022).
Em relação à saúde pública, nota-se que o câncer do colo do útero tem um impacto substancial, especialmente em regiões com recursos limitados. A falta de acesso a serviços de saúde adequados, incluindo exames de rastreamento e vacinação, contribui para altas taxas de incidência e mortalidade. Além disso, o tratamento do câncer do colo do útero pode ser dispendioso e debilitante, afetando negativamente a qualidade de vida das pacientes e suas famílias (Mendonça et al., 2022).
Compreendendo que as alterações intraepiteliais marcam o início da neoplasia no colo do útero, um processo que frequentemente leva vários anos para evoluir para uma doença invasiva, passamos a utilizar a citologia esfoliativa cervical. Essa abordagem visa detectar neoplasias intraepiteliais cervicais, possibilitando tratamento e, assim, prevenindo o desenvolvimento do câncer do colo do útero. A descoberta de que o câncer do colo do útero é desencadeado pela infecção por HPV de alto risco e o advento da vacinação profilática na década de 1990 oferecem agora meios para uma abordagem mais abrangente na prevenção, por meio da vacinação. Nesse contexto, a vacinação é considerada uma forma de prevenção primária, enquanto a triagem representa a prevenção secundária.(WILLIAM SMALL JR et al., 2017)
 O papel crucial da Atenção Primária à Saúde (APS), especialmente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), é vital para o controle do Câncer do Colo do Útero (CCU). Avaliar as capacidades dos profissionais das APS em relação às ações de controle do CCU é essencial para desenvolver estratégias de prevenção coerentes às necessidades femininas e planejar iniciativas de educação, promovendo o avanço do conhecimento sobre o tema. No entanto, estudos no cenário brasileiro, indicam que, embora o conhecimento e atitudes sejam considerados adequados, há limitações nas práticas, Essas limitações dificuldades no encaminhamento e orientação de tratamento de lesões identificadas, Estudos com acadêmicas de enfermagem também destacam dificuldades no âmbito do conhecimento, atitude e prática em relação ao controle do CCU. (Ferreira, M. C. M., et al., 2022).
Sendo assim, tem-se que a epidemiologia do câncer do colo do útero é um campo crítico que exige atenção global. Embora os avanços na prevenção e no tratamento tenham reduzido a carga da doença em muitos países, ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que todas as mulheres tenham acesso a medidas preventivas e tratamento eficaz. 
3 VACINAÇÃO DE HOMENS E MULHERES CONTRA O HPV
O HPV é uma família de vírus que pode infectar a região genital, incluindo o colo do útero. Dentre os mais de 200 tipos de HPV, certas variantes de alto risco são particularmente preocupantes. A infecção persistente por essas cepas de alto risco é a principal causa por trás do desenvolvimento de lesões pré-cancerosas e, com o tempo, do câncer do colo do útero (Mariel; Carnut, 2020).
Como mencionado no capítulo anterior, o HPV é reconhecido como o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer no colo do útero. A infecção persistente pelo HPV pode levar ao surgimento de lesões pré-cancerosas, conhecidas como Neoplasias Intraepiteliais Cervicais (NIC). Essas lesões são consideradas estágios precursoras do câncer do colo do útero e, se não forem tratadas, podem progredir para uma forma invasiva da doença. Portanto, a infecção por HPV é um elo crítico na cadeia que leva ao câncer do colo do útero (Silva et al., 2021).
Dada a conexão clara entre o HPV e o câncer do colo do útero, a prevenção da infecção por HPV é de suma importância para reduzir a incidência desse câncer devastador. Uma das estratégias mais eficazes para a prevenção é a vacinação contra o HPV. Essa vacinação é recomendada para meninas e meninos em idade escolar, antes do início da atividade sexual, para protegê-los contra as cepas de alto risco do vírus (Rodrigues et al., 2022).
A vacina contra o HPV foi inicialmente introduzida como uma medida preventiva para mulheres jovens. Ela visa proteger contra as cepas do vírus mais associadas ao câncer do colo do útero. Desde então, a vacinação tem sido uma estratégia eficaz para reduzir a prevalência do HPV e, consequentemente, a incidência do câncer de colo do útero (Souto et al., 2022).
Em 2017, houve um avanço significativo na prevenção do câncer do colo do útero com a decisão de estender a vacinação contra o HPV para incluir também os homens. Essa medida reconhece o papel dos homens na transmissão do víruse visa não apenas proteger as mulheres, mas também reduzir a prevalência do HPV na população em geral (Vieira et al., 2022).
A extensão da vacinação aos homens tem benefícios diretos e indiretos. Ela protege os homens contra as cepas de HPV associadas a cânceres genitais, além de oferecer proteção adicional às mulheres ao reduzir a circulação do vírus na comunidade. Além disso, essa medida também ajuda a prevenir outros tipos de câncer relacionados ao HPV, como o câncer de ânus e de garganta, que afetam ambos os sexos (Mendonça et al., 2022; Vieira et al., 2022).
A vacinação contra o HPV na prevenção do câncer no colo do útero é um avanço significativo na medicina preventiva. A extensão dessa vacinação para incluir os homens em 2017 é um reconhecimento da importância de abordar a infecção por HPV de forma abrangente e equitativa. Ela não apenas protege as mulheres contra o câncer do colo do útero, mas também contribui para a redução global da incidência do HPV e seus efeitos prejudiciais. Essa medida representa um passo firme em direção a um futuro com menos casos de câncer do colo do útero e um impacto positivo na saúde de toda a sociedade.
 
4 TRATAMENTOS DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
Nos últimos anos, houve avanços promissores no tratamento do câncer de colo do útero, com diferentes abordagens terapêuticas sendo investigadas para melhorar a eficácia dos tratamentos, as taxas de resposta, a sobrevida das pacientes e a minimização dos efeitos colaterais. 
A braquiterapia, um procedimento inovador no campo do tratamento do câncer do colo do útero, demonstrou ser uma ferramenta eficaz no controle da doença em nível local. Diversas investigações clínicas e estudos têm fornecido evidências sólidas de suas vantagens terapêuticas. Essencialmente, a braquiterapia envolve a administração direta de radiação na área afetada do colo do útero. Isso se traduz em uma concentração mais elevada de energia radiante no tumor, permitindo uma ação precisa e focalizada. Consequentemente, essa técnica tem levado a taxas de resposta notáveis, com muitos pacientes experimentando melhorias substanciais na sobrevida (Corpes et al., 2022).
Esses resultados promissores podem ser atribuídos à capacidade da braquiterapia de atacar de maneira direcionada as células cancerosas, preservando ao máximo os tecidos saudáveis circundantes. Essa abordagem oferece não apenas a possibilidade de controle eficaz do tumor, mas também reduz potencialmente os efeitos colaterais adversos associados a tratamentos mais amplos. Como resultado, a braquiterapia tem se destacado como uma estratégia terapêutica valiosa no arsenal de tratamento do câncer de colo do útero, oferecendo esperança e melhores perspectivas para as pacientes diagnosticadas com essa doença desafiadora (Rangel, 2023).
A melatonina, um hormônio naturalmente produzido pelo corpo, tem emergido como um possível aliado no tratamento do câncer do colo do útero, desempenhando um papel crucial como terapia adjuvante. Estudos têm revelado que a melatonina possui a notável capacidade de reduzir os efeitos colaterais frequentemente associados à radioterapia e quimioterapia, promovendo assim uma melhora substancial na qualidade de vida das pacientes. Essa abordagem terapêutica, ao mitigar os impactos adversos dos tratamentos, tem o potencial de tornar o processo de combate ao câncer mais tolerável e menos invasivo (Gomes et al., 2023).
A ação benéfica da melatonina no gerenciamento dos efeitos colaterais está relacionada à sua capacidade de atuar como um antioxidante natural e anti-inflamatório. Ao reduzir a inflamação e proteger as células saudáveis do corpo, a melatonina pode minimizar sintomas debilitantes, como fadiga, náusea e perda de apetite, que são comuns durante os tratamentos oncológicos. Além disso, essa terapia adjuvante também pode contribuir para a melhoria da qualidade do sono, o que é crucial para a recuperação e bem-estar geral das pacientes (Gomes et al., 2023).
À medida que os estudos continuam a explorar os benefícios da melatonina no contexto do câncer do colo do útero, há um crescente otimismo sobre seu potencial para melhorar a experiência das pacientes e, ao mesmo tempo, otimizar a eficácia do tratamento. A possibilidade de aliviar os desafios associados à terapia do câncer do colo do útero representa um avanço significativo no campo da oncologia, oferecendo uma perspectiva mais esperançosa para aquelas que enfrentam essa doença complexa (Rangel, 2023).
A técnica de edição genética CRISPR tem despertado grande interesse no campo do tratamento do câncer do colo do útero, oferecendo uma abordagem inovadora e personalizada para combater a doença. A premissa fundamental desse avanço é a capacidade de inativar genes diretamente responsáveis pelo crescimento tumoral, potencialmente interrompendo o processo de desenvolvimento do câncer. Embora a promessa seja empolgante, é importante ressaltar que a utilização do CRISPR no tratamento do câncer do colo do útero ainda se encontra em uma fase inicial de estudos (Oliveira et al., 2022).
A pesquisa com CRISPR no contexto do câncer do colo do útero é um campo em rápido desenvolvimento, com cientistas explorando ativamente suas aplicações terapêuticas. Embora os resultados iniciais tenham sido encorajadores em estudos pré-clínicos e de laboratório, a transição para aplicações clínicas envolve complexidades adicionais. É necessário realizar uma extensa pesquisa clínica para avaliar a eficácia e a segurança do CRISPR em pacientes reais antes de sua adoção generalizada como tratamento. Esse processo inclui a consideração cuidadosa dos possíveis efeitos colaterais, a otimização das técnicas de edição genética e a avaliação do impacto a longo prazo no paciente (Oliveira et al., 2022).
Em última análise, o potencial do CRISPR como ferramenta terapêutica no tratamento do câncer do colo do útero é empolgante, mas a prudência e a pesquisa rigorosa são essenciais antes de sua implementação generalizada. A busca por tratamentos inovadores e personalizados para essa doença devastadora continua a ser um dos principais objetivos da comunidade científica, e o CRISPR representa uma das promessas mais emocionantes nesse caminho, desde que seja acompanhado de um compromisso inabalável com a segurança e a eficácia (Rangel, 2023).
A investigação sobre os compostos canabinóides, notadamente o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol), tem suscitado grande interesse no contexto do tratamento do câncer de colo do útero. Estudos preliminares têm oferecido evidências sugerindo que essas substâncias possam desempenhar um papel significativo na redução da dor e na atenuação dos efeitos colaterais associados às terapias convencionais contra o câncer. No entanto, é importante ressaltar que, apesar dos benefícios demonstrados em outras áreas da oncologia, ainda há uma carência considerável de pesquisas específicas que avaliem seus efeitos diretos no câncer do colo do útero (Silva, 2023).
A pesquisa até agora tem apontado para o potencial dos canabinóides em aliviar a dor, reduzir a inflamação e mitigar sintomas adversos decorrentes dos tratamentos como quimioterapia e radioterapia. No entanto, o câncer do colo do útero é uma entidade distinta, com suas próprias particularidades, e, portanto, é essencial conduzir investigações dedicadas para entender como esses compostos podem afetar o desenvolvimento e a progressão dessa doença específica. O estabelecimento de protocolos clínicos rigorosos e estudos controlados é fundamental para confirmar a eficácia e a segurança dos canabinoides como parte do arsenal terapêutico no câncer de colo do útero (Rangel, 2023; Silva, 2023).
Tem-se, portanto, que os avanços no tratamento do câncer do colo do útero oferecem esperança e oportunidades para melhorar a vida das pacientes. A combinação de abordagens como a braquiterapia, a melatonina, o CRISPR e os compostos canabinóides representa um campo em evolução, e a pesquisa contínua é fundamental para determinar como essas terapias podem ser melhor incorporadas nomanejo do câncer de colo do útero, sempre visando à eficácia, à segurança e ao bem-estar das pacientes.
 
5 CONCLUSÃO
O objetivo geral desta revisão bibliográfica foi realizar uma revisão bibliográfica para investigar os avanços recentes nos tratamentos do câncer do colo do útero, com o intuito de avaliar seu impacto na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes. 
Ao analisar os principais resultados obtidos, verificou-se que os tratamentos estudados demonstraram potencial para melhorar os desfechos clínicos e a qualidade de vida das pacientes. A braquiterapia mostrou-se eficaz no controle local do câncer, resultando em altas taxas de resposta e melhorias na sobrevida. A melatonina, por sua vez, exibiu benefícios como adjuvante no tratamento, reduzindo os efeitos colaterais e melhorando a qualidade de vida das pacientes. Embora o uso do CRISPR e dos compostos canabinóides ainda esteja em fase inicial de pesquisa, há indícios promissores de seu potencial terapêutico.
Além disso, os estudos revisados confirmaram que a vacinação de homens contra o HPV desempenha um papel crucial na prevenção do câncer do colo do útero. Essa estratégia contribui para a redução da transmissão do vírus e, consequentemente, para a proteção das mulheres.
Dessa forma, pode-se afirmar que os objetivos geral e específicos deste estudo foram alcançados. Os resultados evidenciaram o impacto positivo dos novos tratamentos e da vacinação de homens contra o HPV na qualidade de vida e na sobrevida das pacientes com câncer do colo do útero.
Com relação às hipóteses formuladas, elas foram confirmadas em parte. Os novos tratamentos, em especial a braquiterapia e a melatonina, demonstraram melhorias significativas na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes, corroborando a primeira hipótese. No entanto, dado o estágio inicial de pesquisa do CRISPR e dos compostos canabinóides, não há dados suficientes para confirmar sua eficácia clínica.
Para estudos futuros, sugere-se a realização de pesquisas que ampliem o conhecimento sobre o uso do CRISPR e dos compostos canabinóides no tratamento do câncer do colo do útero. Além disso, é recomendado o acompanhamento a longo prazo dos pacientes submetidos à braquiterapia e à melatonina para avaliar a sustentabilidade dos benefícios observados. Adicionalmente, estudos que investiguem a implementação da vacinação ampliada contra o HPV em homens, avaliando seus impactos na redução da incidência do câncer do colo do útero, também são importantes para o avanço na prevenção dessa doença.
 
REFERÊNCIAS
CORPES, Erilaine de Freitas; et al. Repercussões da braquiterapia na qualidade de vida e funcionalidade no tratamento do câncer de colo uterino. Cogitare Enfermagem, v. 27, 2022.
GOMES, José Anderson da Silva; et al. A melatonina no tratamento do câncer do colo de útero a partir de cultura de células: uma revisão de literatura. Realize, 2023.
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MARIEL, Brunna; CARNUT, Leonardo. Estratégias para a adesão à vacinação contra o HPV no sistema único de saúde: uma revisão integrativa, primeiros resultados. JMPHC| Journal of Management & Primary Health Care| ISSN 2179-6750, v. 12, n. spec, p. 1-2, 2020.
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