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Caso Elisabeth Trabalho

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Universidade Veiga de Almeida
Caso Elisabeth Von R.
Frases extraídas do texto, que indicam a sua Histeria:
“Durante esse primeiro período de tratamento, ela nunca deixou de repetir que ainda se sentia doente e que suas dores continuavam intensas como sempre; e, quando dizia isso olhando-me com uma expressão maliciosa de satisfação por eu estar confuso, eu não podia deixar de me lembrar da opinião do velho Sr. Von R. sobre sua filha predileta – que ela era muitas vezes “insolente” e “convencida”.
“O contraste entre os sentimentos de alegria que ela se permitira ter naquela ocasião e o agravamento do estado do pai com que deparara ao voltar para casa constituiu um conflito, uma situação de incompatibilidade. O resultado desse conflito foi que a representação erótica foi recalcada para longe da associação e o afeto ligado a essa representação foi utilizado para intensificar ou reviver uma dor física que estivera presente simultaneamente ou pouco antes. Assim, tratava-se de um exemplo do mecanismo de conversão com finalidade de defesa.”
“Entre estas, uma importância especial se prendeu, por causa de sua ocorrência freqüente, a cenas em que, a chamado do pai, ela pulava da cama de pés descalços num quarto frio. Eu me senti inclinado a atribuir alguma importância a esses fatores, visto que além de se queixar de dor nas pernas, ela também se queixava de torturantes sensações de frio.”
“A paciente surpreendeu-me ao anunciar que agora sabia por que era que as dores sempre se irradiavam daquela região específica da coxa direita e atingiam ali sua maior intensidade: era nesse lugar que seu pai costumava apoiar a perna todas as manhãs, enquanto ela renovava a atadura em torno dela, pois estava muito inchada.”
“Por meio de uma pergunta ou pela pressão na sua cabeça, eu despertava uma lembrança, surgia uma sensação de dor, e esta era comumente tão aguda que a paciente estremecia e punha a mão no ponto doloroso. A dor assim despertada persistia enquanto a paciente estivesse sob a influência da lembrança: alcançava seu clímax quando ela estava no ato de me contar a parte essencial e decisiva do que tinha a comunica, e com a última palavra desse relato, desaparecia.”
“O ponto doloroso original de sua coxa direita se relacionara com os cuidados prestados ao pai; a região da dor estendera-se desse ponto para regiões vizinhas, como resultado de novos traumas. O que tínhamos aqui, portanto, não era, rigorosamente falando, um sintoma físico único, ligado a uma variedade de complexos mnêmicos na mente, mas sim um grande número de sintomas semelhantes, que pareciam, numa visão superficial, estar fundidos num único sintoma.” 
“A explicação para o fato de sua atenção ter tomado esse rumo só pode ser buscada na circunstância de que andar, ficar de pé e deitar são funções e estados da parte do corpo que , no caso dela, abrangiam as zonas dolorosas: a saber, as pernas. Portanto, foi fácil compreender nesse caso a ligação entre a astasia-abasia e a primeira ocorrência da conversão.”
“Pergunte-lhe o que na caminhada poderia ter provocado dor, ela me forneceu a resposta um tanto obscura de que o contraste entre sua própria solidão e a felicidade conjugal da irmã enferma fora doloroso para ela.”
“Sentou-se num banco de pedra e se abandonou a seus pensamentos, que mais uma vez diziam respeito a sua solidão e ao destino de sua família, e dessa vez confessou abertamente o desejo intenso de ser tão feliz quanto a irmã. Retornou dessa meditação matinal com dores violentas e, naquela mesma noite, tomou o banho após o qual as dores surgiram em caráter definitivo e permanente.”
“Constatou-se ainda, sem qualquer sombra de dúvida, que suas dores ao andar e ao ficar de pé eram, de início, aliviadas quando ela se deitava. As dores só passaram a se relacionar com o ficar deitada quando, após ter notícia da doença da irmã, ela viajou de volta de Gastein e foi atormentada durante a noite tanto pela preocupação com a irmã quanto por dores lancinantes, tendo ficado estendida e insone no vagão de trem. E por muito tempo depois disso, deitar-se foi, na realidade, mais doloroso para ela do que andar ou ficar de pé.”

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