FOLHA DE PAGAMENTO, em 26112014 (1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA I
FOLHA DE PAGAMENTO
*
FOLHA DE PAGAMENTO
 
É uma obrigação do empregador (Lei n° 8.212/91, art. 32, I), constituindo-se no documento que contém o registro mensal de todos os proventos e descontos dos empregados. 
Divisão da folha de pagamento
*
*
SALÁRIO
 
É a contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador a todo empregado.
Periodicidade: mensal, quinzenal, semanal ou 
diariamente (por peça ou tarefa)
O salário nunca pode ser inferior ao salário-mínimo
*
Composição do salário:
- Vencimento básico (esta rubrica não pode ser paga em período superior a 1 mês)
- Comissões
- Gratificações
- Gorjetas
- Diárias para viagem que excedam a 50 % do valor do salário recebido
- Abonos pagos pelo empregador, etc
*
Horas Extras
Valor devido pela empresa quando o empregado trabalha além da carga horária diária normal.
A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de 2 horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante acordo coletivo ou contrato coletivo de trabalho.
A hora extra é devida com acréscimo de, pelo menos, 50 % sobre a hora normal
*
Poderá haver compensação de horário semanal, com prorrogação da jornada diária de trabalho. 
Nestes casos, a hora extra é devida quando há tempo excedente à jornada de trabalho ajustada.
 (observando que, mesmo no caso de compensação, deve ser considerado o limite de 2 horas da jornada diária normal. Exemplo: se a compensação for de 1 hora diária, somente poderá ser realizada 1 hora extra).
*
Cálculo do salário-hora normal
Segundo a Constituição Federal, a carga horária máxima semanal é de 44 horas, tendo o empregado direito a 1 dia por semana de folga remunerada.
*
Fórmula para cálculo da carga horária mensal:
 Carga horária semanal x 30 dias
 6 dias
Carga horária semanal = 40 horas
 Carga horaria mensal = (40/6)x30 = 200 horas 
Carga horária semanal = 36 horas
 Carga horaria mensal = (36/6)x30 = 180 horas 
*
 Fórmula para cálculo do valor da hora normal:
 Salário semanal . 
 Carga horária mensal 
Salário mensal: $ 2.000 / CH semanal: 44horas=220h/mês
 Valor da hora normal: ($ 2.000/220) = $ 9,09
Salário mensal: $ 2.000 / CH semanal: 40horas=200h/mês
 Valor da hora normal: ($ 2.000/200) = $ 10,00
*
Exeercício: empregado que percebe salário mensal de R$ 1.800,00, com carga horária de 44 horas semanais, realiza 14 horas-extras no mês. Calcular:
a) Valor da hora normal.
b) Valor da hora extra, unitário e total.
*
Integração das horas extras ao repouso semanal remunerado
 
Ocorrerá a integração quando as horas extras incorrerem com habitualidade (Lei n° 605/49, art. 7º).
Exemplo: empregado presta habitualmente 8 horas extras por semana. Por ser habitual a prestação de serviço extraordinário, será devido hora-extra no repouso semanal de: 
						8 / 6 (número de dias úteis) = 1,33
Logo, deverá ser devido de horas extras: 8 horas (efetivamente trabalhado) + 1,33 (descanso remunerado) = 9,33 horas-extras por semana
*
ADICIONAL NOTURNO
 
Tem direito o empregado que trabalha no período entre 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
- O valor do horário noturno é de 20 %, pelo menos, sobre a hora normal.
A hora do trabalho noturno corresponde a 52 minutos e 30 segundos.
Assim, se um empregado trabalhar das 22 às 5 horas (7 horas efetiva), terá direito a 8 horas.
*
- O adicional noturno pago com habitualidade integra o salário do empregado para todos os efeitos (Súmula 60/TST)
- Cumprido integralmente a jornada no período noturno e prorrogado esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas (Súmula 60, do TST)
Exercício: Empregado tem carga horária semanal de 44 horas, e trabalha das 22 às 06, de segunda a quinta-feira, com acordo de compensação de 1 hora, e 22 às 05 nas sextas. Foram realizadas 8 horas extras no mês. Sabendo que seu salário mensal é de $ 1.400, que o mês teve 20 dias úteis, que o acordo de compensação prevê retribuição de hora-normal calcular: 
valor da hora normal;
Valor/quant. de adicional noturno e hora extra,se houver;
salário no final do mês
*
VALE TRANSPORTE
Fundamento: Lei n° 7.418/85.
Objetivo: cobertura de despesa de deslocamento do empregado da sua residência ao local de trabalho e vice-versa.
O Vale-Transporte será concedido através do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos.
*
O Vale-Transporte: 
a) não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos;
b) não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
c) não se configura como rendimento tributável do trabalhador.
 
Custeamento:
O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico.
*
Exercício:
*
ADIANTAMENTO SALARIAL
- Sobre o adiantamento salarial incidirá apenas o IRRF
Os encargos sociais, empregado e empregador, e o FGTS incidirá no pagamento da folha normal. 
*
13º SALÁRIO
- Todo empregado tem direito a receber o 13º salário (CF, art. 7º, VIII).
- A cada mês trabalhado o empregado terá direito a 1/12 do 13º salário.
		
O 13º salário deve ser pago em 2 parcelas: 
1ª parcela: junto com as férias, nos meses de fevereiro a novembro, ou até 30 de novembro;
2ª parcela: no mês de dezembro, até o dia 20.
Considera-se mês integral a fração igual ou superior a 15 dias trabalhado.
*
- Incidirá sobre o 13º salário os encargos sociais (empregado e empregador) e FGTS
	* O FGTS deverá ser recolhido por ocasião do pagamento das 1ª e 2ª parcelas
	* Os encargos sociais (empregado e empregador) deverão ser recolhidos somente quando do pagamento da 2ª parcela
 
O IRRF somente incidirá no pagamento da 2ª parcela do 13º salário
*
FÉRIAS
A cada período de 12 meses e vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito ao gozo de férias, sem prejuízo da remuneração, na seguinte proporção (art. 130, CLT):
a) 30 dias corridos quando não tiver faltado ao serviço mais de 5 dias vezes;
b) 24 dias corridos quando houver tido de 6 a 14 faltas;
c) 18 dias corridos quando houver tido de 15 a 23 faltas;
d) 12 dias corridos quando houver tido de 24 a 32 faltas.
*
Situações não consideradas como falta ao serviço, entre outras:
 
- 2 dias consecutivos por falecimento do cônjuge, filho, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que viva sob a sua dependência econômica
- 3 dias consecutivos em virtude de casamento
- 5 dias em caso de nascimento de filho
- 1 dia, a cada 12 meses de trabalho, para doação de sangue
- Até 2 dias, consecutivo ou não, para alistamento eleitoral
*
- Por ocasião do gozo de férias anuais remunerada, o empregado tem o direito ao pagamento de 1/3 a mais que o salário normal (CF, art. 7º, XVII).
 
- Pelo princípio da competência, os gastos com férias devem ser contabilizados mensalmente (é também possível apropriar as férias na data do levantamento do balanço, em 31 de dezembro).
Sobre o valor das férias normais incidirá os encargos sociais (empregado e empregador), FGTS e IRRF. 
Sobre o valor do abono de férias (1/3 constitucional), NÃO incidirá INSS, FGTS e IRRF.
*
SALÁRIO FAMÍLIA
é o benefício pago pela PREVIDÊNCIA SOCIAL na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer condição até a idade de quatorze anos ou inválido de qualquer idade, independente de carência e desde que o salário-de-contribuição seja
inferior ou igual ao limite máximo permitido.
*
Valor do salário-família, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido:
R$ 35,00, para o trabalhador que receber até R$ 682,50.
R$ 24,66, para o trabalhador que receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81.  
O empregador efetua o pagamento do salário-família ao empregado e desconta da parcela devida ao INSS (a obrigação do pagamento do Salário-Família é da previdência social).
*
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
Percepção: Será devida quando o trabalho é desenvolvido em condições que exponham o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição a seus efeitos.
Cálculo: Depende do grau de insalubridade, conforme legislação específica: 40 %, 20 % e 10 % do salário mínimo ou salário profissional.
O adicional de insalubridade inclui a base de cálculo das horas extras
*
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Percepção: Será devido quando o trabalho é desenvolvido em condições que exponham o empregado a contato permanente com inflamáveis ou explosivos, ou em condições de risco acentuado.
Cálculo: 30 % sobre o salário-base.
Quando o empregado tem direito a periculosidade e insalubridade, deve optar por uma das verbas.
Não incide horas extras (exceto os eletricitários)
*
ADICIONAL DE PENOSIDADE
Percepção: Será devido ao trabalhador a título de indenização, por realização de uma atividade penosa, que causa pena, trabalho árduo, que embora não cause efetivo dano à saúde do trabalhador, possa tornar sua atividade profissional mais sofrida (CF, art. 7º, Inciso XXIII).
Não há lei ordinária disciplinando o direito! Os tribunais aplicam de 20 % a 40 % sobre o salário base, quando reconhecem que o empregado trabalha em condição penosa.
*
PREVIDÊNCIA SOCIAL
 
A previdência social é uma das ações da seguridade social (CF, art. 194), que ainda envolve a saúde e a assistência social.
*
Financiamento da Seguridade Social (CF, art. 194)
Será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
*
Financiamento da Seguridade Social
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
*
Previdência Social: organização e finalidades (CF, art. 201)
A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
 
*
Previdência Social: organização e finalidades (CF, art. 201)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
 
Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. 
*
Folha de Pagamento – Contribuição EMPREGADO
TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO
VIGENTE A PARTIR DE 01.01.2014 
(Portaria Interministerial MPS/MF 19/2014)
*
Folha de Pagamento – Contribuição EMPREGADOR
APLICADO A EMPRESA LUCRO REAL OU PRESUMIDO
A contribuição previdenciária parte patronal é devida pelas empresas com base no valor bruto da folha:
 
*
Contribuição EMPREGADOR – Receita Bruta (Lei n° 12.546/2011)
Para empresas (Lucro Real e Lucro Presumido) industriais que fabricam produtos relacionados no Anexo I da Lei n° 12.546/2011, assim como exercem as que exercem atividades relacionadas no § 3º do art. 8º desta Lei (de transporte aéreo de carga e de passageiros regular; de transporte marítimo de carga e de passageiros na navegação de cabotagem; de varejo que exercem as atividades listadas no Anexo II – material de construção, varejista de móveis, brinquedos, cosméticos, perfumaria, tecidos, etc).
Contribuição: Sobre o valor da receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos, à alíquota de 1% (um por cento).
*
Contribuição Patronal de Empresas do Simples Nacional
Os encargos sociais sobre a folha de pagamento estão inclusos na alíquota do Simples Nacional.
São obrigações das empresas do Simples Nacional:
	a) Reter a contribuição social do empregado;
	b) Reter o IRRF do empregado, se for o caso;
	c) Recolher o FGTS.
 
*
FGTS
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é devido pelo empregador com base no valor bruto da folha de pagamento.
- Constitui-se num direito do empregado, conforme CF, art. 7º, III, e surgiu no início da década de 70 em substituição à indenização por tempo de serviço, devida quando este era demitido.
	Cobrança: 8 % sobre o valor da remuneração paga ou devida ao empregado. O depósito é feito em conta vinculada do empregado.
*
IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE
É uma obrigação tributária principal em que a pessoa jurídica ou equiparada, está obrigada a reter do beneficiário da renda, o imposto correspondente, nos termos estabelecidos pelo Regulamento do Imposto de Renda.
*
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física a partir do exercício de 2015, ano-calendário de 2014. 
*
Parcelas a Deduzir:
Importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão ou acordo judicial ou por escritura pública;
b) As contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
c) As contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no Brasil, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social.
*
d) A quantia mensal de R$ 179,71, por dependente, para o ano-calendário de 2014;
*
Exercício geral cálculo INSS Empregado e IRRF.
Empresa UFRN LTDA possui nos seus quadros os funcionários relacionados abaixo. Para cada um, calcular os descontos devidos pelo empregado, INSS e IRRF, se for o caso:
*
Contabilização - Plano de Contas
2. PASSIVO/PASSIVO CIRCULANTE
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS
Salários a pagar
INSS a recolher
FGTS a recolher
IRRF a recolher
Pensão Alimentícia a Depositar
Vale-Transporte a Pagar 
Férias a pagar
Encargos s/ férias a pagar
13º Salário a pagar 
Encargos s/ 13º Salário a pagar
3. DESPESA/DESPESA COM VENDAS-DESPESAS GERAIS
Salários
INSS patronal
FGTS
Vale-Transporte
Férias
Encargos s/ férias
13º Salário
Encargos s/ 13º Salário
*
EXERCÍCIO GERAL FOLHA DE PAGAMENTO
Elaborar a Folha de Pagamento e Registro Contábil
Carga horária semanal: 40 horas.
As horas extras e adicional noturno realizados NÃO são habituais.
c) Empregado Pedro Paulo: 4 (quatro) horas extras foram realizadas no período noturno. Assim, o adicional noturno será calculado sobre a hora-extraordinária: 20% x (hora-normal+50%).