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DIREITO das COISAS AULA N. 5. PROF. MARIÂNGELA MILHORANZA 1 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Embargos de Terceiro – Arts. 1046 a 1054 do CPC • "Denomina-se embargos de terceiro o remédio processual posto à disposição de quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha (art. 1.046)." 2 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. 3 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • § 1o Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor. • § 2o Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial. 4 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • § 3o Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação. 5 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.047. Admitem-se ainda embargos de terceiro: • I - para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão ou de demarcação, for o imóvel sujeito a atos materiais, preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de rumos; • II - para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese. 6 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.048. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. 7 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.049. Os embargos serão distribuídos por dependência e correrão em autos distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão. 8 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.050. O embargante, em petição elaborada com observância do disposto no art. 282, fará a prova sumária de sua posse e a qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. • § 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. • § 2o O possuidor direto pode alegar, com a sua posse, domínio alheio. • § 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal. 9 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.051. Julgando suficientemente provada a posse, o juiz deferirá liminarmente os embargos e ordenará a expedição de mandado de manutenção ou de restituição em favor do embargante, que só receberá os bens depois de prestar caução de os devolver com seus rendimentos, caso sejam afinal declarados improcedentes. 10 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.052. Quando os embargos versarem sobre todos os bens, determinará o juiz a suspensão do curso do processo principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá o processo principal somente quanto aos bens não embargados. 11 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.053. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 10 (dez) dias, findo o qual proceder-se-á de acordo com o disposto no art. 803. 12 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Art. 1.054. Contra os embargos do credor com garantia real, somente poderá o embargado alegar que: • I - o devedor comum é insolvente; • II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; • III - outra é a coisa dada em garantia. 13 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Ação de Imissão de Posse – • A ação de imissão de posse pode ser conceituada, inicialmente, como o meio processual cabível para conferir posse a quem ainda não a tem, ou, nas palavras do professor Ovídio Baptista, como a ação que visa a proteger "o direito a adquirir uma posse que ainda não desfrutamos" 14 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • É ato judicial que confere ao interessado a posse de determinado bem a que faz jus e da qual está privado. Ela pode decorrer também de ato entre particulares, mediante acordo extrajudicial. 15 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Pode-se demonstrar de forma clara os fundamentos que possam, eventualmente, ensejar, a propositura da ação de imissão na posse, ou seja, os títulos que dão direito à posse. São eles: 16 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • * Direito de possuir decorrente de direito obrigacional • A ação de imissão na posse que nasce para o titular de direito de possuir decorrente direito obrigacional, que não será nem possuidor e nem proprietário do bem, vem para fazer valer este direito. 17 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Assim, a título de exemplo, o locatário poderá intentar ação de imissão na posse em face do locador que se recusa a transferir a posse, para haver a posse que o contrato de locação lhe confere direito. 18 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Direito de possuir decorrente de direitos reais • Quando estamos a tratar do direito à posse que decorre de direito real que não seja o de propriedade, tais como a enfiteuse, usufruto, uso, promessa de compra e venda e habitação, a única ação cabível para satisfazer este direito à posse também será a ação de imissão na posse, pelo mesmo motivo analisado na hipótese anterior: 19 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • não possui o promitente-comprador ou o usufrutuário título de domínio para ingressar com a ação reivindicatória, devendo-se valer da ação de imissão na posse. 20 2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE • Exemplo: o compromisso de compra e venda, além de ensejar obrigação de fazer consistente no dever de outorga da escritura pública como ato devido, impõe ao alienante uma obrigação de dar ao adquirente a posse da coisa compromissada. A partir da sua celebração, tem o adquirente o direito de se assenhorear do bem imóvel compromissado, ainda que de forma mitigada, continuar sob a titularidade do alienante. 21 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • “É garantido o direito de propriedade” (art. 5º, XXII da CF). • O direito de propriedade é um direito individual e como todo direito individual, uma cláusula pétrea. 22 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • O direito de propriedade é tão importante que já aparece no “caput” do artigo 5º. – “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes” (art. 5º, “caput” da CF). 23 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: • II- propriedade privada; • III- função social da propriedade privada” • (art. 170, II e III da CF). 24 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • 3.1. Conceito: • Direito de propriedade é o direito de usar, gozar, usufruir e dispor de um determinado bem, corpóreo ou incorpóreo,e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja possuindo. – art. 1228 CC. 25 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • 3.2. Elementos Constitutivos • A) jus utendi - é o direito de usar a coisa, dentro das restrições legais, a fim de evitar o abuso de direito, limitando-se, portanto, ao bem-estar da coletividade; o direito de usar da coisa é o direito de tirar da mesma todos os serviços que ela pode prestar, sem que haja modificação em sua substância, para si ou para terceiros. 26 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • B) jus fruendi - exterioriza-se na percepção dos frutos e na utilização dos produtos da coisa; é o direito de gozar da coisa ou de explorá-la economicamente. • C) jus abutendi - equivale ao direito de dispor da coisa ou poder de aliená-la a título oneroso (venda) ou gratuito (doação), abrangendo o poder de consumi-la e o poder de gravá-la de ônus (penhor, hipoteca, etc.) ou de submetê-la ao serviço de outrem. 27 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • D) Rei vindicatio: é o poder que tem o proprietário de mover ação para obter o bem de quem injustamente o detenha, em virtude do seu direito de sequela, que é uma das características do direito real. 28 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • 3.3. Caracteres da Propriedade • O direito da propriedade é absoluto, exclusivo e perpétuo. Art. 1231 CC 29 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • Caráter absoluto: devido a sua oponibilidade erga omnes, por ser o mais completo de todos os direitos reais e pelo fato de que o seu titular pode desfrutar do bem como quiser, sujeitando-se apenas às limitações legais impostas em razão do interesse público ou da coexistência do direito de propriedade de outros titulares (CC. Art. 1228, §§ 1º e 2º). 30 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • Caráter exclusivo: Em virtude do princípio de que a mesma coisa não pode pertencer com exclusividade e simultaneamente a duas ou mais pessoas; o direito de um sobre determinado bem,exclui o direito de outro sobre o mesmo bem. Apesar da aparente contradição, a ideia de condomínio, é entendida como sendo o mesmo direito de propriedade, que se subdivide entre vários consortes que o exercem integralmente. 31 3 – DIREITO DE PROPRIEDADE • Caráter Perpétuo: A característica da perpetuidade do domínio resulta do fato de que ele subsiste independentemente de exercício, enquanto não sobrevier causa extintiva legal ou oriunda da própria vontade do titular, não se extinguindo, portanto, pelo não uso. (alienação, perecimento, desapropriação e usucapião). 32
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