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Universidade Veiga de Almeida 
Laboratório de Comunicação 
Érica Ribeiro Gama 
 
 
ƒ O TEXTO NARRATIVO 
 
Características 
1) Segue ordem cronológica – narra um fato começando do início e indo para o fim. 
 A ordem cronológica pode ser de tempo ou psicológica – neste, pode apresentar 
flashbacks ou o raciocínio do personagem que faz a história. 
2) Pode ser em 1ª ou 3ª pessoa. 
 a) Primeira pessoa: o narrador participa do fato 
 b) Segunda pessoa: o narrador não participa dos fatos 
3) Possui ação: alguma “coisa” deve acontecer. 
4) Pode ter diálogos ou não. 
 
O que deve conter: 
1) Narrador: quem conta a história. 
2) Personagem: deve ter características físicas e psicológicas. O enredo, muitas vezes, pode 
vir daqui; assim como também o porquê das situações vividas dentro da história. 
3) Enredo: ação, seqüência de fatos. É o resultado da atuação/ação do personagem. 
 O personagem fazendo alguma “coisa” em certo lugar em determinado momento e 
durante algum tempo. 
4) Cenário: onde a história de passa, qual o contexto. Deve ter relação com a “trama” e deve 
se integrar aos demais elementos. 
5) Tempo: quando se passa a história e por quanto tempo (duração). 
6) Conflito: situação que traz uma tensão narrativa, faz a história se desenrolar. 
7) Clímax: ápice da história. A situação criada pelo narrador vai aumentando até atingir ponto 
máximo. 
8) Desfecho: cada personagem se encaminha para o seu destino, final da história. 
 
 
ATENÇÃO AO TEXTO NARRATIVO 
 
ƒ Tente não repetir as palavras – isso pode cansar o leitor. 
ƒ A história deve conter começo, meio e fim. 
ƒ Ápice/Clímax: quando o ponto alto da história acontece – NÃO ESQUEÇA DELE! 
ƒ Não deixe situações mal resolvidas ou esqueça de personagens (surge e some como 
“fumaça”). 
 
 
 
¾ Gêneros cinematográficos 
 
 Os roteiros, de um modo geral, seguem um “modelo” de narrativa. A esse modelo, 
podemos chamar de gênero – o tipo de filme em que o roteiro se enquadra. 
 Laboratório de Comunicação - 1 
 É importante ressaltar que ele não precisa ser único, seguir apenas a uma das 
narrativas, ele pode misturar os gêneros. No entanto, sempre vai ter um predominante. 
 Abaixo, alguns dos gêneros e suas características básicas: 
 
1) Ação: normalmente envolve protagonistas contra antagonistas (atua no sentido oposto – 
adversário; no Brasil, é o vilão). O problema é solucionado por meio de força física. Visto 
muito em filmes de faroeste, crimes, guerra e espionagem. Os personagens são agentes 
secretos, militares, lutadores, pistoleiros etc. 
2) Aventura: mundo heróico. A ação ocorre em lugares pouco usuais (florestas, desertos, 
geleiras, espaço); a ambientação, na maior parte das vezes, é mais importante que a 
história; os personagens lutam para conquistar alguma coisa, mas nem sempre utiliza a 
força física (somente quanto estritamente necessário). O objetivo pode ser o conquista de 
tesouros, conhecimentos, equipamentos, pessoas. Nem sempre o personagem principal é o 
“mocinho”, mas tem “boas intenções”. 
3) Comédia: utilizam piadas, fatos “lugar comum”, situações surreais e surpresas. O 
desenrolar da história parte de um engano e a narrativa se desenvolve à medida que o 
personagem mais é enrolado por esse equívoco. 
4) Drama: algo acontece e transforma a vida dos personagens de forma inesperada. 
5) Suspense: traz sentimento de apreensão ao espectador. Espera-se sempre que alguma 
situação irá acontecer, mas ela é adiada, por exemplo. 
6) Terror: teve provocar medo. Lendas, mitos, fantasmas, bruxas, vampiros, seres de outro 
planeta e mortos normalmente fazem parte da história. 
7) Romance: envolvimento amoroso entre dois personagens, que passam por diversos 
obstáculos para terminarem juntos. 
 Romance dramático: obstáculos não esperados que não estão sobre o controle do casal 
acontecem. O casal pode não terminar como o esperado. 
 Comédia romântica: obstáculos do cotidiano fazem parte dessas tramas. Normalmente o 
casal é separado por algum problema que depende somente deles para ser solucionado. 
 
 
 
ƒ O ROTEIRO 
 
“Texto de um filme estruturado em uma série de seqüências na ordem 
em que deverão ser apresentadas, com indicações relativas a 
personagens, cenários e diálogos” (Dicionário de Comunicação). 
 
 
 O maior ou menor detalhamento do roteiro depende – tem relação direta – com o 
tamanho e estrutura de produção exigidos pelo realizador. 
 Roteiros muito detalhistas – com planos, tempo das cenas, movimentações de atores, 
organização do cenário – normalmente são trabalhados para grandes produções, que custam 
muito e despendem de pouco tempo para realização, principalmente com relação às filmagens. 
 Em produções mais simples, o roteiro traz indicações e idéias de quem escreve. E o 
roteirista, na maior parte das vezes, é o diretor. 
 
ƒ A história 
 
 Para dar início ao desenvolvimento de uma história, é necessário definir alguns fatores 
que influenciarão na narrativa. 
 
 Laboratório de Comunicação - 2 
¾ Pontos de Foco 
 
 a) da História: é o foco dos personagens da história. O que o personagem vive, busca, 
vê. 
 b) da Narrativa: é o foco de quem narra. Por quem o narrador vai contar a história (na 
maior parte dos casos, o foco do narrador é um personagem). 
 
Foco da narrativa busca um personagem que tem o foco da história 
 
 
¾ Ponto de foco X Ponto de vista 
 
 O Ponto de Foco é o que se percebe, como vimos acima. Ele é a história em si, contada 
pelo tema da narrativa e pela história sendo desenvolvida por meio de um personagem. 
Exemplo: Filme Twister. O foco da história é a caça aos tornados. O foco da narrativa é o 
personagem que mapeia os tornados e vai atrás deles. 
 
 O Ponto de Vista está relacionado à forma como se percebe o ponto de foco da narrativa 
e de que forma isso acontece. 
 
ATENÇÃO 
 
Essa relação é que vai mostrar como essa narrativa será composta, sobre qual ponto de vista 
o espectador receberá os focos da narrativa. 
O modo como isso será composto determina o entendimento da mensagem. 
Essa referência facilita a composição e a recepção da narração. 
 
 
¾ Fio da história X Trama X Trilha 
 
Uma relação interdependente – uma não se forma sem a outra. 
 
 
 
 Com o fio da história definido, se deve começar a traçar as tramas que envolveram o 
enredo. Uma será a principal, aquele que será o ponto de partida do fio e que relacionará as 
outras tramas. Cada trilha forma uma pequena ação dentro das tramas. 
 
 Laboratório de Comunicação - 3 
ƒ ROTEIROS E PARADIGMAS 
 
Sistema proposto por Syd Field: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
¾ Ato I: Apresentação – Conhecendo a história 
 
ƒ Sobre o que é o roteiro 
ƒ Quem é o personagem 
ƒ Quais as circunstâncias dramáticas 
 
 O início de um roteiro é o que mostra a finalidade do filme e quais os conflitos 
encontrados para chegar ao objetivo. Essa apresentação define também o Pano de fundo da 
narrativa (o ideal é que se utilize uma situação para ambientar a história em um contexto 
temporal, para determinar comportamentos, pessoas, figurinos, locações etc). 
 A partir das ações cometidas no Ato I se tem início das seqüências que darão rumo à 
história. Com o espectador conhecendo o personagem principal e a “base” da história, se tem o 
primeiro ponto de virada (aproximadamente aos 20’ de filme). 
 
¾ Ponto de Virada (Plot Point): mudando o rumo da história 
 
Definição: é a mudança na qual uma ação toma rumo diverso do que vinha tomando (Flavio 
de Campos) 
 
Tem como funções: 
ƒ Prender a atenção. 
ƒ Movimentar a história. 
ƒ Dar rumos para quem escreve – facilita o foco. 
 
Os Pontos de Virada aparecem nos finais dos atos I e III. 
São como âncoras e seguram a história, não deixando que ela se perca. 
Criam uma referência e links entre as ações ocorridas. 
 
 Uma narração contém, ao menos, dois pontos de virada – uma para entrar no problema 
e outro que traz a resolução dos fatos e leva ao desfecho. 
 Laboratório de Comunicação - 4 
 Mas um filme pode conter diversos pontos de virada secundários, que dãomais ações 
para desenvolver a história. As novelas brasileiras, por exemplo, contêm muitos pontos de 
virada; não somente na trama principal, como também nas diversas subtramas. 
 
AO COMEÇAR A ESCREVER 
 
ƒ Conheça o personagem 
ƒ Contextualize a trama 
ƒ Saiba o início e o final da história 
ƒ Determine os Pontos de Virada 
 
Com esses dados, você deverá fazer a junção dos fatos e formar o roteiro completo. 
 
 
¾ Ato II: a confrontação 
 
Momento do filme quem quase tudo acontece. Conflito. 
Os obstáculos começam a aparecer e há as tentativas para solucioná-los. 
A maior parte das ações e reações dos personagens estão nesse ato, que termina com o 
segundo Ponto de Virada (por volta dos 85’ de filme). 
 
¾ Ato III: desfecho – chega ao fim a história 
 
 Com o segundo Ponto de Virada trazendo a resolução do conflito revelado pelo primeiro, 
chega ao fim a história, com os personagens sendo encaminhados cada um para o seu destino. 
 
 
ATENÇÃO 
 
As cenas que determinam o início, o fim e os pontos de virada são cenas essenciais para o 
entendimento da história. Outras cenas também são primordiais e chamadas de essenciais. No 
entanto, as cenas que ligam todas essas partes são chamadas de cenas acessórias – ligam e 
dão sentido aos eventos. 
 
 
 
 
ƒ PERSONAGEM - CONTRUÇÃO 
 
 O filme tem um tema, mas esse assunto deve ser materializado em alguém – a 
discussão é personificada. Por esse motivo, a história gira em torno de um personagem 
principal. Este deve possuir o maior número de detalhes possíveis para se prever as reações 
que ele poderá ter diante dos acontecimentos. 
 Os personagens secundários/coadjuvantes também merecem ser desmembrados, no 
entanto, na maior parte das vezes, com menor profundidade. 
 
“Personagem é a representação de pessoas e conceitos na forma de 
uma pessoa ficcional” (Flavio Campos). 
 Laboratório de Comunicação - 5 
 
 Com um perfil traçado previamente, o personagem passa a se revelar conforme há o 
desenrolar da história. Não são as ações que determinam o seu rumo e sim a reação do 
personagem diante dos fatos. 
 A indicação precisa das características de um personagem também irá determinar a 
profundidade dele. O personagem deve ser “humano”, deve surpreender e ser convincente 
(convencer) para parecer real. 
 
Nenhum personagem é totalmente bom ou mau, 
ele deve ter suas características e agir de acordo com elas. 
 
 Um personagem com profundidade consegue representar bem uma pessoa, um 
indivíduo. Já se ele apresenta poucos traços de perfil, ele passa a representar um coletivo. 
 
¾ Funções dos personagens 
 
ƒ Agente: fonte da ação que traça a trama (principal). 
ƒ Coadjuvante: auxilia no desenvolvimento das ações (secundários). 
ƒ Coro: comenta ou veicula premissas. Ex.: fofoqueiras das novelas. 
ƒ Figurante: complementa a cena. 
 
O personagem principal determina sob qual referência o ponto de vista será dado pelo narrador 
 
¾ Conhecendo o personagem 
 
 O personagem pode ter sua vida divida em duas partes: 
ƒ Interior: nascimento ao tempo presente – forma o personagem (biografia). 
ƒ Exterior: do início ao fim do filme – revela o personagem. 
 
 
Para facilitar a definição do perfil do personagem, o demarque sob três tópicos: 
 
ƒ Profissional: em que trabalha, relação com os colegas e com o trabalho. 
ƒ Pessoal: relação do personagem com o mundo. Casado, filhos, onde mora, nascimento, 
hobbys, amigos, esportes, comportamento, tipo físico. 
ƒ Privado: o que faz quando está sozinho? Quais as necessidades dele? 
 
 A partir do contexto e da necessidade do seu personagem, passe a ter o ponto de vista 
dele. Preste muita atenção das definições do perfil, pois a partir deles, você poderá tirar as 
situações vividas no filme relacionadas ao gênero cinematográfico escolhido. 
 
 
ƒ FICÇÃO E REALIDADE 
 
 A arte de narrar pode ser aprimorada e aperfeiçoada a cada nova experiência. No 
entanto, há diversas formas de se contar uma história. 
 Uma delas foi idealizada por Syd Field, como vimos anteriormente, que segue uma 
ordem cronológica e contém início, meio e fim. 
 Essa “fórmula” pode ser utilizada para diversos tipos de vídeos – não somente os 
ficcionais, mas também vídeos publicitários e jornalísticos. Todos eles fazem uma apresentação 
(assunto ou produto) e possuem o ápice (clímax, ponto alto sobre o que é passado). 
 Laboratório de Comunicação - 6 
 Por exemplo: em uma matéria de TV, o apresentador “dá a dica” sobre o que está por 
vir (cabeça da matéria, chamada). Após, a matéria tem início, mas se o repórter fala tudo de 
mais importante logo no começo, o que irá fazer o espectador continuar naquele canal? Então, 
em TV todas as informações têm o mesmo nível de importância, se buscando uma distribuição 
igualitária dos dados e deixando um ponto alto para o meio da matéria e algo novo para o fim 
(que encerra a matéria). Algumas vezes, o final da matéria é feito pelo apresentador já no 
estúdio (nota pé). 
 Já na propaganda, o ponto alto é bem marcado e muitas vezes está próximo do fim, na 
demonstração da eficácia do produto ou serviço. O encerramento, normalmente, traz a marca e 
o slogan. 
 
Esses fatores apresentados são uma forma de se fazer a produção, 
mas não regra. Nem todos utilizam esse formato. 
 
Mas vamos aos conceitos: 
 
 
Vídeo – “Parte visual de uma transmissão de TV ou de um filme [...] 
obra em linguagem televisiva (de cunho artístico, técnico, didático, etc.) produzida em 
videoteipe” (BARBOSA, RABAÇA, 2001) 
 
 
 A ficção é caracterizada por ser uma história criada a partir da imaginação. Ela pode ser 
parcialmente baseada em fatos reais, de onde vem a inspiração. Mas toda a história precisa de 
um conflito para se desenvolver e se tornar interessante. Nem sempre o drama vivido na 
realidade é suficiente para se contar uma história, então, muitos acontecimentos são 
transformados e imaginados. 
 Segundo o Houaiss, ficção é um “relato ou narrativa com intenção objetiva, mas que 
resulta de uma interpretação subjetiva de um acontecimento, fenômeno, fato, etc. [...] Criação 
artística (literária, cinematográfica, teatral, etc) em que o autor faz uma leitura particular e 
original da realidade”. 
 Essa ficção, muitas vezes, pode ser baseada na realidade, como acontece muito nas 
novelas brasileiras. No entanto, como conseguir distinguir ficção e realidade? 
 Não é difícil, já que na ficção as pessoas que mostram a história e os diálogos são feitos 
posteriormente aos acontecimentos e são mostrados por pessoas que não viveram aquela 
situação. 
 Por exemplo, muitos críticos disseram que o filme ‘Tropa de Elite’ era um documentário; 
no entanto, o que se vê é uma narrativa baseada em histórias reais. Mas muito do que foi 
contato, não passou de fantasia, para buscar a dramaticidade que o busca precisava. 
 Caso o filme mostre a realidade, para ser um documentário, ele deve ter caráter 
informativo e não de entretenimento – precisa servir como documento, pesquisa e fonte de 
informação. 
 Para definir melhor o conceito de ‘documentário’, foram destacados duas publicações, a 
dicionário da Língua Portuguesa, Houaiss, e o Dicionário de Comunicação (Barbosa e Rabaça). 
 
 
“Filme informativo e/ou didático feito sobre pessoas, animais, acontecimento (históricos, 
políticos, culturais) ou ainda sobre objetos, emoções, pensamentos, culturas diversas” 
(HOUAISS, 2000). 
 
 Laboratório de Comunicação - 7 
“Filme baseado em situações verídicas, aspectos da natureza e da vida humana, realizado com 
objetivos principalmente científicos, culturais, informativos e didáticos. O documentário é o 
mais antigo gênero cinematográfico e não se limita simplesmente ao registro dos fatos, 
ambientes ou situações que lhe servem de tema; pode também comentar, opinar, propor 
interpretações sociológicas, psicológicas, políticas, etc” (BARBOSA, RABAÇA, 2001). 
 
 
 Diante de uma breve leitura dos conceitos de ficção e documentário, se percebe as 
diferenças entre esses dois tipos de vídeos, a ficção, que pode baseada na realidade,em fatos 
reais; e documentários, que trazem uma realidade. Mas há um ponto em comum entre os dois: 
nenhum traz a verdade absoluta. 
 
FICÇÃO DOCUMENTÁRIO 
ƒ Imaginação 
ƒ Criatividade 
ƒ Interpretação 
ƒ Personagens ficcionais 
 
ƒ Conceitos 
ƒ Fundamentos 
ƒ Estudos 
ƒ Entrevistas 
ƒ Documentos 
ƒ Pontos de vista 
ƒ Narração 
ƒ Parte da verdade 
 
 Tanto em um quanto em outro, há a interferência do autor, que seleciona e dá o toque 
de dramaticidade que deseja. Na ficção, interfere nas situações para alcanças encaixes na 
história. Retira, coloca ou altera o que foi contato. Até mesmo escolhe o ponto de vista que 
melhor convém para o andamento do roteiro. Portanto, a ficção passa a ter (CAMPOS, 2007): 
 
ƒ Versões da verdade: escolhe-se o caminho a seguir. 
ƒ Meias-verdade: há alterações da realidade. 
ƒ Mentiras inteiras: partem da imaginação do autor. 
 
 Já no jornalismo documental, se monta uma história que faça sentido – corte de falas, 
junção de imagens, documentos e entrevistas com autoridades formam uma ‘verdade’. Em 
alguns casos, esses itens separados não causariam tanto impacto, o efeito fica limitado. Já, 
junto, transmitem credibilidade, trazendo a ilusão de verdade (uma pretensa realidade). 
 A propaganda, por sua vez, traz parte verdade e parte ficção para introduzir conceitos e 
comportamentos na sociedade. A apresentação de um produto ou serviço nem sempre traz a 
verdade completa, omitindo-se algumas características e enaltecendo outras – que muitas 
vezes é o diferencial do produto/serviço. 
 
 
“Realmente a tevê (deixando de lado o rádio), apesar de nos trazer uma imagem concreta, não 
fornece uma reprodução fiel da realidade. Uma reportagem de tevê, com transmissão direta, é 
o resultado de vários pontos de vista: 1) do realizador, que controla e seleciona as imagens 
num monitor; 2) do produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do cameramam, que 
seleciona os ângulos capazes de intervir no processo da transmissão [...] os efeitos de 
montagem e de dramatização, que contribuem para tornar mais interessante a mensagem, 
ajudam por outro lado a deformar a realidade comunicada” 
(SOBRÉ, 1972, p. 61) 
 
 Laboratório de Comunicação - 8 
 A música, em todas essas situações – ficção, jornalismo e propaganda –, vem para 
influenciar o público e criar sensações e combinações que passam a fazer parte do imaginário 
coletivo. 
 
ƒ ÁUDIO: A ALMA DO VÍDEO 
 
“Parte sonora de qualquer programa ou apresentação multimídia, filme, vídeo...” 
 (BARBOSA, RABAÇA, 2001) 
 
 O áudio dentro de uma produção de vídeo pode vir de diversas formas e servir para 
diferentes tipos de situações. Aqui, são destacadas quatro1: off, background (BG), sonoplastia 
e trilha sonora. 
 
ƒ Off: “Voz [narração] de pessoa que não aparece no vídeo”. Não importa de quem é a 
voz, a definição de off é clara: se alguém falou algo e não apareceu no vídeo, é off. 
Pode ser a voz do apresentador, do artista, do entrevistado... 
ƒ Background (BG): “músicas, vozes, som utilizados como fundo em uma peça, 
espetáculo, programa, etc.”. Normalmente é um áudio de segundo plano, mais baixo 
que o principal. Tem como função ambientar o que se passa. 
ƒ Sonoplastia: “estudo e aplicação de efeitos sonoros em cinema e televisão [...] 
Especialidade que consiste na seleção e adequação de todas as sonorizações e efeitos 
sonoros, editados previamente à produção de filme, peça teatral, programa radiofônico 
ou de TV de acordo com as exigências do roteiro”. Exemplos: som de carros, platéia, 
pessoas falando, vento e chuva. 
ƒ Trilha sonora: “conjunto de músicas que compõe a parte sonora de filme, vídeo, peça 
de teatro, etc. Pode ser divulgado e comercializado independente da obra de que faz 
parte, sob a forma de discos, fitas” (hoje, CD’s e DVD’s). Músicas que ‘ilustram’ uma 
novela, um filme, um personagem. Essas músicas podem ser compostas para a 
produção ou já terem sido gravadas pelos artistas e aproveitadas nos vídeos. 
 
 
 
ƒ FINAIS E INÍCIOS 
 
 Qual a melhor forma de começar um roteiro? 
 
 O roteiro constitui a história de alguém em algum lugar vivendo alguma coisa. É essa 
situação que trará o assunto do seu enredo e traçará a trajetória do roteiro. A desenrolar desse 
assunto gera/determina as ações. Essas podem ser: 
ƒ Ação física: como perseguição de carros. Move o personagem fisicamente, ele age. 
ƒ Ação emocional: um beijo. O personagem age de forma a demonstrar sentimentos, 
algo interno, que ele sente. 
 
 Com a definição do personagem feita anteriormente (relação com o interior, exterior, 
pessoal, privado, profissional), é possível saber como ele reagiria a certas situações. E partir 
daí, há como saber com que tipo de ação (física ou emocional) ele se portará. 
 
 
 
 
1 Definições do Dicionário de Comunicação. (BARBOSA, RABAÇA, 2001). 
 Laboratório de Comunicação - 9 
Novamente ao paradigma do Syd Field: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para dar seqüência a trajetória, do início ao fim (A → B), então, é necessário conhecer o 
personagem e sua história. Mas antes de tudo, deve-se saber o final, para onde ele vai – o 
que acontece em B. 
 Muitos dizem que ao desenvolver uma história, ela, por si só, indicará o final. Mas como 
saber o que o personagem fará, como ele deverá se comportar em algumas situações, se não 
se tem conhecimento sobre o que ele deseja, o que busca e seu fim? 
 Alguns desenvolvem roteiros nesse estilo, mas o perigo da narrativa se perder é grande. 
Mas na maior parte das histórias, o que importa não é o final, mas como se chega a ele, o que 
é feito para que o enredo tenha determinado fim. Com um final pré-definido, incluindo diálogos 
e cenas, é possível realizar referências e comparações e traçar o caminho para o término da 
narrativa. 
 
Essa resolução deve estar clara, 
pois ela muitas vezes traça o contexto, segura o final e dá sentido ao início. 
 
 
 Após traçar o final da sua história (como o personagem consegue o que deseja, após 
essa conquista o que ele faz), comece a discutir o início do seu vídeo – as cenas iniciais. 
Lembre-se que, em muitos filmes, o início tem relação direta com o final. Outro ponto 
importante a levantar é o fato de uma história nunca acabar de vez ou começar do nada. Por 
exemplo, você define que um personagem consegue o que deseja em um determinado 
momento da vida. Após essa situação, algum outro fato pode acontecer com o personagem. 
Você que determinou o final da narrativa naquele ponto. No caso das continuações (I, II, 
III...), nem sempre o final ficou em aberto, o roteiro o fechou, mas conseguiu um ponto de 
partida para outra história. 
 Por outro lado, após determinar final da história, você antecede o fato até quando será 
possível entender o que irá acontecer e o porquê. Esse é o ponto em que se iniciará o roteiro. 
Mas antes disso, o que aconteceu? Esse ponto seria o final de uma outra história, não? 
 
“O fim de uma coisa é o início de outra [...] 
Um final é sempre um início e um início é realmente um final” (FIELD, 2001) 
 
 
¾ Aberturas 
 
 Com o início determinado, você deverá partir para a produção da abertura, incluindo 
cenas e diálogos. Essa abertura irá depender do público que se pretende atingir, para isso, 
utilize as características do gênero cinematográfico relacionado ao seu vídeo. Como cada 
 Laboratório de Comunicação - 10 
gênero possui características próprias, cada qual traz para o início cenas relacionadas ao que é 
mais importante e que chame a atenção do espectador. 
 
ATENÇÃO 
 
“Uma abertura pode ser visualmente ativa e excitante, capturando o público imediatamente. 
Outro tipo de abertura é expositório, de andamento lento no estabelecimento de 
personagens e situação” (FIELD, 2001, p.56). 
 
 
 Escolher como dar início à trajetória que será traçada no seu roteiro não é tudo. Além 
de cativar o espectador, ela deve apresentar a história. A parte inicial é só o princípio. Como 
visto anteriormente, é necessário mostrar o enredologo no início do filme (Ato I). Por esse 
motivo, em uma abertura não pode faltar: 
ƒ Quem é o seu personagem principal 
ƒ Qual é a premissa / qual é a história 
ƒ Quais as circunstâncias dramáticas em torno da história (que rodeiam o filme) 
 
ƒ ROTEIROS X JORNALISMO E PROPAGANDA 
 
 Todo o material conceitual visto até aqui é voltado para a produção de roteiro ficcionais, 
com uma pequena passagem por documentários. No entanto, é possível fazer um comparativo 
entre esse tipo de produção e o que se faz em comerciais e telejornalismo. 
 Antes, vamos entender o que é comercial –ainda não conceituado. 
 
 
Comerciais: “conjunto das mensagens de propaganda na programação de rádio ou televisão. 
Diz-se de cada intervalo, entre dois programas, dedicado principalmente à veiculação de 
anúncios publicitários” 
Anúncios: “menção ou aparição de um produto, serviço ou marca, no contexto de um filme 
cinematográfico ou de um programa de televisão, de forma não-ostensiva e aparentemente 
casual, com propósitos de propaganda não declarados” [Merchandising]. 
(BARBOSA, RABAÇA, 2001). 
 
 
 Já vimos o que é documentário e, agora, o que são comerciais. Agora, pense em todos 
os vídeos que você já viu – ficcionais, documentários e comerciais –, o que eles têm em 
comum? 
 
ƒ Apresentação de algo 
ƒ Personagem 
ƒ Objetivo 
 
 Mas como assim? Vamos lá. 
 Nas matérias jornalísticas se apresentação um fato, um acontecimento, por meio de 
entrevistas e histórias de pessoas (personagens). O objetivo desses vídeos é informar, tornar 
algum acontecimento de conhecimento da população. 
 Já nos comerciais, a apresentação fica por conta de mostrar as características de um 
produto/serviço, para que ele serve. O personagem pode ser o próprio produto (personagem 
ficcional) ou alguém falando sobre/utilizando/precisando dele. Os objetivos dos comerciais 
 Laboratório de Comunicação - 11 
 Laboratório de Comunicação - 12 
podem ser diversos, como introduzir um novo produto no mercado, manter credibilidade, 
vender ou mostrar os diferenciais. 
 Pronto! Se utilizarmos o estudado até aqui para desenvolver roteiros de vídeos diversos, 
com alguma criatividade, será possível alcançar o mínimo de satisfação do espectador. 
 
 
ƒ BIBLIOGRAFIA 
 
BARBOSA, Gustavo, e RABAÇA, Carlos Alberto. Dicionário de Comunicação. 2.ed. ver. e 
atualizada. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 – 3ª Reimpressão. 
 
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MOSS, Hugo. Como formatar o seu roteiro: um pequeno guia de master scenes / Hugo 
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SODRÉ, Muniz. A comunicação do grotesco. Um ensaio sobre a cultura de massa no Brasil. 
Petrópolis: Editora Vozes, 1972.

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