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Direito Administrativo - 6º sem

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Direito Administrativo I – 2º semestre - 3FDTN
LICITAÇÃO
 	Trata – se de um procedimento administrativo que funciona como uma espécie de competição, onde os participantes irão disputar a celebração de um contrato com a administração pública. 
 	Salienta – se que a própria administração deve favorecer a competitividade entre os interessados, para que de tal licitação surja o melhor contrato, que atenda as solicitações do interesse público, em termos de preço, qualidade e técnica. 
 	Sendo assim, é uma competição em que vários sujeitos – os licitantes – disputam a celebração de um contrato com a Administração, de modo que esta fixará as regras do certame e critérios para escolha da melhor proposta. 
→ Características típicas da Licitação: 
Formalismo: A licitação possui regulamentação legal na Lei 8.666/93 (Lei das Licitações) e Lei 10.520/02 (Lei do Pregão), entre outras, de modo que, como a administração atua como uma espécie de juiz nessa competição, é pautado a ela o cumprimento criterioso das referidas leis, bem como, todos os participantes têm direito de exigir que os demais cumpram estritamente as regras da competição. 
Prévio: Trata – se de procedimento prévio, pois ao término de seu processo ocorre a conclusão e celebração de um contrato, porém o edital da licitação em si atua como procedimento para chegar a um fim. 
Necessário: A própria Constituição Federal obriga a realização da licitação antes de qualquer contratação, ressalvadas as exceções legais de dispensa ou inexigibilidade (art. 37, XXI). 
 	A obrigatoriedade de licitar se aplica a todas as entidades da Administração Direta e Indireta e também as entidades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público – visando aqui incluir as chamadas “subsidiárias” – ou seja, entidades criadas pelos entes da Administração Indireta (p. ex. a Petrobrás Distribuidora é uma subsidiária da Petrobrás, empresa pública federal).
→ Objetivos da licitação:
Dois objetivos básicos são alcançados por meio da licitação: 
Dar igual oportunidade a todos os que queiram negociar com a Administração – o que prestigia o princípio da isonomia e da impessoalidade.
Escolher a proposta mais vantajosa para a Administração, considerando aquela que atenda melhor o interesse público, não sendo analisado exclusivamente o preço (mesmo este sendo o critério mais utilizado), mas também averigua – se o critério da qualidade técnica (de uso um pouco mais restrito a ocasiões especificas), não impedindo que ambos os critérios sejam utilizados, considerando que alguns produtos devem ser caracterizados pela técnica, e posteriormente, analisados no quesito de preço – prestigia o princípio da indisponibilidade do interesse público. 
→ Princípios da licitação/administração pública:
 	A licitação deve obedecer aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo (art. 3º da Lei 8.666/93).
→ Princípios especificos da licitação:
Princípio da vinculação ao instrumento convocatório/Principio da vinculação do edital: É através de um instrumento conhecido como Edital de licitação, que a Administração estabelece as regras dessa competição, estipulando o objeto do contrato que deve ser coletado e suas qualificações (mais exatas possíveis). 
Os licitantes e a própria Administração são obrigados a respeitar essas regras, que não devem ser modificadas durante o percurso da licitação, pois caso isso ocorra, inicia – se novamente a contagem de prazo para o término do processo licitatório. 
 	Costuma - se dizer que “o Edital é a lei da licitação”. 
Princípio do julgamento objetivo: decorrente do princípio da impessoalidade, ele serve para dar efetiva igualdade aos licitantes, impedindo o uso de critérios pessoais (simpatia, interesse, etc.). 
Por essa razão, a lei limita os tipos de critério de julgamento que podem ser utilizados em uma licitação. 
Princípio da adjudicação compulsória/ atribuição compulsória: Esse princípio diz que a Administração não pode celebrar o contrato sem observar a lista de classificação, bem como não pode celebrá-lo com terceiros que não participaram da licitação, ou seja, ao término do processo licitatório será originado um vencedor, e a Administração deve contratá-lo para constituir contrato. 
Obs.: A Administração pública pode desistir de realizar a licitação, desde que, referida desistência seja embasada em motivo justificado, acarretando a revogação do processo licitatório. 
 
→ Dispensa e inexigibilidade de licitação (Exceções que não necessitam de processo licitatório). 
 	Embora a regra seja a obrigatoriedade de se realizar o procedimento licitatório, existem situações em que ela deixa de ser realizada. São as chamadas hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de licitação previstas na Lei 8.666/93. 
Dispensa de licitação: Se dá quando a lei reconhece que, em determinada situação de fato, a realização da licitação é contrária ao interesse público.
Dessa forma, é possível se fazer a licitação, porém não é conveniente, sendo mais interessante realizar uma contratação comum dentro dos parâmetros estipulados.
Os casos de dispensa são taxativos (numerus clausus), pois a lei enumera determinadas hipóteses de aplicação estrita, não cabendo interpretação do profissional em questão. Tais situações constam nos seguintes artigos: 
Art. 17 – se refere aos contratos em que a Administração busca alienar ou ceder o uso de seus bens. 
Art. 24, incisos I a XXX – aplicam-se aos demais contratos celebrados pela Administração, em geral, quando a Administração está adquirindo algum bem ou serviço. 
 	As situações mais comuns referidas pela lei dizem respeito ao baixo valor da contratação (incisos I e II), situações de guerra ou grave perturbação da ordem (III), emergência ou calamidade pública (IV) e situação da licitação deserta, ou seja, em que não houve o comparecimento de interessados e que haverá prejuízo em repeti-la.
Exemplos: 
- Contrato de alienação
- Condomínio para pessoas com baixa renda.
- Terras devolutas como legitimação de posse, 
- Contratação de pequeno valor,
- Casos de energia ou calamidade pública (enchente, etc).
Inexigibilidade de licitação: Existe a inviabilidade de competição. São situações em que a lei reconhece a impossibilidade de realizar a licitação, seja porque o objeto de que a Administração precisa é único e singular, ou porque somente um individuo pode fornecedor esse objeto; por exemplo, serviços realizados por profissionais de notória especialização, contratação de artista consagrado pela critica, etc.
Esses casos estão previstos no art. 25 da Lei de Licitações: 
Aquisição de bens que somente possam ser disponibilizados à Administração por um fornecedor exclusivo (inciso I); sendo que a lei estabelece como será feita a prova dessa exclusividade. 
Contratação de serviços técnicos de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização (inciso II); sendo que a lei abre exceção aos serviços de publicidade e divulgação, cuja licitação é obrigatória. 
Contratação de artista consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública (inciso III). 
 	Essa relação é meramente exemplificativa (numerus apertus), ou seja, tratam – se apenas de exemplos. Em qualquer situação em que houver inviabilidade da licitação, pela impossibilidade de se realizar a competição, poderá ser invocado o art. 25. 
→ Critérios de julgamento (tipos de licitação): Para atender ao princípio do julgamento objetivo, a lei preestabeleceu os critérios que podem ser utilizados para o julgamento da licitação, isto é, para a escolha do vencedor da competição, em seu art. 45:
 	É importante observar que esses critérios são mutuamente excludentes. Ou seja, não pode haver a combinação deles. A Administração deve escolher apenas um critério para aquela licitação e manter-se fiel ao critério escolhido.Critério de menor preço: tem por base a proposta comercial mais econômica para a Administração, ou seja, ganha a licitação quem fizer o menor preço (é o critério mais utilizado).
Critério de melhor técnica: Ao usar desse critério, a Administração fará duas listas de classificação: uma lista baseada no menor preço e outra baseada na melhor técnica. A seguir, perguntará àquele que ofereceu a melhor técnica se ele concorda com o menor preço praticado. Se ele recusar, será perguntado ao segundo classificado no aspecto técnico e assim por diante, de modo que, esse critério nunca é utilizado, porque acaba chegando sendo ao menor preço e não a melhor técnica. 
Critério de técnica e preço: a Administração fixará, no Edital, uma pontuação referente à técnica e uma pontuação referente à proposta econômica. Ganhará a licitação aquele licitante que tiver a melhor pontuação, dentro dos critérios estabelecidos no Edital, ou seja, discricionariamente é dimensionada a importância de ambos os critérios, como por exemplo, 80% de importância em técnica e 20% de importância em preço para serviços de construção de usinas nucleares. 
Critério de maior lance ou oferta: Esse critério, como a própria lei já diz, se aplica aos casos em que a Administração está alienando algum bem. Não há outro critério possível nesses casos que o de melhor preço oferecido pelo licitante comprador. 
→ Modalidades de licitação: Modalidades são os diversos modelos de procedimentos, adequados às características do objeto a ser licitado. As leis previstas na Lei 8.666/93 (art.22)
 	Para escolha das modalidades, é necessário seguir o que dispõe a Lei de Licitações, tendo em vista o objeto a ser licitado (alienações ou aquisições) e o valor do contrato.
Para se adquirir um bem, contratar um serviço, realizar uma obra ou uma reforma a escolha da modalidade é baseada no valor da contratação.
 	É importante observar que quanto mais alto o valor da contratação, mais exigente e complexo será o procedimento e maior estímulo haverá à competitividade. Essa observação é importante, pois o administrador não pode burlar as modalidades previstas em lei. Por exemplo: se a contratação for de uma obra de valor acima de um milhão e meio, a Administração deve promover a concorrência. Se escolher a tomada de preços ou o convite, a licitação será viciada, sujeita a anulação.
Importante: No caso dos bens imóveis, a regra geral é a concorrência e não o valor da contratação, sendo a exceção aqueles bens imóveis que são adquiridos geralmente no pagamento de dívidas, em que há o interesse em converter rapidamente o imóvel em dinheiro. 
Modalidades comuns: 
Em relação às aquisições:
Convite:
- Para compras e serviços: até R$ 80.000,00 
- Para obras e serviços de engenharia: até R$ 150.000,00 
Tomada de Preços:
- Para compras e serviços: até R$ 650.000,00 
- Para obras e serviços de engenharia: até R$ 1.500.000,00 
Concorrência:
- Para compras e serviços: acima de R$ 650.000,00 
- Para obras e serviços de engenharia: acima de R$ 1.500.000,00 
Em relação às alienações:
Concorrência:
- Bens imóveis: é a regra geral 
- Bens móveis: para o bem ou lote que superar R$ 650.000,00 
Leilão:
- Bens imóveis: apenas os adquiridos em procedimento judicial ou dados em pagamento 
- Bens móveis: para o bem ou lote de valor inferior a R$ 650.000,00 
Modalidades especificas:
Concurso: para escolha ou premiação de trabalho técnico, artístico ou científico; não gera necessariamente uma contratação e é pouco utilizado devido suas características serem subjetivas.
Pregão: É a modalidade indicada para aquisição de bens e serviços considerados comuns, ou seja, “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidades possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especificações usuais no mercado” (padronização no mercado), sendo a modalidade mais utilizada (criada e regulada por lei especial - Lei 10.520/2002). 
 	Veja que não importa o valor da contratação: sendo considerado comum o objeto sempre se poderá utilizar o pregão – que, aliás, vem se tornando a modalidade mais utilizada atualmente. 
 	Salienta – se que a condução do pregão é por um pregoeiro e não por comissão de licitação. Ocorre a inversão de fases, sendo que, primeiramente ocorre o julgamento da licitação, e posteriormente a habilitação, onde verifica – se a documentação apenas do primeiro colocado. 
Ademais, o julgamento do pregão se desdobra em duas etapas, sendo a primeira a entrega das propostas escritas; e a segunda a realização de lances verbais. Na primeira fase do julgamento, são abertos os envelopes e promovida à classificação das propostas, como acontece nas outras modalidades. Porém, uma vez feita essa classificação, os melhores classificados são chamados a dar lances verbais, de maneira que o vencedor seja aquele que oferecer o menor preço. 
São chamados para essa etapa dos lances todos os licitantes classificados que tiverem oferecido em suas propostas escritas preços até 10% maiores do que a melhor proposta apresentada.
 	O ponto fraco se dá na contratação de serviços, de modo que, o preço costuma ser muito baixo para que o licitante possa sonegar impostos, essencialmente no sentido de não destinar as verbas trabalhistas. 
Fases da licitação:
 	O procedimento licitatório se compõe de diversas fases. Antes de iniciado o procedimento licitatório propriamente dito, a Administração adota uma série de procedimentos preparatórios, que são referidos geralmente como a fase interna da licitação. 
 	Ultrapassada essa fase interna, o procedimento licitatório, propriamente dito, se inicia, percorrendo as seguintes fases: 
1º. Edital:
 	Chama-se edital o instrumento pelo qual a Administração fixa as regras e dá início à competição, ou seja, primeiramente divulga – se a abertura de processo licitatório, depois fixa – se os requisitos de participação, define o objeto e as condições básicas do contrato e convida os interessados a apresentar propostas.
 
→ O edital precisar ser claro, completo, objetivo e publicado de forma resumida. 
Caso haja algum vício do edital o mesmo poderá ser impugnado pelo interessado em participar ou por qualquer cidadão, e se diante disso, houver necessidade de modificação das exigências originalmente previstas, deverá haver nova divulgação do instrumento convocatório e reabertura dos prazos para os licitantes.
2º. Habilitação:
 	A fase da habilitação também é chamada fase subjetiva, e é onde ocorre o exame do sujeito licitante, suas qualificações, documentação necessária publicada em edital, etc. 
A documentação necessária é referente a:
Habilitação jurídica 
Qualificação técnica 
Qualificação econômico-financeira 
Regularidade fiscal 
Se o licitante não tiver cumprido as exigências para habilitação, ele será inabilitado e não participará das fases seguintes da licitação. O licitante poderá recorrer da decisão que o inabilitou e somente após a decisão desse recurso é que a licitação poderá prosseguir (a Administração poderá fixar prazo para nova apresentação de documentos, para assim economizar tempo e trabalho, evitando reiniciar o procedimento).
→ A fase da habilitação não é obrigatória em todas as licitações.
3º. Julgamento:
 	É nessa fase que se faz a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, dentre as apresentadas pelos licitantes em envelopes lacrados, por ocasião da abertura da sessão da licitação. Há dois tipos de proposta que podem ser analisadas nesta fase: 
Proposta comercial – na qual o licitante indicará o preço pelo qual pretende oferecer o bem ou serviço a ser adquirido. 
Proposta técnica – na qual serão detalhadas as características técnicas do produto ou serviço oferecido pelo licitante (aplicável somente nas licitações do tipo melhor técnica e do tipo técnica e preço) 
→ As propostas devem ser sérias, firmes, concretas e ajustadas ao edital, ou seja, refere – se a propostas com preço absurdamente mais baixo queo padrão, etc. Caso não sigam tais qualidades, serão desclassificadas pela autoridade ou comissão de licitação.
 	Na fase do julgamento, caberá recurso por quem se sentir prejudicado pela decisão tomada pelos responsáveis pela condução da licitação. 
 	É importante ressaltar que o licitante ficará vinculado à sua proposta pelo prazo máximo de 60 dias contados da entrega dos envelopes ou da realização dos lances, se o edital não fixar prazo menor.
 
4º. Homologação:
 	A homologação é a fase em que a comissão ou o agente que conduziu o procedimento da licitação, apresenta à autoridade superior o resultado desse procedimento. Esta verificará a regularidade do procedimento, podendo anulá-lo caso encontre algum vício ou homologá-lo, caso esteja regular.
Obs.: a anulação não gera direito à indenização para os licitantes – a não ser que ela ocorra num momento posterior, em que o vencedor já esteja executando o contrato e não tenha sido responsável pelo vício. Nessa circunstância, ele terá direito a ser ressarcido dos prejuízos decorrentes da rescisão contratual.
5º. Adjudicação 
A adjudicação é a decisão da autoridade superior pela qual ela atribuiu o objeto da licitação ao licitante vencedor. A ele fica garantida a preferência absoluta para firmar o contrato disputado na licitação ou seja, é o ato final do procedimento licitatório.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
 	Contrato administrativo é o ajuste entre a Administração Pública e o particular, dotado de cláusulas que estabelecem prerrogativas à Administração, que poderá, nos termos da lei, alterar unilateralmente a vigência e a prestação do objeto contratual, garantidos os direitos patrimoniais do contratado. 
Obs.: Cabe esclarecer que nem todo contrato feito pela Administração é considerado contrato administrativo, pois há contratos que são regidos predominantemente pelas normas do direito comum, por exemplo, os contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário.
São características do típico contrato administrativo: 
Uma das partes contratantes é a Administração Pública 
O regime jurídico é de direito público, com prerrogativas especiais para a Administração (cláusulas exorbitantes). Ao contratante particular é garantido o equilíbrio econômico-financeiro do contrato 
Cláusulas exorbitantes: São cláusulas do contrato administrativo que dão à Administração poderes especiais de controle sobre a execução contratual, podendo inclusive modificar unilateralmente o contrato. 
→ Tais cláusulas em contratos de natureza privada seriam consideradas nulas (cláusulas leoninas). Nos contratos administrativos, em vista da supremacia do interesse público, elas são válidas, nos limites estabelecidos pela lei (art. 58 da Lei 8.666/93): 
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. 
Uma cláusula exorbitante também constante da lei (art. 78) é a obrigação do contratado de tolerar a mora da Administração por um determinado período – 90 dias de atraso nos pagamentos ou 120 de suspensão da execução contratual [bem diferente do que ocorre na esfera privada, onde vige um princípio chamado de “exceção do contrato não cumprido” (exceptio non adimpleti contractus), pelo qual uma parte não pode exigir a prestação de outra, sem que cumpra a sua parte no contrato]. 
Como contrapartida dessas cláusulas exorbitantes, a Administração deve manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, visto que, ao apresentar sua proposta, o contratado tinha uma determinada expectativa econômica relativa à contratação. (Vide art. 58, §§ 1º e 2º) 
Constituição do vínculo contratual
Convocação do interessado: O vencedor da licitação é convocado para assinar o instrumento contratual, pelo prazo fixado no edital, que pode ser prorrogado pela Administração. Se não comparecer ou recusar-se a assinar o contrato, ele decai, isto é, perde o direito de celebrar o contrato com a Administração e sofrerá as sanções previstas no edital e na lei, como a aplicação de multa e de suspensão da participação em outras licitações.
→ Nessa hipótese, a Administração pode chamar os demais colocados, conforme a ordem de classificação, oferecendo a eles o contrato nas mesmas condições econômicas do contrato que seria firmado com o primeiro colocado (evidentemente, os demais classificados não são obrigados a aceitar essas condições, que não foram objeto de suas propostas).
 
Obs.: Observação importante: no caso do pregão, a lei que rege essa modalidade (Lei 10.520/2002) permite que, em caso de desistência ou não assinatura do contrato, sejam convocados os demais classificados, na ordem de classificação, para contratar nos termos de suas respectivas propostas. Nesse caso, deve-se considerar que eles estarão obrigados a contratar, visto que foi mantida a oferta que fizeram por ocasião da licitação. 
Formalização do vínculo contratual: Os contratos administrativos devem ser feitos pela forma escrita, que é a que oferece maior segurança para as partes e transparência para fins de controle da Administração. A única exceção são as compras de pequeno valor e de pronta entrega, que podem ser feitas de forma verbal. No caso das contratações de valor mais elevado é obrigatório um termo de contrato, isto é, um instrumento que reproduza todas as exigências que constaram do edital de licitação. Nas contratações de menor valor e na compra de bens com entrega imediata que não gere obrigações de garantia e assistência técnica, a lei permite a substituição por outras documentações escritas.
Seja qual for a forma do contrato, se ele foi precedido de uma licitação, o seu conteúdo está duplamente vinculado: 
Vinculado ao edital da licitação 
Vinculado à proposta oferecida pela licitante-vencedor 
Se não houver respeito às regras do edital e aos termos da proposta, por ocasião da formalização do contrato, isso levará à nulidade do mesmo. 
 	A lei também obriga a Administração a publicar de forma resumida o contrato e seus posteriores aditamentos, devendo tal publicação ser providenciada até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, sendo que essa medida é condição necessária para a eficácia da contratação. 
Alteração unilateral dos contratos administrativos
 	A mutabilidade das cláusulas do contrato administrativo é um dos aspectos mais típicos dessa figura e decorre da supremacia do interesse público. O contratado é obrigado a aceitar essas alterações, nos termos do que dispõe a lei. 
→ Há dois tipos de modificação, a qualitativa e a quantitativa:
Revisão do equilíbrio econômico-financeiro do contrato
 	A Lei 8.666/93 estabelece também situações em que é possível a alteração bilateral do contrato administrativo, em seu art. 65, inciso II. Dentre essas possibilidades, nos interessa especialmente a constante da alínea “d”:
 	Essa é a chamada revisão da equação econômico-financeira ou revisão do equilíbrio econômico-financeiro, direito que diminui consideravelmente os riscos que o contratado sofre na execução contratual. Trata-se, portanto de direito do contratado, que se não reconhecido pela Administração pode ser objeto de pleito judicial. 
Hipóteses que tornam necessária a revisão do equilibro econômico-financeiro do contrato:
Alteração unilateral do contrato:a alteração quantitativa ou qualitativa que gere maiores encargos ao contratado obriga, obviamente, à revisão do valor a ser pago a ele; 
Fato do príncipe: situação em que a atuação da Administração fora da relação contratual acaba por interferir na economia do contrato. Por exemplo, quando a Administração proíbe a importação de insumo necessário à execução contratual, obrigando o contratado a buscar um produto mais caro que o substitua.
→ Teoria da imprevisão: “são fatos imprevisíveis ou, embora previsíveis, porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado” (art. 65, II, “d” da Lei 8.666/93). Entre esses, estão: 
A força maior e o caso fortuito, definidos como fatos necessários, cujos efeitos não é possível evitar ou impedir (art. 393 do Código Civil). Ex.: uma enchente que inunde o local onde está sendo realizada uma obra pelo contratado. 
A álea econômica extraordinária, que é o fato de natureza econômica igualmente imprevisível e grave, que foge do risco ordinário, a que todo o empresário está sujeito. Ex.: uma crise financeira que mude sensivelmente o câmbio internacional, afetando os insumos importados necessários para execução do contrato. 
As sujeições imprevistas, que são obstáculos que não eram previstos e que são contornáveis, mas que geram maior custo para a execução do contrato. Ex: a existência de rocha não prospectada por ocasião da construção de um túnel. 
Cabe observar a revisão do equilíbrio econômico-financeiro não é o mesmo que reajuste periódico dos valores contratuais por índices de atualização monetária, geralmente estabelecidos no próprio contrato e que não dependem de alteração contratual, sendo automaticamente aplicados pela Administração na chamada “data-base” do contrato.
Rescisão do contrato administrativo
 	Segundo a Lei de Licitações (art. 79), a rescisão pode ser unilateral, amigável ou judicial. A unilateral é sempre por iniciativa da Administração, pois só ela possui essa prerrogativa (auto-executoriedade). O particular, para liberar-se de suas obrigações contratuais precisa necessariamente ajuizar uma ação para esse fim. 
As causas de rescisão, previstas no art. 78, podem ser assim classificadas: 
Causas atribuíveis ao contratado (Nessas situações, a Administração está autorizada a rescindir unilateralmente o contrato e aplicar sanções contra o contratado):
Não cumprimento ou o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos; Atraso ou paralisação sem justa causa da obra, serviço ou fornecimento; 
A decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; 
A dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; 
A transferência do contrato ou subcontratação irregular, bem como a alteração societária vedada no contrato ou que possa prejudicar a execução contratual. 
Causas atribuíveis à Administração: 
Razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante;
Supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido na Lei de Licitações; 
Suspensão da execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra; 
Atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração ao contratado, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra 
Não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais; 
Todas decorrem da decisão ou da omissão da Administração e, em todas elas, o contratado é inocente e geralmente prejudicado pela atitude da contratante.
Causas alheias às partes:
Ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. 
Podemos observar que, tanto nas situações causadas pela Administração, quanto nas decorrentes de eventos alheios às partes – o caso fortuito e a coisa maior – o contratado está inocente, isto é, ele não teve culpa na rescisão desse contrato. 
Por essa razão, a lei estabelece direitos para o contratado, quando a rescisão não se deve à sua atitude: 
Ressarcimento dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido 
Devolução de garantia; 
Pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; 
Pagamento do custo da desmobilização. 
Anulação do contrato
 	A anulação é a sua extinção em decorrência de um vício insanável na sua formação – p. ex., por alguma irregularidade ocorrida na licitação. Ela pode se dar por decisão da Administração ou por decisão judicial. Ao contrário da rescisão, a anulação opera retroativamente, desconstituindo os efeitos jurídicos que o contrato já produziu (art. 59 da Lei 8.666/93). O contratado que de boa fé, assinou o contrato e já cumpriu suas obrigações contratuais é protegido: ele tem direito a ser indenizado por tudo o que ele executou até a data da anulação, além de outros prejuízos que ele venha a comprovar em decorrência da situação.
BENS PÚBLICOS
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. (diferente dos bens condizentes aos particulares, com regras especificas).
Portanto, somente são enquadráveis na categoria de bens públicos, os que pertencerem às pessoas jurídicas de direito público interno, que são, conforme art. 41 do referido Código: 
União. 
Estados, o Distrito Federal e os Territórios. 
Municípios.
Autarquias, inclusive as associações públicas. 
Fundações de direito público.
Não são considerados bens públicos, portanto, os bens: 
Entidades estatais que tem personalidade jurídica de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações de direito privado). 
Pessoas jurídicas de direito público externo (os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público). 
Classificação conforme a destinação
A classificação mais importante dos bens públicos é estabelecida por lei e diz respeito a sua destinação. O art. 99 do Código Civil classifica-os em: 
Bens de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. Caracterizam-se pelo uso incondicionado (utilizado livremente pela população) e igualitário. Em geral, são fruídos de forma gratuita pela população, embora haja possibilidade de cobrança (p. ex., pedágio). 
Bens de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados ao serviço da Administração. Embora tenham uma utilização de natureza pública, a fruição desses bens pela população se dá de forma restrita ou indireta. Assim, as escolas públicas são utilizáveis pelos alunos nela matriculados, os hospitais pelos doentes neles internados, etc. Há hipóteses em que somente o pessoal credenciado pela Administração possa utilizar o bem, por razões de segurança e conveniência do serviço nele desenvolvido. 
Bens dominicais ou dominiais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Ou seja, são bens que embora pertençam às pessoas de direito público interno, não são por ela empregados para suas atividades típicas (desafetados), sendo utilizados apenas para fins econômicos, como faria um particular. Ex: imóveis desocupados e sem destinação pública declarada; bens móveis declarados inservíveis; ações de empresas privadas, etc.
Disponibilidade e afetação dos bens públicos
 	O regime jurídico dos bens públicos impõe restrições à sua alienação, o que é consequência do princípio da indisponibilidade do interesse público. 
 	Assim, os bens públicos podem ser classificados em duas categorias básicas, no que diz respeitoà sua disponibilidade: 
Bens indisponíveis: são aqueles que, em razão de sua própria natureza (como os mares, rios, estradas) ou por estarem afetados, isto é, destinados ao uso comum do povo ou ao uso especial da Administração, se encontram fora do comércio jurídico de direito privado. 
Bens disponíveis são os bens dominicais, que não estão sujeitos a uma utilização de natureza pública. Assim, podem ser alienados da mesma forma que um particular pode dispor de seus bens. 
→ O bem precisa ser desafetado para se tornar disponível para comercialização. 
 	Portanto, os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial são indisponíveis, até que sofram o processo denominado desafetação, que é a manifestação da Administração, pela qual o bem deixa de ser destinado a uma utilização de natureza pública, passando a ser enquadrado na categoria dos bens dominiais. Assim, um ato administrativo que declare que determinado edifício deixará de sediar uma repartição publica desafetou o bem, transformando-o em dominical e abrindo a possibilidade de sua alienação. Há controvérsia sobre a possibilidade de tal manifestação se dar de forma tácita, sendo que a maioria dos autores entende necessária a manifestação expressa da Administração, utilizando-se da mesma forma pela qual o bem foi afetado (princípio do paralelismo das formas). 
Regime jurídico dos bens públicos
Em razão de sua natureza pública, incidem prerrogativas e restrições típicas do regime jurídico-administrativo sobre tais bens. Podemos alinhar os principais traços desse regime: 
Inalienabilidade relativa: conforme já vimos, há uma classe de bens que não estão sujeitos ao comércio jurídico de direito privado, já referidos como bens indisponíveis. Porém, caso não haja impedimentos decorrentes da própria natureza do bem ou de seu regime legal, é possível realizar a desafetação do bem de uso comum ou de uso especial, possibilitando assim a sua alienação. Para que possa ser alienado, porém, devem ser submetidos ao procedimento que tem os seguintes passos: 
1º - Desafetação
2º - Autorização legislativa (caso se trate de bem imóvel dos Estados, do Distrito Federal e do Município. No caso de bem imóvel da União, trata-se de autorização presidencial). 
3º - Avaliação prévia (para verificar-se o valor de mercado do bem.)
4º - Licitação (na modalidade concorrência ou pregão).
Impenhorabilidade: as dívidas dos entes que tenham personalidade de direito público não são executáveis mediante constrição judicial de seus bens. O art. 100 da Constituição Federal estabelece para isso o regime de precatórios para tal fim. Portanto, os bens públicos não podem ser penhorados para satisfação de dívidas e, pela mesma razão, não podem ser dados em garantia.
Impossibilidade de oneração: Significa gravar o bem com um ônus, ou seja, dar o bem como garantia de divida, porém, por serem impenhoráveis, não podem sofrer referida oneração. 
Imprescritibilidade: os imóveis públicos não estão sujeitos a usucapião, vedação expressamente fixada na Constituição Federal (art. 183, § 3º e 191, parágrafo único). 
Utilização do bem público por particulares
 	Os bens públicos são utilizados pelos particulares de forma regular, conforme sua destinação natural ou legal. É o que se chama uso normal ou ordinário desses bens. Porém, pode haver situações em que o particular detenha poderes ou faculdades especiais de utilização de um bem público: é o que se chama de uso anormal ou extraordinário do bem público, admissível, desde que compatível com o interesse público e com as regras aplicáveis ao bem. Essa utilização excepcional pode se dar a título gratuito ou oneroso, de acordo com a maior ou menor intensidade do interesse público envolvido na situação. 
Principais instrumentos jurídicos utilizados na utilização extraordinária de bens públicos: 
Autorização de uso de bem público: é o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração consente, de forma precária (qualquer momento pode acabar) e episódica (não contínua), com o uso do bem de forma mais intensa pelo interessado. Ex.: a autorização concedida a uma associação esportiva para realizar uma prova ciclística em via pública. 
Permissão de uso de bem público: é ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração consente de forma precária (qualquer momento pode acabar), porém com maior permanência (uso contínuo), a utilização de um bem público pelo particular. Ex.: a permissão para instalação de bancas de jornais em logradouros públicos. 
Concessão de exploração ou de uso de bem público: é contrato administrativo pelo qual a Administração concede ao particular, por prazo certo (ou seja, em tese a administração pública pode até revogar, mas terá que arcar com indenização) a exploração ou a utilização privativa de bem público de maneira conforme a sua destinação. A natureza contratual dá ao particular maiores garantias de permanência nessa situação jurídica, sendo que a rescisão pode gerar direito à indenização pelo particular. Ex.: exploração de lavra mineral (concessão de exploração de bem público); concessão de área comercial em aeroportos, concessão de estádios públicos (concessão de uso de bem público). 
Concessão de direito real de uso de bem público: é a atribuição de um direito real, de natureza resolúvel, ao particular, sobre um bem dominical. (Decreto-lei nº 271/67). Somente pode ser utilizado para fins estabelecidos pela legislação regente: regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. 
Concessão de uso especial: instrumento estabelecido pela Medida Provisória nº 2.220/2001 (ainda vigente por força da EC 32/2001), garantindo a posse de imóvel público urbano de metragem igual ou inferior a 250 m2 a quem, até a data de 30 de junho de 2001, possuiu tal imóvel como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. Como se vê, trata-se da transposição dos requisitos da usucapião especial urbano previsto na Constituição Federal (art. 183), aplicados aos possuidores de imóveis públicos. 
Aforamento ou enfiteuse: é o regime pelo qual o proprietário (chamado senhorio direto) transfere a alguém o domínio útil do bem (o chamado enfiteuta ou foreiro), que possui obrigação de pagar uma taxa anual (o foro) e uma participação em eventual transferência dos poderes que possui sobre o imóvel (chamada de laudêmio). É instituto que já está caindo em desuso, embora ainda persista na legislação administrativa federal, incidindo especialmente sobre os chamados terrenos de marinha. 
Categorias de bens públicos
 	Algumas categorias de bens públicos merecem menção:
Terras devolutas: o regime de propriedade da terra no Brasil independente tem sua origem na chamada Lei de Terras (Lei 601/1850), que buscou discriminar os bens já de posse do Estado e os bens legitimamente possuídos por particulares, das terras vagas, abandonadas ou não utilizadas por quem quer que fosse. Essas são as terras devolutas, que ao longo de décadas foram sendo ocupadas de forma irregular, dando ensejo a conflitos fundiários. Ao Poder Público compete identificá-las por meio de ação discriminatória, promover a regularização fundiária e, no caso das terras necessárias à proteção dos ecossistemas naturais, indisponíveis por mandamento constitucional (art. 225, § 5º) dar-lhes destinação compatível com essa proteção. 
Terrenos de marinha: (medida que estabelece uma faixa no litoral) são as áreas compreendidas em uma linha baseada em medida geográfica (linha do preamar médio de 1831, contados horizontalmente para o interior das terras banhadas pelo mar ou pelos rios e lagos que sofram influência das marés). Pertencem ao domíniopúblico por disposições que remontam ao Brasil-Colônia e sua origem decorre da necessidade de defesa das áreas costeiras. Muitas dessas áreas são hoje de posse de particulares, mediante o instituto do aforamento, já explicado. Agregam-se aos terrenos de marinha os chamados terrenos agregados, ou seja, aqueles que se tiverem formado, de forma natural ou artificialmente (aterros) para o lado do mar ou dos rios e lagos, em seguimento aos terrenos de marinha. 
Terras indígenas: segundo a Constituição Federal, “são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições” (art. 231, § 1º). Embora pertençam à União, a posse é garantida às nações indígenas, que detém o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. São indisponíveis, sendo que o aproveitamento econômico de seus potenciais de energia hidráulica e dos recursos minerais somente pode se dar mediante autorização do Congresso Nacional, garantindo-se às comunidades indígenas a participação no resultado da exploração mineral. 
Plataforma continental: compreende o leito e o subsolo marítimo, em extensão descrita pela Lei nº 8.617/93. São áreas pertencentes à União, que nelas exerce a soberania para aproveitamento dos recursos naturais. 
Zona econômica exclusiva: (Em torno do faixa litorânea, onde o Brasil exploro seus recursos – exploração econômica exclusiva) é uma faixa que se estende do mar territorial, onde a União exerce soberania plena, até duzentas milhas marítimas. Nela, embora se reconheça o direito de livre navegação e sobrevoo, é garantida a exclusividade de gestão e exploração dos recursos naturais bem como de investigação científica e proteção do meio marítimo e instalação de quaisquer estruturas artificiais. 
Faixas de fronteira: é a faixa de cento e cinqüenta quilômetros, ao longo das fronteiras territoriais, compreendendo terras públicas e privadas. Merece menção, pois nessa área os bens estão submetidos a certas limitações quanto à propriedade e utilização, em vista do interesse da segurança nacional. 
AGENTES PÚBLICOS
→ Obs.: Esse conceito é mais amplo do que o servidor público, pois aborda além do público os agentes políticos, os administradores e os particulares. 
Categorias de agentes públicos:
Considera-se que os agentes públicos podem ser diferenciados em três grandes grupos:
Agentes políticos: são aqueles que exercem uma função política, especialmente aqueles que exercem mandato eletivo, tanto no Executivo como no Legislativo. Também são considerados agentes políticos os colaboradores imediatos da Chefia do Executivo: os Ministros e Secretários de Estado. Porém, há autores incluem nessa categoria também os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, que embora não sejam políticos no sentido comum da palavra, exercem poderes de natureza constitucional, com independência funcional – o que, segundo tais autores, seria razão para colocá-los nessa categoria. 
Agentes administrativos: são aqueles que exercem a função administrativa em caráter profissional, ou seja, todos os que têm um vínculo de trabalho com as entidades estatais. Podem ser militares – categoria que tem um tratamento muito específico na Constituição – e servidores públicos - principal espécie a ser estudada, dado o tratamento minucioso que a Constituição dá a esses agentes. 
Particulares em colaboração com a Administração: são particulares que agem por delegação estatal. Exemplos: mesários em eleição, jurados no júri popular, funcionários das concessionárias e permissionárias de serviços públicos, etc. 
Servidores públicos
 	Dentre os agentes administrativos, os servidores públicos são a categoria mais relevante para o Direito Administrativo, pois é composta dos sujeitos que movimentam a máquina administrativa de maneira continuada. 
 	Essa categoria também possui uma subdivisão:
Servidores estatutários: (Vinculo com a administrador de natureza legal_ é o mais típico servidor público, cujo vínculo é regido por normas típicas de direito público – o chamado estatuto. Tal regime, de natureza legal permite que a Administração altere unilateralmente os direitos e deveres relativos ao cargo, desde que respeite os direitos e garantias previstos na Constituição para os servidores – p. ex. a irredutibilidade de seus vencimentos. 
 	Cada ente político – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios – tem competência para legislar sobre seus servidores, editando seus “estatutos”. A Lei 8.112/90 é o estatuto básico dos servidores federais, cuja leitura recomendamos. 
 	O regime estatutário é utilizado nas atividades típicas da Administração e somente pode ser utilizado nas pessoas de direito (Nasce o vinculo entre o servidor e a administração quando o primeiro toma posse do cargo). 
Empregados públicos (celetistas): seu vínculo é de natureza contratual, baseado nas regras da CLT, aproximando-os dos empregados da esfera privada. É o regime mais apropriado para o exercício de funções que não são tipicamente estatais. Para as entidades estatais com personalidade de direito privado é o regime obrigatório. Os celetistas estão vinculados a Regime Geral de Previdência, possuem direito ao FGTS e não fazem jus à estabilidade prevista para os servidores estatutários titulares de cargo efetivo (art. 41 da CF). São celetistas, por exemplo, os empregados da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal, dos Correios, da Sabesp, etc. 
Servidores temporários: (São contratados por tempo determinado para atender uma finalidade pública – dessa forma, depois que acabar o ato, o servidor perde o cargo) admite-se a contratação de servidores temporários para atender a necessidades episódicas, após o que, devem ser desligados da Administração – por exemplo, para realização do censo periódico, para combate de epidemias, etc.. Eles não ocupam cargo público, embora exerçam função pública e seu regime pode ser regulado pela CLT ou por norma especial – na esfera federal, por exemplo, essa contratação é regida pela Lei nº 8.745/93. No Estado de São Paulo, são regulados pela Lei Complementar nº 1.093/2009 (legislação especifica com aplicação subsidiária em estatuto). 
Cargo, emprego e função pública.
	A Constituição Federal diferencia as posições jurídicas que um agente administrativo pode assumir em três espécies:
Cargo público: cargo público é a posição jurídica criada e disciplinada por lei, com denominação própria, fixação de atribuições, direitos e responsabilidades para o seu titular e sujeita a regulação especial pelo direito público (regime estatutário). 
→ Exceção: Se o cargo estiver vago por ser extinto por simples DECRETO, em exceção ao principio que só se extinguiu pelo mesmo jeito que for criado. 
Os cargos podem ser classificados de acordo com a forma de provimento:
Eletivo: é o cargo preenchido por meio do voto dos eleitores. Seus ocupantes possuem um regime jurídico específico, dado pelas normas constitucionais. 
Efetivo: é o tipo de cargo cujo acesso se dá pela via do concurso público e cujo preenchimento se dá em caráter permanente, possibilitando ao ocupante alcançar a estabilidade – instituto que estudaremos a seguir. 
Comissionado ou de livre provimento: é aquele cujo preenchimento se dá pela escolha discricionária da autoridade nomeante – motivo pelo qual também são chamados “cargos de confiança”. São indicados para as atribuições de direção, chefia e assessoramento, sendo que a Constituição determina a existência de percentual mínimo, a ser fixado em lei, para preenchimento por servidores de Carreira. Como regra geral, podem ser exonerados ad nutum, isto é, de forma também discricionária, ressalvadas as situações em que há mandato definido por lei – caso, por exemplo, dosdirigentes das Agências reguladoras federais. 
Vitalício: são cargos que tem uma estabilidade reforçada, visto que seus titulares somente podem ser demitidos em razão de decisão judicial transitada em julgado. Todas as situações de vitaliciedade estão previstas na Constituição: juízes (de qualquer grau), membros do Ministério Público e membros dos Tribunais de Contas são os únicos a gozar dessa garantia especial. 
Emprego público: é a posição jurídica daquele que trabalha para a Administração, sob vínculo de natureza contratual, regulado predominantemente pelas regras aplicáveis aos empregados particulares (CLT). 
Função pública: Indica o exercício de atribuições sem que haja um cargo ou emprego público a ser preenchido. Hoje, essa situação ocorre em duas ocasiões: 
- nas chamadas funções de confiança, que é a atribuição de uma responsabilidade maior a um servidor que já é titular de um cargo efetivo. 
- no exercício de funções pelo servidor temporário, admitido naquelas situações excepcionais que já mencionamos.
Ingresso no serviço público
 	A Constituição Federal também previu a necessidade de abrir exceções a essa regra geral e o fez nas seguintes hipóteses:
Cargos eletivos; 
Cargos de nomeação especial, previstos na CF (como a participação de membros da Advocacia e Ministério Público nos Tribunais e a nomeação dos Ministros dos Tribunais de Contas); 
Cargo em comissão – ressalte-se que a lei pode limitar essa possibilidade, obrigando a escolha dentre servidores de carreira; 
Contratação por tempo determinado para atender a situação temporária de excepcional interesse público – sendo que em situações não emergenciais, devem passar por processo seletivo simplificado (art. 3º da Lei 8.745/93); 
Contratação de agentes comunitários de saúde e de combates a endemias mediante processo seletivo público – art. 198, § 4º da CF, introduzido pela EC 51/2005). 
Concurso público é o procedimento competitivo, com regras pré-estabelecidas e baseadas nos princípios da legalidade, da impessoalidade e da publicidade, destinado a selecionar os candidatos mais aptos a ocupar um cargo efetivo ou um emprego público. A Constituição prevê dois tipos de concursos: 
De provas – em que o candidato passa pelos exames que atestam sua capacidade para o exercício do cargo; 
De provas e títulos – em que, além dos exames, os candidatos comprovam a obtenção de graus acadêmicos e a experiência profissional anterior, sendo que tais itens computam pontos que influem na classificação final do candidato. 
 	Características essenciais:
 Competitividade – todos os candidatos têm direito de exigir observância das regras de participação e seleção. 
 Vinculação ao edital – é o ato administrativo que estabelece as regras da competição, que devem vigorar durante todo o procedimento. 
 Legalidade – as exigências do edital devem estar baseadas na lei e nas necessidades do cargo ou emprego em disputa. 
 Impessoalidade – o concurso não pode ser discriminatório e a forma de avaliação dos candidatos deve ser a mais objetiva possível. 
 Publicidade – todos os atos do concurso devem ser publicados, não havendo a possibilidade de critérios ou exames secretos. 
 Acessibilidade às pessoas com deficiência - a Constituição estabeleceu a reserva de cargos para pessoas portadoras de deficiências (art. 37, VIII), o que, logicamente, implica que haja uma adaptação das exigências do concurso às deficiências apresentadas pelos candidatos, além da estipulação de uma lista de classificação própria para esses cargos reservados. 
 Validade: segundo a Constituição, em seu art. 37, inciso III, “o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período”. 
 Direito à nomeação: tradicionalmente, a doutrina e a jurisprudência afirmavam que os candidatos não tinham direito à nomeação, mas mera expectativa de direito. Os candidatos aprovados teriam tão-somente o direito inquestionável de ver respeitada a sua ordem de classificação durante o prazo de validade do concurso. (art. 37, IV da CF/88). Porém, o abuso na abertura de concursos “caça-níqueis”, com intuito apenas arrecadatório, ocasionou uma mudança na jurisprudência dos Tribunais Superiores. O STF em decisão proferida no RE 598.099/MS passou a adotar o entendimento de que os candidatos aprovados até o número de vagas previstas no edital tem direito subjetivo à nomeação, ressalvadas situações excepcionais, devidamente justificadas. 
Acumulações de cargos, empregos e funções:
 	Como regra geral, a CF/88 proíbe a acumulação remunerada de dois ou mais cargos, empregos ou funções. Porém, há exceções: 
→ art. 37, XVI – permite a acumulação de: 
a) dois cargos de professor; 
b) um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 
→ art. 37, § 10º - regra especial para os aposentados, permite a acumulação dos proventos de um cargo com o exercício de cargo acumulável em atividade, cargo eletivo ou cargo em comissão. 
→ art. 38, III - permite a acumulação de cargo com mandato de vereador. 
 	Em todos esses casos a acumulação somente será regular se houver compatibilidade de horários no exercício dos cargos, empregos ou funções. A proibição de acumulação também se aplica aos aposentados, que somente podem receber mais de uma aposentadoria caso os cargos sejam acumuláveis em atividade (art. 40, § 6º).
Provimento dos cargos públicos
 O provimento de um cargo público é o preenchimento do cargo, com a designação de um titular, pela autoridade competente. Distinguem-se duas formas de provimento:
Provimento originário: é o que vincula de forma inicial o servidor ao cargo a ser ocupado. A forma adotada para o provimento originário é a nomeação. Nos cargos de provimento efetivo, o provimento originário se dá obrigatoriamente pelo concurso público. 
Provimento derivado: se caracteriza por ser decorrente do vínculo já estabelecido pelo provimento originário. As espécies de provimento derivado atualmente admitidas são: 
Promoção – é a passagem do servidor de um cargo para outro superior na mesma carreira. 
Readaptação – é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica e que impeçam o desempenho do cargo que titularizava anteriormente (art. 24 da Lei 8.112/90) 
Reversão – é o retorno do servidor ao cargo que titularizava antes da aposentadoria. Pode ocorrer de forma compulsória (quando cessaram as causas de aposentadoria por invalidez) ou voluntária (conforme requisitos estabelecidos em lei). Uma observação: alguns autores questionam a constitucionalidade da reversão voluntária, embora prevista em estatutos, p. ex. na Lei 8.112/90, art. 25, II. 
 Reintegração – é a reinvestidura do servidor no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens (art. 28 da Lei 8.112/90). 
Recondução – é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado por ele, quando for obrigado a desocupar o cargo atual em razão de inabilitação em estágio probatório ou pela reintegração do anterior ocupante (art. 29 da Lei 8.112/90). 
Aproveitamento – é o provimento de cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com cargo anterior do servidor, quando ele for obrigado a desocupá-lo em razão da extinção ou declaração de desnecessidade do cargo ou pela reintegração de antigo titular (vide art. 41, § 2º e 3º da CF). 
Posse e exercício:
 	A posse é o ato formal de aceitação das atribuições, responsabilidades e direitos do cargo. Em geral, a formalidade da posse se faz pela assinatura de um termo de posse (Só ocorre a investidura com a posse, que é a aceitação). Além disso, há outros procedimentos prévios (requisitos):Inspeção médica para comprovação da aptidão física e mental para o cargo; 
Apresentação da declaração de bens e valores do patrimônio do empossando, para verificação de sua evolução patrimonial em eventual investigação sobre improbidade (enriquecimento) – p.ex. o funcionário que ingressa em um órgão público e é portador de um fusca e 1 ano depois, torna – se portador de uma mercedez; 
Declaração quanto ao exercício de outro cargo, emprego ou função pública, para fins de verificação da regularidade de eventual acumulação (exceto nos casos previstos em lei).
 	O exercício do cargo público é o desempenho efetivo das atividades do cargo. É um fato importante, pois a lei atribui ao exercício uma série de efeitos, referentes à remuneração e também para a contagem de tempo para aposentadoria. 
→ Isso tem reflexos na aposentadoria, na estabilidade do servidor, bem como nos prêmios que este pode vir a receber. 
 	Durante o período em que ocupa o cargo, o servidor poderá ser afastado, por diversos motivos. Afastamentos mais usuais (afastamentos que trazem efeitos específicos para cada estatuto, bem como incide na relação de contagem de tempo para a aposentadoria e para eventuais prêmios de bonificação – depende do regimento):
Férias 
Licença-gestante 
Licença-paternidade 
Afastamento eleitoral ou para ocupar cargo eletivo 
Afastamento para estudo ou missões no exterior 
Afastamento para servir a outro órgão ou entidade 
Afastamento por motivo de saúde 
Estabilidade e disponibilidade
 	A estabilidade é o direito à permanência no cargo, dado àquele servidor que preencheu determinados requisitos, estabelecidos na Constituição Federal. Somente podem alcançar a estabilidade os titulares de cargo efetivo. Servidores em cargos de comissão, titulares de empregos públicos (celetistas) e servidores temporários jamais a alcançam – ressalvadas as situações transitórias, como os servidores estabelecidos pelo art. 19 do ADCT. 
 	Para alcançar a estabilidade, o servidor deve preencher cumulativamente os requisitos constantes do art. 41 da CF: 
Ser ocupante de cargo efetivo (não pode ser comissionado, empregador público, CLT, que exerce função temporal, etc);
Ter 3 anos de efetivo exercício – é o período conhecido como estágio confirmatório ou estágio probatório. Analisa – se a aptidão do sujeito para o cargo, de modo que, ele estará sob exame e se o administrador perceber que suas técnicas não são condizentes com o cargo exercido durante esse estágio probatório, o funcionário poderá ser exonerado (até mesmo antes de completar os 3 anos).
Ter passado em avaliação de desempenho realizado por comissão constituída para esse fim. 
 	Durante o estágio probatório e se não for considerado apto para o cargo, o servidor será exonerado. Embora não seja propriamente uma punição, entende-se que deve se garantir o direito de defesa do servidor antes da exoneração. 
 	Uma vez estável, o servidor somente poderá perder o cargo nas seguintes hipóteses constitucionalmente previstas:
Sentença judicial transitada em julgado (art. 41, § 1º, I); 
Processo administrativo em que seja garantida a ampla defesa (art. 41, § 1º, II); 
Reprovação em avaliação periódica de desempenho (art. 41, § 1º, III); 
Corte de pessoal para cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal – corte de gastos (depois de exonerar os não estáveis, cabe a possibilidade de exonerar os estáveis) (art. 169, § 4º da CF). 
Improbidade administrativa
Passa periodicamente por avaliações e se ele não mostram aptidão, poderá ser exonerado, mesmo que estável. 
Disponibilidade
 	Somente o servidor estável pode ser colocado em disponibilidade – ou seja, à disposição da Administração, para eventual aproveitamento em outro cargo público. Durante a disponibilidade, ele recebe remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
 	São duas as hipóteses previstas na CF/88 que justificam que um servidor seja colocado em disponibilidade:
Desalojamento para reintegração do titular (art. 41, § 2º da CF). 
Extinção ou declaração de desnecessidade do cargo (art. 41, § 3º da CF) 
Remuneração dos servidores estatutários
 	Os servidores podem receber as seguintes espécies de remuneração:
Subsídios – é a remuneração dos agentes políticos, das carreiras jurídicas do Estado (Magistratura, Ministério Público, Advocacia Pública e Defensoria Pública) e das carreiras policiais. Outras carreiras podem ser remuneradas por esse regime, desde que haja previsão legal. A característica básica do subsídio é que ele é fixado em parcela única, não podendo incidir sobre ela nenhuma gratificação ou adicional. Vide art. 39, § 4º e § 8º, art. 135 e art. 144, § 9º da CF/88. 
Vencimentos – os vencimentos são a remuneração dos servidores públicos em geral e são compostos por uma parte principal (chamado de vencimento, padrão ou salário-base) e uma parte acessória, formada por adicionais, gratificações, abonos, etc. Esses acréscimos podem ou não se incorporar à parte principal, tornando-se assim, fixos na remuneração do servidor. As parcelas não incorporadas podem ser alteradas ou suprimidas, se alterada a legislação regente ou as condições de trabalho do servidor. Exemplos de parcelas vencimentais comuns: adicional de insalubridade, gratificação por trabalho noturno, gratificação pelo exercício de cargo de chefia, etc. 
Proventos – é o nome que se dá à remuneração paga aos servidores que se encontram aposentados ou em disponibilidade. Os proventos têm o seu regime baseado nas regras previdenciárias do regime próprio dos servidores públicos. 
 	A remuneração dos servidores públicos se rege pelas seguintes regras e princípios:
Fixação ou alteração por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices (art. 37, X da CF/88). 
Irredutibilidade da remuneração, entendendo-se a impossibilidade de reduzir seu valor nominal. Tal irredutibilidade se aplica apenas ao vencimento e às parcelas incorporadas (refere – se a parte física e não as que não são incorporadas) (art. 37, XV da CF/88). 
Teto Constitucional – é o limite de remuneração estabelecido no art. 37, XI, da CF/88, que deve ser respeitado pelos ocupantes de cargos, empregos e funções na administração direta, autárquica e fundacional e também para os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista que recebam verbas orçamentárias para despesas de pessoal ou custeio. Aplica-se também para limitação dos proventos e pensões. Na verdade, há vários tetos, conforme o ente da federação, o Poder e a natureza do cargo. O maior limite é o do subsídio dos Ministros do STF. 
Revisão anual dos vencimentos, visando à recomposição do valor aquisitivo da moeda, o que depende de projeto de iniciativa do Chefe do Poder Executivo (art. 37, inciso X da CF/88). 
Não-vinculação – os vencimentos de uma classe ou categoria de servidores não podem ser legalmente vinculados ou equiparados ao de outra (art. 37, XIII). 
Proibição de acumulação de parcelas remuneratórias, visando evitar o chamado “efeito cascata”, com o descontrole no aumento da remuneração do servidor (art. 37, XIV). 
Regime próprio de previdência do servidor público 
→ Regime geral (INSS)
→ Regime próprio (exclusivo dos titulares de cargo efetivo)
 	Há na Constituição, dois regimes de previdência: um é o regime próprio de previdência dos servidores públicos, que atinge tão somente os ocupantes de cargo efetivo e está regulado, basicamente pelo art. 40 da CF. Outro é o regime geral de previdência, que atende aos trabalhadores da iniciativa privada e aos servidores que não titularizam cargos efetivos – art. 201 da CF. 
 	A partir da Reforma Previdenciária promovida pelas Emendas Constitucionais nº 20/98, 41/2003 e 47/2005, as regras dos dois regimes se tornaram assemelhadas, embora ainda haja peculiaridades no regime próprio dos servidores públicos. 
 	O regime próprio de previdência do servidor prevê osseguintes tipos de aposentadoria, classificados pela causa da inatividade
Por invalidez permanente – causada por situação de perda da capacidade física ou mental de desempenho do cargo – art. 40, § 1º, I. 
Compulsória – decorrente da idade, pois ao completar 70 (setenta) anos, o servidor passa automaticamente para a inatividade – art. 40, § 1º, II. 
Voluntária – requerida pelo servidor quando ele completa os requisitos constitucionais para se aposentar – art. 40, § 1º, III. 
 	A Constituição estabelece dois regimes remuneratórios para o aposentado: ele pode ter proventos integrais (precisa ter todos os requisitos cumulativos) ou proventos proporcionais, conforme tenha cumprido determinados requisitos.
Alguns outros aspectos do regime hoje vigente:
A partir da Reforma Previdenciária passou a ter caráter contributivo e solidário, sendo considerada para fins de aposentadoria, a média das remunerações que serviram como base para as contribuições, conforme sistema regulamentado na Lei 10.887/2004. Os proventos de aposentadoria e as pensões não poderão ultrapassar a remuneração que o servidor recebia em atividade - – art. 40, § 2º e 3º. 
Não se admite a contagem de tempo ficto ou criação de requisitos diferenciados para determinadas categorias. Há possibilidade de critérios mais benéficos (aposentadoria especial), estabelecidos em lei complementar, apenas para servidores portadores de deficiência, que exerçam atividades de risco ou cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física – art. 40, § 4º. 
Os professores que atuem exclusivamente na educação infantil e no ensino fundamental e médio têm reduzidos em cinco anos os requisitos de idade e de tempo de contribuição – art. 40, § 5º. 
Os benefícios de aposentadoria e pensão devem ser reajustados periodicamente, para preservação de seu valor real, conforme critérios estabelecidos em lei – art. 40, § 8º. Há regras de transição que garantem a paridade remuneratória de servidores que ingressaram anteriormente à Reforma Previdenciária, ou seja, que devem ter sua remuneração sempre equiparada aos dos que se encontram em atividade no cargo da aposentadoria. 
Não se admite a contagem de tempo ficto ou criação de requisitos diferenciados para determinadas categorias. Há possibilidade de critérios mais benéficos (aposentadoria especial), estabelecidos em lei complementar, apenas para servidores portadores de deficiência, que exerçam atividades de risco ou cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física – art. 40, § 4º. 
Os professores que atuem exclusivamente na educação infantil e no ensino fundamental e médio têm reduzidos em cinco anos os requisitos de idade e de tempo de contribuição – art. 40, § 5º. 
Os benefícios de aposentadoria e pensão devem ser reajustados periodicamente, para preservação de seu valor real, conforme critérios estabelecidos em lei – art. 40, § 8º. Há regras de transição que garantem a paridade remuneratória de servidores que ingressaram anteriormente à Reforma Previdenciária, ou seja, que devem ter sua remuneração sempre equiparada aos dos que se encontram em atividade no cargo da aposentadoria. 
Reciprocidade de regimes – as contribuições efetuadas no regime geral de previdência devem ser consideradas para a aposentadoria no regime próprio dos servidores públicos e vice-versa. A mesma regra se aplica a regimes próprios de diferentes entes políticos (art. 40, § 9º). 
Contribuição dos inativos e pensionistas – polêmica exigência trazida pela EC 41/2003, foi considerada constitucional pelo STF a cobrança de contribuição previdenciária aos aposentados do regime próprio de previdência do servidor público, incidente apenas sobre a parcela que superar o maior benefício do regime geral de previdência social (art. 40, § 18). 
Desligamento do servidor público
 	O desligamento do servidor pode se dar basicamente por meio de duas figuras: a demissão e a exoneração. 
 	A demissão é uma sanção aplicada ao servidor titular de cargo efetivo, em razão de grave quebra de seus deveres funcionais, após processo administrativo em que lhe sejam garantidos o contraditório e a ampla defesa. Correlata à demissão é a destituição de cargo em comissão ou função comissionada. 
 	Já a exoneração abrange todas as demais hipóteses de desligamento:
Exoneração a pedido do servidor; 
Exoneração de ocupante de cargo de comissão; 
Exoneração daquele que não é considerado apto no estágio probatório; 
Exoneração em razão da necessidade de adequar-se aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal; 
Exoneração do servidor que não entrou em exercício no termo legal. 
Responsabilidade do servidor
 →	Responsabilidade administrativa - os estatutos geralmente preveem penalidades e procedimentos punitivos de caráter administrativo para os servidores que cometem faltas funcionais. O importante a ressaltar é a necessidade de observância dos princípios da ampla defesa e do contraditório na apuração das faltas disciplinares. 
 	O processo de responsabilização geralmente se inicia pela sindicância, que é um procedimento mais simples, destinado a fazer a apuração inicial da infração, sendo que alguns estatutos permitem o uso da sindicância para aplicação de sanções mais brandas. 
 	O processo administrativo disciplinar é mais formal e completo, dando maiores oportunidades de apuração dos fatos e de exercício do direito de defesa pelo acusado. Somente por meio desse processo é que se podem aplicar as penalidades mais severas.
– demissão, cassação de aposentadoria, destituição de cargo em comissão ou função comissionada.
 	As sanções mais comuns aplicadas na esfera administrativa são: a advertência, a multa, a suspensão, a demissão e a cassação de aposentadoria. 
 	Os estatutos estabelecem os prazos prescricionais para aplicação das sanções, sendo que costumam aplicar a prescrição prevista na lei penal quando a conduta for tipificada como crime – vide art. 142 da Lei 8.112/90. 
 	Um assunto recorrente é a possibilidade de repercussão da decisão proferida na esfera criminal sobre a responsabilidade administrativa. Como são esferas independentes de responsabilidade, a regra geral é de que não há influência. As exceções admitidas são: decisão criminal absolutória que nega a existência do fato ou a autoria – nesse caso a decisão do juízo criminal vincula a decisão a ser tomada na esfera administrativa (art. 126 da Lei 8.112/90)
→ 	Responsabilidade civil - A responsabilidade civil do servidor pelos danos que tenha causado à Administração ou a terceiros é de natureza subjetiva. Ou seja, depende da apuração de dolo ou culpa do agente. 
 	Dentro da responsabilidade civil, encontra-se a responsabilidade decorrente da improbidade administrativa, isto é, das condutas eticamente reprováveis que gerem enriquecimento ilícito, causem prejuízo ao erário ou atentem contra os princípios da Administração Pública, definidos na Lei 8.429/92 – veremos mais no capítulo sobre Controle da Administração.
→ 	Responsabilidade criminal - Quanto à responsabilidade criminal, devemos apenas lembrar que há um Capítulo específico do Código Penal a respeito dos crimes cometidos por funcionário público contra a Administração (arts. 312 a 327 do Código Penal) além do Capítulo dedicado aos Crimes contra as finanças públicas, que geralmente tem como sujeito ativo um agente público (arts. 359-A a 359-H do Código Penal). Há também tipos penas previstos em leis específicas, como a Lei 4.898/65 (abuso de poder), Lei 1079/50 (Crimes de Responsabilidade), isso sem falar na lei de licitações, lei do parcelamento urbano, lei de crimes ambientais etc.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO
Tratamento Constitucional 
A Constituição Federal trata do tema em seu art. 37, § 6º:
 	 Situações de risco decorrentes da atuação estatal devem ser suportadas por toda a coletividade. Assim, se algum administradosofre um prejuízo excepcional deverá ser ressarcido pelos demais membros da coletividade, o que se faz pela responsabilização do Estado ou de quem exerce atividade por ele delegada (no caso dos concessionários e permissionários de serviço público). 
 	Em razão desse princípio de repartição igualitária dos ônus da Administração, também nos atos lícitos pode surgir a responsabilidade estatal. P. ex.: nos atos praticados no estrito cumprimento do dever que afetem terceiros; na imposição de restrições à propriedade, como a instituição de servidão, etc. 
15.3. Requisitos 
 	Para se configure a responsabilização objetiva, baseada nas regras do Direito Público, são requisitos: 
Que o dano seja causado no contexto de prestação de serviços públicos, aplicando-se tal regra às pessoas jurídicas (estatais ou não) que atuam nessa atividade. Portanto, não se aplica o art. 37, § 6º às empresas estatais que desempenham mera atividade econômica, sendo a sua responsabilidade regulada pelas normas do Direito Privado (que podem ou não estabelecer responsabilidade objetiva, conforme as circunstâncias do caso e da atividade exercida). 
Que se configure a existência do dano causado a usuários do serviço público ou terceiros e o nexo causal entre a atividade estatal e o evento danoso. Admite-se que o dano tenha sido causado por fato da obra pública (p. ex. o rompimento de uma adutora, a queda de uma viga sobre o passante, etc.). 
Que o dano seja causado por agente público (aqui incluídos particulares em colaboração com a Administração, como os empregados de uma empresa concessionária de serviços públicos). 
Que o agente público tenha agido nesta qualidade, isto é, no exercício de suas funções. 
Excludentes ou atenuantes da responsabilização estatal
 	São situações que podem excluir ou mitigar a responsabilidade estatal pelos danos cometidos pelos seus agentes, pois interferem no nexo causal:
→ Força maior e caso fortuito: circunstâncias externas, imprevisíveis e irresistíveis 
→ Atos de terceiros: vandalismo, movimentos tumultuários (nesses casos, se houve omissão do Estado em evitar ou socorrer, pode-se responsabilizá-lo, porém apurada a culpa subjetiva, por meio da teoria da “falta do serviço”- vide adiante). 
→ Culpa da vítima. 
 	Esclareça-se que há correntes doutrinárias que defendem a teoria do risco integral – uma subdivisão da teoria da responsabilidade objetiva – que não reconhece nenhuma causa excludente de responsabilidade. Trata-se de corrente minoritária e não acolhida na jurisprudência nacional.
Responsabilidade por comportamentos omissivos.
 	A regra da responsabilidade objetiva não se aplica a situações decorrentes do comportamento omissivo do Estado. Nesses casos, cabe ao particular afetado comprovar que o Estado, violou o seu dever de evitar ou minorar o dano, atuando de forma culposa, em uma de suas modalidades (negligência, imprudência, imperícia ou dolo).
 	Por exemplo, que não limpou regularmente os bueiros da rua, propiciando a inundação da residência em dia de chuva. Essa responsabilidade é baseada na teoria da falta ou culpa do serviço, que decorre das situações em que o serviço público não funcionou, funcionou atrasado ou funcionou mal – o que impõe um juízo de razoabilidade, sobre a possibilidade de se evitar o dano por meio da atividade estatal.
Responsabilidade por atos legislativos e judiciais
 	No que tange aos atos legislativos, entende-se que por sua característica de generalidade eles não são capazes de causar responsabilidade estatal. Admite-se, em caráter excepcional, a responsabilidade decorrente de:
Lei inconstitucional – nesse caso o afastamento pelo Poder Judiciário da norma inconstitucional deve, por consequência, restituir o afetado à situação anterior à edição da norma, reparando assim o dano por ela causado, a menos que isso seja impossível. 
Leis de efeitos concretos – embora formalmente leis, são na verdade atos administrativos, pois afetam de forma específica seus destinatários. Geram, portanto, dever de indenizar, caso haja dano injusto. P. ex: lei que determine a desapropriação de um bem do particular. 
Omissão do legislador – nesse caso, obtendo-se a declaração da mora do legislador, pelos meios processuais adequados (ação direta de inconstitucionalidade por omissão e mandado de injunção), a persistência da omissão pode gerar a reparação das perdas e danos causados ao interessado. (Controverso)
 	Quanto aos atos judiciais, também a postura dominante na doutrina e na jurisprudência é pela irresponsabilidade do Estado e da autoridade jurisdicional. A única hipótese, expressa na CF/88, em seu art. 5º, LXXV é a indenização do condenado por erro judiciário na esfera criminal.
Procedimento da reparação do dano.
 	A reparação pode ser obtida pela via administrativa (quando o ente público tiver legislação que o permita) ou pela via judicial. Deve ser ajuizada em relação à pessoa jurídica causadora do dano (p. ex., se o dano foi causado por entidade autárquica, é ela e não a Administração Direta que responderá; cabe lembrar que os órgãos não têm personalidade jurídica, devendo ser responsabilizado o ente de que fazem parte).
 	A vítima pode ajuizar a ação somente contra o ente estatal ou incluir no pólo passivo da demanda o agente público causador direto do dano (litisconsórcio passivo facultativo). Porém, se assim o fizer, deverá discutir a questão da culpa na ação judicial, visto que a responsabilidade do agente é subjetiva. Há alguns autores e julgadores que entendem que o agente estatal não deve compor o pólo passivo da demanda, por ilegitimidade, visto que o regime de responsabilidade é de natureza pública e não privada.
 	Segundo doutrina e jurisprudência majoritárias, não cabe denunciação da lide (art. 70, III do CPC) na ação de reparação de danos movida contra o Estado, exceto se o autor baseia a sua pretensão na questão da culpa do servidor, caso em que se torna possível e até necessária a denunciação à lide.
 	A prescrição da ação de reparação de danos é quinquenal (5 anos), contada da data em que ocorreu o dano (Decreto 20.910/32 e outras legislações especiais). Esse prazo também se aplica aos particulares que prestem serviços públicos (Lei 9.494/97, art. 1º-C).
 	Caso haja evidências de que o agente público agiu com dolo ou culpa, o ente responsabilizado deve ajuizar ação de regresso, para que ele responda pela indenização, na medida de sua culpabilidade. Segundo entendimento dominante, baseado no texto do art. 37, § 5º da CF, a ação regressiva do ente estatal em relação a seu agente é imprescritível.
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
 	Essa atividade pode ser classificada, conforme a origem dos atos de controle em: 
Controle interno – é o exercido pelos próprios órgãos integrantes da estrutura interna de cada Poder, sobre sua atividade administrativa. Casa um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) deve possuir órgãos dedicados a essa atividade, tais como as controladorias e corregedorias (vide art. 74 da CF).
Controle externo – é exercido por um Poder sobre os atos praticados por outro Poder. O controle externo pode ser feito pelo Legislativo e pelo Judiciário. Por exemplo, o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos do Poder Executivo que extrapolem o poder regulamentar (art. 49, V da CF); o STF pode suspender cautelarmente ou anular atos administrativos de quaisquer dos Poderes, quando ilegais (exercício da autotutela, onde a administração pública fiscaliza sua própria atividade).
Controle popular – é exercido pelos cidadãos, maiores interessados na legitimidade da atuação estatal. Exemplos de instrumentos de controle popular: a ação popular (art. 5º, LXXIII da CF) e a denúncia de irregularidades aos Tribunais de Contas (art. 74, § 2º da CF). 
 	Também se pode classificá-lo quanto ao momento de exercício em controle prévio ou preventivo – aquele que se exerce antes da prática do ato administrativo – controle concomitante – que se exerce durante a realização

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