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Responsabilização por ilícitos ambientais Análise da responsabilidade civil e administrativa por danos ambientais. Gisele Bonatti 1. Itens iniciais Propósito Atualmente, um dos principais pontos da agenda nacional e internacional é buscar instrumentos de prevenção e repressão às condutas lesivas ao meio ambiente, e por essa razão, estudar os aspectos da responsabilização por ilícitos ambientais se torna fundamental na formação pessoal e profissional do aluno de Direito. Preparação Para o melhor aproveitamento do seu estudo, tenha em mãos as leis: 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente); 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais); Decreto Federal 6.514/08 (Infrações e Sanções administrativas ambientais), disponíveis no site do Planalto. Objetivos Analisar os aspectos importantes da responsabilidade civil ambiental. Analisar os pontos relevantes da responsabilidade administrativa ambiental previstos na Lei 9.605/1998 e Decreto Federal 6.514/2008. Introdução Um dos pontos mais importantes do Direito Ambiental é a responsabilidade do poluidor por danos ambientais. O legislador estabeleceu nas normas ambientais, instrumentos de prevenção, para evitar a ocorrência da degradação ambiental, pois, havendo o dano consumado, dificilmente será possível sua reparação ao estado anterior. Contudo, em situações em que a lesão ao meio ambiente foi consumada, o legislador impõe, ao agente poluidor, a responsabilidade administrativa e penal pelo dano ambiental causado, independentemente da obrigação de reparar a degradação. Em outras palavras, aquele que causar dano ambiental, será obrigado a repará-lo e, dependendo do caso concreto, poderá ser sancionado pelas infrações administrativas e crimes ambientais. Trata-se da tríplice responsabilidade ambiental (civil, administrativa e penal), prevista no parágrafo 3º do artigo 225 da Constituição Federal. Imaginemos que a barragem de uma empresa mineradora rompe, alastrando todos os rejeitos acumulados, afetando o solo, rio, fauna e flora local. Esta empresa será responsabilizada por dano ambiental? Sem dúvidas a mineradora será obrigada a recuperar a área degradada e, se for comprovado dolo ou culpa (imprudência, negligência ou imperícia), poderá responder a multas e outros tipos de sanções de natureza administrativa e penal. Nosso estudo está dividido em duas partes: na primeira, abordaremos a responsabilidade civil ambiental e, em seguida, analisaremos a responsabilidade administrativa ambiental. Sobre a responsabilidade civil ambiental, destacaremos pontos importantes como a sua aplicação objetiva, ou seja, independentemente da culpa do agente poluidor, este será obrigado a reparar o dano causado. Estudaremos as formas de como poderão ser feitas essas reparações, assim como, analisaremos as figuras do poluidor direto e indireto e suas respectivas responsabilidades. E, por fim, acerca da reponsabilidade administrativa ambiental, identificaremos os tipos de infrações e sanções ambientais, como também, faremos algumas observações sobre o processo administrativo ambiental. • • 1. Responsabilidade civil Fundamentos Características para responsabilização do poluidor Neste vídeo, falaremos sobre a responsabilidade do poluidor. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vamos analisar a responsabilidade civil por danos ambientais: Será que alguém que comete algum tipo de degradação ambiental é obrigado a reparar o dano? E se o dano ambiental foi resultado de uma conduta culposa, ou seja, sem intenção daquele resultado, será que mesmo assim a pessoa estaria obrigada a reparar ou indenizar aquele dano? Essas são algumas questões que abordaremos ao longo do nosso estudo. A responsabilidade ambiental se baseia no princípio do poluidor/usuário pagador, que estabelece que o poluidor deve suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais causados. Em outras palavras, com base nesse princípio, o poluidor é obrigado a reparar a degradação ambiental relacionada a sua conduta ou atividade. Considerando que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial para a qualidade de vida, o legislador constituinte, visando reprimir as condutas que possam degradar ou colocar em risco o equilíbrio do ambiente, estabeleceu a tríplice responsabilização ambiental, no artigo 225, parágrafo 3º, da Constituição Federal. Assim diz: Art. 225 - “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”Parágrafo 3º - “As condutas e as atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. (artigo 225, parágrafo 3º, Constituição Federal, grifo nosso) Muitas pessoas, ao lerem o parágrafo 3º do artigo 225, questionam “não estou vendo a responsabilidade civil, só estou vendo ‘sanções penais e administrativas’.” Repare que, na parte final do parágrafo 3º, está escrito “independentemente de reparar os danos causados”, é aqui que o legislador impôs a responsabilidade civil ao sujeito infrator. E mais, trata-se de responsabilidade civil objetiva, o que significa dizer, que em qualquer hipótese o sujeito será obrigado a reparar o dano causado, além disso, poderá ser responsabilizado administrativamente e penalmente. Abordaremos com mais detalhes, a seguir, a responsabilidade civil objetiva. Sendo assim, caso realizem conduta ou atividades lesivas ao meio ambiente, esse dispositivo constitucional estabelece que tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas poderão responder nas três esferas: Civil Administrativa Penal Para ilustrar, vamos pensar no seguinte exemplo: O que poderá acontecer com uma pessoa que suprime vegetação nativa de Área de Preservação Permanente? Bem, ela poderá ser responsabilizada simultaneamente nas três esferas, ou seja, ser obrigada a reparar o dano, reflorestando o local (responsabilidade civil), pagar multa (responsabilidade administrativa) e ser condenada por crime ambiental (responsabilidade penal). Agora, façamos uma breve reflexão: Será que sempre que existir dano ambiental, o poluidor responderá nas três esferas? Não, de forma alguma! O que queremos dizer é que o poluidor poderá responder nas três esferas, uma vez que a Constituição Federal prevê a tríplice responsabilização ambiental, ou seja, ele poderá, mas não quer dizer que obrigatoriamente ele será responsabilizado civil, administrativa e penalmente. O poluidor sempre terá a obrigação de reparar o dano, pois trata-se de responsabilidade civil objetiva (independente da culpa do sujeito, sendo comprovado dano e nexo de causalidade, ele responde). Mas não são em todos os casos nos quais o poluidor será obrigado a responder administrativa ou penalmente, pois essas responsabilidades são subjetivas, isto é, será avaliado no caso concreto a culpa do sujeito. Em suma, ele será obrigado a reparar o dano, mas não necessariamente será obrigado a responder administrativamente ou penalmente. Antes de finalizar essas considerações iniciais, lembramos que a competência para legislar sobre responsabilidade civil ambiental é concorrente entre União, estados e Distrito Federal, de acordo com o artigo 24, inciso VIII, da Constituição Federal. Obviamente um estado não poderá instituir lei que ofenda pilares da Lei federal que disciplina o assunto (Lei 6.938/1981), mas poderá suplementar, servir como um “plus” de proteção ao meio ambiente, cuidando de aspectos regionais, que a normal federal, por ser de caráter geral, não poderia fazê-lo. Recuperação, indenização e dano ambiental Ao estudarmos responsabilidade civil por ilícitos ambientais, estamos tratando da reparação, recuperação e indenização de dano ambiental. Assim, uma pessoa, seja ela física ou jurídica, que cometa um ilícito ambiental, será obrigadaa recuperar e/ou indenizar o dano ambiental causado (art.4º, inciso VII da Lei 6.938/1981). Vamos continuar nossa conversa sobre o tema no vídeo a seguir: Dano ambiental e sua reparação Neste vídeo, falaremos sobre a caracterização do dano moral e as formas de sua reparação. Vamos acompanhar? Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Dano ambiental O dano ambiental é elemento obrigatório para a imputação da responsabilidade ambiental. Quer dizer que, sem comprovação da existência de um dano ambiental, não há como responsabilizar alguém a recuperar e/ou indenizar algo que não existe. Mas, afinal, o que seria dano ambiental? Antes de responder essa pergunta, vamos conceituar poluição: De acordo com o artigo 3º, inciso III, da Lei 6.938/1981, entende-se por poluição: a degradação da qualidade ambiental decorrente de atividades que direta ou indiretamente afetem a saúde, segurança e o bem-estar da população, assim como, atividades que prejudiquem a biota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente. Também é considerado poluição o lançamento de matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos pelos órgãos competentes. O rol desse artigo é exemplificativo, mas a ideia é que poluição seja o resultado de atividades que afetam desfavoravelmente o meio ambiente. Dito isso, concluímos que dano ambiental é uma lesão ao equilíbrio ecológico (bem jurídico ambiental). E, constatado o dano, de acordo com o artigo 4º, inciso VII, da Lei 6.938/1981, será imposto ao poluidor e ao predador, a obrigação de recuperar e/ou indenizar a degradação ambiental causada. Atenção Os tribunais superiores reconhecem que o dano ambiental é imprescritível, por entender que o equilíbrio ambiental e o direito à sadia qualidade de vida são direitos fundamentais de todos, e por essa razão, prevalece a imprescritibilidade do direito à reparação do dano ambiental. Vale a pena conferir o Informativo 415 do STJ. Mas, não confunda: o direito à reparação do dano ambiental é imprescritível, porém o direito à reparação do dano a terceiros, em decorrência da poluição, é prescritível, seguindo o prazo trienal previsto no artigo 206, parágrafo 3º, inciso V, Código Civil. Vejamos o caso ilustrativo de um derramamento de óleo na baía de Guanabara: Sendo assim, a imprescritibilidade relativa aos danos ambientais é apenas ao dano ambiental difuso, e não ao dano individual decorrente da lesão do equilíbrio ecológico, chamado de dano in ricochete (dano reflexo). Vamos agora entender quais podem ser os tipos de dano ambiental? Dano ambiental patrimonial Esse tipo de dano se caracteriza pelas perdas financeiras decorrentes da lesão como, por exemplo, o custo da reparação. Dano ambiental extrapatrimonial Esse tipo de dano não encontra correspondência com um valor pecuniário, mas pode ser objeto de indenização. Exemplo: fábrica contamina o ar atmosférico de uma cidade. Além de ser obrigada a reparar esse dano, despoluindo o ar, também poderá ser obrigada a indenizar, a título de dano moral difuso, a coletividade, uma vez que esta sofreu com a diminuição de qualidade e expectativa de vida (dano extrapatrimonial/social/moral). Recuperação e indenização O principal objetivo do Direito Ambiental é evitar que o dano ambiental ocorra (princípio da prevenção), pois sabemos que dificilmente será possível recuperar o equilíbrio ecológico igual ao estado anterior (antes do dano). Em caso de dano consumado, há duas opções dadas ao poluidor, por ordem de preferência: Dano ambiental A recuperação da área degradada na água é imprescritível. Dano econômico A recuperação da rede danificada dos pescadores é prescritível. Reparação in natura Que é a recuperação da área degradada. Reparação em pecúnia Que é o ressarcimento em dinheiro. A recuperação tem como objetivo tentar trazer o meio ambiente ao mais próximo possível do seu estado anterior. Nos casos em que for impossível a reparação, caberá indenização. Exemplificando o que acabamos de ilustrar: o rompimento de barragem de uma mineradora, causando poluição dos rios, morte de animais, contaminação do solo entre outros. Será possível reparar parte deste dano, descontaminando o rio, reflorestando etc. Mas, e os animais que morreram? Isso não tem como recuperar. Então, neste caso, cabe indenização. Dito isso, concluímos que, em uma ação civil pública, o poluidor pode ser obrigado a recuperar o dano e/ou a pagar indenização, visto que não há proibição a acumulação das duas obrigações. O dinheiro recebido a título de indenização, será destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, sendo utilizado em questões variadas como exemplo: criação de unidade de conservação, reflorestamento de áreas desmatadas. Aspectos da responsabilidade civil Neste vídeo, falaremos sobre o que é a responsabilidade civil e sobre quais são os seus elementos. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Para entender a responsabilidade civil ambiental, vamos ter que relembrar alguns aspectos das teorias da responsabilidade civil previstas no Código Civil. Primeiro ponto: A responsabilidade deriva de uma relação contratual ou extracontratual. No caso da responsabilidade contratual, houve o descumprimento de um contrato por alguma das partes, e então se aplica a responsabilidade. Por sua vez, a responsabilidade extracontratual não decorre de descumprimento de contrato, mas sim, do descumprimento de um dever legal. Vamos pensar no caso de uma fábrica que contamina um rio. A responsabilidade em recuperar a área degradada decorre de um contrato ou de um dever legal? Sem dúvidas houve o descumprimento de um dever legal, preservar o meio ambiente, logo, estamos tratando de uma responsabilidade extracontratual. O poluidor, ao recuperar e/ou indenizar o dano ambiental, não está fazendo por obrigação contratual, mas sim porque a lei impõe a ele esta obrigação. Sendo assim, o que nos interessa analisar é a responsabilidade extracontratual, pois está relacionada à obrigação de reparar o dano ambiental. Dito isso, passamos para o segundo ponto: a responsabilidade extracontratual. De acordo com os artigos 927 (caput) e 186 do Código Civil, aquele que causar dano a outrem, seja por vontade de causar o dano (dolo) ou por imprudência, negligência ou imperícia (culpa), será obrigado a repará-lo. Temos então duas teorias: Responsabilidade civil subjetiva Responsabilidade civil objetiva Na responsabilidade civil subjetiva, serão analisados os elementos: ato ilícito, nexo de causalidade e dano. Trataremos de cada um desses elementos a seguir: Ato ilícito O ato ilícito é o ato causador de prejuízo (patrimonial ou extrapatrimonial). Este ato é gerado por uma conduta, que pode ter sido praticada com a intenção de causar o dano (conduta dolosa) ou não (conduta culposa – imprudência, negligência ou imperícia). Dano O dano significa a redução ou subtração de um bem jurídico que afeta os diretos patrimoniais ou extrapatrimoniais de alguém. O dano deve ser sempre comprovado. Reparar e indenizar são ações que buscam minimizar o dano sofrido por alguém. Se não há dano, não há responsabilidade. Nexo de causalidade O nexo de causalidade se resume na relação entre o ato ilícito (conduta do agente) e o dano. Não basta comprovar que o dano existiu, deve ser comprovado quem foi que contribuiu de alguma forma, comissiva ou omissiva, para o resultado daquele dano. Com isso posto, concluímos que, para haver responsabilidade civil subjetiva, devem ser comprovados os três pressupostos: ato ilícito, dolo e nexo de causalidade. Vamos tratar agora da responsabilidade civil objetiva. De acordo com o parágrafo único do artigo 927 do Código Civil, em determinadas situações previstas em lei, o sujeito será obrigado a reparar o dano independentemente de sua culpa. Sendo assim, nos casos em que a lei prevê responsabilidade objetiva, não serão analisados os elementos dolo e culpa (ato ilícito) do sujeito. Basta serem comprovadoso dano e o nexo de causalidade. Então, se for comprovado que houve dano e que existe uma relação de causa e efeito, entre a conduta do sujeito e a lesão do bem jurídico, haverá a responsabilidade em reparar o dano. Neste caso, não importa se o sujeito teve ou não a intenção (culpa ou dolo) do resultado danoso, o que interessa na análise é comprovar se houve dano e nexo de causalidade. A responsabilidade civil objetiva se divide em duas teorias: teoria do risco administrativo e a teoria do risco integral. Vejamos as características de cada uma: Teoria do risco administrativo Na teoria do risco administrativo, é imposto ao Estado o dever de reparar danos cometidos a terceiros, independentemente de culpa. Contudo, é admitida a excludente de responsabilidade, podendo ser alegado caso fortuito ou força maior e culpa exclusiva da vítima. Existindo essas excludentes, a responsabilidade será isenta. Teoria do risco integral A teoria do risco integral não admite excludente de responsabilidade. De acordo com esta teoria, mesmo sendo caso fortuito ou força maior e culpa exclusiva da vítima, existindo dano e nexo causal comprovado, o sujeito será obrigado a reparar o dano causado. No caso de dano ambiental, caberá responsabilidade subjetiva ou objetiva? Responderemos essa pergunta no próximo tópico, em que analisaremos de forma exclusiva a Responsabilidade Civil Ambiental. Aspectos da responsabilidade civil ambiental Neste vídeo, falaremos sobre os aspectos da responsabilidade civil em matéria ambiental. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Conforme estabelecido no artigo 14, parágrafo 1º, da Lei 6.938/1981, Lei da Política Nacional do Meio Ambiente: Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. (Lei 6.938/1981, grifo nosso) Em suma, a responsabilidade civil ambiental é objetiva, isso quer dizer que havendo o dano ambiental e sendo comprovado o nexo de causalidade entre a conduta do sujeito e o dano, independentemente se a pessoa teve a intenção ou não daquele resultado, ela terá a obrigação de reparar o dano (recuperando e/ou indenizando). Este é o entendimento da doutrina majoritária e Tribunais Superiores. Para ilustrar, trazemos o Informativo 544 do STJ, de 27 de agosto de 2014, 3ª turma: [...] A responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio ambiente propriamente dito (dano ambiental público), seja por ofensa a direitos individuais (dano ambiental privado), é objetiva, fundada da teoria do risco integral, em face do disposto no art. 14, parágrafo 1º, da Lei 6.938/1981, que consagra o princípio do poluidor-pagador. [...] a responsabilidade objetiva, calcada na teoria do risco, é uma imputação atribuída por lei a determinadas pessoas para ressarcirem os danos provocados por atividades exercidas no seu interesse e sob o seu controle, sem que se proceda a qualquer indagação sobre o elemento subjetivo da conduta do agente ou de seus prepostos, bastando a relação de causalidade entre o dano sofrido pela vítima e a situação de risco criada pelo agente. [...] A teoria do risco integral constitui uma modalidade extremada da teoria do risco em que o nexo causal é fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o abalariam (v.g. culta da vítima; fato de terceiro, força maior). [...] Neste mesmo sentido, extrai-se da doutrina que, na responsabilidade civil pelo dano ambiental, não são aceitas as excludentes de fato de terceiro, de culpa da vítima, de caso fortuito ou de força maior. (Informativo 544 do STJ, de 27 de agosto de 2014, grifo nosso) Feita a leitura do Informativo 544 do STJ, podemos concluir que a responsabilidade civil ambiental é objetiva e fundamentada na teoria do risco integral, ou seja, não são aceitas as excludentes de responsabilidade: caso fortuito ou força maior, ou fato de terceiro. Para entendermos melhor, vamos pensar no exemplo do rompimento de barragem da mineradora X. Houve dano ambiental? Sim. Existe nexo de causalidade? Sim. O nexo de causalidade, relação de causa efeito, está comprovado com a existência da atividade mineradora. O dano ambiental ocorreu em decorrência da atividade. Sendo assim, existindo dano e nexo de causalidade, poderá ser imposta à mineradora a obrigação de reparar o dano, uma vez que os pressupostos da responsabilidade civil objetiva estão presentes. Seguindo nosso exemplo, vamos supor que os representantes da mineradora alegaram que a empresa possuía licença ambiental e estava cumprindo com todas as suas obrigações e que o rompimento foi um acidente por conta de um terrível temporal ocorrido na região. No caso do rompimento ter sido causado por um temporal, haveria isenção da responsabilidade em reparar o dano causado? Não! A licença ambiental é uma forma de comprovar que a atividade é lícita, mas não exime a responsabilidade de reparar o dano causado. Além disso, o rompimento da barragem ter ocorrido em decorrência de uma tempestade não serve de argumento para isentar a obrigação de reparar, uma vez que a responsabilidade ambiental é objetiva com base na teoria do risco integral que não admite excludentes de responsabilidade (caso fortuito, força maior, culpa de terceiros). Em resumo, na responsabilidade civil ambiental, não importa se o agente estava agindo com a máxima cautela para evitar o dano. Sendo comprovado o dano ambiental e a relação deste dano com a conduta/atividade do agente, mesmo em situações de caso fortuito ou de força maior, ou de culpa de terceiros, haverá a obrigação de reparar a degradação ambiental. Trata-se de responsabilidade civil objetiva com base na teoria do risco integral. Poluidor Neste vídeo, falaremos sobre a responsabilidade civil que o poluidor possui, perante a lei. Quais devem ser as sanções penais? Vamos acompanhar no vídeo a seguir. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Feito o estudo sobre as teorias que fundamentam a responsabilidade civil ambiental, perguntamos: quem será obrigado a reparar o dano ambiental? Quem são as pessoas consideradas poluidores na legislação brasileira? De acordo com o artigo 3º, inciso IV, da Lei 6.938/1981 (PNMA): “poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”. Assim, fazendo a leitura do artigo 3º, IV, da PNMA, conjugado com o artigo 225, parágrafo 3º, da Constituição Federal, podemos concluir que: Qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, pode se enquadrar no conceito de poluidor e assim ser responsabilizada civil, penal ou administrativamente. Existem duas espécies de poluidor: direto ou indireto. Poluidor direto É aquele que executa a atividade, o ato, do qual diretamente decorre o dano ambiental. Poluidor indireto É aquele que, de alguma forma, contribui para a ocorrência do dano, mas sem atuar diretamente no resultado danoso. Para ilustrar, vamos pensar no seguinte exemplo: um hospital contrata uma empresa prestadora de serviço de coleta de resíduos hospitalares, visando à adequada destinação final dos seus resíduos. Durante o trajeto, o caminhão da empresa transportadora capota e derrama os resíduos no rio que beira a estrada, causando dano ambiental. No caso de um caminhão terceirizado de um hospital causar dano ambiental, quem será considerado poluidor? O hospital? A empresa transportadora? Ambos? Ambos. É intuitivo que a empresa transportadora será responsabilizada, pois ela causou o dano direto ao rio, logo, ela é poluidora direta. O hospital, apesar de ter cumprido com o seu dever de contratar empresa especializada em coleta de resíduos hospitalares, foi quem gerouo resíduo. Logo, a sua atividade gera algum risco para o meio ambiente, sendo assim, ele será considerado poluidor indireto. Caso o hospital seja o escolhido para arcar com a reparação, ele poderá entrar com ação de regresso contra a empresa transportadora. Para reforçar o conceito, vamos listar mais três exemplos de poluidores indiretos? Situação 1 De acordo com o artigo 12 da Lei 6.938/1981, as entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais deverão solicitar ao financiado comprovação do cumprimento das normas ambientais. Caso não o faça, e aconteça dano ambiental decorrente da atividade financiada que não estava atuando em conformidade com a legislação ambiental, a instituição financeira responderá solidariamente no polo passivo com o causador direto do dano. Exemplo Banco financia uma atividade e não exige a apresentação da licença ambiental. Caso ocorra algum dano ambiental decorrente desta atividade, e for constatado que a empresa não possuía licença, ou tinha licença irregular, o banco poderá responder como poluidor indireto, solidariamente com a empresa financiada (poluidor direto). Caso o banco seja o escolhido para reparar o dano, caberá ação de regresso contra o poluidor direto. Situação 2 Também é considerado poluidor indireto o proprietário do imóvel que possui dano ambiental causado pelo antigo proprietário. A obrigação de reparar o dano ambiental é propter rem, o que significa dizer que adere ao título e se transfere ao futuro proprietário, mesmo que não seja de sua autoria o dano ambiental. De acordo com a Súmula 623 STJ, as obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Exemplo João compra imóvel de José. Posteriormente, é demandado para recompor a área desmatada pelo antigo proprietário. João poderá negar o gasto com a recomposição? Não. Ele será obrigado a recuperar a área degradada, pois a obrigação de reparar é propter rem. João poderá ingressar com ação de regresso contra o antigo proprietário. Situação 3 Por fim, no caso de omissão de dever de controle e fiscalização por parte do Estado, este será considerado poluidor indireto. Sua responsabilidade será objetiva, solidária, mas a execução será subsidiária (ou com ordem de preferência). Exemplo O órgão ambiental licenciador deixou de fiscalizar uma fábrica X que estava lançando resíduos tóxicos em um rio, matando diversos peixes. Se a fiscalização tivesse sido feita, poderia ter sido evitada a degradação, mas, neste caso, o Estado foi omisso. Então sendo comprovada a sua omissão, ele responderá solidariamente com a fábrica (poluidora direta) pelo dano ambiental. Mas, neste caso, somente será cobrado do Estado se a fábrica não tiver condições financeiras de arcar com a recuperação, pois a execução do Estado é subsidiária. Verificando o aprendizado Questão 1 Visando assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, para as presentes e futuras gerações, o legislador instituiu diversos instrumentos, mecanismos de proteção ambiental em nossa legislação. Sobre a responsabilidade civil ambiental, assinale a alternativa correta. A A responsabilidade civil ambiental é subjetiva, fundamentada na teoria do risco integral. B A responsabilidade civil ambiental é objetiva, fundamentada na teoria do risco administrativo. C A responsabilidade civil ambiental é subjetiva, fundamentada na teoria do risco integral. D A responsabilidade civil ambiental é objetiva, fundamentada na teoria do risco integral. E A responsabilidade civil ambiental é híbrida, fundamentada na teoria do risco administrativo e integral. A alternativa D está correta. A responsabilidade civil ambiental é objetiva, fundamentada na teoria do risco integral. O que significa dizer que, ao contrário da responsabilidade subjetiva, não será analisada a culpabilidade do agente, ou seja, o dolo e a culpa. Sendo comprovados o dano ambiental e o nexo de causalidade (relação de causa e efeito, entre o agente e o dano), haverá responsabilidade em reparar a lesão ao bem jurídico ambiental. Além disso, sendo fundamentadas na teoria do risco integral, as causas de excludente como: caso fortuito ou de força maior ou culpa de terceiros, não serão admitidas como fatores de rompimento do nexo de causalidade, ou seja, mesmo nestes casos, o agente será responsabilizado se forem comprovados o dano ambiental e o nexo de causalidade. Questão 2 De acordo com a Lei 6.938/1981, Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, é considerado poluidor: A pessoa física, responsável direta, por atividade causadora de degradação ambiental. B pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta, por atividade causadora de degradação ambiental. C pessoa física ou jurídica, de direito privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. D pessoa física ou jurídica, de direito público, responsável diretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. E pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. A alternativa E está correta. De acordo com o artigo 3º, inciso IV, da Lei 6.938/1981, Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, considera-se poluidor: "a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental". Sendo assim, trata-se de um conceito amplo em que são admitidas como poluidor pessoa física e jurídica (de direito público ou privado), que cause degradação ambiental de forma direta ou indireta, isto é, em determinadas situações, pessoas serão responsabilizadas a reparar o dano ambiental, mesmo que não tenham sido elas as causadoras diretas da degradação. Por exemplo, o proprietário que adquiriu imóvel com área desmatada ilegalmente, mesmo que não tenha sido o causador direto do dano, por ser obrigação de natureza propter rem, a responsabilidade em reparar o dano ambiental se transfere junto com o título da propriedade, sendo o novo proprietário obrigado a repará-lo. 2. Responsabilidade administrativa Aspectos da responsabilidade administrativa ambiental Neste vídeo, falaremos sobre a responsabilidade administrativa no direito ambiental. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. O ponto de partida para entendermos as normas que regem a responsabilidade administrativa ambiental, encontra-se previsto no artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, que dispõe a tríplice responsabilização em matéria ambiental. Assim, o poluidor, pessoa física ou jurídica, poderá responder nas três esferas: civil, administrativa e penal. A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva ou objetiva? Ao analisarmos a responsabilidade civil ambiental, verificamos que este tipo de responsabilidade é objetiva, ou seja, comprovados o dano ambiental e o nexo de causalidade (relação de causa e efeito entre o agente e o dano), o sujeito será responsabilizado independentemente da sua culpa. Ou seja, no âmbito civil, pouco importa se o sujeito agiu com dolo ou culpa, se ele foi cauteloso ou não. Se forem comprovadas a lesão ambiental e a relação deste dano com o sujeito, ele terá a obrigação de reparar o dano. Mas será que a responsabilidade administrativa ambiental funciona igual a responsabilidade civil ambiental? Será que, independentemente da culpa do sujeito, ele será obrigado a pagar uma multa ao órgão ambiental? Vejamos o seguinte exemplo: João compra imóvel com área de reserva legal desmatada ilegalmente pelo antigo proprietário. João será obrigado a pagar multa administrativa por esse dano cometido por outra pessoa? A resposta seria não. A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, ou seja, o ato ilícito (culpa e dolo) são analisados. Logo, a responsabilidade administrativa é subjetiva, assim como na penal, em que também é necessáriaa comprovação de dolo ou culpa. Quando tratamos do assunto de sanção administrativa, intuitivamente pensamos em Poder de Polícia. Relembrando o conceito de Poder de Polícia tradicionalmente utilizado no Direito Administrativo, previsto no artigo 78 do Código Tributário Nacional: [...] a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Resumindo O Poder de Polícia administrativo significa a faculdade conferida pela lei à Administração Pública para conciliar o uso de direitos e liberdades individuais ao interesse público. O equilíbrio ambiental é interesse público. Assim, podemos ilustrar o Poder de Polícia ambiental na atividade de pesca. As pessoas têm direto de pescar, mas terão que respeitar as normas estabelecidas que regulam o local e período permitido de pesca. Vejamos outro exemplo: As pessoas podem exercer atividades de impacto ambiental, contudo, terão que obedecer as normas relativas ao processo administrativo próprio para a autorização de seu funcionamento – concessão de licença ambiental. Caso a pessoa não cumpra as normas ambientais, estará cometendo infração ambiental e responderá por isso. A Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), a partir do artigo 70, trata das infrações administrativas ambientais, as quais são regulamentadas pelo Decreto 6.514/2008. O que seria uma infração ambiental? De acordo com o artigo 70 da Lei 9.605/1998, trata-se de toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. Mas, atenção! Em conformidade com o Princípio da legalidade estrita do Direito Administrativo, apenas ensejará responsabilidade administrativa a violação de condutas tipificadas nas normas ambientais. Em outras palavras, se não houver previsão daquela conduta e sua respectiva sanção, mesmo que cause dano ambiental, não haverá responsabilidade administrativa. Quem pode aplicar as sanções? De acordo com o artigo 70, parágrafo 1º, da Lei 9.605/1998, são autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar o processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), designados para atividades de fiscalização, bem como os agentes das capitanias dos portos, do Ministério da Marinha. Dito isto, façamos algumas observações finais sobre os parágrafos 2º, 3º e 4º do artigo 70: Qualquer pessoa que constate infração ambiental poderá dirigir representação às autoridades competentes citadas no parágrafo 1º do artigo 70. A autoridade ambiental que tiver conhecimento da infração é obrigada a apurá-la imediatamente, caso não o faça, poderá responder por omissão, solidiariamente com o infrator. As infrações são apuradas em processo administrativo próprio, sendo assegurado o direto de ampla defesa e contraditório, observadas as disposições da Lei 9.605/1998 e Decreto 6.514/2008. • • • Infrações ambientais e sanções administrativas Neste vídeo, falaremos sobre as diferentes espécies de sanções ambientais e de seu cabimento. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Como vimos, para que uma conduta seja considerada infração ambiental, ela deve estar prevista em lei. O rol de infrações administrativas ambientais encontra-se no Decreto 6.514/2008 entre os artigos 24 e 93. De forma mais detalhada, temos: Das Infrações Contra a Fauna (artigos 24 a 42). Das Infrações Contra a Flora (artigos 43 a 60-A). Das Infrações Relativas à Poluição e outras Infrações Ambientais (artigos 61 a 71-A). Das Infrações Contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural (artigos 72 a 75). Das Infrações Administrativas Contra a Administração Ambiental (artigos 76 a 83). Das Infrações Cometidas Exclusivamente em Unidades de Conservação (artigos 84 a 93). Dito isso, perguntamos: aquele que comete uma infração ambiental poderá ser punido com quais espécies de sanções? De acordo com o artigo 72 da Lei 9.605/2008, existem dez espécies de sanções previstas. Recomendação Leia os parágrafos do artigo 72. Tendo lido, fique agora com um breve comentário sobre cada uma dessas sanções: Advertência Poderá ser aplicada mediante a lavratura de auto de infração, para infrações consideradas de menor lesividade ao meio ambiente. Multa simples Será aplicada quando o agente infrator, por culpa ou dolo, deixar de sanar as irregularidades que tenha sido advertido, no prazo assinalado pelo órgão competente. Também será sancionado com multa simples aquele que opuser embaraço à fiscalização. Observação: a multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. A seguir, veremos melhor este ponto da possibilidade de conversão. • • • • • • Multa diária Será aplicada à infração ambiental que se prolongue por vários dias, até que o infrator interrompa a ação e comprove a regularização da situação que deu causa à lavratura do auto de infração. Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração Vamos imaginar que João estava realizando pesca ilegal com rede proibida, em período de defeso. Trata-se de infração ambiental. Os peixes, assim como a rede e o barco, serão apreendidos. Reparem que não necessariamente o instrumento apreendido é ilícito, pode ser lícito, como em nosso exemplo: peixe, rede, barco. O que será feito com os produtos e instrumentos apreendidos está estabelecido no artigo 25 da Lei 9.605/1998. Destruição ou inutilização do produto Os produtos, inclusive madeira, subprodutos e instrumentos utilizados na prática da infração poderão ser destruídos ou inutilizados quando o seu transporte ou guarda forem inviáveis ou colocarem em risco a segurança da população. Suspensão da venda e fabricação do produto Esta medida tem como objetivo evitar a colocação no mercado de produtos ou subprodutos oriundos de infração administrativa ao meio ambiente, e interromper o uso de matéria prima de origem ilegal. Exemplo: suspender a venda de móveis confeccionados com madeira extraída ilegalmente – desmatamento ilegal. Embargo de obra ou atividade Esta medida visa impedir a continuidade do dano ambiental, propiciando a regeneração, recuperação da área degradada como, por exemplo, uma floresta convertida ilegalmente em pasto. O agente ambiental verificando essa situação, além de aplicar a multa, poderá embargar esta atividade. A área ficará restrita apenas a intervenções humanas que objetivem recuperar a vegetação no local. Demolição de obra De acordo com o artigo 19 do Decreto 6.514/2008, esta medida poderá ser aplicada nos casos em que seja verificada a construção em área especialmente protegida, em desacordo com a norma ambiental. Exemplo: construção de uma casa em unidade de conservação de proteção integral – estação ecológica. E poderá ser aplicada quando a obra ou construção não atendam à legislação ambiental e não seja passível de regularização. Entretanto, devem ser observados os princípios do contraditório e da ampla defesa. Em caráter de exceção, a demolição pode ser efetivada no ato da fiscalização, em caso de insanável irregularidade, de grave risco à saúde ou de agravamento de dano ambiental. Veja artigo 112 do Decreto. Suspensão parcial ou total de atividades Visa impedir a continuidade de processos produtivos em desacordo com a legislação ambiental. Restritiva de direitos Em geral, são aplicadas às pessoas jurídicas, com a finalidade de afetá-las economicamente até que a situação seja regularizada. Exemplo: suspensão ou cancelamento de registro, licença ou autorização; perda ou restrição de incentivos fiscais.Poderá ficar proibido de contratar com a Administração Pública pelo período de até três anos. Aplicação das sanções administrativas ambientais Neste vídeo, falaremos sobre pontos de destaque na lei e na jurisprudência sobre a aplicação das sanções administrativas ao meio ambiente. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Separamos este tópico para tratar alguns pontos importantes sobre aplicação das sanções administrativas ambientais. Como vimos, existe uma lista das sanções que podem ser aplicadas aos infratores. Uma dúvida muito comum: é necessário seguir a sequência que consta no artigo 72 da Lei 9.605/98? ou seja, primeiro aplicar a advertência e, se o infrator não cumprir com o advertido, aí sim poderia ser autuado com multa? Ou será que o órgão competente pode aplicar direto a multa? De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, se a infração for grave, pode ser aplicado direto a multa, sem seguir a ordem estabelecida (REsp. 1318051/RJ-2015). Por exemplo, temos o rompimento de barragem de uma mineradora. Esta empresa nunca tinha sido advertida. Será que pela dimensão do dano ambiental decorrente do rompimento da barragem, faria sentido uma advertência? Neste caso, por ser dano grave, o órgão ambiental pode aplicar direto a multa. Outro ponto importante: Imagine que Pedro cometeu, simultaneamente, três infrações ambientais. Ele será punido com uma ou três sanções? De acordo com o parágrafo 1º do artigo 72, serão aplicadas, cumulativamente, as três sanções respectivas às infrações. Exemplo: sanção de multa para cada infração, somam-se as três multas. Também merece destaque a questão sobre advertência. Como verificamos, ela geralmente é aplicada nos casos de infrações de menor potencial lesivo ao meio ambiente. Mas, atenção: ela poderá ser aplicada simultaneamente com outras sanções. Assim, é possível aplicar advertência e suspensão da atividade, por exemplo. Veja parágrafo 2º do artigo 72. Mais um ponto importante. Vimos que se o agente, por dolo ou culpa, não sanar as irregularidades que foram advertidas, ou dificultar a fiscalização dos órgãos competentes, será sancionado com multa simples (parágrafo 3º do artigo 72). Ressaltamos que a multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. O que isso quer dizer? Em geral, o dinheiro arrecadado com as multas pelos órgãos ambientais é destinado ao Tesouro Nacional que, por sua vez, redistribui por meio do instrumento do orçamento do Governo. Com a ideia de se tornar mais eficaz, e aproveitar o valor arrecadado em prol dos órgãos ambientais, sem a necessidade de ter que passar pelo orçamento da União, o Ibama criou o Programa de Conversão de Multas Ambientais. Esse programa permite que o valor da multa possa ser convertido em serviços ambientais, como: recuperação de área degradadas, vegetação nativa; proteção e manejo de espécies da flora nativa e fauna silvestre; mitigação ou adaptações às mudanças climáticas; educação ambiental; saneamento básico. Recomendação Ler artigos 139 - 148, Decreto 6.514/2008. Para trazer maior clareza para o que acabamos de abordar, imagine o exemplo: Maria cometeu uma infração e foi sancionada com multa de um milhão de reais. O instituto de conversão de multas irá propor à Maria que o valor dessa multa seja convertido em serviço ambiental, sendo aplicado em projetos pré-estabelecidos de recuperação da qualidade ambiental. Por fim, conforme estabelecido no artigo 4º do Decreto 6.514/2008, o agente autuante, ao lavrar o auto de infração, observará os seguintes quesitos: gravidade dos fatos; antecedência do infrator, quanto ao cumprimento da legislação ambiental; e situação econômica do infrator. Por exemplo: um curtume de grande porte, com capital de 80 milhões, ao contaminar um rio com o despejo de resíduos tóxicos, matando uma tonelada de peixes, não deve receber uma multa de valor baixo, por exemplo, cem mil reais. O baixo valor da multa não incentivará a empresa adotar medidas de prevenção para evitar futuros danos. Resumindo, os aspectos importantes que merecem destaque sobre a aplicação das sanções administrativas ambientais são: 1. 2. 3. 4. 5. Não é necessário seguir a ordem das sanções previstas no artigo 72 da lei 9.605/98, ou seja, se for infração que cause grave dano ambiental, a multa poderá ser aplicada diretamente, sem a necessidade de aplicar previamente a advertência. O agente, cometendo duas ou mais infrações simultaneamente responderá, cumulativamente, às sanções respectivas. A advertência poderá ser aplicada simultaneamente com outras sanções. A multa simples pode ser convertida em serviços ambientais. O agente autuante, ao estabelecer as sanções no auto de infração, observa os quesitos – gravidade dos fatos, antecedência e situação econômica do infrator. Dos prazos prescricionais Neste vídeo, falaremos sobre as regras sobre prescrição para aplicação das sanções por infração ao meio ambiente. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Nos tópicos anteriores, analisamos as espécies e aspectos importantes das infrações e sanções administrativas ambientais. E agora perguntamos: Qual é o prazo que o órgão autuante possui para apurar se houve infração ambiental passível de sanção administrativa? De acordo com o artigo 21 do Decreto 6.514/2008, os órgãos autuantes ambientais têm cinco anos para apurar a prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado. Exemplo: há um ano, o proprietário de uma fazendo está desmatando ilegalmente a área de preservação permanente para a criação do seu gado. Hoje, o agente de um órgão ambiental, fiscalizando a área, descobriu. Então o proprietário parou de praticar o ato. Sendo assim, a partir de hoje começa o prazo prescricional para o Estado apurar a infração. Dito isso, caso a apuração da infração não seja realizada no prazo de cinco anos, não poderá mais ser feita, por estar prescrita. Mas, atenção! Com a lavratura do auto de infração, considera-se iniciada a ação de apuração da infração ambiental pela administração. Caso o procedimento de apuração do auto de infração tenha iniciado, mas esteja paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, incidirá a prescrição intercorrente, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada. A maioria das infrações ambientais correspondem a crimes ambientais e, quando for assim, o prazo prescricional será o do dispositivo penal. Por exemplo, de acordo com o artigo 34 da Lei 9.605/1998, o crime de pesca em período proibido tem pena máxima de 3 anos, sendo assim, o prazo prescricional é 8 anos. Desta forma, o prazo prescricional de cinco anos previsto no artigo 21 do Decreto 6.514, para apuração da infração administrativa, é alterado, passando de cinco para oito anos. 1. 2. 3. 4. 5. Lembramos que a prescrição da pretensão punitiva da administração não exclui a obrigação de reparar o dano ambiental. Em outras palavras: A reparação do dano ambiental é imprescritível, ou seja, independentemente do que tenha ocorrido na esfera administrativa ou penal, o poluidor sempre será obrigado a reparar o dano ambiental (recuperando e/ou indenizando). Por fim, não confunda prescrição da administração pública para apuração da infração ambiental com a prescrição da execução da multa. São duas prescrições diferentes. Quando o processo administrativo finaliza, passa a contar o prazo prescricional de cinco anos para a execução da multa, ou seja, a Administração Pública tem cinco anos para executar a multa. Caso não faça neste prazo, a multa não poderá ser cobrada. Nesta linha de entendimento, temos a Súmula 467 do Superior Tribunal de Justiça: “prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da multapor infração ambiental.” Então, todo esse processo acontece da seguinte forma e com os seguintes prazos: 5 anos É o prazo prescricional que a Administração Pública tem para apurar a prática de uma infração ambiental, contados da ocorrência da infração. 3 anos Depois de iniciado o processo administrativo contra o infrator, se não houver nenhuma movimentação por além desse prazo, haverá a prescrição intercorrente. 5 anos Após o processo finalizado e multa confirmada, a Administração Pública terá este prazo para executá- la. Caso não seja cobrada neste prazo, a multa estará prescrita. Processo administrativo e destinação dos bens e animais Neste vídeo, falaremos sobre as regras sobre o processo administrativo para apuração de sanções ambientais. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Do processo administrativo ambiental Neste tópico iremos abordar, de forma resumida, o processo administrativo para apuração das infrações ambientais. Para isso, é importante a leitura dos artigos 94 a 140 do Decreto 6.514/2008. O ponto de partida para o início do processo administrativo ambiental é a lavratura do auto de infração. Constatada a ocorrência de infração administrativa ambiental, o agente com Poder de Polícia do órgão competente, lavrará o auto de infração, dando ciência ao autuado, sendo sempre assegurado o direito do contraditório e a ampla defesa. Quais informações devem constar no impresso do auto de infração? O auto de infração deverá ser lavrado em impresso próprio, com as seguintes informações: identificação do autuado; descrição clara e objetiva das infrações constatadas e a indicação dos respectivos dispositivos legais que regulamentam tais infrações, não devendo conter emendas ou rasuras que comprometam a visibilidade do documento. Como o autuado será notificado sobre a lavratura do auto de infração? O autuado será intimado pelas seguintes formas: Pessoalmente Por seu representante legal Por carta registrada com aviso de recebimento Por edital, quando o autuado não for localizado A intimação pessoal, ou por via postal com aviso de recebimento, poderá ser substituída por intimação eletrônica, observado o disposto na legislação específica. Após ter tomado ciência do auto de infração, qual será o prazo para o autuado apresentar defesa ou impugnação? O autuado terá o prazo de vinte dias para apresentar defesa ou impugnação, contados da ciência do termo de notificação da lavratura do auto de infração. Outro questionamento vale a sua atenção: caso o autuado deseje pagar a multa à vista com desconto ou parcelado, ele poderá discutir o valor posteriormente? Caso o autuado decida pagar a multa com desconto, parcelar a multa ou opte por converter a multa em serviços de melhorias do meio ambiente, o processo administrativo estará encerrado. O requerimento de adesão imediata a uma destas soluções conterá: A confissão irrevogável e irretratável do débito. A desistência de impugnar judicial ou recursos administrativos e ações judiciais. A renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais possam ser fundamentadas as impugnações, recursos administrativos e ações judiciais. Em suma, na hipótese de o autuado receber o auto de infração com a sanção de multa, e decidir pagá-la (à vista com desconto ou parcelado) ou convertê-la em serviços ambientais, ele estará renunciando a qualquer direto de discutir posteriormente o auto de infração. Como vimos, o autuado poderá apresentar defesa ou impugnação no prazo de 20 (vinte) dias. Mas em que local ele poderá apresentar a sua defesa? • • • Na hipótese de o autuado querer apresentar defesa ou impugnação contra o auto de infração, esta poderá ser protocolizada em qualquer unidade administrativa do órgão ambiental que promoveu a autuação, que o encaminhará imediatamente à unidade responsável. Caberá recurso contra a decisão proferida pela autoridade administrativa julgadora no prazo de vinte dias. Esse recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão em primeira instância, a qual pode ou não reconsiderar a decisão. Caso a autoridade julgadora permaneça com o mesmo entendimento, encaminhará o recurso, no prazo de cinco dias, à autoridade julgadora de segunda e última instância administrativa. Entretanto, este recurso não terá efeito suspensivo. Destinação dos bens e animais apreendidos Os bens e animais apreendidos deverão ficar sob a guarda do órgão ou entidade responsável pela fiscalização, podendo excepcionalmente, ser confiados a fiel depositário, até o julgamento do processo administrativo. A autoridade competente avaliará a natureza dos bens e animais apreendidos. Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat. Recomendação Leia artigo 25 da Lei 9.605/1998. Caso ocorra algum dano aos bens, e venha ser a apreensão anulada, cancelada, revogada, o órgão ou entidade, deverá restituir o bem no estado em que se encontra, ou indenizar o proprietário pelo valor consignado no termo de apreensão. Após a decisão que confirme o auto de infração, os bens apreendidos poderão ser destruídos, utilizados pela administração quando houver necessidade, doados ou vendidos, garantida a sua descaracterização, por meio de reciclagem, quando o instrumento puder ser utilizado na prática de novas infrações. Veja os artigos 105, 106, 107 e 134 e seguintes do Decreto 6.514/2008. Verificando o aprendizado Questão 1 De acordo com o artigo 225, parágrafo 3º, da Constituição Federal, o poluidor, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, poderá responder nas três esferas: civil, administrativa e penal. Sobre a responsabilidade administrativa ambiental, assinale a alternativa correta. A A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, fundamentada na teoria do risco administrativo. B A responsabilidade administrativa ambiental é objetiva para pessoas jurídicas de direito privado, sendo subjetiva para as pessoas jurídica de direito público. C A responsabilidade administrativa ambiental é objetiva, fundamentada na teoria do risco administrativo. D A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, fundamentada na teoria do risco integral. E A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, sendo analisado o ato ilícito (dolo ou culpa). A alternativa E está correta. A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, ou seja, o ato ilícito (culpa ou dolo) são analisados. Assim, se assemelhando a responsabilidade penal, serão analisados os elementos de dolo ou culpa, para que o sujeito poluidor responda pela infração ambiental. Questão 2 O artigo 72 da Lei 9.605/1998, estabelece as espécies de sanções administrativas ambientais. Sobre a multa simples, assinale a alternativa correta. A Poderá ser aplicada mediante a lavratura de auto de infração, para infrações consideradas de menor lesividade ao meio ambiente. B Será aplicada a infração ambiental que se prolongue por vários dias, até que o infrator interrompa a ação e comprove a regularização dos seus atos. C Será aplicada apenas quando o agente infrator deixar de sanar a irregularidade que tenha sido advertido, no prazo assinalado pelo órgão ambiental competente. D A multa simples poderá ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. E O agente autuante, ao estabelecer o valor da multa, observará exclusivamente a gravidade dos fatos. A alternativa D está correta. Em consonância com o artigo 72 da Lei de 9.605/98, existem 10 (dez) espécies de sanções administrativas ambientais. A advertência é uma sanção que pode ser aplicada mediante a lavratura de auto de infração, para os casos de lesões ambientais consideradas de menor lesividade. Diferentemente da multa simples, a multa diária será aplicada à infração que se prolongue no tempo, por vários dias, encerrando sua aplicação quando o infrator interrompa a ação e comprove a regularização da situação que deu causa à lavratura do auto de infração. Por sua vez, a multa simples, será aplicadaquando o agente infrator, por dolo ou culpa, não cumprir com a advertência dada anteriormente, no prazo estipulado pelo órgão ambiental fiscalizador. Também será sancionada com multa simples, a pessoa que realizar conduta que atrapalhe, impeça, à fiscalização. Em casos de lesão grave ao meio ambiente, a multa poderá ser imposta, sem a necessidade de prévia advertência. Por último, a multa simples pode ser convertida em prestação de serviços de melhoria da qualidade ambiental. 3. Conclusão Considerações finais Conforme vimos, a responsabilidade por ilícitos ambientais encontra-se disciplinada no artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, que estabelece a tríplice reponsabilidade ambiental ao agente poluidor. Em outras palavras, a pessoa física ou jurídica (direito público ou privado) que causar dano ambiental, direta ou indiretamente, poderá responder nas três esferas: civil, administrativa e penal. A responsabilidade civil ambiental é objetiva, ou seja, independentemente da culpa do poluidor, a pessoa será obrigada a reparar (recuperando e/ou indenizando) o dano ambiental causado. Além disso, fundamentada na teoria do risco integral, não cabe excludentes de responsabilidade, como caso fortuito ou de força maior e fato de terceiro. Assim, sendo comprovados o dano e o nexo de causalidade, o sujeito será obrigado a reparar o dano. Destacamos que a obrigação de reparar o dano ambiental é propter rem, aderindo ao título da propriedade, sendo transferido ao novo proprietário. Logo, a obrigação de reparar o dano ambiental causado pelo antigo proprietário se transfere ao novo proprietário/possuidor do imóvel, mesmo que este não tenha causado a lesão ao meio ambiente. O dano ambiental pode ser patrimonial ou extrapatrimonial (moral, coletivo). O direito à reparação aos danos ambientais é imprescritível, contudo, em se tratando de reparação à terceiros impactados pelo dano ambiental, o prazo prescricional são de 3 (três) anos. Por sua vez, a responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, sendo necessária a análise do ato ilícito (dolo ou culpa). Caso o sujeito pratique conduta prevista como infração ambiental no Decreto 6.514/2008, poderá ser sancionado administrativamente. O prazo para apuração da prática de uma infração ambiental, pelo órgão competente, é de 5 (cinco) anos, contados da ocorrência da infração, ou no caso de infração continuada, do dia em que esta tiver sido cessada. Podcast Neste podcast, a professora revê com você os principais aspectos sobre a responsabilidade civil e administrativa em ilícitos ambientais. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ouvir o áudio. Explore + Para um aprofundamento dos assuntos abordados, recomendamos a leitura do livro Direito Ambiental – Coleção Esquematizado, de Marco Abelha Rodrigues. Referências FREITAS, V. P.; FREITAS, M. A. Direito administrativo e meio ambiente. Curitiba: Juruá, 2014. LEITE, J. R. M.; AYALA, P. A. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. Teoria e prática. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. MILARÉ, E. Direito do Ambiente. 12. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020. RASLAN, A. L. Responsabilidade Civil Ambiental do financiador. Porto Alegre: Livraria do advogado, 2012. STEIGLEDER, A. M. Responsabilidade Civil Ambiental: as dimensões do dano ambiental no direito brasileiro. 3. edição. Porto Alegre: Livraria do advogado, 2017. Responsabilização por ilícitos ambientais 1. Itens iniciais Propósito Preparação Objetivos Introdução 1. Responsabilidade civil Fundamentos Características para responsabilização do poluidor Conteúdo interativo Civil Administrativa Penal Será que sempre que existir dano ambiental, o poluidor responderá nas três esferas? Recuperação, indenização e dano ambiental Dano ambiental e sua reparação Conteúdo interativo Dano ambiental Atenção Dano ambiental patrimonial Dano ambiental extrapatrimonial Recuperação e indenização Reparação in natura Reparação em pecúnia Aspectos da responsabilidade civil Conteúdo interativo Responsabilidade civil subjetiva Responsabilidade civil objetiva Ato ilícito Dano Nexo de causalidade Teoria do risco administrativo Teoria do risco integral Aspectos da responsabilidade civil ambiental Conteúdo interativo No caso do rompimento ter sido causado por um temporal, haveria isenção da responsabilidade em reparar o dano causado? Poluidor Conteúdo interativo Poluidor direto Poluidor indireto No caso de um caminhão terceirizado de um hospital causar dano ambiental, quem será considerado poluidor? O hospital? A empresa transportadora? Ambos? Situação 1 Exemplo Situação 2 Exemplo Situação 3 Exemplo Verificando o aprendizado 2. Responsabilidade administrativa Aspectos da responsabilidade administrativa ambiental Conteúdo interativo A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva ou objetiva? Resumindo O que seria uma infração ambiental? Quem pode aplicar as sanções? Infrações ambientais e sanções administrativas Conteúdo interativo Recomendação Advertência Multa simples Multa diária Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração Destruição ou inutilização do produto Suspensão da venda e fabricação do produto Embargo de obra ou atividade Demolição de obra Suspensão parcial ou total de atividades Restritiva de direitos Aplicação das sanções administrativas ambientais Conteúdo interativo Recomendação Dos prazos prescricionais Conteúdo interativo Qual é o prazo que o órgão autuante possui para apurar se houve infração ambiental passível de sanção administrativa? 5 anos 3 anos 5 anos Processo administrativo e destinação dos bens e animais Conteúdo interativo Do processo administrativo ambiental Quais informações devem constar no impresso do auto de infração? Pessoalmente Por seu representante legal Por carta registrada com aviso de recebimento Por edital, quando o autuado não for localizado Após ter tomado ciência do auto de infração, qual será o prazo para o autuado apresentar defesa ou impugnação? Destinação dos bens e animais apreendidos Recomendação Verificando o aprendizado 3. Conclusão Considerações finais Podcast Conteúdo interativo Explore + Referências