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Prévia do material em texto

Japanese tea garden 
Conheça os encantos deste 
jardim nos Estados Unidos 
 
Gramado ao seu modo 
Saiba como selecionar gramíneas 
de acordo com o terreno 
 
Tudo verde 
O aconchegante jardim 
do engenheiro agrônomo 
e paisagista MARCELO FAISAL 
 
Salve as espécies nativas 
Veja como preservar o meio ambiente ao construir
Arquitetura em estilo italiano recebe 
esta moldura verde projetada por 
Roberto Riscala
 
Mini-horta 
8 ideias criativas para 
espaços enxutos 
 
Estufa em casa 
Planeje a sua e tenha 
flores o ano todo 
 
Natureza adentro 
Leve a beleza do verde 
para áreas cobertas 
 
Paisagismo no metrô 
Conheça os vagões de chicago 
que receberam plantas no interior
Daniela Infante, 
da Arteiro, 
Roberto Riscala,
Alexandre Galhego 
e Bibiana Müssnich
mostram projetos 
surpreendentes 
na edição
[2][3]
[4] [1]
[1] Acervo pessoal, [2] Gui Morelli, [3] Leonardo Costa e [4] Tatiana Villa
03 editorial* 12/03/13 15:58 Page 3
Um livro relaxa e leva o leitor a lugares surpreendentes, des-
perta a imaginação e agrega conhecimento. Se a leitura for em uma 
área verde, com direito a recantos e aquele barulhinho da água, tudo 
fica melhor. E é isso que nós da equipe da Paisagismo & Jardinagem 
queremos: um espaço em casa para despertar, encantar e entreter. 
Esta edição traz quatro projetos encantadores – seja pelo bom apro-
veitamento do espaço, harmonia das espécies ou pela composição 
com a natureza. 
A seção Meu Jardim (página 44) com o engenheiro agrônomo e 
paisagista Marcelo Faisal. Totalmente verde, a área externa de sua 
casa na capital paulista dita o tom de seu trabalho: um jardim fun-
cional, saudável e de fácil manutenção. 
Quem disse que o verde está limitado ao exterior? Selecionamos 
em Verde interior (página 86) ambientes impecáveis que abusam do 
uso das plantas em salas, escadas e banheiros. Para levar um char-
me a mais às moradas, mostramos em Casa das plantas (página 90) 
estufas para garantir o cuidado de ornamentais e hortaliças duran-
te todo o ano. Aí a diversão fica por sua conta. 
Até a próxima! 
editorial
SEÇÕES
10 você sabia que…
97 contatos
98 opinião 
24 ideias da PJ
5 propostas criativas para 
levar o verde às moradas
26 meio ambiente
Saiba como preservar 
árvores ao construir
30 flores e frutos
Agora é tempo de…
32 tapete verde
Veja como selecionar a gramí-
nea ideal para cada terreno
34 horta e pomar
Soluções inusitadas de 
hortas para áreas enxutas
40 plante uma ideia
Dê adeus ao cinza dos 
muros e adote espécies
ideais
44 meu jardim
Os tons de verde na casa 
do engenheiro agrônomo e
paisagista Marcelo Faisal
48 planta da edição
As cores do tinhorão
(Caladium sp) 
74 perfil
A idealizadora de 
paisagens Juliana Castro
78 secos e molhado
Acerte na escolha das 
espécies para a área de lazer
80 lá fora
Plantas dão o tom 
aos vagões do metrô 
de Chicago, nos 
Estados Unidos
82 pelo mundo
Desperte sensações 
 ,nedraG aeT esenapaJ on
nos Estados Unidos
REPORTAGENS
86 JARDINS INTERNOS
Leve a beleza natural 
das plantas para os 
ambientes cobertos
90 ESTUFAS
Tenha em 
casa e garanta 
�ores e frutos 
o ano todo
PROJETOS
índice
58 ROBERTO RISCALA
72 BIBIANA MÜSSNICH
52 DANIELA INFANTE
66 ALEXANDRE GALHEGO
04 Indice+Anun 12/03/13 16:16 Page 4
 
Diretores 
Luiz Fernando Cyrillo 
Renato Sawaia Sáfadi 
 
FALE CONOSCO 
Atendimento em geral: 
atendimento@casadois.com.br 
Dúvidas, críticas e sugestões: 
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Nossos produtos em seu ponto de venda: 
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WhatsApp (11) 99748-4778 
 
Esta é uma publicação da CASADOIS EDITORA, CNPJ 
00.935.104/0001-98. Ninguém está autorizado a representar 
o nome da revista sem a apresentação do crachá da editora 
e/ou carta assinada pela diretoria. Não é permitida a repro-
dução total ou parcial das matérias, das fotos ou dos textos 
publicados, exceto com autorização da CasaDois Editora. Os 
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A CasaDois Editora não contrata serviços de terceiros 
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tivo-financeiro. Todos os contatos são feitos pelos nossos 
departamentos. Qualquer dúvida ligue para (11) 2108-9000 
ou mande e-mail para financeiro@casadois.com.br 
 
PUBLICAÇÕES DA 
CASADOIS EDITORA 
ARTESANATO: Arte com as Mãos Appliqué, Bolos Decora-
dos, Bonecas de Pano, Bonecas de Pano Bichos, Bonecos 
de Feltro, Capitonê, Cupcake, E.V.A., Feltro, Fuxico, Fuxico 
com Feltro, Panos de Prato, Ponto Cruz e Crochê, Tapeça-
ria, Tricô Bebê, Unhas Decoradas, Arte e Artesanato, Deco-
ração de Natal Especial, Fuxico Passo a Passo, Guia Arte 
com as Mãos, Guia Arte e Artesanato, Guia da Mamãe Cro-
chê Baby, Guia da Pintura e Tela Passo a Passo. ARQUITE-
TURA E DECORAÇÃO: Construir, Construir Especial 
Banheiros, Construir Especial Cozinhas, Construir Especial 
Quartos, Construir Especial Salas, Construir Rústicas, Deco-
ração de Interiores Varandas e Espaços Gourmets, Guia 
Construir Casas Rústicas, Guia Construir Melhores Ideias Ba-
nheiros e Cozinhas, Guia de Modelos de Piscinas e Piscinas 
& Churrasqueiras. DECORAÇÃO DE FESTAS: Decoração 
de Festas Infantis, Guia de Decoração de Festa de Casa-
mento e Guia de Decoração de Natal. GASTRONOMIA E 
CULINÁRIA: Cake Design, Cake Design Cupcakes, Coleção 
Delícias da Cozinha, Culinária Fácil Bolos, Guia da Cerveja, 
Guia de Decoração de Festas Infantis Bolos, Guia de Degus-
tação de Cervejas e Guia de Delícias Festas de Aniversário. 
JARDINAGEM E PAISAGISMO: Coleção Cultivo de Orquí-
deas, Como Cultivar Orquídeas, Guia Como Cultivar Orquí-
deas para Iniciantes, Guia da Jardinagem, Guia de 
Orquídeas, Guia Sítio & Cia - Horta & Pomar, Jardins em Pe-
quenos Espaços e Paisagismo & Jardinagem. PROJETO E 
CONSTRUÇÃO: Casas de 50 a 90 m², Construção do Co-
meço ao Fim, Guia Construir Drywall, Guia Construir Econo-
mize Água, Guia Construir Iluminação, Guia Construir Portas 
e Janelas de PVC, Guia Construir Reforma, Guia de Projetos 
para Construir, Manual da Piscina, Melhores Projetos e Pro-
jetos de 100 a 200 m². SAÚDE: Coleção Guia Saúde Hoje e 
Sempre e Saúde Hoje e Sempre.
Di
l
ã
/T
k
t
10*Paisagismo & Jardinagem
Bromélia 
pendente
Presente dos pântanos ao sul dos Estados Unidos até as matas argen-
tinas, a barba-de-velho (Tillandsia usneoides) sempre chama atenção no
alto das árvores. Apesar da textura da folhagem, que lembra musgo, e da
estrutura pendente, tal qual uma trepadeira, pertence à família das bro-
mélias (Bromeliaceae).
Também conhecida no Brasil por barba-de-pau, camambaia e mus-
go-espanhol, aprecia ambientes com temperaturas amenas e alta umida-
de do ar e é marcante nas matas das regiões Nordeste, Sudeste e Sul.
Vegeta a pleno sol ou à meia-sombra e possui hastes onduladas cobertas
por minúsculas escamas acinzentadas. Pode chegar a 6 m de comprimento.
Floresce raramente e sua reprodução é feita principalmente por cres-
cimento vegetativo, com a ajuda do vento e dos pássaros, que a levam de
uma arbórea a outra. Muitas aves, inclusive, utilizam os ramos da barba-
de-velho para confeccionar ninhos.
Já foi muito procurada pelos artesãos do País para compor móveis e
preencher colchões, travesseiros e almofadas. Como possui propriedades
antibiótica, antirreumática, adstringente e anti-hemorroidal, é emprega-
da ainda hoje no combate a hérnias, úlceras e varizes.
Nos últimos anos, a espécie tem sido testada por pesquisadores de
vários países para analisar a poluição atmosférica. Como a barba-de-velho
não possui raízes desenvolvidas, absorve água e nutrientes diretamente
por meio de suas escamas. Esta característica permite à planta reter as
partículas de poluição presentes na atmosfera, indicando como está a qua-
lidade do ar na região em que vegeta. 
Utilizada na fabricação de móveis, 
no combate a hérnias e até para medir 
a poluição do ar, a barba-de-velho se 
destaca pela aparência de musgoaprovei-
ta o tempo cozinhando, cuidando dos filhos e viajando para a praia ou
para o campo, sempre desfrutando da vida ao ar livre. 
74-77 Perfil* 11/03/13 16:17 Page 76
Paisagismo & Jardinagem*77
“Não vivemos sem a natureza. Afinal, criamos o artificial em meio ao natural.”
74-77 Perfil* 11/03/13 16:18 Page 77
78*Paisagismo & Jardinagem
Em boa companhia
A área de lazer pode ficar ainda mais valorizada 
com a escolha correta do paisagismo
Como combinar o paisagismo com um amplo espaço externo no qual
a piscina é o destaque? Pode parecer uma tarefa complicada, mas a arqui-
teta paisagista Pedrinha Parisi, de São Paulo, SP, encontrou a solução per-
feita. Ao elaborar um jardim com estilo clássico, arquitetura e natureza
ficaram em total harmonia. “O resultado foi positivo porque os estudos
para a implantação do paisagismo foram iniciados durante a obra da resi-
dência, o que possibilitou algumas interferências, inclusive em detalhes
construtivos”, explica.
A piscina de concreto armado e formato orgânico contorna os ambien-
tes da ala social e soma 72 m², com 1,80 m de profundidade. Como os
proprietários solicitaram um local que tivesse diversão para toda a famí-
lia, opções para o lazer não faltam. Com spa e prainha, possui raia para a
prática de natação com 2 m de profundidade, dividida por uma ponte e
um espelho d’água com direito a chafariz próximo à fachada. A profis-
sional priorizou o uso de materiais práticos que não ofuscassem o jardim:
pastilhas de porcelana na cor azul profundo (NGK) para o interior, pedra
São Tomé branca com boleamento duplo nas bordas e deque de madei-
ra de demolição em toda a área ao redor do espaço para banhos. 
Para compor o verde, Pedrinha selecionou vegetação de fácil manu-
tenção. Presente no terreno original, a palmeira-imperial (Roystonea ole-
Texto Camilla Chevitarese 
Fotos Gui Morelli
secos e molhados
78-79 Secos e Molhados+Anun* 11/03/13 15:59 Page 78
racea) foi mantida e se tornou o destaque do projeto, junto com as pal-
meiras-fênix (Phoenix roebelinii). Vasos intercalados com murtas (Murraya
exotica) e um painel vertical de madeira de demolição com ripsális (Rhipsalis
baccifera) e lírio-do-vento (Zephyranthes candida) valorizam o muro de
divisa da residência onde está localizada a raia, em frente ao ambiente de
estar. “Evitei utilizar vegetação que favorece o sombreamento e folhas
pontiagudas e caducas, que podem entupir e dificultar a manutenção da
piscina”, explica a profissional. 
Dispostas no deque, as espreguiçadeiras são verdadeiros recantos. Os
moradores não perdem uma oportunidade para relaxar. 
78-79 Secos e Molhados+Anun* 11/03/13 15:59 Page 79
Ideias 
para todos 
os cantos 
do jardim
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80*Paisagismo & Jardinagem
SELVA
URBANA
Texto Suzana Mattos
Fotos Divulgação/Photo courtesy of www.noisivelvet.org
Vagões do metrô de Chicago, 
nos Estados Unidos, 
ganham jardins móveis
Turistas e moradores da cidade de Chicago, nos Estados Unidos, sur-
preenderam-se ao entrar em seis vagões do metrô Loop, que vai em dire-
ção ao centro: eles se depararam com verde por toda parte. Chão e assen-
tos foram revestidos com grama e relva doados pelo Central Sod Farms,
de Plainfield, Illinois, além da diposição de espécies, como pimenteiras
(Capsicum spp), fornecidas por comerciantes locais. 
A empresa de paisagismo e jardinagem Tu Bloom Designs, responsá-
vel por decorar eventos grandiosos como Grammy Awards e o jardim em
memória ao cantor Michael Jackson, expôs exemplares ornamentais nos
bancos. Para complementar, hortaliças como abobrinha (Cucurbita spp)
e tomate (Lycopersicum spp), doadas por Harvest Moon Farm, fazenda
de Nort Salem, em Nova Iorque, foram suspensas nos corrimãos do vagão. 
“Permitimos aos amigos dos participantes que colocassem as plantas
de suas casas no espaço. Mesmo que o objetivo fosse expor espécies nati-
vas, não negamos doação”, complementa Joe Baldwin, fundador da orga-
nização Noisivelvet, grupo sem fins lucrativos, localizado em Chicago,
que ajuda artistas a tornarem públicas suas obras de arte.
VERDE SOB OS TRILHOS
Junto à equipe do Art on Track – galeria móvel de arte temporária –,
o projeto circulou em 2012. Foram, em média, oito horas de execução e
mais de cinco horas de exposição. “A ideia principal era a de conscienti-
zar e voltar a atenção para as artes, administração urbana e inovação”,
acrescenta Baldwin. 
Sem contar que a iniciativa complementou a cultura da cidade e inte-
grou a lista de exibições que estavam acontecendo. “Muitos colaboraram
com o projeto, além de recebermos muitas doações de entidades que acre-
ditam na iniciativa. Por isso, pouco dinheiro foi investido na exposição,
aproximadamente US$ 300”, conta.
Antes dessa criação, a organização já tinha se aventurado no planeja-
mento de jardins exóticos. “Em 2011, instalamos na Logan Square, em
Chicago, uma rua inteira coberta por grama que ia ao encontro de uma
horta feita pela comunidade local. Como resultado, os artistas foram con-
vidados a montar um site onde pudessem explicar um pouco sobre arte
e jardinagem”, conta. 
lá fora
80 Lá Fora* 11/03/13 16:11 Page 80
82*Paisagismo & Jardinagem
Ú N I C O D E V O T O
pelo mundo
82-85 - Pelo Mundo* 11/03/13 16:03 Page 82
Paisagismo & Jardinagem*83
Criador do Japanese Tea Garden, o imigrante japonês 
Makoto Hagiwara dedicou a vida ao paisagismo, sua paixão 
Com história marcada pela criatividade e devoção, o Japanese Tea
Garden (em português, Jardim de Chá Japonês) é um dos principais pon-
tos turísticos do Golden Gate Park, em São Francisco, Estados Unidos.
Nele, os visitantes são convidados a explorar sentidos: ouvir o barulho da
água que cai das fontes cobertas por azaleias (Rhododendron simsii), apre-
ciar a beleza de luminárias de porcelana e estátuas e sentir o doce perfu-
me das flores das trepadeiras. 
Ao passar pelo portão principal, pinheiros-de-monterey (Pinus radia-
ta) saúdam os visitantes. À esquerda, uma cerca-viva no formato do Monte
Fuji presta homenagem às raízes do paisagista fundador do jardim, Makoto
Hagiwara, que nasceu próximo à montanha mais alta do Japão. Ao redor
estão bambus (Poaceae), íris (Iris germanica) e bonsai. 
Um caminho de folhagens leva à Drum Bridge, que além da vasta vege-
tação, abriga o nobre pinheiro-chinês (Cunninghamia lanceolata). Próxima
da loja de souvenirs, uma cachoeira cercada por trepadeiras, azaleias, bon-
sai e bordo-japonês (Acer palmatum) recepcionam os turistas. Um peque-
no lago contempla essa seção do jardim, com vista para a Japanese Tea
House (em português, Casa de Chá Japonesa). Com o objetivo de culti-
var a tradição de lavar as mãos antes de entrar nas casas de chá, uma bacia
com água (no formato de barco) foi posicionada no local.
No mesmo ambiente, é possível visitar o Museu de Arte Asiática e
o Sunken Garden, que ocupa o lugar da antiga casa de Hagiwara. Outro
monumento que vale a visita é o Pagoda, que faz alusão à cultura do
leste asiático e funciona como santuário budista. Atrás dele, o Jardim
Zen reúne bonsai, azaleias, fonte de pedras e rio forrado com pedris-
cos brancos. 
Texto Alexandra Iarussi
Fotos Shutterstock
82-85 - Pelo Mundo* 11/03/13 16:04 Page 83
84*Paisagismo & Jardinagem
AMOR À TERRA NATAL
O Japanese Tea Garden foi criado em 1894, durante a Exposição de
Meio-Inverno da Califórnia, popularmente conhecida como Feira Mundial.
Chamava-se Japanese Village (em português, Vila Japonesa) e surgiu com
o objetivo de mostrar um pouco da cultura nipônica aos norte-ameri-
canos. Atualmente, é considerado o jardim japonês mais antigo dos
Estados Unidos. 
Hagiwara criou, fundou e dedicou a vida ao jardim. Determinado em
manter viva a cultura japonesa na América, pediu permissão a John
McLaren, na época superintendente do Golden Gate Park (responsável
por plantar mais de 2 milhões de árvores no local), para transformar a Vila
em instalação definitiva. McLarenassentiu e, a partir de 1895, o imigrante
japonês começou a dar vida nova ao jardim. 
Hagiwara ergueu a Tea House, o jardim e outros pavilhões, totali-
zando 20.234 m². Para se dedicar às plantas, ele construiu ampla arena e
casa para a família no local. O paisagista não apenas aperfeiçoou o espa-
ço, importou pássaros japoneses raros, peixes dourados, itens de bronze
e plantas – tributos autênticos de sua terra natal –, esgotando a fortuna
da família pela profissão que amava. O novo jardim ganhou várias está-
tuas, como um Buda de madeira, um santuário Shintô – símbolo arqui-
tetônico da antiga cultura japonesa, dedicado ao xintoísmo –, águias de
asas abertas e luminárias de porcelana. 
SONHO INTERROMPIDO
Hagiwara cuidou e cultivou do jardim até 1925, ano em que faleceu.
Após sua morte, seu genro, Goro Tozawa Hagiwara, passou a se dedicar
ao recanto: plantou várias cerejeiras (Prunus serrulata) e continuou o pro-
jeto do sogro. Em 1937, Goro faleceu e sua esposa passou a tomar conta
do local junto com seus filhos Sumi, George e Haruko. 
Tudo correu bem até 1942, quando iniciou-se a Segunda Guerra Mundial
e todos foram despejados e enviados para um campo de concentração
com outros japoneses americanos. Nessa época, o jardim recebeu o nome
The Oriental Tea Garden (em português, O Jardim de Chá Oriental) e,
a partir daí, começou a definhar. A maioria dos arranjos foi destruída ou
removida, assim como as esculturas, e as plantas sucumbiram por falta
de cuidados.
Em 1952, o jardim recebeu novamente o nome Japanese Tea Garden.
Em 1974, a cidade de São Francisco prestou homenagem ao fundador do
jardim e sua família. Uma placa de bronze foi colocada ao final do caminho
do portão principal com a inscrição: “Em honra a Makoto Hagiwara e sua
família, que alimentaram e compartilharam esse jardim de 1895 a 1942.”
Hoje restam apenas resquícios do jardim original, como os pinhei-
ro-de-monterey. Sua restauração acontece aos poucos: os portões foram
reformados em meados de 1980 e, recentemente, foram adquiridas espé-
cies de plantas raras. 
82-85 - Pelo Mundo* 11/03/13 16:04 Page 84
Paisagismo & Jardinagem*85
J A P A N E S E 
T E A G A R D E N
SÃO FRANCISCO
ESTADOS UNIDOS
HORÁRIO diariamente, 
das 9 às 17 horas 
no Verão e das 9 horas 
às 16h45 no Inverno
MAIS INFORMAÇÕES
www.japaneseteagardensf.com
82-85 - Pelo Mundo* 11/03/13 16:04 Page 85
86*Paisagismo & Jardinagem
VERDE INTERIOR
A paisagista Monica Castelo
Branco, da Botana Paisagismo, 
do Rio de Janeiro, RJ, selecionou
lança-de-são-jorge (Sanseviera 
cyllindrica) e aspargo-pluma
(Asparagus densiflorus) para 
este jardim interno 
Dracena (Dracaena sp)
foi a variedade escolhi-
da para este ambiente
planejado pela Botana
Paisagismo
No projeto do arquite-
to Rogério Perez, de 
São Paulo, SP, amplas
janelas permitem a
entrada de luz solar 
e favoreceram 
a implantação 
do jardim
jardins internos
[3] [3] [3]
86-89 Rep 01 - Jardins Internos* 12/03/13 16:09 Page 86
Paisagismo & Jardinagem*87
Jardins são comumente associados a áreas externas, remetendo mui-
tas vezes a trabalhos estonteantes de paisagismo, nos quais diferentes espé-
cies vegetais estão em harmonia com o ambiente. 
No entanto, áreas internas também podem ser contempladas com pro-
jetos que aplicam plantas, levando vivacidade e frescor, além de diminuir
a temperatura do interior e agregar beleza natural. “Esses jardins atraem
pássaros, ajudando a embelezar o espaço”, comenta a arquiteta Adriana
Victorelli, da Neo Arq, de São Paulo, SP.
Segundo a paisagista Monica Castelo Branco, da Botana Paisagismo,
do Rio de Janeiro, RJ, quando inseridas dentro de casa, as plantas huma-
nizam o local de forma a torná-lo bastante agradável. Em seus proje-
tos, a profissional considera os jardins internos um diferencial, cujo
principal objetivo é impactar visualmente, além de permitir uma pro-
ximidade com a natureza.
Para quem pretende contar com a beleza e as vantagens de manter
um ambiente verdejante dentro da residência, a boa notícia é que não
há restrição quanto ao local. “Pode ser agregado a quarto, cozinha e
até ao banheiro. A diferença é que um jardim na sala de estar fará com
que as pessoas usufruam mais do espaço do que em outras áreas da
casa”, ressalta Adriana. 
Porém, é preciso estar atento se a área atende às necessidades da vege-
tação, como ventilação e iluminação natural suficientes. Caso contrário,
as espécies não vivem, apenas “sobrevivem”. “Elas sofrem até terem de
ser substituídas por outras e, definitivamente, não considero essa solução
a mais indicada”, observa a paisagista Junia Lobo, de Belo Horizonte,
MG. “Em espaços assim, o profissional deve ser criativo e projetar um
jardim com elementos diferenciados. Ou seja, ao invés de plantas ‘vivas’,
pode criar ambientes com esculturas, fontes, pedriscos e pedras.” 
Ideias, inspirações e cuidados para levar a beleza
natural das plantas aos ambientes cobertos
Texto Lucie Ferreira
Fotos [1] Divulgação/Junia Lobo Paisagismo, 
[2] Fran Parente, [3] Gui Morelli e [4] Tarso Figueira
A Una Arquitetos, da capital paulista, 
utilizou zamioculca (Zamioculcas 
zamiifolia) neste jardim interno, 
uma vez que a planta aprecia sombra
[4]
86-89 Rep 01 - Jardins Internos* 12/03/13 16:09 Page 87
88*Paisagismo & Jardinagem
Além de as espécies não se desenvolverem em espaços sem luz natural,
a tendência do solo é ficar argiloso e úmido, causando bolor nas paredes.
“Em local úmido, estreito e sem incidência solar, é recomendado optar por
plantas que toleram sombra”, sugere a arquiteta da capital paulista. Variedades
dotadas de raízes aéreas ou vigorosas, por outro lado, podem danificar a
área do jardim, que geralmente é reduzida. Por isso, é fundamental esco-
lher exemplares adequados para cada ambiente.
ESPÉCIES INDICADAS
Harmonia e proporção também são primordiais durante o projeto do
jardim interno. “Outros cuidados se referem ao controle: observar as regas,
a existência de pragas e a escassez de nutrientes. Como em qualquer outro
jardim, a manutenção é necessária e essencial”, diz Junia. “Podas e cui-
dados regulares, como adubar e substituir substratos aumentam a vitali-
dade”, acrescenta Adriana.
Na impossibilidade de acesso ao solo natural, a arquiteta recomenda
abusar de vasos e forrar o piso com pedriscos ou cascas de madeira.
Entretanto, ela lembra que vasos exigem mais manutenção, precisando
ser drenados, a terra reposta e os nutrientes aplicados periodicamente. Se
o solo for natural, a renovação é automática.
Quanto à escolha das plantas, Monica destaca depender da luminosi-
dade. “Quando há incidência de luz solar, a variedade de espécies é maior.
Geralmente uso iuca-elefante (Yucca elephantipes), espada-de-são-jorge
(Sanseviera trifasciata), palmeira-ráfis (Raphis excelsa) e dracena (Dracaena
fragans)”. Junia acrescenta lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisi), zamioculca
(Zamioculcas zamiifolia), palmeira-pinanga (Pinanga kuhlii), ciclanto
(Cyclanthus bipartitus), pleomele (Dracaena reflexa), clívia (Clivia miniata),
antúrio (Anthurium sp), falsa-arália (Dizygotheca elegantissima), bromélia
(Bromeliaceae), imbé (Philodendron sp), palmeira-licuala (Licuala grandis),
pata-de-elefante (Beaucarnea recurvata) e palmeira-areca (Areca triandra). 
Neste jardim interno assinado pela paisagista Junia
Lobo, de Belo Horizonte, MG, optou-se por clívia
(Clivia miniata) e palmeira-pinanga (Pinanga kuhlii)
[1]
86-89 Rep 01 - Jardins Internos* 12/03/13 16:09 Page 88
Paisagismo & Jardinagem*89
Em ambientes nos quais a planta não recebe sol pleno, Adriana apon-
ta espada-de-são-jorge, pacová (Philodendron martianum), bromélias,
samambaias (Davalliaceae), helicônias (Heliconiaceae), maranta-tricolor
(Maranta leuconeura), antúrios e forrações como grama-preta (Ophiopogon
japonicus). Em caso contrário, recomenda alpínia (Alpinia purpurata),
agapanto (Agapanthus africanus), arvoretas frutíferas, agave (Agavaceae)
e rosa-do-deserto (Adenium obesum). 
Além de iluminação, ventilação, clima e solo, outros aspectos quenecessitam ser observados são estilo da arquitetura, dimensão do espaço
a ser projetado e personalidade e preferências do proprietário. 
PARA INCREMENTAR
A residência de autoria da Anastasia Arquitetos, da capital mineira,
recebeu jardim interno assinado por Junia Lobo, mas o conceito de inse-
ri-lo no espaço já havia sido concebido pelos autores do projeto arquite-
tônico. “Como é uma residência integrada e dinâmica, com arquitetura
moderna e descontraída, sugerimos um jardim com linguagem tropical,
estendendo a ideia para o interior da sala, trazendo mais conforto e leve-
za”, revela a paisagista.
O resultado foi um estar mais verde, proporcionando sensação de
tranquilidade, além de ser visivelmente belo e harmonioso. “Cada vez
mais necessitamos de um pouco de natureza perto de nós. Trazer a ener-
gia das plantas para dentro de casa é um privilégio”, opina. 
Para embelezar ainda mais a área, ela sugere acrescentar materiais
inertes, por exemplo seixos, pedras, pedriscos e argila expandida. Esculturas
metálicas, peças de cerâmica e iluminação também são apostas certeiras.
“O que irá nortear é o espaço e a arquitetura de cada lugar.”
Espécies frutíferas e floríferas, principalmente as com perfume, dão
toque especial. “Outra dica valiosa é colocar uma fonte para atrair pás-
saros para beber água”, complementa Adriana. 
[1]
86-89 Rep 01 - Jardins Internos* 11/03/13 16:20 Page 89
estufas
90*Paisagismo & Jardinagem
 
[3]
PLANTA DA EDIÇÃO
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Paisagismo & Jardinagem*91
CASA DAS PLANTAS
As estufas residenciais garantem ornamentais e hortaliças 
bem cuidadas o ano todo. Além disso, conferem charme 
e funcionam como antídoto contra o estresse
Solução perfeita para quem pretende cultivar uma única variedade
de planta, ter uma horta sempre por perto ou contemplar as próprias flo-
res desabrochando em todas as épocas do ano. As estufas residenciais ofe-
recem todos estes benefícios. 
De acordo com Nuno Durães, sócio e arquiteto na empresa Two N
Estufas Domésticas, de Portugal, a função dessas pequenas construções é
garantir flores, frutos e especiarias fora de época, aumentando a produção
anual das espécies favoritas. Isso é possibilitado pelo controle de tempe-
ratura que as estruturas promovem, amenizando a ocorrência de pragas e
doenças. “Nesse quesito, a supervisão se torna mais fácil, uma vez que o
proprietário está sempre atento e pode detectar com rapidez a incidência
de problemas e, assim, tomar as medidas necessárias para o controle”, com-
pleta o arquiteto paisagista Eduardo Mera, de São Paulo, SP.
COMO CONSTRUIR
Ao contrário do que a maioria pensa, construir e manter uma estufa
domiciliar não é desafio inalcançável. “O planejamento deve levar em con-
ta o verdadeiro intuito para a construção – pode ser maior e mais elabo-
rada ou simples”, explica Mera. Antes, era necessário contar com a aju-
da de um profissional especializado e investir em materiais caros. Atualmente,
existe uma grande variedade de kits pré-moldados que tornam esse pro-
cesso acessível.
As mais comuns são instaladas nas áreas verdes ao ar livre, no entan-
to, apartamentos, garagens e varandas também podem recebê-las. “O impor-
tante é que esses espaços tenham insolação”, acrescenta o profissional da
capital paulista.
O tamanho ideal vai depender do número de mudas que optar por
incrementar a estufa. Já o material é bem democrático: ferro, madeira e
alumínio se adequam bem. Na cobertura, aposte em plástico, vidro ou
policarbonato. Segundo Durães, o plástico, por ser térmico, é um dos ele-
mentos primordiais para uma boa estufa. “O intuito é absorver a luz solar
e mantê-la no interior da estrutura”, afirma. A preocupação com a tem-
peratura vai depender das espécies e do local em que estão inseridas. No
Brasil, onde o clima é tropical, é importante verificar se não há necessi-
dade de ajustar o sistema temporal com telas de sombreamento, asper-
sores ou até mesmo ventilação forçada. Segundo o arquiteto paisagista da
capital paulista, a altura ideal é de 2,20 m, que permite a circulação de
pelo menos duas pessoas por vez na estufa.
As plantas devem ser colocadas em prateleiras ou bancadas, afasta-
das do piso. “A fluidez na circulação deve levar em conta os trabalhos e
cuidados manuais com cada vaso e a limpeza do local”, explica Mera.
CUIDADO COM AS ESPÉCIES
As orquídeas (Orchidaceae) são muito comuns entre os adeptos de
estufas residenciais. No entanto, hortaliças e outras floríferas também se
adequam à estrutura. 
“Focar em uma única variedade torna o trabalho fácil e proveitoso,
pois o microclima ideal é atingido com mais facilidade. Outra medida é
escolher espécies que possuam as mesmas necessidades”, indica Mera.
Para os que preferem investir em horta caseira, as plantas podem se mis-
turar sem tantas adversidades. “Nos locais com menor incidência solar,
como garagens ou terrenos com muros altos, é possível plantar cogume-
los, por exemplo. Eles necessitam de pouca luz e podem render bons
resultados”, afirma Durães. 
Texto Amanda Costa Fotos [1] Bruno Carvalho, 
[2] Divulgação/Two N Estufas Domésticas e [3] Gui Morelli
90-93 Repo 02 - Estufas 11/03/13 15:53 Page 91
92*Paisagismo & Jardinagem
RECANTO DAS BROMÉLIAS
Dentre os 3 mil m² do refúgio no distrito de Araras, pertencente a
Petrópolis, RJ, os profissionais do escritório Landscape, da capital flu-
minense, foram os responsáveis por encher de cor o terreno que já con-
tava com vegetação nativa. O espaço é todo integrado e dá a impressão
de que cada florífera, arbusto ou árvore está no lugar certo desde sem-
pre. É nesse encantado vale que a estufa de 80 m² está inserida. Perto do
parquinho para as crianças, a construção rústica tem o clima serrano e
guarda aproximadamente 50 espécies de bromélias (Bromeliaceae) e como
a fosteriana (Vriesea fosteriana) e zebra (Aechemea chantinii) e 30 varie-
dades de orquídeas. A escolha das plantas se deu pela beleza das folhas
e flores, além de serem nativas e, por isso, adequaram-se facilmente ao
clima local. Para protegê-las, a estrutura da estufa tem laterais revestidas
com tela de sombreamento. Os pilares são de ferro galvanizado e a cober-
tura de plástico com tratamento antirraios UV. O piso foi revestido com
pedra brita número 0.
ORGANIZAÇÃO NAS ALTURAS
A advogada Priscila Corrêa da Fonseca, de São Paulo, SP, descobriu
há cerca de nove anos uma paixão: cultivar orquídeas. Para introduzir o
hobby no seu dia a dia, decidiu instalar duas estufas na parte de cima do seu
apartamento. O espaço totaliza 54,4 m², onde organização é a palavra-cha-
ve. Os pequenos vasos com mudas são identificados em placas referentes
com os nomes das espécies. Para aproveitar cada espaço, nas paredes foram
colocadas prateleiras de madeira com recipientes de vidro que abrigam
sementes que ainda estão por crescer. A cobertura, feita com bambu e fecha-
mento de vidro, serve de suporte para vasos suspensos. A advogada possui
tantos exemplares que criou um “cardápio” para identificá-las. Entre eles:
Cattleya walkeriana, Cattleya labiata e Laelia purpurata. O refúgio serve
como terapia após dias corridos, mas é a casa que agradece: a decoração
está sempre viva e enfeitada com o perfume e colorido das plantas.
[3]
[1]
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Paisagismo & Jardinagem*93
SOB MEDIDA
A forma encontrada pela técnica agrícola Elaine Guedez Albuquerque
de Espírito Santo do Pinhal, para implantar um orquidário no SPA &
Resort Fazenda MC, na mesma cidade, interior paulista, foi construir
uma estufa de 32 m², com estrutura de ferro, vidro e cobertura de poli-
carbonato. Além da proteção da estrutura, o local foi implantado numa
área com grandes árvores que ajudam a manter a temperatura amena. Os
mais de 250 exemplares de orquídeas estão dispostos em móveis de madei-
ra rústica, que caracterizam o clima de fazenda. A ventilação é garantida
pelas janelas e três portas ao longo da estufa. 
Nos dias mais quentes, basta jogar água no chão revestidocom piso
cerâmico, que retém o líquido e aumenta a sensação de frescor. A área
de circulação ganhou um conjunto de cadeiras de ferro para contem-
plar as plantas.
PRÉ-FABRICADAS
As estufas produzidas pela empresa por-
tuguesa Two N são em formato de túnel e
têm material leve, porém resistente. A por-
ta, localizada na frente, é de enrolar e dis-
pensa janelas de ventilação. O modelo
Standard (foto) é indicado para jardins ou
áreas ao ar livre, enquanto o Míni é reco-
mendado para varandas e espaços internos.
Ambos são feitos com plástico térmico e
sapatas de betão – mais resistentes ao ven-
to. Já os arcos são produzidos com tubos
PVC que, por serem flexíveis, acabam duran-
do mais. Indicados para o cultivo de horta-
liças, garantem o consumo para a família de
maneira prática e econômica. 
[3]
[2]
[3]
90-93 Repo 02 - Estufas 11/03/13 15:53 Page 93
Paisagismo & Jardinagem*97
EMPRESAS
Anastasia Arquitetos
Belo Horizonte/MG
(31) 3282-1334 
www.anastasiaarquitetos.com.br 
Art on Track
tristan@builtforart.com 
www.builtontrack.com 
Aue Soluções
Juiz de Fora/MG
(32) 3217-1501 
www.auesolucoes.com.br
Brudden Equipamentos
0800-7724080
www.brudden.com.br
Central Sod Farms
Chicago/EUA
+(800) 310-0402
www.centralsod.com 
Cianex
Tatuí/SP
(15) 3451-3238
www.cianex.com.br
Creare Paisagismo
Porto Alegre/RS
(51) 3023-4750
www.crearepaisagismo.com.br
Cristiane Rodrigues 
Pedras Decorativas
São Paulo/SP
(11) 3832-1177
www.cristianerodrigues.com.br
Ecoseixos
Contagem/MG
(31) 3394-2009
www.ecoseixos.com.br
Fecaplant
Corupá/SC
(47) 3375-1902
www.fecaplant.com.br
Flora Madurodam
Holambra/SP
(19) 3802-4468
Forth Jardim
Tietê/SP
(15) 3282-3444 
www.forthjardim.com.br
Green Grass
Santo Antônio da Patrulha/RS
(51) 3662-8600
www.greengrass.com.br
Happy Garden
Caxias do Sul/RS
(54) 3215-2452
www.happygarden.com.br
Harmonia Verde
Florianópolis/SC
(48) 9918-0768
www.harmoniaverde.com.br
Harvest Moon Farm
Nova Iorque/EUA
www.hmfarm.com 
Hortipaisagismo
Campinas/SP
(19) 8842-0041/8156-5711 
www.hortipaisagismo.com.br
Isla Sementes
Porto Alegre/RS
(51) 2136-6600
www.isla.com.br
Jaíce Di Prospero Paisagismo
São Paulo/SP
(11) 2772-6077 
www.jaicediprospero.com.br
Japanese Tea Garden
São Francisco/CA
+1 415-752-1171
www.japaneseteagardensf.com
Jardins e Afins 
Arquitetura Paisagística
Florianópolis/SC
(48) 3233-6411
www.jardinseafins.com.br
Massol Madeiras
Indaial/SC
(47) 3394-7070
www.massol.com.br
Montana Química
São Paulo/SP
(11) 3201-0200
www.montana.com.br
Noisivelvet
Chicago/EUA
noisivelvet@gmail.com
www.noisivelvet.org
Pé de Café Paisagismo
Indaiatuba/SP
(19) 3834-8368
www.pedecafepaisagismo.com.br 
Pedrargil
São Paulo/SP
(11) 3227-6261
www.argilpedras.com.br
Premium Seeds
Florianópolis/SC
(48) 4052-8668
www.premiumseeds.com.br
Rain Bird Brasil
Uberlândia/MG
(34) 3212-8484
www.rainbird.com.br
Sabor de Fazenda 
Ervas e Temperos
São Paulo/SP
(11) 2631-4915
www.sabordefazenda.com.br
Serv San
São Paulo/SP
(11) 3021-6142
www.servsan.com.br
Shopping Garden Sul
São Paulo/SP
(11) 5591-5555
www.shopgarden.com.br
Shopping Garden Tatuapé
São Paulo/SP
(11) 2227-8500
www.shopgarden.com.br
Sítio Raio de Sol
Limeira/SP
(19) 3033-8402
www.sitioraiodesol.com.br
Terral
Belo Horizonte/MG
(31) 3428-2723
www.terral.agr.br
Topseed
Petrópolis/RJ
(24) 2222-9000
www.agristar.com.br
Trapp
Jaraguá do Sul/SC
(47) 3371-0088
www.trapp.com.br
Tu Bloom Garden
Chicago/EUA
+1 (888) 802-2566
www.tubloom.com 
Two N Estufas Domésticas
Coimbra/Portugal
+(239) 962 460 663
Una Arquitetos
São Paulo/SP
(11) 3231-3080 
www.unaarquitetos.com.br
Vasos Vogue
Jundiaí/SP
(11) 4524-0509
www.vasosvogue.com.br
Verdier Estudio Paisajístico
Montevidéu/Uruguai
www.estudiopaisajisticoverdier.com
PROFISSIONAIS
Adriana Fonseca
Engenheira agrônoma e paisagista
Rio de Janeiro/RJ
(21) 2443-5404
adrianafonseca@orvalhoplantas.com.br 
Adriana Victorelli
Arquiteta
São Paulo/SP
(11) 2768-3310 
www.neoarq.com.br
Alessandra Silva Miranda
Designer de interiores
Belo Horizonte/MG
quintaldicasa@gmail.com
www.quintaldicasa.blogspot.com.br
Alexandre Galhego
Engenheiro agrônomo e paisagista
Campinas/SP
(19) 3294-9836
www.alexandregalhego.com.br
Alfredo Kobbaz
Arquiteto
Taubaté/SP
(12) 3681-2539
www.alfredokobbaz.com.br 
Ana Livia Bruno
Urbanista
Mogi Mirim/SP
analiviabru@hotmail.com
Andreas Wenning
Arquiteto
Bremen/Alemanha
+49 (0) 4 21705122
www.baumraum.de 
Antonio Caramelo
Arquiteto
Salvador/BA
(71) 3245-6533
www.caramelo.com.br 
Audrey Bruno
Designer de interiores e paisagista
Mogi Mirim/SP
audrey_bruno@hotmail.com
Carlos Rodaka
Proprietário da Premium Seeds
Florianópolis/SC
(48) 4052-8668
Cida Cutait
Paisagista
São Paulo/SP
(11) 3814-9846
www.cidacutait.com.br 
Claudia Pantalena
Arquiteta
São Paulo/SP
(19) 3258-3712
www.claudiapantalena.com.br
Daniela Infante
Engenheira agrônoma e paisagista
Petrópolis/RJ
(24) 2222-6258
www.arteiro.com.br 
Denise Gauland
Engenheira agrônoma
Santo Antônio da Patrulha/RS
greengrass09@terra.com.br
Eduardo Guastella
Arquiteto
Ilhabela/SP
(12) 3894-1922
www.arquitetoilhabela.com.br 
Eduardo Mera
Arquiteto paisagista
São Paulo/SP
(11) 3842-9072
www.mera.com.br
Emerson Steinberg
Engenheiro agrônomo e paisagista
Campinas/SP
(19) 3342-1017
emersonsteinberg@hotmail.com
Helena Montevecchio 
Paisagista 
Campinas/SP
(19) 9132-0792
hmontevecchio@gmail.com
Junia Lobo
Paisagista
Belo Horizonte /MG
(31) 3378-6058 
www.junialobo.com.br 
Kátia Neves
Paisagista
Rio de Janeiro/RJ
(21) 8677-0701
www.katianevesjardins.com 
Marcelo Faisal
Engenheiro agrônomo e paisagista
São Paulo/SP
(11) 3021-2665
www.marcelofaisal.com.br
Maria Luiza Aceituno
Arquiteta paisagista
Sorocaba/SP
arquiteta@marialuiza.com 
Monica Castelo Branco
Paisagista
Rio de Janeiro/RJ
(21) 3150-4739 
www.botana.com.br
Pedrinha Parisi
Arquiteta paisagista
São Paulo/SP
(11) 99912-8027
www.pedrinhaparisi.com.br
Rafael Bragion 
Paisagista
Itatiba/SP
(11) 7766-9468
rafaelbragion@hotmail.com 
Raquel Alves
Arquiteta paisagista
Campinas/SP
(19) 3367-4253
www.raquelalves.com.br 
Renée Sbrana
Arquiteta
São Paulo/SP
(11) 3071-3252
www.reneesbrana.com.br 
Roberto de Sá
Paisagista
Santos/SP
(13) 3222-3133
www.robertodesa.com.br 
Roberto Riscala
Arquiteto paisagista
São Paulo/SP
(11) 3044-4049
www.robertoriscala.com.br
Rogério Perez
Arquiteto
São Paulo/SP
(11) 5090-0423  
www.rogerioperez.com.br
Rosalba Matta-Machado
Engenheira agrônoma e paisagista
Brasília/DF
(61) 3577-4777/8434-4777 
www.rosalbapaisagismo.com.br
Sérgio Serzedello 
Arquiteto
Rio de Janeiro/RJ
(21) 3204-4012
Tatiana Silva Miranda Ferreira
Paisagista
Belo Horizonte/MG
quintaldicasa@gmail.com
www.quintaldicasa.blogspot.com.br
contatos
97 contatos* 11/03/13 16:12 Page 97
98*Paisagismo & Jardinagem
Muitos não sabem, mas as trepadeiras são verdadeiras amigas. Os
benefícios são enormes. Além de dar charme às pérgolas e aos muros sem
cor, são lindas e nos presenteiam com aquela sombrinha gostosa que ame-
niza as altas temperaturas. Também são funcionais, pois diminuem os ruí-
dos provenientes da rua.
Existem várias espécies floríferas que se adequam bem ao nosso cli-
ma, mas é importante verificar o local em função da incidência da luz solar,
pois existem as de pleno sol, meia-sombra e sombra. Essa escolha apro-
priada vai fazer diferença no bom desenvolvimento da planta.
A maioria é resistente, porém, vale lembrar que a ajuda de um tutor
– para prender o tronco da trepadeira – é essencial, dependendo do local
escolhido para o plantio. Ele serve de suporte para que ela cresça e che-
gue perfeitamente ao tamanho ideal. Sua forma de desenvolvimento per-
Beatriz de Santiago é paisagista, do Rio de Janeiro, RJ
“As trepadeiras também são 
funcionais, pois diminuem 
os ruídos provenientes da rua”
Acervo pessoal
opinião
mite também que seja utilizada em treliças, arcos e caramanchões. 
Nestes casos, outro benefício oferecido é a privacidade em relação às
casas vizinhas e ao espaço urbano. E para completar, algumas ainda são
bem perfumadas!
Em relação à rigidez do tronco,podemos classificá-las em herbáceas
e lenhosas. A primeira possui caule verde, flexível e frágil e a segunda, rijo
e coberto por casca grossa.
Quanto à maneira de sustentação, também há classificações diferentes:
as escandentes têm um modo próprio de fixação, enquanto as apoiantes se
sustentam sobre o suporte sem se fixar ou enrolar neles. Já as volúveis não
possuem estruturas de fixação, mas se enrolam perfeitamente no suporte.
Essas dicas são muito importantes para escolher o local onde a tre-
padeira será cultivada, pois é essencial fazer uma análise correta para que
depois não seja necessária a troca da planta.
Entre as de maior destaque estão: trepadeira-jade (Strongylodon macro-
botrys) – favorita do paisagista Roberto Burle Marx –, flor-de-cera (Hoya
carnosa) e jasmim-italiano (Jasminum humile). Dentre as floridas, temos
alamanda-amarela (Allamanda cathartica), trombeta-chinesa (Campsis gran-
diflora), amor-agarradinho (Antigonon leptopus), flor-de-são-joão (Pyrostegia
venusta), congeia (Congea tomentosa), tumbérgia-azul (Thunbergia gran-
diflora), sapatinho-de-judia (Thunbergia mysorensis), sete-léguas (Podranea
ricasoliana), maracujá-roxo (Passiflora eulis), maracujá-de-flor-vermelha
(Passiflora coccinea), lágrima-de-cristo (Clerodendron thomsonae), madres-
silva (Lonicera japonica) e primavera (Bougainvillea glabra). 
Dentre as trepadeiras de folhagens que cobrem totalmente os muros
criando “paredes verdes”, destaco heras (Hedera sp), jiboias (Epipremnum
pinnatum), singônios (Syngonium angustatun) e unhas-de-gato (Uncaria
tomentosa).
E, por último, uma que eu tenho na minha casa e que gosto bas-
tante é a falsa-vinha (Parthenocissus tricuspidata), chamada de parte-
nocisso. As folhas são verde brilhantes e se tornam avermelhadas no
Outono. O melhor de tudo é que essas plantas são resistentes e não exi-
gem muitos cuidados. 
98 opniao* 11/03/13 16:11 Page 98
Símbolo de aconchego, refúgio e horas de lazer, a varanda é um ambiente que
merece destaque em uma residência. Tanto destaque que a cada edição da
Decoração de Interiores Varandas e espaços gourmets é pos-
sível conferir projetos encantadores, com decorações de
vários estilos, para aguçar qualquer morador a ter um
cantinho todo planejado. São mais de 80 páginas em
cada edição, com ideias de varandas com áreas de
refeição, leitura, bate-papo, descanso etc, em uma
seleção de imagens inspiradoras. Seja qual for seu 
anseio, encontrará com os especialistas a melhor 
forma de conseguir o que deseja. Comprove!
Bom gosto e criatividade
para sua varanda
Decora
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E AS OFERTAS EM
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SSA
LO
JAVIRTUAL
	Capa
	Editorial
	Índice
	Você sabia que…
	Meio ambiente
	tapete verde
	Horta e pomar
	Jardinagem
	Plante uma ideia
	Meu jardim: Marcelo Faisal
	Planta da edição
	Projeto paisagístico Daniela Infante
	Projeto paisagístico Roberto Riscala
	Projeto paisagístico Alexandre Galhego
	Projeto paisagístico Bibiana Müssnich
	Perfil Juliana Castro
	Secos e molhados
	Lá fora
	Pelo mundo
	Verde interior
	Estufas residenciais
	Contatos
	Opinião Beatriz de SantiagoTexto Paula Andrade
Foto Shutterstock
você sabia que...
10 Você Sabia que…* 11/03/13 16:01 Page 10
24*Paisagismo & Jardinagem
Texto Andressa Trindade
Neste projeto do Verdier Estudio Paisajístico, de Montevidéu, no Uruguai, é
possível ter a sensação de andar sobre a água. Isso porque dentro do espe-
lho d’água foram dispostos blocos de pedras – continuação do caminho do
jardim. Seguindo o estilo francês, o verde está presente com buxinhos (Buxus
sempervirens) topiados e cipreste (Chamaecyparis obtusa). 
Banho de ducha inusitado! O interior do velho tronco da árvore foi aprovei-
tado para a instalação do equipamento. Para complementar o espaço, o
guaimbê (Philodendron sp) garante a presença marcante envolvendo a estru-
tura com suas folhas. Projeto do arquiteto Renato Saldanha, de Trancoso,
litoral baiano.
Para aproximar a natureza
do interior da morada, pro-
jetada pelo arquiteto Sérgio
Serzedelo, do Rio de Janeiro,
RJ, o largo guarda-corpo da
varanda foi recoberto pela
volumosa trepadeira. A man-
cha verde parece flutuar
sobre o gramado. 
ideias da PJ
Gui M
orelli
Tarso Figueira
Tarso Figueira
24-25 Ideias da PJ* 12/03/13 15:55 Page 24
Para destacar o estilo rústico da arquitetura, os profissionais do Pé de Café
Paisagismo, de Indaiatuba, SP, utilizaram dois filetes grossos de madeira e
um portão de ferro pintado com tinta azul no jardim de entrada. Espécies
arbustivas compõem o paisagismo, como o buxinho (Buxus sempervirens).
Uma canoa dá as boas-vindas aos moradores desta residência. Fixada na
parede de entrada, funciona como cachepô para os exemplares de samam-
baia-jamaica (Phymatodes scolopendria). O projeto é da paisagista Paula
Bergamin, do Rio de Janeiro, RJ. 
Patrícia Cardoso
Gui M
orelli
24-25 Ideias da PJ* 11/03/13 16:00 Page 25
26*Paisagismo & Jardinagem
Projetar a morada sem desmatar as espécies nativas é desafio 
conquistado com sucesso por profissionais ecoconscientes 
Preserve a natureza
De acordo com a Agenda 21, instrumento de planejamento de socie-
dades sustentáveis, a construção ecológica é definida como “processo holís-
tico que aspira à restauração e manutenção da harmonia entre os ambien-
tes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dig-
nidade humana e encorajem a equidade econômica”. Para atingir esse
patamar, o setor deve mudar o conceito de arquitetura e passar a dirigir
projetos mais flexíveis com possibilidade de readequação, o que, conse-
quentemente, reduzirá a devastação de espécies nativas da área. 
Cada cidade, estado e País tem leis distintas que regulamentam a por-
centagem permitida para a derrubada de vegetação nos lotes. De modo
geral, o número gira em torno dos 20%, porém, é preciso levar em con-
sideração se o espaço faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA),
cuja finalidade está justamente na conservação de riquezas naturais inse-
ridas dentro de um contexto de ocupação humana. 
A integração com o verde não só protege o meio ambiente como valo-
riza o imóvel, pois agrega qualidade de vida aos moradores. Há diversas
maneiras de ajustar as árvores aos modos construtivos. Um exemplo é
transformá-las em apoio para mesa, deixá-las expostas de modo a pro-
porcionar sombra ou até mesmo incluí-las na obra. “O compromisso com
a natureza tem que ser uma questão de consciência. A partir daí, qual-
quer custo de personalização passa a ser absorvível, tendo como resulta-
do a satisfação”, acrescenta Antonio Caramelo, arquiteto do escritório
Caramelo Arquitetos, de Salvador, BA. 
CUIDAR PARA MANTER
Vale ressaltar que cada espécie demanda cuidados específicos para
construir ao redor. “A manutenção dependerá da variedade da árborea,
sobretudo no que se refere a tipos e composição das raízes. Algumas são
profundas, outras mistas ou até superficiais. Assim, para cada caso neces-
sitaremos de um recuo de preservação distinto”, comenta o profissional.
De qualquer maneira, é importante sempre manter uma distância entre
as estruturas construtivas e a vegetação, deixando-a confortável, sem dani-
ficar tronco e raiz. 
A incidência solar local e a água da chuva se encarregarão de nutri-la
periodicamente. A única preocupação do morador será colher os frutos,
caso haja, para evitar rachaduras e acidentes com telhado, pisos e pare-
des. “A partir de um determinado porte, as árvores começam a tomar con-
ta de suas próprias vidas, mas quando atacadas por alguma praga, como
cupins, pulgões e cochonilhas, necessitam da atenção do homem para a
erradicação dos males”, conta o arquiteto. 
Texto Suzana Mattos Fotos [1] Tarso Figueira, [2] Gui Morelli, 
[3] Tarso Figueira e [4] Divulgação/Markus Bollen
[3]
[1]
[2]
[4]
meio ambiente
26-29 Meio Ambiente+Anun* 12/03/13 16:00 Page 26
CONSTRUÇÃO AO REDOR
Esta morada, localizada no bairro do Horto Florestal,
em Salvador, BA, foi projetada para ser construída ao redor
de uma árvore nativa, que já estava no terreno há muito tem-
po. “Não houve qualquer proibição específica. Foi nossa
opção e do proprietário preservar fauna e flora como prin-
cípio norteador do uso”, explica o arquiteto responsável
Antonio Caramelo. 
Todo o projeto foi concebido de modo que as lajes
não tocassem o solo em declive, com exceção dos aces-
sos social e de veículos. Outra decisão admitida no parti-
do arquitetônico é que a superfície construída fosse resul-
tante do caminho que a casa faz entre os troncos das árvo-
res principais e mais altas. “Isso fez com que a morada se
tornasse um mirante sobre a paisagem verde, embalada
pelo canto dos pássaros e pelos gritos e brincadeiras dos
saguis.” Entre as espécies preservadas estão gameleira
(Ficus adhatodifolia), pau-de-pombo (Matayba elaeagnoi-
des), murici (Byrsonima crassifolia), aroeira (Schinus mol-
le) e sapucaia (Lecythis pisonis cambess). [1]
26-29 Meio Ambiente+Anun* 11/03/13 16:24 Page 27
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28*Paisagismo & Jardinagem
INTEGRADA À CONSTRUÇÃO
Com o intuito de deixar a cidade grande para uma vida
mais tranquila, a arquiteta Renée Sbrana, de São Paulo, SP,
decidiu construir uma casa na ilha de Boipeba, no litoral sul
da Bahia e contemplar a farta área de vegetação nativa da
Mata Atlântica. Seu marido, Sérgio Costa, foi o responsá-
vel pela execução da edificação, construída sobre um lote
de 1 mil m². 
As espécies estão localizadas em Área de Proteção
Ambiental (APA). Por isso, para integrar a construção ao
espaço, foram criados cinco módulos: um acomoda os ambien-
tes de estar e cozinha e o restante foi reservado para os quar-
tos. “As árvores estão lá desde sempre. Somos os primeiros
habitantes do terreno”, conta a profissional. 
Os exemplares ao redor fazem parte do projeto, alguns
passam por dentro dos chalés, outros foram transformados
em apoio para mesinhas ao ar livre e, até mesmo, serviram
como pilar da casa. “Como não podíamos tirá-los do terre-
no, aproveitei-me deles o máximo possível.” A manutenção
fica por conta apenas de aplicar anticupim de solo para com-
bater um tipo muito comum na região. 
CASA NA ÁRVORE
Projetada por Andreas Wenning, do escritório Baumraum,
de Berlim, na Alemanha, esta casa foi criada para uma famí-
lia com filhos, que buscava estar mais próxima da natureza.
Com vista privilegiada para o lago Zernsee, tem dois pavi-
mentos: um terraço preso a um carvalho (Quercus spp) e
um nível superior suspenso a quatro estacas de aço. A facha-
da é coberta por folhas de cobre e o telhado apresenta cober-
tura de borracha. 
A casa na árvore tem janelas para todas as direções,
inclusive algumas delas estão posicionadas no telhado, garan-
tindo vista exuberante para o topo das árvores e para o céu.
Foi idealizada como uma externa do quarto de hóspedes e
possui cama, banco, mesa, armário, minibar, cabine com
chuveiro, vaso sanitário, pia e armários, além de tubos de
águas residuais, eletricidade e aquecedor escondido em uma
das palafitas de aço. 
[3]
[4]
26-29 Meio Ambiente+Anun* 11/03/13 16:24 Page 28
SOMBRA DECOQUEIROS
No litoral norte paulista, no bairro do Veloso, em Ilhabela, SP, a
residência, de 822 m², recebeu arquitetura e decoração rústicas, seguin-
do o principal requisito dos moradores: a integração da natureza e a
contemplação do mar. Os coqueiros adultos (Cocos nucifera), já encon-
trados no terreno, foram preservados, tanto que interagem com a cons-
trução. “Um deles está encostado na casa de hóspedes. Pelo pouco
espaço que havia para a edificação, o exemplar ficou bem próximo da
parede”, explica o arquiteto Eduardo Guastella, da mesma cidade. 
O forro de madeira angelim e as telhas cerâmicas do tipo ameri-
cana mesclada foram instaladas com folga para não pressionar a pal-
mácea. A única preocupação dos moradores é colher periodicamen-
te os cocos, para que não haja rachaduras no telhado. “É sempre posi-
tivo e muito agradável ter um jardim com mata nativa. Vale ficar de
olho apenas na manutenção.” 
[2]
26-29 Meio Ambiente+Anun* 12/03/13 16:22 Page 29
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32*Paisagismo & Jardinagem
Esmeralda (Zoysia japonica), batatais (Paspalum notatum) ou são-carlos
(Axonopus compressus)? Afinal, como escolher a melhor espécie de grama
para a área verde? Além do uso que o gramado terá, leve em consideração
o terreno onde será implantado. É importante se informar sobre o tipo de
solo, pois há os arenosos, argilosos e argilo-arenosos, também chamados de
mistos ou médios. E ainda é preciso observar se o jardim será posicionado
sobre superfícies planas ou acidentadas, como taludes. 
“Com o manejo adequado, as gramíneas podem ser mantidas em pra-
ticamente qualquer solo. Entretanto, os areno-argilosos permitem dre-
nagem e desenvolvimento radicular melhores. Já os muito arenosos exi-
gem mais eficiência no fornecimento de água por meio da irrigação”, reve-
la Denise Gauland, engenheira agrônoma da Green Grass, de Santo
Antônio da Patrulha, RS.
A especialista alerta que solos bastante argilosos merecem atenção
maior, pois tendem a ser compactados e dificultar a infiltração de água, a
drenagem e o desenvolvimento das raízes. Neste caso, é interessante incor-
porar areia em sua cobertura.
“Solos muito ácidos, com pH abaixo de 5, são problemáticos para
boa parte das espécies. A maioria delas se desenvolve bem com pH entre
5 e 6. Quando o nível está baixo, é necessário usar calcário, aplicando de
100 a 200 g por m²”, afirma Emerson Steinberg, engenheiro agrônomo e
paisagista, de Campinas, SP.
Segundo os especialistas, é sempre indicado realizar a análise de solo
antes da colocação do gramado, para saber sobre os níveis de acidez e fer-
tilidade. “Ela fornece um excelente indicativo da necessidade de aduba-
ção. Deve-se aproveitar este momento em que corretivos da acidez e adu-
bos podem ser incorporados ao solo para investir principalmente na apli-
cação de calcário e fósforo”, detalha Denise. 
A engenheira agrônoma destaca que as gramas esmeralda e bermu-
das (Cynodum dactylum) são resistentes à seca e têm desenvolvimento
mais agressivo. “Por essa razão, adaptam-se bem a solos arenosos e tam-
bém aos argilosos pelo crescimento vigoroso.”
Veja como selecionar espécies adequadas de gramíneas 
para diferentes tipos de terreno
Cada grama em seu lugar
Texto Paula Andrade Fotos [1] Fran Parente e [2] Gui Morelli
tapete verde
[2] Projeto paisagístico Paula Bergam
in
[1] [2] [2]
32-33 Tapete verde+Anun* 11/03/13 15:39 Page 32
AS GRAMÍNEAS MAIS UTILIZADAS:
BATATAIS: com folhas estreitas e verde-claras, é resistente a pisoteio e
seca. Muito utilizada em parques, casas de praia e campos de futebol.
SÃO-CARLOS: tem crescimento rápido e suporta pisoteio, pragas, 
doenças e geadas. Indicada para jardins residenciais, comerciais 
e beira de piscinas.
ESMERALDA: ideal para jardins residenciais, condomínios e empresas.
Embora resista ao pisoteio, não deve ser utilizada em tráfego intenso.
BERMUDAS: tem crescimento bem rápido e é muito utilizada em 
gramados esportivos.
OS PRINCIPAIS TIPOS DE TERRENO:
ARENOSO: tem tonalidade amarela-escura e grande capacidade 
de drenagem, exigindo mais regas e matéria orgânica.
ARGILOSO: de cor marrom-escura e alto poder de retenção de água 
e nutrientes, facilita o encharcamento e dificulta a fixação das raízes.
ARENOSO-ARGILOSO: chamado também de misto e médio, tem boa 
drenagem e capacidade de acumular nutrientes. 
ACLIVES E DECLIVES
Áreas acidentadas demandam mais cuidado ao selecionar e implan-
tar o gramado. Denise informa que locais inclinados, como taludes, difi-
cultam o aproveitamento de água pela grama, já que a velocidade de escor-
rimento superficial será maior que a de infiltração. “Nestas regiões deve-
se fazer turnos de rega mais breves e frequentes do que nos espaços pla-
nos. Áreas de baixada, onde ocorrem condições de encharcamento con-
tínuo, podem inviabilizar o desenvolvimento de gramíneas se não forem
adequadamente drenadas”, ressalta. 
Para terrenos com declividade igual ou maior a 30%, Steinberg indi-
ca que o plantio seja feito com placas presas a pequenos tocos de madei-
ra. “Esmeralda, são-carlos e batatais são espécies que se adaptam bem a
esses locais”, recomenda.
Vale lembrar que a utilização do gramado também é relevante. “Para
uso esportivo, deve-se buscar gramas de crescimento rápido como a ber-
mudas. Esta característica deve ser evitada no paisagismo, uma vez que
aumenta a demanda de corte, sendo mais apropriadas em jardins gramas
como a esmeralda ou a são-carlos. Em áreas de baixa manutenção, como
áreas públicas, a esmeralda, com alta resistência a seca e pisoteio, será
mais promissora”, conclui Denise.
MANUTENÇÃO
Independentemente do tipo de solo, alguns cuidados são indispen-
sáveis para todos os tapetes verdes. Antes da implantação, a vegetação
anterior e detritos como pedras ou restos de construção devem ser remo-
vidos. O solo precisa ser superficialmente revolvido e nivelado, ficando
firme para evitar deformações. Logo após o plantio, o ideal é realizar irri-
gação durante 15 dias seguidos e fornecer de 2 a 3 kg de húmus por m².
Como regra geral, recomenda-se três adubações anuais (na Primavera,
Verão e Outono) e duas ou três regas semanais de cerca de 10 mm cada. 
32-33 Tapete verde+Anun* 11/03/13 15:40 Page 33
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34*Paisagismo & Jardinagem
HORTA E Pomar
Nunca foi tão fácil ter ervas e hortaliças fresquinhas em casa. Além
de opções mais óbvias como vasos, é possível montar a horta em obje-
tos adaptados, como garafas PETs, pneus, latas e caixas, contribuindo
para a reciclagem e o reaproveitamento de materiais. Não é preciso dis-
por de amplos espaços, basta contar com a criatividade na hora do pro-
jeto e escolher as espécies adequadas, respeitando fatores como lumi-
nosidade e rega. A seguir, confira as oito ideias que selecionamos para
inspirar a montar a horta, seja dentro ou fora de casa. Além de repre-
sentarem um pacto com a natureza, garantirão temperos frescos duran-
te o ano todo. 
Em todo e 
qualquer lugar
Confira soluções criativas de hortas que ocupam
pouco espaço e contribuem para a sustentabilidade
Reportagem Renata Putinatti
Texto Alexandra Iarussi
Fotos [1] Antonio Di Ciommo, 
[2] Evelyn Müller, [3] Gui Morelli 
e [4] Hamilton Penna
horta e pomar
[4]
[3]
[2] [4]
[3] [4] [2]
34-37 Horta e Pomar* 11/03/13 15:57 Page 34
Paisagismo & Jardinagem*35
EM VASOS E APARADORES
A designer de interiores e paisagista Audrey Bruno e a arquiteta e
urbanista Ana Livia Bruno, ambas de Mogi Mirim, SP, mostram que
é possível ter uma horta em qualquer espaço: plantaram, em vasos,
manjericão (Ocimum basilicum), salsa (Petroselium sativum), alecrim
(Rosmarinus officinalis), manjerona (Origanum majorona), hortelã
(Mentha sp) e erva-doce (Foeniculum vulgare),que se adaptam bem
em locais reduzidos. “Basta ter criatividade e saber tirar proveito de
vasos, latas, caixas...”, contam. Os recipientes estão sobre um apara-
dor de madeira, ótima peça para montar uma composição. “Pode-se
usar mesas laterais, prateleiras ou até aquela mesinha esquecida”, com-
plementam. Quem pensa que terá custos elevados, engana-se. De acor-
do com as especialistas, o segredo não está em comprar peças caras,
mas saber unir elementos simples e de grande efeito visual. “A madei-
ra, principalmente a de demolição, é bastante apropriada para ambien-
tes externos pela durabilidade e beleza”, completam. 
NA VERTICAL 
Uma horta suspensa. Essa foi uma das ideias do biólogo Carlos Meyer,
da Hortipaisagismo, de Campinas, SP, que reúne alecrim (Rosmarinus offi-
cinalis), manjericão (Ocimum basilicum), manjericão-roxo (Ocimum sp),
lavanda (Lavandula angustifolia), hortelã (Mentha sp), cebolinha (Allium fis-
tulosum), tomilho (Thymus vulgaris), pimenta (Capsicum spp) e salsinha
(Petrosolium sativum). “É recomendada para quem não tem como fazer hor-
ta no chão. É também indicada para varandas de apartamentos. Além da
praticidade, os efeitos ornamental e paisagístico são visíveis”, explica Meyer. 
O profissional também escolheu jardineiras com sistemas de irriga-
ção independente e vasos marrons de polietileno (Vasart), que receberam
pintura eletrostática e conferem acabamento moderno e rústico ao ambien-
te. “O plantio deve ser realizado com sistema de drenagem com argila
expandida e manta de bidim no fundo. Depois, adiciona-se composto
orgânico, planta-se as mudas distribuindo as variedades e respeitando o
espaçamento necessário para o desenvolvimento”, acrescenta. 
[2] [2]
[1]
34-37 Horta e Pomar* 11/03/13 15:57 Page 35
36*Paisagismo & Jardinagem
VIDA NOVA AOS PNEUS 
Sabe aquele pneu velho, encontrado na rua ou descartado depois de
muitos quilômetros rodados? Ele não precisa mais ser rejeitado, e pode
virar uma linda horta. Quem dá o exemplo é a herborista Sabrina Jeha,
da Sabor de Fazenda Ervas e Temperos, de São Paulo, SP, que encontrou
pneus largados em seu muro e os transformou.
“Além da questão ecológica, já que eles são difíceis de reciclar, o diâ-
metro e a profundidade são perfeitos para o plantio de ervas, temperos e
hortaliças, além de serem uma alternativa barata, já que podem ser encon-
trados até de graça em borracharias”, conta Sabrina, que plantou cebolinha
(Allium fistusolum), salsinha (Petrosolium sativum) e beterraba (Beta vulga-
ris esculenta). “Logo que as mudas são plantadas, o pneu aparece bastante,
mas depois que elas crescem, ele não chama tanto atenção”, explica. 
REAPROVEITANDO GARRAFA PET 
“A ideia era expor formas de utilizar materiais recicláveis em peque-
nos espaços para mostrar que até um apartamento com terraço reduzido
pode ter uma horta”, conta o engenheiro agrônomo e paisagista Paulo
Teodoro Van den Broek, da Flora Madurodam Flores, Plantas e Jardinagem,
de Holambra, SP. Broek plantou alfaces (Lactuca sp) dos tipos roxo e ver-
de em garafas PETs cortadas, madeiras, tábuas e costaneiras de descarte.
Como composto, usou restos vegetais (folhas, frutas, galhos etc) tritura-
dos. “São peças práticas, que fazem uso racional e eficiente dos peque-
nos espaços. O interessante é a possibilidade de ter verduras frescas em
casa reaproveitando materiais que muitas vezes são descartados”, acres-
centa o profissional. Podem ser cultivados também couve (Brassica ole-
racea), repolho (Brassica oleracea Catapita), morango (Fragaria sp), ervas
aromáticas e outras espécies. 
BONITA E FUNCIONAL 
Um espaço que vai além da contemplação. Foi a proposta apresenta-
da pela paisagista Jaíce Di Prospero Blasques, de São Paulo, SP, que criou
uma horta em bacias – com erva-cidreira (Melissa officinalis), alface-mimo-
sa (Lactuca sativa), alface-roxa (Lactuca sativa), erva-doce (Foeniculum
vulgare), alface-americana (Lactuca sativa) e agrião-da-terra (Barbarea ver-
na) – para demonstrar que não é preciso ter amplos espaços para cultivar
o próprio alimento e apreciar o aroma de ervas e hortaliças.
“Ao fundo, fizemos um canteiro [com salsinha (Petrosolium sativum),
cebolinha (Allium fistolosum), alecrim (Rosmarinus officinalis), manjeri-
cão-roxo (Ocimum purpuraseus), cenoura (Daucus carota), beterraba (Beta
vulgaris esculenta) e pimenta (Capsicum sp)] em alvenaria, cuja altura faci-
lita o manuseio, e ‘brincamos’ com as peças na parede, na verdade, são
feitas para o chão mas, nesse caso, serviram de base para o cultivo de tomi-
lho (Thymus vulgaris)”, comenta. 
A execução da ideia é simples: basta ter um vaso e respeitar as con-
dições de luminosidade e rega adequadas. Para a profissional, a escolha
do recipiente deve aliar as necessidades técnicas e estéticas do ambiente.
“Para escolhê-lo, consideramos a localização (interna ou externa), deco-
ração, espécie vegetal a ser plantada e sua função no local, espaço dispo-
nível, estilo e orçamento do cliente”, conclui.
[4]
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[2]
34-37 Horta e Pomar* 11/03/13 15:57 Page 36
Paisagismo & Jardinagem*37
LAYOUT PERSONALIZADO
Uma horta com temperos e ervas aromáticas, que complementa o
espaço gourmet do jardim. De acordo com os paisagistas Rafael Bragion
e Helena Montevecchio, de Itatiba, SP, e Campinas, SP, respectivamen-
te, a proposta foi criar uma horta funcional. Os vasos são de alumínio, o
que possibilita rega e exposição à área externa. “Foram posicionados sobre
pallets de madeira em níveis diferentes com o objetivo de promover aces-
sibilidade às pessoas que irão colher as ervas”, explica Bragion. 
Os temperos escolhidos foram orégano (Origanum vulgare), man-
jericão (Ocimum basilicum), manjerona (Origanum majorona), horte-
lã (Mentha sp), tomilho (Thymus vulgaris), cebolinha (Allium fistuso-
lum), salsa (Petrosolium sativum) e alecrim (Rosmarinus officinalis).
Ao fundo, nos vasos maiores, destacam-se as aromáticas arruda (Ruta
graveolens) e mirra (Commiphora myrrha). “O fato da horta não ter
sido plantada em canteiros permite que o layout seja alterado: é pos-
sível mudar a altura e a disposição das peças considerando o espaço
disponível”, finaliza. 
BARREIRA NATURAL
Este projeto, executado em um apartamento pela Harmonia Verde
Paisagismo, de Florianópolis, SC, une o útil ao agradável. Reúne alecrim
(Rosmarinus officinalis), orégano (Origanum vulgarum), hortelã (Mentha
sp), cebolinha (Allium shoenoprosum), pimenta (Capsicum sp) e menta
(Mentha sp), dispostos em bacias e vasos; manjericão (Ocimum basilicum)
na jardineira. Bacias e vasos mais altos criam efeito estético escalonado
acompanhando a escada, de acordo com a necessidade de cada espécie.
“Além do efeito visual, criamos uma barreira de proteção na escada, pois
é uma área ensolarada e está próxima a cozinha”, conta a arquiteta paisa-
gista Louise Riedtmann. Com exceção do manjericão, as ervas são de peque-
no porte e requerem pouco substrato, sendo suficiente nestes vasos. 
SUSTENTABILIDADE COM CRIATIVIDADE
O charme desta horta vertical fica por conta das floreiras de madeira
revestidas com folhas de bananeira, solução que além de bonita, confere
toque de sustentabilidade ao ambiente. “Boa opção quando tem pouco
espaço, pode ser posicionada em uma parede próxima a cozinha para uti-
lizar os ingredientes sempre frescos”, sugere a arquiteta Claudia Pantalena,
de Campinas, SP. 
A profissional plantou ervas como orégano (Origanum vulgarum), man-
jericão (Ocimum basilicum), coentro (Coriandrum sativum) e erva-cidrei-
ra (Melissa officinalis) – próprias para locais de bastante sol –, além de
hortelã (Mentha sp), poejo (Mentha pulegium), tomilho (Thymus vulga-
ris), salsa (Petroselium sativum) e cebolinha (Allium shoenoprosum), que
crescem em locais de meia-sombra.
“Certifique-se de que o tamanho do vaso seja apropriado à erva esco-
lhida. Forre o fundo com argila expandida, que ajuda a reter umidade e
drenar a água da rega, e junte ao substrato areia em partes iguais, para
tornar o solo solto e poroso”,conta Claudia. Depois é só espalhar as semen-
tes ou transferir as mudas da embalagem para a floreira em local ensola-
rado mas fresco, para crescimento rápido e bonito.
[2]
[3]
[4]
34-37 Horta e Pomar* 11/03/13 15:58 Page 37
38*Paisagismo & Jardinagem
Criativa e
FUNCIONAL
Que tal ter uma horta vertical reutilizando garrafas PETs?
Aprenda passo a passo como fazer e incremente seu jardim
Texto Renata Putinatti
Fotos Daniel Mansur
Charmosas e práticas, as hortas verticais produzidas com garrafas
PETs unem a facilidade de ter à mão hortaliças fresquinhas e o benefício
de dar novo uso ao material que seria descartado.
A versatilidade também chama atenção: pode ser colocada em varan-
da de apartamento, muro e até mesmo na cozinha, caso seja bem arejada
e com boa iluminação natural.
Para fazê-la, o primeiro passo é lavar as PETs com um pouco de deter-
gente e enxaguá-las bem para não ficar resíduos de sabão. “Caso não sejam
utilizadas de imediato, é importante guardá-las destampadas para não
causar mau cheiro”, ensinam a paisagista Tatiana Silva Miranda Ferreira
e a designer de interiores Alessandra Silva Miranda, da empresa Quintal
Di Casa Paisagismo e Design, de Belo Horizonte, MG.
Elas recomendam garrafas que apresentam plástico mais resistente.
Em relação às cores, não há restrição, pode-se apostar nas transparentes,
verdes, marrons etc.
A variedade de ervas e hortaliças que se adapta a esse tipo de horta é
abundante: manjericão (Ocimum basilicum), alecrim (Rosmarinus offici-
nalis), tomilho (Thymus vulgaris), salsinha (Petroselinum crispum), cebo-
linha (Allium fistulosum), pimenta (Capsicum sp), orégano (Origanum
vulgare), hortelã (Mentha sp), rúcula (Eruca sativa), espinafre (Spinacia
oleracea), alface (Lactuca sativa) e tomatinho (Solanum sp). “Não indico
as que ficam muito grandes, por exemplo, a couve (Brassica oleracea), pois
o espaço é limitado e não vão se desenvolver”, salientam. Outra opção é
mesclar espécies na mesma PET, mas sempre levando em conta o porte
e o crescimento delas. 
O cultivo deve ser a pleno sol e sem encharcamento. “É preciso mui-
to cuidado ao regá-las porque o recipiente é pequeno. Se molhar demais
as raízes apodrecem, então, recomendo a cada dois dias. À exceção de
épocas muito quentes, quando pode ser diariamente”, esclarecem.
Quanto à adubação, as especialistas mineiras preferem adicionar um
pouco de húmus de minhoca, uma vez que o esterco de gado pode vir
contaminado com ervas daninhas.
A execução da horta vertical em PETs também não tem mistério. Gostou
da ideia e quer ter uma em casa? Então, prepare o material e acompanhe
as orientações de Tatiana e Alessandra. 
jardinagem
38-39 Jardinagem* 11/03/13 15:31 Page 38
Paisagismo & Jardinagem*39
1
1 Depois de lavar bem as garrafas,
espere secar e, com a tesoura, fure
o centro de cada uma. 
2 A partir desse orifício, recorte um
retângulo. 
3 Não avance muito nas laterais
para o ‘canteiro’ não ficar raso.
4 Faça dois pequenos furos na parte
próxima da tampinha e outros dois
perto do fundo da garrafa. 
5 Corte um pedaço da corda de
varal e passe-o pelos buracos, que
também serão responsáveis pela
drenagem.
6 Dê nós dos dois lados para a 
garrafa não escorregar pela corda.
Eles devem ser na mesma altura
para a horta não pender.
7 Será formado um triângulo, cuja
ponta superior servirá para pendurar
a horta. 
8 Pendure a estrutura para facilitar o
restante da execução e coloque as
outras duas PETs, passando a corda
pelos buracos e dando os nós. A dis-
tância entre elas pode ser de 25 cm.
9 Depois de tudo amarrado é hora
de adicionar o substrato.
10 Em seguida, disponha as mudas,
retirando-as do saquinho e mantendo
o torrão intacto.
11 As sementes devem ser planta-
das em buraquinhos feitos no subs-
trato, sem enterrá-las muito fundo, o
que impede a germinação.
12 Para dar charme, escreva o nome
das espécies em palitos de picolé
usando a caneta para retroprojetor. O
acabamento pode ser feito com fuxi-
co, laço ou botão. 
MATERIAIS
Garrafas PETs de 2 l, mudas ou
sementes de ervas e hortaliças,
corda de varal, tesoura, substra-
to, pá, palitos de picolé e caneta
para retroprojetor
38-39 Jardinagem* 11/03/13 15:32 Page 39
40*Paisagismo & Jardinagem
ALEGRIA NAS PAREDES
Aposte em espécies para dar vida a muros de residências
Seja na área de lazer ou na fachada, dispor a vegetação em conjunto
à construção proporciona bem-estar aos moradores. Além de embelezar,
ela garante vida e chama atenção, minimizando a presença de concreto
no ambiente externo. Existe uma cartela enorme de exemplares indica-
dos para esta finalidade. Para terrenos pequenos, a dica é usar e abusar
de murta (Murraya exotica), helicônia-papagaio (Heliconia psittacorum),
bambusa (Bambusa gracilis), orquídea-bambu (Arundina graminifolia),
alpínia (Alpinia purpurata), leia-verde (Leea coccinea) e jasmim-do-cabo
(Gardenia jasminoides). 
Grandes espaços pedem espécies que preencham bem a área, por isso,
invista em palmeira-areca (Dypsis lutescens), bananeira-do-brejo (Heliconia
rostrata), pleomele (Dracaena reflexa) e sansão-do-campo (Mimosa cae-
salpineafolia). O muro não precisa necessariamente ser branco. Há diver-
sas tonalidades que harmonizam com a vegetação. “Cinza-escuro, verde,
amarelo, bege e marfim ficam lindos”, indica a paisagista Kátia Neves, do
Rio de Janeiro, RJ. Tons terrosos, como marrom e vermelho-terra valori-
zam a folhagem e aquecem o ambiente. 
ACRESCENTE BELEZA
Algumas combinações de folhagem e floríferas ficam atraentes quan-
do o assunto é disfarçar imperfeições e muros brancos. Exemplo disso é
mesclar bambusa e orquídea-bambu, trazendo a leveza do bambu e as flo-
res delicadas. “Outra opção interessante é unir alpínia e pleomele. O tom
verde-escuro das folhas da primeira constrasta com o amarelado das folhas
da segunda”, acrescenta a profissional carioca. Aposte ainda em elemen-
tos como fontes, bicas, espelhos d'água, vasos, deques de madeira, pedris-
cos, seixos, cascas de árvore, entre outros. O mobiliário bem planejado
também faz toda diferença. 
Paisagismo & Jardinagem*40
ESPAÇO ZEN
Um jardim contemplativo, com muito verde e
que quebrasse a frieza dos muros foram os prin-
cipais requisitos dos moradores desta residência,
no Recreio dos Bandeirantes, bairro da capital flu-
minense. A paisagista Kátia Neves optou por leia-
verde, pleomele, palmeira-cariota (Caryota urens)
e helicônia-papagaio. 
“Trabalhei com espécies de tonalidades, tex-
turas e alturas diferentes com o objetivo de fazer
uma composição única”, diz. Como o intuito era
deixar o espaço zen, foram dispostos painéis deco-
rativos de bambus. A manutenção fica por conta
de retirar as ervas daninhas e as folhas velhas, além
de adubação periódica. 
plante uma ideia
[5]
[8]
Texto Suzana Mattos Fotos [1] Chico Lima, [2] Evelyn Müller, [3] Fran Parente, [4] Gimenez, [5] Gui Morelli, 
[6] J. Vilhora, [7] Leonardo Costa, [8] MCA Estúdio, [9] Rafael Coelho, [10] Tarso Figueira e [11] Tatiana Villa
40-43 Plante uma Ideia* 11/03/13 16:30 Page 40
Paisagismo & Jardinagem*41
EXTENSÃO DO VERDE
A paisagista Cida Cutait, de São Paulo, SP, dis-
farçou parte do concreto da residência com uma
volumosa vegetação, garantindo privacidade aos
moradores. Para cumprir esse papel, a profissional
escolheu a tumbérgia-azul (Thunbergia grandiflora),
cujas flores roxas agregam vivacidade. 
ÁREA AMPLA
Em Sorocaba, SP, os moradores dessa casa que-
riam um jardim tropical que desse sensação de
amplitude. A arquiteta paisagista Maria Luiza
Aceituno resolveu mascarar o muro branco com
murta. “A bela copa do coqueiro-anão (Cocos nuci-
fera ‘Nana’) e o desenho do hemerocale
(Hemerocallis x hybrida) trouxeram a leveza espe-
rada na proposta”, afirma. As espécies foram esco-
lhidas pela baixa manutenção, já que o terreno é
amplo, com aproximadamente 5 mil m². 
[4]
[10]
[2]
[2]
40-43 Plante uma Ideia* 11/03/13 16:30 Page 41
42*Paisagismo & Jardinagem
LAZER GARANTIDO
Localizada no bairro do Morumbi, na capital
paulista, essavaranda, feita pela arquiteta Ana
Cristina Malta, da mesma cidade, tem todos os ape-
trechos para sentar e relaxar: ombrelone, chaise-
longue e vasos com buxinhos topiados em forma-
to de bola. A sombra fresca fica por conta da cer-
ca-viva formada por exemplares de podocarpo
(Podocarpus macrophyllus) junto ao muro. 
PASSAGEM VERDE
Um longo corredor acompanhando a lateral
da casa, na Barra da Tijuca, bairro carioca, rece-
beu alpínia, helicônia-papagaio, bambusa e bar-
ba-de-serpente (Ophiopogon jaburan). “As plan-
tas tropicais são fáceis de cuidar e ampliam o espa-
ço planejado”, conta Kátia Neves. A proposta era
deixar o espaço de passagem mais bem aproveita-
do, pois era a maior área destinada ao jardim. “A
expectativa do cliente era que o local pudesse ser
utilizado para o convívio.” 
[6]
[6]
[7]
[1]
40-43 Plante uma Ideia* 11/03/13 16:30 Page 42
Paisagismo & Jardinagem*43
NATUREZA AO REDOR
A parte dos fundos, vista da janela da cozi-
nha, na casa do paisagista Roberto de Sá, de Santos,
SP, é pequena e apresenta muros altos para con-
seguir privacidade. Houve substituição do piso
anterior por seixos rolados e as paredes foram
cobertas com filodendros (Philodendron sp) e bro-
mélias (Bromeliaceae) ao fundo. Na lateral, criou-
se uma jardineira para a cerca-viva de cafezinho
(Polyscias guilfoylei), helicônia e bromélia. “Quis
criar a ilusão de Mata Atlântica”, conta. Para com-
plementar, uma bica antiga foi instalada no canto. 
VASOS VERTICAIS
A arquiteta paisagista Raquel Alves, de
Campinas, SP, aproveitou o muro ao lado da pis-
cina para explorar a verticalidade. A escolha foi
por vasos cerâmicos com buxinhos (Buxus sem-
pevirens) topiados em forma de bola no canteiro.
As folhas e flores da helicônia-papagaio são res-
ponsáveis por proporcionar leveza ao ambiente. 
[1]
[9]
[6]
[11]
40-43 Plante uma Ideia* 11/03/13 16:30 Page 43
44*Paisagismo & Jardinagem
Um espaço 
v i v o
Mais do que uma área ornada com vegetação, 
o jardim de Marcelo Faisal representa a transição 
entre trabalho e vida particular
meu jardim
Texto Amanda Costa 
Fotos Alessandro Guimarães
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Paisagismo & Jardinagem*45
 
 
 
De acordo com o livro A Psicologia das Cores, da socióloga e psicó-
loga alemã Eva Heller, existem aproximadamente cem tons de verde que
variam desde o bandeira ao pistache e limão. A curiosidade pode servir
de inspiração para quem deseja um espaço colorido e neutro ao mesmo
tempo. Contraditório? Não para o engenheiro agrônomo e paisagista
Marcelo Faisal, de São Paulo, SP, que abriu as portas de sua casa para nos
mostrar os encantos do seu espaço.
“Este é meu cartão de visitas. Nele estão as coisas nas quais acredito,
aquilo que vou passar para meus clientes”, afirma Faisal. Para ele, um jar-
dim deve ser funcional, poupar grandes manutenções e continuar saudá-
vel durante todas as épocas do ano. Por esse motivo, dispensa o uso de
flores. “Elas conferem beleza, mas pouca praticidade. Prefiro trabalhar
com as cores de outra maneira. Por isso, escolhi espécies que apresentam
diversas tonalidades esverdeadas.” 
A mistura de tons advindos de uma única cor é notada com o verde-
escuro da grama-preta (Ophiopogon japonicus) – muito usada em seu tra-
balho –, na grama-esmeralda (Zoysia japonica) e no fórmio (Phormium
tenax), com verdes mais marcantes. Os pedriscos da forração, o vidro dos
cristais e do espelho, bem como o ferrugem das sapatas e do caminho do
jardim preenchem o lugar com nuances neutras.
Influenciado por artistas como Marcel Duchamp e Amilcar de Castro,
Faisal traz um ar sustentável ao ambiente externo sem cair no corriquei-
ro. “Duchamp desconstrói a função de um objeto e dá um novo valor a
ele. Tento fazer isso quando pego uma prateleira de hipermercado e a
transformo no caminho do meu jardim”, exemplifica. Ele, que se consi-
dera sucateiro de carteirinha, diz que Amilcar de Castro está presente em
suas obras quando vê beleza nas peças de ferro sem uso.
O VERDE DÁ O TOM
 Essa pluralidade não faz sua área verde parecer agressiva. Muito pelo
contrário, o conjunto de plantas confere harmonia surpreendente e mui-
ta vivacidade. Dentre as espécies utilizadas estão agave (Agave angustifo-
lia), pleomele (Dracaena reflexa), unha-de-gato (Ficus pumila) cobrindo
o muro e madressilva (Lonicera japonica), trepadeira que proporciona
sombra ideal. Desenvolvido há oito anos, para ele, “o jardim é um ser vivo
e mutante que deve se transformar constantemente, assim como nós”. 
Embora tenha um carinho natural e o veja como seu refúgio – já que
está localizado entre a residência e o escritório – Faisal tem seu canto pre-
dileto. Um declive no terreno abriga o pândano (Pandanus utilis) de raízes
tubulares que, para o paisagista, é a planta mágica da área, verdadeira escul-
tura verde de sua obra. No mesmo lugar, ele encontra o ambiente ideal para
estender uma toalha e descansar. “Aproveitei o declive e forrei com gra-
mado. Isso dispensa o uso de mobiliários. Essa parte do jardim é a minha
espreguiçadeira natural”, revela. 
44-47 Meu Jardim* 12/03/13 16:02 Page 45
46*Paisagismo & Jardinagem
ESPAÇO MULTIUSO
Quando não está trabalhando, Faisal gasta energia em pedaladas pela
cidade, jogando futebol ou tênis e ainda ataca de DJ. E é no jardim que
mostra seu talento auspicioso para receber e dar grandes festas. “Quando
abro o espaço para comemorações, cada elemento disposto vira uma coi-
sa: o banco de madeira se torna apoio para taças, o gramado pista de dan-
ça.” As garden parties (festas no jardim), como ele mesmo apelidou suas
agitadas noites com amigos e familiares, acontecem principalmente no
começo de cada ano, quando o paisagista comemora seu aniversário.
Segundo ele, depois fica tudo pisoteado, mas sem motivos para se preo-
cupar. O jardim logo se recupera.
Curioso e equilibrado, o local desperta olhares e sensações. O cheiro,
o toque e a visão atingem o conceito com o qual Faisal se gaba por incluir
com êxito em sua obra: estética e ética. “Ele é cosmopolita e sustentável
ao mesmo tempo. Funciona e gratifica as pessoas que convivem com ele.”
“ 
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Paisagismo & Jardinagem*47
“O jardim é um ser vivo e mutante que deve se transformar constantemente, assim como nós”
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58*Paisagismo & Jardinagem
PLANTA DA EDIÇÃO
Cores 
no jardim
planta da edição
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Paisagismo & Jardinagem*49
A mistura de tons 
é o diferencial do
tinhorão, ideal para
projetos tropicais
O tinhorão (Caladium sp) – ou caládio, como também é chamado – é uma boa opção para
deixar os jardins mais vivos e alegres. “Essa herbácea combina com paisagismos tropicais. Em
concepções mais clássicas, vale somente se for usada em canteiros simétricos”, afirma o enge-
nheiro agrônomo e paisagista Alexandre Galhego, de Campinas, SP. 
A principal característica do híbrido, que pertence à família das aráceas, é a variedade de
cores. “São conhecidas mais de 250 tonalidades, que vão do branco ao vermelho-escuro. No
entanto, apenas algumas dezenas são comercializadas”, explica Carlos Rodaka, produtor da
Premium Seeds, de Florianópolis, SC. As mais populares são as de matizes vermelha e rosa. 
Comum em bordaduras, apresenta maior função decorativa quando os exemplares são
usados em conjunto e as cores ficam mais vivas. As folhas são grandes e possuem formato de
coração. Podem atingir até 50 cm de altura e as versões míni chegam a 10 cm. 
Texto Camilla Chevitarese
Fotos Daniel Sorrentino
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60*Paisagismo & Jardinagem
CULTIVO
Adapta-se melhor em regiões quentes e úmidas com solo aerado e em canteiro elevado
para não acumular água nas raízes. Ideal para áreas de meia-sombra, o tinhorão precisa de
luminosidade natural, mas não pode receber luz solar direta. É sensível a variações de tem-
peratura e não suporta frio intenso, com possibilidade degeada. 
Rodaka recomenda que o plantio seja feito imediatamente após a compra para uma rápi-
da adaptação. “A adubação pode ser feita duas vezes ao ano. O mais aconselhável é colocar
quantidades pequenas de NPK 10-10-10 e manter o local úmido”, explica. Se for utilizada
em vasos, é importante regar para não deixar a terra secar. De acordo com o produtor, o
ideal é hidratar no mínimo uma vez por semana. 
Entre o Outono e o Inverno, as folhas mortas ficam amareladas e podem ser retiradas.
A propagação doméstica pode ser feita nessas estações por meio da divisão dos tubérculos
para que a folhagem comece a brotar na Primavera. 
Vale lembrar que o tinhorão não aceita poda e é essencial evitar o contato com os olhos,
pois a seiva que ele solta é tóxica. Por essa razão, ataques de pragas não são comuns. 
HISTÓRIA
Os exemplares originais foram levados à Europa e aos Estados Unidos para serem melho-
radas. Com cores cada vez mais misturadas, a planta ganhou o mundo. Atualmente existem
sociedades legalmente reconhecidas que se dedicam a criar novas variações. “Em países
como Tailândia e Filipinas, podem ser encontrados exemplares de beleza rara, mas impos-
síveis de serem comercializados no Brasil em razão da lei que proíbe a importação de matri-
zes”, comenta Rodaka. 
Por aqui, existem variedades endêmicas em regiões litorâneas, mas sem atrativos visuais.
A boa notícia é que os estudos não param e os produtores terão exemplares cada vez mais
coloridos e diferenciados. Os jardins agradecem. 
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Paisagismo & Jardinagem*51
TINHORÃO
NOME CIENTÍFICO: Caladium sp 
NOMES POPULARES: tinhorão e caládio
ORIGEM: América tropical
FOLHAS: grandes, com formato de coração e coloridas, 
sendo as mais comuns com tons vermelhos e rosas
CULTIVO: usado em bordaduras e canteiros simétricos
CLIMA: tropical
SOLO: aerado e levemente umedecido
LUMINOSIDADE: meia-sombra
IRRIGAÇÃO: uma vez por semana
DIFICULDADE DE CULTIVO: é sensível a variações 
de temperatura e não aceita geada
MULTIPLICAÇÃO: por divisão dos tubérculos
CURIOSIDADE: deve-se evitar o contato com a 
área dos olhos, pois a seiva é tóxica
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PLANTA DA EDIÇÃO
52*Paisagismo & Jardinagem
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Paisagismo & Jardinagem*53
INTEGRADA À NATUREZA
Na serra fluminense, a residência foi contemplada com paisagismo 
à altura da beleza da região 
Distrito do município de Petrópolis, RJ, Pedro do Rio está localizado
no coração da serra fluminense. Rodeada por exuberantes espécies tropi-
cais, a região foi escolhida pelos proprietários da residência, com paisagis-
mo projetado pela engenheira agrônoma e paisagista Daniela Infante, da
Arteiro, da mesma cidade. “O objetivo principal foi utilizar ao máximo o
terreno, com espaço para as crianças brincarem e correrem, dando uso à
área externa. Incluímos um bosque de árvores floríferas da Mata Atlântica
e uma horta. Como o lote é de esquina, tivemos que fazer uma barreira vege-
tal para dar privacidade e isolá-lo da rua”, explica a profissional.
O jovem casal com filhos tinha preferência por arbóreas floríferas e
frutíferas e desejava um belo gramado. “A grama são-carlos (Axonopus
compressus) não tolera falta de água. Além disso, é a mais resistente ao
sombreamento.” Para as frutíferas, optou-se por jabuticabeira (Myrciaria
cauliflora), nespereira (Eriobotrya japonica) e amoreira (Morus sp). 
Além de atender os pedidos, a engenheira agrônoma e paisagista teve
o desafio de transformar a grota repleta de bananeiras (Musaceae) no local
ideal para implementação da casa e do jardim. “Foi preciso canalizar a
água através de galerias e fazer o aterro até chegar ao nível recomendado,
pois o terreno tinha grande desnível”, ressalta.
Com a casa alocada na parte alta do lote, a bela vista pode ser con-
templada diariamente. O paisagismo foi implementado de forma a sua-
vizar as interferências existentes, tornando a área externa funcional.
“Atualmente, é possível caminhar por todo o terreno sem grandes difi-
culdades. Acredito que a topografia, inicialmente indesejável, deu movi-
mento e graça ao jardim, possibilitando até mesmo a criação de diver-
sos recantos.” 
Texto Lucie Ferreira
Fotos Bruno Carvalho 
Projeto paisagístico Daniela Infante
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54*Paisagismo & Jardinagem
“O objetivo principal foi utilizar ao máximo o terreno, 
com espaço para as crianças brincarem e correrem, 
dando uso à área externa”
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Paisagismo & Jardinagem*55
VARIEDADE
Alguns elementos nativos foram mantidos no paisagismo, como uma
árvore em local estratégico, para separar a área da piscina do lote vizinho,
e uma grande rocha, que confere beleza natural. Quatro arbóreas adul-
tas [um ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha) e três leguminosas] foram
relocadas, sem a necessidade de destruição das mesmas.
A opção por espécies perenes, com florescimento em épocas dife-
rentes, ajuda a demarcar as estações do ano. A preferência dos clientes
por flores com cores discretas auxiliou na escolha dos exemplares. Além
disso, a seleção também priorizou plantas de baixa manutenção, adapta-
das à região e ao clima.
Para a fachada, Daniela escolheu minipitanga (Eugenia sp) e bam-
bu-mossô (Phyllostachys pubescens), que não tira a visibilidade da sala
para o jardim, apesar do porte. Ao redor da piscina, usou orquídea-bam-
bu (Arundina bambusifolia) e fez a forração com torênia (Torenia four-
nieri). Perto da edícola, utilizou camélia (Camellia japonica) com mini-
pitanga e nandina (Nandina domestica). “O objetivo nessa área foi ‘que-
brar’ a vista do guarda-corpo sem eliminar o cenário, levando também
um pouco de cor.”
Para os caminhos, a paisagista optou por lajotas de pedra miracema.
“É um granito muito usado na região. O tamanho é bom para uma pas-
sagem discreta através do jardim, além da colocação ser fácil.” O pátio,
localizado na entrada da residência, tem piso de cacos de granito mira-
cema, popularmente chamado de pé-de-moleque. Na área, Daniela inse-
riu minipitanga, lavanda (Lavandula angustifolia), barba-de-serpente
(Ophiopogon jaburan) e bambu-mossô. “A árvore do centro é um ipê-
roxo (Tabebuia impetiginosa), transportado quando tinha 7 m. Próximo
a ele, foram plantados minipândanos (Pandanus sp)”, completa. 
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56*Paisagismo & Jardinagem
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Paisagismo & Jardinagem*57
*o jardim 
ganhou
vida com:
Lavanda Barba-de-serpente
Camélia Ipê-amarelo
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58*Paisagismo & Jardinagem
Refúgio no campo
A reforma acentuou o estilo italiano já 
existente e conferiu uma moldura verde à casa
Texto Renata Putinatti
Fotos Gui Morelli
 
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Projeto paisagístico Roberto Riscala
58-65 Proj02 - Roberto Riscala* 11/03/13 15:20 Page 59
60*Paisagismo & Jardinagem
Há 12 anos, o arquiteto paisagista Roberto Riscala, de São Paulo, SP, foi
chamado para projetar o jardim dessa casa de campo, localizada em Indaiatuba,
no interior paulista, para uma família com crianças. 
Com o passar do tempo, as crianças ficaram adultas, casaram-se e tive-
ram filhos, então, recentemente a propriedade passou por ampliação para
acomodar a todos com conforto. O ambiente externo também sofreu mudan-
ças e, para manter as mesmas características e não perder as origens, Riscala
foi convocado mais uma vez para adequá-lo às novas necessidades.
Tanto a arquitetura quanto o paisagismo seguiam o estilo italiano. Com
a reformulação, o arquiteto paisagista evidenciou ainda mais este aspecto.
Isso pode ser percebido no jogo de vasos colocado sob os arcos da entrada
e ainda pelas primaveras (Bougainvillea glabra), que deixaram de aparecer
timidamente para ganhar exuberância recobrindo as colunas.“O estilo ita-
liano tende a misturar espécies com aspectos diferentes e dar mais liberda-
de para criação. Posso usar desde lavandas (Lavandula angustifolia) até pal-
meiras (Aracaceae)”, afirma.
O principal desafio do projeto foi estabelecer uma integração entre a
casa e os dois campos de polo que a cercam – já que a família pratica o espor-
te. Dadas as dimensões dos campos, o paisagismo foi trabalhado para emol-
durar o imóvel, destacando-o em meio ao extenso gramado.
Todos os maciços de plantas foram posicionados a, no máximo, 10 m da
construção para envolvê-la em volumes verdes, que têm também o papel de
oferecer privacidade. “Quando as pessoas vão assistir às partidas, ficam vol-
tadas de frente para a residência. Então, além de funcional, o paisagismo pre-
cisava ser cênico, contemplativo”, informa o profissional.
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Paisagismo & Jardinagem*61
Ele lembra que a residência está situada em um ambiente descampa-
do e recebe intensa insolação durante todo o dia. “A vegetação teve impor-
tante papel para transmitir frescor, ‘quebrar’ a incidência do sol, diminuir
a temperatura interna e torná-la habitável. Sem as plantas seria muito difí-
cil conseguir viver ali, por causa do calor”, justifica.
COMPOSIÇÃO DO JARDIM
Por se tratar de uma reforma apenas de ampliação, mas que manteve
o mesmo estilo, grande parte da vegetação existente foi conservada e garan-
tiu visual maduro ao jardim, mesmo recém-finalizado.
Logo na entrada, os grandes flamboyants (Delonix regia) oferecem
sombreamento agradável, sem esconder a arquitetura. Os arcos que for-
mam um pátio fazem parte da recente reformulação e permitem que os
proprietários e visitantes desembarquem do carro em local coberto. 
Acompanhando a estrutura estão os vasos cerâmicos que já perten-
ciam à família, nos quais estão plantados buxinhos (Buxus sempervirens),
camélias (Camellia japonica) e primaveras – que dão caimento de “corti-
na verde”. O ponto focal de quem chega é uma pia batismal, relíquia dos
clientes, que foi transformada em suporte para as coloridas marias-sem-
vergonhas (Impatiens sp), mesma espécie que faz a forração do canteiro
emoldurado por buxinhos. 
“Quando as pessoas vão assistir às partidas de polo, 
ficam voltadas de frente para a residência. Então, além de 
funcional, o paisagismo precisava ser cênico, contemplativo”
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62*Paisagismo & Jardinagem
Os arcos levam ao pátio interno com cobertura de policarbonato e
estrutura de ferro. A fonte é a peça central do espaço, onde também há
lavandas em jardineiras. 
As composições antigas da área verde ganharam toques de renova-
ção, sem precisar substituir exemplares, como aconteceu com o volumo-
so canteiro composto por camélia, tuia (Thuja sp) e bambusa (Bambusa
gracilis), que foi repaginado com o desenho orgânico feito com a forra-
ção de érica (Cuphea gracilis).
Como depois da reforma a residência ganhou um pavimento supe-
rior, Riscala aproveitou a altura das paredes para explorar a verticalida-
de, agregando vasos e ainda uma fonte de pedra-sabão. A vegetação do
canteiro já existia e foi mantida, como camélia, tuia-maçã (Thuja occi-
dentalis), íris (Iris germanica), fícus (Ficus sp) e érica. “Também coloquei
os toldos verdes, que contrastam com a arquitetura terracota e eviden-
ciam ainda mais o estilo italiano. Eles são fixos e foram pensados para dar
charme”, conta Riscala. 
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Paisagismo & Jardinagem*63
58-65 Proj02 - Roberto Riscala* 11/03/13 15:21 Page 63
64*Paisagismo & Jardinagem
ESPAÇOS PARA TODOS
Como a família é grande, o arquiteto paisagista não economizou
nos ambientes de convívio. Um dos mais disputados é a varanda,
onde são feitas as refeições. 
Para quem gosta de contemplar o campo, as espreguiçadeiras são
o lugar ideal e foram cercadas por diversas variedades de capim para
garantir privacidade, entre elas, capim-azul (Lagenocarpus velutinus)
e capim-do-texas (Pennisetum sp) branco e vermelho.
Próximo dali está o pátio com várias mesas protegidas por ombre-
lones. As árvores ao redor são responsáveis por oferecer conforto tér-
mico e receberam “acabamento” especial: aos “pés” de cada uma
foram criados canteiros com floríferas de tonalidades diferentes, como
moreias (Dietes bicolor) com flores brancas e amarelas. 
58-65 Proj02 - Roberto Riscala* 11/03/13 15:22 Page 64
Paisagismo & Jardinagem*65
58-65 Proj02 - Roberto Riscala* 11/03/13 15:22 Page 65
66*Paisagismo & Jardinagem
66-71 Proj03 - Alexandre Galhego* 11/03/13 15:35 Page 66
Paisagismo & Jardinagem*67
Neste lote de um condomínio em Vinhedo, SP, a missão do enge-
nheiro agrônomo e paisagista Alexandre Galhego, de Campinas, na mes-
ma região, foi envolver a morada em uma moldura de plantas de estilo
tropical, mas com toque contemporâneo. O foco foi criar um projeto aco-
lhedor, proporcionando privacidade e sensação de relaxamento. “Busquei
inserir a casa ao entorno da forma mais natural possível, justamente para
dar a impressão de que o jardim sempre esteve lá”, relembra. 
Com 500 m² disponíveis, ele criou diversos estilos de jardins ao redor
da construção. “Na entrada, é mais solto e vai ficando mais exuberante
até chegar ao fundo”, detalha. A fachada é valorizada com bromélias-
imperiais (Alcantarea imperialis), moreias (Dietes bicolor), agapantos
(Agapanthus africanus) e palmeiras-de-locuba (Dypsis madagascariensis)
– responsáveis por pontuar e dar volume, mas sem esconder a arquitetu-
ra. Para chegar à área de lazer, basta acessar o percurso que segue pelo
corredor à direita, onde Galhego apostou em bambus-mossô (Phyllostachys
edulis) e também nas tumbérgias-arbustivas (Thunbergia erecta) para des-
tacar o recanto. 
Reservada ao fundo do terreno, a piscina tem 27 m². Entre o deque
de madeira e o muro, o maciço de falso-íris (Neomarica caerulea) insere
um delicado e discreto colorido ao projeto com as pequenas flores lila-
ses. Combinado ao bambu-mossô e à palmeira-locuba, esconde o con-
creto do muro de arrimo e garante vista privilegiada para os moradores
e convidados que estão na ala social da casa, fechada com amplos panos
de vidro. Uma preocupação do profissional foi inserir plantas que não
prejudicassem a incidência de sol direto, pois as árvores da calçada supe-
rior já fazem isso. 
CONTORNO 
NATURAL
A diversidade de espécies, 
ricas em cores e volumes, 
torna o passeio ao redor da 
morada um programa à parte 
Projeto paisagístico 
Alexandre Galhego
Texto Andressa Trindade
Fotos Gui Morelli 
66-71 Proj03 - Alexandre Galhego* 12/03/13 16:06 Page 67
68*Paisagismo & Jardinagem
“Busquei inserir a casa 
ao entorno da forma 
mais natural possível, 
justamente para dar a impressão 
de que jardim sempre esteve lá”
66-71 Proj03 - Alexandre Galhego* 11/03/13 15:35 Page 68
Paisagismo & Jardinagem*69
O terreno da área de lazer foi adaptado à vontade dos proprietários,
que era ter um jardim com privacidade. “A piscina ficava bem exposta para
quem passava na calçada da rua de cima”, conta. Ao mesmo tempo, tam-
bém era necessário “segurar” essa estrutura, uma vez que há árvores de
grande porte que, eventualmente, poderiam tombar sobre a residência. 
O caminho que leva à garagem e à outra lateral da residência recebeu
plantas com folhagem volumosa e marcante: alpínias (Alpinia purpurata)
e árvore-do-viajante (Ravenala madagascariensis). O pergolado de madei-
ra ganhou vida com sapatinho-de-judia (Thunbergia mysorensis) e aza-
leias (Rhododendron simsii) no chão. “Os proprietários também solicita-
ram uma área para frutíferas”, relembra. Assim, o engenheiro agrônomo
e paisagista plantou pés de romã (Punica granatum), limão (Citrus limon)
e laranja-kinkan (Fortunella margarita) em vasos próximos à pergola. Perto
da garagem, onde o piso é revestido com pedriscos, a espécie que dá cor
ao espaço é a helicônia (Heliconiaceae). 
“Escolhi plantas com manutenção simples, resistentes aventos e ao
clima local, que tem invernos rigorosos, e com estética mais livre e des-
pretensiosa”, explica. Outro critério usado por Galhego na seleção de
espécies foi o sombreamento do jardim. “Há alternância constante entre
sol e sombra, em razão da altura de algumas árvores, posição da casa no
lote e eixo solar”, descreve. 
Para revestir o chão, buscou um material durável, com textura agra-
dável e pouco brilho. O mosaico de granito tem cor neutra: o cinza har-
moniza com o verde intenso do jardim, sem roubar a cena. 
 
 
 
 
 
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70*Paisagismo & Jardinagem
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Paisagismo & Jardinagem*71
*o jardim 
ganhou
vida com:
Bromélia-imperial Sapatinho-de-judia Falso-íris
Moreia Agapanto Alpínia
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72*Paisagismo & Jardinagem
Quando os proprietários desta cobertura, localizada em Porto
Alegre, RS, contrataram a engenheira agrônoma e paisagista Bibiana
Müssnich, da mesma cidade, solicitaram que criasse um jardim com
cara de casa italiana. “Eles não queriam ver os prédios vizinhos, ape-
nas o céu e a vegetação. Por isso, utilizei treliças para garantir a priva-
cidade na área da piscina, que tem desenho romântico em 45º”, conta.
Para atender ao desejo dos clientes, ela selecionou duas trepadei-
ras, primavera (Bougainvillea glabra) e jasmim-estrela (Jasminum niti-
dum), para recobrir a treliça. Colocou fórmio (Phormium tenax) e aga-
panto (Agapanthus africanus) em cachepôs de madeira, fazendo a bor-
dadura da cobertura junto à treliça. Além disso, utilizou também hera
(Hedera helix), camélia (Camellia japonica), lavanda (Lavandula angus-
tifolia) e bela-emília (Plumbago auriculata) em vasos.
A maior preocupação foi garantir conforto à vegetação durante o
Verão, pois a cobertura tem orientação Norte e as plantas envasadas
sofrem com o calor e a estiagem. Como a cobertura está em um prédio
antigo, não foi possível implantar sistema de irrigação. Para resolver
essa questão, são regadas de duas a três vezes por semana. 
O deque de ipê tem desenho que acomoda pequena piscina de fibra
e se transforma em um estar com bancos, sendo bastante utilizado pelos
proprietários nos dias quentes. As treliças são do mesmo material, mas
foram pintadas de branco.
O esforço resultou em um local bastante agradável, perfeito para
receber amigos. Parte dessa sensação se deve ao grande número de ante-
paros verticais, vasos cerâmicos e vegetação abundante. 
Ar italiano
A profissional abusou da vegetação para garantir 
tranquilidade e acolhimento a este espaço
Projeto paisagístico 
Bibiana Müssnich
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Paisagismo & Jardinagem*73
*o jardim 
ganhou
vida com: Primavera Bela-emília Lavanda Hera
“Apesar da morada estar localizada em uma
das zonas mais movimentadas de Porto Alegre,
conseguimos projetar um espaço que transmi-
te tranquilidade e acolhimento”
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74*Paisagismo & Jardinagem
Idealizadora
de paisagens
perfil
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Paisagismo & Jardinagem*75
Em seus trabalhos, a arquiteta
paisagista Juliana Castro busca
transmitir a importância da 
natureza para o homem
Texto Alexandra Iarussi
Fotos Gui Morelli
A
arquiteta paisagista Juliana Castro nasceu em setembro de
1977, em Florianópolis, SC, cidade onde mora até hoje. Teve
o primeiro contato com plantas e flores por influência da
mãe e avó materna. Em casa, brincava de plantar e polini-
zar flores: por curiosidade, cruzava violetas (Saintpaulia sp)
de variedades diferentes. Quando a avó faleceu, Juliana herdou seus exem-
plares. “Na casa dela havia um túnel de orquídeas Dendrobium que cres-
ciam nos troncos de palmeiras-butiá (Butia eriospatha)”, conta. 
Tamanho interesse pelas plantas naturalmente a levou ao curso de
Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), mesma instituição em que realizou mestrado. Durante a gra-
duação, ela acompanhou disciplinas dos cursos de Agronomia e Biologia
com o objetivo de se aprofundar em arquitetura paisagística e comple-
mentar a formação de arquiteta.
“Faço aniversário no dia 20 de setembro. No dia 21 do mesmo mês
se comemora o Dia da Árvore e o dia 22 marca o início da Primavera.
Pode ser coincidência, mas parece que nasci para o que faço. Para com-
pletar, o elemento do meu signo é terra”, acrescenta a profissional. 
EM ASCENSÃO 
Juliana ingressou na profissão com escritório próprio, o Jardins &
Afins, que comanda ao lado da irmã Clarice, engenheira agrônoma. Juntas,
trabalham com projetos paisagísticos, arquitetura de exteriores e desenho
urbano. A dupla atua em empreendimentos imobiliários e adora usar a
imaginação em espaços públicos.
Em março deste ano, a profissional completa 13 anos de profissão.
Dentre tantos trabalhos, ela se recorda de alguns com carinho, como o
projeto de revitalização da Praça Celso Ramos, em Florianópolis, que em
dezembro de 2011 venceu o Prêmio de Arquitetura Catarinense na cate-
goria Paisagismo, promovido pela Associação Brasileira dos Escritórios
de Arquitetura (AsBEA/SC) e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SC).
“O desafio foi mudar o local preservando a estrutura original, pois
não interferimos nas árvores adultas existentes, respeitando a caracterís-
tica de espaço contemplativo”, conta a profissional. Toda a vegetação arbó-
rea permaneceu e foi valorizada por canteiros de herbáceas forrageiras
com desenho orgânico e dinâmico, trazendo movimento visual à praça.
Além disso, foram plantadas 34 exemplares de palmeira-imperial (Roystonea
oleracea). A acessibilidade foi assegurada em todo o percurso do local.
Outro projeto que marcou a carreira é o ZEN Tokio, realizado na
garagem de um hotel em Florianópolis. A peculiaridade é que ele foi
feito sem plantas, pois no local não havia luz natural. Para a área de 200
m², ela e a equipe criaram um desenho inspirado na cultura japonesa.
Projetaram uma praça com água, pedriscos, madeira e iluminação arti-
ficial – valorizando as propriedades dos materiais. O jardim zen foi fei-
to com granilha fina e iluminado por spots embutidos nos rodapés dos
deques de madeira, equipados com LED na cor âmbar. Um painel de
papéis amarrados ganhou destaque: são varais da sorte, tradicionais nas
cidades japonesas, iluminados por LEDs azuis, cujas imagens refletem
em um espelho d’água. Além da repercussão internacional (em 2010 foi
indicado ao Internacional Property Awards, premiação organizada pela
BBC de Londres), o projeto venceu o prêmio da Abea de 2008 na cate-
goria Projetos Especiais.
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76*Paisagismo & Jardinagem
AMOR PELA NATUREZA
Juliana tem alguns trabalhos em andamento, o que inclui empreen-
dimentos residenciais e projetos em espaços públicos. De acordo com ela,
os negócios estão em crescimento e a intenção é incluir parques e proje-
tos urbanos no portfólio. 
Para concretizar as obras, a profissional busca inspiração nas pessoas,
na própria natureza e nos lugares em que visita. Também frequenta fei-
ras e congressos nacionais e internacionais para acompanhar as tendên-
cias de mercado. Em seus jardins, procura sempre transmitir a impor-
tância da natureza para o homem. Para ela, o respeito ao verde é ineren-
te à condição humana: “Precisamos entender que não vivemos sem a natu-
reza. Temos de considerar que criamos o artificial em meio ao natural e
devemos dosar os ingredientes para ter bons resultados”, revela.
A arquiteta paisagista não esconde a predileção por árvores, sempre
presentes nos jardins que executa. Segundo ela, são as “casas da nature-
za”. Apesar de amar a profissão, acredita que no Brasil falta entendimento
da sua total dimensão: “O arquiteto paisagista não é projetista de jardins
mas idealizador de paisagens. Somos integradores da cidade com a natu-
reza”, diz a profissional, que quando não se dedica ao trabalho,

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