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Jardins ornamentais: plantas e elementos Apresentação As plantas sempre fizeram parte da trajetória do ser humano na Terra, seja como alimento, remédio ou ornamento. Elas tiveram papel fundamental na história da humanidade, sendo motivo da maior mudança ocorrida em seu desenvolvimento: a agricultura. Antes do advento da agricultura, os seres humanos eram nômades que caçavam e coletavam alimentos; quando este ficava escasso em determinado lugar, era preciso partir em busca de locais com mais recursos. É consenso entre os historiadores que foram as mulheres grávidas, que não conseguiam mais sair com o grupo para coletar ou caçar, que perceberam como as plantas se reproduziam. A partir desse momento, o ser humano passou a domesticar as plantas, ou seja, passou a cultivá-las e a desenvolver técnicas para o aumento de sua produção. Esse é um dos fatores apontados pelos historiadores para o desenvolvimento da humanidade em termos de aumento da população, bem como de desenvolvimento cultural. Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá o mais importante e comum elemento dos jardins: os vegetais. Porém, também aprenderá que um jardim é composto de outros elementos que não são vegetais, mas ajudam a construir um ambiente natural, como os espelhos d’água e a iluminação. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Classificar elementos vegetais e não vegetais na composição de jardins.• Aplicar o uso de corpos d'água em jardins.• Reconhecer o uso de iluminação em jardins.• Desafio É de fundamental importância, no trabalho do arquiteto paisagista, entender a classificação das plantas por suas formas e maneira como se desenvolvem. Há quatro grandes categorias de formas de plantas: arbóreas, trepadeiras, arbustivas e herbáceas. O tipo arbóreo pode ser subdividido em árvores, palmeiras e coníferas; as herbáceas, em forração e pendentes. Suponha que você trabalhe para um importante escritório de paisagismo que realizará o projeto de reforma de um parque público na Cidade do México. Você deve especificar a espécie de planta para a área do pergolado. Justifique a escolha em função de seu tipo-forma (arbórea, trapadeira, arbustiva ou herbácea). Infográfico Os jardins são espaços de deleite e meditação ligados em afetividade ao meio natural. A vegetação costuma ser a protagonista do cenário idílico que conforma o jardim. Portanto, é essencial que o arquiteto paisagista ou jardineiro amador conheça as espécies vegetais em profundidade: suas necessidades físicas, a forma e a velocidade com que se desenvolvem. Segundo Burle Marx, a flora brasileira apresenta riqueza de formas e cores que criam ritmos e expressam a vida: “Daí querer aplicá-los ao jardim, consciente de que, sem essa compreensão (das plantas), jamais poderia chegar ao resultado a que aspiro” (Marx, 2004). O Infográfico a seguir procura explicar a formação dos nomes das plantas: a nomenclatura binária, proposta primeiramente pelo naturalista suíço Gaspard Bauhin, no século XVII, e formalizada no século XVIII pelo botânico sueco Carl Von Linné. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/44393c43-859f-4fe2-87b8-c8ca8d1b4471/a0fc31a5-f4fc-46eb-bf3f-e334b9267323.jpg Conteúdo do livro As plantas podem ser classificadas de diversas formas: por sua morfologia, pela classificação botânica das famílias, que leva em consideração a maneira como se reproduzem, e pelo uso que se faz delas (p. ex., na alimentação, como as árvores frutíferas e as hortaliças, e nos cuidados com a saúde, como a erva-cidreira, o boldo, a melissa, etc.). A função ornamental das plantas se dá quando elas se destacam por sua beleza (p. ex., as orquídeas). Os corpos d’água moldam e compõem a paisagem, com inúmeras funções ligadas à sobrevivência na Terra. Para além das questões práticas, o ser humano faz uso recreativo e desportivo da água. Nos projetos paisagísticos, a água aparece com a função de umidificar o ar e, principalmente, reproduzir o ambiente natural, contribuindo para a qualidade de vida das pessoas. Com o uso da iluminação artificial nos jardins, prolonga-se o tempo de permanência neles, sendo possível apreciá-los também à noite. A iluminação nos jardins pode ter diferentes objetivos, como demarcar um espaço a fim de propiciar a reunião de pessoas; pode, ainda, ser utilizada para iluminar o percurso, ou como forma de destacar determinado elemento vegetal ou não vegetal do jardim. Além desses, a iluminação também pode ter um fim em si mesma, como objeto visual plástico ornamental. No capítulo Jardins ornamentais: plantas e elementos, da obra Composição de jardins, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá as principais formas de classificar as plantas, o papel dos corpos d’água na composição paisagística e os tipos de iluminação mais utilizados em jardins ornamentais. Boa leitura. COMPOSIÇÃO DE JARDINS Janaina Almeida Stédile Jardins ornamentais: plantas e elementos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Classificar os elementos vegetais e não vegetais na composição de jardins. � Aplicar o uso de corpos d'água em jardins. � Reconhecer o uso de iluminação em jardins. Introdução Jardins estão presentes na história desde que o ser humano aprendeu a cultivar plantas e se sedentarizou. O jardim é uma reprodução da natureza controlada para fins de lazer, meditação e contato com o meio natural capaz de proporcionar bem-estar e relaxamento. Os jardins têm como protagonista as plantas, mas é composto também de outros elementos naturais, como terra, pedras e água. Além dos elementos naturais, o jardim pode apresentar ainda elementos não naturais, cuja função é deixar nossa permanência no lugar mais confortável, como cadeiras, mesas, espreguiçadeiras, balanços, redes, piscinas, banheiras e iluminação. Neste capítulo, você aprenderá o que é um jardim ornamental e quais os elementos que o compõe; e será capaz de projetar um jardim ornamental, sabendo como escolher e compor os elementos vegetais, a importância do elemento água e os diferentes tipos de iluminação. Elementos vegetais na composição de jardins Independentemente do tamanho do jardim, do uso principal ou do seu caráter (público ou privado), deve-se ter conhecimento profundo das espécies vegetais. As plantas são seres vivos, portanto, é necessário conhecer suas necessidades fisiológicas, se precisam de terreno úmidos ou secos, se preferem grande quantidade de luz e calor ou se gostam mais de climas frios. É necessário também reconhecer o aspecto visual da planta, ou seja, de que forma elas se desenvolve e ocupa o espaço, como é sua morfologia, textura e cores. Uma maneira de conhecer e utilizar as plantas é organizando-as por grupos. Há diversas maneiras de classificar as plantas, a biologia as organiza de acordo com sua forma reprodutiva, a partir da proposta do cientista sueco Carl von Linné (1707-1778), comumente citado como Carlo Linneu, em português. Em 1737, Linné publicou Systema Naturae, texto que propõe um sistema de classificação dos seres vivos utilizado praticamente da mesma forma até os dias de hoje. Linné também publicou Species Plantarum, em 1753, trabalho aceito in- ternacionalmente como ponto de partida da nomenclatura botânica moderna. Species Plantarum contém 1.200 páginas e foi publicado em dois volumes. O texto descreveu mais de 7.300 espécies. Foi ele que estabeleceu a forma binominal de nomenclatura para as plantas e a notação ao final do cientista que a classificou. Por exemplo, a Trifolium pratense L., cujo nome popular no brasil é trevo-vermelho ou grama-de-vaca, tem seus dois primeiros nomes em latim, fazendo parte da classificação botânica, e o L. no final, abreviação do sobrenome do cientista. Sempre que você se depara comL. significa que foi Linné quem catalogou a planta. Uma segunda forma de organizar as plantas é por meio de sua morfologia e a forma como ocupa o espaço. Essas formas são chamadas de tipos vegetais. Os tipos vegetais são: � árvores; � arbustos; � trepadeiras; � forração. A classificação botânica é rigorosa porque implica em estabelecer critérios comuns para as pesquisas científicas, que devem usar os mesmos parâmetros. Já classificação dos tipos pode variar um pouco, dependendo de como cultivamos a planta. Por exemplo, as espécies do gênero Bougainvillea (de nome popular primavera) são comumente utilizadas como trepadeiras, em pergolados e muros. Porém, Bougainvillea muito antigas, encontrando condições ambientais adequadas, podem desenvolver-se e tomar o porte de uma árvore. Você verá em mais detalhes sobre classificação a seguir. Jardins ornamentais: plantas e elementos78 Classificação botânica Você deve recordar das aulas de biologia em que aprendemos a classificar os seres vivos em reinos, (monera, protista, fungos, animal e vegetal). Os reinos são subdivido em filos, os filos em classes, as classes em ordens, as ordens em famílias, as famílias em gênero e os gêneros em espécies. Porém, imagine se possuíssemos sete nomes, seria quase impraticável, não é? Para facilitar, as plantas têm um nome binominal, ou seja, um indivíduo vegetal tem dois nomes usados sempre juntos. O primeiro indica o gênero e o segundo, é chamado epíteto específico. Todos os dois nomes são dados em latim, pois trata-se de uma língua morta que não apresenta variações de escrita. O gênero deve ser escrito com a primeira letra em maiúscula, já o epíteto específico deve ser todo em minúsculas. Ambos devem ser grafados em itálico. Por exemplo, a planta conhecida no Brasil como flor de lótus, chama-se Nelumbo nucifera. Como mencionado, nos guias de botânicas e nas pesquisas científicas, costuma aparecer a notação depois do nome da planta do sobrenome do cien- tista que a classificou. No caso da flor de lótus você pode a encontrar como Nelumbo nucifera Gaertn ou apenas G. Como você pode notar, o nome do cientista está notado sem itálico. Quando a classificação é um trabalho conjunto de dois cientistas, utiliza-se o sobrenome de ambos com o símbolo & entre eles, por exemplo, Heliconia rostrata Ruiz & Pav (nome popular da helicônia ou caête no Brasil). Há também uma notação em que o nome do autor é citado entre parênteses e, logo, há um segundo autor. Isso significa que aquela planta, a partir de estudos científicos, foi reclassificada. O autor em parêntese foi o primeiro que a classificou e último, o que fez a alteração, por exemplo Banisteriopsis oxyclata (A. Juss) B. Gates. Para fins paisagísticos, é necessário saber apenas o binômio da planta, sem a necessidade de conhecer os cientistas da área da biologia. Porém, é importante conhecer a linguagem adotada no campo da botânica por alguns motivos. Um desses motivos é que, geralmente, consultamos os guias botânicos e manuais de cultivo da agronomia ou engenharia florestal. Neles, obtemos as informações sobre as necessidades das plantas, se são de sol, meia-sombra, solo fértil, solo úmido, como se desenvolvem, se são aquáticas, terrestres ou aéreas, entre outras informações que possam ser úteis. Além disso, os nomes populares das plantas variam muito de lugar para lugar, o que dificulta o entendimento entre cliente, arquiteto-paisagista, fornecedor e jardineiro. 79Jardins ornamentais: plantas e elementos Classificação de forma — tipos Outra forma de classificação de plantas, de fundamental importância no trabalho do arquiteto-paisagista, é classificação por suas formas e maneira como se desenvolve. Chamamos essa classificação de tipos de planta. Mesmo que você esteja entrando em contato pela primeira vez com o paisagismo, você conhecerá alguns dos tipos e saberá identificá-los com facilidade. Você sabe o que é uma árvore, não é? E é capaz de diferenciá-la de uma samambaia? Então, uma árvore é um tipo, que pode ser divido nos subtipos árvores, palmeiras e coníferas. Esses subtipos são definidos de acordo com os formatos das árvores. Samambaia não é um tipo de classificação botânica, é o nome popular dado para as plantas dos gêneros Nephorolepis, Discksonia, Polypodium, por exemplo. Uma samambaia, como samambaia-paulista (Nephorolepis pectinata), se plantada em canteiros baixos, podem assumir dimensões quase arbustivas, contudo, se plantadas em vasos de fibra de coco e penduradas, contribuíram para a composição como pendentes. Em uma área grande de um parque, plantas em grandes quantidades entre as árvores podem assumir a função de forração. Contudo, é preciso se ter em conta que qualquer classificação aplicada a um universo tão rico e diversificado quanto o mundo vegetal, estará́ sempre sujeita a imprecisões, ambiguidades e superposições. Mesmo a simples diferenciação entre árvore e arbusto, que nos pode parecer à primeira vista suficientemente precisa, não tem uma correspondência exata na natureza, onde esta distinção nem sempre é tão clara, pois existem formas intermediarias que poderiam se enquadrar tanto em um tipo quanto em outro ou que dificilmente se ajustariam a algum deles (SALVIATI, 1993, p. 10), O Quadro 1 apresenta as tipologias vegetais, que segundo a classificação de Salviati (1993) é dado pela característica do caule da planta. Pode-se dizer que há quatro grandes categorias de formas de planta: arbórea, trepadeiras, arbustivas e herbáceas. O tipo arbóreo podem ser subdividos em árvores, palmeiras e coníferas; e as herbáceas, em forração e pendentes. Jardins ornamentais: plantas e elementos80 Pl an ta s ar bó re as Pl an ta s d e al tu ra a ci m a de 5 m , c au le au to po rt an te (s e su st en ta s em a ux íli o de su po rt e) , ú ni co n a ba se , r ep ar tin do -s e no to po p ar a fo rm ar a c op a. Ár vo re s Pl an ta d e es tr ut ur a ra m ifi ca da e m d ife re nt es fo rm as , c au le ú ni co , r am os p ro vi do s d e fo lh as la m in ar es , c om fo rm as e ta m an ho s v ar ia do s. Pa lm ei ra s Pl an ta s d e ca ul e ún ic o, p ro vi do d e fo lh as al on ga da s, ca ra ct er ist ic am en te p in ad as , i ns er id as em ro se ta s n a ex tr em id ad e su pe rio r d o ca ul e. Co ní fe ra s Pl an ta s a rb ór ea s, em g er al d e gr an de p or te , e st ru tu ra m on op od ia l ( ca ul e ve rt ic al c om ra m ifi ca çõ es la te ra is) , c op a fre qu en te m en te c ôn ic a, fo lh a em fo rm a de a cí cu la s, lâ m in as e st re ita s o u es ca m as . Tr ep ad ei ra s Pl an ta s d e ca ul e nã o au to po rt an te , q ue cr es ce m a po ia da s e m o ut ra s e st ru tu ra s. Se m su bg ru po Pl an ta s ar bu st iv as Pl an ta s d e al tu ra d e at é 5 m , c au le e m ge ra l s ub di vi di do ju nt o ao n ív el d o so lo . O c au le p od e se r l en ho so , o u se ja , r íg id o, ou p od e de te ci do m ol e he rb ác ea . Ch am ad os a rb us to s, nã o po ss ue m su bg ru po s Pl an ta s he rb ác ea s Pl an ta s h er bá ce as , r as te ira s, ge ra lm en te em c om un id ad es d en sa m en te en ra iz ad a, c om a ltu ra d e at é 30 c m . Ex ist em a qu el as q ue n ão a dm ite m pi so te io e o ut ra s q ue s ão re sis te nt es , ta m bé m c ha m ad as d e pi so v eg et al . Fo rr aç ão H á pl an ta s q ue te m d es en vo lv im en to d o ca ul e de fo rm a m ui to ra st ei ra , d es en vo lv en do s e be m e m p la no s, sã o co ns id er ad as fo rr aç õe s. Po ré mh á pl an ta s h er bá ce as , o u se ja , d e ca ul e de te ci do m ol e, q ue p od em s er p la nt ad as e m va so s e m a ltu ra , t en do c ap ac id ad e de s e de vo lv er de fo rm a pe nd en te e c om o tr ep ad ei ra . Pe nd en te s/ tr ep ad ei ra s Q ua dr o 1. T ip os d e pl an ta s 81Jardins ornamentais: plantas e elementos Nas Figuras 1, 2 e 3 você verá os três tipos arbóreos: árvores, palmeiras e coníferas. A Figura 1 representa uma árvore nativa do Brasil conhecida popularmente como Paineira, seu nome botânico é Ceiba speciosa. A Figura 2 trata-se de uma palmeira, também bastante conhecida dos brasileiros, a Cocos nucifera, que é a palmeira que produz o coco com grande quantidade de água que consumismo comumente. Não existe consenso entre os estudiosos sobre sua origem, há quem aponte a costa brasileira e outros sustentam sua origem nas áreas tropicais asiáticas, introduzida no Brasil, nesse caso, pelos portugueses. O certo é que ela se adaptou muito bem no Brasil, em especial no Nordeste, que a utiliza para produção de coco e como planta ornamental, comumente em jardins de orla e residenciais da região. Por fim, a Figura 3 apresenta uma conífera nativa brasileira e símbolo do sul do país, a Araucaria angustifólia. Jardins ornamentais: plantas e elementos82 Figura 1. Ceiba speciosa. Fonte: Wagner Santos de Almeida/Shutterstock.com. 83Jardins ornamentais: plantas e elementos Figura 2. Cocos nucifera. Fonte: RZ_Videos/Shutterstock.com. Figura 3. Araucaria angustifolia. Fonte: Bernard Barroso/Shutterstock.com. Jardins ornamentais: plantas e elementos84 As Figuras a seguir ilustram a mesma espécie Epipremnum pinnatum, popularmente conhecidas no Brasil como jiboia, jiboia-verde ou era do diabo. Na Figura 4, a jiboia está sendo usada como forração, ou seja, cobre o solo tomando a forma de um tapete verde; já na Figura 5, a mesma espécie é plantada em um vaso, e pela configuração de seu caule se desenvolverá de forma pendente. Figura 4. Epipremnum pinnatum utilizada como forração. Fonte: tristan tan/Shutterstock.com. 85Jardins ornamentais: plantas e elementos Figura 5. Epipremnum pinnatum utilizada como pendente. Fonte: Ros Fraser/Shutterstock.com. Jardins ornamentais: plantas e elementos86 Para projetar um jardim, é essencial que tenhamos uma relação de afeti- vidade com as plantas, devemos conhecê-las, saber do que necessitam para estarem bem e saudável e compreender suas formas e como elas se desenvol- vem para compor um ambiente natural. Em geral, essa relação com os jardins propicia sensações de conforto, alegria, admiração, relaxamento, entre outros inúmeros benefícios. Corpos d'água em jardins A vida nasce no meio aquático e novas vidas depende da existência de recurso hídricos. A água, bem como as plantas, é essencial para a nossa existência, também é uma das protagonistas na configuração da natureza, moldando o aspecto visual e ambiental de nossas paisagens. Além disso, relacionamo-nos afetivamente com oceanos, mares, lagos, rios e córregos. A água tem características únicas, podendo aparecer sob a forma de líquido cristalino, cerração, vapor ou gelo. Ao combinar-se com a atmosfera e os climas da Terra, pode ser vista em forma de chuva, temporal, granizo, bruma, cerração, neve, pingentes de gelo, icebergs, geleiras e nossas minguantes, mas ainda assim imponentes, calotas polares. [...] A água cai do céu sob a forma de precipitação (chuva, neve, etc.). Se ela cai sobre o solo, é absorvida pela vegetação e pela terra, ou escorre sobre sua superfície, formando córregos que se transformam em rios, os quais desembocam no mar. A água também evapora das plantas, do solo e da su- perfície dos corpos d’água, podendo mais uma vez cair em forma de chuva (WATERMAN, 2010, p. 68). Água molda e compõe a paisagem, sendo um dos nossos recursos mais preciosos, afinal, é essencial para a vida na terra. O ser humano faz outros usos da água que são ligados à recreação e práticas desportivas, por exemplo. No paisagismo, ela tem a função de umidificar o ar e, principalmente, compor uma paisagem que busca reproduzir o ambiente natural, colaborando para a qualidade de vida das pessoas. Os corpos d’água no paisagismo podem se apresentar de diversos formatos. Os corpos d’água naturais são os que já fazem parte da paisagem em que o parque, a praça ou a propriedade privada se encontra. Um bom exemplo disso são as orlas de praia das principais capitais litorâneas do Brasil, como é o caso do Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro (Figura 6), projeto de Alfred Agache (1875-1959) e de seu discípulo e depois grande 87Jardins ornamentais: plantas e elementos expressão da arquitetura moderna brasileira Affonso Eduardo Reidy (1909- 1964). O projeto iniciou com o Plano Agache (1927-1930), mas foi efetivamente viabilizado em 1961 e inaugurado em 1965, com atualizações de Reidy ao projeto inicial de Alfred Agache. Os jardins são projeto de Burle Marx e contam com inúmeros equipamentos urbanos, como o Aeroporto Santos-Dumont, o Museu de Arte Moderna (MAM), a Marina da Glória, diversas quadras desportivas, monumentos, ciclovias etc. O parque é uma ampliação de faixa de terra em direção ao mar, mas também se estrutura linearmente a partir do mar. O parque segue a ondulação da orla, marca a paisagem com um grande “tapete verde” em contraponto ao azul do mar. É a partir do parque do aterro e da configuração de sua baia que se pode observar o pão de açúcar, por exemplo. Figura 6. Aterro do Flamengo. Fonte: vitormarigo/Shutterstock.com. Outros tipos corpos d’água compõe o paisagismo, se conformam e asse- melham-se como elementos naturais, mas na verdade foram criados a partir da transformação do ser humano na paisagem, como é o caso da Lagoa da Pampulha. O complexo da Pampulha foi criado pelo prefeito de Belo Hori- zonte da época, Juscelino Kubitscheck, e projetado por Oscar Niemeyer, com jardins de Burle Marx e murais de Portinari. O complexo se organiza entorno Jardins ornamentais: plantas e elementos88 da margem do lago, que foi criado em 1938 com o objetivo de abastecer a região norte de Belo Horizonte e amenizar os efeitos das chuvas (INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS, 2013, p. 6). O complexo da Pampulha é formado pela igreja São Francisco de Assis, o Museu de Arte, a Casa de Baile, o Iate Tênis Clube e a Casa Kubitschek. Na Figura 7 nota-se a Igreja da Pampulha enquadrada pelos maciços arbóreos e pela lagoa, da qual a igreja repete as ondulações. Figura 7. Igreja São Francisco de Assis, Complexo da Pampulha em Belo Horizonte. Fonte: Pampulha... (2016, documento on-line). O terceiro tipo de corpo d’agua é aqueles construído e que utiliza a lingua- gem da construção para conter a água. Seu aspecto visual deixa claro que é uma intervenção humana que compõe uma paisagem. Bons exemplos são os espelhos d’água e as fontes e chafarizes. As fontes e chafarizes foram criados nas cidades com o intuito de abastecer a população com água, mas, com o passar dos anos, receberam tratamento artístico por meio de esculturas e, cada vez mais, passaram a adquirir caráter de monumento. Os espelhos d’água são tanques rasos, comumente executados em concreto. Ao contrário dos primeiros tipos (orlas e lagoas naturais ou artificias) os elementos do terceiro tipo não são feitos para o uso recreativo, porém funcionam como umidificadores de ar e agente de diminuição de temperatura. Quando o vento bate nas águas desses elementos, carrega gotículas de água que espalha pelo ambiente. 89Jardins ornamentais: plantas e elementos O arquiteto italiano Renzo Piano, quando projetou o novo bairro ecológico da cidade de Trento, chamado de Le Albere, incluiu diferentes estruturas, como residências, edifícios de escritórios, comércios, espaços culturais, centros de conferência e áreas de lazer. Concentrou as edificações em apenas um lado da área, a fimde liberar espaço suficiente para um grande parque que se de- senvolve ao longo do rio Agide. Na Figura 8 você pode observar um espelho d’água linear que acompanha longitudinalmente as ruas, que são livres de tráfego de automóvel. Figura 8. Espelho d’água no bairro de Le Albere na cidade de Trento, Itália — projeto de Renzo Piano. Fonte: "Le Albere"... ([201-?], documento on-line). Por fim, há um quarto tipo de elemento que utiliza a água como protagonista, mas tem por objetivo o contato direto com as pessoas. Esse contanto pode ser para práticas esportivas, como as piscinas; brincadeiras das crianças, como nos pátios de aspersores em praças e parques; ou relaxamento e meditação, como piscinas, banheiras coletivas de hidromassagem e ofurôs. Na Figura 9, observa-se uma piscina de borda infinita, implantada perpen- dicular paisagem natural, como se procurasse entrar nela, ao mesmo tempo que direciona a visão para as montanhas. Jardins ornamentais: plantas e elementos90 Figura 9. Piscina de borda infinita. Fonte: Longchalerm Rungruang/Shutterstock.com. Corpos d’água são sempre bem-vindos, atuam na umidade do ar, contribuem para a criação da paisagem e criam um ponto de atração visual e física. No paisagismo, podem ser naturais, artificiais, ou elementos construídos com o fim da contemplação ou uso recreativo e desportivo. Burle Marx, o maior paisagista brasileiro Segundo o arquiteto-paisagista e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Silvio Soares Macedo, a contribuição da obra paisagística de Roberto Burle Marx (1909-1994) para a cultura brasileira é comparável ao papel que tiveram Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Macedo (1999) divide a história do paisagismo brasileiro em três: ecletismo, mo- dernismo e contemporâneo. Para datar o fim do período eclético do paisagismo brasileiro e o início do modernismo, considera o ano de 1932, quando Burle Marx inicia suas atividades junto a prefeitura de Recife e projeta a Praça de Casa Forte, pois esse trabalho de Burle Marx é um divisor de águas. Burle Marx também era artista plásticos, e muito comparam seus jardins a suas pinturas. Além disso, é o paisagista da primeira obra de arquitetura moderna no Brasil, o Ministério de Educação e Cultura no Rio de Janeiro. 91Jardins ornamentais: plantas e elementos [...] é principalmente o arquiteto da modernidade, da ruptura, da con- quista total de identidade nacional no projeto paisagístico, devida exclu- sivamente a uma forte identificação pessoal com a cultura modernista e com os valores culturais ecológicos brasileiros. [...] As cores, as formas, os materiais e, principalmente, os espaços de suas obras, rementem ao país natal, o Brasil, do qual analisa, decodifica, recodifica e transforma as formas e elementos de suas paisagens em projetos ousados para época, destruindo totalmente a velha ordem do Ecletismo (MACEDO, 1999, p. 93). A obra paisagística de Burle Marx se destaca pelo uso de plantas nativas brasileiras, pela presença de corpos d’água e pela formação de tapetes, vegetação e pisos for- mando desenhos abstratos. Burle Marx foi autor de inúmeros parques e passeios públicos do Brasil, tendo sido o responsável pelos projetos mais importantes de espaços públicos e privados do país. Burle Marx é ainda autor de projetos no exterior como o Parque Del Este, em Caracas, e o parque juntos as torres Patrona, em Kuala Lanpur. Uso de iluminação em jardins A iluminação nos jardins ajuda a prolongar o tempo de permanência nesses lugares, já que com uso da luz artificial podemos desfrutar dos jardins também à noite. A iluminação de jardim pode ter objetivo de criar um ambiente de reunião ou demarcar um espaço iluminado, pode iluminar os caminhos do jardim ou destacar determinado elemento vegetal ou não do jardim; ou, ainda, podemos ter a iluminação com fim em si mesma, sendo usada como objeto visual plástico pertencente a própria composição do jardim. Existem, no mercado, diversos suportes e lâmpadas utilizadas em jardins. Para escolha, você deve primeiro saber qual é o objetivo da iluminação, por exemplo, demarcar uma área, demarcar um caminho, valorizar um elemento vegetal ou não ou fazer parte da composição plástica do jardim. A luminotécnica é uma ciência complexa que interrelaciona a disciplina de ótica e arquitetura. Para escolher uma lâmpada, você deve conhecer os conceitos de intensidade luminosa, fluxo luminoso, luminância, iluminância. A Figura 10 demonstra didaticamente esses conceitos. Jardins ornamentais: plantas e elementos92 Figura 10. Esquema dos conceitos de iluminação. Fonte: Viana (2019, documento on-line). O fluxo luminoso, medido em lúmens (lm), é a quantidade de luz que uma fonte luminosa emite em todas as direções. Já a intensidade luminosa, medida em candela, é a quantidade de luz que uma fonte luminosa emite em determinada direção. Essa direção é definida pelo ângulo de abertura do facho de luz da fonte luminosa. A iluminância, medida em Lux (lúmens/m2), é a quantidade de fluxo luminoso de uma fonte que atinge uma superfície. Luminância é a intensidade luminosa que atinge uma superfície e é refletida em determinada direção, é atribuída pela razão entre a intensidade luminosa (candela) e a área em que a luz é projetada (m2) (SOUZA et al., 2018). Para escolher o suporte da lâmpada, ou seja, postes, refletores, spots ou ba- lizadores, deve-se saber o propósito do fluxo luminoso. Iluminar um ambiente de um plano mais alto, procurando demarcar um ambiente, é uma tarefa difícil em espaços abertos. Em geral, utiliza-se varais de lâmpadas com luminárias ou sem luminárias. Os varais são práticos e flexíveis as condições dos jardins. Os percursos de jardins podem ser iluminados por postes médios, baliza- dores médios ou pequenos ou ainda balizadores de piso. Esses elementos são colocados linearmente, acompanhado o caminho e dando a direção. 93Jardins ornamentais: plantas e elementos Os holofotes e os spots são usados quando se pretende um foco de luz direcionado, com a finalidade de destacar um maciço arbóreo ou arbustivo, esculturas ou espelhos d’águas, como mostra Figura 11. Figura 11. Espelho d’água iluminado. Fonte: Alexey Stiop/Shutterstock.com. Há ainda a própria iluminação como elemento compositivo do jardim. Um exemplo bem comum disso são os troncos das árvores cobertos por pe- quenas lâmpadas para as festas de fim de ano. Essa iluminação não tem por fim iluminar a árvore em si, mas criar formas de luzes ornamentais, como podemos ver na Figura 12. Jardins ornamentais: plantas e elementos94 Figura 12. Troncos de árvores iluminados para fins estéticos. Fonte: 2009fotofriends/Shutterstock.com. A iluminação do jardim é uma forma de estender a permanência nas áreas exteriores, mas também um elemento a ser considerado na composição de jardins ornamentais. O escritório de Roberto Burle Marx segue em atividade comandados por uma terceira geração de arquitetos paisagistas. Haruyoshi Ono foi sócio de Burle Marx por mais de 30 anos, parceiro na criação dos projetos paisagísticos, ele prosseguiu com os trabalhos do escritório por mais 20 anos. Atualmente, o escritório é coordenado por Isabela Ono, Júlio Ono e Gustavo Leivas, que preservam os conceitos criativos de Haruyoshi e Burle Marx. Confira os trabalhos de Burle Marx e seus discípulos no site do escritório. http://www.burlemarx.com.br/ 95Jardins ornamentais: plantas e elementos INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. Avaliação da qualidade das águas da Bacia da Lagoa da Pampulha: relatório. Belo Horizonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas, 2013. 52 p. Disponível em: http://www.igam.mg.gov.br/images/stories/ qualidade_aguas/2014/avaliacao-qualidade-das-aguas-lagoa-da-pampulha.pdf. Acesso em: 6 nov. 2019. "LE ALBERE": ex-Michelin area redevelopment. Modulo.net, Milano, [201-?]. Disponível em: https://modulo.net/en/realizzazioni/le-albere-ex-michelin-area-redevelopment.Acesso em: 6 nov. 2019. MACEDO, S. S. Quadro do paisagismo no Brasil. São Paulo: FAU/USP, 1999. 143 p. (Coleção Quapá). PAMPULHA recebe título da UNESCO de patrimônio cultural da humanidade. ONU Brasil, Rio de Janeiro, 18 jul. 2016. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pampulha- -recebe-titulo-da-unesco-de-patrimonio-cultural-humanidade/. Acesso em: 6 nov. 2019. SALVIATI, E. J. Tipos vegetais aplicados ao paisagismo. Paisagem e ambiente — ensaios, São Paulo, n. 5, p. 9–45, out. 1993. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/paam/ article/view/133781/. Acesso em: 6 nov. 2019. SOUZA, C. D. et al. Luminotécnica aplicada. Porto Alegre: Sagah, 2018. 198 p. VIANA, D. Entenda o que é luminotécnica. Guia da Engenharia, [S. l.], 14 mar. 2019. Dispo- nível em: https://www.guiadaengenharia.com/luminotecnica/. Acesso em: 6 nov. 2019. WATERMAN, T. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2010. 200 p. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Jardins ornamentais: plantas e elementos96 Dica do professor As áreas verdes urbanas estão presentes em grande diversidade de formatos e situações, tais como: praças, parques urbanos, parques fluviais, parques balneários e esportivos, jardins botânicos, jardins zoológicos, etc. São essencialmente caracterizadas por apresentarem cobertura vegetal, arbórea, arbustiva e forração, contribuindo para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. Um parque urbano é uma área verde livre na cidade com área maior do que as praças e jardins públicos. Segundo o art. 8.º, § 1.º, da Resolução CONAMA N.º 369/2006, do Ministério do Meio Ambiente, considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização". Nesta Dica do Professor, você conhecerá um pouco da história e do projeto do Parque Ibirapuera, em São Paulo, e sua importância para a cidade. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/80713617681bb0f66aa6632868925dc1 Exercícios 1) No paisagismo, os corpos d’água apresentam uma grande variedade de formatos. Muitos projetos paisagísticos tiram partido de corpos d’água naturais que já fazem parte da paisagem a ser trabalhada. Um bom exemplo são as orlas de praia das principais capitais litorâneas do Brasil, que procuram tratar paisagisticamente seu entorno e valorizar o corpo d’água natural. Identifique a alternativa em que o parque em questão possui um corpo d’água natural. A) Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro. B) Lago do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. C) Espelho d'água do Palácio do Planalto, na cidade de Brasília. D) Lago Paranoá, na cidade de Brasília. E) Fonte do bairro Trevi (Fontana de Trevi), na cidade de Roma, Itália. 2) O cipreste-dourado ou pinheiro-dourado é uma árvore originária do Japão, que alcança, em média, 20 a 30 metros de altura. Seu nome científico é Chamaecyparis obtusa (Siebold & Zucc.) Endl. Com base na nomenclatura científica das plantas, o que se pode dizer a respeito dessa árvore? A) Chamaecyparis é nome da espécie; obtusa, o nome do gênero. O primeiro a classificá-la foi Endl. B) Siebold foi o primeiro cientista a classificá-la, e Endl. fez alterações na nomenclatura. C) O primeiro a classificá-la foi Endl.; depois, Siebold e Zucc. fizeram alterações na nomenclatura. D) Os primeiros cientistas a classificá-la foram Siebold & Zucc.; posteriormente, Endl. fez alterações na nomenclatura. E) Chamaecyparis é nome da família; obtusa, o epíteto específico. Os primeiros a classificá-la foram Siebold e Zucc. 3) As plantas podem ser classificadas de diversas formas. A classificação botânica as organiza em famílias, em função de sua forma reprodutiva. Pelo suporte natural das raízes, podem ser classificadas como terrestres, aéreas e aquáticas. Pelo uso que o ser humano faz delas, como comestíveis, medicinais ou ornamentais. E por sua forma e desenvolvimento, como forrações, arbustos, trepadeiras e árvores. Assinale a alternativa que aponta um arbusto. A) B) C) D) E) A água é um importante elemento natural usado com frequência em jardins de todos os portes. Em parques e praças, muitas vezes já é existente e formada pela natureza. As formas 4) de uso da água em jardins ornamentais são muito variadas e podem ser classificadas como de uso direto ou para contemplação. Assinale a alternativa que apresenta o uso de corpo d’água apenas para contemplação. A) Aspersores de água na praça Porta Nuova, na cidade de Milão, Itália. B) Ofurô de Niwa no Yu, na cidade de Tóquio, Japão. C) Lagoa Rodrigo de Freitas, na cidade do Rio de Janeiro. D) Piscina do Clube Municipal de São Paulo, Pacaembu. E) Fontana de Trevi, na cidade de Roma, Itália. 5) Uma iluminação correta é a que atinge seus objetivos iniciais. Se o objetivo é um ambiente mais acolhedor, usa-se luz baixa e amarela; se é enxergar com clareza, luz forte e branca; se é iluminar uma pintura e não danificá-la, ilumina-se o teto. A luminotécnica é uma ciência complexa que estuda a aplicação de luz artificial nos ambientes, considerando, entre outras coisas, a quantidade de lumens e o tipo de lâmpada e de suporte de lâmpada. Em jardins, a iluminação pode ter diversos objetivos. Assinale a alternativa em que o objetivo da iluminação foi valorizar a vegetação. A) B) C) D) E) Na prática Toda cidade tem uma história com rios, mares ou cursos d’água. O ser humano sempre busca proximidade com as fontes de água potável. As primeiras vilas e cidades se localizavam entre os rios Eufrates e Tigre. No final do século XIX e durante todo o século XX, o processo de urbanização acelerada, fruto da industrialização, deixou um rastro de ambientes urbanos poluídos, especialmente os cursos d’água, que passam a receber esgoto, e as vias de tráfego. Neste Na Prática, você irá conhecer o notório caso de recuperação ambiental e urbana do rio Cheong‑Gye, em Seul, Coreia do Sul, a partir da criação de um parque público que retoma o uso do rio como lazer. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/fcafb540-25cc-492d-9d80-b6ac832e6624/e0b903bc-8688-4759-847b-07ea642dc9d5.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Benedito Abbud – arquiteto paisagista Abbud é arquiteto paisagista formado pela FAU-USP. Com escritório em atividade desde 1981, conta com mais de 5.200 projetos desenvolvidos na área de paisagismo residencial, corporativo, comercial e de parques e praças públicas. Conheça um pouco mais de seu trabalho acessando o site de seu escritório. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A história e a filosofia dos estudos observacionais de Maria Sibylla Merian (1647-1717): contribuições para a Biologia e para o ensino de Biologia Maria Sibylla Merian (1647-1717) era de uma família de artistas e impressores, e foi criada para desenvolver suas habilidades artísticas. Desde cedo, apresenta interesse em observar e registrar processos naturais, ficando conhecida por seus estudos e publicações nas áreas de Entomologia, Ecologia e Genética. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código paraacessar. Orla de Santos A origem dos jardins públicos no país data do final do século XIX. Eles tinham por fim o passeio em lugares públicos, sem os incômodos das ruas, às vezes mal pavimentadas e sempre movimentadas, criando um espaço de lazer em cidades que sofriam com rápida urbanização. Os jardins públicos ainda hoje propiciam áreas verdes livres de lazer e passeio. Neste episódio de Arquiteturas, você conhecerá um importante jardim público: a orla de Santos, o maior jardim de orla do mundo. http://www.beneditoabbud.com.br/index2.asp http://www.abrapecnet.org.br/enpec/x-enpec/anais2015/resumos/R0399-1.PDF Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/eEjUo1CGA_w
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