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POLÍTICA MONETÁRIA: A EXPANSÃO DO CRÉDITO NA ECONOMIA BRASILEIRA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
	
AUTORES:
DIEGO NUNES
FERNANDA SOUZA 
ELTON FREITAS
GABRIEL CAETANO
JOÃO PAULO TEIXEIRA
LORRANA SILVA
MATHEUS HENRIQUE
POLÍTICA MONETÁRIA: A EXPANSÃO DO CRÉDITO
NA ECONOMIA BRASILEIRA 
ORIENTADOR: PAULO FEITOSA
BELO HORIZONTE / 2015
TABELAS
Quadro 1: Percentual de provisão de capital conforme os níveis de risco
Quadro 2 – Participação por nível de risco.
Quadro 3 - Saldo das operações crédito por Pessoa Jurídica e Física Brasil - Dezembro de 2008 a dezembro de 2014
Quadro 4 - Saldo das operações de crédito em relação ao PIB por Pessoa Jurídica e Física Brasil - Dezembro de 2008 a dezembro de 2014 (em % do PIB)			
Quadro 5 - Saldo das operações crédito: recursos livres e direcionados Brasil - Dezembro de 2008 a dezembro de 2014
Quadro 6 - Saldo das operações de crédito em relação ao PIB Recursos Livres e Direcionados Brasil - Janeiro de 2008 a dezembro de 2013 (em % do PIB)
Quadro 7 – Saldo das operações de credito consignado total e por segmentos Brasil – Dezembro de 2008 a dezembro de 2013
Quadro 8 – Participação no credito consignado total, por segmentos Brasil – Dezembro de 2008 a dezembro de 2013 (em %)
INTRODUÇÃO
A crise financeira de 2008 foi a maior da história do capitalismo desde a grande depressão de 1929. Começou nos Estados Unidos após o colapso da bolha especulativa no mercado imobiliário, alimentada pela enorme expansão de crédito bancário e potencializada pelo uso de novos instrumentos financeiros, a crise financeira se espalhou pelo mundo todo em poucos meses. O evento detonador da crise foi a falência do banco de investimento Lehman Brothers no dia 15 de setembro de 2008, após a recusa do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em socorrer a instituição. Essa atitude do Fed teve um impacto tremendo sobre o estado de confiança dos mercados financeiros, rompendo a convenção dominante de que a autoridade monetária norte-americana iria socorrer todas as instituições financeiras afetadas pelo estouro da bolha especulativa no mercado imobiliário.
O rompimento dessa convenção produziu pânico entre as instituições financeiras, o que resultou num aumento significativo da sua preferência pela liquidez, principalmente no caso dos bancos comerciais. O aumento da procura pela liquidez detonou um processo de venda de ativos financeiros em larga escala, levando a um processo Minskiano de “deflação de ativos”, com queda súbita e violenta dos preços dos ativos financeiros, e contração do crédito bancário para transações comerciais e industriais. A “evaporação do crédito” resultou numa rápida e profunda queda da produção industrial e do comércio internacional em todo o mundo.
A crise de 2008 poderia ter sido evitada se fosse seguidos conceitos da economia capitalista. Na economia capitalista, entendida como economia monetária de produção, desde Smith e fisiocratas considera se que o empresário capitalista antecipa capital – comprando matéria prima, contratando mão de obra – para produzir e só depois vender e ter de volta o antecipado.
Para Marx a importância do dinheiro expressava se na formula do processo de circulação do dinheiro como capital (D-M-D), ou seja: O capitalista começava obrigatoriamente com muito recurso em dinheiro e comprava os fatores produtivos que usava para produzir e vender com lucro.
Keynes também mostrou como instrumento de sua politica monetária que deveria ser utilizada pelo governo em sua função de administração da demanda agregada no caso de a economia do país esta atravessando uma situação de demanda agregada insuficiente e desemprego.
Os problemas financeiros desencadeados a partir de 2008 alcançaram escala internacional e assumiram características que permitem defini-los como uma crise sistêmica do financeiro, que provocou um colapso no sistema financeiro/mercado internacional, com forte impacto sobre as taxas de juros, câmbio e os preços dos ativos em geral, e afetando amplamente a economia.
No último trimestre de 2008 a produção industrial dos países desenvolvidos experimentou uma redução bastante significativa, apresentando, em alguns casos, uma queda de mais de 10 pontos base com respeito ao último trimestre de 2007. Mesmo os países em desenvolvimento, que não possuíam problemas com seus sistemas financeiros, como o Brasil, também constataram uma fortíssima queda na produção industrial e no Produto Interno Bruto (PIB). De fato, no caso brasileiro, a produção industrial caiu quase 30% no último trimestre de 2008 e o PIB apresentou uma contração anualizada de 14% durante esse período.
Ao final de 2008, a economia brasileira experimentou uma fase de dificuldades associada aos impactos do agravamento da crise global, sofrendo uma queda no nível de atividade com efeitos recessivos e elevação do desemprego.
Nesse contexto o governo resolveu adotar politicas compensatórias de cunho Keynesiano, para e estimular a demanda agregada e impedir que a crise tivesse impactos severos no país. Para isso utilizou se do instrumental clássico da politica fiscal e monetária, com um único objetivo de amenizar os efeitos da crise.
 Reagindo com o excesso de prudência à reversão das expectativas e crescentes rumores sobre as perdas, de empresas e bancos, com derivativos de câmbio, os bancos privados contraíram fortemente o crédito tanto para as empresas e pessoas físicas como para outros bancos, contribuindo para a rápida desaceleração da atividade econômica. 
As repercussões da retração do crédito privado só não foram mais intensas em função da ação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e das demais instituições financeiras públicas, notadamente Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) que, seguindo orientação de política financeira do governo federal, ampliaram a oferta de crédito - reduzindo taxas e concedendo empréstimos que estimulassem a elevação de gastos com consumo - agindo de modo complementar às medidas de reativação do crédito adotadas pelo Ministério da Fazenda no último trimestre de 2008. 
Ao aliar a ação anticíclica a suas próprias estratégias operacionais, os bancos públicos criadores de moeda, ou seja, aqueles que operam com depósitos à vista e atuam em concorrência direta com as instituições bancárias privadas, diversificaram sua atuação, penetrando em segmentos do mercado de crédito até então dominados pelas instituições privadas, e ampliaram suas bases de clientes.
 Somente a partir do final de 2009, com a recuperação da atividade econômica e a retomada do crescimento e dos planos empresariais de investimentos, os bancos privados começaram a reagir ao avanço dos seus concorrentes públicos. 
A retomada do crescimento foi auxiliada por outros fatores como a elevação do nível de renda a elevação do nível de salário mínimo, a inflação contida que permitia mais tranquilidade para as operações financeiras, os programas assistencialistas de concessão de bolsas que permitiram a incorporação de um contingente de milhões de brasileiros ao mercado consumidor, sendo responsável por elevação da produção, emprego e renda.
Tendo em vista esse quando e a importância da decisão de do governo Lula de se contrapor a crise econômica gerada no sistema financeiro internacional e com impactos no crédito, e que o trabalho pretende abordar a evolução do crédito na economia brasileira. Verificando e tentando compreender sua expansão, procurando identificar os fatores que influenciaram esse movimento. As principais modalidades de crédito que foram beneficiadas, o impacto sobre o nível da concessão do crédito, a expansão do crédito em relação ao PIB e seus resultados para alavancar os gatos e o nível de atividade do país são também objeto de analise que vai focar especialmente o período de 2008 a 2014.
PROBLEMA DE PESQUISA
Confirmar se houve a expansão, e qual a evolução apresentada e os principais fatores que influenciaram a expansão do crédito na economia brasileira,no período de 2008 a 2014.
OBJETIVO GERAL
O objetivo é analisar a expansão do crédito em geral, e em algumas de suas principais modalidades, para tentar avaliar os principais beneficiários da expansão e os setores que mais se beneficiaram.
JUSTIFICATIVA
A importância do crédito para o desenvolvimento econômico e social de um país é que justifica as ações adotadas pelo governo brasileiro no sentido de promover sua expansão no país. Afinal, sendo parte integrante da política monetário-creditícia, o crédito é uma ferramenta importante no sentido de se procurar afetar e alavancar alterações no nível de demanda agregada., especialmente como prevenção à crise e estímulo ao crescimento. Este é um trabalho sobre a expansão do crédito na economia brasileira, o qual busca mostrar a importância do crédito para o desenvolvimento econômico e social de um país, expondo os impactos das medidas de expansão do volume de crédito adotadas pelo governo brasileiro como prevenção a crise e crescimento. 
Para atingir esse objetivo, este trabalho divide-se em: uma parte dedicada a abordar a importância do crédito e das políticas keynesiana, de forma a evitar se o desemprego involuntário onde se abordando a política monetária e a importância do sistema financeiro para o desenvolvimento de um país.
Um segundo capitulo irá abordar das questões ligadas aos riscos inerentes às operações de crédito, a definição de uma correta política de operações de crédito pelo sistema financeiro, para reduzir o risco de crédito.
Uma terceira parte trabalhará da evolução do crédito no Brasil, onde serão abordados em especial o crédito consignado e o estudantil.
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Considerado um dos mais importantes produtos fornecidos pelas instituições financeiras, é por meio das operações de crédito que são realizadas a maioria das operações financeiras dos clientes. De acordo com Vicente (2001, p. 34)
“A função crédito é exclusiva do Sistema Financeiro. Na indústria, no comércio e em serviços, assume o papel de alavancador (ou facilitador) das vendas. Para os bancos trata-se do principal objetivo do negócio”. 
Adicionalmente, assume papel importante no processo de acumulação de capital, isto é, transformador financeiro de diversas modalidades, prazos e níveis de risco, sendo essencial no funcionamento dos setores produtivos e também às famílias. Portanto as operações de crédito funcionam como um indicador da trajetória futura de crescimento do PIB, influenciando diretamente o nível de poupança das economias. (SANTOS, 2003). 
Dentre os diversos produtos bancários ou modalidades de operações que se decompõe, o crédito pode ser classificado entre outros, em : Crédito Direto ao Consumidor, Crédito Estudantil, Crédito Imobiliário, Crédito Consignado, Crédito Pessoal, Crédito Agrícola, Crédito Veicular, Operações do BNDES. 
Este tópico tem o objetivo de apresentar o conjunto de conceitos e teorias utilizados para o desenvolvimento da presente pesquisa. Basicamente, a exposição do referencial teórico estará dividida em 6 (aeis) subseções.
Inicialmente será discutido o a importância da politica monetária, o mercado de crédito, suas funções e importância, passando á apresentação do risco inerente à concessão de crédito e a política de crédito como ferramenta para redução de riscos. Posteriormente, a importância das ferramentas de a evolução do crédito e os sistemas de Crédito Consignado e Crédito Estudantil em vigor no Brasil.
IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA MONETÁRIA
De acordo com Santos (2003) o objetivo principal da política monetária no Brasil e no mundo, deve ser a obtenção e a manutenção da estabilidade de preços. A partir de 1970 a 1980 surgiu nos EUA uma nova escola de pensamento, baseada nas expectativas adaptáveis de Milton e Friedman e, depois nas expectativas racionais da nova escola clássica para quem a política monetária tem essa preocupação exclusiva. (Blanchard e Froyen) 
Com esse intuito, começou a ganhar importância à adoção, pelo Banco Central, de uma estratégia de política monetária cuja característica principal é antecipar-se a quaisquer pressões inflacionárias futuras. O caráter preventivo da política monetária justifica-se não apenas pelo menor custo social associado a uma política prospectiva que se antecipa a eventos futuros, mas, sobretudo, às suas próprias limitações no controle da inflação. Dentro dessa nova estratégia, um aspecto chave é o conhecimento do mecanismo de transmissão da política monetária, isto é, o estudo dos diversos efeitos produzidos pela política monetária na economia. 
Apesar da maioria dos economistas concordarem em relação aos efeitos qualitativos da política monetária sobre a economia, persistem discordâncias a respeito da magnitude desses efeitos e, principalmente, dos canais pelos quais esses efeitos se propagam no ambiente econômico. Vale observar que a despeito da identificação dos canais pelos quais a política monetária propaga-se, e a intensidade de cada um deles, o mecanismo de transmissão varia de acordo com as características de cada economia. Por exemplo, a taxa de câmbio, reconhecida como um importante canal de transmissão da política monetária perde relevância em economias cujas taxas de câmbio são fixas. Da mesma forma, onde os sistemas financeiros são pouco desenvolvidos, o canal de crédito tem pouca importância. Os principais canais de transmissão da política monetária são: taxa de juros, taxa de câmbio, preço dos ativos, crédito e expectativas. 
Ao afetar essas variáveis, as decisões de política monetária influem sobre os níveis de poupança, investimento e gasto de pessoas e empresas, que, por sua vez, afetam a demanda agregada e, por último, a taxa de inflação.
Um dos principais canais de transmissão da política monetária é o crédito, que tem grande importância nos países industrializados. Ele pode ser representado pelos empréstimos bancários, e funciona da seguinte maneira: ao provocar a redução dos juros e aumentar o volume de reservas na economia, o Banco Central permite que os bancos comerciais aumentem seus empréstimos. Esses empréstimos são particularmente importantes para as empresas, que não têm acesso direto ao mercado de capitais (e.g. emissão de ações, debêntures etc.). Portanto, o canal de crédito incentiva os gastos com investimento e, além disso, pode ser importante também para o consumo das pessoas. 
O MERCADO DE CRÉDITO, E SUAS FUNÇOES E IMPORTANCIA.
As operações bancárias, em essência, visam o crédito, que constitui o objeto e a razão de ser dos contratos bancários. As operações bancárias envolvem sempre dinheiro – nunca da instituição financeira, mas dos chamados agentes econômicos superavitários -, em razão de ser seu objeto o crédito. Ocorrem em grande escala e de maneira padronizada, através de contratos de adesão. 
Para ter crédito a instituição bancária não precisa ter depósitos anteriores, Basta a autorização do Banco Central para funcionarem e a confiança do publico. (SCHRICKEL, 1998).
O poder criador de moeda, que é da essência da atividade das instituições financeiras bancárias, é de excepcional importância na formação dos exorbitantes lucros dessas instituições. 
E o que seria essa “poder criador de moeda”? A moeda é a principal mercadoria comercializada pelos bancos. São eles que fazem a sua intermediação e promovem a sua circulação. 
O desenvolvimento do Sistema Financeiro, em especial dos bancos comerciais, fez surgir um novo tipo de moeda: a moeda escritural, a de banco, isto é, a moeda sem existência física, desmaterializada. 
A quantidade de moeda (meios de pagamento) passou a se constituir tanto do papel moeda emitido pelos governos e carregado pelos indivíduos (moeda manual), quanto dos depósitos a vista (moeda escritural) no sistema bancário, já que através das notas (ordens de pagamento – exemplo, cheque) podia-se livremente dispor destes depósitos. Esse processo de desenvolvimento do sistema bancário e a crescente aceitação de suas moedas (escriturais) revelou que as instituições financeiras bancáriasnão precisariam manter em reservas a totalidade dos recursos que lhes eram confiados. A praxis bancária demonstrou, assim, que, sendo possível a manutenção em reservas de um volume inferior ao depositado, o restante poderia ser emprestado para outros agentes. 
E assim foi e é feito, até os dias atuais, ou seja, a partir dos depósitos à vista e dos empréstimos os bancos criam moeda (escritural), disponibilizando tal recurso financeiro novamente no mercado, cobrando novos juros por isso, sem, todavia, suportarem todos os encargos administrativos e tributários incidentes nas operações primitivas, o que lhes potencializa, as margens de lucro.
As atividades dos bancos, que visam principalmente reforçar o volume de captação de recursos, têm evoluído para um processo de diversificação de produtos financeiros e também na área de serviços prestados (ASSAF, 2003).
A função de intermediário financeiro torna o crédito um dos fatores de maior importância num banco comercial. Existem, além das operações de empréstimo, diversas outras operações de crédito, como financiamento de bens para os clientes; concessão de fianças; desconto de duplicatas; aplicações compulsórias. (SILVA, 1988)
Dentro desta perspectiva, alguns elementos permeados ao crédito têm função importante e devem ser analisados efetivamente, tais como: riscos, garantias, analise do cliente, política de crédito. A relação risco/retorno está implícita na concessão de crédito que num banco comercial constitui se no próprio negocio, O volume de incobráveis, assim como sua rentabilidade, são efeitos de sua política e de seus critérios de concessão de crédito.
 A otimização dos resultados, portando é decorrência de uma eficiência política de crédito, associada, evidentemente, á política de cobrança e as demais políticas da empresa. (SILVA, 1988). É justamente pela relevância que tal relação tem para o sistema financeiro, que se aborda na próxima seção, especificamente, a questão do risco.
RISCO DE CRÉDITO
O RISCO INERENTE Á CONCESSAO DE CRÉDITO
Risco significa incerteza, imponderabilidade, imprevisibilidade, e, estes, fatores situam se, necessário e unicamente, no futuro. O risco de credito é definido pelo Banco Central como a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiro nos termos pactuados; à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas na renegociação e aos custos de recuperação. Sendo que o risco da contraparte é entendido como a possibilidade de não cumprimento, por determinada contraparte, de obrigações relativas à liquidação de operações que envolvam a negociação de ativos financeiros, incluindo aquelas relativas à liquidação de instrumentos financeiros derivativos.
Sem duvida, o maior risco numa operação de crédito é o total desconhecimento sobre quem seja o tomador ou sobre o que é a operação que se deseja efetuar.
Dada a importância da questão para provisão para devedores duvidosos, ou seja, empréstimos feitos pelos bancos que poderão ter problemas de retorno, o BC determinou por meio da Resolução 2.682 de 01/03/2000, o BC determinou um novo critério a ser adotado pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a operar, incluindo as sociedades de Arrendamento Mercantil, para classificação do risco das operações. Os bancos passam a considerar, para efeito de posicionamento em seus balanços, não apenas o tempo de atraso (Resolução 1.748), mas o histórico do cliente (passado), seu comportamento como tomador de empréstimos no mercado (presente) e sua capacidade de pagamento futura (futuro), além do setor de atividade econômica, limite de crédito, natureza da operação e garantias.
As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a operar pelo BC devem classificar suas operações de crédito em ordem crescente de risco de nível AA (risco zero) ao nível H (risco total), passando pelos níveis intermediários A, B, C, D, E, F e G. Tal classificação deve ser revista, no mínimo, mensalmente em função dos dias de atraso por parte do tomador de empréstimos de forma que, por exemplo:
Uma operação com atraso entre 15 e 30 dias deverá ser reclassificada como risco B, no mínimo e;
Uma operação em atraso entre 151 e 180 dias deverá ser reclassificada como risco G, no mínimo.
A Resolução antes mencionada ainda determina que para fazer face aos créditos de liquidação duvidosa, devem ser constituídas, mensalmente, reservas de capital próprio como proteção contra o risco de inadimplência, na forma de um percentual calculado sobre o valor das operações classificadas e de acordo com o seu nível de risco, conforme é ilustrado no quadro 1.
Quadro 1: Percentual de provisão de capital conforme os níveis de risco
	Nível de Risco
	Dias de Atraso
	Percentual de provisão
	AA
	Zero
	Zero
	A
	Zero
	0,5
	B
	15 a 30
	1
	C
	31 a 60
	3
	D
	61 a 90
	10
	E
	91 a 120
	30
	F
	121 a 150
	50
	G
	151 a 180
	70
	H
	Acima de 180
	100
Fonte: Fortuna (2010).
	As operações em processo de renegociação devem ser mantidas, no mínimo, no mesmo nível de risco classificado, e as registradas como crédito em, liquidação permanecem no nível de risco H, obrigatoriamente por 180 dias, e após esse período são lançadas como prejuízo,
Algumas das consequências desta regra são:
Elimina o nivelamento entre o bom e o mau pagador; assim, o bom pagador deixa de pagar a conta do inadimplente;
Dá á qualidade do crédito analisada um enfoque proativo e não mais reativo;
Aumenta o caráter prudencial da concessão do crédito;
Diminui a possibilidade dos bancos esconderem suas dificuldades de recebimento;
Cria um padrão uniforme de classificação de risco para todo o sistema bancário;
Facilita a diferenciação da taxa de risco de crédito por cliente, melhorando suas taxas;
Aumenta a competitividade do sistema pela busca dos melhores clientes;
Cria um ambiente propício a um aumento mais seguro da oferta de crédito;
Obriga os tomadores de crédito a serem mais criteriosos em suas demandas e informações; e.
Ajuda a diminuir a inadimplência.
Em 12/2014 a participação, por nível de risco dos empréstimos concedidos pelo Sistema Financeiro, de acordo com os dados fornecidos pelo BC, era a seguinte:
Quadro 2 – Participação por nível de risco.
	Classificação do Banco
	Descrição do Grau
	Dias de Atraso
	Participação nos Créditos
	1 - AA
	Risco Baixíssimo
	zero
	25,60%
	2 - A
	Risco Baixo
	zero a 30
	51,87%
	3 - B
	Risco Reduzido
	
	
	4 - C
	Risco Moderado
	31 a 90
	14,08%
	5 - D
	Risco Normal
	
	
	6 - E
	Risco Médio
	91 a 150
	3,65%
	7 - F
	Risco Elevado
	
	
	8 - G
	Risco Elevadíssimo
	Acima de 150
	5,60%
	9 - H
	Risco Severo
	
	
Fonte: Fortuna (2010).
Levando-se em conta o risco inerente ás operações de empréstimo, é que os bancos normalmente exigem garantias que assegurem o reembolso das instituições financeiras em caso de inadimplência dos tomadores de empréstimos. Tais garantias podem ser agrupadas e representadas por uma ou mais das seguintes modalidades: a) Garantias reais (hipoteca; penhor; alienação fiduciária; caução de títulos; caução de direitos creditórios) e b) Garantias Fidejussórias (aval e fiança).
A POLÍTICA DE CRÉDITO COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO DE RISCOS
Políticas são instrumentos que determinam padrões de decisão para resolução de problemas semelhantes. Pode-se dizer que política de crédito é: a) um guia para a decisão de crédito, porem não é a decisão; b) rege a concessão de crédito, porém não concede o crédito e; c) orienta a concessão de crédito para o objetivo desejado, mas não é o objetivo em si.
O estabelecimento de uma política de crédito é, sem dúvida, a iniciativa mais eficiente que uma empresa pode adotar no sentido de diminuir os riscos de que seus clientes atrasem, ou não efetuem o pagamentode suas compras. Em outras palavras, a política de crédito de uma empresa deve ajudar a determinar qual a chance da empresa não vir a receber pelas vendas que efetuou. Isso ajuda no planejamento financeiro da empresa, pois é possível estabelecer qual parcela de vendas a prazo efetivamente deve ser recebida, e, portando pode ser considerada como entrada de caixa (BB, 2007).
Ao estabelecer uma política de crédito, diversos fatores deverão ser analisados. Os bancos, em geral, tendem a ter critérios rigorosos na concessão de crédito, pois o prejuízo decorrente do não recebimento (incobrável), numa operação de crédito, representará a perda de parcela do montante emprestado ou da quantia total, o que difere de uma empresa comercial ou industrial que opere com uma margem bruta de lucro de 40 ou 50%.
A política de crédito de um banco comercial compreende o estabelecimento de taxas de juros, prazos, garantias e nível de risco relacionado a cada tipo de operação. Um ponto importante na política de crédito de um banco é a política econômica do governo que, através do Banco Central, programa suas diretrizes que vão desde o controle dos meios de pagamento até a fixação de linhas de crédito subsidiados com vistas ao incentivo ás exportações, á agricultura ou mesmo á pequena empresa, habitação e educação. 
3) A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE DO CLIENTE E DA POLÍTICA DE CRÉDITO
A adoção de mecanismos de cadastro e controle de clientes é um dos primeiros passos na identificação do que se chama: perfil da inadimplência. Feito isso, a empresa pode comparar o cliente com esse perfil, na tentativa de estimar que tipo de risco está correndo ao aceitar vender a prazo.
A política de crédito será a responsável pelo estabelecimento das regras e quanto adotada pela empresa deverá fornecer os parâmetros necessários para se decidir se um cliente merece ou não, receber condições mais facilitadas para o pagamento de suas compras.
Ao oferecer condições mais facilitadas de pagamento a empresa corre riscos, que podem ser minimizados, ou parcialmente compensados, através da adoção de uma política de crédito clara e objetiva. A seguir são listados fatores que devem ser analisados na elaboração da política a ser adotada pela empresa: a) Quem terá direito ao crédito; b) Qual a forma de pagamento; c) Como será efetuada a cobrança e; g) Quais as multas e custos adicionais em caso de atraso.
Definidos os principais parâmetros da política de crédito da empresa, outros aspectos devem ser levados em consideração, quais seja o perfil dos clientes e o que os concorrentes estão fazendo (BB, 2007).
A concessão de crédito deve se favorável às atividades da empresa, caso contrário, ela deve ser evitada. Ainda que a oferta de condições mais favoráveis de pagamento permita atrair um numero maior de clientes, e possa contribuir para o aumento do volume de vendas da empresa, é preciso verificar se os custos adicionais dessa estratégia não são superiores aos ganhos com faturamento.
A observação desses critérios é comum a todas as formas de crédito existentes, seja destinado a Pessoas Físicas ou Jurídicas. Compreender do que é constituída esta forma de crédito, seja qual for seu formato de concessão, é importante para que se possam propor ações a fim de suprir eventuais carências que os sistemas possam oferecer. 
O que vale para a empresa em geral vale também para o banco, que é uma empresa que tem como principal mercadoria o dinheiro. E por serem essas as atividades típicas dos bancos, a concessão de credito é estipulada sobe certas medidas/políticas ou diretrizes do próprio Banco Central que obriga a implantação de forma semelhante para todos os bancos.
EVOLUÇÃO DO CRÉDITO NO BRASIL
Em linhas gerais, o sistema financeiro é composto de um conjunto de instituições financeiras que, com a utilização dos instrumentos financeiros, operacionaliza as atividades desse sistema, transferindo recursos dos chamados agentes econômicos superavitários (aplicadores ou poupadores; pessoas, empresas, governo) para os denominados agentes econômicos deficitários (aqueles que necessitam de recursos por uma razão qualquer - inclusive investidores). 
Grosso modo, os ofertadores finais e os tomadores finais necessitam de um intermediador, para que possam atingir seus objetivos. Daí, surgem instituições que são tomadoras e ofertadoras de recursos, os chamados intermediários financeiros. 
É importante salientar que os intermediários financeiros na maior parte das vezes não trabalham com recursos próprios, ou seja, quando repassam recursos para os tomadores finais, não estão repassando recursos da instituição, mas, sim, dos ofertadores últimos (aplicadores ou poupadores) ou estão criando esses recursos. 
Ademais disso, as instituições financeiras também são responsáveis por criar condições para que diferentes títulos financeiros tenham liquidez no mercado. O principal objetivo do Sistema Financeiro Nacional é valorizar essa intermediação entre poupança e investimento, possibilitando ao setor produtivo maior eficiência. Desse modo, entre as suas funções básicas, podemos destacar: a) o estímulo à formação de poupança financeira; b) a facilitação da transferência dessa poupança dos agentes que possuem recursos excedentes (agentes superavitários) para os que necessitam desses recursos financeiros (agentes deficitários); c) o provimento de liquidez para os clientes das instituições bancárias. 
Eis a essência de todo o processo: intermediar a transferência de dinheiro de quem os tem “sobrando” (agentes superavitários) para aqueles em que o dinheiro está “faltando”, ou seja, que dele necessitam (agentes deficitários). É imperioso lembrar sempre disto. 
 O Sistema Financeiro Nacional encontra previsão constitucional, no artigo 192, da Carta da República de 1988. No âmbito infraconstitucional, podemos mencionar as seguintes leis: a) Mercado financeiro – Lei nº 4.595/64; b) Mercado de capitais – Leis nº 4.782/65 e 6.385/76; c) Mercado de seguros privados e capitalização – Decreto-lei nº 70/66; d) Mercado de previdência complementar – Lei Complementar nº 109/2001. 
Costuma-se identificar o mercado financeiro como sendo o conjunto de instituições, práticas e normas que viabilizam as relações financeiras entre credores (agentes superavitários) e devedores (agentes deficitários). Uma das características principais desse mercado é a intermediação financeira especializada. 
Este mercado é regido, principalmente, pela Lei n.º 4.595/64. A seu turno, as instituições financeiras que operam no sistema financeiro são classificadas em dois grupos distintos: a) instituições financeiras bancárias ou monetárias – que têm a faculdade de criar moedas ou meios de pagamento; b) instituições financeiras não bancárias ou não monetárias – que não possuem a faculdade de criar moeda, pois não têm autorização para acolher depósitos à vista. 
Também é importante levar em consideração a existência dos chamados instrumentos financeiros podem ser classificados em: a) ativos financeiros monetários – papel moeda em poder do público e os depósitos à vista nos bancos comerciais (públicos ou privados) e nas caixas econômicas; b) ativos financeiros não monetários – todos os demais ativos, como depósitos de poupança, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários etc.
Criado em 31 de Dezembro de 1964 – Lei nº 4.595/64 –, denominada lei da reforma bancária, esta, reformulou todo o sistema nacional de intermediação financeira e criou o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BACEN). Sendo o CMN um órgão superior do Sistema Financeiro Nacional que tem por finalidade disciplinar o mercado de capitais formulando a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país e o BACEN um órgão fiscalizador que executa a política monetária, fiscalizando e controlando o sistema financeiro, e subordinado ao CMN.
Criado em 14 de Julho de 1965 – Lei nº 4.728/65 –, primeira Lei de Mercado de Capitais, que disciplinouesse mercado e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. O quadro institucional que se formou baseava se no modelo financeiro norte americano, caracterizado pela especialização/segmentação do mercado, existindo instituições especializadas que atenderiam a segmentos específicos do mercado de credito, com base em instrumentos de captação determinados.
Assim os bancos comerciais deveriam operar o crédito de curto prazo com base na captação de depósitos a vista. As financeiras eram os agentes do credito ao consumidor, por meio da venda de letras de cambio. Os bancos de investimento, criados na reforma, deveriam atender ao credito de médio e longo prazo, mediante a captação de depósitos a prazo e do repasse de recursos externos; além disso, deveriam incentivar as operações do mercado de capitais, por meio da subscrição de ações. Os bancos de desenvolvimento estatais deveriam financiar operações especiais de fomento pelo repasse de fundos fiscais e recursos externos.
A introdução da legislação acima referida resultou em diversas modificações no mercado acionário, tais como: a reformulação da legislação sobre Bolsa de Valores, a transformação dos corretores de fundos públicos em Sociedades Corretoras, forçando a sua profissionalização, a criação dos Bancos de Investimento, a quem foi atribuída a principal tarefa de desenvolver a indústria de fundos de investimento.
Com a finalidade específica de regulamentar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários, as Bolsa de Valores, os intermediários financeiros e as companhias de capital aberto, funções hoje exercidas pela CVM, foi criada uma diretoria no Banco Central - Diretoria de Mercado de Capitais.
Apesar da experiência pioneira para atrair capitais externos para aplicação no mercado de capitais brasileiro, representada pelo Decreto-Lei nº 1.401/76, o processo de internacionalização do mercado chega ao país no final da década de 1980, sendo seu marco inicial a edição da Resolução do CMN nº 1.289/87 e seus anexos.
Com o passar do tempo, o mercado de capitais brasileiro passou a perder espaço para outros mercados devido à falta de proteção ao acionista minoritário e a incertezas em relação às aplicações financeiras. A falta de transparência na gestão e a ausência de instrumentos adequados de supervisão das companhias influenciavam a percepção de risco e, consequentemente, aumentavam o custo de capital das empresas.
Algumas iniciativas institucionais e governamentais foram implementadas nos últimos anos com o objetivo de assegurar melhorias das práticas de governança corporativa das empresas brasileiras, das quais destacamos: a aprovação da Lei nº 10.303/01 e a criação do Novo Mercado e dos Níveis 1 e 2 de governança corporativa pela Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa.
JUROS NO CRÉDITO BANCÁRIO
Juros é a remuneração cobrada de quem efetuou um empréstimo e deve pagar ao proprietário do capital emprestado. ABRÃO (1998)
Os elementos obrigacionais dos juros, na qualidade de acessórios e substituíveis, são acrescidos da remuneração pelo consumo da coisa e cobertura do risco do credor na concessão do crédito, que pode variar com maior ou menor segurança ao mutuário, conforme a situação dos negócios.
 Podemos classificá-los em: a) juros moratórios – que constituem indenização ou sanção prefixada imposta ao devedor pelo atraso no cumprimento de uma obrigação; b) juros compensatórios – que têm o objetivo de remunerar a utilização consentida do capital alheio; são tidos como o preço do uso do capital, que remunera o credor por ficar privado deste, compensando-o, de igual modo, pelo risco de não recebê-lo de volta. 
JUROS E SPREAD BANCÁRIO
Recordando, o principal objetivo do Sistema Financeiro Nacional é realizar a intermediação entre poupança e investimento, possibilitando ao setor produtivo maior eficiência.
 No caso específico deste trabalho, os intermediários financeiros bancários, visando à formação de poupança financeira, vão buscar no mercado financeiro, dos agentes que possuem recursos excedentes (agentes superavitários), os recursos de que necessitam para a realização das operações bancárias em geral (entre as mais frequentes, o mútuo e o crédito bancário) e, para tanto, pagam determinado “preço”, que se chama custo de captação.
Porém, ao transferirem tais recursos para os agentes econômicos deficitários (tomadores/consumidores), cobram destes um “preço” diferente, que, dentre outras coisas, remunera a operação de intermediação financeira e a cobertura do risco do credor na concessão do crédito. A este “preço” denominamos custo ao tomador. 
Entende-se por spread bancário a diferença entre a taxa de juros básica (custo de captação) e a taxa nominal final (custo ao tomador). Ou seja, os bancos e as financeiras desempenham o papel da intermediação financeira, e o spread corresponde à diferença entre a taxa de aplicação (cobrada dos devedores nas operações de crédito) e a taxa de captação (paga aos investidores).
Pode se decompor o spread bancário da seguinte forma: a) recolhimento compulsório ao Banco Central; b) cunha tributária; c) custo de inadimplência (remuneração do risco); d) custo administrativo; e) lucro da instituição financeira. 
O recolhimento do compulsório e a cunha tributária representam menos do que 12% do custo ao tomador (taxa final), ou seja, os demais custos, somados ao lucro da instituição financeira representam quase 90% da taxa nominal de juros paga pelo tomador.
A fixação da taxa de juros nominal é instrumento de política monetária. A maioria dos bancos centrais utiliza a taxa de juros como instrumento de controle da inflação. Na formação do preço do crédito pelas instituições financeiras, o Banco Central do Brasil foca o seu trabalho na redução do spread.
Há algumas medidas a serem tomadas para garantir a exigibilidade do contrato bancário e, assim, reduzir o spread e estimular o crédito.
CRESCIMENTO CRÉDITO NA ECONOMIA
O crédito desempenha importante papel nas economias capitalistas modernas, uma vez que assume papel essencial no financiamento dos investimentos dos setores produtivos e do consumo das famílias. No Brasil, a oferta de crédito, medida pela relação crédito/PIB, sempre foi historicamente baixa em comparação a outros países, a despeito de o sistema financeiro de nosso país ser considerado um dos mais sólidos e desenvolvidos do mundo, na atualidade.
Em dezembro de 2014, o saldo total das operações de crédito da economia brasileira foi de R$ 2,715 trilhões, sendo R$ 1,464 trilhão destinado às pessoas jurídicas (PJ) e R$ 1,251 trilhão às pessoas físicas (PF). Em relação a dezembro de 2008, o saldo dessas operações apresentou crescimento real acumulado bastante semelhante, de 105,5% para PJ e 104,4% para PF, resultando numa variação real acumulada de 105% para o crédito total da economia.
Com isso, a participação relativa dessas duas linhas em relação ao crédito total praticamente não se alterou no período analisado, permanecendo em 54% para PJ e 46% para PF. A relação crédito/PIB passou de 35,5%, em 2008, para 56,5%, em dezembro de 2014. Nesse período, o crédito PJ/PIB passou de 19,1% para 30,5% e o crédito PF/PIB elevou-se de 16,4% para 26%.
 O crédito na economia brasileira já vinha se expandindo firmemente desde 2004, em função de uma série de fatores, como as expectativas otimistas em relação à retomada do emprego e da renda, a criação do crédito consignado com desconto em folha de pagamento e a aceleração dos investimentos produtivos a partir de 2006.
Até 2007, a expansão do crédito era mais expressiva nos bancos privados. Mas, desde o início da crise financeira mundial, em 2008, os bancos privados reduziram a oferta de crédito, que passou a ser sustentada pelos bancos públicos, notadamente nos financiamentos aos setores industrial, agrícola e habitacional, como parte da estratégia do governo federal para enfrentar a crise econômica internacional. A atuação dos bancos públicos ocorreu em todas as modalidades de crédito. Houve aumento da participação dessas instituições no total do créditoofertado à economia brasileira.
Quadro 3 - Saldo das operações crédito por Pessoa Jurídica e Física Brasil - Dezembro de 2008 a dezembro de 2014
	Saldo (em R$ trilhões de dez/2014)
	Meses
	Total
	PJ
	PF
	Dez/08
	1.324.530
	712.605
	611.926
	Dez/09
	1.627.514
	922.261
	705.254
	Dez/10
	1.796.079
	1.003.055
	793.025
	Dez/11
	2.044.701
	1.117.839
	926.864
	Dez/12
	2.279.950
	1247.500
	1.032.450
	Dez/13
	2.508.326
	1.368.968
	1.139.358
	Dez/14
	2.715.151
	1.464.070
	1.251.081
	Variação Acumulada
	105,00%
	105,50%
	104,40%
Fonte: Banco Central do Brasil
Quadro 4 - Saldo das operações de crédito em relação ao PIB por Pessoa Jurídica e Física Brasil - Dezembro de 2008 a dezembro de 2014 (em % do PIB)			
	Meses
	Total/PIB
	PJ/PIB
	PF/PIB
	Dez/08
	35,47
	19,08
	16,39
	Dez/09
	40,70
	23,06
	17,64
	Dez/10
	43,85
	24,90
	18,95
	Dez/11
	45,43
	24,84
	20,59
	Dez/12
	49,10
	26,90
	22,20
	Dez/13
	53,80
	29,40
	24,40
	Dez/14
	56,50
	30,50
	26,00
Fonte: Banco Central do Brasil
Quando se observa a taxa de crescimento real acumulado em 12 meses para os diferentes tipos de crédito, nota-se uma tendência mais recente de desaceleração do crédito às empresas. Enquanto em janeiro de 2009, os empréstimos PJ se expandiram a uma taxa anual de 28%, em termos reais, o ritmo caiu para 7%, em dezembro de 2014. Para as famílias, o crédito, que crescia a 15% no início de 2009, chegou ao fim de 2014 com expansão real de 10% em 12 meses, também apresentando desaceleração, porém, em menor intensidade que os empréstimos às empresas. 
DESTINAÇÃO DO CREDITO: RECURSOS LIVRES E DIRECIONADOS
A análise da evolução do crédito no Brasil, por destinação - recursos livres ou direcionados -, mostrou comportamento bastante distinto. O saldo de empréstimos com recursos livres, ou seja, aqueles que as instituições financeiras aplicam onde e como quiserem, atingiu R$ 1,508 trilhão em dezembro de 2014, o que representou crescimento real acumulado de 70% desde dezembro de 2008. Já o crédito com recursos direcionados, aqueles que as instituições devem, obrigatoriamente, aplicar em determinadas linhas em função de leis ou regulamentações com taxas de juros subsidiadas, apresentou variação bastante superior no mesmo período, com expansão real de 176%, atingindo R$ 1,207 trilhão, com destaque para o crédito imobiliário, rural e com recursos do BNDES.
Com isso, a participação relativa do crédito direcionado no total passou de 33%, em dezembro de 2008, para 44,4%, em dezembro de 2014. Por outro lado, a participação do crédito livre caiu de 67% para 55,6% no mesmo período.
A maior intensidade da expansão do crédito direcionado se deve ao fato de que a atuação anticíclica dos bancos públicos diante da crise internacional ocorreu em setores específicos, como indústria (principalmente, via BNDES), agricultura (principalmente, via Banco do Brasil) e habitacional (principalmente, via Caixa Econômica Federal), segmentos que envolvem operações de prazo mais longo, em que o setor bancário privado brasileiro, historicamente, tem pouca participação, seja porque suas fontes de captação de recursos são de curto prazo ou pela existência de alternativas de aplicação de recursos que garantam alta rentabilidade e baixo risco, em prazos curtos.
Quadro 5 - Saldo das operações crédito: recursos livres e direcionados Brasil - Dezembro de 2008 a dezembro de 2014
	Meses
	Recursos Livres
	Recursos Direcionados
	Dez/08
	887.271
	437.260
	Dez/09
	1.101.340
	526.175
	Dez/10
	1.144.259
	651.821
	Dez/11
	1.262.885
	781.817
	Dez/12
	1.381.158
	898.792
	Dez/13
	1.481.832
	1.026.494
	Dez/14
	1.508.309
	1.206.842
	Variação Acumulada
	70%
	176%
Fonte: Banco Central do Brasil
A taxa de crescimento real acumulado em 12 meses mostra que o crescimento do crédito no Brasil, no período recente, está sendo sustentado pelo desempenho dos empréstimos com recursos direcionados e a desaceleração no crescimento do crédito, desde 2008, está diretamente relacionada às operações com recursos livres, que saíram de um crescimento real anual de 22,8%, em 2009, para 1,8%, em 2014. O saldo do crédito com recursos direcionados cresceu 21,6% em termos reais, em 2009, e, embora tenha desacelerado o ritmo de expansão, permaneceu em patamar elevado em 2014 (17,6%).
Com isso, o crédito com recursos livres como proporção do PIB passou de 23,76%, em 2008, para 31,4%, ao final de 2013. Já o crédito com recursos direcionados como proporção do PIB teve significativa elevação, passando de 11,71% para 25,1% no mesmo período.
Quadro 6 - Saldo das operações de crédito em relação ao PIB Recursos Livres e Direcionados Brasil - Janeiro de 2008 a dezembro de 2013 (em % do PIB)
	 KMeses
	Recursos Livres em relação ao PIB (%)
	Recursos direcionados em relação ao PIB (%)
	Dez/08
	23,76
	11,71
	Dez/09
	27,54
	13,16
	Dez/10
	27,94
	15,91
	Dez/11
	28,06
	17,37
	Dez/12
	29,7
	18,4
	Dez/13
	31,8
	22
	Dez/14
	31,4
	25,1
Fonte: Banco Central do Brasil
No que tange ao crédito com recursos livres para pessoa física, em dezembro de 2013, a modalidade “crédito consignado total” foi um dos destaques, sendo o responsável por 29,8% do saldo total de empréstimos com recursos livres PF, que é voltado ao incremento do consumo das famílias, amparado na recuperação dos indicadores do mercado de trabalho e da renda., apresentando aumento de 8,2 pontos percentuais quando comparado à dezembro de 2008.
CRÉDITO CONSIGNADO
O crédito consignado é uma modalidade de empréstimo pessoal cujas parcelas são deduzidas diretamente da folha de pagamento da pessoa física. Ele pode ser obtido em bancos ou financeiras e o prazo máximo para quitação é de 72 meses. Os juros e demais encargos variam conforme o valor contratado e variam ligeiramente em cada instituição financeira. Além dos juros, é cobrado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e não é permitida a cobrança de Taxa de Abertura de Crédito (TAC). 
O crédito consignado é mais seguro para quem está emprestando, pois a cobrança é praticamente automática e a responsabilidade é do empregador ou do governo via Previdência Social, nos casos dos aposentados e pensionistas do INSS. Isso possibilita o empréstimo até para pessoas cujos nomes estão nos registros de inadimplência no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou no Serasa. Também é vantajoso para o devedor, pois as taxas de juros são mais baixas que as praticadas nas demais modalidades de empréstimo pessoal. 
A Lei n.º 10.820, de 17 de dezembro de 2003, regulamentou a concessão e extensão do crédito consignado a todos os assalariados do setor público e privado, bem como aos aposentados e pensionistas do INSS. Entretanto, essa modalidade de empréstimo está prevista no ordenamento jurídico brasileiro desde 1946. 
Em dezembro de 2014, o saldo total das operações de crédito consignado da economia brasileira foi de R$ 221,8 bilhões, sendo R$ 17,9 bilhões destinados aos empregados da iniciativa privada, R$ 137,1 bilhões aos do setor público e R$ 66,7 bilhões aos aposentados e pensionistas do INSS. 
Em relação a dezembro de 2008, o saldo total destas operações teve crescimento real acumulado de 128,9%. O maior crescimento ocorreu entre os trabalhadores do setor privado, de 155,4%, seguido de 134,4% entre os trabalhadores do setor público e 112,9% entre aposentados e pensionistas. 
Entretanto, no período considerado, a maior parcela do saldo total do empréstimo consignado - em média, 62,2% do total - se destinou aos trabalhadores no setor público. Em seguida, estão os aposentados e pensionistas, que responderam, em média, por 29,8% do total do crédito consignado. Os trabalhadores na iniciativa privada representaram, em média, 8% do total de tomadores de empréstimo consignado em folha de pagamento. 
Quadro 7 – Saldo das operações de credito consignado total e por segmentos Brasil – Dezembrode 2008 a dezembro de 2013
	Meses/ Segmento
	Trabalhadores do setor privado
	Trabalhadores do setor público
	Aposentados e pensionistas do INSS
	Crédito pessoal consignado total
	Dez/08
	7.024,05
	58.540,25
	31.347,06
	96.911,36
	Dez/09
	8.222,06
	70.308,28
	30.745,04
	109.275,38
	Dez/10
	10.589,23
	86.513,09
	38.544,81
	135.647,13
	Dez/11
	13.770,96
	99.692,90
	49.271,02
	162.734,88
	Dez/12
	14.992,64
	111.362,52
	52.266,30
	178.621,46
	Dez/13
	17.204,15
	122.897,85
	59.940,23
	200.043,29
	Dez/14
	17.941,00
	137.157,00
	66.743,00
	221.842,00
	Variação Acumulada
	155,4%
	134,3%
	112,9%
	128,9%
Fonte: Banco Central do Brasil 
Quadro 8 – Participação no credito consignado total, por segmentos Brasil – Dezembro de 2008 a dezembro de 2013 (em %)
	Meses/ Segmento
	Trabalhadores do setor privado
	Trabalhadores do setor público
	Aposentados e pensionistas do INSS
	Total
	Dez/08
	7,2%
	60,4%
	32,3%
	100,0%
	Dez/09
	7,5%
	64,3%
	28,1%
	100,0%
	Dez/10
	7,8%
	63,8%
	28,4%
	100,0%
	Dez/11
	8,5%
	61,3%
	30,3%
	100,0%
	Dez/12
	8,4%
	62,3%
	29,3%
	100,0%
	Dez/13
	8,6%
	61,4%
	30,0%
	100,0%
	Dez/14
	8,1%
	61,8%
	30,1%
	100,0%
	Média
	8,0%
	62,2%
	29,8%
	100,0%
Fonte: Banco Central do Brasil
De setembro para outubro de 2014 foi notado um crescimento de 45,6% de concessão de crédito consignado para pessoas físicas. Entre servidores públicos a alta foi de 46,8% e beneficiários a alta foi de 57,7%. Já aos trabalhadores de setores privados foi notado um recuo de 4,4%.
Esse crescimento foi dado pelo recente aumento do prazo de pagamento para os beneficiários do INSS e os servidores públicos. Os servidores públicos podem obter créditos em até 96 parcelas, enquanto os aposentados dispõem de até 72 parcelas. Com o aumento do prazo aumentou se o limite de crédito mantendo o valor da taxa.
Esta modalidade de crédito teve, em outubro de 2014 uma taxa de 2,9% de inadimplência do crédito total e a do crédito livre foi de 4,8%. Estes resultados demonstram a sua consolidação ao longo dos anos.
REGRAS PARA CONCESSÃO DO CRÉDITO CONSIGNADO 
O problema mais comum decorrente desse tipo de empréstimo é o mau uso dos recursos, considerando-se a possibilidade de elevado endividamento pelas pessoas de baixa renda. Com o objetivo de minimizar esse problema, o governo federal estabeleceu algumas regras.
- Como limite máximo de endividamento 30% do valor do salário, da aposentadoria ou pensão, incluído aí o limite do cartão de crédito fornecido por algumas instituições financeiras, com prazo máximo para quitação de até 72 meses
- Não há consulta prévia ao SPC ou Serasa, sendo assim restrições no nome não impossibilitam de contratar o empréstimo.
- Não há necessidade de o contratante ter conta corrente na instituição financeira escolhida.
- Para contratação de crédito consignado privado é exigido aos funcionários ter de 6 meses a 1 ano de vinculo empregatício, caso contrario impossibilita a contratação do mesmo.
- Limite máximo de R$250.000,00, para empréstimo.
- Máximo de 6 contratos lembrando que pode ser comprometido até 30% da renda.
- Em caso do funcionário ou servidor ser desligado da empresa, poderá ser utilizado até 30% do acerto para quitação do consignado.
-Em caso de beneficiários de INSS ou pensionistas vierem a falecer, a divida é assegurada pelo próprio INSS.
- No caso de falecimento de servidores públicos, dependendo do valos da divida ela pode ser quitada ou ficará para os herdeiros (família) quando se trata de valores muito altos.
Impedimentos para concessão de crédito à empresas
- Contratos inferiores a R$300,00
-Idade inferior a 18 anos
- Não possuir CPF ou identidade
- Estar fazendo Estagio
- Empréstimos para terceiros ou por curatela ou tutela.
CRÉDITO ESTUDANTIL
O Brasil conta com um reduzido contingente de alunos matriculados na educação superior. Segundo dados do INEP (2006) apenas 32% dos jovens entre 18 a 24 anos estão matriculados neste nível, sendo que 71% das matriculas eram no ensino privado.
Em um país com notória má distribuição de renda, como é o caso do Brasil, surgiu à necessidade da criação de novos mecanismos capazes de estimular o ingresso e a permanência de jovens na educação superior. Assim, o governo implementou políticas de incentivos aos estudantes interessados em ingressar na educação superior, mas que por questões financeiras, não teriam condições de custear os estudos.
Existem dois programas de apoio mantidos pelo Governo Federal direcionados aos estudantes das IES privadas: o Programa Universidade para Todos (ProUni) criado em 2004, pela Lei nº 11.096/2005, que segundo o MEC, ele tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda do ensino superior em instituições privadas. Para as instituições que aderem ao programa, o governo concede isenção de tributos.
O segundo programa é o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), empréstimo para o pagamento das semestralidades/anuidades cobradas pelas IES, com o reembolso após a conclusão do curso.
 Para quem não atende os requisitos do ProUni, o FIES financia até 100% da mensalidade de cursos presenciais, a uma taxa de juros de 3,4% ao ano. Bolsistas parciais do ProUni também podem participar. São priorizados os cursos de graduação, mas cursos de mestrado, doutorado e os técnicos de nível médio também podem ser financiados caso haja disponibilidade de recursos. O financiamento pode ser encerrado a qualquer momento. 
Atualmente, o programa é operado pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil. Desde 1999, quando substituiu o Programa de Crédito Educativo (PCE/CREDUC), o Fies beneficiou mais de 560.000 estudantes, com a liberação de cerca de 6 bilhões de reais.
 O FIES possui taxa de juros de 3,4% ao ano- ou 0,27% ao mês, e é possível financiar de 50% a 100% do valor da graduação para todos os cursos presenciais. Para participar, o estudante precisa ter renda familiar bruta de no máximo 20 salários mínimos. 
Um levantamento do MEC em maio de 2014 revelou que no ano passado 5,34 milhões de estudantes brasileiros estavam matriculados em um curso universitário no sistema privado. Destes, 31% das matriculas, ou seja, 1,66 milhão de alunos são beneficiados pelo ProUni e FIES. São alunos que encontram no crédito estudantil a possibilidade de financiar um curso superior.
Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fies gastou R$ 13,7 bilhões em 2014 e entre fevereiro e agosto, o governo federal publicou três medidas provisórias para abrir crédito extraordinário para o Fies, que passou a atender também a alunos de mestrado, doutorado e cursos técnicos.
PRÉ-REQUISITOS:
 - Estar regularmente matriculado em uma instituição de nível superior particular que tenha obtido nota igual ou maior que 3 no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), antigo Provão.
- Não estar inadimplente com o antigo Programa de Crédito Educativo nem ter sido beneficiado anteriormente pelo Fies.
- Apresentar garantias: fiador com renda mensal mínima de uma ou duas vezes o valor da mensalidade, dependendo se o estudante é bolsista ou não; ou fiança solidária, por meio da formação de um grupo de estudantes beneficiários do Fies pertencentes à mesma instituição de ensino, em que cada um seja corresponsável pelo pagamento das prestações dos demais.
AMORTIZAÇÃO
O estudante não pode comprometer mais de 20% de sua renda familiar per capita no pagamento das prestações, feito em três fases. Durante a fase de utilização (período de duração do curso) e a fase de carência (18 meses a partir da conclusão do curso), o estudante só paga, a cada três meses, o valor máximo de 50 reais, correspondente aos juros. Terminado o período de carência, começa a fase de amortização, em que o saldo devedor e os juros restantes serão parcelados em até três vezes o período financiado acrescido de 12 meses. Isso significa que um curso 100% financiadode quatro anos de duração terá uma fase de amortização de 13 anos (3 vezes os 4 anos de financiamento + 12 meses).
1) BANCOS PRIVADOS
Assim como o governo, por intermédio dos bancos públicos, o setor privado também começa a adentrar a seara do crédito educacional, por meio de programas de financiamento semelhantes ao Fies. No caso dos bancos, atualmente Santander, Itaú-Unibanco e Bradesco oferecem linhas de crédito para custear mensalidades, a taxas de juros bem mais salgadas que a do programa de financiamento do governo. No entanto, são alternativas para quem deseja custear os estudos de pós-graduação ou não conseguiu ser beneficiado pelo Fies ou outra linha de crédito na própria instituição de ensino. O proponente deve ser correntista, passar por uma análise de crédito e estar matriculado em uma instituição conveniada ao banco.
2) INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Uma das formas mais tradicionais de crédito educativo no país é o financiamento junto às próprias instituições de ensino. Antes mesmo dos programas de governo ou das linhas de crédito privadas, as próprias faculdades e universidades já ofereciam financiamento para seus estudantes com maior dificuldade de pagar as mensalidades integralmente. Atualmente, muitas instituições ainda oferecem essa modalidade de empréstimo, além das bolsas de estudos e de outros programas de auxílio estudantil.
3) EMPRESAS
Além dos bancos, empresas privadas também vêm atuando no segmento de crédito educacional como correspondentes bancários. A maior delas é a Ideal Invest, correspondente do Banco ABC Brasil, que, em 2006, passou a oferecer a linha de crédito universitário PRAVALER. Através dela é possível custear parcial ou integralmente cursos de graduação e pós em 173 instituições parceiras em 14 estados, como a Mackenzie (SP), a Unisinos (RS) ou a Universidade Católica de Brasília. A quitação da dívida é feita no dobro do tempo de duração do financiamento, com juros de zero a 1,89% ao mês (22,68% ao ano) e correção monetária pelo IPCA. A linha de crédito banca 100% das mensalidades que, nas instituições parceiras do PRAVALER, estão na média de 800 reais. A Ideal Invest já financiou o ingresso de 44.000 alunos no nível superior e injetou, nos três primeiros anos de atuação, 163 milhões de reais no setor de crédito educacional.
PRÉ-REQUISITOS:
 Aluno e fiador precisam ter CPF regular e não constar em cadastros de proteção ao crédito. A renda mínima do garantidor deve ser de, no mínimo, duas vezes o valor da mensalidade, e é possível somá-la à renda do estudante caso este já possua renda própria. Como qualquer outro empréstimo, a liberação está sujeita à análise de crédito.
JUROS ZERO
Os juros variam de acordo com a instituição e a modalidade. O juro zero pode ser obtido junto a instituições que subsidiam o ingresso de um aluno que ocupe uma vaga ociosa. É o caso, por exemplo, das Faculdades Veris, do grupo IBMEC, que tem quatro campi no estado se São Paulo. Lá, metade do valor do curso é pago durante o período de estudos e a outra metade após a formatura, sem juros.
AMORTIZAÇÃO
 O financiamento pode ser renovado a cada seis meses e amortizado antes do término do prazo, com abatimento dos juros, se o aluno assim desejar. No primeiro semestre de contratação, o estudante paga apenas uma mensalidade, em duas parcelas; nos seguintes, cada semestre será dividido em 12 vezes, e as prestações não se acumulam, mas crescem ao longo do tempo.
CONCLUSAO
 Os bancos desempenham papel crucial na elevação do nível da atividade econômica por meio da oferta de crédito às famílias e empresas. No Brasil, a oferta de crédito, medida pela relação crédito/PIB, sempre foi historicamente baixa em comparação a outros países, inclusive da América Latina, a despeito de existir no país um sistema financeiro considerado um dos mais sólidos e desenvolvidos do mundo. Uma das razões para explicar essa aparente contradição - sistema financeiro robusto versus baixa relação crédito/ PIB - é que, no Brasil, em virtude de certas características do processo de desenvolvimento econômico, os bancos, em vez de financiar preferencialmente as atividades produtivas, preferem aplicar seus recursos na rolagem da dívida pública.
 Como observado ao longo deste estudo, a relação crédito/PIB tem se elevado no país em virtude de uma série de fatores, entre eles, a retomada do crescimento econômico - ainda que a taxas tímidas e oscilantes. Além disso, houve uma clara orientação de política econômica, na última década, no sentido da ampliação do crédito, especialmente pelos bancos públicos federais, com vistas à retomada do crescimento econômico e ao enfrentamento da crise econômica mundial. 
Com isso, evidenciaram-se as diferentes atuações dos bancos públicos e privados. A eclosão da crise financeira mundial, em 2008, ocasionou forte retração do crédito nos bancos privados. A oferta de crédito passou a ser fortemente sustentada pelos bancos públicos, que atuaram de forma anticíclica para evitar uma maior desaceleração da economia. A atuação dos bancos públicos ocorreu em todas as modalidades de crédito. Houve aumento da participação dessas instituições no total do crédito ofertado à economia brasileira.
Devido à atuação mais forte dos bancos públicos e à entrada dos privados na concessão de financiamento - em reação à perda de mercado e, também, por se tratar de uma linha de crédito com menor risco, devido à baixa inadimplência -, os recursos direcionados têm sustentado a oferta de crédito na economia e contribuído para atenuar os efeitos da crise internacional no país.
No que tange ao crédito com recursos livres, o consignado foi um dos destaques no empréstimo voltado ao incremento do consumo das famílias, amparado na recuperação dos indicadores do mercado de trabalho e da renda. Com o consignado, as famílias puderam ter acesso ao crédito com taxas mais baixas que as vigentes nas demais modalidades de crédito pessoal.
Em termos conjunturais, as recentes medidas do governo que visam permitir a portabilidade de crédito entre instituições financeiras podem aumentar a concorrência e reduzir as taxas de juros. Isto estimulou a demanda por crédito num cenário ainda marcado pela incerteza em relação ao desempenho da economia. 
Em um setor fortemente concentrado como o financeiro, qualquer diferencial em relação a taxas e prazos pode representar um importante incremento na base de clientes de instituições que disputam o mesmo tipo de mercado - nesse caso, o grande varejo bancário. Mas os grandes desafios são de ordem estrutural e estão relacionados à elevada taxa de juros e aos altos spreads do sistema financeiro nacional. 
Não sendo possível ampliar a oferta de crédito de forma persistente e segura, isto é, sem aumentar a inadimplência, na vigência de juros e spreads tão elevados. A experiência recente mostra que a tentativa de redução de juros e spreads enfrenta forte resistência por parte dos setores rentistas, entre eles, os grandes bancos, que detêm parcela expressiva dos títulos da dívida pública brasileira corrigidos pela variação da taxa básica de juros da economia - Selic. Ou seja, a ampliação da oferta de crédito requer alterações em um dos fundamentos que têm alicerçado a política macroeconômica do país há praticamente duas décadas. Sem isso, o país não alcançará padrões mais elevados de crescimento econômico e, principalmente, de desenvolvimento com distribuição de renda.
Neste trabalho pudemos confirmar a expansão do crédito no período de 2010 a 2014 após a crise sistêmica iniciada nos EUA, a atuação direta do governo na economia e as politicas de incentivo ao investimento reduziram os impactos na economia. O empréstimo consignado e o credito estudantil foram as principais modalidades do credito que tiveram um grande crescimento.
A interdisciplinaridade aplicada na produção deste artigo nos proporcionou exercer o método de trabalho colaborativo, e nos permitiu desenvolver a habilidades de identificar, analisar, explicar e solucionar problemas, dentro e fora da sala de aula. Com a orientaçãode todos os professores, utilizando como base as matérias lecionadas.
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