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Pagamentos Indiretos
Pagamento em Consignação 
Efetuado mediante depósito judicial ou bancário e não diretamente ao credor. 
O devedor tem o dever de pagar e o DIREITO de pagar, para não sofrer com as consequências do inadimplemento (juros, multa, correção...)
Objetivo: o devedor se liberar da obrigação. 
Depósito judicial da “coisa devida”: obrigação de dar. 
Dinheiro;
Bens móveis (ex.: celular, sofá)
Bens imóveis (ex.: chave da casa)
Hipóteses: (arts. 335 do CC)
recusa INJUSTIFICADA do credor;
credor se recusa a fornecer o recibo de quitação;
se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
credor incapaz de receber e não há ou não se conhece o representante legal;
credor desconhecido, se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; ou credor declarado ausente;
credor residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Requisitos de validade: (arts. 336 e 337)
Subjetivos
Legitimidade ativa
Legitimidade passiva
Objetivos 
Objeto (identidade e integralidade) 
Requisitos 
Modo convencionado
Tempo devido 
Lugar do pagamento
Se coisa incerta?
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Se coisa litigiosa?
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Credor aceita o depósito
Extingue a obrigação 
Credor contesta o depósito
Ação julgada procedente: extingue a obrigação. Compete ao credor as despesas do depósito (art. 343) 
Ação julgada improcedente: a obrigação se mantém. Compete ao devedor as despesas do depósito (art. 343) 
Ação julgada parcialmente procedente: extinção parcial da dívida até o montante depositado. 
Levantamento do depósito pelo devedor:
Aceitação ou impugnação pelo credor.
Pode o devedor levantar o depósito, pagando as despesas. 
Obrigação se mantém.
Art. 338 
 - Aceitação ou impugnação: se o credor aceitar o levantamento pelo devedor, os fiadores e codevedores que não concordarem ficam liberados (art. 340)
 - Ação julgada procedente: para que haja o levantamento pelo devedor, os codevedores e fiadores deverão aceitar (art. 339)
Sub-rogação
Sub-rogação:
O pagamento promove apenas uma alteração subjetiva: mudança do credor. A extinção obrigacional ocorre somente em relação ao credor original, que fica satisfeito em decorrência do pagamento feito por um terceiro interessado (avalista, fiador, coobrigado etc.). Nada se altera, porém, para o devedor, visto que o terceiro que paga toma o lugar do credor satisfeito e passa a ter o direito de cobrar a dívida. 
Espécies:
Pessoal: substituição do credor pelo terceiro interessado que paga.
Real: a coisa que toma o lugar da outra fica com os mesmos ônus e atributos da primeira. Ex.: no regime de comunhão parcial de bens, quando se vende um bem particular (adquirido antes do casamento) e com esse valor se compra outro — o novo bem continua sendo particular por sub-rogação real, desde que se comprove a origem do dinheiro.
Legal: decorre da lei. Ex: terceiro interessado (fiador) que paga a dívida do devedor. 
Convencional: deriva da vontade das partes. Ex: prevê no contrato que o pagamento feito pelo terceiro não interessado (pai) acarretará em sub-rogação. 
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Pessoal
Real
Legal
Convencional
Hipóteses de sub-rogação legal: (art. 346)
em favor do credor que paga a dívida do devedor comum;
em favor do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Comprar o restaurante;
Caso do meu pai/ sublocatário;
Fiador. 
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Hipóteses de sub-rogação convencional: (art. 347)
quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Cessão de crédito
Ocorre com frequência nos financiamentos regulados pelo Sistema Financeiro da Habitação, em que o agente financeiro empresta ao adquirente da casa própria (mutuário) a quantia necessária para o pagamento ao alienante, sob a condição expressa de ficar sub­-rogada nos direitos deste. O devedor paga seu débito com a quantia que lhe foi emprestada, transferindo expressamente ao agente financeiro os direitos do credor (alienante) satisfeito. Assim, o adquirente da casa própria não é mais devedor do alienante, e sim do terceiro (agente financeiro), que lhe emprestou o numerário. 
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Efeitos:
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.
Ex: direito de cobrar multa, de acionar os fiadores e avalistas, o direito de usar o bem...
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Desobriga o devedor do credor originário
Terceiro ocupa a posição do credor original
Sub-rogação parcial: 
No caso de pagamento parcial por terceiro, o crédito fica dividido em duas partes:
Caso o devedor não possua patrimônio para quitar as duas dívidas: preferência do credor original (art. 351). 
A parte não paga
Que continua a pertencer ao credor primitivo
A parte paga
Que se transfere ao sub-rogado
Imputação
Indicação da dívida a ser paga quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor e efetua pagamento não suficiente para saldar todos eles.
Requisitos:
Pluralidade de débitos
Identidade de partes
Igual natureza das dívidas (líquidas, vencidas, fungíveis). 
Possibilidade de o pagamento quitar mais de um débito. 
Atenção:
É necessário, para que se possa falar em imputação do pagamento, que a importância entregue ao credor seja suficiente para resgatar mais de um débito, e não todos. Se este oferece numerário capaz de quitar apenas a dívida menor, não lhe é dado imputá­-la em outra, pois, do contrário, estar­-se­-ia constrangendo o credor a receber pa­­gamento parcial, a despeito da proibição constante do art. 314 do estatuto civil. E, neste caso, não há que se cogitar da questão da imputação do pagamento. Assim, por exemplo, se três dívidas são, respectivamente, de 50, 100 e 200 mil reais, e o devedor remete cinquenta reais ao credor, a imputação poderá ser feita em qualquer delas, se este concordar com o recebimento parcelado da segunda ou da terceira. Caso contrário, será considerada integralmente quitada a primeira dívida. 
Ordem: (arts. 352 a 355)
Indicação pelo devedor;
Indicação pelo credor (na quitação);
 Indicação legal:
" havendo capital e juros, o pagamento imputar­-se­-á primeiro nos juros vencidos (CC, art. 354);
" entre dívidas vencidas e não vencidas, a imputação far­-se­-á nas primeiras;
" se algumas forem líquidas e outras ilíquidas, a preferência recairá sobre as primeiras, segundo a ordem de seu vencimento (CC, art. 355);
" se todas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, considerar­-se­-á paga a mais onerosa. 
O credor ter o direito de receber, a princípio, os juros, e depois, o capital, pois este produz rendimento e aqueles não. Objetiva a norma jurídica, assim, evitar que o devedor, ao exercer o seu direito de imputação, prejudique o credor.
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Dação em pagamento
Dação:
Acordo de vontades entre as partes, por meio do qual o credor concordaem receber do devedor prestação diversa da que lhe é devida.
Art. 313 x Art. 356
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
Novação
Criação de nova obrigação para extinguir obrigação anterior.
Requisitos:
Existência de uma obrigação anterior;
Constituição de nova obrigação;
Animus novandi (art. 361).
Novação de obrigação anulável x nulo x extinta (art. 367)
Novação: (art. 360)
Efetivamente, para que se caracterize a novação subjetiva, não basta que haja substituição dos sujeitos da relação jurídica, seja no polo ativo (CC, art. 360, III), seja no polo passivo (art. 360, II), sendo necessária a criação de nova relação obrigacional, sob pena de configurar­-se uma cessão de crédito ou uma assunção de dívida. . Tal espécie de novação não se confunde com a cessão de crédito. Nesta, todos os acessórios, garantias e privilégios da obrigação primitiva são mantidos (CC, art. 287), enquanto na novação ativa eles se extinguem.
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Espécies 
Subjetiva
Ativa 
Passiva 
Objetiva 
Expromissão (art. 362)
Delegação
Mista 
Efeitos:
A) se novo devedor insolvente (art. 363)
B) exoneração dos devedores solidários que não participaram da novação (art. 365)
C) exoneração do fiador (art. 366) 
D) extinção dos acessórios e garantias (art. 364)
Súmula 214 do Superior Tribunal de Justiça: “O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu”.
Enunciado n. 547 da VI Jornada de Direito Civil.
Compensação:
 
Extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra (art. 368). 
Compensação
Parcial
Legal 
Total
Convencional
Judicial 
Compensação:
Legal
Opera-se automaticamente.
Reciprocidade* (ver sobre fiador, art. 371)
Convencional
Acordo de vontade.
Dispensa-se um ou alguns dos requisitos para a compensação legal. 
Judicial
Determinada pelo juiz, se presentes os pressupostos legais.
Ex: reconvenção. 
Dívidas líquidas
Dívidas vencidas* (ver sobre prazo de favor, art. 372)
Dívidas fungíveis 
(art. 370)
Requisitos: 
Dívidas não compensáveis:
Exclusão convencional
Renúncia prévia ou mútuo acordo (art. 375)
Exclusão legal
Se a razão da causa de uma das dívidas (art. 373):
I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.
Se se obriga em favor de terceiro: 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.
Ex: quem se obriga (seguradora, p. ex.) em favor de terceiro (beneficiário) não lhe paga o que lhe prometeu, mas, sim, o que prometeu ao estipulante (contratante). É em virtude de obrigação contraída com este que a seguradora realiza o pagamento ao terceiro. Não há, pois, reciprocidade entre a seguradora e o beneficiário para que pudesse haver compensação. 
Se obrigação solidária:
Ex: se o credor cobra, por exemplo, R$ 90.000,00 do devedor solidário “A”, este pode opor a compensação com aquilo que o credor deve ao coobrigado “C”: R$ 50.000,00, por exemplo. Como, no entanto, a quota de cada devedor solidário (“A”, “B” e “C”) na dívida comum é R$ 30.000,00 (R$ 90.000,00 dividido por três), a compensação é circunscrita a esse valor (R$ 30.000,00), pois cessa a reciprocidade das obrigações no que o exceder. Assim, o coobrigado “A”, ao ser cobrado, pagará ao credor somente R$ 60.000,00 (R$ 90.000,00 — R$ 30.000,00). Embora no débito solidário cada devedor responda pela dívida inteira perante o credor, entre eles, no entanto, cada qual só deve a sua quota. 
Se cessão de crédito:
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
Despesas do pagamento:
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.
Ex: Você (em Ponte Nova, MG): Deve R$ 1.000,00 para João (em BH). Pagamento em BH.
João (em Belo Horizonte, MG): Deve R$ 800,00 para você (em PN). Pagamento em PN.
Despesa sua para pagar em BH: R$ 30,00 (taxa).
Despesa de João para pagar em PN: R$ 20,00 (taxa).
Seu valor líquido a pagar em BH: R$ 1.000,00 (dívida original) - R$ 30,00 (sua despesa) = R$ 970,00.
Valor líquido de João a pagar em PN: R$ 800,00 (dívida original) - R$ 20,00 (despesa de João) = R$ 780,00.
Agora, a compensação seria feita entre esses valores líquidos: R$ 970,00 (seu valor líquido a pagar em BH) - R$ 780,00 (valor líquido de João a pagar em PN) = R$ 190,00 Nesse caso, você ainda pagaria a João a diferença de R$ 190,00. 
Compensação + Imputação 
Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.
Direito de terceiro:
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.
Ex: João tem um crédito de R$ 50.000,00 contra Pedro (Pedro deve para João).Para garantir esse valor, João penhora um crédito que Pedro tem contra Maria, no valor de R$ 60.000,00. Depois da penhora, Maria adquire um crédito de R$ 50.000,00 contra Pedro. Maria tenta alegar: “Vou compensar: Pedro me deve R$ 50 mil, e eu devo R$ 60 mil a ele — compenso R$ 50 mil e pago só R$ 10 mil.” Mas isso não é permitido, porque o crédito de Pedro já estava penhorado em favor de João. O art. 380 proíbe exatamente esse tipo de manobra: Maria não pode frustrar o direito de João (o terceiro exequente) com uma compensação constituída depois da penhora.
Confusão:
Obrigação pressupõe a existência de dois sujeitos distintos: ativo e passivo. 
Confusão: a mesma pessoa ocupa os dois polos (art. 381)
porque ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou propor demanda contra si próprio. 
Integral ou parcial (art. 382)
Em caso de solidariedade (art. 383)
Cessação da confusão (art. 384)
Confusão entre credor e fiador ou entre devedor e fiador (cessa a obrigação acessória, mas permanece a obrigação principal).
Remissão:
Perdão da dívida.
Aceitação do devedor (art. 385)
Resguardado o direito de terceiro (art. 385).
Devolução do título (art. 386)
	a) devolução voluntária;
	b) credor capaz de alienar;
	c) devedor capaz de adquirir. 
Restituição voluntária do objeto empenhado (art. 387)
Remissão de um devedor solidário (art. 388 + art. 277 + art. 262)

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