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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Recursos em espécie - Apelação (1)

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Recursos em espécie
APELAÇÃO – arts. 1009 ao 1014 do NCPC
Requisitos Genéricos
Cabimento
Definição e Cabimento
É o recurso que cabe contra a sentença, isto é, contra o ato que implica alguma das situações previstas nos arts. 485 e 487 do CPC, e que ponha fim ao processo ou à fase de conhecimento.
Cabe contra todo tipo de sentença, seja ela de mérito ou meramente terminativa.
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De acordo com o NCPC...
Na apelação também serão suscitadas, em preliminar, as questões resolvidas na fase de conhecimento, por decisões que não comportem agravo de instrumento, já que não serão cobertas pela preclusão. (parág. 1º do art. 1009)
Caso a parte que por elas se sentira prejudicada venha a ser vencedora, poderá suscitá-las nas contrarrazões, hipótese em que o recorrente será intimado para se manifestar a respeito delas no prazo de 15 dias.(parág. 2º do art. 1009)
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APELAÇÃO
Requisitos Genéricos
Tempestividade – Tempes-tivo é o recurso interposto dentro do prazo legal.
OBS.: A ocorrência de feriado local deverá ser comprovada no ato da interposição do recurso (art. 1003, parág. 6º)
Prazo
O prazo para interposição da Apelação é de 15 (quinze) dias – art. 1003, parág. 5º, do CPC .
Art. 1003 – O prazo para interposição do recurso, contar-se-á da data:
I – da audiência, quando nesta for proferida a decisão (parág. 1º)
II – da intimação aos advogados, à sociedade de advogados, à Advocacia Pública, à Defensoria Pública ou ao Ministério Público quando a sentença não for proferida em audiência. 
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APELAÇÃO
Requisitos genéricos
Regularidade formal
Disposição legal
Art. 1010 – A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade
IV – o pedido de nova decisão.
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APELAÇÃO
Requisitos genéricos
Preparo – o recorrente, ao interpor o recurso, deverá comprovar o pagamento das custas processuais respectivas.
OBS.: Na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, caberá ao relator intimar o recorrente para sanar o vício em 5 dias.
Disposição legal
Art. 1007 – No ato de interposição do recurso o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
Parágrafo 2º - A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e retorno, implicará deserção, se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo 4º - Não comprovado o preparo no ato da interposição o recorrente será intimado para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção, não sendo possível, nesse caso, a complementação posterior (parág. 5º )
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APELAÇÃO 
Modelo de Interposição
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 1ª VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL IV – LAPA
 
 
 
Processo nº 583.04.2008.109364-1
Nº de Ordem 1312/2007
 
 
  	BANCO TRIÂNGULO S/A, por sua advogada infra-assinada, nos autos da EXECUÇÃO que move contra ALNP COMÉRCIO E SERVIÇOS DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA E OUTROS, não se conformando, data venia, com a r. sentença de fls, vem, respeitosamente, perante V.Exa., para dela APELAR, como de fato apelado tem, conforme razões anexas, requerendo seja o presente recebido em seus regulares efeitos, com a remessa dos autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para reexame da matéria impugnada.
 
	Outrossim, requer a juntada das anexas guias de custas de preparo e do porte de remessa e retorno, devidamente solvidas.
 
	Termos em que
	Pede deferimento.
	São Paulo, data.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1ª Vara Cível do Foro Regional IV – Lapa
Execução – Processo nº 583.04.2008.109364-1 (Nº de Ordem 1312/2007)
Apelante: Banco Triângulo S/A
Apelados: ALNP Comércio e Serviços de Máquinas e Equipamentos Ltda e Outros
	RAZÕES DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara:
	
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Sob a argumento de inércia do ora Apelante, que resultou na paralisação do feito por mais de 30 dias, o nobre magistrado “a quo” julgou extinta a presente ação de execução, com fundamento no disposto no artigo 485, III do Código de Processo Civil.
	Contudo, como restará demonstrado, a r. decisão hostilizada merece ser anulada, determinando-se o normal prosseguimento da execução, posto que o MM juiz de primeiro grau não agiu em conformidade com o entendimento jurisprudencial a respeito e, especialmente, o contido na Súmula 240 do STJ. Senão vejamos:
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Preliminarmente
	Cumpre desde logo, requerer a aplicação do quanto disposto no artigo 932 do Código de Processo Civil, que prevê o julgamento de plano pelo Juiz Relator, quando presentes as hipóteses de que trata.
	No caso vertente, a sentença recorrida foi proferida em desacordo com a Súmula 240 do STJ, isto porque, considerando que o co-executado/Apelado encontra-se citado e embargou a execução, não houve por parte dele qualquer requerimento para que fosse proclamada a extinção do feito.
	
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Assim sendo, requer se digne V. Exa dar provimento ao presente apelo reformando de plano a r. sentença combatida.
DO DIREITO
	Pois bem, nos referidos autos, procedida a citação do co-executado João Maria Ribeiro, foi efetuado o bloqueio de numerário disponível em conta corrente do mesmo, cujo montante mostrou-se insuficiente para garantia do juízo. 
	Deu-se início, assim, a diligências administrativas no intuito de localizar a executada principal e bens passíveis de constrição.
	
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Cumpre destacar que o apelado/pessoa física, embargou a execução, como se vê do apenso, onde aliás, também está sendo interposto recurso de apelação, pois diante da extinção da execução o MM. Juiz de primeiro grau concluiu que aqueles perderam seu objeto, declarando do mesmo modo, a extinção.
Mas, o decreto de extinção do feito, não poderá prevalecer.
	 
No caso específico, em se tratando de ação executiva, a falta de andamento do feito, mormente quando pelo menos uma das partes
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está devidamente citada e, tenta-se a citação do co-executado, prosseguindo-se ainda, nas diligências para localização de bens passíveis de penhora, faz incidir o disposto no artigo 791, III, do CPC.
			Em nenhuma hipótese se haveria de falar em extinção com base no disposto no art. 485, III, do CPC. Era o caso, isto sim, de determinação de aguardo de provocação em arquivo, nos termos do citado art. 921, III do CPC, pois, repita-se, um dos executados já havia sido citado e embargado a execução e, tentava-se citar a devedora principal, sendo certo que não localizados bens suficientes para penhora.
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De mais a mais, não se pode desconhecer a impossibilidade da presunção de desistência da parte que sequer é causa para a extinção, merecendo pois transcrever as anotações do mestre Theotonio Negrão em face do disposto no art. 794 e seus incisos, in "Código de Processo Civil e legislação processual em vigor", 32 Ed., que sem dúvida se aplicam ao novel art. 924 do CPC/2015:
"A paralisação da execução não é causa de extinção do processo" (Bol. AASP 1.407/296; acórdão com dois fundamentos).
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"Assim, não cabe decretação de extinção do processo se o credor, intimado nos temos do art. 267, §1º, "não providencia o prosseguimento da execução suspensa" (TFR-2ª Seção, EAC 52.296-MG, rel. Min. Justino Ribeiro).
“EXTINÇÃO DE OFÍCIO - DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA - PRECEDENTE DA CORTE - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO - I - Não se faculta ao Juiz, na hipótese do inciso III do artigo 267, CPC, extinguir o processo de ofício, sendo imprescindível o requerimento do réu - II - Inadmissível presumir-se desinteresse do réu no prosseguimento e solução da causa.”
(STJ - 4ª T.; Rec. Esp. nº 20.408-6-MG; rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira; j. 29.04.1992; v.u.). BAASP, 1775/506, de 30.12.1992.
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Por outro lado, também não se mostra correta a r. sentença que extinguiu o feito sem a provocação da parte interessada, como já decidiu o Eg. STJ.
Mas não fosse o quanto acima exposto, não se pode deixar de observar que tratando-se de ação de execução, no máximo poderia ter ocorrido a determinação de arquivamento dos autos, pois a extinção do feito somente poderia ter se dado por uma das hipóteses do art. 924 do CPC.
	De outra esfera, não se pode abstrair a Súmula 240 do Eg. Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual “a extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu”, que embora devidamente citado e representado, também não foi intimado para tanto e, menos ainda, postulou a extinção do feito sem julgamento do mérito, inclusive, porque pendiam de julgamento os embargos por ele opostos.
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	No mais Exa, frise-se que o ora apelante não abandonou o feito, apenas estava em diligências administrativas para tentar localizar a devedora principal, assim como bens ou renda do apelado citado, pois o bloqueio “on line” se deu em valor irrisório.
	Ademais, não se alegue que a intimação do Apelante tenha se dado de forma regular, porque feita somente por carta AR, quando para que tivesse o efeito pretendido, havia necessidade de intimação por mandado.
	
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Esse o entendimento da Colenda 20ª Câmara deste E. Tribunal de Justiça, a exemplo do quanto ficou assentado na Apelação nº 9121075-43.2006.8.26.0000, julgada em 20.05.2011, cujo acórdão relatado pelo insigne Des. CUNHA GARCIA, deixou assente que
`...Com efeito, respeitada a convicção do ilustre Juiz sentenciante, tem-se que a intimação pessoal do banco autor não ocorreu regularmente.
Assim é que, diante da exegese do parágrafo primeiro do artigo 485 combinado com o disposto no artigo 274 do CPC, a intimação pessoal deve ser a que se realiza por mandado, cumprido por Oficial de Justiça, e não por carta AR.
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Dessarte, tem-se que a intimação pessoal do banco autor por carta AR, não restou frutífera, para os fins dos dispositivos processuais acima mencionados, razão pela qual se mostra imprescindível a intimação na forma mencionada neste decisório`
Dessa forma, a manutenção da r. sentença com a extinção do feito, prejudica o interesse do apelante, que até a presente data não recuperou seu crédito, bem como causaria maiores prejuízos, pois teria que ajuizar uma nova ação, o que não seria o mais indicado, até mesmo por questão de celeridade processual. 
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Eis o motivo que levou o apelante a ingressar com o presente recurso, para que V.Exas, reformem a r.sentença, determinando se for o caso, o arquivamento dos autos, com o desapensamento dos embargos, para que o apelante possa continuar em diligencias administrativas, no intuito de reaver seu crédito, bem como para que os embargos sejam devidamente apreciados e julgados.
Destarte, de qualquer ângulo que se analise a questão, a extinção do feito foi açodada e, contrária à legislação de regência resulta em nulidade absoluta da decisão, que merece ser reconhecida por esta Colenda Câmara.
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Por todo o exposto e pelo mais que dos autos consta, é a presente para requerer a V.Exas. seja DADO PROVIMENTO ao apelo interposto, reconhecendo-se a nulidade da r. sentença atacada, para que seja afastado o decreto de extinção, e o feito tenha seu regular prosseguimento, por ser de direito e 
					
	Pede deferimento.
	São Paulo, data.
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Efeitos da apelação :
 DEVOLUTIVO – Como todos os recursos de nosso ordenamento jurídico, a apelação é dotada de efeito devolutivo.
SUSPENSIVO – Em regra a apelação é dotada de efeito suspensivo, excetuada (art. 1012 do CPC):
A sentença que homologa a divisão ou demarcação(arts. 597, parág. 2º e 587 do CPC);
A que condena a pagar alimentos que servem à subsistência do alimentando;
Que extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
Que julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
Que confirma, concede ou revoga tutela provisória;
Que decreta a interdição.
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Que julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem
Que confirmar a antecipação dos efeitos da tutela.
REGRESSIVO – A apelação só será dotada de efeito regressivo quando interposta contra a sentença de indeferimento da inicial (art. 296 do CPC) ou de improcedência de plano (art. 285-A do CPC).
TRANSLATIVO – A apelação é dotada de efeito translativo, o que permite ao tribunal conhecer de ofício das matérias de ordem pública, ainda que não suscitadas.
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Conforme o parágrafo 3º do art. 1013, Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
Reformar sentença fundada no art. 485 (extinção sem julgamento de mérito
Decretar nulidade da sentença por não estar de acordo com os limites do pedido ou da causa de pedir
Constatar omissão no exame de um dos pedidos
Decretar a nulidade da sentença por falta de fundamentação
Reformar sentença que reconheça decadência ou prescrição.
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EXPANSIVO- A apelação terá efeito expansivo, nas condições já examinadas.
POSSIBILIDADE DE INOVAR NA APELAÇÃO – Em regra não é possível inovar na apelação, pois o art. 1013, parágrafo 1º limita o objeto da apreciação e julgamento pelo tribunal às questões suscitadas e discutidas.
Há, porem, duas situações em que o tribunal pode examinar questões não apreciadas em primeira instância:
 (art. 493 do CPC – quando depois da propositura da ação fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito do autor influir no julgamento
Quando houver matéria de ordem pública que, embora não discutida anteriormente,pode ser conhecida de ofício.

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