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Como fazer o quinteto magico da OAB (peticao inicial, contestacao, agravo, apelacao e recurso especial)-livro-digital

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1 
42 
Sumário 
Considerações iniciais ........................................................................................................................................ 1 
1. Noções processuais gerais ......................................................................................................................... 3 
1.1. Cumulação de partes .......................................................................................................................... 3 
1.2. Intervenção de terceiros ..................................................................................................................... 4 
2. Petição inicial ............................................................................................................................................. 7 
3. Respostas do réu ........................................................................................................................................ 9 
3.1. Contestação ...................................................................................................................................... 10 
3.2. Exceções ............................................................................................................................................ 10 
3.3. Reconvenção ..................................................................................................................................... 11 
4. Modelo de petição inicial ......................................................................................................................... 13 
5. Modelo de contestação ........................................................................................................................... 17 
6. Teoria geral dos recursos ......................................................................................................................... 21 
6.1. Apelação ............................................................................................................................................ 24 
6.2. Agravo de Instrumento ..................................................................................................................... 25 
6.3. Recurso ao STJ (REsp)........................................................................................................................ 26 
7. Modelo de Apelação ................................................................................................................................ 27 
8. Modelo de Agravo de Instrumento ......................................................................................................... 32 
9. Modelo de Recurso Especial .................................................................................................................... 37 
 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Agora eu vou mostrar a você o quinteto mágico da OAB, a petição inicial, contestação, agravo de 
instrumento, apelação e recurso especial. Meu objetivo aqui é bastante claro: mostrar algumas noções 
 
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processuais gerais que são relevantes para que você possa fazer a sua peça, no dia da prova, com mais 
facilidade. 
Não pretendo me alongar muito no Direito Processual Civil. Lembre-se: se você precisa detalhar algum 
aspecto processual, especificamente, acesse as aulas do item 04 do Bloco "Direito Material e Processual". 
Essas aulas são completas e mais detalhadas, de modo que você pode sanar eventuais dúvidas. 
Se você tem mais tempo, depois de estudar esta aula, recomendo que você vá às aulas a respeito do 
conteúdo teórico completo de Direito Processual Civil. Se você tem menos tempo, vá às aulas apenas para 
sanar as dúvidas mais importantes. Se você tem pouco tempo, siga adiante e depois de estudar esta aula, vá 
direto para a próxima. 
Nessa aula veremos as principais peças cobradas na OAB, tanto as iniciais quanto os recursos. A petição 
inicial é o coração de todas as peças da prova de 2ª Fase. Ela é a estrutura fundamental de qualquer peça; 
qualquer! Todas as demais peças prático-profissionais podem ser extraídas de uma petição inicial. A 
contestação, também é bastante importante. Em resumo, em qualquer peça prático-profissionais da 2ª Fase, 
ou você vai “atacar”, ou vai “defender”. Ou vai iniciar alguma coisa, ou vai contestar alguma coisa. Por isso, 
a dupla petição inicial e contestação são fundamentais! 
Já a apelação é a “mãe” dos recursos. Todos os demais recursos podem ser extraídos de uma Apelação. 
Compreender a estrutura de uma Apelação é fundamental, portanto. Junto a ela, o Agravo de Instrumento 
é de suma importância. Além dele, você verá o Recurso Especial, talvez o mais difícil, em termos técnicos, 
dos recursos que aparecem nas provas de 2ª Fase. 
A Petição Inicial é “o alfa e o ômega” da 2ª Fase; a base de tudo. A Apelação é a estruturação de toda a teoria 
recursal e mostra como funciona um recurso interposto perante uma autoridade e remetido a outra. O 
Agravo de Instrumento é o modelo de recurso direcionado diretamente à autoridade julgadora. O Recurso 
Especial é o recurso tecnicamente mais exigente. 
Para mim, quem domina o “quinteto mágico” consegue fazer virtualmente qualquer peça prático-
profissional de 2ª Fase! Basta ter em mente a estruturação fundamental de uma peça (Petição Inicial), a 
resposta do réu (Contestação), compreender o duplo funcionamento do sistema recursal (Apelação e Agravo 
de Instrumento) e ter o apuro técnico (Recurso Especial). 
Se você sabe usar essas ferramentas com maestria, consegue construir qualquer peça prático-profissional 
que eventualmente pode aparecer na prova de 2ª Fase com facilidade. Por isso, é importantíssimo, para 
mim, que você domine o “quinteto mágico”. 
 
 
 
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1. Noções processuais gerais 
 
1.1. Cumulação de partes 
 
A. Litisconsórcio 
 
O litisconsórcio se verifica quando há uma “cumulação” de pessoas diferentes num mesmo polo, seja no 
ativo, seja no passivo. O art. 113 estabelece que duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, 
em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
O §1º, por sua vez, permite ao juiz limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando 
este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa, em qualquer fase do processo; é o 
chamado litisconsórcio multitudinário, que poderia atrapalhar a lide. O requerimento, estabelece o §2º, 
interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeça da intimação da decisão que resolve a 
controvérsia. 
Ao contrário do litisconsórcio facultativo, nos termos do art. 114, há litisconsórcio necessário, 
quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para 
todas as partes. 
Ora, se a decisão judicial tem que ser igual a todos, depende-se da citação de todos os 
litisconsortes no processo. Se houver prolação de sentença sem que todos os litisconsortes 
integrem a lide, a decisão será nula, segundo o art. 115, inc. I. 
De regra, os litisconsortes têm interesses em comum, já que foram colocados no mesmo polo passivo pelo 
autor, ou estão junto com ele, contra um mesmo réu, ou contra vários. Ainda assim, o art. 117 esclarece que 
os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, pelo 
que os atos e as omissões de um não prejudicarão, mas beneficiarão os outros. 
 
B. Assistência 
 
 
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De outro lado, temos o instituto da assistência, que se diferencia do litisconsórcio porque sua causa e seus 
efeitos são distintos. A assistência ocorre quando, pendendo uma causa entre mais de uma pessoa, um 
terceiro tem interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, pelo que pode intervir no 
processo para assistir àpessoa na qual tem ele interesse (art. 119). Ela cabe em qualquer dos tipos de 
procedimentos e em todos os graus da jurisdição, mas o assistente recebe o processo no estado em que ele 
estiver (parágrafo único). 
Não havendo impugnação dentro de 15 dias, o pedido do assistente será deferido, segundo o art. 120. 
Porém, as partes podem não querer a assistência, pela falta de interesse jurídico. Nesses casos, podem elas 
apresentar impugnação. O juiz, então, decide o incidente, sem suspensão do processo, retirando o 
assistente da lide ou o mantendo. 
Mantendo o assistente o juiz, ou ninguém o impugnando, segundo o art. 121, o assistente atuará como 
auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e se sujeita aos mesmos ônus processuais que o 
assistido. A exceção fica por conta da revelia ou omissão do assistido. Nesse caso, o parágrafo único 
determina que o assistente será considerado seu substituto processual. 
No entanto, o assistido pode reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação, renunciar ao direito ou 
fazer transação sobre os direitos controvertidos, pelo que a assistência cessa, por lógica, por força do art. 
122. 
De modo a evitar um conflito de decisões, no qual o assistente, numa dada lide, não tem seu 
direito reconhecido e, posteriormente, em lide autônoma, consegue o reconhecimento, o art. 
123 determina que transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio, o assistente 
não poderá em processo posterior discutir a decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, 
fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou 
culpa, não se valeu. 
 
1.2. Intervenção de terceiros 
 
Primeiro, tome cuidado. Segundo o art. 10 da Lei 9.099/1995, não se admite nos processos 
em trâmite perante os Juizados Especiais qualquer forma de intervenção de terceiro nem de 
assistência. Admite-se, apenas, o litisconsórcio. 
Existe uma exceção jurisprudencial, que admite a denunciação da lide nos casos em que o 
autor da ação concorda com a denunciação feita pelo réu, em audiência. Porém, dificilmente 
creio que a OAB chegará a esse detalhe. Pelo sim, pelo não, vale saber. 
 
 
5 
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A. Oposição 
 
Eventualmente, duas pessoas litigam sobre direito que eu julgo meu. De um lado, o autor diz que o réu está 
“errado” e que ele tem direito; do outro, o réu diz que o autor entrou com lide indevida, já que o direito é 
dele. No entanto, julgo eu que o direito é meu. O que fazer? Este é o caso da oposição. 
A oposição se oferece, até ser proferida a sentença, quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa 
ou o direito sobre que controvertem autor e réu (art. 682). Se oferecida antes da audiência, será apensada 
aos autos principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença 
(art. 685); se ofertada depois de iniciada a audiência, o parágrafo único determina que o juiz suspenderá a 
lide para produção de provas, exceto se concluir que a unidade da instrução é melhor (sem correspondência 
com o CPC anterior). 
A oposição funcionará do mesmo jeito que uma petição inicial comum (art. 683), sendo distribuída por 
dependência, e citados os opostos para contestar o pedido no prazo comum de 15 dias. Se um dos opostos 
reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente (art. 684). 
Quando for julgar, o juiz deve decidir simultaneamente a ação e a oposição, mas desta conhecerá em 
primeiro lugar (art. 686), por lógica, já que se julgar que o terceiro, que se opôs, tem o direito, não há razão 
para julgara lide principal. 
Por fim, a oposição deixou de ser uma típica intervenção de terceiros, para ser tratada como procedimento 
especial, no CPC/2015. Exceto por isso, nada mudou. 
 
B. Nomeação à autoria 
 
A nomeação à autoria deixou de existir no CPC/2015. Agora, regem a matéria os arts. 338 e 339, mas em 
outro sentido. 
Segundo o art. 338, se o réu alegar, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo 
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. 
Quando alegar sua ilegitimidade, o réu deve indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre 
que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos 
prejuízos decorrentes da falta de indicação, na forma do art. 339. 
Nesse caso, se realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao 
procurador do réu excluído, que serão fixados entre 3% e 5% do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos 
termos do art. 85, § 8º, que trata da fixação dos honorários advocatícios. 
 
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Veja-se que, nos termos do art. 339, §1º, o autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 dias, à 
alteração da petição inicial para a substituição do réu. No entanto, reza o §2º, no prazo de 15 dias, o autor 
pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
 
C. Denunciação da lide 
 
Situação mais comum de intervenção de terceiros. Ela cabe tanto em relação ao autor quanto em relação 
ao réu. Em outras palavras, tanto o autor quanto o réu podem denunciar a lide a terceiro. O objetivo da 
denunciação da lide é trazer terceiro ao processo para que a responsabilidade recaia sobre ele, 
resumidamente. 
Assim, na sentença em que sou condenado, a condenação não recai efetivamente sobre mim, mas sobre o 
denunciado. Isso acontece, por exemplo, quando sou acionado numa ação de indenização por acidente 
automobilístico. Na contestação, eu nego que a culpa pelo acidente seja minha, mas faço a denunciação da 
lide à seguradora; ou seja, digo que não sou culpado, mas que ainda que eu seja culpado, não sou eu que 
devo indenizar, mas sim a seguradora, que assegurou esse tipo de dano num contrato de seguro. 
Nem sempre eu preciso fazer a denunciação, conseguindo a responsabilização do terceiro posteriormente, 
por meio da ação de regresso. Segundo o art. 125, pode-se fazer a denunciação nos seguintes casos: 
I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à 
parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta; 
II - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, 
o prejuízo do que perder a demanda. 
A denunciação da lide deixou de ser obrigatória no CPC/2015, cuidado! Pois bem, a citação 
do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante for o autor; e, no 
prazo para contestar, se o denunciante for o réu (art. 126). 
Se feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de 
litisconsorte do denunciante e poderá acrescentar novos argumentos, procedendo-se em 
seguida à citação do réu, segundo o art. 127 . Se feita a denunciação pelo réu (art. 128), a resposta é mais 
complexa. 
Se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, 
em litisconsórcio, denunciante e denunciado. 
Se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente 
oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva. 
Se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá ́prosseguir 
com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. 
 
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Diz ainda o parágrafo único desse artigo que se for procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se 
for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação 
deste na ação regressiva. 
O art. 129 estabelece que se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da 
denunciação da lide. Aocontrário, trata o parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de 
denunciação não terá ́o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento 
das verbas de sucumbência em favor do denunciado. 
 
D. Chamamento ao processo 
 
O chamamento ao processo amplia a demanda no polo passivo, por instigação do réu. Cabe, em linhas gerais, 
quando há devedores comuns em relação ao réu que foi demandado. Segundo o art. 130, é admissível o 
chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum. 
Estabelece o art. 131, de maneira nova em relação ao CPC/1973, que a citação daqueles que devam figurar 
em litisconsórcio passivo será́ requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 dias, 
sob pena de ficar sem efeito o chamamento. 
Por fim, prevê o art. 132 que a sentença de procedência vale como título executivo em favor do réu que 
satisfizer a dívida. Com isso, pode ele exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos 
codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. 
 
 
2. Petição inicial 
 
Não vou me alongar muito na petição inicial, apenas trazendo alguns aspectos mais relevantes. 
 
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Primeiro, algo que é importantíssimo na 2ª Fase: os PONTOS FÁCEIS! Quase todas as 
peças necessitarão desses requisitos, exceto, em linhas gerais, o valor da causa e o 
requerimento de audiência, que são exclusivos da petição inicial. Os demais valem 
para todas as outras peças da 2ª Fase da OAB, por isso atenção! 
São os requisitos da petição inicial (art. 319): 
I – o juízo a que é dirigida; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV – o pedido com as suas especificações; 
V – o valor da causa; 
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 
O §1º estabelece que se o autor não dispuser dessas informações, deve solicitar ao juiz medidas para sua 
obtenção. A falta de alguma delas, no entanto, não gera o indeferimento da ação (§2º). 
Igualmente, se na prova houver alguma menção a documentos ou provas, você deve indicar, num tópico, 
que essas provas ou documentos estão acompanhadas da petição inicial, por exigência do art. 320. 
Eventualmente, se a inicial não está “100%”, juiz deve determinar ao autor que a emende, ou a complete, 
no prazo de 15 dias (art. 321). 
Outro ponto importante são os pedidos, que não, por assim dizer, o mais importante da petição. Ora, você 
faz uma peça justamente para pedir algo ao juiz, daí o termo “petição”: faça o réu pagar os alimentos ao 
filho, como o autor não precisa de tanto dinheiro eu quero pagar menos, essa pessoa invadiu minha 
propriedade e quero ela fora, estou aqui há tantos anos e quero o título de propriedade dessa terra, o réu 
não quer aceitar o aluguel mas eu quero pagar, meu pai morreu e eu preciso fazer o inventário, o testamento 
que apresentaram nesse inventário é falso e eu quero que eu seja anulado, e por aí vai... 
De regra, o pedido deve ser determinado. Ou seja, “como o réu não fez isso, quero que ele faça aquilo”, 
“como o fulano não pagou o aluguel, quero que ele seja despejado”, “o réu está cobrando 100, mas eu 
calculei e tenho que pagar apenas 75”..., Porém, pode-se formular pedido genérico (art. 324, §1º, incisos): 
I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser 
praticado pelo réu. 
 
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Lembra das obrigações alternativas? O art. 288 estabelece que, em caso de obrigação alternativa, o pedido 
será alternativo também. Assim, se eu poderia pedir o carro A ou o carro B, e para mim tanto faz, peço ao 
juiz que ordene que o réu me entregue o carro A ou o carro B; que ele publique uma retratação no Jornal A 
ou no Jornal B; que ele entregue os filhos no horário A ou no horário B etc. 
Lembra que nas obrigações alternativas podia ser o devedor a escolher? E se o autor não indicou que era 
uma alternativa, e pediu ao juiz o carro B? Nesse caso, o juiz assegurará ao devedor o direito de cumprir a 
prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo, na dicção 
do art. 325, parágrafo único. 
Igualmente, é possível formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do 
posterior, quando não acolher o anterior (art. 326). Assim, eu peço ao juiz que ordene que o pai pague todas 
as despesas mensais dos filhos, incluindo as domésticas; sucessivamente, que ele pague 100% das despesas, 
excluindo as domésticas; sucessivamente que pague 50% das despesas dos filhos, incluindo as domésticas; 
sucessivamente que pague 50% das despesas dos filhos, excluindo as domésticas etc. 
No caso de prestações periódicas, como nos casos de alimentos, locações, mútuos, financiamentos, 
comodatos etc., o art. 323 estabelece que se consideram incluídas no pedido; se o devedor, no curso do 
processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a 
obrigação. Isso é importante, pois apesar desse dispositivo dizer que elas se incluem ainda que você não 
peça, a OAB pontua. Se você esquecer de colocar as “parcelas vincendas”, por exemplo, perde pontos! 
Por fim, se a petição inicial por indeferida, nos casos do art. 330, incisos, o art. 331 estabelece que o autor 
poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 dias, reformar sua decisão. 
 
 
 
 
3. Respostas do réu 
 
As respostas do réu são sempre oferecidas no prazo de 15 dias (art. 335), cujo termo inicial será a data: 
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando 
qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; 
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; 
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. 
 
10 
42 
Além disso, o art. 343 estabelece que na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar 
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Igualmente, prevê o art. 
64, a incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. 
 
3.1. Contestação 
 
Quanto à contestação, alguns pontos a retomar. 
A contestação deve sempre rebater todos os pontos da inicial. Do contrário, presumem-se verdadeiros os 
fatos não impugnados (art. 341). No entanto, mesmo não contestados, não se pode presumir se não for 
admissível, a seu respeito, a confissão; se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público 
que a lei considerar da substância do ato; se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu 
conjunto. 
 Antes da matéria de mérito, porém, o réu deve alegar, preliminarmente (art. 301): 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outraprestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
 
3.2. Exceções 
 
São três as exceções processuais. Como vimos, há também exceções no direito material, mas que se inserem 
dentro da contestação, como a exceção de contrato não cumprido, por exemplo. 
 
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São as exceções processuais: a incompetência (art. 64), o impedimento e a suspeição (arts. 144 e ss.). Se 
tiver tempo, volte ao CPC e dê uma lida nesses dispositivos, para rememorar. Como se processam as 
exceções? 
O excipiente deve arguir a incompetência na própria contestação, em sede de preliminar, indicando o juízo 
para o qual declina. O juiz ouve a contraparte (art. 64, §2º) e julga a exceção. Caso a alegação de 
incompetência seja acolhida, os autos são remetidos ao juízo competente (§3º). 
Salvo decisão em contrário, conservam-se os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que 
outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente (§4º). Atente porque, sendo caso de competência 
relativa e se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação, prorroga-se a competência 
(art. 65 do CPC/2015). Vale dizer, o juiz incompetente se torna competente. 
O impedimento e a suspeição são tratados em conjunto. 
Consoante regra do art. 146, no prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o 
impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o 
fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de 
testemunhas. 
Despachando a petição, o juiz, reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz 
ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação 
em apartado da petição e, no prazo de 15 dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e 
de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal (§1º). O envio ao Tribunal 
é lógico, já que não pode o próprio juiz julgar que não é suspeito ou que não está impedido. 
De maneira inovadora, o CPC/2015, no art. 146, §3º estabelece que enquanto não for declarado o efeito em 
que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será 
requerida ao substituto legal. 
 
3.3. Reconvenção 
 
A reconvenção nada mais é do que uma “petição inicial” oferecida pelo réu num processo 
já em curso. Novamente, cuidado, pois o art. 31 da Lei 9.099/1995 não admite a 
reconvenção no âmbito dos Juizados Especiais. No entanto, o réu, na contestação, pode 
formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem 
objeto da controvérsia. 
O pedido contraposto é igual à reconvenção, no CPC/2015, já que não mais se exige que ela seja feita 
separadamente; o art. 343 estabelece que na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para 
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação 
principal ou com o fundamento da defesa (art. 343). 
 
12 
42 
Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la 
no prazo de 15 dias (art. 343, §1º). Como se trata de uma “petição inicial”, mesmo que o autor da ação 
principal desista ou ela seja extinta, por qualquer razão, a reconvenção continua sua marcha, segundo o 
disposto no art. art. 343, §2º. 
 
 
13 
42 
4. Modelo de petição inicial 
 
Ao invés de colocar um modelo absolutamente genérico, vou trazer a você o modelo da última petição inicial 
que apareceu na prova da OAB, no XXVI Exame. Assim, você vê, de maneira mais palpável, como a FGV 
cobrou essa peça! =) 
Para facilitar, vou destacar em AMARELO os elementos que são variáveis dentro de uma petição inicial e em 
CINZA os elementos que são peculiares dessa petição inicial em específico, que não se repetiriam em outras 
petições iniciais. Além disso, deixarei um ponto ( . ) nas linhas onde eu pularia uma linha; você pode pular 
mais linhas, se quiser, mas eu acho arriscado, porque pode faltar espaço no final... 
 
Enunciado 
Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no imóvel há cerca de 5 
anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, 
Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe 
que se encontrava gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. Aline 
comentou a viagem com vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que 
“olhassem” o imóvel no período. 
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele ingressaram para 
fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período, João Paulo e Nice danificaram 
o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que 
caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 
(seis mil reais). Além disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do 
pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 
dias após tomar ciência do ocorrido, procura você̂, como advogado. 
Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a permitir a retomada do 
imóvel e a composição dos danos sofridos no bem. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
14 
42 
 
MODELO DE PETIÇÃO INICIAL 
 
 
 
MERITÍSSIMO JUÍZO DA __VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO 
. 
ALINE, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliada no 
endereço completo, representada por seus advogados, com endereço profissional (procuração anexa), vem, 
respeitosamente, com fundamento nos arts. 1.260 do CC/2002 e nos arts. 560 e ss. do CPC, propor 
. 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE 
. 
em face de JOÃO PAULO, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e 
domiciliado no endereço completo e NICE, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº, endereço 
eletrônico, residente e domiciliada no endereço completo, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas. 
. 
I - DOS FATOS 
. 
Os réus invadiram a residência da autora depois que ela fez uma viagem de emergência, apesar de ter pedido 
que eles, Marcos e Alexandre, “olhassem” o imóvel. Não bastasse isso, ainda danificaram o telhado da casa 
ao instalar uma antena “pirata”, além de terem colhido e vendido sua produção de laranjas. Tomando 
conhecimento da situação há 15 dias, a autora pretende se ver reintegrada na posse de seu imóvel. 
. 
II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
. 
a. Do rito 
 
15 
42 
Aline tomou conhecimento do esbulho há 15 dias, em prazo inferior ao de ano e dia (art. 558 do CPC/2015). 
Como o esbulho ocorreu há menos de ano e dia da propositura da demanda, deve ser adotado o 
procedimento previsto no art. 560 e ss. do CPC/2015, ou seja, pelo rito especial. 
Além disso, permite o art. 555, incs. I e II, do CPC/2015 que o autor da demanda cumule ao pedido 
possessório os pedidos de condenação em perdas e danos, bem como de indenização dos frutos. 
. 
b. Do esbulho possessório 
Aline claramente solicitou aos réus que “olhassem” os imóvel, como é comum entre vizinhos de casas. Fez 
isso porque precisou ir a Minas Gerais, urgentemente, cuidar da mãe. 
A autora, proprietária do imóvel, era legítima possuidora do imóvel, pelo que o fato de os réus terem 
invadido a casa configura clara situação de esbulho possessório.Assim, nos termos do art. 561, incisos, do 
CPC/2015, resta provada sua posse, o esbulho possessório praticado pelo réu, bem como sua data, e a perda, 
causada pelos réus. 
Os réus sabiam que a autora havia saído do imóvel temporariamente, pelo configurada a má-fé, de acordo 
com o disposto no art. 1.201 do CC/2002. Igualmente, a posse dos réus é injusta, já que derivada de 
clandestinidade, pela previsão do art. 1.200 do CC72002, tendo que vista que a autora solicitou que eles 
“olhassem” a casa. 
. 
c. Da indenização 
Não bastasse o esbulho, os réus ainda causaram prejuízos de grande monta à autora, que devem ser 
indenizados. 
No período, João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a 
cabo, graças a graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00. Assim, como eram 
possuidores de má-fé, devem indenizar esses prejuízos, na forma do art. 1.218 do CC/2002. 
Além disso, os ocupantes colheram e venderam a parte da produção de laranjas do pomar, causando um 
prejuízo de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais). Igualmente, devem indenizar pelos frutos colhidos de má-fé, 
segundo o art. 1.216 do CC/2002. 
. 
d. Da liminar 
Como a petição inicial está devidamente instruída, o juiz deve deferir, sem oitiva do réu, a expedição do 
mandado liminar de reintegração de posse. Por isso, a autora tem direito à reintegração provisória liminar 
na posse, com base no art. 562 do CPC/2015 (0,10). 
. 
 
16 
42 
DO PEDIDO 
. 
Diante do exposto, requer-se que seja: 
a. concedida liminar, determinando a reintegração provisória da autora na posse do imóvel, nos termos 
acima aludidos; 
b. designada audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no art. 334 do CPC/2015, caso esse 
seja o entendimento do Juízo; 
c. julgado procedente o pedido, para que a autora seja reintegrada definitivamente na posse do imóvel, com 
confirmação da liminar; 
d. julgado procedente o pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização dos danos materiais 
ocasionados ao imóvel; 
e. julgado procedente o pedido de condenação dos réus ao pagamento de indenização pelos frutos colhidos 
e percebidos. 
f. julgado procedente o pedido para condenar o réu ao pagamento das custas judiciais e honorários 
advocatícios na ordem de 20% sobre o valor da causa. 
Requer-se, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas, nos termos dos arts. 369 e ss. do 
CPC/2015, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal dos 
réus. 
Dá-se à causa o valor de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais). 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data 
Assinatura 
OAB 
 
 
17 
42 
 
5. Modelo de contestação 
 
Ao invés de colocar um modelo absolutamente genérico, vou trazer a você o modelo da última contestação 
que apareceu na prova da OAB, no XVI Exame. Assim, você vê, de maneira mais palpável, como a FGV cobrou 
essa peça! =) 
Para facilitar, vou destacar em AMARELO os elementos que são variáveis dentro de uma contestação e em 
CINZA os elementos que são peculiares dessa contestação em específico, que não se repetiriam em outras 
petições iniciais. Além disso, deixarei um ponto ( . ) nas linhas onde eu pularia uma linha; você pode pular 
mais linhas, se quiser, mas eu acho arriscado, porque pode faltar espaço no final... 
 
Enunciado 
João andava pela calçada da rua onde morava, no Rio de Janeiro, quando foi atingido na cabeça por um pote 
de vidro lançado da janela do apartamento 601 do edifício do Condomínio Bosque das Araras, cujo síndico 
é o Sr. Marcelo Rodrigues. João desmaiou com o impacto, sendo socorrido por transeuntes que contataram 
o Corpo de Bombeiros, que o transferiu, de imediato, via ambulância, para o Hospital Municipal X. Lá 
chegando, João foi internado e submetido a exames e, em seguida, a uma cirurgia para estagnar a 
hemorragia interna sofrida. 
João, caminhoneiro autônomo que tem como principal fonte de renda a contratação de fretes, permaneceu 
internado por 30 dias, deixando de executar contratos já́ negociados. A internação de João, nesse período, 
causou uma perda de R$ 20 mil. Após sua alta, ele retomou sua função como caminhoneiro, realizando novos 
fretes. Contudo, 20 dias após seu retorno às atividades laborais, João, sentindo-se mal, voltou ao Hospital X. 
Foi constatada a necessidade de realização de nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio 
causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira cirurgia. João ficou mais 30 
dias internado, deixando de realizar outros contratos. A internação de João, por este novo período, causou 
uma perda de R$ 10 mil. 
João ingressa com ação indenizatória perante a 2a Vara Cível da Comarca da Capital contra o Condomínio 
Bosque das Araras, requerendo a compensação dos danos sofridos, alegando que a integralidade dos danos 
é consequência da queda do pote de vidro do condomínio, no valor total de R$ 30 mil, a título de lucros 
cessantes, e 50 salários mínimos a título de danos morais, pela violação de sua integridade física. 
Citado, o Condomínio Bosque das Araras, por meio de seu síndico, procura você̂ para que, na qualidade de 
advogado(a), busque a tutela adequada de seu direito. 
Elabore a peça processual cabível no caso, indicando os seus requisitos e fundamentos, nos termos da 
legislação vigente. (Valor: 5,00) 
 
18 
42 
Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal 
pertinente ao caso. 
 
 
19 
42 
 
MODELO DE CONTESTAÇÃO 
 
 
 
MERITÍSSIMO JUÍZO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO RIO DE JANEIRO/RJ 
. 
Autos nº. 
. 
CONDOMÍNIO BOSQUE DAS ARARAS, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº, endereço 
eletrônico, domiciliado no endereço completo, neste ato representado por seu síndico, MARCELO 
RORIGUES, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado no 
endereço completo, representado por seus advogados, com endereço profissional (procuração anexa), vem, 
respeitosamente, com fundamento no art. 938 do CC/2002 e nos arts. 335 e ss. do CPC, propor 
. 
CONTESTAÇÃO 
. 
em face de JOÃO, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e 
domiciliada no endereço completo, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas. 
. 
I - DOS FATOS 
. 
O autor andava em frente ao Condomínio réu, quando foi atingido por um objeto lançado da unidade 601. 
Posteriormente ao fato, foi encaminhado ao Hospital X, no qual, em virtude de erro médico, teve danos de 
monta. Reclama indenização por danos, imputando-os ao demandado, de maneira inadequada. 
. 
II - DAS PRELIMINARES 
. 
 
20 
42 
a. Ilegitimidade passiva 
Estabelece o art. 337, inc. IX, do CPC/2015 que incumbe ao réu, antes de tratar do mérito, alegar 
incapacidade da parte, se for o caso, preliminarmente. No presente caso, o Condomínio é parte ilegítima a 
figurar no polo passivo da demanda. 
Isso porque, em relação à queda do pote de vidro, pode ser identificado o condômino que causou o dano. 
Quanto ao erro médico, deve ser responsabilizado o Hospital Municipal X, em vista do tratamento 
inadequado. 
Assim, tendo em vista a identificação do real causador do dano, o réu é parte ilegítima, deve o juiz extinguir 
o feito, sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, inc. IV, do CPC/2015, ante a ausência de 
pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo. 
Por fim, em cumprimento ao art. 339 do CPC/2015, são passivamente legítimos o hospital e o proprietário 
ou possuidor da unidade condominial 601. 
. 
III - DO MÉRITO 
. 
a. Da identificação do causador do dano 
O réu não deve responder pela indenização em relação à primeira cirurgia, tendo em vista que o pote de 
vidro foi lançado de uma unidade que foi identificada, o apartamento 601. De acordo com o art. 938 do 
CC/2002, quem habita prédio respondepelos danos causados pelas coisas lançadas indevidamente. 
Por isso, improcedente o pedido de indenização, já que quem deve responder é o proprietário ou possuidor 
da unidade. O réu, assim, não tem dever de indenizar. 
Melhor razão não assiste ao autor quanto aos danos da segunda cirurgia sofrida pelo autor, na medida em 
que o dano é resultado de erro médico cometido pela equipe cirúrgica do hospital X. A queda do pote de 
vidro nada tem a ver com isso, portanto. 
Ainda que materialmente relacionado ao evento, a queda do pote de vidro do edifício somente se pode 
atribuir a consequências danosas do primeiro evento. O art. 403 do CC/2002 esclarece que as perdas e danos 
incluem apenas os prejuízos efetivos e os lucros cessantes causados direta e imediatamente pelo evento. 
Nesse sentido, indevidos os pedidos de perdas e danos, os lucros cessantes, quanto ao tempo pelo qual o 
autor ficou “parado”. 
Em suma, tanto os danos materiais causados pela primeira cirurgia quanto os danos materiais causados pela 
segunda não podem ser imputados ao réu. Os primeiros são de responsabilidade do morador da unidade 
condominial e os segundos aos hospital, respectivamente. 
. 
 
21 
42 
b. Dos danos morais 
Ademais, inexistem danos morais a serem indenizados, porque a situação trata apenas de danos materiais 
eventualmente sentidos pelo autor. Subsidiariamente, caso seja diferente o entendimento do Juízo, o valor 
a ser fixado a título de indenização por danos morais deve ser inferior aquele pedido pelo autor. Do inverso, 
haverá claro enriquecimento sem causa, chancelado pelo Juízo. 
. 
IV - DO PEDIDO 
. 
Diante do exposto, requer-se que seja: 
a. acolhida a preliminar de mérito de ilegitimidade passiva do réu, extinguindo-se o processo sem resolução 
do mérito, nos termos do art. 485, inc. IV, do CPC/2015; 
b. caso não acolhida a preliminar, julgado improcedente o pedido autoral, no mérito, conforme o art. 487, 
inc. I, do CPC/2015, quanto aos danos materiais, incluindo-se os lucros cessantes; 
c. julgado improcedente também o pedido de condenação do réu a pagar indenização por danos morais, nos 
termos do art. 487, inc. I, do CPC/2015; 
d. subsidiariamente, caso o Juízo entenda cabíveis os danos morais, que seja o réu condenado a indenizar 
em valor inferior ao pleiteado pelo autor; 
e. condenado o autor ao pagamento das custas e honorários de advogado, nos termos do art. 82, §2º, e do 
art. 85, §2º, incisos, ambos do CPC/2015, respectivamente. 
Requer-se, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas, nos termos dos arts. 369 e ss. do 
CPC/2015, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal dos 
réus. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data 
Assinatura 
OAB 
6. Teoria geral dos recursos 
 
Os recursos são independentes, pelo que o autor pode recorrer tanto quanto o réu, tenha ele recorrido ou 
não. O art. 997 do CPC/2015, nesse sentido, aduz que cada parte interporá o recurso, independentemente, 
 
22 
42 
no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por 
qualquer deles poderá aderir a outra parte (§1º). O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal. 
Ou seja, caso eu não tenha recorrido, posso adesivar um recurso no recurso que a outra parte interpõe. 
Assim, se eu olho uma decisão na qual o juiz dá procedência a alguns dos meus pedidos e dá improcedência 
a outros, mas julgo que pelas provas produzidas, e apesar de a minha vitória ter sido parcial, ganhei bem, eu 
simplesmente não recorro. 
No entanto, a outra parte recorre e eu vejo, nas razões do recurso dela, que o argumento que ela utilizou 
para tentar reverter a negatória do juiz é muito bom, e há grande chance de o julgador de segundo grau 
modificar o entendimento do julgador de primeiro grau, por exemplo. Se modificar, há uma chance razoável 
que eu acabe perdendo. 
Assim, o que eu faço? Faço um recurso e adesivo no recurso da outra parte, pedindo para que se reverta o 
julgamento em relação aos pontos que eu perdi. É mais ou menos assim, “eu não ganhei, mas minha vitória 
parcial é boa, então não preciso reclamar; mas como você reclamou, e há boas chances de você acabar 
ganhando, vou eu reclamar daquilo que não ganhei”. 
Em outras palavras, o termo “recurso adesivo” é autoexplicativo mesmo. Eu não tenho recurso, mas como 
a outra parte tem, eu vou lá e “adesivo” o meu. Mas, como funciona o recurso adesivo? Segundo os incisos 
desse artigo, o recurso adesivo deve ser interposto perante a autoridade competente para admitir o 
recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder. 
Ele é admissível não em todos os recursos, mas apenas em alguns. Quais? Nos “recursos finais”, ou seja, os 
recursos que “dão fim” à lide: na Apelação (Apel), no Recurso Extraordinário (RExt), no Recurso Especial 
(REsp). 
Para fins de prova, não cabe, portanto, adesivo nos demais recursos, como o Agravo de Instrumento, nem 
nos recursos específicos da execução, por incompatibilidade. 
Agora, imagine que você colou um adesivo numa carta. O que acontece com o adesivo se você jogar fora a 
carta? Pois é, o mesmo vale para o recurso. O recurso adesivo não será conhecido se houver desistência do 
recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto (deserção é a falta de pagamento das 
custas recursais). 
Esse é um dos pontos fáceis, inclusive! Você SEMPRE tem que indicar, quando for 
um recurso, ou que pagou as custas ou que pediu Assistência Judiciária Gratuita, nos 
termos do art. 1.007, caput e §1º do CPC/2015. Geralmente, na distribuição de pontos 
são 0,2 pontos apenas por isso! 
O preparo inclui o “custo” do recurso, ou seja, o que o Tribunal cobra para que se possa recorrer, e o porte 
de remessa e de retorno. O que é o porte de remessa e de retorno? Nada mais é do que o custo pra 
“transportar” o recurso de uma instância para outra. Se o advogado recorre de uma decisão de um acórdão 
do Tribunal local, o custo pra remeter e fazer retornar um calhamaço de papéis, o recurso varia. 
O STJ fica em Brasília/DF. Se eu faço um Recurso Especial, minha papelada tem que ser mandada para o STJ 
e, ao final, voltar para o Tribunal de origem. Se eu recorro de uma decisão do TJDFT, basta colocar os autos 
 
23 
42 
do processo num carro e levar de uma ponta a outra do Plano Piloto. Se eu recorro de uma decisão do TJ/RS 
ou do TJ/RR, meu recurso vai ter que viajar de avião. 
Se eu recorro de um “processinho” de 200 folhas, o peso é um; se eu recorro numa lide que tem 14 volumes 
de 200 páginas, o peso, e o custo, consequentemente, é outro. Daí o porte de remessa e de retorno. Agora, 
e se o processo for eletrônico? Aí não tem que transportar nada, ora, pelo que o porte é dispensado, como 
prevê o art. 1.007, §3, do CPC/2015. 
No mais, de acordo com o §2º do art. 997, ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso 
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. Como eu 
disse, é como um adesivo num papel, de verdade. 
Nos termos do art. 998 do CPC/2015, o recorrente pode, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido 
ou dos litisconsortes, desistir do recurso. Inclusive, a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação 
da outra parte (art. 999 do CPC/2015). 
Em regra, todas as decisões são recorríveis, exceto as de dois tipos. Primeiro, os despachos (art. 1.001 do 
CPC/2015), que não têm conteúdo decisório, e as decisões consideradas irrecorríveis pela lei. 
Há um exemplo de decisão irrecorrível na aula de Direito de Família. Trata-se do caso de autorização para 
casamento de menor. Não gostou da decisão do juiz, não tem o que fazer. 
Outro caso é o do art. 1.007, §6º, do CPC/2015: recorri e não comprovei o preparo (custas processuais). 
Posteriormente, indico ao juiz razão razoável de não ter feito o preparo do recurso. A decisão sobre ser 
razoável ou não a falta de recolhimento é irrecorrível. 
Igualmente,ninguém é obrigado a recorrer da decisão toda. Pode-se recorrer apenas em parte (art. 1.002 
do CPC/2015). Nesses casos, a decisão do tribunal substitui apenas a parte recorrida, transitando em julgado 
a decisão na parte não recorrida (art. 1.008 do CPC/2015). 
O prazo para a interposição de todos os recursos é de 15 dias úteis (art. 1.003, §5º), exceto os Embargos 
de Declaração (5 dias, apenas). Esse prazo é contado da data da intimação do advogado da decisão (art. 
1.003 do CPC/2015). 
Por fim, os recursos podem ter efeito meramente devolutivo ou também suspensivo. Devolutivo é o efeito 
de “devolver” o julgamento de um órgão a outro. Se o magistrado indefere meu pedido de tutela provisória, 
eu faço um Agravo de Instrumento. Eu “devolvo” ao Desembargador a oportunidade para julgar 
favoravelmente a mim. 
O efeito suspensivo é, como o próprio nome diz, o efeito de suspender uma decisão por outra. Se meu cliente 
foi condenado a prestar alimentos a partir de um pedido de tutela provisória, eu peço ao Desembargador 
para suspender essa decisão, até que o julgamento na Câmara seja finalizado. 
Em regra, prevê o art. 995 do CPC/2015, os recursos não têm eficácia suspensiva, mas apenas devolutiva, 
salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Posso eu requerer a suspensão da decisão 
recorrida? 
 
24 
42 
Claro, de acordo com o parágrafo único, a eficácia da decisão recorrida pode ser suspensa por decisão do 
relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível 
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. Esse é um dos “pontos fáceis” 
que você sempre precisa atentar na sua prova, igualmente. 
 
6.1. Apelação 
 
Da sentença cabe apelação, segundo o art. 1.009 do CPC/2015. Ou seja, nos casos de extinção da lide com 
ou sem análise de mérito. A apelação deve ser interposta por petição dirigida ao juiz, pelo que é necessário, 
na prova, fazer uma peça de interposição (“folha de rosto”) e uma peça de razões (as “razões recursais”). O 
que deve conter uma Apelação? Segundo o art. 1.010 do CPC/2015: 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
Segundo o art. 1.013, §3º, do CPC/2015, se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o 
tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: 
I - reformar sentença fundada no art. 485; 
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido 
ou da causa de pedir; 
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; 
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
Em regra, só posso recorrer daquilo que foi debatido na decisão inferior. Porém, segundo o art. 1.014 do 
CPC/2015, as questões de fato, não propostas no juízo inferior, podem ser suscitadas na Apelação, se a parte 
provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. 
Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe (se apenas devolutivo, ou seja, 
“devolvendo” ao tribunal o julgamento, ou se suspensivo, ou seja, além de “devolver”, suspende a própria 
decisão), manda dar vista ao apelado para responder (art. 1.010, §1º, do CPC/2015. 
A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo, em regra. Produzirá, no entanto, efeitos 
desde já (ou seja, será recebida apenas no efeito devolutivo), nas seguintes hipóteses (art. 1.012, §1º), 
além de outras previstas em lei: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
 
25 
42 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
 
6.2. Agravo de Instrumento 
 
Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento, no prazo de 15 dias, apenas nas seguintes 
hipóteses (art. 1.015): 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua 
revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º; 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Há discussão a respeito desse rol na doutrina, mas ela é irrelevante para a sua prova. O Agravo de 
Instrumento tem uma distinção fundamental em relação à Apelação: a interposição. 
A Apelação é direcionada ao juiz que prolatou a sentença (Juízo a quo, que recebe a petição de interposição), 
que a remete para a autoridade que vai julgar esse recurso (Juízo ad quem, que julga, a partir da petição de 
razões). Já o Agravo deve ser dirigido diretamente ao Tribunal competente, ou seja, não se faz petição de 
interposição, mas apenas a peça de razões. 
Por quê? Porque na Apelação o juiz não precisa mais ficar com os autos do processo. Ele pode mandar a 
coisa toda para o Tribunal. No Agravo de Instrumento não, a lide precisa continuar tramitando no 1º grau de 
jurisdição, mas ao mesmo tempo eu preciso que o Tribunal reveja uma decisão interlocutória. 
 
26 
42 
Por isso, no Agravo eu preciso formar o “instrumento”, que nada mais é do que uma cópia dos documentos 
que são necessários para que o Tribunal analise meu recurso. Essa petição precisa conter os seguintes 
requisitos (art. 1.017 do CPC/2015): 
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou 
a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou 
outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas 
aos advogados do agravante e do agravado; 
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita 
pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; 
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis. 
Segundo o art. 1.018, o agravante PODE requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do 
agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram 
o recurso. É obrigado ele a tomar tal providência, como no CPC/1973? 
Não, mas, segundo o §2º, não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no 
caput, no prazo de 3 dias a contar da interposição do agravo de instrumento. O descumprimento dessa 
exigência, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento 
(§3º). Ou seja, se os autos forem físicos, o agravante é OBRIGADO a requerer essa juntada. 
De qualquer forma, aduz o §1º, se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator 
considerará prejudicado o agravo de instrumento. Na sequência, segundo o art. 1.019, inc. II do CPC/2015, 
o relator manda intimar o agravado para que responda no prazo de 15 dias e, por fim, julga o recurso. 
O Agravo de Instrumento não cabe nas decisões dos JEC, que só admitem três recursos: o Recurso 
(“Inominado”) contra a sentença, os Embargos de Declaração (que cabem basicamente sempre) e o Recurso 
Extraordinário (em que caso de violação da norma constitucional. O JEC funciona como a Justiça do Trabalho: 
quer reclamar? Só no final... O CPC/2015 tentou “imitar” o processo trabalhista e o JEC, nesse sentido, 
restringindo as hipóteses de Agravo de Instrumento. 
Nesse sentido, o art. 1.009, §1º, do CPC/2015 prevê que as questões resolvidas na fase de conhecimento, se 
a decisão a seu respeitonão comportar Agravo de Instrumento, não são cobertas pela preclusão. Ou seja, se 
não cabia Agravo (e consequentemente eu não recorri da decisão, que era irrecorrível), eu posso “reclamar” 
dessa decisão em sede de Apelação. 
Como? O apelante deve suscitar a reclamação em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra 
a decisão final, ou nas contrarrazões. Se essas questões forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente 
será intimado para, em 15 dias, manifestar-se a respeito delas (§2º). 
 
6.3. Recurso ao STJ (REsp) 
 
 
27 
42 
O REsp, nos casos previstos na CF/1988, será interposto perante o Presidente ou o Vice-Presidente do 
tribunal recorrido, em petições distintas. Esse recurso funciona portanto, como uma Apelação, mas não do 
juiz de primeiro grau para o Tribunal local, mas do Tribunal local para o STJ. 
Assim, o recurso deve contar com uma petição de interposição (dirigida ao Presidente ou Vice do Tribunal 
local) e uma petição de razões (dirigida ao STJ). O que eu devo apresentar nesse tipo de recurso? Segundo o 
art. 1.029 do CPC/2015: 
I - a exposição do fato e do direito; 
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; 
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. 
Cuidado com a “demonstração do cabimento do recurso interposto”, que costuma ter pontuação elevada! 
Você deve indicar a razão pela qual seu recurso é cabível, na forma da CF/1988. Segundo o art. 1.030 do 
CPC/2015, recebida a petição, será intimado o recorrido para apresentar contrarrazões. 
Cabe ao STJ julgar, segundo o art. 105, inc. III, da CF/1988, REsp em relação a decisões recorridas de única 
ou última instância dos TJs, TRFs e TJDFT que: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
Não admitido o REsp, caberá agravo, no prazo de 15 dias (art. 1.042 do CPC/2015). O agravado será 
intimado para no prazo de 15 dias oferecer resposta (§3º). 
 
 
7. Modelo de Apelação 
 
Ao invés de colocar um modelo absolutamente genérico, vou trazer a você o modelo da última apelação que 
apareceu na prova da OAB, no XXIII Exame. Assim, você vê, de maneira mais palpável, como a FGV cobrou 
essa peça! =) 
Para facilitar, vou destacar em AMARELO os elementos que são variáveis dentro de uma apelação e em 
CINZA os elementos que são peculiares dessa apelação em específico, que não se repetiriam em outras 
apelações. Além disso, deixarei um ponto ( . ) nas linhas onde eu pularia uma linha; você pode pular mais 
linhas, se quiser, mas eu acho arriscado, porque pode faltar espaço no final... 
 
 
28 
42 
Enunciado 
Ricardo, cantor amador, contrata Luiz, motorista de uma grande empresa, para transportá-lo, no dia 2 de 
março de 2017, do Munícipio Canto Distante, pequena cidade no interior do Estado do Rio de Janeiro onde 
ambos são domiciliados, até a capital do Estado. No referido dia, será́ realizada, na cidade do Rio de Janeiro, 
a primeira pré-seleção de candidatos para participação de um concurso televisivo de talentos musicais, com 
cerca de vinte mil inscritos. Os mil melhores candidatos pré-selecionados na primeira fase ainda passarão 
por duas outras etapas eliminatórias, até que vinte sejam escolhidos para participar do programa de 
televisão. Luiz costuma fazer o transporte de amigos nas horas vagas, em seu veículo particular, para 
complementar sua renda; assim, prontamente aceita o pagamento antecipado feito por Ricardo. 
No dia 2 de março de 2017, Luiz se recorda de que se esquecera de fazer a manutenção periódica de seu 
veículo, motivo pelo qual não considera seguro pegar a estrada. Assim, comunica a Ricardo que não poderá 
transportá-lo naquele dia, devolvendo-lhe o valor que lhe fora pago. Ricardo acaba não realizando a viagem 
até o Rio de Janeiro e, assim, não participa da pré-seleção do concurso. 
Inconformado, Ricardo ingressa com ação indenizatória em face de Luiz menos de um mês após o ocorrido, 
pretendendo perdas e danos pelo inadimplemento do contrato de transporte e indenização pela perda de 
uma chance de participar do concurso. A ação foi regularmente distribuída para a Vara Cível da Comarca de 
Canto Distante do Estado do Rio de Janeiro. Citado, o réu alegou em contestação que Ricardo errou ao não 
tomar um ônibus na rodoviária da cidade, o que resolveria sua necessidade de transporte. Ao final da 
instrução processual, é proferida sentença de total procedência do pleito autoral, tendo o juízo 
fundamentado sua decisão nos seguintes argumentos: 
i) o inadimplemento contratual culposo foi confessado por Luiz, devendo ele arcar com perdas e danos, nos 
termos do Art. 475 do Código Civil, arbitrados no montante de cinco vezes o valor da contraprestação 
originalmente acordada pelas partes; 
ii) o fato de Ricardo não ter contratado outro tipo de transporte para o Rio de Janeiro não interrompe o nexo 
causal entre o inadimplemento do contrato por Luiz e os danos sofridos; 
iii) Ricardo sofreu evidente perda da chance de participar do concurso, motivo pelo qual deve ser indenizado 
em montante arbitrado pelo juízo em um quarto do prêmio final que seria pago ao vencedor do certame. 
Na qualidade de advogado(a) de Luiz, indique o meio processual adequado à tutela integral do seu direito, 
elaborando a peça processual cabível no caso, excluindo-se a hipótese de embargos de declaração, indicando 
os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
29 
42 
MODELO DE APELAÇÃO 
 
 
 
MERITÍSSIMO JUÍZO DA COMARCA DE CANTO DISTANTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
. 
Autos nº. 
. 
LUIZ, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado no 
endereço completo, representado por seus advogados, com endereço profissional (procuração anexa), vem, 
respeitosamente, com fundamento no art. 1.009 e ss. do CPC/2015, interpor 
. 
APELAÇÃO 
. 
contra a decisão proferida na lide em que contende com RICARDO, estado civil, profissão, inscrito no CPF 
sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado no endereço completo, pelas razões fáticas e jurídicas 
a seguir expostas. 
Frise-se, de antemão, que o presente recurso é tempestivo, tendo sido interposto no prazo de 15 dias úteis, 
na forma do art. 1.003, §5º, do CPC/2015. Igualmente, segue o recurso com seu preparo, conforme 
documentos em anexo, para que possa o Tribunal analisar sua regularidade. 
Requer-se que, após comprovação de regularidade, seja o presente recurso encaminhado ao Tribunal, para 
análise de seu mérito, de modo que nova decisão seja proferida. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data 
Assinatura 
OAB 
. 
AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
30 
42 
. 
Recorrente: LUIZ 
Recorrido: RICARDO 
Autos nº. 
Origem: Vara Cível de Canto Distante 
Colenda Câmara, Meritíssimos Desembargadores, 
. 
I - DOS FATOS 
. 
O recorrente foi contratado para fazer o transporte do recorrido. Ocorre que, na data avençada, não pôde 
fazê-lo, em razão da necessidade de reparos no automóvel, que poderia tornar a viagem insegura. Devolveu 
o valor ao recorrido e ele, por razões alheias ao recorrente, deixou de fazer a viagem, de modo que sofreu 
dano. Não obstante, o recorrente não tem o dever de indenizar, como se verá. 
. 
II - DO DIREITO 
. 
a. Ausência de responsabilidade 
No presente caso, está-se diante de evidente hipótese de responsabilidade contratual, já que as partes 
celebraram contrato de transporte. Por isso, o art. 475 do CC/2002, que rege a matéria, permite ao credor 
perante o qual há inadimplemento resolver o contrato e cobrar perdas e danos. 
Como se extrai do art.402 do CC/2002, as perdas e danos abrangem os prejuízos havidos e os lucros não 
percebidos. No entanto, o art. 392 do CC/2002 é claro ao exigir que o lesado prove a culpra da contraparte, 
no caso de contratos onerosos. O contrato de transporte, como é sabido, é um contrato oneroso. 
Ou seja, a eventual indenização devida pelo recorrente dependeria da demonstração de algum prejuízo 
efetivamente sofrido por Ricardo. Não pode a indenização decorrer do simples fato de ter havido a resolução 
do pacto. Como ele nada provou, não há dever de indenizar, na foram do art. 927 do CC/2002. 
O fato de Ricardo não ter tomado nenhuma medida para realizar a viagem para o Rio de Janeiro configura 
culpa exclusiva da vítima. Nesses casos, quebra-se o nexo de causalidade e não há de se falar em indenização. 
Eventualmente, se for reconhecida não a culpa exclusiva, mas a culpa concorrente da vítima, nos termos do 
art. 945 do CC/2002, ainda é necessário provar a culpa do ofensor. Por isso, caso se reconheça algum dano 
imputável ao recorrente, o montante indenizatório deve ser reduzido proporcionalmente. 
 
31 
42 
. 
b. Ausência de dano 
Quanto às perdas e danos, incorreto o julgamento de primeiro grau. Não existe na legislação civil a 
pretendida indenização em cinco vezes o valor do contrato. Por isso, deve a sentença ser reformada quanto 
ao ponto. 
Relativamente à perda de uma chance, melhor razão não assiste à decisão. A aplicação desse Teoria, no 
direito brasileiro, exige para a sua configuração que exista a probabilidade grande, séria e real de obtenção 
de determinado resultado. 
Tal não restou demonstrado no presente caso, tendo em vista que não havia certeza mínima sequer quanto 
à participação de Ricardo do concurso televisivo. Pior ainda estabelecer que isso configuraria chance real de 
ele vencer o certame. Esse é um caso típico de dano eventual, não indenizável por força do art. 403 do 
CC/2002, que exige nexo de causalidade entre a conduta e o dano que seja direto e imediato. 
. 
III - DO PEDIDO 
. 
Diante do exposto, requer-se que seja: 
a. admitido o presente recurso, para conhecimento e análise de suas razões; 
b. no mérito, conhecido e provido o recurso, para que seja reformada a decisão recorrida de modo a se 
afastar a responsabilidade civil do recorrente, em virtude da culpa exclusiva do recorrido, relativamente às 
perdas e danos; 
c. sucessivamente, reformada a decisão recorrido, para se reconhecer a culpa concorrente do recorrido, 
devendo o valor de indenização ser minorado, quanto às perdas e danos; 
d. afastada a aplicação da teoria da perda de uma chance, pelas razões supramencionadas, afastando-se o 
dever de indenizar quanto a esse dano eventual. 
Requer-se ainda a inversão dos ônus sucumbenciais, segundo o art. 82, §2º, bem como a majoração dos 
honorários advocatícios, nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data 
Assinatura 
OAB 
 
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42 
8. Modelo de Agravo de Instrumento 
 
Ao invés de colocar um modelo absolutamente genérico, vou trazer a você o modelo do último agravo de 
instrumento que apareceu na prova da OAB, no XXII Exame. Assim, você vê, de maneira mais palpável, como 
a FGV cobrou essa peça! =) 
Para facilitar, vou destacar em AMARELO os elementos que são variáveis dentro de um agravo e em CINZA 
os elementos que são peculiares desse agravo em específico, que não se repetiriam em outros agravos de 
instrumento. Além disso, deixarei um ponto ( . ) nas linhas onde eu pularia uma linha; você pode pular mais 
linhas, se quiser, mas eu acho arriscado, porque pode faltar espaço no final... 
 
Enunciado 
A editora Cruzeiro lançou uma biografia da cantora Jaqueline, que fez grande sucesso nas décadas de 1980 
e 1990, e, por conta do consumo exagerado de drogas, dentre outros excessos, acabou por se afastar da vida 
artística, vivendo reclusa em uma chácara no interior de Minas Gerais, há quase vinte anos. 
Poucos dias após o início da venda dos livros, e alguns dias antes de um evento nacional organizado para sua 
divulgação, por meio de oficial de justiça, a editora foi citada para responder a uma ação de indenização por 
danos morais cumulada com obrigação de fazer, ajuizada por Jaqueline. No mesmo mandado, a editora foi 
intimada a cumprir decisão do Juízo da 1a Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, que 
deferiu a antecipação de tutela para condenar a ré a não mais vender exemplares da biografia, bem a 
recolher todos aqueles que já́ tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido 
comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de cinquenta mil reais. 
A decisão acolheu os fundamentos da petição inicial, no sentido de que a obra revela fatos da imagem e da 
vida privada da cantora sem que tenha havido sua autorização prévia, o que gera lesão à sua personalidade 
e dano moral, nos termos dos artigos 20 e 21 do Código Civil, e que, sem a imediata interrupção da divulgação 
da biografia, essa lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, revelando o perigo de dano 
irreparável e o risco ao resultado útil do processo. 
A editora procura você̂ como advogado(a), informando que foi intimada da decisão há três dias (mas o 
mandado somente foi juntado aos autos no dia de hoje) e que pretende dela recorrer, pois entende que não 
se justifica a censura à sua atividade, por tratar-se de informações verdadeiras sobre a vida de uma 
celebridade, e afirma que o recolhimento dos livros lhe causará significativos prejuízos, especialmente com 
o cancelamento do evento de divulgação programado para ser realizado em trinta dias. 
Na qualidade de advogado(a) da editora Cruzeiro, elabore o recurso cabível voltado a impugnar a decisão 
que deferiu a antecipação da tutela descrita no enunciado, afastados embargos de declaração. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
33 
42 
 
 
34 
42 
 
MODELO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
. 
Autos nº. 
. 
EDITORA CRUZEIRO, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico, 
domiciliado no endereço completo, neste ato representado por X, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob 
o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado no endereço completo, representado por seus advogados, 
com endereço profissional (procuração anexa), vem, respeitosamente, com fundamento no nos arts. 1.015, 
inc. I e ss. do CPC, interpor 
. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
. 
contra a decisão liminar proferida em favor de JAQUELINE, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº, 
endereço eletrônico, residente e domiciliada no endereço completo, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir 
expostas. Seguem, o nome, qualificação e endereço dos advogados do agravante e do agravado, nos termos 
do art. 1.016, inc. IV, do CPC/2015. 
Seguem, em anexo às razões, os documentos obrigatórios – incluindo a inicial, a decisão agravada, a certidão 
de intimação e as procurações –, como exige o art. 1.017, inc. I, do CPC/2015. O agravante também anexou 
os documentos facultativos necessários à compreensão do recurso, como lhe permite o art. 1.017, inc. III, 
do CPC/2015. 
Está anexado também o comprovante de pagamento das guias do porte de remessa e de retorno, na forma 
da lei (art. 1.017, §1º). 
. 
I - DOS FATOS 
. 
 
35 
42 
A agravante lançaria a biografia da agravada. No entanto, ela conseguiu, liminarmente, suspender a 
comercialização das obras, sob o argumento de violação de seus direitos de personalidade. A decisão, no 
entanto, merece ser cassada, como se verá agora. 
. 
II - DO CABIMENTO 
. 
A decisão agravada é interlocutória e concessiva de tutela provisória, pelo que desafia, segundo o art. 1.015, 
inc. I, do CPC/2015, a interposiçãode agravo. 
. 
III - DA TEMPESTIVIDADE 
. 
O recurso foi interposto no prazo, pelo que merece conhecimento. Conforme o art. 1.003, §5º, do CPC/2015, 
o agravo deve ser interposto em até quinze dias úteis, contados da data da juntada aos autos do mandado 
de intimação, por força do art. 231, inc. II, do CPC/2015. 
. 
IV - DO DIREITO 
. 
a. Direito 
É desnecessária a autorização prévia da pessoa para que seja sua biografia feita, em virtude de interpretação 
conforme a CF/1988 dada aos arts. 20 e 21 do CC/2002. Assim, a liberdade de expressão abrange também o 
direito a biografar uma pessoa notória ou publica, especialmente em se tratando de fatos verdadeiros a 
respeito dela. 
Eventualmente, se houver excesso, e apenas nesse caso, pode o biografado exigir indenização. A autorização 
prévia configuraria verdadeira censura prévia, o que não se pode permitir no Direito brasileiro. 
Há exercício regular da liberdade de expressão, conforme se extrai do art. 5º, inc. IX, da CF/1988. Esse, 
inclusive, é o entendimento do STF, que já julgou situação análoga. 
Há evidente probabilidade de direito, especialmente por causa da aplicação das normas constitucionais ao 
caso. Por isso, a decisão recorrida deve ser cassada, por ferir direitos constitucionalmente assegurados e 
servir de censura prévia à liberdade de expressão. 
. 
b. Efeitos suspensivo 
 
36 
42 
Estabelece o art. 995 do CPC/2015 que os provimentos judiciais têm efeito imediato, pelo que os recursos 
não têm, em regra, eficácia suspensiva. No entanto, na forma do art. 1.019, inc. I do CPC/2015, pode ser 
atribuído efeito suspensivo ao recurso ou se deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a 
pretensão recursal. É o que se requer. 
Há dano grave ou de difícil reparação, em caso de manutenção da decisão agravada. Isso porque a 
antecipação de tutela condenou o agravante a não mais vender exemplares da biografia, bem a recolher 
todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados. 
Ademais, há probabilidade de provimento do recurso, precisamente porque a decisão recorrida viola direitos 
fundamentais e se transmuta em censura prévia, desafiando a jurisprudência do STF. Por isso, necessária 
sua cassação de pronto. 
. 
V - DO PEDIDO 
. 
Diante do exposto, requer-se que seja: 
a. atribuído o efeito suspensivo ao presente recurso, para se suspender a decisão recorrida; 
b. provido o recurso, confirmando-se a liminar de suspensão, de modo a se indeferir a tutela provisória; 
c. condenado o autor ao pagamento das custas acrescidas e honorários de advogado, nos termos do art. 82, 
§2º, e do art. 85, §2º, incisos, ambos do CPC/2015, respectivamente. 
Requer-se, ainda, a juntada da guia de recolhimento das custas processuais, na forma da lei. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data 
Assinatura 
OAB 
 
 
37 
42 
9. Modelo de Recurso Especial 
 
Ao invés de colocar um modelo absolutamente genérico, vou trazer a você o modelo do último recurso 
especial que apareceu na prova da OAB, no XXV Exame. Assim, você vê, de maneira mais palpável, como a 
FGV cobrou essa peça! =) 
Para facilitar, vou destacar em AMARELO os elementos que são variáveis dentro de um recurso especial e 
em CINZA os elementos que são peculiares desse recurso especial em específico, que não se repetiriam em 
outros recursos especiais. Além disso, deixarei um ponto ( . ) nas linhas onde eu pularia uma linha; você pode 
pular mais linhas, se quiser, mas eu acho arriscado, porque pode faltar espaço no final... 
 
Enunciado 
Em uma determinada ação indenizatória que tramita na capital do Rio de Janeiro, o promitente comprador 
de um imóvel, Serafim, pleiteia da promitente vendedora, Incorporadora X, sua condenação ao pagamento 
de quantias indenizatórias a título de (i) lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega da 
unidade imobiliária e (ii) danos morais. Todas as provas pertinentes e relevantes dos fatos constitutivos do 
direito do autor foram carreadas nos autos. 
Na contestação, a ré́ suscitou preliminar de ilegitimidade passiva, apontando como devedora de eventual 
indenização a sociedade Construtora Y contratada para a execução da obra. Alegou, no mérito, o 
descabimento de danos morais por mero inadimplemento contratual e, ainda, aduziu que a situação 
casuística não demonstrou a ocorrência dos lucros cessantes alegados pelo autor. 
O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos processuais sob o rito comum, acolheu a 
preliminar de ilegitimidade passiva. 
Da sentença proferida já ́à luz da vigência do CPC/15, o autor interpôs recurso de apelação, mas o acórdão 
no Tribunal de Justiça correspondente manteve integralmente a decisão pelos seus próprios fundamentos, 
sem motivar específica e casuisticamente a decisão. 
O autor, diante disso, opôs embargos de declaração por entender que havia omissão no Acórdão, para 
prequestionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela. No julgamento dos embargos 
declaratórios, embora tenha enfrentado os dispositivos legais aplicáveis à espécie, o Tribunal negou 
provimento ao recurso e também aplicou a multa prevista na lei para a hipótese de embargos meramente 
protelatórios. 
Na qualidade de advogado(a) de Serafim, indique o meio processual adequado para a tutela integral do seu 
direito em face do acórdão do Tribunal, elaborando a peça processual cabível no caso, excluindo-se a 
hipótese de novos embargos de declaração, indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da 
legislação vigente. (Valor: 5,00) 
 
38 
42 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
39 
42 
MODELO DE RECURSO ESPECIAL 
 
 
 
MERITÍSSIMO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
. 
Autos nº. 
. 
SERAFIM, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado no 
endereço completo, representado por seus advogados, com endereço profissional (procuração anexa), vem, 
respeitosamente, com fundamento no art. 1.029 e ss. do CPC/2015, bem como no art. 105, inc. III, alínea “a” 
da CF/1988, interpor 
. 
RECURSO ESPECIAL 
. 
contra o Acórdão proferido pelo supracitado Tribunal, na lide em que contende com INCORPORADORA Y, 
pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico, domiciliada no endereço 
completo, e com CONSTRUTORA X, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº, endereço 
eletrônico, domiciliada no endereço completo, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas. 
Frise-se, de antemão, que o presente recurso é tempestivo, tendo sido interposto no prazo de 15 dias úteis, 
na forma do art. 1.003, §5º, do CPC/2015. Igualmente, segue o recurso com seu preparo, conforme 
documentos em anexo, para que possa o Tribunal analisar sua regularidade. 
Requer-se que, após comprovação de regularidade, seja o presente recurso encaminhado ao órgão julgador 
para que possa promover seu Juízo de retratação, se houver entendimento divergente com o entendimento 
do STJ em sede de recurso repetitivo, nos termos do art. 1.030, inc. II, do CPC/2015. Se desnecessária a 
medida, requer-se processado o presente recurso, com a realização do juízo de admissibilidade para que 
sejam as razões remetidas ao Superior Tribunal de Justiça para análise do mérito, como determina o art. 
1.030, inc. V, do CPC/2015. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data 
Assinatura 
 
40 
42 
OAB 
. 
AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
. 
Recorrente: SERAFIM 
Recorridas: CONSTRUTURA X e INCORPORADORA Y 
Autos nº. 
Colenda Turma, Meritíssimos Ministros, 
. 
I - DO CABIMENTO 
. 
Trata-se de decisão proferida pelo Tribunal a quo, em última instância, a ensejar o manejo do presente 
Recurso Especial. A decisão recorrida violou dispositivo

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