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Revisão bibliográfica sobre o Egito Antigo

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A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA E A RELAÇÃO DO POVO COM AS DIVINDADES
Vanessa Emilia de Araújo[1: Graduanda em licenciatura em História pela Universidade Estadual da Paraíba.]
Resumo:
 O presente trabalho suscita a importância do conhecimento a cerca da civilização egípcia, posto que se trata de uma das civilizações mais antigas de que se tem conhecimento e também porque se trata da história da humanidade que tanto se tem a estudar, mas pouco a conhecemos, posto sua grandiosidade e complexidade.
 
Palavras-chave:
Cosmos, caos, benevolência.
1. Introdução:
 A civilização egípcia apresenta uma complexidade muito grande, um cunho religioso muito forte, presente em toda a extensão desta civilização, além disso, a vida cotidiana das pessoas, suas relações com as divindades cultuadas a nível nacional ou local apresentam a base mítica e social vivida naquele momento. Diante disso há uma curiosidade a se saber como se deu a visão de origem do mundo para os egípcios? Qual a importância atribuída à religiosidade por esses povos? Como o povo egípcio se preparava para a morte e qual a visão que eles tinham dela?
 Sendo assim, realizamos a seguinte pesquisa no intuito de esclarecer essas questões aos interessados em saber sobre o Mundo Antigo e mais ainda a estudantes da área de humanas que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito do Egito Antigo.
2. A questão da origem do mundo:
 O caos existira desde sempre “não pode ser explicado, não se assemelha a nada e é a negação do mundo presente, atual.” (COHN, 1996, p. 18) não foi nenhum deus que o criou. Ele é a matéria primeira inanimada até então. E por isso é temido pelo povo, que envoltos pelas histórias escritas por teólogos e sacerdotes do rei, acreditam que o caos deva ser evitado e que os apenas os deuses e os faraós – que são tidos como semideuses, intercessores do povo para com os deuses e destes para com o povo – pode através de seus feitos, protegendo mulheres viúvas, agindo para com o povo de forma justa pode garantir que o caos não venha a assolar ao povo que está sob o seu governo.
 O outeiro primordial é conhecido pelos egípcios pela forma de mito, mas que eles naquele momento histórico não o compreenderam como tal, visto que era entendido como a origem do mundo “uma minúscula ilha surgiu das águas” (COHN, 1996, p. 19) – um fenômeno que se repete anualmente com as cheias e o refluxo das águas do Rio Nilo. Desse modo a lama que torna as terras inférteis, com as cheias e os posteriores refluxos tornam-se férteis, repletas de criaturas vivas, propícia para ser cultivada pelos agricultores – visto que foram as mulheres que descobriram a agricultura. Assim a cada ano quando ocorrem essas inundações do rio Nilo é como se fosse para o povo egípcio como um novo outeiro primordial, uma renovação do surgimento do mundo.
 O demiurgo era visto como uma figura originada do Nun – que é o oceano ilimitado, escuro – dele origina-se o demiurgo que está adormecido no Nun e em dado momento toma consciência de si e vai atuar no mundo que até então não existia. O demiurgo “trouxe luz onde reinava a escuridão primordial” (COHN, 1996, p. 19) posto que os teólogos o identificassem com diferentes nomenclaturas dependendo da região de que se fale, por exemplo, os teólogos de Heliópolis diziam que ele era o deus-sol Ra já os mênfitas que era o deus-terra Ptah. Ptah criou os deuses e fez o mundo “foi ele quem colocou o céu no seu lugar apropriado e o manteve lá, foi ele quem criou o sol e o subordinou a si.” (COHN, 1996, p. 20).
 O povo egípcio tem em si uma relação muito forte com a religiosidade, não podermos esquecer que se trata dos povos mais antigos de que se tem conhecimento e é a partir do conhecimento de sua história que poderemos compreender o que perdurou por vários séculos e até milênios da História da humanidade. Os egípcios acreditavam que o mundo tem sua origem no caos – que se trata da desordem – e que ele existira desde sempre, é a partir dele que o demiurgo que é o Deus Rá para os teólogos da cidade de Heliópolis cria o mundo ordenado como é chamado pelos egípcios e mantem a sua ordem diariamente. Trava uma luta com o caos enquanto faz a sua travessia diária entre o mundo ordenado – que é o mundo empírico e o mundo inferior.
3. A religião e o povo egípcio:
 A religião egípcia tal quais outras religiões posteriores a essa, são envoltas por muitos ritos, figuras mitológicas e deuses. No Egito Antigo a vida cotidiana das pessoas estava arraigada pela religião, aos deuses. Esses eram diversos, inicialmente nos períodos primevos eram associados a elementos da natureza, no geral, deuses esses que eram cultuados fielmente, pois se tinha uma ideia de que os deuses mantinham a ordem sobre aquele determinado elemento da natureza, como por exemplo, o sol que era atribuído a Ra, o deus sol, que é a divindade local da cidade de Tebas e posteriormente toma proporções que o culto a esse deus passa a ser nacional. O culto as divindades podem ser locais ou não, os cultuavam diversos deuses, os quais requeriam ritos distintos a serem feitos pelos ‘devotos’ para que os deuses continuassem a manter a ordem.
 Os deuses estavam nos céus ou nos mundos inferiores, alguns eram benevolentes, outros não. Os deuses estavam para além dos confins da terra, os humanos não tinham contato com eles, apenas desfrutavam de seus feitos, que dependiam das ações do povo e também como acima fora citado da ação dos faraós – que eram tidos como semideuses, estes agiam de forma a manter a ordem no seu governo e tinha a tarefa de manter afastado o caos, fazendo-o de modo que faz os ritos que os compete de forma correta. 
 Os egípcios praticavam seus ritos aos deuses para que a ordem no cosmos pudesse ser obedecida, os deuses que eram benevolentes eram temidos pelo povo, pois se acreditava que sua fúria poderia causar tragédias, catástrofes naturais, seca – muito temida pelos egípcios. O povo amava o seu deus, no entanto “o temor, porém, estava mesclado ao amor” (COHN, 1996, p. 22), os ritos praticados de forma correta, acreditavam eles, que faziam com que os deuses agissem com benevolência, caso contrário, seriam castigados.
 Além disso, os cultos aos deuses caseiros deveriam ter uma preparação específica para que se pudesse fazê-la, os faraós construíam uma espécie de fortaleza para que se pudessem praticar os ritos corretamente, ele os praticava, pois havia alguns ritos que só cabiam ao faraó fazê-lo, no mais alguns sacerdotes os faziam diariamente, mas para isso:
 “terminada a purificação do santuário, o sacerdote cerimonialmente puro está pronto para abrir as portas do tabernáculo, onde se conserva a estátua do deus, e para evocar, com ritos apropriados, a sua “alma”, ou seja, a sua manifestação divina, no simulacro que o representa e que, sem tais ritos, não passa duma estátua inanimada.” (RACHEWILTZ, 1964, p. 119).
 O sacerdote não pode adentrar no recinto onde fica localizada a estátua vinculada àquela determinada divindade caso não tenha feito um rito de purificação, após esse ritual o sacerdote faria o seu culto ao deus pedindo-lhe que continue a agir com benevolência, evitando o caos em suas lutas diárias contra ele e que conceda prosperidade ao povo que ele representa. Além disso, “o sacerdócio procurava, com adequado rito de caráter mágico, auxiliar a vitória diária das forças da luz sobre as trevas demoníacas.” (RACHEWILTZ, 1964, p. 122), ou seja, a vitória dos deuses sobre o caos. Esses ritos eram importantes à medida que, “com efeito, supunha-se que, durante a viagem noturna do deus Sol pelas regiões inferiores, este era atacado, à sétima hora, pelo infame dragão Apep, símbolo do Mal. Por isso, os sacerdotes corriam em auxilio do deus.” (RACHEWILTZ, 1964, p.122).
 Ao fim dos rituais as estatuas as quais os sacerdotes davam vida através dos ritos praticados eram queimadas, pois não era concebível que se fizessem cultos diários com os mesmos elementos usados nos dias anteriores, “o fogo é um elemento que purifica e aniquila”(RACHEWILTZ, 1964, p.122), por isso os sacerdotes queimavam suas estátuas.
4. A questão da morte
 A morte para o povo do Egito é encarada de forma una, difusa de todas as visões ocidentais de que temos conhecimento. Ela é tida como uma passagem para a continuação da vida que temos aqui na terra, mas salvo as devidas proporções de que as atitudes que os sujeitos tiveram aqui é que dirá se ele irá ser destinado a viver no mundo inferior ou no mundo onde tudo é maravilhoso.
 A vida pós-morte era uma preocupação de todo o povo egípcio, os mais ricos, como faraós mandaram construir magníficas edificações que são as pirâmides para que seu corpo pudesse ali descansar, enquanto sua alma desfrutaria dos prazeres da vida eterna. Isso assolava a população, a preocupação em ter seu corpo mumificado e em adquirir o livro dos mortos – que era uma espécie de manual ao qual o indivíduo ao morrer, quando fosse fazer a passagem entre os mundos empírico e o espiritual, sua alma pudesse recorrer ao livro dos mortos que dizia-lhe como se portar para vencer determinado inimigo e quais seriam as palavras mágicas para que pudesse fazer tal coisa, e “o livro dos mortos está cheio do princípio ao fim, de fórmulas mágicas que ajudam a múmia a proteger-se e o defunto a receber a vida eterna.” (CARL, 1989, p. 31)
 No túmulo eram colocados diversos tesouros do futuro defunto – que preparava sua urna fúnebre antes de morrer, toda a preocupação era voltada para a morte. Dentre eles encontra-se “o escaravelho, esculpido em pedra, em barro, em vidro ou noutros metais. [...] representavam o deus do Sol (que tinha vários símbolos) como um escaravelho empurrando o disco solar diante de si [...]”. (CARL, 1989, p. 27) este escaravelho era posto no centro do tórax da múmia, no geral. Além dele, eram feitas pinturas nas paredes que representariam cenas da vida do morto na outra vida, estatuetas eram feitas na representação de escravos, geralmente, visto que as pessoas não queriam trabalhar na vida eterna que teriam então esses escravos fariam para ele todo o trabalho que ele deveria desempenhar.
 A pessoa ao morrer seria julgada pelo tribunal do deus Osíris – que fora esquartejado por seu irmão Toth e seus pedaços foram espalhados pelo mundo, sua esposa Íris junta seus pedaços inclusive o falo, e ele volta a viver, mas novamente Toth atenta contra sua vida e a tira. Desse modo Osíris passou a ser o deus do mundo inferior ao qual cabe a função de julgar os mortos.
No tribunal dos mortos o Deus Osíris julga os mortos na presença de 42 demônios os quais representam 42 pecados que a pessoa deve jurar não tê-los cometido “neste tribunal dos mortos encontramos, pela primeira vez uma ideia de que a sorte dos defuntos na vida futura depende do seu comportamento em terra.” (CARL, 1989, p. 29).
 5. Considerações finais:
 Notando a importância da civilização egípcia muito se tem a elencar a respeito, desde a sua visão de mundo, a credulidade em sua origem mitológica, tal qual em tempos históricos posteriores, a religião que é intrínseca aos egípcios, a relação com os deuses, os cultos, a ligação que permeia toda a plenitude da complexa civilização. E além do mais a crença em uma vida após a morte próspera e longe de toda a ameaça de caos que ameaça invadir o mundo ordenado, onde os deuses tem de atuar em batalhas diárias para que isso não ocorra. 
 Por isso, cabe a nós historiadores buscarmos nos aprofundar nos estudos sobre essa grandiosa e una civilização que fora a egípcia, que por diferir muito da realidade que vivemos suscita ainda mais a curiosidade daqueles que desejam conhecer o mundo Antigo.
Referências bibliográficas:
RACHEWILTZ, B. A vida no antigo Egipto. Barcelos: Arcadia, 1964. p. 243
COHN, N. Egito. In:__. Cosmos, caos e o mundo que virá: as origens da crença no apocalipse. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
CARL, G. História universal: a aurora da civilização. v.1.Azul, 1989.

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