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POR35_Portugues_com_Exercicios_Fernando

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www.resumosconcursos.com 
Assunto: Português com Exercícios 
 
Matéria: Português Autor: Fernando Damião 
 
 
Português 
 
 
 
 
Título: 
PORTUGUÊS COM EXERCÍCIOS 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: 
FERNANDO DAMIÃO 
Compreensão, Interpretação e Reescritura
de Textos
As questões de interpretação de textos vêm ganhando
espaço nos concursos públicos. Também é a partir de
textos que as questões normalmente cobram a aplicação
das regras gramaticais nos grandes concursos de hoje.
Por isso, é cada vez mais importante observar os
comandos das questões. Normalmente o candidato é
convidado a:
• idenficar:
Reconhecer elementos fundamentais apresentados no
texto.
• comparar:
Descobrir as relações de semelhanças ou de diferenças
entre situações apresentadas no texto.
• comentar:
Relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade,
opinando a respeito.
• resumir:
Concentrar as idéias centrais em um só parágrafo.
• parafrasear:
Reescrever o texto com outras palavras.
• continuar:
Dar continuidade ao texto apresentado, mantendo a
mesma linha temática.
Por isso, consideramos que são condições básicas
para o candidato interpretar textos: o conhecimento
histórico (aí incluída a prática da leitura), o conhecimento
gramatical e semântico (significado das palavras, aí
incluídos homônimos, parônimos, sinônimos, denotação,
conotação), e a capacidade de observação, de síntese e
de raciocínio.
Roteiro para interpretar textos:
.
1. Ler atentamente todo o texto, procurando focalizar
sua idéia central.
2. Interpretar as palavras desconhecidas através do
contexto.
3. Reconhecer os argumentos que dão sustentação à
idéia central.
4. Identificar as objeções à idéia central;
5. Sublinhar os exemplos que forem empregados
como ilustração da idéia central.
6. Antes de responder às questões, ler mais de uma
vez todo o texto, fazendo o mesmo com o enunciado de
cada questão.
7. Evite responder “de cabeça”. Procure localizar a
resposta no texto.
8. Se preferir, faça anotações à margem ou
esquematize o texto.
9. Se o comando pede a idéia principal ou tema,
normalmente deve situar-se no primeiro parágrafo
(introdução) ou no último (conclusão).
10. Se o comando busca argumentação, deve
localizar-se os parágrafos intermediários
(desenvolvimento).
Erros comuns de interpretação:
EXTRAPOLAÇÃO (viagem):
• Ocorre quando o candidato sai do contexto,
acrescentando idéias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o tema por uso de
sua imaginação criativa.
• Portanto, é proibido viajar.
REDUÇÃO:
• É o oposto da extrapolação.
• Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto,
esquecendo-se de que o texto é um conjunto de
idéias.
CONTRADIÇÃO:
• É comum as alternativas apresentarem idéias
contrárias às do texto, fazendo o candidato chegar a
conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
• Portanto, internalize as idéias do autor e ponha-
se no lugar dele.
• Só contradiga o autor se isso for solicitado no
comando da questão. Exemplo: “Indique a alternativa
que apresenta idéia contrária à do texto”.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A Interpretação de Textos e os Modernos
Vestibulares
Interpretar exige raciocínio, discernimento e
compreensão do mundo.
A interpretação de textos é de fundamental
importância para o vestibulando. Você já se perguntou
por quê? Há alguns anos, as provas de Português,
nos principais vestibulares do país, traziam uma frase, e
dela faziam-se as questões. Eram enunciados
soltos, sem conexão, tão ridículos que lembravam
muito aquelas frases das antigas cartilhas: "Ivo viu a
uva". Os tempos são outros, e, dentro das modernas
tendências do ensino de línguas, fica cada vez mais
claro que o objetivo de ensinar as regras da gramática
normativa é simplesmente o texto. Aprendem-se as
regras do português culto, erudito, a fim de melhorar a
qualidade do texto, seja oral, seja escrito.
Nesse sentido, todas as questões são extraídas de
textos, escolhidos criteriosamente pelas bancas, em
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1
função da mensagem/conteúdo, em função da estrutura
gramatical. Ocorrem casos de provas contextualizadas,
em que todos os textos abordam o mesmo assunto, ou
seja, provas monotemáticas - exemplo adotado pela
PUC/RS. Por sua vez, a Unisinos prefere o tema único
nas 50 questões de humanas (Português, Língua
Estrangeira, Geografia e História ).
Dessa maneira, fica clara a importância do texto como
objetivo último do aprendizado de língua.
Quais são os textos escolhidos?
Textos retirados de revistas e de jornais de circulação
nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a
poesia e o conto são quase que exclusividade das
provas de Literatura (que também trabalham
interpretação, por evidente). Assim, seria interessante
observar as características fundamentais desses
produtos da imprensa.
Os Artigos
São os preferidos das bancas. Esses textos autorais
trazem identificado o autor. Essas opiniões são de
expressa responsabilidade de quem as escreveu -
chamado aqui de articulista - e tratam de assunto da
realidade objetiva, pautada pela imprensa. Vejamos um
exemplo: um dado conflito eclode em algum ponto do
planeta (a todo o instante surge algum), e o professor
Décio Freitas, historiador, abordará, em seu artigo em
ZH, os aspectos históricos do embate. Portanto, os
temas são, quase sempre, bem atuais.
Trata-se, em verdade, de texto argumentativo, no qual o
autor/emissor terá como objetivo
convencer o leitor/receptor. Nessa medida,
é idêntico à redação escolar, tendo a
mesma estrutura: introdução,
desenvolvimento e conclusão.
Exemplo de Artigo
“Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao fim
deste milênio como centros culturais importantes seriam
familiares às pessoas que viveram durante o final do século
passado. O peso relativo de cada uma delas pode ter variado,
mas as metrópoles que contam ainda são basicamente as
mesmas: Paris, Nova Iorque, Berlim, Roma, Madri, São
Petesburgo.”
(Nelson Archer - caderno Cidades, Folha de S. Paulo,
02/05/99)
Os Editoriais
Novamente, são opinativos, argumentativos e possuem
aquela mesma estrutura. Todos os jornais e revistas têm
esses editoriais. Os principais diários do país produzem
três textos desse gênero. Geralmente um deles tratará
de política; outro, de economia; um outro, de temas
internacionais. A diferença em relação ao artigo é que o
autor, o editorialista, não expressa sua opinião,
apenas serve de intermediário para revelar o ponto de
vista da instituição, da empresa, do órgão de
comunicação. Muitas vezes, esses editoriais são
produzidos por mais de um profissional. O editorialista
é, quase sempre, antigo na casa e, obviamente, da
confiança do dono da empresa de comunicação. Os
temas, por evidente, são a pauta do momento, os
assuntos da semana.
As Notícias
Aqui temos outro gênero, bem diverso. As notícias
são autorais, isto é, produzidas por um jornalista
claramente identificado na matéria. Possuem uma
estrutura bem fechada, na qual, no primeiro parágrafo
(também chamado de lide), o autor deve responder às
cinco perguntinhas básicas do jornalismo: Quem?
Quando? Onde? Como? E por quê?
Essa maneira de fazer texto atende a uma regra do
jornalismo moderno: facilitar a leitura. Se o
leitor/receptor desejar mais informações sobre a
notícia, que vá adiante no texto. Fato é que, lendo
apenas o parágrafo inicial, terá as informações
básicas do assunto. A grande diferença em relação ao
artigo e ao editorial está no objetivo. O autor quer
apenas "passar" a informação, quer dizer, não busca
convencer o leitor/receptor de nada. É aquele texto
que os jornalistas chamam de objetivo ou isento,
despido de subjetividade e de intencionalidade.
Exemplo de Notícia
“O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente
do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, negou-se a
responder ontem à CPIdo judiciário todas as perguntas
sobre sua evolução patrimonial. Ele invocou a Constituição
para permanecer calado sempre que era questionado sobre
seus bens ou sobre contas no exterior.”
(Folha de S. Paulo, 05/05/99)
As Crônicas
Estamos diante da Literatura. Os cronistas não
possuem compromisso com a realidade objetiva. Eles
retratam a realidade subjetiva. Dessa maneira, Rubem
Braga, cronista, jornalista, produziu, por exemplo, um
texto abordando a flor que nasceu no seu jardim. Não
importa o mundo com suas tragédias constantes, mas
sim o universo interior do cronista, que nada mais é do
que um fotógrafo de sua cidade. É interessante
verificar que essas características fundamentais da
crônica vão desaparecendo com o tempo. Não há, por
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2
exemplo, um cronista de Porto Alegre (talvez o último
deles tenha sido Sérgio da Costa Franco).
Se observarmos o jornal Folha de S. Paulo, teremos,
junto aos editoriais e a dois artigos sobre política ou
economia, uma crônica de Carlos Heitor Cony,
descolada da realidade, se assim lhe aprouver (Cony,
muitas vezes, produz artigos, discutindo algo da
realidade objetiva). O jornal busca, dessa maneira,
arejar essa página tão sisuda. A crônica é isso: uma
janela aberta ao mar. Vale lembrar que o jornalismo, ao
seu início, era confundido com Literatura. Um texto
sobre um assassinato, por exemplo, poderia começar
assim: " Chovia muito, e raios luminosos atiravam-se à
terra. Num desses clarões, uma faca surge das trevas..."
Dá-se o nome de nariz de cera a essas matérias
empoladas, muito comuns nos tempos heróicos do
jornalismo.
Sobre a crônica, há alguns dados interessantes.
Considerada por muito tempo como gênero menor da
Literatura, nunca teve status ou maiores
reconhecimentos por parte da crítica. Muitos autores
famosos, romancistas, contistas ou poetas, produziram
excelentes crônicas, mas não são conhecidos por isso.
Carlos Drummond de Andrade é um belo exemplo. Pela
grandeza de sua poesia, o grande cronista do cotidiano
do Rio de Janeiro foi abafado. O mesmo pode-se falar de
Olavo Bilac, que, no início do século passado,
passou a produzir crônicas num jornal carioca, em
substituição a outro grande escritor, Machado de Assis.
Essa divisão dos textos da imprensa é didática e
objetiva esclarecer um pouco mais o vestibulando. No
entanto, é importante assinalar que os autores
modernos fundem essa divisão, fazendo um trabalho
misto. É o caso de Luis Fernando Veríssimo, que ora
trabalha uma crônica, com os personagens conversando
em um bar, terminando por um artigo, no qual faz
críticas ao poder central, por exemplo. Martha Medeiros,
por seu turno, produz, muitas vezes, um artigo,
revelando a alma feminina. Em outros momentos, faz
uma crônica sobre o quotidiano.
Exemplo de Crônica
“Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e
encontrava um. Quando não encontrava, dava no mesmo, ele
abria a janela, olhava o mundo e comunicava que não havia
assunto. Fazia isso com tanto engenho e arte que também dava no
mesmo: a crônica estava feita.
Não tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas tenho a
varanda aberta sobre a Lagoa - posso não ver melhor, mas
vejo mais. Otto Maria Carpeaux não gostava do gênero
"crônica", nem adiantava argumentar contra, dizer, por
exemplo, que os cronistas, uns pelos outros, escreviam bem.
Carpeaux lembrava então que escrever é verbo transitivo, pede
objeto direto: escrever o quê? Maldade do Carpeaux. (...) Nelson
Rodrigues não tinha problemas. Quando não havia assunto,
ele inventava. Uma tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-
Chambord na calçada do jornal. Ele estava com o papel na
máquina e provisoriamente sem assunto. Inventou que eu descia
de um reluzente Rolls Royce com uma loura suspeita, mas
equivalente à suntuosidade do carro. Um guarda nos
deteve, eu tentei subornar a autoridade com dinheiro, o
guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei
sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem assunto.”
A interpretação serve para Química!
Responda rápido a uma pergunta: O que há em
comum entre os vestibulandos aprovados nos
primeiros lugares? Será que possuem semelhanças?
Sim, de fato, o que os identifica é a leitura e a
curiosidade pelo mundo que os cerca. Eles lêem
bastante, e lêem de tudo um pouco. As instituições de
ensino superior não querem mais aquele aluno que
decora regrinhas. Elas buscam o cidadão que possui
leitura e conhecimento de mundo. Nesse aspecto, as
questões, inclusive das provas de exatas, muitas
vezes pedem criticidade e compreensão de
enunciados. Quantas vezes você, caro vestibulando,
não errou uma questão de Física ou de Biologia por
não entender o que foi pedido. Pois estamos falando
de interpretação de textos. A leitura e a interpretação
tornam-se, dessa maneira, exigência de todas as
disciplinas. E não pense que essa capacidade crítica
de entender o texto escrito (e até falado) é
exclusividade do vestibular. Quando você for buscar
uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a
capacidade de comunicação e de compreensão do
mundo serão atributos importantesnessa
concorrência. Lembre-se disso na hora de planejar os
estudos para os próximos vestibulares.
Instruções Gerais
Em primeiro lugar, você deve ter em mente que
interpretação de textos em testes de múltipla escolha
pressupõe armadilhas da banca. Isso significa dizer
que as questões são montadas de modo a induzir o
incauto e sofrido vestibulando ao erro. Nesse sentido, é
importante observar os comandos da questão (de
acordo com o texto, conforme o texto, segundo o
autor...). Se forem esses os comandos, você deve-se
limitar à realidade do texto. Muitas vezes, as
alternativas extrapolam as verdades do texto; ou ainda
diminuem essas mesmas verdades; ou fazem
afirmações que nem de longe estão no texto.
Exemplo de Editorial
UFRGS - 1998
Em 1952, inspirado nas descrições do viajante Hans
Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de
canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto
valor histórico (...)
Porém não podem ser vistos como retratos exatos: o artista,
sob influência do Renascimento, mitigou a violência
antropofágica com imagens idealizadas de índios, que
ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias
ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor
holandês Rubens.
No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o
mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada
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3
idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e
procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a
mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em
toda a sua diversidade desconcertante.
Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma
experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar.
Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos
corpos dos seus mortos. Ainda hoje, os ianomâmis misturam as
cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses
rituais, a Antropologia aprendeu que, na antropogafia que
chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso,
destinado a ajudar a alma do morto a alcançar o céu. A
SUPER, ao contar toda a história a você, pretende superar os
olhares preconceituosos, ampliar o conhecimento que os
brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas
indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é
tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado.
(adaptado de: Superinteressante, agosto, 1997, p.4)
Questão 15 da prova de 98
Considere as seguintes informações sobre o texto:
I - Segundo o próprio autor do texto, a revista tem como
único objetivo tornar o leitor mais informado acerca da
história dos índios brasileiros.
II - Este texto introduz um artigo jornalístico sobre o
canibalismo entre índios brasileiros.
III - Um dos principais assuntos do texto é a históriada
arte no Brasil.
Quais são corretas?
a) Apenas I b)
Apenas II c)
Apenas III
d) Apenas I e III
e) Apenas II e III
Resposta correta: B
Comentários:
A afirmação I usa a palavra único, o vestibulando deve
cuidar muito com essa palavrinha, geralmente ela traz
uma armadilha. A afirmação reduz o texto, que vai bem
além de ter como único objetivo informar sobre a história
dos índios. Aliás, não é a história dos índios, mas sim da
antropofagia deles.
A afirmação III está erradíssima, pois a história da arte
está longe de ser um dos assuntos principais do texto.
Essas afirmações da banca merecem algumas
observações. Em primeiro lugar, a afirmação I diz:
"Segundo o próprio autor do texto". Mas quem é esse
autor, tendo em vista que se trata de editorial? Não há
um autor expresso. A afirmação II, considerada como
certa, traz uma imprecisão. O texto não introduz um
artigo jornalístico. Como vimos, artigo é bem diferente. O
editorial introduz matéria ou reportagem, nunca um
artigo. Percebe-se aqui que os professores que
elaboraram o texto desconhecem a tipologia e a
nomenclatura textual do moderno jornalismo.
Testes
Vamos aproveitar os textos das provas da UFRGS
2000 e 1999, para formularmos algumas questões
bem emblemáticas em relação à interpretação de
textos.
Questão 1
Qual das alternativas abaixo é a correta:
UFRGS 2000
No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades
evitaram a concentração de escravos de uma mesma etnia
nas propriedades e nos navios negreiros.
A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de
escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios
negreiros.
Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as
hostilidades recíprocas que trouxeram da África
dificultaram a formação de núcleos solidáriosque
retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a
preservação das línguas.
B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a
multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a
formação de núcleos solidários.
Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial,
tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia,
juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos
diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização
de batuques e calundus. (...)
C) A única forma que os negros encontraram para impedir
essa ação dos portugueses foi formando quilombos e
realizando batuques e calundus.
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos
solidários, quer destruindo os quilombos, que causavam
pavor aos agentes da Coroa - e, de resto, aos proprietários de
escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os
calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade
cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a
ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo
Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram
colocados em seu encalço.
D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos
negros, porque estava ocupada com ações maiores.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais
africanas - e indígenas - como um mal necessário à
manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los
ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam as línguas
africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos
no Seiscentos. Outras pessoas, por se envolverem no tráfico
negreiro ou viverem na África - como Matias Moreira,
residente em Angola no final do Quinhentos -, devem
igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
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4
E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana
teve penetração entre alguns senhores e entre alguns clérigos.
Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para
tanto.
(Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se
lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA.
História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das
Letras, 1997. V1. P.341-342.)
Resolução da Questão 1
A) Observe o advérbio totalmente. Além disso, o
texto usa o verbo evitar, a afirmação utiliza
impedir. Eles são semanticamente bem
distintos. Logo, a afirmação exagera, extrapola o
texto. Cuidado com os advérbios.
B) A afirmativa b diz apenas a multiplicidade
cultural dos negros. No texto, foram a
multiplicidade e as hostilidades recíprocas.
Portanto, a afirmativa b reduz a verdade do
texto.
C) Na afirmativa, há a expressão a única forma, e o
texto usa entre eles. Novamente, temos uma
redução, uma diminuição da verdade textual.
D) O texto não explica a falta de empenho da
Inquisição, dessa maneira a afirmação não está
no texto. Trata-se de um acréscimo à realidade
textual.
E) Resposta Correta.
Questão 2
Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação
correta de acordo com o texto.
A) Sendo a cultura negra um mal necessário para a
manutenção dos escravos, sua eliminação foi um erro das
autoridades coloniais portuguesas.
B) Os religiosos eram autoritários, obrigando os escravos
negros a se converterem ao catolicismo europeu e a
abandonarem sua religião de origem.
C) As autoridades portuguesas conduziam a política
escravagista de modo que africanos de uma mesma origem
não permanecessem juntos.
D) As línguas africanas foram eliminadas no Brasil colonial,
tendo os escravos preservado apenas alguns traços culturais,
como sua religião.
E) A identidade cultural africana, representada pelos batuques e
calundus, causava danos às pessoas de origem européia.
Resolução da Questão 02
A) O texto não classifica como erro das
autoridades coloniais. Essa é uma inferência
que o leitor poderá fazer por sua conta e risco.
B) O autoritarismo era dos proprietários de
escravos e das autoridades. Busca-se aqui
confundir o aluno dizendo que era o
autoritarismo dos religiosos. Há uma troca,
uma inversão das afirmações do texto.
C) Resposta Correta: Essa afirmação está no
texto.
D) A afirmação contradiz o que está no texto. As
línguas africanas foram, inclusive, aprendidas
por alguns clérigos.
E) A afirmação exagera a verdade textual. O
autor não chega a tanto. Se o vestibulando
chegar a essa conclusão é por sua conta e
risco.
Questão 03 ( UFRGS/99)
Marque a alternativa correta, segundo o texto
O avanço do conhecimento é normalmente concebido
como um processo linear, inexorável, em que as descobertas
são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas
teorias se impõem com base na evidência racional.
Afastados os entraves da religião desde o século 17, o
conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua.
a) O avanço do conhecimento sempre será por um processo
linear, do contrário não será avanço.
Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que
nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924) pelo
romancista francês Louis-Ferdinand Céline, A Vida e a
Obra de Semmelweis relata aquele que é um dos episódios
mais lúgubres no crônica da estupidez humana e talvez a
pior mancha na história da medicina.
b) O episódio de Semmelweis é indiscutivelmente a pior
mancha na história da medicina.
c) O livro de Céline prova que nem sempre a racionalidade
preponderava no cientificismo.
Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico
húngaro trabalhando num hospital de Viena, constatou que a
mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro
flagelo, era diferente nas duas alas da maternidade. Numa
delas, os partos eram realizados por estudantes; na outra, por
parteiras.
Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre
puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdias. Em
1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto
dissecava um cadáver, contraiu uma infecção e morreu.
Semmelweis imaginou que o contágio estivesse associado à
manipulação de tecidos nas aulas de anatomia.
Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou
obrigatório lavar as mãos com cloreto de cal. No mês
seguinte, a mortalidade entreas mulheres caiu para 0,2%!
Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os dados de
Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado, e as
pias - atribuídas à superstição -, arrancadas.
d) A ala dos estudantes apresentava menores problemas de
contágio.
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5
Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar os médicos em
toda a Europa, sem sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu
método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi
internado. Em 1865, invadiu uma sala de dissecação, feriu-se
com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur
provou que ele estava certo.
e) A rejeição aos métodos de Semmelweis ocorreu em função da
inveja comum ao meio.
Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi
vítima de um obscurantismo científico. Como nota o
tradutor italiano no prefácio agregado à edição brasileira,
qualquer xamã de alguma cultura dita primitiva isolaria
cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação. No
científico século 19, isso parecia crendice.
(Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Ciência e superstição.
Folha de S. Paulo, São Paulo 30 abril de 1998.)
Vocabulário
Inexorável - inabalável - inflexível
Lúgubre - triste - sombrio - sinistro
Estapafúrdia - extravagante - excêntrico - esdrúxulo -
Obscurantismo - oposição ao conhecimento - política de
fazer algo para impedir o esclarecimento das massas
Resolução da Questão 03
Atente para este texto: trata-se de um artigo
jornalístico. Observe como ele atende às características
assinaladas na tipologia textual do jornalismo.
A) Observe que o texto usa o advérbio
normalmente, mas a afirmação emprega
sempre, mudando a verdade do texto.
B) Novamente, se compararmos com o texto,
veremos que o autor afirma que o episódio
talvez seja a pior mancha da história. Na
afirmação, foi usado o advérbio
indiscutivelmente acrescido de a pior mancha.
Trata-se de um exagero, um acréscimo à
realidade do texto.
C) Resposta Correta: O texto afirma que nem
sempre o avanço do conhecimento é um
processo linear.
D) A ala dos estudantes apresentava maiores
problemas de contágio, pois as pias foram
instaladas lá, justamente para lavar as mãos
dos estudantes que trabalhavam na dissecação
de cadáveres.
E) A inveja não é abordada pelo texto, portanto
trata-se de uma exterioridade. O vestibulando
pode achar verdadeiro, mas a conclusão será
pessoal
Questão 04
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
(A) Em relação aos povos primitivos, a Europa do século
passado praticava uma medicina atrasada.
(B) A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o
valor de uma descoberta.
(C) A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu
moderadamente a incidência de febre puerperal.
(D) Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque
queria provar a importância de sua descoberta.
(E) Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante
da introdução da assepsia foi uma grande estupidez.
Questão 05
A partir da leitura do texto, é possível concluir que
(A) o livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu
recentemente uma cuidadosa tradução para o italiano.
(B) a teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a
existência de microorganismos, que não podia ser provada
cientificamente.
(C) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um
empecilho para sua aceitação na Europa do século passado.
(D) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque
transformou a assepsia numa obsessão.
(E) Semmelweis enlouqueceu em conseqüência da rejeição
de sua descoberta.
Resolução da Questão 04
Instruções:
As questões 4 e 5 devem merecer atenção. Estamos
diante de questões de inferências. As alternativas
corretas não estão propriamente no texto, mas
poderemos chegar facilmente a elas, ou seja, o autor
nos autoriza a concluir por elas.
A) O autor não classifica de atrasada a medicina
européia da época.
B) Novamente o advérbio colocado para trair a
atenção do aluno: sempre. Trata-se de um
acréscimo, de um exagero.
C) Não foi moderadamente. De novo o advérbio.
Veja como as armadilhas são sempre as
mesmas. Se você as conhecer, ficará bem
mais fácil chegar à resposta correta.
D) O texto simplesmente diz que ele se feriu.
Não dá as causas.
E) Resposta Correta: Foi de fato uma
estupidez. Essa é uma conclusão possível
do texto. Observe que o autor declara:
"Mais incrível é o que aconteceu em
seguida".
Resolução da Questão 05
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A) O livro foi recentemente publicado no Brasil.
B) Os microorganismos eram desconhecidos à
época. Essa alternativa é perigosa, pode
confundir o aluno.
C) Não há referência sobre essa afirmação. Os
motivos, como já vimos, foram outros.
D) Semmelweis foi execrado por ter sido
desmentido e por suas descobertas serem
atribuídas à superstição.
E) Resposta Correta: Pode-se, tranqüilamente
chegar a esse conclusão.
Questão 06
Supondo que o leitor não saiba o significado da palavra
xamã, o processo mais eficiente para buscar no próprio
texto uma indicação que elucide a dúvida consistirá em
(A) considerar que a palavra encontra sua referência na cultura
italiana, já que foi empregada pelo tradutor da obra para o
italiano.
(B) Observar o contexto sintático em que ela ocorre: depois de
pronome indefinido e antes de preposição.
(C) Relacionar o seu significado às palavras leitor e prefácio.
(D) Relacionar o seu significado às expressões cultura dita
primitiva e rituais de purificação.
(E) relacionar a palavra a outras que tenham a mesma
terminação, como iansã, romã e anã.
Resolução da Questão 06
Todas as provas de vestibular no Estado trazem
questões de vocabulário. Esta é bem característica da
UFRGS. Empiricamente, você, candidato, quando não
sabe o significado de uma palavra, busca o contexto.
Cuidado! Não é o contexto sintático. Saber se uma
palavra exerce a função de sujeito ou de objeto não
define o seu valor semântico. Não confunda semântica
com sintaxe. Xamã está no campo de ação de palavras
dessa cultura primitiva. A resposta correta, portanto, é
D. Atente para a alternativa E: dá a nítida impressão de
bom humor. A banca também se diverte. O que anã e
romã tem em comum com xamã? Gozação.
As questões a seguir estão baseadas no seguinte texto:
01 Lá pela metade do século, já não haverá superpopulação
humana, como hoje. Os governos de todo o mundo
presumivelmente, todos democráticos poderão incentivar as
pessoas à reprodução. E será melhor que o façam com as
melhores pessoas.
04 A eugenia humana isto é, a escolha dos melhores
exemplares para a reprodução, de modo a aprimorar a média da
espécie, como já se fez com cavalos encontrará o período ideal
para sair da prancheta dos cientistas para a vida real. Pessoas
selecionadas por suas características genéticas serão
empregadas do estado. O funcionalismo público terá uma
nova categoria: a dos reprodutores.
09 Este exercício de futurologia foi apresentado
seriamente pelo professor do Instituto de Biociências da
USP Osvaldo Frota Pessoa, em palestra no colóquio Brasil
Alemanha - Ética e Genética, quarta-feira à noite. [...] Nas
conferências de segunda e terça, a eugenia foi citada como
um perigo 24 das novas tecnologias, uma idéia que não é
cientificamente e muito menos eticamente defensável.
(TEIXEIRA, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do
horror. Zero Hora, 6.10.95, p. 5, 2º Caderno)
Questão 07 (UFRGS/96-1)
Considere as seguintes afirmações sobre a posição
do autor com relação ao assunto de que trata o texto.
I. O autor do texto é favorável à eugenia como solução
para a futura queda no crescimento demográfico,
como indica o primeiro parágrafo.
II. O autor trata as idéias do professor Osvaldo Frota-
Pessoa com certa ironia, como demonstra o uso da
palavra seriamente na linha 09.
III. Ao relatar posições contraditórias por parte dos
cientistas com relaçãoà eugenia humana, o autor
revela que esta é uma concepção controversa.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
Questão 08 (UFRGS/96-1)
Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.
(A) Segundo lemos na primeira frase do texto,
vivemos num mundo em que o número de pessoas é
considerado excessivo.
(B) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a
escolha dos melhores seres humanos para a
reprodução, através da eugenia, causará uma queda
na população mundial.
(C) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto,
concluímos que a especialidade do professor Frota-
Pessoa é a futurologia.
(D) De acordo com o significado global do último
parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias é a
ética.
(E) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores
candidatos a funcionários públicos, constituirá uma
oportunidade de trabalho apenas para homens.
Questão 09 (UFRGS/96-1)
Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia
humana:
I. O uso restritivo da palavra humana (linha 04), no
texto, indica que a palavra eugenia (linha 04) não se
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7
refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução
de qualquer espécie.
II. Pelos princípios expostos no texto, o vigor físico e a
inteligência serão os critérios de eugenia a partir dos
quais será feita a seleção dos melhores exemplares.
III. Conforme o texto, a eugenia humana já existe na
forma de projeto científico.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
Resolução da Questão 07
Os últimos vestibulares da UFRGS solicitam do aluno
este tipo de informação: saber de quem é a opinião.
Muitas vezes, como é este o caso, o autor apenas
expressa o ponto de vista de outra pessoa. A resposta
correta é d.
Resolução da Questão 08
A) Resposta Correta: Hoje existe
superpopulação.
B) A causa da queda da população não foi
revelada no texto.
C) Esta conclusão é falsa. O tal professor fez apenas
um exercício de futurologia. Novamente a banca
tenta iludir e confundir o vestibulando. Cuidado!
D) Aqui temos uma troca: o maior perigo das novas
tecnologias não é a ética, mas sim a eugenia.
E) Em absoluto o texto afirma que são os homens:
aborda as pessoas em geral. Além disso, também
não faz afirmações sobre o mercado de trabalho.
Resolução da Questão 09
O uso restritivo de humana diz exatamente isto:
humana. Logo, não se estende a outras espécies.
Resposta Correta: D
O peso original volta depois das dietas
O corpo humano, mesmo submetido ao sacrifício de uma dieta
alimentar rígida, tem tendência a voltar ao peso inicial
determinado por um equilíbrio interno, segundo recente estudo
realizado por cientistas norte-americanos.
Depois do aumento de alguns quilos supérfluos, o
metabolismo buscará eliminar o peso excessivo. O corpo
dispõe de um equilíbrio que tenta manter seu peso em um
nível constante, que varia em função de cada indivíduo. O
estudo sugere que conservar o peso do corpo é um fenômeno
biológico, não apenas uma atividade voluntária. O corpo
ajusta seu metabolismo em resposta a aumentos ou perdas de
peso. Dessa forma, depois de cada dieta restrita, o
metabolismo queimará menos calorias do que antes. Uma
pessoa que perdeu recentemente pouco peso vai consumir
menos calorias que uma pessoa do mesmo peso que sempre
foi magra.
A pesquisa conclui que emagrecer não é impossível, mas
muito difícil e requer o consumo do número exato de calorias
queimadas. Ou seja, uma alimentação moderada e uma
atividade física estável a longo prazo.
(Zero Hora, encarte VIDA, 06/05/1995)
Questão 10 (IPA/95-2)
Segundo o texto, é correto afirmar:
A) Uma dieta alimentar rígida determina o equilíbrio interno
do peso corpóreo.
B) O equilíbrio interno é um fenômeno biológico.
C) Conservar o peso não depende somente da vontade
individual.
D) O ajuste de peso significa queima de calorias.
E) O número exato de calorias queimadas vincula-se a uma
dieta.
Questão 11
Das opções abaixo, todas podem substituir, sem
prejuízo ao texto, a palavra rígida (l. 01), menos
A) rigorosa
B) austera
C) severa
D) íntegra
E) séria
Resolução da Questão 10
Antes de mais nada, observe que o texto é um
editorial de um caderno de Zero Hora. Portanto, não
há um autor em especial declarado.
A) O texto busca exatamente mostrar o contrário.
B) Conservar o peso é um fenômeno biológico.
Temos, de novo, uma inversão com o objetivo
de confundir o aluno.
C) Resposta Correta: Existem outros fatores.
D) Essa afirmação não está no texto.
E) O número exato de calorias queimadas
depende de outros fatores.
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8
Resolução da Questão 11
Esse tipo de questão é muito comum: ele propõe a
substituição de palavras. Em alguns vestibulares, em
vez de uma, aparecem três palavras, tornando o
exercício mais trabalhoso. A palavra rígida só não
pode ser substituída por íntegra, que vem de
integridade, honestidade.
Tipologia Textual
DISSERTAÇÃO:
• Conotação: É o sentido figurado: “Seu olhar
eram raios de sol a iluminar-me”.
PARÁFRASE x PERÍFRASE:
• Paráfrase: É a reescritura do texto, mantendo-se
o mesmo significado.
• Perífrase: É a substituição de palavras por
expressões que indicam algo de si:
“Fui à Cidade Maravilhosa” (=RJ).
“O Rei do Futebol chegou” (=Pelé).
SÍNTESE:
• É a exposição de opiniões fundamentadas em
argumentos e raciocínio. Divide-se em introdução
(apresenta o assunto de forma direta, sem rodeios),
desenvolvimento (mostra dados, idéias, argumentos
e exemplos que sustentam a sua
posição), e conclusão (fecha o assunto; pode ser na
forma de síntese ou sugestões, sem espaço para
continuar a discussão).
NARRAÇÃO:
Resumo e retomada análise dos principais pontos
abordados nos momentos anteriores, seguidos da
introdução de novos conhecimentos .
Denotação e Conotação
• É discorrer sobre um fato, um acontecimento. Nela
predominam os verbos de ação. Os elementos da
narração são personagem (quem participa do fato),
tempo (momento do fato), ambiente (local), narrador
(quem conta: 1a ou 3a pessoa) e enredo (o
encadeamento das ações).
DESCRIÇÃO:
• É um “retrato verbal” do que vemos ou sentimos. É
difícil encontrar um texto exclusivamente descritivo.
Normalmente encontramos trechos descritivos
inseridos numa narração ou dissertação.
Saiba Diferenciar
COESÃO x COERÊNCIA:
• Coesão: Aspectos formais do texto. São erros de
coesão: má concordância, pronomes indevidos e
palavras inapropriadas.
• Coerência: Aspectos implícitos do texto (ligados ao
sentido textual). Exemplo de erro de coerência: “A
polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo
braço”.
DENOTAÇÃO x CONOTAÇÃO:
• Denotação: É o sentido real: “Os raios de sol
adentraram pela imensa janela”.
Estes dois conceitos são muito fáceis de entender se
lembrarmos que duas partes distintas, mas
interdependentes, constituem o signo lingüístico: o
significante ou plano da expressão - uma parte
perceptível, constituída de sons - e o significado ou
plano do conteúdo - a parte inteligível, o conceito. Por
isto, numa palavra que ouvimos, percebemos um
conjunto de sons ( o significante), que nos faz lembrar
de um conceito (o significado).
A denotação é justamente o resultado da união
existente entre o significante e o significado, ou entre o
plano da expressão e o plano do conteúdo. A
conotação resulta do acréscimo de outros significados
paralelos ao significado de base da palavra, isto é, um
outro plano de conteúdo pode ser combinado ao plano
da expressão. Este outro plano de conteúdo reveste- se
de impressões, valores afetivos e sociais,
negativos ou positivos, reações psíquicas que um
signo evoca.
Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura
para outra, de uma classe social paraoutra, de uma
época a outra. Por exemplo, as palavras senhora,
esposa, mulher denotam praticamente a mesma
coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos,
principalmente se pensarmos no prestígio que cada
uma delas evoca.
Desta maneira, podemos dizer que os sentidos das
palavras compreendem duas ordens: referencial ou
denotativa e afetiva ou conotativa.
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A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é
tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que
lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo,
explícito, constante. Ela designa ou denota
determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.
Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em "estado de
dicionário"
Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são
apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra
evoca outras realidades por associações que ela provoca
O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre denotação e conotação:
DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido
comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva
a) Exemplos de conotação e denotação (textos 1 e 2)
Para exemplificar, de maneira simples e clara, estes dois conceitos, vamos
tomar a palavra cão: terá um sentido denotativo quando designar o animal
mamífero quadrúpede canino; terá um sentido conotativo quando
expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa sem caráter ou
extremamente servil. (Otto M.Garcia, 1973)
Nas receitas abaixo, as palavras têm, na primeira, um sentido objetivo, explícito, constante; foram usadas
denotativamente. Na segunda, apresentam múltiplos sentidos, foram usadas conotativamente. Observa-se que os
verbos que ocorrem tanto em uma quanto em outra - dissolver, cortar, juntar, servir, retirar, reservar - são aqueles
que costumam ocorrer nas receitas; entretanto, o que faz a diferença são as palavras com as quais os verbos
combinam, combinações esperadas no texto 1, combinações inusitadas no texto 2.
TEXTO I TEXTO II
Bolo de arroz Receita
3 xícaras de arroz
1 colher (sopa) de manteiga
1 gema
1 frango
1 cebola picada
Ingredientes
2 conflitos de gerações
4 esperanças perdidas
3 litros de sangue fervido
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10
1colher (sopa) de molho inglês
1colher (sopa) de farinha de trigo
1 xícara de creme de leite salsa picadinha
Prepare o arroz branco, bem solto.
Ao mesmo tempo, faça o frango ao molho, bem
temperado e saboroso.
Quando pronto, retire os pedaços, desosse e
desfie. Reserve.
Quando o arroz estiver pronto, junte a gema, a
manteiga, coloque numa forma de buraco e leve ao
forno.
No caldo que sobrou do frango, junte a cebola, o
molho inglês, a farinha de trigo e leve ao fogo para
engrossar.
Retire do fogo e junte o creme de leite.
Vire o arroz, já assado, num prato.
Coloque o frango no meio e despeje por cima o
molho.
Sirva quente.
(Terezinha Terra)
5 sonhos eróticos
2 canções dos beatles
Modo de preparar
Dissolva os sonhos eróticos
nos dois litros de sangue fervido
e deixe gelar seu coração.
Leve a mistura ao fogo,
adicionando dois conflitos
de gerações às esperanças perdidas.
Corte tudo em pedacinhos
e repita com as canções dos
beatles o mesmo processo usado
com os sonhos eróticos, mas desta
vez deixe ferver um pouco mais e
mexa até dissolver.
Parte do sangue pode ser
substituído por suco de
groselha, mas os resultados
não serão os mesmos.
Sirva o poema simples
ou com ilusões.
(Nicolas Behr)
b) Exemplo de texto denotativo (texto 3)
Os textos informativos (científicos e jornalísticos), por serem, em geral, objetivos, prendem-se ao sentido
denotativo das palavras. Vejamos o texto abaixo, em que a linguagem está estruturada em expressões comuns,
com um sentido único.
Texto 3 - texto técnico-científico
Canibalismo entre insetos
Seres que nascem na cabeça de outros e que consomem
progressivamente o corpo destes até aniquilá-los, ao atingir o estágio
adulto. ... Esse é um enredo que mais parece de ficção científica. No
entanto, acontece desde a pré-história, tendo como protagonistas as
vespas de certas espécies e as paquinhas, e é um exemplo da curiosa
relação dos ‘inimigos naturais’, aproveitada pelo homem no controle
biológico de pragas, para substituir com muitas vantagens os inseticidas
químicos.
(Revista Ciência Hoje, nº 104, outubro de 1994, Rio, SBPC)
c) Exemplo de texto conotativo (texto 4)
Além dos poetas, os humoristas e os publicitários fazem um amplo uso das palavras no seu sentido conotativo, o
que contribui para que os anúncios despertem a atenção dos prováveis consumidores e para que o dito humorístico
atinja o seu objetivo de fazer rir, às vezes até com uma certa dose de ironia.
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11
Por exemplo, na propaganda de um ‘shopping’, foi usada a seguinte frase:
Texto 4 - propaganda
O Rio Design Center acaba de ganhar um novo piso.
Marmoleum
o piso natural
(Revista Veja Rio, maio/junho,96)
O anúncio tem aí um duplo sentido, pois transmite duas
informações:
1. o Rio Design Center ganhou uma nova loja -
PAVIMENTO SUPERIOR -onde estão à venda
pisos especiais;
2. nesta loja é possível encontrar o material para
piso, importado da Holanda, que se chama
Marmoleum.
Na frase que fecha o anúncio, desfaz-se a ambigüidade:
"Venha até a (ao invés de o) Pavimento Superior e confira
esta e outras novidades de revestimentos para pisos". Mas
a frase de abertura faz pensar em outros sentidos: o
centro comercial ganhou um novo andar, um novo
pavimento, ou ganhou um revestimento novo em todo o
seu piso, em todo o seu chão.
d) Exemplo de conotação
Os provérbios ou ditos populares são também um outro
exemplo de exploração da linguagem no seu uso
conotativo. Assim, "Quem está na chuva é para se
molhar" equivale a "/Quando alguém opta por uma
determinada experiência, deve assumir todas as regras e
conseqüências decorrentes dessa experiência". Do
mesmo modo, "Casa de ferreiro, espeto de pau"
significa O que a pessoa faz fora de casa, para os outros,
não faz em casa, para si mesma.
A respeito de conotação, Othon M. Garcia (1973)
observa: "Conotação implica, portanto, em relação à
coisa designada, um estado de espírito, uma
opinião, um juízo, um sentimento, que variam
conforme a experiência, o temperamento, a
sensibilidade, a cultura e os hábitos do falante ou
ouvinte, do autor ou leitor. Conotação é, assim, uma
espécie de emanação semântica, possível graças à
faculdade que nos permite relacionar coisas análogas
ou semelhadas. Esse é, em essência, o traço
característico do processo metafórico, pois
metaforização é conotação".
Paráfrase, Perífrase, Síntese e Resumo
PARÁFRASE
Paráfrase é a reprodução explicativa de um texto ou
de unidade de um texto, por meio de uma
linguagem mais longa. Na paráfrase sempre se
conservam
basicamente as idéias do texto original. O que se inclui
são comentários, idéias e impressões de quem faz a
paráfrase. Na escola, quando o professor, ao comentar
um texto, inclui outras idéias, alongando-se em função
do propósito de ser mais didático, faz uma paráfrase.
Parafrasear consiste em transcrever, com novas
palavras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá
fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí,
reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto
apresentado, acrescentando aspectos relevantes de
uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem
fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o
texto-base, condensando-o de maneiradireta e
imperativa. Consiste em um excelente exercício de
redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese,
clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de
possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito
utilizado para efeito estético na literatura moderna.
Como ler um texto
Recomendam-se duas leituras. A primeira chamaremos
de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal.
Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como
finalidade o contato inicial com o assunto do texto. De
posse desta visão geral, podemos passar para o
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12
próximo passo.
Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é o
levantamento dos referenciais do texto-base para a
perfeita compreensão. É importante grifar, em cada
parágrafo lido, as idéias principais. Após escrever à parte
as idéias recolhidas nos grifos, procurando dar uma
redação própria, independente das palavras utilizadas
pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremos de
levantamento textual dos referenciais. A redação final é a
união destes referenciais, tendo o redator o cuidado
especial de unir idéias afins, de acordo com a identidade
e evolução do texto-base.
Exemplo de paráfrase
Profecias de uma Revolução na Medicina
Há séculos, os professores de segundo grau da Sardenha
vêm testemunhando um fenômenos curioso. Com a
chegada da primavera, em fevereiro, alguns de seus
alunos tornam-se apáticos. Nos três meses subseqüentes,
sofrem uma baixa em seu rendimento escolar, sentem-se
tontos e nauseados, e adormecem na sala de aula.
Depois, repentinamente, suas energias retornam. E ficam
ativos e saudáveis até o próximo mês de fevereiro.
Os professores sardenhos sabem que os adultos também
apresentam sintomas semelhantes e que, na realidade,
alguns chegam a morrer após urinarem uma grande
quantidade de sangue. Por vezes, aproximadamente 35%
dos habitantes da ilha chegam a ser acometidos por este
mal.
O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de Cancerologia
Sloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G.
Motulsky, da Universidade de Washington, depararam pela
primeira vez com a doença em 1959, enquanto
desenvolviam um estudo sobre padrões de hereditariedade
e determinaram que os sardenhos eram vítimas de anemia
hemolítica, uma doença hereditária que faz com que os
glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem no interior
dos veios sangüíneos. Os pacientes urinavam sangue
porque os rins filtram e expelem a hemoglobina não
aproveitada. Se o volume de destruição for mínimo, o
resultado será a letargia; se for aguda, a doença poderá
acarretar a morte do paciente.
A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na
Sardenha, as experiências indicam que praticamente todas
as pessoas acometidas por este mal têm deficiência de
uma única enzima, chamada deidrogenase fosfo-
glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de suma
importância na corrente de produção de energia para as
células vermelhas do sangue.
Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a
primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da
vítima não aciona por si só a doença - que há algo no
meio ambiente que tira proveito da deficiência. A
deficiência genética pode ser a arma, mas um fator
ambiental é quem a dispara.
Entre as plantas que desabrocham durante a primavera
na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano -
observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma
boa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o
filósofo grego e reformador político Pitágoras proibiu
que seus seguidores a comessem, ou mesmo
andassem por entre os campos onde floresciam. Agora,
o motivo de tal proibição tornou-se claro; apenas
aquelas pessoas que carregam o gene defeituoso e
comiam favas cruas ou parcialmente cozidas (ou
inspiravam o pólen de uma planta em flor)
apresentavam problemas. todos os demais eram
imunes.
Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de
sangue simples para medir a presença ou ausência de
G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de
determinar com exatidão quem está predisposto à
doença e quem não está; a enzima hemolítica, os
geneticistas começaram a fazer a triagem da população
da ilha. Localizaram aqueles em perigo e advertiram-
lhes para evitar favas de feijão durante a estação de
floração. Como resultado, a incidência de anemia
hemolítica e de estudantes apáticos começou a
declinar. O uso de marcadores genéticos como
instrumento de previsão da reação dos sardenhos à
fava de feijão há 20 anos foi uma das primeiras vezes
em que os marcadores genéticos eram empregados
deste modo; foi um avanço que poderá mudar o aspecto
da medicina moderna. Os marcadores genéticos podem
prever agora a possível eclosão de outras doenças e, tal
como a anemia hemolítica, podem auxiliar os médicos a
prevenirem totalmente os ataques em diversos casos.
(Zsolt Harsanyi e Richard Hutton, publicado no jornal O
Globo).
PERÍFRASE
Observe:
O povo lusitano foi bastante satirizado por Gil Vicente.
Utilizou-se a expressão "povo lusitano" para substituir
"os portugueses". Esse rodeio de palavras que
substituiu um nome comum ou próprio chama-se
perífrase.
Perífrase é a substituição de um nome comum ou
próprio por um expressão que a caracterize. Nada
mais é do que um circunlóquio, isto é, um rodeio de
palavras.
Outros exemplos:
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13
astro rei (Sol) | última flor do Lácio (língua portuguesa) |
Cidade-Luz (Paris)
Rainha da Borborema (Campina Grande) | Cidade
Maravilhosa (Rio de Janeiro)
Observação: existe também um tipo especial de perífrase
que se refere somente a pessoas. Tal figura de estilo é
chamada de antonomásia e baseia-se nas qualidades ou
ações notórias do indivíduo ou da entidade a que a
expressão se refere.
Exemplos:
A rainha do mar (Iemanjá)
O poeta dos escravos (Castro Alves)
O criador do teatro português (Gil Vicente)
SÍNTESE
A síntese de texto é um tipo especial de composição que
consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o autor
expressou amplamente. Desse modo, só devem ser
aproveitadas as idéias essenciais, dispensando-se tudo o
que for secundário.
Procedimentos:
1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o
assunto e assimilar as idéias principais;
2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes
mais importantes, ou anotando à parte os pontos que
devem ser conservados;
3. Resuma cada parágrafo separadamente,
mantendo a seqüência de idéias do texto original;
4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os
parágrafos, ou fazendo quaisquer adaptações conforme
desejar;
5. Evite copiar partes do texto original. Procure
exercitar seu vocabulário. Mantenha, porém, o nível de
linguagem do autor;
6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se a
sintetizá-lo.
UFPB/89. Sem copiar frases, RESUMIR, o texto abaixo:
O QUINZE
Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de
retirantes se arranchara: uma velha, dois homens, uma
mulher nova, algumas crianças.
O sol, no céu, marcava onze horas. Quando Chico
Bento, com seu grupo, apontou na estrada, os homens
esfolavam uma rês e as mulheres faziam ferver uma lata de
querosene cheia de água, abanando o fogo com um
chapéu de palha muito sujo e remendado.
Em toda a extensão da vista, nenhuma outra árvore
surgia. Só aquele juazeiro, devastado e espinhento,
verdejava a copa hospitaleira na desolação cor de cinza da
paisagem.
Cordulina ofegava de cansaço. A Limpa-Trilho
gania e parava, lambendo os pés queimados.
Os meninos choramingavam, pedindo de comer.
E Chico Bento pensava:
– Por que, em menino, a inquietação, o calor, o
cansaço, sempre aparecem com o nome de fome?
– Mãe, eu queria comer... me dá um taquinho de
rapadura!
– Ai, pedra do diabo! Topada desgraçada! Papai,
vamos comer mais aquele povo, debaixo desse pé de
pau?
O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou
no direito de tomar seu quinhão de abrigo e de
frescura.E depois de arriar as trouxas e aliviar a burra,
reparou nos vizinhos. A rês estava quase esfolada. A
cabeça inchada não tinha chifres. Só dois ocos
podres, mal cheirosos, donde escorria uma água
purulenta.
Encostando-se ao tronco, Chico Bento se dirigiu
aos esfoladores:
– De que morreu essa novilha, se não é da minha
conta?
Um dos homens levantou-se, com a faca
escorrendo sangue, as mãos tintas de vermelho, um
fartum sangrento envolvendo-o todo:
– De mal-dos-chifres. Nós já achamos ela doente.
E vamos aproveitar, mode não dar para os urubus.
Chico Bento cuspiu longe, enojado:
– E vosmecês têm coragem de comer isso? Me
ripuna só de olhar...
O outro explicou calmamente:
– Faz dois dias que a gente não bota um de-comer
de panela na boca...
Chico Bento alargou os braços, num grande gesto
de fraternidade:
– Por isso não! Aí nas cargas eu tenho um resto de
criação salgada que dá para nós. Rebolem essa
porqueira pros urubus, que já é deles! Eu vou lá
deixar um cristão comer bicho podre de mal, tenho um
bocado no meu surrão!
Realmente a vaca já fedia, por causa da doença.
Toda descarnada, formando um grande bloco
sangrento, era uma festa para os urubus vê-la, lá de
cima, lá da frieza mesquinha das nuvens. E para
comemorar o achado executavam no ar grandes
rondas festivas, negrejando as asas pretas em
espirais descendentes.
Rachel de Queiroz
MODELO
Arranchados sob um juazeiro, em meio àquela
desolação, um bando de retirantes tentava
aproveitar uma vaca já em estado de putrefação,
para combater-lhe a fome de dois dias. Quando
Chico Bento, com o seu bando, aproxima-se
também em busca de abrigo e, compadecendo-se
daquela situação, divide com os miseráveis o resto
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de alimento que trazia, deixando o animal para os
urubus.
COMO RESUMIR UM TEXTO
Ler não é apenas passar os olhos no texto. É preciso saber
tirar dele o que é mais importante, facilitando o trabalho da
memória. Saber resumir as idéias expressas em um texto
não é difícil. Resumir um texto é reproduzir com poucas
palavras aquilo que o autor disse.
Para se realizar um bom resumo, são necessárias
algumas recomendações:
1. Ler todo o texto para descobrir do que se trata.
2. Reler uma ou mais vezes, sublinhando frases ou
palavras importantes. Isto ajuda a identificar.
3. Distinguir os exemplos ou detalhes das idéias
principais.
4. Observar as palavras que fazem a ligação entre as
diferentes idéias do texto, também chamadas de
conectivos: "por causa de", "assim sendo", "além do
mais", "pois", "em decorrência de", "por outro lado", "da
mesma forma".
5. Fazer o resumo de cada parágrafo, porque cada um
encerra uma idéia diferente.
6. Ler os parágrafos resumidos e observar se há uma
estrutura coerente, isto é, se todas as partes estão
bem encadeadas e se formam um todo.
7. Num resumo, não se devem comentar as idéias do
autor. Deve-se registrar apenas o que ele escreveu,
sem usar expressões como "segundo o autor", "o autor
afirmou que".
8. O tamanho do resumo pode variar conforme o tipo
de assunto abordado. É recomendável que nunca
ultrapasse vinte por cento da extensão do texto
original.
9. Nos resumos de livros, não devem aparecer
diálogos, descrições detalhadas, cenas ou
personagens secundárias. Somente as personagens,
os ambientes e as ações mais importantes devem ser
registrados.
Significação Literal e Contextual de Vocábulos
SINÔNIMOS
São palavras que apresentam, entre si, o mesmo
significado.
triste = melancólico.
resgatar = recuperar
maciço = compacto
ratificar = confirmar
digno = decente, honesto
reminiscências = lembranças
insipiente = ignorante.
ANTÔNIMOS
São palavras que apresentam, entre si, sentidos
opostos, contrários.
bom x mau
bem x mal
condenar x absolver
simplificar x complicar
HOMÔNIMOS
São palavras iguais na forma e diferentes na
significação. Há três tipos de homônimos:
HOMÔNIMOS PERFEITOS
Têm a mesma grafia e o mesmo som.
cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder);
meio (numeral), meio (adjetivo) e meio
(substantivo).
HOMÔNIMOS HOMÓFONOS
Têm o mesmo som e grafias diferentes.
sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato
de ceder);
concerto (harmonia) e conserto (remendo).
HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS
Têm a mesma grafia e sons diferentes.
almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar);
sede (vontade de beber) e sede (residência).
PARÔNIMOS
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São palavras de significação diferente, mas de
forma parecida, semelhante.
retificar e ratificar;
acender = atear fogo
ascender = subir
acerca de = a respeito de, sobre
cerca de = aproximadamente
há cerca de = faz aproximadamente, existe
aproximadamente, acontece aproximadamente
afim = semelhante, com afinidade
a fim de = com a finalidade de
amoral = indiferente à moral
imoral = contra a moral, libertino, devasso
apreçar = marcar o preço
apressar = acelerar arrear
= pôr arreios
arriar = abaixar
bucho = estômago de ruminantes
buxo = arbusto ornamental
caçar = abater a caça
cassar = anular
cela = aposento
sela = arreio
censo = recenseamento
senso = juízo
cessão = ato de doar
seção ou secção = corte, divisão
sessão = reunião
chá = bebida
xá = título de soberano no Oriente
chalé = casa campestre
xale = cobertura para os ombros
cheque = ordem de pagamento
xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo
comprimento = extensão
cumprimento = saudação
concertar = harmonizar, combinar
consertar = remendar, reparar
conjetura = suposição, hipótese
conjuntura = situação, circunstância
emergir e imergir.
Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos:
coser = costurar
cozer = cozinhar
deferir = conceder
diferir = adiar
descrição = representação
discrição = ato de ser discreto
descriminar = inocentar
discriminar = diferençar, distinguir
despensa = compartimento
dispensa = desobrigação
despercebido = sem atenção, desatento
desapercebido = desprevenido
discente = relativo a alunos
docente = relativo a professores
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
emigrante = o que sai
imigrante = o que entra
eminente = nobre, alto, excelente
iminente = prestes a acontecer
esperto = ativo, inteligente, vivo
experto = perito, entendido espiar
= olhar sorrateiramente expiar =
sofrer pena ou castigo estada =
permanência de pessoa
estadia = permanência de veículo
flagrante = evidente
fragrante = aromático
fúsil = que se pode fundir
fuzil = carabina
fusível = resistência de fusibilidade calibrada
incerto = duvidoso inserto
= inserido, incluso
incipiente = iniciante
insipiente = ignorante
indefesso = incansável
indefeso = sem defesa
infligir = aplicar pena ou castigo
infringir = transgredir, violar, desrespeitar
intemerato = puro, íntegro, incorrupto
intimorato = destemido, valente, corajoso
intercessão = súplica, rogo
interse(c)ção = ponto de encontro de duas
linhas
laço = laçada
lasso = cansado, frouxo
ratificar = confirmar
retificar = corrigir
soar = produzir som
suar = transpirar
sortir = abastecer
surtir = originar
sustar = suspender
suster = sustentar
tacha = brocha, pequeno prego
taxa = tributo
tachar = censurar, notar defeito em
taxar = estabelecer o preço
vultoso = volumoso
vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão
na face)
EXERCÍCIOS
1) Assinale a alternativa cujas palavras substituem
adequadamente as palavras e expressões
destacadas ao lado:
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Passou-me sem atenção que a sua intenção era
estabelecer uma diferença entre os ignorantes e
os valentes, corajosos.
a) desapercebido - descriminar - incipientes -
intemeratos.
b) despercebido - discriminar - insipientes -
intimoratos.
c) despercebido - discriminar - insipientes -
intemeratos.
D) desapercebido - descriminar - insipientes -
intemeratos.
e) despercebido - discriminar - incipientes -
intimoratos.
2) O apaixonadorapaz ficou extático diante da
beleza da noiva.
A palavra destacada é sinônima de:
a) imóvel
b) admirado
c) firme
d) sem respirar
e) indiferente
3) Indique a alternativa errada:
a) As pessoas mal-educadas, sempre se dão mal
com os outros.
b) Os meus ensinamentos foram mal interpretados. c)
Vivi maus momentos, naquela época.
d) Temos que esclarecer os mau-entendidos.
e) Os homens maus sempre prejudicam os bons.
4) os sinônimos de exilado, assustado, sustentar e
expulsão são, respectivamente:
a) degredado, espavorido, suster e proscrição. b)
degradado, esbaforido, sustar e prescrição. c)
degredado, espavorido, sustar e proscrição. d)
degradado, esbaforido, sustar e proscrição. e)
degradado, espavorido, suster e prescrição.
5) Trate de arrumar o aparelho que você quebrou e
costurar a roupa que você rasgou, do contrário não
saíra de casa nesse final de semana.
As palavras destacadas podem ser substituídas por:
a) concertar, coser e se não.
b) consertar, coser e senão. c)
consertar, cozer e senão. d)
concertar, cozer e senão. e)
consertar, coser e se não.
6) Assinale a alternativa que preenche corretamente as
lacunas da frase abaixo:
Da mesma forma que os italianos e japoneses
_________ para o Brasil no século passado, hoje os
brasileiros _________ para a Europa e para o Japão, à
busca de uma vida melhor; internamente, os
nordestinos ________ para o Sul, pelo mesmo
motivo.
a) imigraram - emigram - migram
b) migraram - imigram - emigram
c) emigraram - migram - imigram.
d) emigraram - imigram - migram.
e) imigraram - migram - emigram.
7) Há erro de grafia em:
a) Eucláudia trabalha na seção de roupas.
b) Hoje haverá uma sessão extraordinária na
Câmara de Vereadores.
c) O prefeito da cidade resolveu fazer a cessão de
seus rendimentos à creche municipal.
d) Voto 48ª sessão, da 191ª zona eleitoral. e)
Ontem, fui ao cinema na sessão das dez.
8) Assinale a letra que preenche corretamente as
lacunas das frases apresentadas.
A ___________ da greve era ________, mas o líder
dos trabalhadores iria ___________ o aumento
mais uma vez.
a) deflagração - eminente - reivindicar.
b) defragração - iminente - reinvidicar.
c) deflagração - iminente - reivindicar.
d) defragração - eminente - reinvindicar.
e) defragração - eminente - reivindicar
9) Assinale a letra que preenche corretamente as
lacunas das frases apresentadas.
Apesar de _______ em mecânica de automóveis, ele
foi _______ de __________, pois não conseguiu
diagnosticar o problema no motor do carro do diretor.
a) esperto - tachado - incipiente.
b) experto - tachado - insipiente.
c) experto - taxado - insipiente. d)
esperto - taxado - incipiente. e)
esperto - taxado - incipiente.
10) Assinale a letra que preenche corretamente as
lacunas das frases apresentadas.
O ladrão foi pego em _________, quando tentava
levar _______ quantia, devido a uma _______ de
caminhões bem em frente ao banco.
a) flagrante - vultosa - coalizão.
b) fragrante - vultuosa - colisão.
c) flagrante - vultosa - colisão.
d) fragrante - vultuosa - coalizão.
e) flagrante - vultuosa - coalizão.
11) Assinale a letra que preenche corretamente as
lacunas das frases apresentadas.
O rapaz que se sentiu ____________ pela diretora
do colégio fez uma _______ até Brasília para tentar
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_________ uma pena a ela.
a) descriminado - viajem - inflingir.
b) discriminado - viagem - infligir. c)
discriminado - viajem - infringir. d)
descriminado - viagem - infligir. e)
discrimando - viagem - infringir.
12) Assinale a letra que preenche corretamente as
lacunas das frases apresentadas.
__________, a verdade _______, e, apesar de
todos os protestos dos deputados, o ________
governador ______ os direitos do secretário.
a) De repente - emergiu - iminente - cassou.
b) Derrepente - imergiu - iminente - caçou.
c) De repente - emergiu - eminente - cassou.
d) De repente - imergiu - eminente - caçou. e)
Derrepente - emergiu - iminente - cassou.
Respostas
1) B 2) B 3) D 4) A 5) B 6) A 7) D 8) C 9) D 10) C
11) B 12) C
Pocessos Coesivos de Referência
Coesão e Coerência
Basicamente, ser coerente é não cair em contradição. Na escrita, há meios para se
ligar coerentemente os fatos em benefício da harmonia entre as idéias. É isso que
os exercícios que propomos pretendem abarcar. São exercícios que levam em
conta elementos-chave para garantir a coerência de um texto: conhecimento
compartilhado, elementos textuais, elementos do contexto de enunciação, etc.
Não é novidade para ninguém: é incoerente (ou parece ser) uma pessoa declarar
que detesta jogar futebol e sempre convidar os amigos para uma pelada. Seria
coerente, se tal pessoa não gosta de futebol, não convidar seus amigos para jogar
bola. É incoerente alguém dizer que devemos ser humildes e essa mesma pessoa ser
orgulhosa.
Assim é que a coerência pode ser entendida como o fenômeno da harmonia
entre as idéias, opiniões. Ou, dito de outra forma, seria um princípio de não
contradição. (Se alguém segue uma linha de pensamento, sem sair dela, essa
pessoa é coerente; já se esta pessoa não agir conforme suas opiniões, isto parece
ser incoerente).
Veja se são coerentes ou incoerentes os pares de fatos relacionados abaixo:
1) gostar de casa arrumada X deixar tudo espalhado
2) gostar de viajar X ficar sempre em casa nas férias
3) considerar que escola é necessário à educação X pôr os filhos na escola
4) ser contra comida enlatada X só comprar ervilha diretamente da horta
Se analisarmos bem o par número 2, incoerente à primeira vista, poderemos
facilmente imaginar uma situação na qual a pessoa que goste de viajar não o faça por
falta de recursos. Nesse caso, gostar de viajar e ficar em casa durante as férias não
se caracterizam como situações que, postas lado a lado, geram incoerência. A
incoerência existiria se a pessoa ficasse em casa nas férias porque gosta de viajar...
Perceberemos a coerência entre as duas situações do par de número 2 se
conhecermos a situação da pessoa que, por falta de recursos, não viaja. Outro modo
de percebermos a coerência é através da expressão clara da ligação entre as duas
situações, que pode se dar por uma palavrinha, a conjunção mas :
Luiz gosta de viajar mas fica sempre em casa nas férias.
Ou, explicitando melhor,
Luiz gosta de viajar, mas fica sempre em casa nas férias, porque não tem
dinheiro para viajar.
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Pronto: acabou-se a incoerência.
Em nosso cotidiano, por vezes, precisamos explicitar as ligações entre fatos,
para que os outros percebam que não somos incoerentes. Assim, não é raro
usarmos frases como:
Gosto dela, mas vou dar o fora.
Não vou tomar sorvete, embora goste, porque estou de regime.
É bonito ter cabelo comprido, mas uso curto porque não tenho tempo
para cuidar.
Precisamos de mais um quarto, mas não vamos construí-lo agora porque
o dinheiro está curto.
É mais rápido ir de moto para o trabalho, mas eu prefiro ir de ônibus porque o
trânsito está muito perigoso.
Torço para o Flamengo, mas quero que o Vasco ganhe porque não
agüento mais a choradeira lá em casa.
Se a pessoa com quem falamos sabe que estamos de regime, não é preciso dizer
a ela que gostamos de sorvete e lhe explicar que estamos de regime. Basta dizer:
“Não vou tomar sorvete”. Se a pessoa sabe que preferimos ir de moto por ser mais
rápido, não é preciso fazer a afirmação “É mais rápido ir de moto para o trabalho”, ao
lhe informar que não estamos usando a moto para ir até o local de trabalho.
O que percebemos, então?
Percebemos que há situações de interlocução nas quais não precisamos
explicitar tudo, mas que há outras nas quais, para não parecermos ilógicos,
incoerentes, loucos até, temos necessidade de explicar mais. Se pensarmos na
situação do sorvete, temos necessidade de explicar que não tomar sorvete não
decorre de gostar muito de sorvete; aocontrário, não tomar sorvete é uma
decisão tomada apesar de se gostar muito de sorvete.
A noção de coerência, de harmonia entre idéias e fatos, e a noção daí decorrente,
que é a de coesão, de ligação entre os fatos, foram consideradas por nós
como fundamentais para o bom uso da língua, ao falarmos, conversarmos,
escrevermos ou lermos. É verdade que há momentos em que o falante pode querer
deixar uma ambigüidade no ar, pode querer provocar um efeito cômico, pode não
precisar explicitar a coerência porque a situação já fala por si. Entretanto, se o falante
de fato não explicitar a ligação entre os fatos, isso deverá ser por sua
opção, e não por falta de conhecimento.
Assim, ao que parece, o que se denomina “coesão” seria aquilo que tenta
explicitar a coerência, quando ela, em um texto, não pode ser facilmente
depreendida. Desta forma, nos textos, os conectivos, que são alguns dos agentes
de coesão, representariam a tentativa de explicitação da coerência.
Coordenação e Subordinação
Período Composto
Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de períodos compostos:
1) Período composto por coordenação
Quando as orações não mantêm relação sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações
sintaticamente independentes entre si.
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Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei.
2) Período composto por subordinação
Quando uma oração, chamada subordinada, mantém relação sintática com outra, chamada principal.
Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto)
Período Composto por Subordinação
A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de orações subordinadas: substantivas,
adjetivas e adverbiais.
I. Orações Subordinadas Substantivas
São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante
(que, se)
A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal.
Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva:
verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.
Ex. É necessário que façamos nossos deveres.
verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.
Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer, importar,
interessar, suceder, acontecer.
Ex. Convém que façamos nossos deveres.
verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.
Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.
B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal.
(sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta.
Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.
C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal.
(sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Ex. Lembro-me de que tu me amavas.
D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal.
(sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal.
Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.
E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada substantiva apositiva
vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.
oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.
Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.
F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração principal.
(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.
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Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.
Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras:
Pronomes interrogativos (quem, que, qual...)
Advérbios interrogativos (onde, como, quando...)
Perguntou-se quando ele chegaria.
Não sei onde coloquei minha carteira.
II. Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relativo. São duas as orações
subordinadas
adjetivas:
A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou pronome a que se refere. A restritiva
funciona
como adjunto adnominal de um termo da oração principal e não pode ser isolada por vírgulas.
Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura.
Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio.
B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, explicando mais detalhadamente uma
característica geral e própria desse nome. A explicativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por
vírgulas.
Ex. Londrina, que é a terceira cidade do região Sul do país, está muito bem cuidada.
III. Orações Subordinadas Adverbiais
São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa
A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa.
Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que.
Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal.
B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido
Conjunções: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.
Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era).
C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão.
Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, se bem que, mesmo que, posto que,
ainda que, em que pese.
Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.
D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição.
Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.
Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.
E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade.
Conjunções: como, conforme, segundo.
Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.
F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de conseqüência.
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Conjunções: (tão)... que, (tanto)... que, (tamanho)... que.
Ex. Ele fala tão alto, que não precisa do microfone.
G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo.
Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal.
Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo. H)
Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade.
Conjunções: a fim de que, para que, porque.
Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam.
I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção.
Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais.
À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.
IV. Orações Reduzidas
Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome relativo e com o verbo no
infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de
infinitivo, de particípio ou de gerúndio.
Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem.
Período Composto por Coordenação
Um período composto por coordenação é formado por orações coordenadas, que são orações independentes
sintaticamente, ou seja, não há qualquer relação sintática entre as orações do período.
Há dois tipos de orações coordenadas:
1. Orações Coordenadas Assindéticas
São as orações não iniciadas por conjunção coordenativa.
Ex. Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar.
2. Orações Coordenadas Sindéticas
São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção coordenativa.
A) Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.
Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.
Ex. Não só reclamava da escola, mas também atenazava os colegas.
B) Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição.
Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto,

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