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Denúncia - furto qualificado, corrupção de menor, prisão em flagrante

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE JOINVILLE – SANTA CATARINA
Nº dos autos: xxxx
O MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, por meio do PROMOTOR DE JUSTIÇA, vem, respeitosamente, com fulcro no art. 41 do Código de Processo Penal, oferecer DENÚNCIA contra FULANO, brasileiro, vivendo em união estável, vigilante, nascido aos 22/04/1982, natural de Realeza – PR, filho de Mãe, RG nº -, inscrito no CPF sob o nº -, residente e domiciliado na Rua Tal, nº -, pelos seguintes fatos e fundamentos:
I – DO FATO DELITUOSO
Consta no auto de prisão em flagrante que, no dia 06 de fevereiro de 2013, por volta das 15:00, na loja Havan situada à Avenida Procópio Gomes, 249, bairro Bucarein desta comarca, FULANO e sua enteada (menor de idade) tomaram posse de peças de vestuário e produtos de uso doméstico no interior da loja, quais sejam: 1 saco “vac-bag” tamanho médio (R$ 12,90), 1 saco “vac-bag” tamanho grande (R$ 19,90), 1 short doll cor de rosa (R$ 19,90), 1 regata feminina branca (R$ 19,90), 1 regata “machão” preta (R$ 34,90), 1 body branco (R$ 59,90), 1 camisa feminina colorida (R$ 79,90), 1 shorts feminino branco (R$ 69,90), 1 shorts feminino jeans (R$ 59,90) e 1 shorts feminino jeans (R$ 59,90), totalizando a quantia de R$ 437,00, conforme Auto de Avaliação do Auto de Prisão em Flagrante.
A TESTEMUNHA, fiscal de loja do estabelecimento comercial lesado, encontrava-se trabalhando naquela ocasião, quando por volta das 14:50 passou a desconfiar dos dois indivíduos supramencionados, que estavam no setor de vestuário em atitude suspeita. Relata que tanto FULANO quanto a MENOR retiravam as roupas dos cabides, dobrando-as e colocando-as em uma cesta que a adolescente carregava e que, momentos depois, os indivíduos se dirigiram até os fundos da loja e lá transferiram as peças para a bolsa da menor.
Ainda segundo a testemunha, os dois chegaram a passar pelos caixas sem pagar pelos produtos, quando foram abordados pela TESTEMUNHA no estacionamento do piso térreo e encaminhados para uma sala da segurança da própria loja. Nesse momento, a adolescente abriu a bolsa, revelando que, dentre todo o seu conteúdo, encontravam-se os objetos furtados e, assim, aguardaram a chegada da Polícia Militar, que foi acionada pelos funcionários do estabelecimento comercial.
Vale ressaltar que toda a ação dos sujeitos foi gravada por meio das câmeras de vigilância da loja.
Mais tarde, a MENOR foi ouvida acerca do ocorrido, na presença de sua genitora. Segunda ela, naquela tarde ela e FULANO, seu padrasto, foram até a loja Havan e lá tiveram a ideia de furtar algumas peças de roupa, ocasião em que ambos escolheram os itens que posteriormente foram colocados em sua bolsa.
O acusado, por sua vez, alega que naquele dia decidiu fazer compras com a enteada na loja Havan e que, enquanto conferia os valores dos secadores de cabelo, presenciou a menor colocando diversas peças de roupa dentro da bolsa e que deixou de adverti-la por não ser sua filha.
Apesar de afirmar que apenas a observou se apropriando dos produtos, não tendo ele próprio furtado nada, as gravações das câmeras de vigilância revelam a ação de ambos no fundo da loja, conforme relatado anteriormente.
Não obstante as gravações confirmando o crime, resta clara a participação de FULANO no furto dos produtos, visto que, também de acordo com a testemunha, ambos retiraram as roupas dos cabides, dobrando-as e colocando-as em uma cesta que a adolescente carregava e que, momentos depois, os indivíduos se dirigiram até os fundos da loja e lá transferiram as peças para a bolsa da menor.
II – DA CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA
Isso posto, denuncia-se FULANO como incurso no art. 155, § 4º, IV do Código Penal cumulado com art. 244-B, II do Estatuto da Criança e do Adolescente por FURTO QUALIFICADO mediante concurso de duas ou mais pessoas e por corromper ou facilitar a CORRUPÇÃO DE MENOR de 18 anos.
A materialidade e autoria se encontram positivadas por conta dos elementos apresentados no auto de prisão em flagrante, nomeadamente os depoimento da testemunha, da menor e do termo de exibição e apreensão.
Com relação ao momento da consumação do crime, verifica-se totalmente cabível, portanto, a presente denúncia, a qual vai ao encontro do entendimento do Supremo Tribunal de Federal:
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. RITO PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. DIREITO PENAL. FURTO. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO. LEADING CASE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 102.490/SP. ADOÇÃO DA TEORIA DA APPREHENSIO (OU AMOTIO). PRESCINDIBILIDADE DA POSSE MANSA E PACÍFICA. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Recurso especial processado sob o rito do art. 543-C, § 2º, do CPC e da Resolução n. 8/2008 do STJ. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, superando a controvérsia em torno do tema, consolidou a adoção da teoria da apprehensio (ou amotio), segundo a qual se considera consumado o delito de furto quando, cessada a clandestinidade, o agente detenha a posse de fato sobre o bem, ainda que seja possível à vitima retomá-lo, por ato seu ou de terceiro, em virtude de perseguição imediata. Desde então, o tema encontra-se pacificado na jurisprudência dos Tribunais Superiores. 3. Delimitada a tese jurídica para os fins do art. 543-C do CPC, nos seguintes termos: Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 4. Recurso especial provido para restabelecer a sentença que condenou o recorrido pela prática do delito de furto consumado. (STJ - REsp: 1524450 RJ 2015/0073105-7, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 14/10/2015, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 29/10/2015).
Além disso, resta claro que, beneficiando-se do vínculo estável entre eles, FULANO corrompeu sua enteada para que, juntos, cometessem crime contra o patrimônio alheio para auferir vantagem patrimonial ilícita. Isso porquê, considerando a falta de discernimento ético e moral da menor, cabia ao padrasto desestimular a concretização da conduta ilícita.
III – DOS PEDIDOS
Diante do que foi exposto, é a presente para requerer:
O recebimento e a autuação da presente denúncia;
A citação do acusado para que, querendo, apresente resposta à acusação nos termos do art. 396 do Código de Processo Penal, alterado pela Lei nº 11.719/2008, no prazo de 10 dias;
A produção de provas por todos os meios de direito admitidos, em especial a oitiva de testemunhas, arrolados ao final desta peça;
O regular prosseguimento do feito para os fins de direito.
Nestes termos, pede deferimento.
Joinville, 09 de novembro de 2015.
PROMOTOR DE JUSTIÇA
Rol de testemunhas:
a) TESTEMUNHA 1, fiscal de loja e residente na Rua Agulhas Negras, 241, bairro Jarivatuba, Joinville – SC.
b) CICLANA, menor, estudante, representada por sua genitora e residente na Rua X. 
c) PM 1, policial militar e lotado no 8º Batalhão de Polícia Militar de Joinville.

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