Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HIDROSFERA Água é a substância mais abundante no planeta Superfície da Terra 510 x 106 km2 Superfície coberta por água e gelo 327,5 x 106 km2 Terra planeta azul 310 x 106 km2 oceanos 15 x 106 km2 geleiras 2,5 x 106 km2 rios e lagos ÁGUA ESSENCIAL À VIDA FOTOSSÍNTESE CO2 + H2O biomassa CORPO HUMANO ~ 80% de água Importante atuação nos processos geológicos de superfície (erosão, transporte e sedimentação CICLO DA ÁGUA Volume total de água é relativamente constate 119.000 km3/ano precipitação sobre continentes 72.000 km3/ano evapotranspiração 47.000 km3/ano circulam pelo planeta Águas superficiais Águas subterrâneas Excedente hídrico Distribuição das regiões secas e úmidas do planeta (clima e fisiografia parâmetros importantes na repartição) Bacia Amazônica - 16% da água doce do planeta Regiões semi-áridas - 40% da superfície continental 2% de todo o escoamento superficial Brasil, Rússia, EUA, Canadá, China, Indonésia, Índia, Colômbia e Peru 60% do total de água doce > 26.800 km3/ano Aplicação prática do ciclo das águas Avaliar e monitorar a quantidade de água disponível na superfície da Terra Bacia hidrográfica Utilização dos recursos hídricos Balanço Hídrico Unidade geográfica para estes estudos P - E - Q (± ∆S) = O Expressão básica da hidrologia SISTEMAS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS Sistemas de águas superficiais Corregos Rios Lagos Lagoas Terrenos alagados cada um dos sistemas comporta um complexo ecossistema com forte interdependência com a vida animal e vegetal atividades antrópicas poluem degradam Canais de drenagem Corpos isolados Alimentados pela água da chuva e degelo Repartição de águas doces Continente Volume % total km3 Europa 76 3,8 Ásia 533 27 África 184 9,2 A. Norte 236 12 A. Sul 946 47 Austrália 24 1,2 Total 1999 100 Repartição desigual no planeta Devido ao crescimento Populacional a demanda excede a quantidade disponível em muitas partes do mundo Distribuição das águas superficiais Papel do clima nas descargas dos rios Precipitação Temperatura Quantidade de água disponível para a descarga de um rio Descarga = volume de água que passa em um dado pon to no canal do rio por unidade de tempo Depende de 3 fatores: área drenada acima do ponto precipitação acima do ponto perda d’água na bacia Processos fluviais Rios têm capacidade de modelar e modificar a paisagem: Carreando solos e sedimentos Formando cachoeiras Escavando canions (canhão) Depositando sedimentos Competência de um rio Habilidade em transportar partículas Capacidade de um rio Volume de sedimentos transportados Aluvião Conjunto de sedimentos depositados por um rio Cascalhos, areias, siltes e argilas energia Dependendo da energia do rio e da natureza do material geológico: Existem 4 padrões básicos de canais retilíneo meandrante entrelaçado anastomosado Retilíneos - pequenos seg- mentos de drenagem e distributários deltáicos Entrelaçados - regiões secas periglaciais e desérticas Meandrantes - regiões úmidas Anastomosados - regiões úmidas Riscos de inundação e sua minimização Desde os primórdios da humanidade, as pessoas selecionam as margens dos rios e lagos para habitarem Água potável Vias de comunicação Solos férteis Riscos de inundações Inundações geralmente destrutivas (rio Tiete/São Paulo) por vezes benéficas (rio Nilo/Egito) descarga elevada excede capacidade do canal Inundações Fatores naturais (chuvas, lavas e degelo) Fatores antrópicos (ruptura de barragens) reguladas Obras de engenharia Diques marginais Barragem de contenção Retificação de canais Canalização de rios minimizam efeitos da inundação Por vezes podem apresentar inconvenientes Diques marginais - assoreamento do canal Barragem - retém sedimentos, modificam ecossistemas, alagam áreas produtivas, destroem sítios tu- rísticos e arqueológicos Retificação - aumenta velocidade de fluxo São Paulo - apesar da retificação, o problema está longe de ser resolvido Rio Ribeira de Iguape - problema criado pela retificação do rio nas sua foz Planejamento adequado da ocupação territorial em áreas inundáveis Minimizar racionalmente efeitos da inundação � Identificação de áreas de risco � regras especificas para o uso do solo Recursos de água superficial e proteção ÁGUA DOCE ∗ recurso natural insubstituível ∗ necessário à vida ∗ não pode ser trocada por ino- vações tecnológicas Devido ao seu ciclo - recurso natural renovável “Planeta água” está passando sede dezenas de milhões de pessoas consomem < 5L/dia Apenas 1% da água doce é recurso aproveitável 0,007% da água total da Terra cerca de 80 países (40% dos habitantes da Terra) carência de água Escassez de água Problema alarmante Parte dessa água disponível não é de boa qualidade 4,6 milhões de crianças (<5 anos) morrem anualmente de diarréia - água não potável 1/2 bilhão de pessoas possuem tracoma Saneamento básico e água potável reduzir em 75% taxas de mortalidade Crise mundial da água (1972- Estocolmo) Demanda de água para uso doméstico reduzida Agricultura Industria Irrigação em países áridos centenas de milhares de L/pessoa/dia Efluentes de estação de tratamento de esgoto (fertirrigação) Águas servidas Catástrofes ecológicas relacionadas à poluição das águas superficiais 1970 Clean Water Act (descarga zero) � rede de esgoto (emissários) � prevenir a erosão do solo � limitar o uso de pesticida e inseticida em áreas de lazer � tornar os rios piscosos e aptos para a natação SISTEMAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Água subterrânea: Fração de água de precipitação que se infiltra no subsolo. É a água que ocupa os vazios (poros) em formações rochosas ou ou nos regolitos Distribuição de água no subsolo Infiltração Processo mais importante na alimentação (recarga) de água no subsolo Volume e velocidade de infiltração depende de vários fatores Ocupação do solo: urbanização e desmatamento Tipo de materiais terrestres: porosidade e permabilidade Cobertura vegetal: favorece a infiltração Topografia: inclinação favorece escoamento Precipitação: distribuição é essencial Distribuição e movimento da água no subsolo Além da força gravitacional e das características dos materiais, o movimento da água no subsolo é controlado pela Tensão superficial (força de atração molecular) De acordo com a facilidade de movimentação a água pode ser classificada: gravitacional capilar higroscópica Água gravitacional escoa livremente Água capilar retida pela tensão superficial movimen- ta-se lentamente Água higroscópica retida fortemente, não se movimenta Capacidade de campo volume de água ab- sorvida pelo solo, antes de atingir a saturação e que não sofre movimento para os níveis inferiores Nível freático � separa zona saturada da não saturada � em geral acompanha o modelado do terreno � em áreas com alta pluviosidade é mais raso � em áreas mais áridas é geralmente profundo � nos fundos dos vales é mais raso � nas cristas é sempre mais profundo � quando intercepta a superfície ocorrem nascentes Nível freático tem estreita relação com os rios (efluentes e influentes) Porosidade e estoque de água subterrânea Porosidade = volume de poros/volume total do material Porosidade primária (intergranular) Porosidade secundária (fraturas) Porosidade de condutos (cárstica) MATERIAL POROSIDADE % Sedimentos Cascalho grosso 24 -36 Cascalho fino 25 - 38 Areia grossa 31 - 46 Areia fina 26 - 53 Silte 34 - 61 Argila 34 - 60Rochas sedimentares Arenito 5 - 30 Siltito 21 - 41 Calcário 0 - 50 Folhelho 0 - 10 Rochas cristalinas Xisto fraturado 30 - 38 Rocha cristalina fraturada 0 - 10 Rocha cristalina compacta 0 - 5 Basalto 3 - 35 Granito alterado 34 - 57 Permeabilidade e fluxo de água subterrânea Permeabilidade = propriedade que determina fluxo da água através dos poros depende do tamanho dos poros e da conexão existente entre eles Material Tamanho das partículas Porosidade Permeabilidade (mm) (%) Cascalho 7 a 20 35,2 muito alta Areia Grossa 1 a 2 37,4 alta Areia Fina 0,3 42 alta a média Silte e argila 0,04 a 0,006 50 a 80 baixa a muito baixa Fluxo de água no subsolo é controlado Força gravitacional Força de atração molecular Diferença de pressão entre dois pontos exercida pela coluna de água e pelas rochas adjacentes Potencial hidráulico Lei de Darcy - lei fundamental da hidrologia de meios porosos v = K (h1 - h2)/d (h1 - h2)/d = gradiente hidráulico K = permeabilidade Lei de Darcy permite determinar o fluxo de água subterrânea de uma região pela condutividade hidráulica medida em laboratório Ex: porosidade = 30% permeabilidade= 60m/dia gradiente hidráulico= 1m por 1000m v = (60 m/dia x 1 m) (1000 m x 0,3) 0,2 m/dia ou 73 m/ano Lei de Darcy v = K (h1 - h2)/d No fluxo de água subterrânea são importantes: inclinação do nível de água permeabilidade do subsolo viscosidade da água Experimento de Darcy: medida da vazão de água (Q) em um cilindro preenchido por material arenoso, para diferentes gradientes hidráulicos Velocidade de fluxo pode ser medida por traçadores: corantes isótopos, etc Materias permeáveis (areia e cascalho) 0,5 e 15 cm/dia até 100m/dia Aqüíferos Unidades rochosas ou sedimentos porosos e permeáveis que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea, passíveis de serem explorados Tipos de aqüíferos Aqüíferos livres - topo demarcado pelo nível freático (em contato com a atmosfera Aqüíferos suspensos - acumulações de água na zona insaturada, formando níveis lentiformes acima do nível freático Aqüíferos confinados - situa-se entre duas camadas ou unidades pouco permeáveis ou impermeáveis. Normalmente a água se encontra sob pressão (da própria coluna de água) Aqüíferos – (latim = carregar água): unidades rochosas ou sedimentos porosos e permeáveis que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea e passíveis de serem explorados Artesianismo Aqüíferos confinados sob certas condições geológicas podem dar origem ao artesanismo Água sob pressão jorra Química das águas subterrâneas Chuva, gelo e águas superficiais Pouca substâncias dissolvidas Atividades humanas (queima de combustíveis) Eventos geológicos (gases vulcânicos) 10 a 20 mg/L solo Chuva sedimentos rochas Carga aumenta (centenas de vezes) Aumento da profundidade e tempo composição química varia (Fonte das águas subterrâneas) Água subterrânea como recurso 1,5 bilhões de pessoas consomem água subterrânea 97% da água doce baixo custo fácil obtenção boa qualidade Impacto das atividades antrópicas nos recursos hídricos subterrâneos Recurso abundante, porém distribuído de forma heterogênea Condições climáticas e geológicas da área � Clima úmido favorece a recarga � Porosidade e permeabilidade da rocha definem a capacidade do aqüífero em transmitir, armazenar e fornecer água exploração controlada bombeamento de um poço provoca descida nos níveis do aqüífero. Porém ocorre equilíbrio em função do balanço entre extração e recarga Superexploração do aqüífero (i) redução da capacidade produtiva do poço aumentando o custo do bombeamento (ii) indução de fluxos laterais de águas salinas, em regiõpes costeiras (iii) drenagem dos rios ou de outros corpos de água superficial, pelo rebaixamento do nível hidráulico do aqüífero (iv) subsidência do terreno, com danos para as edificações e rede de esgoto Redução da capacidade produtiva Crescimento desordenado de cidades tem provocado maior uso e queda importante nos níveis dos aqüíferos: Léon-Guanajuato - 90 m entre 1960 e 1990; continua caindo 1 a 5m/ano Intrusões de água salgada Áreas costeiras - aqüíferos descarregam suas águas no mar. Existe um equilíbrio dinâmico entre água doce e água salgada. Bombeamento intenso rompe este equi- líbrio e água do mar invade o aqüífero Subsidência Exploração desordenada pode levar à subsidência do terreno. Duas pressões atuam sobre o aqüífero: hidrostática e tensão efetiva Intrusão salina Relação entre água subterrânea e água do mar em área de des- carga de um aqüífero livre. A extração de água subterrânea da linha da costa acaba por criar o avanço da água salgada em subsuper- fície Cajamar (agosto 1986) - Várias casas foram destruídas pela formação de uma grande cratera de 29m de diâmetro e 18 de profundidade: zona calcária, com cavidades internas (relevo cárstico); exploração de água e estiagem pro- vocou o rebaixamento do nível freático abaixo da zona de cavidades; colapso BRASIL Não havia regulamentação - dono da terra era proprietário do recurso Constituição de 1988 - regulamentou sua utilização, pois a proprie- dade deste bem natural passou para o Estado Hoje, dispositivos legais permitem ao Estado gerenciar a reserva hídrica subterrânea Poluição das águas subterrâneas Em geral qualidade química das águas subterrâneas é boa para consumo humano Contaminação pode colocar em risco a saúde ou o bem estar de uma população Poluição inorgânicos nitratos doméstico agricultura orgânicos metais pesados organismo patogênicos industrial halogenados hidrocarbonetos bactérias e virus doméstico industrial industrial Nitratos - grande mobilidade e alta persistência em condições aeróbias (fontes: fossas e fertilizantes nitrogenados) Metais pesados - baixa mobilidade em ambientes naturais (Eh e pH podem modificar comportamento) Orgânicos - altamente tóxicos e persistentes, imiscíveis na água. São mais ou menos densos que a água e podem causar danos irreparáveis aos aqüíferos. Por vezes sua remoção é quase impossível (materiais argilosos). Problema: formam em geral uma grande pluma de contaminação Organismos Patogênicos - contagem de coliforme fecais indicador de contaminação recente. Em águas subterrâneas não é muito eficaz; tempo de residência de apenas 1 semana, contra mais de 200 dias para alguns vírus patogênicos (ovos de helmintos) Mecanismos naturais podem por vezes contaminar aqüíferos Interação água/rocha Fe, Mn, F (As, Cr, Cd, Ni, Co) F (em certos poços do aqüífero Guarani) Solo atenua ação de certos poluentes Perfil de degradação (solo, zona não saturada e saturada). A espessura da linha corresponde a maior ou menor atuação do processo indicado Principais causas antrópicas da poluição dos aqüíferos � Sistemas “in situ” (fossas sépti- cas, latrinas, fossas ventiladas e secas) � adequados - pequenas vilas e zonas rurais � Elevadas concentrações de car- bono orgânico, cloreto, nitrogênio, sódio, magnésio, sulfato e alguns metais (Fe,Zn, etc) � microorganismos patogênicos em altas concentrações � maiores riscos - nitrogênio e patógenos Áreas urbanas sem rede de esgoto Atividades industriais e domésticas - efluentes Efluentes líquidos e gasosos resíduos sólidos e matérias primas Contaminam aqüífero quando depositados incorretamente Não existe relação direta entre poluição industrial nas águas superficiais e sua contribuição para a poluição das águas subterrâneas Efluente com altos valo- res de DBO provoca mor- talidade de peixes, mas não afeta águas subter- râneas (efeito filtro do solo) Prática utilizada - lagoas com fundo impermeabilizado (natural ou artifi- cialmente) para estocagem, manuseio, evaporação, se- dimentação e oxidação dos efluentes Atividades industriais - resíduos sólidos Resíduos sólidos e matérias primas Contaminam aqüífero quando depositados incorretamente Muito comum a presença de metais pe- sados, substâncias tóxicas e solventes orgânicos. Chorume - líquido que per- cola do lixo tem provocado sérios problemas Construção de aterros sanitários é uma boa solução, desde que siga a legislaçãm em vigor Estocagem é sempre onerosa - procura-se usos sustentáveis. Ex: biossólidos em solos para fins agrícolas (condicionador de solo ou fertilizante) Atividades agrícolas Solos pobres e pouco produtivos com uso de fertilizantes inorgânicos passaram a ter excesso de nutrientes (sais, compostos nitrogenado) Uso de agrotóxicos (her- bicidas, inseticidas, fun- gicidas, acaricidas, etc) Atividades agrícolas - uma das atividades mais difícies de serem avaliadas em termos de riscos riscos hidrológicos Mineração � minerais metálicos � petróleo � gás natural � substâncias não metálicas muito solúveis Proteção das águas subterrâneas Uso intensivo e extensivo - programas de proteção) Contaminação do aqüífero por substância tóxicas e persistentes pode torna-lo irrecuperável em sua qualidade. Preservar custa muito menos do que recuperar quantidade qualidade Existem normas de proteção em muitos países. No Brasil elas são ainda muito incipientes Preservando a quantidade da água subterrânea Estabelecer o balanço entre recarga e volume total explotável controlar a perfuração de poços controlar regime de extração evitar o rebaixamento reservas Reserva permanente - volume total de água que pode ser extraído do aqüífero usando técnicas normais de bombeamento Reserva dinâmica (reguladora) - volume de recarga do aqüífero Reserva explotável - fração da reserva reguladora (25 a 75%) cuja exploração não afeta o recurso Preservando a qualidade da água subterrânea Duas grandes estratégias Ocupação do terreno a partir de mapas de vulnerabilidade à poluição estabelecer zonas ao redor dos poços com diferentes graus de restrição de ocupação Perímetro de Proteção do Poço (PPP) -
Compartilhar