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Faculdade Pitágoras 
Unidade Contagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULA 
FUNDAMENTOS DA LUBRIFICAÇÃO E 
DESGASTE. 
 
 
 
Curso de Engenharia Mecânica 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Me. Eng. Plínio de Freitas Barbosa 
Belo Horizonte – 2015. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
2 
 
 
Índice 
1. Atrito ....................................................................................................... 6 
2. Desgaste ................................................................................................ 14 
3. Petróleo ................................................................................................ 17 
3.1. Parafínicos ................................................................................... 18 
3.2. Naftênicos: ................................................................................... 19 
3.3. Mistos: ............................................................................................. 19 
3.4. Aromáticos: ................................................................................... 20 
4. Lubrificação ....................................................................................... 21 
4.1. Funções dos lubrificantes .................................................. 25 
4.2. Falta de lubrificação ........................................................... 26 
4.3. Película lubrificante ........................................................... 26 
4.4. Classificação da Lubrificação ........................................ 27 
5. Lubrificantes .................................................................................... 31 
5.1. Classificação............................................................................... 34 
5.1.1. Lubrificantes Líquidos ................................................ 34 
5.1.2. Lubrificantes Pastosos ................................................ 42 
5.1.3. Lubrificantes Sólidos................................................... 45 
5.1.4. Lubrificantes gasosos................................................... 45 
5.2. Características .......................................................................... 46 
5.2.1. Densidade ............................................................................... 48 
5.2.2. Viscosidade........................................................................... 51 
5.2.3. Índice de Viscosidade................................................... 60 
5.2.4. Ponto de Fluidez............................................................... 64 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
3 
 
5.2.5. Ponto de Fulgor (Lampejo) ......................................... 65 
5.2.6. Cor .............................................................................................. 66 
5.2.7. Teor de Cinzas ................................................................... 68 
5.2.8. Acides e Basicidade ....................................................... 69 
5.2.9. Resíduo de Carbono .......................................................... 74 
5.2.10. Demulsibilidade............................................................... 75 
5.2.11. Espuma .................................................................................... 76 
5.2.12. Ponto de Anilina ............................................................ 77 
5.2.13. Extrema Pressão............................................................... 78 
5.2.14. Detergência ........................................................................ 80 
5.2.15. Saponificação ................................................................... 80 
5.2.16. Dispersância ...................................................................... 80 
5.2.17. Resistência a Oxidação .............................................. 80 
5.2.18. Oleoginosidade ou Poder Lubrificante ............ 81 
5.3. Características monitoradas em óleos Usados....... 81 
5.3.1. Corrosão .................................................................................. 81 
5.3.2. Água por destilação ....................................................... 82 
5.3.3. Água e sedimentos por centrifugação ................. 83 
5.3.4. Diluição .................................................................................. 84 
5.3.5. Espectrometria ................................................................... 85 
5.3.6. Espectroscopia de Infravermelho........................... 87 
5.4. Características específicas das graxas................... 88 
5.4.1. Consistência ........................................................................ 88 
5.4.2. Ponto de Gota ...................................................................... 90 
5.4.3. Estabilidade Mecânica................................................... 91 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
4 
 
5.4.4. Extrema-Pressão ................................................................. 92 
5.4.5. Resistência à água .......................................................... 92 
5.4.6. Resistência à Oxidação ................................................ 93 
5.4.7. Bombeabilidade ................................................................... 93 
6. Aditivos ................................................................................................ 93 
6.1. Detergentes ................................................................................... 95 
6.2. Dispersantes;............................................................................... 95 
6.3. Antioxidantes............................................................................... 95 
6.4. Anticorrosivos ............................................................................ 96 
6.5. Antiferrugem ................................................................................. 97 
6.6. Extrema pressão .......................................................................... 97 
6.7. Antidesgaste ................................................................................. 98 
6.8. Abaixador do ponto de fluidez ........................................ 98 
6.9. Melhoradores do Índice de Viscosidade ..................... 98 
6.10. Antiespumantes .......................................................................... 99 
6.11. Agentes de Adesividade....................................................... 99 
6.12. Modificadores de Atrito .................................................... 99 
6.13. Desativador de Metais ....................................................... 100 
6.14. Outros Aditivos ..................................................................... 100 
7. Classificação dos Lubrificantes ....................................... 100 
7.1. Sistema de Classificação SAE......................................... 101 
7.2. Sistema de Classificação API......................................... 105 
7.3. Sistema de Classificação ACEA ...................................... 111 
7.4. Classificação ISO – Para Óleos Lubrificantes 
Industriais. .......................................................................................................... 112 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
5 
 
7.5. Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para 
Óleos Industriais .............................................................................................. 113 
7.6. Classificações de fluidos para freios ................... 115 
7.7. Classificações de fluidos de corte .......................... 118 
7.7.1. Soluções (fluidos sintéticos) ............................. 118 
7.7.2. Emulsões (óleos solúveis e fluidos 
semissintéticos) .............................................................................................118 
7.7.3. Óleos (fluidos integrais) ....................................... 120 
7.7.4. Gases e Névoas ................................................................. 120 
7.7.5. Sólidos (MoS2) .................................................................. 121 
8. Métodos de aplicação dos óleos lubrificantes ........ 121 
8.1. Métodos de lubrificação por gravidade ................... 122 
8.1.1. Lubrificação manual ..................................................... 122 
8.1.2. Lubrificação manual, por pincel ou por 
espátula 122 
8.1.3. Copo com agulha ou vareta ....................................... 122 
8.1.4. Copo conta gotas............................................................. 123 
8.2. Métodos de lubrificação por capilaridade ............ 123 
8.2.1. Copo com mecha ................................................................. 123 
8.2.2. Lubrificação por estopa ou almofada ............... 123 
8.3. Métodos de lubrificação por Salpico ........................ 124 
Anexo 1 ............................................................................................................ 125 
 
 
 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
6 
 
1. Atrito 
Atrito é a denominação que é dada a resistência de 
oposição ao movimento de deslizamento, entre corpos em contato. 
A força que mensura esta resistência é chamada força de atrito. 
O atrito pode ser observado entre sólidos, líquidos e gases. 
O atrito entre gases é menor que o atrito entre líquidos que 
por sua vez é menor que o atrito entre sólidos. 
Entre dois corpos sólidos a força de atrito pode ser 
justificada pela interação entre as superfícies em contato. A 
figura 1 mostra os picos e vales de dois corpos em contato, 
sujeitos a ação de uma força que tende a provocar movimento 
relativo entre esses corpos. 
 
 
Figura 1 – Representação esquemática da força de atrito entre dois 
corpos. 
 
A força de atrito surge tão logo se instalam as forças 
motrizes que desejam causar o movimento, logo, existe força de 
atrito mesmo que não haja movimento. Neste caso a força de 
atrito é igual a força motriz e o corpo permanece estático. 
Portanto chamamos esta força de Força de Atrito Estático. 
A medida que a força motriz é aumentada ocorrera um ponto onde 
ela excedera a força de atrito estático e o corpo entrará em 
movimento. Neste momento a força de atrito irá sofrer uma queda 
em seu valor nominal. A este valor chamamos de Força de Atrito 
Cinético. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
7 
 
As forças de atrito podem ser benéficas ou não, 
dependendo da situação a que se aplicam. Andamos facilmente 
porque existe força de atrito entre a sola de nossos pés e o 
chão. Quando esta força de atrito é diminuída escorregamos e 
temos dificuldade de nos movimentar. Por outro lado, o 
deslizamento entre superfícies pode exigir um enorme esforço 
e provocar desgastes indesejados. Para este último caso temos 
realizado enormes esforços para diminuir a força de atrito. 
 
 
 
Como a força de atrito é menor entre gases e líquidos, 
lançamos mão deste tipo de atrito fluido para diminuir o atrito 
resultante. Assim, quando interpomos um fluido entre duas 
superfícies sólidas, modificamos o tipo de atrito, pois 
evitamos o contato entre dois sólidos. A isto chamamos de 
lubrificação. 
O resultado do atrito entre sólidos leva ao desgaste entre os 
corpos, ao aquecimento das partes, a geração de ruídos e a 
perda de energia. 
Podemos destacar dois tipos de atrito entre corpos 
sólidos: 
 Atrito por deslizamento; 
Figura 2 – O atrito permite 
que caminhemos. 
Figura 3 – O atrito permite 
transmissão de potência e 
movimento. (Disco de Atrito) 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
8 
 
 Atrito por rolamento. 
No atrito por deslizamento a superfície de contato é 
formada pelo contato entre os vales e picos da superfície em 
contado dos corpos. Note que definir esta área requer que seja 
definido o valor das áreas que realmente estão em contato e 
que é diferente da área geométrica observável a olho nu. O que 
geralmente é feito é considerar um valor médio com base na 
rugosidade superficial das partes em contato. 
Quanto maior a rugosidade superficial maior a força de atrito 
possível de ser alcançada. Porque embora a força de atrito 
seja independente da área, os picos em contato podem ser 
rompidos. Vale ressaltar que por mais polida que seja uma 
superfície ela irá conter vales e picos, sendo que jamais será 
perfeitamente lisa. 
No atrito por rolamento porções sucessivas dos corpos 
estarão em contato entre si. Neste caso, as mesmas 
considerações sobre as áreas de contato são válidas. 
O atrito por rolamento é bem menor que o atrito por 
deslizamento. Por este motivo utilizamos rodas para facilitar 
o deslocamento de corpos, diminuindo a energia necessária ao 
trabalho. 
 
Figura 4 – Força de atrito estático / de deslizamento / de rolamento. 
 
A força de atrito é uma grandeza vetorial que possui 
mesma direção da força motriz aplicada e sentido oposto. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
9 
 
Seu modulo é diretamente proporcional a força de reação ao 
plano “N” – Força Normal. 
Cada par de materiais em contato possui um coeficiente de 
atrito relativo ao deslizamento entre eles. Assim, existe um 
coeficiente de atrito para duas peças de aço colocadas em 
contato, aço em contato com borracha, couro em contato com 
ferro fundido e assim por diante. 
A força de atrito entre dois corpos materiais em contato de 
deslizamento pode ser expressa como: 
 
𝐹𝑎 = 𝜇 × 𝑁 
 
Onde: 
𝐹𝑎 = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜. 
𝜇 = 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜. 
𝑁 = 𝑅𝑒𝑎çã𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑎𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜. 
 
Como foi mencionado anteriormente a força de atrito varia 
de estático para cinético conforme os corpos deixam de estar 
estáticos e apresentam um deslizamento relativo ente eles. 
 
 
Gráfico 1 – Forças de atrito por deslizamento. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
10 
 
O coeficiente de atrito µ possui dois valores para um mesmo 
par de materiais. O coeficiente de atrito estático acontece 
enquanto os corpos estão parados e imediatamente após o 
movimento ocorre o coeficiente de atrito cinético que 
geralmente cai em valor. Vem que µe>µc. 
Observando o gráfico 1 acima, podemos ver que assim que 
a força de deslocamento é aplicada, a força de atrito assume 
valores em modulo iguais ao desta força e surge apenas para 
impedir o movimento, anulando a força aplicada. Isso ocorre 
até que o modulo da força aplicada seja igual a força de atrito 
estático máxima. 
 
𝐹𝑎
𝑒 = 𝜇𝑒 × 𝑁 
 
Onde: 
𝜇𝑒 = 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜. 
 
Deste momento em diante, com o aumento da força aplicada, o 
modulo da força de atrito decresce até atingir um valor 
constante. 
 
𝐹𝑎
𝑐 = 𝜇𝑐 × 𝑁 
 
Onde: 
𝜇𝑐 = 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑜. 
 
É fácil perceber que a força necessária para mover o 
corpo é tanto maior quanto maior for a massa deste corpo, ou 
a carga aplicada sobre ele. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
11 
 
 
Figura 5 – É mais fácil empurrar a caixa vazia cuja massa é menor. 
 
A força de atrito independe da área de contato. Observe 
que ao calcularmos a força de atrito utilizamos a reação normal 
e o coeficiente de atrito. Para o mesmo par de materiais, mesma 
carga e áreas de contato diferentes o coeficiente de atrito é 
o mesmo.Figura 6 – Força de atrito 
depende da Normal. 
Figura 7 – Força de atrito 
independe da área. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
12 
 
A lubrificação e o polimento diminuem as forças de atrito. 
A lubrificação por modificar o atrito entre corpos sólidos 
para atrito entre fluidos. O polimento por diminuir a 
rugosidade superficial e por consequência a altura entre os 
vales e picos que se opõem ao movimento. Ambas as ações 
terminam por diminuir o coeficiente de atrito “µ”. 
 
 
Figura 8 – Atrito sólido e atrito fluido. 
 
No atrito de rolamento a resistência ao movimento é 
diretamente proporcional as deformações das superfícies. 
Superfícies que sofrem deformação elástica oferecem menor 
resistência que aquelas que sofrem deformações plásticas 
(permanentes). Em alguns casos o atrito ao rolamento aumenta 
devido a deformação da roda (pneus com pressão baixa). No 
atrito de rolamento a resistência ao rolamento é diretamente 
proporcional a carga no cilindro / esfera e é inversamente 
proporcional ao diâmetro do cilindro / esfera. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
13 
 
Observe na figura 9 que duas esferas de mesmo diâmetro, 
mas com massas diferentes terão resistência ao rolamento 
diferente. A esfera com massa maior também terá força de atrito 
maior. 
 
 
Figura 9 – Resistência ao rolamento por atrito de esferas com 
massas diferentes. 
 
 
De maneira análoga observe na figura 10 que duas esferas 
de diâmetros diferentes, mas com a mesma massa terão 
resistência ao rolamento diferente. Neste caso a esfera que 
Esfera Oca 
Peso: 500 g 
Diâmetro: 16 cm 
Força de Atrito 
Carga 
Esforço 
Esfera Maciça 
Peso: 2000 g 
Diâmetro: 16 cm 
Força de Atrito 
Carga 
Esforço 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
14 
 
possui o maior diâmetro apresentará a menor força de atrito 
resistente ao rolamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Força de atrito resistente ao rolamento em função do 
diâmetro da esfera. 
 
2. Desgaste 
O desgaste é a perda progressiva de matéria da superfície 
de um corpo sólido devido ao contato e movimento relativo com 
um outro corpo sólido, líquido ou gasoso ASTM (G-40). 
Esfera Oca 
Peso: 500 g 
Diâmetro: 16 cm 
Força de Atrito 
Carga 
Esforço 
Esfera Maciça 
Peso: 500 g 
Diâmetro: 8 cm 
Força de Atrito 
Carga 
Esforço 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
15 
 
Pode ser apresentado também, com um fenômeno onde, de 
forma geral, o deslocamento de material é causado pela presença 
de partículas duras, que estão entre ou embutidas em uma ou 
ambas as superfícies em movimento relativo. 
Nota: 
 Dano a uma superfície – o desgaste é um fenômeno 
tipicamente superficial. 
 Movimentação relativa – é importante para ajudar e 
identificar os tipos de desgaste e as variáveis de 
influência. 
 Tipo de material – ajuda na identificação do tipo de 
desgaste e na maior ou menor severidade de um tipo de 
desgaste em relação a materiais diferentes. 
 
Geralmente o desgaste é observado como uma perda de 
material ou dano superficial. Existem vários tipos de desgaste 
e alguma dificuldade em descrevê-los. A dificuldade se deve ao 
fato dos tipos de desgaste não serem fáceis de identificar, 
ocorrerem muitas vezes de forma concomitante, outras vezes, o 
mecanismo de desgaste muda de um tipo para outro durante o 
processo. Outro problema é que existem polêmicas associadas a 
classificação dos tipos de desgaste nominados por autores 
diferentes. Segundo a norma DIN 50320, os mecanismos principais 
de desgaste são quatro classificados como: adesão, reação 
triboquímica, fadiga superficial e abrasão. Os quatro tipos de 
mecanismos de desgaste podem ser diferenciados da seguinte 
maneira: 
 Adesão ou fricção: Formação e ruptura da união 
adesiva interfacial (exemplos: Junções soldadas a 
frio, desgaste por atrito). Esse desgaste é 
geralmente identificado pelo cisalhamento 
superficial ou destacamento de material como 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
16 
 
resultado do movimento relativo entre as duas 
superfícies, as quais se desgastam pela ação dos 
fragmentos soltos. Estima se que este tipo 
representa 15% das situações de desgaste observadas; 
 Desgaste por abrasão: É o fenômeno que ocorre quando 
partículas duras deslizam ou são forçadas contra 
uma superfície metálica, em relação à qual estão em 
movimento, provocando por deslocamento ou 
amassamento a remoção do material. A remoção de 
material ocorre mediante processo de riscamento 
(processo de microcorte. Estima se que este tipo 
represente 50% dos desgastes observados); 
 Fadiga de superfície ou contato: ocorre em 
componentes submetidos a carregamentos cíclicos, 
onde normalmente não há grandes perdas de material 
da superfície. Está proximamente relacionado ao 
fenômeno geral da fadiga e similarmente sujeito a 
um período de incubação antes do aparecimento dos 
danos. O desgaste ocorre principalmente pela 
remoção do material da superfície por ação mecânica. 
Entretanto, em muitos casos, a ação química sobre 
a superfície pode afetar o processo do desgaste 
mecânico. Quando em temperatura ambiente, denomina-
se fadiga de contato e, acima de 100 graus Celsius, 
fadiga térmica; 
 Reações triboquímicas: Desenvolvimento de produtos 
resultantes de reações químicas desenvolvidas entre 
o par de desgaste e o meio interfacial. É a remoção 
de material ou degradação de propriedades mecânicas 
de um metal, devida à ação química ou eletroquímica 
de meios agressivos, ou devido à remoção de material 
por meios mecânicos facilitada pela reação química. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
17 
 
Pode ser dividida em: corrosão em meio aquoso, 
oxidação, corrosão em meios orgânicos e corrosão em 
metais líquidos. 
A figura 11 apresenta um desenho esquemático dos quatro 
tipos de desgaste. 
 
 
Figura 11 – Tipos de desgaste 
 
3. Petróleo 
Embora, não haja completo acordo quanto a origem do 
petróleo, a teoria mais aceita afirma que o petróleo é feito 
da transformação da matéria orgânica animal e/ou vegetal. Os 
depósitos de óleo cru e gás natural ocorrem quase sempre nos 
espaços porosos de rochas sedimentares. O petróleo é composto 
por uma mistura complexa dos elementos hidrogênio e carbono, 
além de pequenas quantidades de vários outros elementos, como 
o enxofre, oxigênio, sódio, ferro, nitrogênio, entre outros 
(geralmente considerados como impurezas). O óleo cru tal como 
é extraído, contêm hidrocarbonetos, sendo que alguns são muito 
instáveis e se dividem facilmente em novos compostos com o 
tempo e outros são extremamente estáveis e resistem fortemente 
a qualquer decomposição causada pelo calor, pressão ou reação 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
18 
 
química. O processamento do petróleo se dá essencialmente 
através de uma combinação de operações físicas, térmicas e 
químicas que separam os componentes nele contidos, este 
processo é chamado craqueamento (refino) e o principal 
equipamento deste processo e a torre de destilação fracionada. 
 
Figura 12 – Usos na antiguidade 
 
De acordo com a predominância dos hidrocarbonetos 
encontrados no óleo cru, o petróleo é classificado em: 
 
3.1. Parafínicos 
Quando existe predominância de hidrocarbonetos 
parafínicos. Isto é um sinónimo para alcanos e a fórmula geral 
para esse tipo de composto é CnH2n+2. 
Este tipo de petróleo produz derivados com as seguintes 
propriedades: 
 Gasolina de baixa octanagem. 
 Querosenede alta qualidade. 
 Óleo diesel com boas características de combustão. 
 Óleos lubrificantes de alto índice de viscosidade, 
elevada estabilidade química e alto ponto de fluidez. 
 Resíduos de refinação com elevada percentagem de parafina. 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
19 
 
 
Figura 13 – Exemplo de hidrocarbonetos Parafínicos. 
 
3.2. Naftênicos: 
Quando existe predominância de hidrocarbonetos 
naftênicos. O petróleo do tipo naftênico produz derivados com 
as seguintes propriedades: 
 Gasolina de alta octanagem. 
 Óleos lubrificantes de baixo ponto de fluidez, baixo 
índice de viscosidade e baixo resíduo de carbono. 
 
3.3. Mistos: 
Quando possuem misturas de hidrocarbonetos parafínicos, 
naftênicos e aromáticos, com propriedades intermediárias entre 
eles, de acordo com maior ou menor percentagem de cada um dos 
componentes. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
20 
 
 
Figura 14 – Exemplo de hidrocarbonetos naftênicos. 
 
3.4. Aromáticos: 
Quando existe predominância de hidrocarbonetos 
aromáticos. Este tipo de petróleo é raro, produzindo solventes 
de excelente qualidade e gasolina de alta octanagem. Não se 
utiliza este tipo de petróleo para fabricação de lubrificantes. 
 
Figura 15 – Exemplo de hidrocarbonetos aromáticos. 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
21 
 
Após a seleção do tipo desejável de óleo cru, os mesmos 
são refinados, através de processos que permitem a obtenção de 
óleos básicos de ata qualidade, livres de impurezas e 
componentes indesejáveis. 
 
4. Lubrificação 
A mais de mil anos A.C. o homem já utilizava processos 
de diminuição de atrito, sem conhecer os princípios de 
lubrificação como hoje. A lubrificação desenvolve uma 
importante função em qualquer máquina e é difícil deixar de 
relacionar a ideia de lubrificação ao petróleo, porque 
substâncias derivadas dele são frequentemente empregadas na 
formulação de óleos lubrificantes. 
Descobrir um meio de minimizar o atrito levou a necessidade de 
lubrificar. Como existem diferentes tipos de atrito, existem 
diferentes tipos de lubrificantes (óleo lubrificante, graxa, 
etc.). 
Como princípio a lubrificação se baseia no fato de que 
o atrito entre líquidos e sólidos, ou entre gases e sólidos é 
menor do que o atrito entre sólidos. Então lubrificação 
consiste na interposição de uma substância fluída entre duas 
superfícies, evitando-se assim, o contato sólido com sólido, 
produzindo-se o atrito fluido. Lubrificação significa menor 
esforço, menor atrito, menor desgaste, enfim, diminuição no 
consumo de energia. Na lubrificação deseja-se ainda, que as 
partículas geradas pelo desgaste sejam contidas, que o calor 
seja dissipado. Assim, um conceito mais completo para 
lubrificação seria: 
 
“A lubrificação pode ser definida como sendo o fenômeno 
da redução do atrito, do desgaste e da geração de calor entre 
duas superfícies sólidas, em movimento relativo, com a 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
22 
 
contenção de partículas de desgaste, ou não, pela separação 
total, ou parcial das superfícies por meio da introdução de 
uma substância entre as mesmas, chamada de lubrificante”. 
 
Figura 16 – Lubrificação sólido lubrificante 
 
Mesmo os métodos mais modernos de fabricação não são 
capazes de produzir uma superfície verdadeiramente lisa ou 
plana. Ampliando-se uma pequena porção de uma superfície 
aparentemente lisa, temos a ideia perfeita de uma cadeia de 
montanhas. 
 
Figura 17 – Rugosidade superficial. 
Se considerarmos duas barras metálicas com superfícies 
aparentemente lisas em contato uma sobre a outra, tais 
superfícies estarão em contato nos pontos onde os picos se 
sobressaem. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
23 
 
 
Figura 18 – Contato entre os picos de barras sobrepostas. 
 
Quanto maior for a carga que une as superfícies, maior 
será o número de pontos em Contato. 
 
Figura 19 – Efeito da carga nos pontos de contato. 
 
O movimento relativo entre as barras provocará a geração 
interna de calor nos pontos de contato. Devido à ação da 
pressão e da temperatura, estes pontos se soldam. 
 
Figura 20 – Micros soldas geradas pelo efeito da pressão e 
do calor interno. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
24 
 
Para que o movimento continue, é necessário fazer uma 
força maior, capaz de romper estas pequeníssimas soldas. Com 
o rompimento das micro soldas surge o desgaste metálico, pois 
algumas partículas de metal são arrastadas das superfícies das 
peças. 
 
Figura 21 – Rompimento das micros soldas. 
 
Quando os pontos de contato formam soldas mais profundas, 
pode ocorrer a grimpagem ou ruptura das peças. 
 
Figura 22 – Rompimento das peças (grimpagem). 
 
Como foi relatado anteriormente, uma vez que o atrito 
vem do contato entre as superfícies, para reduzi-lo devemos 
mantê-las separadas, intercalando-se entre elas uma camada de 
lubrificante. Portanto, lubrificante é qualquer material que 
interposto entre duas superfícies é capaz de reduzir o atrito 
entre elas, sem com isto provocar qualquer ataque químico. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
25 
 
 
 
 
 
Figura 23 – Camada lubrificante genérica. 
 
4.1. Funções dos lubrificantes 
De fato, atualmente a lubrificação adquiriu funções mais 
abrangentes, do que a de simplesmente diminuir o atrito entre 
superfícies em contato. Algumas das principais funções dos 
lubrificantes, em suas diversas aplicações, são descritas a seguir: 
 Controle do atrito: transformando o atrito sólido em 
atrito fluido, evitando assim a perda de energia; 
 Controle do desgaste: reduzindo ao mínimo o contato 
entre as superfícies e, portanto, o arranchamento de 
material; 
 Controle da temperatura: permitindo a refrigeração das 
superfícies em contato, por meio da extração do calor 
gerado pelo contato e movimentação dessas superfícies 
(motores, operações de corte etc.); 
 Controle da corrosão: Protegendo os materiais 
lubrificados da ação de substâncias corrosivas e ou da 
formação de células galvânicas; 
 Transmissão de força: É utilizado como meio fluido para 
transmissão de pressão entre pontos, com perda mínima 
(sistemas hidráulicos); 
 Amortecimento de choques: transferindo energia mecânica 
para o fluido (como nos amortecedores dos automóveis; 
 Remoção de contaminastes: evitando a formação de borras, 
lacas e vernizes. Pode apresentar ação detergente 
mantendo partículas abrasivas finamente dispersas em 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
26 
 
suspensão, evitando que elas se fixem em pontos dos 
equipamentos; 
 Vedação: impedindo a saída de lubrificantes e a entrada 
de partículas estranhas (função das graxas), e impedindo 
a entrada de outros fluidos ou gases (função dos óleos 
nos cilindros de motores ou compressores). 
 
4.2. Falta de lubrificação 
Obviamente que se os lubrificantes podem exercer tantas 
funções nos componentes de máquinas, a falta de lubrificação 
poderá provocar vários inconvenientes, como: 
 Aumento do atrito; 
 Aumento do desgaste; 
 Aquecimento; 
 Dilatação das peças; 
 Desalinhamento; 
 Ruídos; 
 Grimpagem 
 Ruptura das peças. 
Certamente o conjunto destas consequências provocarão falhas 
nos diversos processos. 
 
4.3. Película lubrificante 
Dissemos que para evitar os efeitos provocados por duas 
superfícies sólidas em contato, deveríamos intercala-las por 
uma camada de lubrificante. Assim sendo, o efeito de atrito 
fluido que desejamos somente irá ocorrer enquantoexistir uma 
película de lubrificante separando as superfícies sólidas. 
Para que haja formação da película lubrificante, é 
necessário que o fluído lubrificante apresente adesividade, 
para aderir às superfícies e ser arrastada por elas, durante 
o movimento, e coesividade para que não haja rompimento da 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
27 
 
película. A propriedade que reúne a adesividade e a coesividade 
de um fluido é denominada oleosidade. 
 
Figura 24 – Propriedade oleosidade. 
 
4.4. Classificação da Lubrificação 
A lubrificação pode ser classificada, de acordo com 
a película lubrificante que é formada entre as peças em 
contato: 
 Regime de lubrificação total ou fluida; 
 Regime de lubrificação limite; 
 E regime de lubrificação mista; 
 (E regime de lubrificação marginal). 
 
No regime de lubrificação total ou fluida a película 
lubrificante separa totalmente as superfícies, não 
havendo mais contato metálico entre elas, isto é, a 
película possui espessura superior à soma das alturas 
das rugosidades das superfícies. Desta maneira, os 
valores do atrito resultantes serão baixos e os valores 
de desgaste insignificantes. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
28 
 
 
Figura 25 – Lubrificação Total. 
 
A lubrificação total é chamada também, de lubrificação 
hidrodinâmica pois é caracterizada pelo fato de que o único 
atrito existente é do fluido, ou seja, o óleo separa 
completamente as superfícies sólidas. Na prática, não se 
consegue uma lubrificação totalmente hidrodinâmica. A 
espessura da película lubrificante varia com a pressão, a 
velocidade e a carga aplicada ao sistema. Desta forma, quanto 
maior a pressão e quanto maior a carga, maior será a 
viscosidade requerida do óleo a ser utilizado (pode-se 
desconsiderar a variação da viscosidade com a pressão para 
pressões inferiores a 300 kgf/cm2). Já quanto maior a 
velocidade, menor será a viscosidade requerida pelo óleo a ser 
utilizado. 
 
No regime de lubrificação limite a película é mais 
fina que na lubrificação total e permite o contato entre as 
superfícies em alguns pontos, isto é, a película possui 
espessura igual à soma das alturas das rugosidades das 
superfícies. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
29 
 
 
Figura 26 – Lubrificação Limite. 
Nos casos em que cargas elevadas devem ser suportadas 
pela camada lubrificante. Ou em que são empregadas baixas 
velocidades de deslocamento relativo, ou ainda, quando a 
operação for intermitente, impedindo deste modo a formação de 
uma película protetora fluida é conveniente empregar um 
lubrificante com aditivos para aumentar a oleosidade, ou 
empregar aditivos antidesgaste. Em condições muito severas, 
onde estes aditivos não forem eficientes, deve-se empregar 
aditivos para operação em extrema pressão. 
 
O regime de Lubrificação marginal é a forma mais 
extrema de lubrificação. Isto acontece quando a espessura do 
filme de fluido lubrificante entre as superfícies deslizantes 
é menor que a rugosidade combinada das duas superfícies. Neste 
caso existe contato entre as superfícies e a força de 
sustentação da carga é suportada pelo contato entre as 
asperezas lubrificadas, não existe pressão hidrodinâmica, mas 
sim pressão devido ao contato entre as asperezas mencionadas. 
Neste regime o comportamento da junta lubrificada não é 
completamente governado pela equação de Reynolds e aplica-se 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
30 
 
os conceitos de contato mecânico às interações entre as 
asperezas. Este tipo de regime de lubrificação acontece devido 
a dois motivos: Carga excessiva ou uma baixa velocidade 
relativa entre as superfícies. Geralmente causa danos às 
superfícies e falha prematura da peça em questão. 
 
No regime de lubrificação mista (elasto-hidrodinâmica), 
podem ocorrer dois dos casos anteriores. Por exemplo, na 
partida das máquinas os componentes em movimento estão apoiados 
sobre as partes fixas, havendo uma película com espessura 
insuficiente para inibir o contato entre as partes, neste caso 
o contato entre as superfícies sugere a lubrificação limite. 
Quando o componente móvel ganha velocidade é produzida uma 
pressão hidrodinâmica, que separa totalmente as superfícies, 
não havendo contato entre elas o novo tipo de lubrificação 
passa a lubrificação total. 
 
 
Figura 27 – Lubrificação Mista. 
A figura 28 apresenta o diagrama de Stribbeck, que 
correlaciona o coeficiente de atrito com as condições de 
lubrificação, onde: 
 Z – Velocidade relativa; 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
31 
 
 N – Viscosidade do lubrificante; 
 P – Carga aplicada por unidade de área. 
Figura 28 – Diagrama de Stribbeck. 
 
5. Lubrificantes 
Conforme foi apresentado no item 3, o petróleo oferece 
vários derivados, que podemos classificar de modo genérico 
segundo o número de carbono que possuem. Dentre os subprodutos 
obtidos algumas refinarias tratam um conjunto deles, que 
denominamos óleos básicos. Os óleos básicos são a matéria-
prima principal para a produção dos diversos tipos de 
lubrificantes. O tratamento dos óleos básicos está em constante 
evolução, com o objetivo de melhorar suas propriedades e 
diferenciá-los mesmos comercialmente. 
O óleo lubrificante pode ser formulado somente com óleos 
básicos (óleo mineral puro) ou agregados e aditivos. 
Inicialmente a lubrificação era feita com óleo mineral puro 
até a descoberta dos aditivos. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
32 
 
 
Figura 29 – Derivados do petróleo segundo o número de 
carbonos. 
 
Figura 30 – Tipos de óleos básicos. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
33 
 
A figura 31 apresenta esquematicamente o caminho de 
produção dos óleos básicos minerais e sintéticos. 
Figura 31 – Produção dos óleos básicos. 
 
Para permitir que os diferentes grupos de básicos possam 
ser comparáveis comercialmente e substituíveis no processo de 
produção de lubrificantes, os óleos básicos foram 
classificados em grupos que levam em consideração as 
propriedades abaixo: 
• Índice de viscosidade (I.V.) 
• Percentual de saturados 
• Teor de enxofre 
Algumas das especificações mais modernas de óleos de 
motor e de transmissão têm limites tão severos que o uso de 
óleos básicos de maior qualidade passa a ser obrigatório. Os 
básicos de melhor qualidade também possuem melhores 
características de Ponto de fluidez, Resistência à oxidação e 
Volatilidade. Segundo o parecer da Corte de Apelação Americana 
de 1999 (National Appeals Division - NAD), os óleos do grupo 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
34 
 
III podem ser chamados de sintéticos. Isto é válido para todo 
o mundo, exceto Alemanha. 
Figura 32 – Classificação de Óleos Básicos por grupo. 
 
Voltando um passo atrás, devemos saber que os lubrificantes 
não são em sua totalidade derivados de petróleo, como não são todos 
líquidos. 
 
5.1. Classificação 
Os lubrificantes podem ser classificados, de acordo com 
seu estado físico, em líquidos, pastosos, sólidos e gasosos. 
 
5.1.1. Lubrificantes Líquidos 
Os lubrificantes líquidos são os mais empregados na 
lubrificação. Eles podem ser subdivididos em: 
 Óleos minerais puros; 
 Óleos graxos; 
 Óleos compostos; 
 Óleos aditivados; 
 Óleos sintéticos; 
 Óleos semissintéticos. 
Os óleos minerais puros são provenientes da destilação 
e refino do petróleo e como mencionado anteriormente, estes 
hidrocarbonetos constituintes do óleo mineral podem ser 
predominantemente parafínicos, naftênicos ou mistos. 
Fundamentosda Lubrificação e Desgaste 
35 
 
Os óleos graxos são óleos orgânicos, extraídos de 
gorduras animais ou de óleos vegetais. Eles apresentam grande 
capacidade de aderência a superfícies metálicas, comportando-
se como excelente lubrificante, mas possuem pequena 
resistência à oxidação. Foram os primeiros lubrificantes a 
serem utilizados, sendo mais tarde substituídos pelos óleos 
minerais. Seu uso nas máquinas modernas é raro, devido à sua 
instabilidade química, principalmente em altas temperaturas, 
o que provoca a formação de ácidos e vernizes. Atualmente, 
estão quase que totalmente substituídos por lubrificantes 
sintetizados a partir de óleos vegetais, que são biodegradáveis, 
com reduzidas taxas de hidrólise e acidez e consequente taxa 
de corrosão baixa pelo uso. Os lubrificantes sintetizados a 
partir de óleos vegetais representam os novos conceitos de 
lubrificação. 
Os óleos compostos são constituídos de misturas de óleos 
minerais e graxos. A percentagem de óleo graxo é pequena, 
variando de acordo com a finalidade do óleo. Os óleos graxos 
conferem aos óleos minerais propriedades de emulsibilidade, 
oleosidade e capacidade de trabalho sob extrema pressão. Os 
principais óleos graxos são: 
 Óleos animais: 
o De sebo bovino (tallow oil); 
o De mocotó (neat’s foot oil); 
o De baleia (sperm oil); 
o De banha de porco (lard oil); 
o De lanolina (degras oil); 
 Óleos vegetais: 
o De mamona (castor oil); 
o De colza / Canola(rape seed oil); 
o De palma (palm oil); 
o Oliva (olive oil). 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
36 
 
 Os óleos aditivados são óleos minerais puros, aos quais 
foram adicionadas substâncias comumente chamadas de aditivos, 
com o fim de reforçar ou acrescentar determinadas propriedades. 
 
Figura 33 – Composição dos óleos aditivados. 
 
 Os óleos sintéticos são provenientes da indústria 
petroquímica. São os melhores lubrificantes, mas são também os 
de custo mais elevado. Devido ao seu custo, seu uso é limitado 
aos locais onde os óleos convencionais não podem ser utilizados. 
Os fluidos sintéticos são lubrificantes obtidos a partir de 
síntese química. Os principais fluidos sintéticos em uso 
atualmente são os ésteres de ácidos dibásicos, ésteres de 
organofosfatos, ésteres de silicatos, silicones e compostos de 
ésteres de poliglicóis. Em alguns casos são utilizados óleos 
sintéticos e óleos minerais misturados a que chamamos de óleos 
semissintéticos. 
 
(a) Ésteres de Ácidos Dibásicos. 
 Vantagens 
- Superiores aos óleos de petróleo na relação viscosidade-
temperatura; 
- Menos voláteis que os óleos minerais; 
- Alto poder lubrificante; 
- Boa estabilidade térmica; 
- Boa resistência à oxidação; 
- Não são corrosivos para metais. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
37 
 
 Desvantagens 
- Acentuado efeito solvente sobre borrachas, vernizes e 
plásticos. 
 Utilização 
- Motores a jato; 
- Óleos hidráulicos especiais; 
- Óleos para instrumentos delicados. 
 
(b) Ésteres de Organofosfatos. 
 Vantagens 
- Alto poder lubrificante; 
- Não são inflamáveis como os óleos minerais; 
- Baixa volatilidade; 
- Relação viscosidade-temperatura melhor que os óleos 
minerais; 
- Boa resistência à oxidação; 
- Estabilidade térmica satisfatória até 150°C. 
 Desvantagens 
- Tem tendência a hidrolisar, podendo formar ácidos 
fosfóricos corrosivos. 
 Utilização 
- Fluidos hidráulicos onde a resistência ao calor é 
importante; 
- Lubrificantes de baixa temperatura. 
 
(c) Ésteres de Silicatos. 
 Vantagens 
- Baixa volatilidade; 
- Boa relação viscosidade-temperatura. 
 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
38 
 
 Desvantagens 
- Estabilidade térmica e hidrolítica deixam a desejar; 
- Formam depósitos abrasivos a temperaturas superiores a 
200°C; 
- Na presença de água, os silicatos se decompõem formando 
um gel e sílica abrasiva. 
 Utilização 
- Fluidos de transferência de calor; 
- Fluidos hidráulicos de alta temperatura; 
- Constituintes de graxas especiais de baixa volatilidade. 
 
(d) Silicone 
 O nome de silicone é empregado para designar fluidos que 
são polímeros de metil-siloxano, ou de fenil-siloxano ou de 
metil-fenil-siloxano. 
 Vantagens 
- Aumento do teor de fenil, aumenta a estabilidade ao calor; 
- A relação viscosidade-temperatura é superior a de todos 
os sintéticos; 
- Baixa volatilidade; 
- Boa estabilidade térmica e hidrolítica; 
- Lubrificante similar aos dos óleos minerais para cargas 
moderadas e médias. 
 Desvantagens 
- Aumento do teor de fenil, diminui o Índice de Viscosidade, 
embora permanecendo sempre acima do nível dos óleos de 
petróleo; 
- Varia muito em função dos tipos de metais, para cargas 
pesadas; 
- Custo muito elevado; 
- Oxidação em elevadas temperaturas, provoca a formação de 
gel. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
39 
 
 Utilização 
- Bom desempenho em munhões de aço contra mancais de zinco, 
bronze, nylon, cromo e cádmio. 
 
(e) Compostos de Ésteres de Poliglicol. 
 Vantagens 
- Excelente relação viscosidade-temperatura; 
- Superam os óleos minerais em baixa volatilidade, 
estabilidade térmica, resistência à inflamação e poder 
lubrificante; 
- Podem ser melhorados por aditivos antioxidantes; 
- Produtos da oxidação, não formam borra. 
 Desvantagens 
- Baixa resistência à oxidação; 
- Existem compostos em diferentes viscosidades, solúveis 
ou não em água. 
 Utilização 
- Diversas aplicações; 
- Fluidos hidráulicos especiais. 
 
 Outros líquidos são às vezes empregados como 
lubrificantes, dado a impossibilidade de se utilizarem 
quaisquer dos tipos mencionados. A água, algumas vezes 
empregada, possui propriedades lubrificantes reduzidas, além 
de ter ação corrosiva sobre os metais. 
A figura 34 apresenta um quadro de comparação entre óleos 
parafínicos e naftênicos. 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
40 
 
 
Figura 34 – Comparação dos óleos parafínicos e naftênicos. 
 
Quanto aos óleos sintéticos, de modo genérico apresentam 
algumas Características / vantagens: 
 Maior IV (Índice de Viscosidade); 
 Maior resistência à oxidação; 
 Menor volatilidade e alto ponto de fulgor; 
 Menor ponto de mínima fluidez; 
 Quimicamente estáveis por muito tempo (inercia química); 
 Sofrem menos degradação a temperaturas elevadas; 
 Boa capacidade de suportar cargas; 
 Baixa Toxidez. 
Como pode ser concluído pela apresentação até este 
momento, a utilização de óleos minerais e óleos sintéticos 
competem em sua aplicação, segundo o custo de cada uma e a 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
41 
 
necessidade da operação. A figura 35 apresenta uma comparação 
entre estes óleos segundo a faixa de temperatura. 
 
Figura 35 – Comparação entre a temperatura de trabalho de fluidos 
sintéticos e óleos minerais. 
 
Ainda em relação aos fluidos sintéticos, a figura abaixo 
apresenta uma correlação entre as características principais 
de cada fluido e sua aplicação. 
 
Figura 36 – Aplicação dos fluidos sintéticos. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
42 
 
5.1.2. Lubrificantes Pastosos 
Graxas são lubrificantes pastosos, feitos de uma mistura 
de óleo mineral ou sintético, espessantes e aditivos. A grande 
vantagem das graxas em relação aos óleos é o não escorrimento 
do lugar onde foram colocadas. Possuem ainda uma função 
adicional, ao vedar contra o ingresso de impurezas ou água. 
Contrapõe-se a essas vantagens a sua menor capacidade de 
resfriamento em relaçãoaos óleos. O fato de permanecerem no 
lugar aplicado, sem escorrer, contribui também para o 
barateamento considerável da máquina ou elemento de máquina 
lubrificado. Dispensam-se selos e vedações dispendiosas. Por 
este motivo a grande maioria dos mancais de rolamento é 
lubrificada com graxa, excluindo-se em geral aqueles que fazem 
parte de mecanismos que, por outras razões, necessitam de 
resfriamento mais vigoroso do que o proporcionado pelas graxas. 
As graxas têm como função reduzir o atrito, o desgaste, 
o aquecimento e ainda a função adicional de proteger contra a 
corrosão. Pela exclusão de impurezas e líquidos, o uso da graxa 
aumenta a vida útil dos mancais. Temperaturas altas ou baixas, 
cargas elevadas e altas velocidades não constituem mais 
limitações à utilização das graxas. Tipos especiais atendem 
isoladamente ou em conjunto a essas exigências. 
As graxas são em geral empregadas nos pontos onde os 
óleos não são eficazes e quando for conveniente formar um selo 
protetor. Elas amolecem em serviço, mas se recuperam quando 
deixadas em repouso. O consumo de graxa representa apenas de 
5 a 10% do gasto dos óleos lubrificantes. Os seus espessantes 
não diferem dos sabões de lavar roupa, obtidos pela reação 
química entre ácidos graxos (sebo) e um produto alcalino tipo: 
cal virgem (sabão de cálcio), soda cáustica (sabão de sódio) 
ou hidróxido de lítio (sabão de lítio). 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
43 
 
Basicamente o equipamento para manufaturar graxa 
consiste de: Autoclave, com aquecimento por circulação de óleo, 
onde é fabricado o sabão; tacho aberto, com agitadores 
mecânicos, onde se mistura o sabão com óleo; homogeneizador, 
em geral do tipo moinho ou o mais eficiente anel de impacto, 
onde é homogeneizado o produto final. Acessórios: filtros 
moedores e o desaerador (torre de vácuo). 
Composição das Graxas: 
a) Espessante 
 90%, são sabões metálicos. 
 5%, é argila modificada (bentonita). 
 5%, aerogel de sílica, tintas, pigmentos, negro-de-
fumo, fibras, gomas, resinas, sais orgânicos e 
inorgânicos. 
 
b) Fluidos Lubrificantes 
 70%, são óleos minerais lubrificantes de viscosidade 
superior a 100 SUS4 a 100°F, podendo ser maior que 125 
SUS a 210°F. 
 10%, são óleos minerais leves, como "spindle oil", 
"signal oil", "transformer oil", e querosene, diesel 
e “gasoil”. 
 10%, são constituintes fluidos, de asfalto, petrolatos 
ou ceras minerais. 
 10%, são constituídos por óleos sintéticos, como: 
- 20%, óleos de silicone. 
- 30%, ésteres de ácidos dibásicos. 
- 50%, polialquileno glicol, éster de fosfato, 
fluorocarbono, difenil, difenil clorado, silicone 
clorado e éter polialquifenil. 
As graxas podem ser subdivididas em: 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
44 
 
 Graxas de sabão metálico; 
 Graxas sintéticas; 
 Graxas a base de argila; 
 Graxas betuminosas; 
 Graxas para processo. 
As graxas de sabão metálico são as mais comumente 
utilizadas. São constituídas de óleos minerais puros e sabões 
metálicos (espessantes), que são a derivados de um óleo graxo 
e de uma substância básica de algum metal, (cálcio, sódio, 
lítio, etc.). Como os óleos, estas graxas podem ser aditivadas 
para se alcançarem determinadas características. 
 Graxas de Cálcio: são usadas em processo de 
lubrificação que requerem resistência à água, mas não 
suportam altas temperaturas (maiores que 70º C). 
 Graxas de Lítio: possuem boa resistência à água e ao 
calor, podendo ser utilizadas até 150º C. 
 Graxas de Sódio: resistem bem ao calor até 120º C, 
porém não resistem à umidade. 
As graxas sintéticas são as mais modernas. Tanto os óleos 
minerais, como o sabão, podem ser substituídos por óleos e 
sabões sintéticos. Como os óleos sintéticos, devido ao seu 
elevado custo, estas graxas têm sua aplicação limitada aos 
locais onde os tipos convencionais não podem ser utilizados. 
As graxas a base de argila são constituídas de óleos 
minerais puros e argilas especiais de granulação finíssima 
(espessantes). As argilas modificadas (bentonita tratada) ou 
sílica gel são os espessantes empregados normalmente. As graxas 
bentoníticas possuem excelente resistência à água, ótima 
proteção ao desgaste e uma boa resistência ao calor. As graxas 
de sílica gel possuem boas características antidesgaste e 
resistência a altas temperaturas de até 250º C, porém não 
resistem à água. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
45 
 
As graxas betuminosas, formuladas à base de asfalto e 
óleos minerais puros, são lubrificantes de grande adesividade. 
Algumas, devido à sua alta viscosidade, devem ser aquecidas 
para serem aplicadas. Outras, são diluídas em solventes que se 
evaporam após sua aplicação. 
As graxas para processo são graxas especiais, fabricadas 
para atenderem a processos industriais como a estampagem, a 
moldagem etc. Algumas contêm materiais sólidos como aditivos. 
 
5.1.3. Lubrificantes Sólidos 
Os lubrificantes sólidos são usados geralmente como 
aditivos de lubrificantes líquidos ou pastosos. Algumas vezes, 
são aplicados em suspensão, em líquidos que se evaporam após 
a sua aplicação. Os lubrificantes sólidos geralmente 
apresentam grande resistência a elevadas pressões e 
temperaturas. Os exemplos mais comuns são: 
 A grafite; 
 O molibdênio; 
 O talco; 
 PTFE – Politetrafluoretileno3; 
 A mica. 
3(PTFE) é um polímero conhecido mundialmente pelo nome comercial teflon, 
marca registrada de propriedade da empresa DuPont. 
 
5.1.4. Lubrificantes gasosos 
Os lubrificantes gasosos são empregados em casos 
especiais, quando não é possível a aplicação dos tipos 
convencionais. São normalmente usados o ar, o nitrogênio, gases 
nobres2 e os gases halogenados1. 
1 Halogênios: flúor, cloro, bromo, iodo, astato e Ununséptio. 
2 Gases Nobres: hélio (He), neônio (Ne), argônio (Ar), criptônio (Kr), 
xenônio (Xe) e radônio (Rb). 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
46 
 
Sua aplicação é restrita, devido à vedação exigida e às 
elevadas pressões necessárias para mantê-los entre as 
superfícies. 
 
5.2. Características 
Como foi anteriormente mencionado, no passado os óleos 
básicos foram utilizados como lubrificantes puros, ou seja, 
sem aditivos ou tratamentos. A capacidade de oxidação e 
formação de depósitos de um óleo lubrificante estão 
relacionados com a composição do óleo básico. As propriedades 
dos óleos básicos podem ser melhoradas através da aplicação de 
aditivos. Estes produtos químicos são utilizados para 
proporcionar, ou reforçar características físico-químicas 
desejáveis no óleo básico e eliminar ou diminuir alguns efeitos 
indesejáveis na lubrificação. A adição de aditivos aos óleos 
básicos deve-se ao avanço tecnológico dos equipamentos que 
passaram a requerer uma evolução também na lubrificação. As 
novas exigências fizeram com que as propriedades do óleo 
mineral puro fossem insuficientes para lubrificar as máquinas 
mais sofisticadas. Para alcançar as propriedades desejadas aos 
lubrificantes os aditivos podem ser aplicados individualmente 
ou em conjunto ao óleo básico. 
A elaboração dos óleos lubrificantes faz-se através da 
mistura adequada de diferentes óleos básicos acabados, obtidos 
após os processos de refinação. A formulação de um óleo 
lubrificante é um trabalho complexo, em que o técnico deve 
estudar a compatibilidade entre os diversos tipos de óleos 
minerais puros (chamados óleos básicos), entre os diversos 
tipos de aditivos e entre os óleos minerais puros e os aditivos, 
de acordo com sua finalidade. Estas misturas, feitas em 
proporções exatas paraobtenção de propriedades determinadas, 
são completadas com outros tratamentos e aditivos, a fim de 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
47 
 
dotar o produto final com as características especiais, que 
permitirão aos óleos satisfazerem todas as exigências nos casos 
para que são recomendados. 
As propriedades desejadas aos óleos lubrificantes são 
avaliadas por características medidas que buscam avaliar seu 
comportamento durante a utilização, ou características que nos 
permitem associá-las a um possível fenômeno observável quando 
em utilização. Para tal, realizam-se análises físico-químicas, 
que permitem fazer uma pré-avaliação do desempenho do óleo. 
Algumas destas análises não refletem as condições encontradas 
na prática, mas são métodos empíricos que fornecem resultados 
comparativos de grande valia quando associado aos métodos 
científicos desenvolvidos em laboratórios. As análises são 
padronizadas e regidas por órgãos normalizadores como a ASTM 
(American Society for Testing and Materials), ABNT (Associação 
Brasileira de Normas Técnicas), IBP (Instituto Brasileiro do 
Petróleo), API (American Petroleum Institute), dentre outras. 
Certamente que os lubrificantes não líquidos, também, 
apresentam misturas e aditivos, como os lubrificantes pastosos 
principalmente (graxas). Estas propriedades serão destacadas 
quando for o caso. 
Figura 37: Produzindo um lubrificante líquido. 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
48 
 
Os principais ensaios realizados nos lubrificantes estão 
apresentados como segue: 
 Densidade; 
 Viscosidade; 
 Índice de viscosidade; 
 Ponto de fulgor (ou de lampejo) e ponto de inflamação (ou 
de combustão); 
 Pontos de fluidez e névoa; 
 Água por destilação; 
 Água e sedimentos; 
 Demulsibilidade; 
 Extrema pressão; 
 Diluição; 
 Cor; 
 Cinzas oxidadas; 
 Cinzas sulfatadas; 
 Corrosão em lâmina de cobre; 
 Consistência de graxas lubrificantes; 
 Ponto de gota. 
 
5.2.1. Densidade 
 A maior parte dos produtos líquidos do petróleo são 
manipulados e vendidos com base no volume, porém, em alguns 
casos, é necessário conhecer o peso do produto. O petróleo e 
seus derivados expandem-se quando aquecidos. Por esta razão, 
a densidade é medida a uma temperatura padrão ou, então, 
convertida para esta temperatura por meio de tabelas. A 
densidade é um número que define o peso de um certo volume de 
uma substância quando submetida a uma determinada temperatura. 
 A densidade relativa de uma substância é a relação entre 
o peso do volume dessa substância, medido a uma determinada 
temperatura e o peso de igual volume de outra substância padrão 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
49 
 
(água destilada), medido na mesma temperatura (sistema inglês: 
60ºF / 60ºF) ou em outra temperatura (sistema métrico: 20ºC / 
20ºC). 
 No Brasil, a temperatura normal de referência dos 
produtos de petróleo é 20ºC, podendo em alguns casos ser 
expressa a 15ºC ou 25ºC. Conhecendo a densidade de cada produto, 
é possível diferenciar imediatamente quais os produtos de maior 
ou menor peso. 
O densímetro graduado com escala normal e com escala API 
são alguns dos aparelhos usados para se medir a densidade. 
 
Figura 38: Conceituando densidade – Densímetro manual. 
 
A escala API é uma forma de classificação de derivados 
do petróleo criada pelo American Petroleum Institute, também, 
referida como grau API (ºAPI). Esta medida apresenta a 
densidade do derivado de petróleo em relação a densidade da 
água e em uma escala própria. 
A densidade da água em ºAPI teria o valor 10. Assim, calculamos 
a densidade API para outros produtos da seguinte forma: 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
50 
 
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴𝑃𝐼 =
141,5
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑎 60℉
− 131,5 
 
Onde: 
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 =
𝜌𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜
𝜌á𝑔𝑢𝑎
 
E 
ρ = densidade em kg/m3. 
 
Deste modo, para um óleo cuja densidade é 850 kg/m3, assumindo 
que a densidade da água é 1000 kg/m3, sua densidade relativa 
DR vale: 
𝐷𝑅 =
850
1000
= 0,850 
 
Logo, a densidade API para este óleo é: 
 
𝜌𝐴𝑃𝐼 =
141,5
0,850
− 131,5 = 34,970588 ≅ 34,97 °𝐴𝑃𝐼 
 
Em referência a densidade API, quanto maior o ºAPI menos 
denso é o óleo e quanto menor o ºAPI mais denso é o óleo. Em 
outras palavras o grau API é inversamente proporcional a 
densidade convencional. 
 
Figura 39: Grau API aproximado para alguns produtos conhecidos. 
 
Com base na densidade API do petróleo ele pode ser 
classificado. Esta classificação é importante também, porque 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
51 
 
quanto maior o grau API, maior o valor do produto no mercado. 
O API é maior quando o petróleo é mais leve, como por exemplo, 
o petróleo classificado como médio é mais caro que o pesado. 
Petróleo leve: Possui ºAPI maior que 30, constituído 
basicamente por alcanos, e uma porcentagem de 15 a 25% de 
cicloalcanos. 
Petróleo médio: Grau ºAPI de 22 a 30. Além de alcanos, contém 
de 25 a 30% de hidrocarbonetos aromáticos. 
Petróleo pesado: Possui ºAPI menor que 22 e é composto só de 
hidrocarbonetos aromáticos. 
Petróleo extrapesado: Possui ºAPI menor que 10, é constituído 
de hidrocarbonetos de cadeia longa (superior ao pentano). 
 
5.2.2. Viscosidade 
A viscosidade é a resistência ao movimento (fluxo) que 
um fluido (ou gás) apresenta a uma determinada temperatura. A 
viscosidade é uma das propriedades mais importantes a serem 
consideradas na seleção de um lubrificante, pois este deve ser 
suficientemente viscoso para manter uma película protetora 
entre as peças em movimento relativo, e também não ser tão 
viscoso que ofereça resistência excessiva ao movimento entre 
as peças. A viscosidade está relacionada com o atrito entre as 
moléculas do fluido, podendo ser definida como a resistência 
ao escoamento que os fluidos apresentam sob influência da 
gravidade (viscosidade cinemática). Viscosidade absoluta, ou 
viscosidade dinâmica é o produto da viscosidade cinemática 
pela densidade. 
Métodos antigos de medição de viscosidade baseiam-se em 
medir o tempo de escoamento de certa quantidade de fluido por 
um orifício calibrado e sob temperatura controlada. Os métodos 
mais conhecidos são Saybolt - SSU (Saybolt Segundo Universal), 
Engler e Redwood. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
52 
 
 
Figura 40: Resistência ao escoamento. 
 
Recentemente, com a adoção dos novos padrões da 
International Standart Organization (ISO), vem sendo adotado 
o sistema métrico de viscosidade. Este é baseado na 
determinação da viscosidade cinemática em centistokes, nas 
temperaturas de referência de 40º C (104º F) e 100º C (212º 
F). Neste método, é medido o tempo que um volume de líquido 
gasta para fluir (sob ação da gravidade) entre dois pontos de 
um tubo de vidro capilar calibrado. A unidade de viscosidade 
cinemática é expressa em centistokes (cSt) ou em mm2/s (1 Stoke 
= 1 mm² /segundo), conforme o sistema métrico internacional. 
 
Figura 41: Aparelho manual de medir viscosidade cinemática. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
53 
 
O ar e outros gases, oferece considerável resistência ao 
movimento, especialmente quando há grandes velocidades. Esse 
fato é familiar a qualquer pessoa que tenha andado de bicicleta 
contra o vento, ou posto a mão fora da janela de um automóvel 
conduzido a grande velocidade. 
Essa resistência ao movimento é que dá lugar à sustentação dos 
aviões em voo, ao ricochete deuma pedra lisa quando se choca 
com a superfície líquida e à sustentação de um eixo em 
movimento no mancal. 
Na prática, é muito comum confundir a viscosidade com 
oleosidade. Várias vezes, vimos lubrificadores, em postos de 
serviço, prender entre os dedos uma pequena quantidade de 
lubrificante e, depois de afastá-los dizer: “Este óleo não tem 
viscosidade”. O certo seria dizer que “o óleo perdeu a 
oleosidade”. A oleosidade é a propriedade que um lubrificante 
possui de aderir às superfícies (adesividade) e permanecer 
coeso (coesividade). Como exemplo, citaremos a água, que não 
possui adesividade nem coesividade. Colocando uma gota de água 
sobre uma superfície plana e dando um golpe sobre esta gota, 
verificaremos que a mesma se divide em várias pequenas gotas, 
pois não possui coesividade. Verificamos, ainda, que a adesão 
da água ao dedo e à superfície é praticamente nula. O mesmo 
não acontece se, em vez de uma gota de água, for usado o óleo 
lubrificante. 
 
Figura 42: Oleosidade. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
54 
 
Sobre os métodos de medir viscosidade mencionados consideremos 
o que segue. 
A viscosidade é determinada em aparelhos chamados 
viscosímetros. 
São os seguintes os viscosímetros mais comumente usados para 
medir viscosidade de óleo lubrificantes: 
- Saybolt (Estados Unidos); 
- Redwood (Inglaterra); 
- Engler (Alemanha; 
- Cinemático (Uso Universal). 
Os Viscosímetros Saybolt, Redwood e Engler têm uma construção 
semelhante. Todos eles são compostos basicamente por um tubo 
de seção cilíndrica, com um estreitamento na parte inferior. 
Uma determinada quantidade de fluido é contida no tubo que, 
por sua vez, fica mergulhada em banho de água ou óleo de 
temperatura controlada por termostato. Uma vez atingida e 
mantida a temperatura escolhida, deixa-se escoar o líquido 
através de orifício inferior, ao mesmo tempo que se começa a 
contagem de tempo. Recolhe-se o fluido em frasco graduado e, 
no momento em que o nível atingir o traço de referência do 
gargalo (menisco), faz-se parar o cronômetro. 
 Viscosidade Saybolt: No método Saybolt, a passagem de 
óleo de um recipiente no aparelho é feita através de um 
orifício calibrado, para um frasco de 60 ml, verificando-
se o tempo decorrido para seu enchimento até o traço de 
referência. Como a viscosidade varia com a temperatura, 
isto é, quanto mais aquecido estiver o óleo, menor será 
a sua viscosidade, seu valor deve vir acompanhado da 
temperatura em que foi determinada. Assim sendo, este 
método utiliza as temperaturas padrões de 100°F (37,8°C) 
e 210°F (98,9°C). 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
55 
 
 
Figura 43: Viscosímetro Saybolt. 
O viscosímetro Saybolt possui dois tipos de tubos: universal 
e furol. A diferença entre os dois está no diâmetro do tubo 
capilar que regula o escoamento do fluido, sendo que o tubo 
furol permite um escoamento em tempo aproximadamente dez vezes 
menor do que o tubo universal. A leitura de tempo do cronômetro 
dará diretamente a indicação da viscosidade Saybolt do fluido, 
em Segundos Saybolt Universal (SSU), ou Segundos Saybolt Furol 
(SSF), conforme o tubo utilizado. Normalmente, o Saybolt 
universal é empregado para óleos com 32 até 1.000 SSU; acima 
de 1.000 SSU, deve-se empregar o tubo furol. 
 
 
Figura 44: Viscosidade x temperatura. Figura 45: Viscosímetro SSU e SSF. 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
56 
 
Para converter SSF em SSU é empregada a seguinte fórmula: SSU 
≅ 10.SSF, pois o valor numérico da viscosidade em SSU é 
aproximadamente igual a dez vezes o valor numérico da 
viscosidade em SSF. 
 Viscosidade Redwood: O viscosímetro Redwood é semelhante 
ao Saybolt. As temperaturas usuais de determinação são: 
70, 77, 86, 100, 140, e 200°F. Como no Saybolt, este 
método possui dois tubos padrões: o n.º 1, universal, e 
n.º 2, admiralty, sendo o valor numérico em SR1 
aproximadamente igual a dez vezes o valor numérico em SR2. 
A leitura do cronômetro dará a viscosidade Redwood em 
Segundos Redwood n.º 2 (SR2). 
 
Figura 46: Viscosímetro Redwood. 
 
 Viscosidade Engler: O viscosímetro Engler é também 
semelhante ao Saybolt. Este método utiliza as seguintes 
temperaturas padrões: 20°C, 50°C e 100°C. O resultado do 
teste é referido em grau Engler (°E) que, por definição, 
é a relação entre o tempo de escoamento de 200 ml de óleo, 
a 20°C (ou 50°C ou 100ºC) e o tempo de escoamento de 200 
ml de água destilada a 20ºC. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
57 
 
 
°𝐸 =
tempo de escoamento de 200ml de óleo a 20ºC (ou 50ºC ou 100ºC)
tempo de escoamento de 200ml de água destilada a 20ºC
 
 
 
Figura 47: Viscosímetro Engler. 
 Viscosidade Cinemática: No método cinemático, um tubo 
capilar é abastecido até um determinado nível. Por sucção, 
o óleo é levado até uma marca em um dos lados do tubo. 
Parando-se a sucção, o óleo tende a voltar para a posição 
inicial, passando por uma segunda marca de referência. É 
anotado o tempo em segundos, que o óleo leva para passar 
pelos dois traços de referência, veja a figura 46. Para 
cada faixa de viscosidade dos óleos é utilizado um tubo 
capilar com determinado diâmetro e para cada tubo é 
determinado um fator de correção “C”, do tubo, para o 
cálculo da viscosidade em centistokes (cSt): 
Viscosidade em cSt = C x t 
Sendo t, o tempo de escoamento, em segundos, determinado 
no viscosímetro cinemático. O viscosímetro cinemático 
apresenta maior precisão em relação aos viscosímetros 
Saybolt, Redwood e Engler. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
58 
 
 
Figura 48: Viscosímetro cinemático. 
 
A viscosidade dinâmica ou absoluta tem como unidade no SI 
Pascal vezes segundo (Pa.s = 1N.s/m2). No sistema CGS a unidade 
de viscosidade dinâmica é o poise (P), comumente é utilizado 
o submúltiplo centipoise (cP). 1 poise = 100 cP = 1g/(cm.s) = 
0,1 Pa.s. 
 
Importância da Viscosidade: A viscosidade é indubitavelmente 
a propriedade física principal de um óleo lubrificante e, 
portanto, um dos principais fatores na seleção de um óleo 
lubrificante. A escolha do óleo lubrificante é influenciada 
por diversas condições, sendo as mais comuns as seguintes: 
 Velocidade − maior a velocidade, menor deve ser a 
viscosidade, pois a formação da película lubrificante 
torna-se mais fácil. Os óleos de maior viscosidade possuem 
maiores coeficientes de atrito interno, aumentando a 
perda de potência, isto é, a quantidade de força motriz 
absorvida pelo atrito interno do fluído. 
 Pressão − quanto maior for a carga, maior deverá ser a 
viscosidade para suportá-la e evitar o rompimento da 
película lubrificante. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
59 
 
 
Figura 49: A película lubrificante deve ser mantida integra. 
 
 Temperatura − como a viscosidade diminui com o aumento da 
temperatura, para manter uma película lubrificante, 
quanto maior for a temperatura, maior deverá ser a 
viscosidade. 
 Folgas − quanto menores forem as folgas, menor deverá ser 
a viscosidade para que o óleo possa penetrar nelas. 
 Acabamento − quanto melhor o grau de acabamento das peças 
em movimento, menor poderá ser a viscosidade. 
Podemos, assim, verificar que existem condições inversas, 
isto é, umas que exigem uma baixa viscosidade e outras, alta 
viscosidade, e que podem ocorrer ao mesmo tempo. Isto torna a 
determinação da viscosidade um estudo complexo, que deverá ser 
realizado pelos projetistas de máquinas e motores. Modificar 
a viscosidade do lubrificante, tal qual foi recomendada pelos 
fabricantes das máquinas,poderá melhorar algum fator (por 
exemplo, o consumo de óleo), entretanto, poderá prejudicar a 
máquina em diversos outros aspectos e ocasionar sua quebra. 
A análise dos óleos usados, permite associar ocorrências 
no uso dos equipamentos que têm reflexo no lubrificante. Com 
respeito a viscosidade podemos exemplificar: 
 Redução da viscosidade 
- Ocasionada por contaminação por combustível ou outros 
produtos menos viscosos. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
60 
 
 Aumento da viscosidade 
- Poderá indicar a oxidação do óleo, presença de água, 
de sólidos em suspensão ou contaminação com outro óleo 
mais viscoso. 
 
5.2.3. Índice de Viscosidade 
O Índice de Viscosidade (IV) é um número empírico, 
adimensional que indica a taxa de variação da viscosidade de 
um óleo, quando se varia a temperatura a que ele é submetido. 
Um alto IV indica que esta taxa de variação é pequena, 
significando que sua viscosidade é mais estável às variações 
térmicas. Estas variações podem ser muito diferentes, em função 
do tipo de óleo lubrificante. Inicialmente, a medida foi 
estabelecida com base na comparação das médias obtidas das 
variações de dois tipos muito distintos de óleos, que foram 
definidos como padrões limites superior e inferior. Ao óleo 
que mostrou a maior viscosidade quando resfriado e a menor 
viscosidade quando aquecido, deu-se o valor de classificação 
zero (óleo aromático). E ao óleo que conservou a maior 
viscosidade quando aquecido e a menor viscosidade quando 
resfriado, deu-se a classificação 100 (óleo parafínico). Todos 
os óleos foram classificados entre 0 e 100. Aquele que 
mostrasse o maior índice de viscosidade, indicaria que sua 
variação de viscosidade era relativamente pequena para uma 
grande variação de temperatura. Atualmente, temos óleos que 
ultrapassaram os índices de viscosidades iniciais de 0 a 100 
e superam o IV de 250. 
Atualmente existem métodos de determinação do IV com 
base no conhecimento de duas viscosidades do óleo em 
temperaturas diferentes. O índice de viscosidade pode ser 
calculado através de fórmulas, tabelas e gráficos, publicados 
pela ASTM, que permitem determina-lo com precisão. Apesar do 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
61 
 
índice de viscosidade de um óleo lubrificante ser basicamente 
proveniente da natureza do petróleo cru que o compõe e dos 
processos de refinação utilizados, pode-se aumentá-lo através 
do uso de aditivos para esta finalidade (Modificadores de 
Viscosidade). 
Os óleos lubrificantes automotivos geralmente possuem um 
elevado índice de viscosidade (acima de 100), o que permite 
uma partida rápida no frio, lubrificação quase imediata nos 
pontos mais elevados no motor quando da partida, menor consumo 
de óleo e lubrificação eficiente em altas temperaturas. 
 
 
Figura 52: Apresentação gráfica comparativa da taxa de variação da 
viscosidade de 5 óleos em função da temperatura. 
Figura 50: Variação da resistência ao 
escoamento de um óleo em função da 
temperatura. 
 
Figura 51: Apresentação gráfica da 
taxa de variação da viscosidade de 
um óleo em função da temperatura. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
62 
 
O gráfico da figura 52 compara o índice de viscosidade 
de cinco óleos lubrificantes. Para uma mesma variação de 
temperatura, a viscosidade dos óleos para motores SAE 20, 30, 
40 e 50 variam muito mais do que a viscosidade do óleo SAE 
20W/50. O óleo SAE 20W/50 possui um índice de viscosidade maior 
que os outros óleos do gráfico. 
A Norma Brasileira NBR 14358 de 2005 é baseada na norma 
ASTM 2270 e descrevem toda a metodologia para se obter o IV de 
um produto, através de tabelas padronizadas e formulas que 
indicam os parâmetros adotados para tal. Existem tabelas 
padronizadas, também. 
As informações a seguir são apenas uma contribuição 
para formação do conceito, pois seu conteúdo não dispensa a 
utilização das normas de referência. A norma ASTM D2270 – 04, 
apresenta 2 (dois) procedimentos para calcular o índice de 
viscosidade. O procedimento “A” é aplicável a produtos de 
petróleo cujo IV seja até 100, inclusive. O procedimento “B” 
é aplicado para produtos de petróleo com IV maiores que 100. 
A norma não se aplica a produtos de petróleo com viscosidade 
cinemática inferior a 2 cSt, a 100ºC. A Tabela apresentada 
possui viscosidades entre 2 cSt e 70 cSt, a 100ºC. Em casos 
diversos a norma orienta para outros procedimentos. 
Nos casos mais comuns onde a viscosidade cinemática do 
produto de petróleo a 100ºC está entre 2 cSt e 70 cSt, o Índice 
de Viscosidade pode ser encontrado utilizando os valores de 
referência tabelados e a seguinte formula: 
𝐼𝑉 = [
(𝐿 − 𝑈)
(𝐿 − 𝐻)
] × 100 
Onde: 
L = A viscosidade cinemática a 40ºC de um óleo que possui 
Índice de Viscosidade = 0 e tem a mesma viscosidade cinemática 
a 100ºC que o óleo que se deseja calcular o IV, mm2/s (cSt). 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
63 
 
U = A viscosidade cinemática a 40ºC do óleo que se deseja 
calcular o IV, mm2/s (cSt). 
H = A viscosidade cinemática a 40ºC de um óleo que possui 
Índice de Viscosidade = 100 e tem a mesma viscosidade 
cinemática a 100ºC que o óleo que se deseja calcular o IV, 
mm2/s (cSt). 
Caso não se encontre os valores exatos na tabela apresentada, 
estes devem ser obtidos por interpolação linear. 
Exemplo: 
Calcule o Índice de Viscosidade de um óleo cuja viscosidade 
cinemática medida a 40ºC foi 73,30 mm2/s (cSt), e a viscosidade 
cinemática a 100ºC obtida para este mesmo óleo foi 8,86 mm2/s 
(cSt). 
 
Figura 53: Tabela parcial dos valores de referência para cálculo do IV. 
 
Observe que a viscosidade cinemática de referência a 
100ºC é 8,86 cSt e a tabela apresenta os valores para 8,80 cSt 
e 8,90 cSt, assim sendo, teremos que interpolar os valores 
para 8,86 cSt. Os valores interpolados são L = 119,94 cSt e 
H = 69,48 cSt. 
Vem, 
𝐼𝑉 = [
(119,94 − 73,3)
119,94 − 69,48
] × 100 = 92,43 
Para este caso o valor do Índice de viscosidade é 92,43. 
 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
64 
 
5.2.4. Ponto de Fluidez 
Ponto de fluidez é a menor temperatura, expressa em 
múltiplos de 3°C, na qual a amostra ainda flui, quando 
resfriada e observada sob condições determinadas. Esta 
característica é bastante variável, e depende de diversos 
fatores como: origem do óleo cru, tipo de óleo e processo de 
fabricação. 
Quando resfriamos um subproduto do petróleo 
suficientemente, este deixa de fluir, mesmo sob a ação da 
gravidade, devido a cristalização das parafinas ou o aumento 
da viscosidade (congelamento). O método P-MB-820 para 
determinação do ponto de fluidez consiste em resfriar uma 
amostra a um ritmo pré-determinado, observando-se a sua fluidez 
a cada queda de temperatura de 3ºC até que virtualmente a 
superfície da amostra permanece imóvel por 5 segundos ao se 
colocar o tubo de ensaio em posição horizontal, conforme 
ilustração abaixo. Somando-se 3ºC à temperatura anotada no 
momento em que a superfície permanece imóvel por 5 segundos, 
obtemos o ponto de fluidez, P-MB-820. 
O ponto de fluidez dá uma ideia de quanto 
determinado óleo lubrificante pode ser resfriado sem 
perigo de 
deixar de 
fluir. 
 
Figura 54: Representação esquemática do ensaio de ponto de 
fluidez. 
Fundamentos da Lubrificação e Desgaste 
65 
 
 
O ponto de névoa é a temperatura em que, resfriando-se 
um produto, a cristalização da parafina dá uma aparência turva 
a este produto. Caso o ponto de fluidez seja atingido antes 
que seja notado o ponto de névoa, isto significa que o produto 
possui

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