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Aula 1 Constitucionalismo e Constituição (1)

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Constitucionalismo e constituição
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
	CONSTITUCIONALISMO MODERNO
	O primeiro esboço de uma constituição – primeira afirmação de direitos foi a Magna Carta de 1215 instituída pelo Rei João Sem Terra – institutos do habeas corpus, devido processo legal, direito de propriedade (marco do constitucionalismo na idade média).
	Constitucionalismo moderno – técnica especifica de limitação do poder com fins garantísticos (proteção de liberdades individuais).
 	Constitucionalismo – divisão de poder – mudanças 
 	Liberalismo X Absolutismo (Monarquia e Igreja).
	Valores do liberalismo: individualismo, absenteísmo estatal, propriedade privada e proteção do indivíduo.	
DIREITO CONSTITUCIONAL
Secularização do poder – ascensão política da burguesia – revoluções – termo do absolutismo monárquico (queda da Bastilha/França).
 O povo como o titular legítimo do poder.
Marcos históricos – Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 (seu preâmbulo – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789).
	Ideia de poder constituinte- Constituições escritas – inaugura o período do Estado Constitucional.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	CONSTITUCIONALISMO MODERNO
	Segundo Denise Vargas, poderíamos enxergá-lo, modernamente, como o aparecimento da técnica de limitação do poder, mediante a ordenação sistemática e racional da sociedade política, com a criação das constituições escritas e rígidas (a partir das revoluções francesas e americanas que culminaram com a criação das Constituições Americana, de 1787, e Francesa, de 1791).
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	CONSTITUCIONALISMO MODERNO
	Para André Ramos Tavares:
	Movimento político-social com origens históricas remotas com o objetivo, em especial, de limitar o poder arbitrário.
	
	Existência de constituições escritas.
	Indica os propósitos mais latentes e atuais da função e posição das constituições nas diversas sociedades.
	Evolução histórico-constitucional de um determinado Estado.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Declaração Universal dos Direitos Humanos – 10 de dezembro de 1948 – estabelece o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
	Decorrência da evolução histórica, política e social do homem em sociedade – evolução dos direitos fundamentais – mudanças nas concepções de Estado (Liberal/Bem Estar Social).
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Geração ou dimensões dos direitos fundamentais:
	Direitos de primeira dimensão - direitos civis e políticos / liberdades individuais;
	Direitos de segunda dimensão – direitos sociais, econômicos e culturais;
	Direitos de terceira dimensão – princípio da fraternidade e solidariedade – direitos coletivos e difusos.
	Direitos de quarta dimensão – direitos a democracia, ao pluralismo.
DIREITO CONSTITUCIONAL
 NEOCONSTITUCIONALISMO/ PÓS-POSITIVISMO
Denominação dada por alguns doutrinadores ao novo Direito constitucional, a partir do final do século XX, fruto de mudanças paradigmáticas contidas em estudos doutrinários e jurisprudenciais que enxergam a Constituição como centro da hermenêutica jurídica (Denise Vargas).
DIREITO CONSTITUCIONAL
	NEOCONSTITUCIONALISMO
	Para Luiz Roberto Barroso o marco histórico do novo direito constitucional na Europa foi o constitucionalismo do pós-guerra. No Brasil, foi a constituição de 1988 e o processo de redemocratização que ela ajudou a protagonizar.
	O Marco filosófico foi o pós-positivismo, que busca ir além da legalidade estrita, empreendendo uma leitura moral do direito.
	O Marco teórico foi o reconhecimento da força normativa da Constituição; da Expansão da jurisdição constitucional e a nova interpretação constitucional.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	O impacto dos horrores cometidos durante a II Guerra Mundial e a constatação de que o positivismo jurídico poderia ser utilizado como instrumento de justificação de regimes autoritários.
	Desenvolvimento de uma nova dogmática – a dignidade da pessoa humana como núcleo central do constitucionalismo, dos direitos fundamentais e do Estado constitucional democrático.
	O ser humano como centro e fim do direito.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Segundo Luiz Roberto Barroso:
	Três grandes transformações subverteram o conhecimento convencional relativamente à aplicação do direito constitucional:
	Reconhecimento da força normativa à Constituição;
	A expansão da jurisdição constitucional;
	O desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	
A grande mudança de paradigma do século XX – a atribuição à norma constitucional o status de norma jurídica.
	A constituição passa a ser vista como norma dotada de supremacia, em que todas as demais leis devem buscar o seu fundamento.
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO
	
	O novo direito constitucional – no plano teórico – reconhecimento da força normativa da constituição, e uma constitucionalização do direito – a Constituição, elevada carga valorativa (axiológica), passa a irradiar os seus valores por todo o ordenamento jurídico.
	
	A inobservância da norma constitucional há de deflagrar os mecanismos próprios de coação, de cumprimento (Imperatividade). 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Em síntese para o Neoconstitucionalismo
	A CONSTITUIÇÃO É :
	- o centro do sistema;
	- norma jurídica (imperatividade e superioridade);
	- carga valorativa ( axiológica – dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais);
	- eficácia irradiante em relação aos Poderes e mesmo aos particulares;
	- concretização dos valores constitucionalizados;
	- garantia de condições dignas mínimas;
	- técnica de ponderação (proporcionalidade e razoabilidade);
DIREITO CONSTITUCIONAL
	DIREITO CONSTITUCIONAL 
 	Divisão Direito Público e Direito Privado.
	
	As subdivisões da ciência jurídica só têm razão de existir para facilitação didática.
Neste sentido, entende Luiz roberto Barroso:
" O direito constitucional, conjunto de normas fundamentais instituidoras do Estado e regedoras da sociedade, situa-se no vértice da pirâmide jurídica e é ramo do direito público." 
	A divisão direito público e direito privado – não significa dois domínios apartados e incomunicáveis.
 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	DIREITO CONSTITUCIONAL 
 	Distinção entre Direito Público e Direito Privado
	Três fatores verificáveis na relação jurídica:
	a) quanto ao sujeito 
	- ambos particulares (indivíduos e sociedades civis ou comerciais) – direito privado;
	- se um ou ambos forem o Estado ou outra pessoa jurídica de direito público – direito público;
 	b) quanto ao objeto
	- interesse predominante for individual/particular – direito privado;
	- interesse predominante for de natureza geral, da sociedade como um todo – direito público.
	c) quanto a natureza da relação
	- posição dos sujeitos for de igualdade jurídica – direito privado;
	- posição dos sujeitos for de superioridade jurídica e subordinação – direito público.
	
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Regime Jurídico de direito público e de direito privado
	Regime Jurídico de direito privado 
	vigoram como princípios os da livre-iniciativa e da autonomia da vontade.
	Regime Jurídico de direito público
	funda-se na soberania estatal, no princípio da legalidade e na supremacia do interesse público.
	
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Objeto da Constituição:
	
· Estruturação do estado;
· Organização dos Poderes e seus órgãos;
· Disposição sobre o modo de aquisição de poder e a forma de seu exercício;
· Limitação da atuação do poder;
· Proteção aos direitos e garantias dos indivíduos;
· Fixação do regime político;
· Fixação e disciplina das finalidades sociais e econômicas do Estado;
· Determinação dos fundamentos dos direitos
econômicos, sociais e culturais do Estado.
	
	Em síntese: cabe a Constituição a criação do Estado. 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	CONSTITUIÇÃO 
	Conceito
	
"Lei fundamental e suprema de um Estado, que contem normas referentes à estruturação do estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos." 
	 (Alexandre de Moraes)
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Classificação das Constituições 
	Quanto ao conteúdo: 
Materiais: A Constituição é composta apenas por regras materialmente constitucionais – normas fundamentais e estruturais do Estado, organização de seus órgãos e direitos e garantias fundamentais.
Formais: elege como critério o processo de sua formação, e não o conteúdo de suas normas. Qualquer regra contida na constituição é norma constitucional. 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Quanto à Forma:
Escritas: conjunto de regras codificado e sistematizado em documento único, visando fixar a organização fundamental. 
Não- Escrita (costumeiras): conjunto de regras não compactadas em um texto solene. Está baseado em diversas leis, que por sua vez são esparsas. Também pode ser baseadas em outras fontes do direito como nos costumes, nas convenções e na jurisprudência.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Quanto à origem:
Promulgadas: São as constituições democráticas ou populares, cuja origem está em uma Assembleia Constituinte composta por representantes escolhidos pelo povo com a finalidade de elaborar um texto constitucional. Exemplos: As constituições brasileiras de 1891, de 1934, de 1946 e de 1988.
Outorgadas: São elaboradas sem que haja participação popular e, normalmente, surgem em épocas de grande centralização do poder ou mesmo de ausência de liberdades individuais, em regimes autoritários. Exemplos: As constituições brasileiras de 1824, de 1937 e de 1967, além do Ato Adicional de 1969, considerado por alguns doutrinadores como uma nova constituição.
Cesaristas: a participação popular limita-se a uma consulta popular, a Constituição é elaborada pelo governante. Não é uma participação democrática. Caso da Constituição chilena de 1980 feita por Pinochet.
Pactuadas: Não são mencionadas por muitos doutrinadores. Consiste em um pacto entre duas forças políticas. Bastante difundidas no seio da monarquia na idade média (Magna Carta inglesa de 1215).
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Quanto ao modo de elaboração:
Dogmáticas: Sempre escritas, consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do Estado. É escrita e sistematizada por órgão constituinte. 
Históricas: São fruto de um lento e contínuo processo de formação, ao longo do tempo, reunindo a História e as tradições de um determinado povo.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Quanto à estabilidade:
Imutáveis: São vedadas quaisquer alterações em seu texto.
 
Rígidas: Prevêem um processo dificultoso e específico de alteração do texto, normalmente diferenciado do processo de elaboração das demais espécies normativas. 
Semiflexíveis: Trata-se de um meio-termo entre as constituições rígidas e as flexíveis. Neste modelo, algumas regras podem ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras ficam submetidas ao processo legislativo diferenciado, que marca as constituições rígidas.
Flexíveis: Normalmente aplica-se a constituições não escritas (só excepcionalmente, a constituições escritas). As alterações no texto são produzidas via processo legislativo ordinário.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	 Quanto à extensão e finalidade:
Analíticas ou dirigentes: examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. (prolixas – além de estabelecer as principais normas de poder e seus limites, trata de programas, metas, todos os assuntos que o constituinte entendeu importante.
Sintéticas: são as enxutas, preveem somente os princípios fundamentais e estruturais do Estado.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	
	A Constituição brasileira em vigor é: 
	formal, escrita, promulgada, rígida, 	dogmática, analítica.
	
	Característica da rigidez constitucional:
	Supremacia da Constituição / 	hierarquização 	das normas.
	A Constituição é fonte/ é parâmetro 	obrigatório 	do ordenamento jurídico.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Supremacia da Constituição 
	
“Todas as normas constitucionais das Constituições rígidas, independentemente de seu conteúdo, têm estrutura e natureza de normas jurídicas, ou seja, são normas providas de juridicidade, que encerram um imperativo, vale dizer, uma obrigatoriedade de um comportamento.”
	(Dirley da Cunha Jr.)
Não existe norma constitucional destituída de eficácia / todas irradiam efeitos jurídicos.
Todas têm força imperativa (conformação no modo de elaboração –aspecto formal / ou quanto a matéria que tratam – aspecto material).
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Supremacia da Constituição 
	
	A posição de supremacia da constituição estabelece que todas as situações jurídicas se conformem com os princípios e regras que a constituição adota.
	Deve haver compatibilidade vertical entre as leis e atos normativos com a Constituição Federal.
	Os atos normativos dos poderes públicos só serão válidos na medida em que se compatibilizem, formal e materialmente, com a Constituição.
	Compatibilidade formal – modo de produção legislativo previsto na CF.
	Compatibilidade material – o conteúdo dos atos normativos deve guardar harmonia com o conteúdo da CF.
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Unidade Normativa da Constituição 
	
	Ordenamento jurídico – é concebido como um conjunto de normas.
	O ordenamento constitui uma unidade.
	A Constituição Federal é seu fundamento de validade.
	A Constituição é fonte máxima de produção de todo o direito e último fundamento de validade das normas jurídicas, que confere unidade e caráter sistemático ao ordenamento jurídico.
	
	A Constituição além de conferir unidade normativa ao ordenamento, ela própria compreende uma unidade normativa, um sistema que privilegia determinados valores.
	
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Unidade Normativa da Constituição 
	
	Não há hierarquia normativa entre as normas constitucionais (sejam normas princípios ou normas regras).
	As normas constitucionais têm a mesma fonte e o mesmo fundamento – poder constituinte originário.
	
	O descumprimento de uma norma constitucional põe em risco a unidade do texto constitucional.
	
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