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Nome Conceito Tipos Anulável ou nula Vicio de Consentimento: provocam uma manifestação de vontade não correspondente com o íntimo e verdadeiro querer do agente. Erro ou ignorânci a é a falsa representação da realidade criada pelo próprio agente, ou seja, manifesta-se uma vontade equivocada, por uma falsa representação da realidade. Ex: compra e venda de um quadro falso. O que marca o erro é o fato de ser espontâneo, pois se o engano foi provocado por comportamento malicioso de outro contratante ou de terceiro com ciência daquele aparece a figura do dolo. a) secundário ou acidental – não previsto como causa de anulabilidade, pois, de regra, refere- se a qualidades secundárias ou acessórias da pessoa ou do objeto, não incidindo sobre a declaração de vontade. É o erro sanável, incapaz de viciar o ato. Exemplos: erro quanto ao peso, medida, quantidade ou valor do bem. Um testador refere-se ao filho Antônio, quando na realidade não tem filho com esse nome, mas apensas filho José. b) essencial ou substancial (art.138) Quando recai sobre a natureza do negócio. Ex1: uma pessoa resolveu doar um imóvel a um sobrinho, todavia, aca- bou acertando-se que se faria uma venda, por valores módicos, em face do descontentamento dos demais so- brinhos. Por falta de comunicação ao advogado de que não se realizaria mais uma doação e sim uma compra e venda, acabou concretizando-se uma doação, uma vez que não foi lida a minuta no ato. Após, morreu o doador. Os demais sobrinhos tive- ram que promover uma ação de anu- lação, em face do erro; - Quando recai sobre o objeto do ne- gócio. Ex: quer comprar um terreno do lote 10, da quadra 20 e diz para o corre- tor que quer o lote 20, da quadra 10; • Quando implica nas qua- lidades essenciais do ob- jeto. Ex: numa obra de arte, ser original; • Quando recai nas quali- Anulável dades essenciais da pes- soa, desde exista influên- cia na declaração de vontade (art. 139, II, do CÓDIGO CIVIL/02). Ex: casamento putativo; Dolo é o induzimento malicioso de alguém à prática de um ato que lhe é prejudicial, mas proveitoso ao autor do dolo ou a terceiro. Volta-se à questão da consciência, pois a vontade é livre, mas não é consciente. O dolo induz o destinatário da manifestação de vontade, a erro, mas erro provocado pela conduta do declarante. O erro participa do conceito de dolo, mas é por ele absorvido. O art. 145 do CÓDIGO CIVIL/02 qualifica o dolo principal ou essencial (dolo é a causa do negócio. É aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem a qual ele não se teria concluído), torna o ato anulável. Que é diferente do dolo acidental (o negócio seria realizado de qual forma, mesmo que de outro modo. É o que leva a vitima a realizar o negócio, porém em condições onerosas ou menos vantajosas – art. 146), que somente obriga às perdas e danos, não à anulação do negócio, ou seja, só obriga a satisfação de perdas e danos (art. 146 do CÓDIGO CIVIL/02). Ex1: uma pessoa tem um dinheiro e pensa em aplicá-lo. Quer construir uma cabana em Gramado. Agindo com dolo, um corretor vende-lhe determinado terreno dizendo que há toda infra-estrutura. A pessoa compra sem verificar as condições do terreno e após, ao visitar o local, vê que não há nenhuma infra- estrutura. Esse é o dolo principal, pois a pessoa só comprou aquele terreno porque houve dolo do corretor. Ex2: pessoa quer investir em imó- veis, sendo que não quer construir. O mesmo corretor vende aquele mesmo terreno sob os mesmos argu- mentos. Trata-se de dolo acidental, pois a pessoa teria comprado o terre- no, todavia por um preço menor. Anulável Coação É o constrangimento físico ou moral a) física (vis absoluta): constrangimento corporal que retira Anulável (psicológico) que incute no paciente um receio de tal ordem que ele acaba, contrariado, manifestando sua vontade e praticando o ato para evitar o constrangimento. A vontade deixa de ser espontânea como resultado de violência contra ela. toda a capacidade do querer, implicando ausência total de consentimento, o que acarreta a nulidade do ato (ou a inexistência para alguns – não existe vontade), face à ausência de elemento substancial, que é o consentimento. Assim, não se trata de vício da vontade. É o constrangimento corporal que retira toda capacidade de querer, implicando ausência total de consentimento, o que acarreta nulidade do ato, não se tratando de vicio de vontade. Ex. se alguém segurar a mão da vitima apontando-lhe uma arma para obter a assinatura de um documento. b) moral (vis compulsiva): atua sobre a vontade da vítima, sem lhe tirar o consentimento, pois ela conserva uma relativa liberdade, podendo optar entre a realização do negócio que lhe é exigido e o dano com que lhe é ameaçado. Acarreta a anulabilidade do ato realizado. Ex: pessoa que manifestou a vontade de casar, todavia coagido, porque fora obrigado pelos irmãos da noiva, que foram buscá-lo armados. Casos excludentes (art. 153) Estado de Perigo temor de grave dano que compele o de- clarante a concluir ato negocial, para salvar-se ou para so- correr alguém de sua família, que, em ou- tra circunstância, não celebraria (art. 156 do CÓDIGO CIVIL/02). Ex. ato de garantia (aval, fiança ou emissão de cheque) prestado por individuo que pretenda internar, Dois são os elementos: o objetivo, que é a assunção de “obrigação excessivamente onerosa”; e o subjetivo, caracterizado pelo constrangimento causado pela necessidade de “salvar- se” ou de “salvar pessoa de sua família” do risco grave existente. Este último deve ser complementado pela adesão da parte beneficiada ao desvio psicológico, que há de ser conhecedora do grave perigo por que passa o declarante. O prazo decadencial para anular o negócio jurídico eivado de estado de perigo é de quatro anos, contados do Anulável em caráter de urgência, um parente ou pessoa grada em que o estabelecimento hospitalar e se vê na contingência de só obter a internação mediante a emissão da garantia. dia em que se realizou o negócio (art. 178, II do CÓDIGO CIVIL/02). Lesão É o prejuízo que uma pessoa sofre na conclusão de um ato negocial resultante da desproporção existente entre as prestações das duas partes. O intuito da lesão justifica-se como forma de pro- teção ao contratante que se encontra em estado de inferiori- dade. Os elementos da lesão são também: o objetivo, consistente na manifesta desproporção entre as prestações recíprocas, ensejadora de lucro exagerado. Configura-se pelo lucro exagerado, pela desproporção das prestações em que fornece um dos contratantes. Pelo que se depreende da lei dos crimes de economia popular, tal requisito foi tarifado em um quinto do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida. Esse tarifamento sempre pareceu inconveniente por liminar em demasia a atividade do julgador; O subjetivo, caracterizado pela “inexperiência” ou “premente necessidade” do lesado. Consiste no que a doutrina chama de dolo de aproveitamento e afigura-se na circunstância de uma das partes aproveitar-se da outra pela inexperiêncialeviandade ou estado permanente de necessidade. Tais situações psicológicas são aferidas no momento do contrato. Não há necessidade de o agente induzir a vitima a pratica do ato, nem e necessária à intenção de prejudicar. Basta que o agente se aproveite dessa situação de inferioridade em que é colocada a vitima auferindo lucro desproporcional e anormal. Anulável Vícios Sociais: a vontade é consciente, mas dirigida a um resultado ilícito (nos vícios de consentimento o defeito está na vontade). Fraude contra credores Caracteriza-se em atos que desfalcam o patrimônio do devedor insolvente ou na iminência de tornar-se, com o intuito de prejudicar terceiros (credores). a) objetivo: é todo ato prejudicial ao credor, por tornar o devedor insolvente ou por ter sido realizado em estado de insolvência, devendo haver nexo causal entre o ato do devedor e a sua insolvência. É o eventus damni (prejuízo decorrente da insolvência). b) subjetivo: é a má-fé, a intenção de prejudicar do devedor aliado a terceiro, ilidindo os efeitos da cobrança. É o consilium fraudis ou conluio fraudulento. A má-fé do adquirente é presumida quando a insolvência do alienante é notória ou quando existir motivo para ser conhecida do adquirente. Negócios jurídicos suscetíveis de fraude: Título gratuito ou remissão de dívida (art. 158, §2º e 386 do CÓDIGO CIVIL/02); Título oneroso, se praticado por de- vedor insolvente (art. 159 do CÓ- DIGO CIVIL/02); Outorga de garantias reais (art. 163 e 1.419 do CÓDIGO CIVIL/02); Pagamento antecipado do débito (art. 162 do CÓDIGO CIVIL/02). A ação pauliana (ação revocatória) é a utilizada para a declaração da anulação do ato, para a qual têm legitimação os credores quirogra- fários (sem garantia real) que já o eram ao tempo em que os atos correspondentes à fraude foram celebrados. É legitimado passivo o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipula- ção fraudulenta e os terceiros ad- quirentes que hajam procedido de má fé. Perdem os credores a legi- timação ativa para movê-las se ocorrer a hipótese do art. 160 CÓ- DIGO CIVIL/02. Anulável Simulação intencional desacor- do entre a vontade interna e a declarada no sentido de criar aparentemente um negócio jurídico que, de fato, não existe, ou então oculta, sob determi- nada aparência, o negócio realmente querido. a) absoluta – neste caso, o negócio forma-se a partir de uma declaração de vontade ou uma confissão de dívida emitida para não gerar efeito jurídico algum. Cria-se uma situação jurídica irreal, lesiva do interesse de terceiro, por meio da prática de ato jurídico aparentemente perfeito, embora substancialmente ineficaz. Ex. para livrar bens da partilha imposta pelo regime de bens, ante a iminente separação judicial, o cônjuge simula negócio jurídico com amigo, contraindo falsamente uma dívida, com escopo de transferir-lhe bens em pagamento, prejudicando sua esposa. Note-se que o negócio simulado fora pactuado para não gerar efeito jurídico algum. A alienação não pretende operar a transferência da propriedade dos bens em pagamento de dívida, mas sim permitir que o terceiro (amigo) salvaguarde o patrimônio do alienante até que se ultime a ação de separação judicial. relativa (dissimulação) – Neste caso, uma declaração de vontade ou confissão falsa com o propósito de encobrir ato de natureza diversa, cujos efeitos, queridos pelo agente, são proibidos por lei. Há quem denomine esta hipótese de simulação relativa objetiva. Também ocorre quando a declaração de vontade é emitida aparentando conferir direitos a uma pessoa, mas transferindo-os, em verdade, para terceiro, não integrante da relação jurídica. Trata- se, então, de simulação relativa subjetiva. Observe-se que, diferentemente do que ocorre na simulação absoluta, na relativa as partes pretendem atingir efeitos jurídicos concretos, Nula embora vedados por lei. Ex. um homem casado pretende doar um bem para a sua concubina (concubinato impuro). Ante a proibição legal, o alienante simula uma compra e venda, que, em seu bojo, encobre o ato que efetivamente se quer praticar: a doação do bem com o efeito de transferência gratuita da propriedade. Subjetiva ou ad personam: se a par- te contratante não for o indivíduo que tirar proveito do negócio. (art. 167, § 1, I) Objetiva: se concernente à natureza do negócio pretendido, ao objeto ou a um dos elementos contratuais. (art. 167, § 1, II) Simulação maliciosa: existe inten- ção de prejudicar por meio do pro- cesso simulatório. (art. 167, §2). CONDIÇÃO TERMO ENCARGO/MODO Evento futuro e INCERTO Expectativa de direito (ar- t125) Evento futuro e CERTO Cláusula acessória à libera- lidade Imposição de um é uma cláusula acessória às liberalidades, pela qual se impõe um ônus ou obriga- ção ao beneficiário, dando destino ao seu objeto (ex: doar uma casa a alguém se este for morar nela), quer por impor ao beneficiário uma contraprestação (ex: deixar dinheiro a alguém para que este educar os fi- lhos até a maioridade). Quando suspensiva: sus- pende a eficácia e o exercí- cio do direito. suspensiva: impede que o negócio se aperfeiçoe até o advento da condição. Realizada esta, ela tem efeitos ex tunc (retroage). Porém, a retroatividade da condição suspensiva não é aplicável aos contratos reais. Enquanto a condição não ocorre, o titular do direito eventual tem apenas uma expectativa de direito (art. 125). Quando as partes protelam, temporariamente, a eficácia do negócio até a realização do acontecimento futuro e incerto. Ex.1: promete vender seu automóvel se, naquele ano, for posto à venda um modelo novo. Ex.2: comprarei seu quadro se ele for aceito numa exposição internacional; Quando suspensivo: NÃO impede a aquisição do di- reito, mas, apenas o seu exercício - gera direito ad- quirido. Se fixar o momen- to em que a eficácia do ne- gócio deve iniciar, retar- dando o exercício do direi- to. Ex. se a locação tiver início dentro de 02 meses poderá o locatário exercer atos de conservação. O ti- tular de um direito adquiri- do, cujo exercício esteja na dependência de um termo inicial, poderá exercer to- dos os atos conservatórios que forem necessários para assegurar seus direitos, não podendo, ainda, ser lesado por qualquer ato de dispo- sição efetivado pelo deve- dor ou alienante antes do advento do termo suspensi- vo. NÃO impede a aquisição nem o exercício do direito - gera direito adquirido. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito (art. 136), salvo quando imposto no negócio como condição suspensiva. Nesse particular difere do termo, que suspende o exercício até seu advento. O inadimplemento do en- cargo pode conduzir ao desfazimento da liberalida- de. Quando resolutiva: torna sem efeito o ajuste, em face de seu advento. É a condição cujo implemento faz cessar os efeitos do ato ou negócio jurídico. Ineficácia do negócio a um evento futuro e incerto. (art. 127 e 128 do Código Civil/02) Ex: aquisição de fazenda, sob condição de que o contrato se resolve se gear Final (dies ad quem ou ad diem): peremptório ou re- solutório, se determina a data da cessação dos efei- tos do ato negocial, extin- guindo asobrigações dele oriundas. Ex. a locação de- ver-se-á findar dentro de 02 anos (CÓDIGO CIVIL/02 art. 135). Antes de chegar o dia estipulado para o seu vencimento o negócio jurídico subordina- do a um termo final vigora- temor de grave dano que compele o declarante a concluir ato negocial, para salvar-se ou para socorrer alguém de sua família, que, em outra circunstância, não celebraria (art. 156 do CÓDIGO CIVIL/02). É o prejuízo que uma pessoa sofre na conclusão de um ato negocial resultante da desproporção existente entre as prestações das duas partes. O intuito da lesão justifica-se como forma de proteção ao contratante que se encontra em estado de inferioridade. Negócios jurídicos suscetíveis de fraude: Título gratuito ou remissão de dívida (art. 158, §2º e 386 do CÓDIGO CIVIL/02); Título oneroso, se praticado por devedor insolvente (art. 159 do CÓDIGO CIVIL/02); Outorga de garantias reais (art. 163 e 1.419 do CÓDIGO CIVIL/02); Pagamento antecipado do débito (art. 162 do CÓDIGO CIVIL/02). A ação pauliana (ação revocatória) é a utilizada para a declaração da anulação do ato, para a qual têm legitimação os credores quirografários (sem garantia real) que já o eram ao tempo em que os atos correspondentes à fraude foram celebrados. É legitimado passivo o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação fraudulenta e os terceiros adquirentes que hajam procedido de má fé. Perdem os credores a legitimação ativa para movê-las se ocorrer a hipótese do art. 160 CÓDIGO CIVIL/02. intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada no sentido de criar aparentemente um negócio jurídico que, de fato, não existe, ou então oculta, sob determinada aparência, o negócio realmente querido. Subjetiva ou ad personam: se a parte contratante não for o indivíduo que tirar proveito do negócio. (art. 167, § 1, I) Objetiva: se concernente à natureza do negócio pretendido, ao objeto ou a um dos elementos contratuais. (art. 167, § 1, II) Simulação maliciosa: existe intenção de prejudicar por meio do processo simulatório. (art. 167, §2).
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