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ISSN: 1808-6969 das Faculdades Integradas Pitágoras EDITORES CIENTÍFICOS RESPONSÁVEIS Antônio Prates Caldeira Rosina Maria Turano Mota CORPO EDITORIAL Ana Cláudia Chesca - Uniube Carlos Eduardo Mendes D´Angelis - FIPMoc Cynara Silde M. Veloso - UNIMONTES - FIPMoc Dalton Caldeira Rocha - UNIMONTES - FIPMoc Daniela A. Veloso Popoff - UNIMONTES - FIPMoc Dorothea Schmidth França - FIPMoc Fernanda Costa - FIPMoc Humberto Gabriel Rodrigues - FIPMoc Josiele Cintia de Souza Rocha - FIPMoc Layrton Ferreira da Silva - FIPMoc Leandro Luciano da Silva - FIPMoc Marcos Vinícius Macedo de Oliveira - FIPMoc Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito - FIPMoc Marley Garcia Silva - IFB/ Brasília Marta Verônica V. Leite - UNIMONTES Pablo Peron de Paula - FIPMoc Ramon Alves de Oliveira - FIPMoc Regina Célia Lima Caleiro - UNIMONTES Roseane Durães Caldeira - FIPMoc Sheila Abreu Mourão - FIPMoc Thaís Cristina Figueiredo Rego - FIPMoc Sheila Abreu Mourão ORGANIZADORES EDITORA EXECUTIVA Maria de Fátima Turano CAPA Ilimitada Propaganda ASSESSORIA DE REVISÃO LINGUÍSTICA Rosane Bastos EDITORAÇÃO Fabrício Rodrigues Leite IMPRESSÃO Gráfica Giordani ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros Av. Profa. Aída Mainartina Paraíso, 80 Ibituruna - Montes Claros/ MG CEP: 39.400-082 - Fone/Fax: 38-3214-7100 www.fip-moc.edu.br É permitida a reprodução de artigos desta revista desde que citada a fonte. Antônio Carlos Moreira da Costa Júnior Publicação das Montes Claros - Minas Gerais - Brasil Ano: 11 - n. 18 - Dezembro 2013 Suplemento Especial Engenharia Civil ISSN 1808-6969 Cursos Integrados Periódicos Faculdades Integradas Pitágoras Expediente Sumário DIAGNÓSTICO DA DISPOSIÇÃO IRREGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NAS ADJACÊNCIAS DA LINHA FÉRREA DE MONTES CLAROS- MG PEREIRA, Cláudio Henrique Castilho; SILVA, Jairo César; BRITO, Jefferson Almeida; AZEVEDO NETO, João Afonso; OLIVEIRA, Thiago; ARAÚJO, Vicente Cardoso; COSTA JUNIOR, Antonio Carlos Moreira da CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA CIVIL EM RELAÇÃO À NECESSIDADE DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL MATOS, Pedro Henrique Ramos; CARMO, Vanessa Coelho Nascimento; FONSECA, Paulo Augusto Gomes; COSTA, Mateus Froes; MOURÃO, Sheila Abreu CAUSAS DOS ABALOS SÍSMICOS NA CIDADE DE MONTES CLAROS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL SANTOS, Aureo; EVANGELISTA, Frederico; RIBEIRO, Paulo; ROBERTO, Patrick; MOURÃO, Sheila Abreu, SILVA, André Fernando SISTEMA SOLAR PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA DO CHUVEIRO DE CASAS POPULARES NA CIDADE DE JANAÚBA, MINAS GERAIS, BRASIL OLIVEIRA, Amanda Alves de; MIRANDA, Dalila Alves; BATISTA, Érico Mateus; SANTOS, Flávia Thaís Pereira; SILVA, Jenny Efigênia; MOURÃO, Sheila Abreu; MOTA, Emerson Batista Ferreira A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE VETORES NA CONSTRUÇÃO CIVIL BARRETO, Anna Carolina de Sousa; ANDRADE, Maria Eduarda Silva; BRAGA, Marianne Rodrigues; GOMES, Melissa Miriam Martins; CARDOSO, Silvia Cibelle Silva; LEITE, Thais Cunha; PINHO, Thamires Araújo; COSTA JUNIOR, Antonio Carlos Moreira da ANÁLISE DAS TENSÕES OCORRIDAS EM EDIFICAÇÕES SUBMETIDAS A ABALOS SÍSMICOS NO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS-MG MOTA, Alisson Frederico Piranga; SOUZA, Bruna Larissa Freire; XAVIER, Érick Samuel Lourenço; SILVA, Fabiano; ALMEIDA, Miguel; BRAGA, ; Tatiana Silva; AGUIAR, Thiago Willer Teixeira de ; COSTA JUNIOR, Antonio Carlos Moreira da A METODOLOGIA CIENTÍFICA JUNTO À ENGENHARIA CIVIL MOURÃO, Sheila Abreu; COSTA, Daniele Kennedy Gomes; GERMANO, Débora Antunes; OLIVEIRA, Érica Letícia Dourado; SILVA, Moises Meireles PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE PONTE DE MACARRÃO CAMARGO, Cleiton Nogueira; SOARES, Rodney Monteiro O USO DE FIBRAS DE AÇO COMO REFORÇO DE CONCRETO PARA PISOS INDUSTRIAIS SANTOS, Paulo Eduardo Gomes dos; RUAS, Débora Fernanda; COSTA, Márcio José Neres REFORÇO E REPAROS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO SANTOS, Paulo Eduardo Gomes dos; OLIVEIRA, Isabela Souto; SOUSA, Osmano de REGRAS EDITORIAIS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NA REVISTA MULTIDISCIPLINAR DAS FIPMoc Artigos de Revisão Artigos Originais Editorial EDITORIAL COSTA JUNIOR, Antônio Carlos Moreira da 33 26 4 38 11 19 45 50 5 57 77 65 04 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Editorial EDITORIAL Coordenador do curso de Engenharia Civil das FIPMoc COSTA JUNIOR, Antônio Carlos Moreira da Expressar-se por escrito, comunicar-se por meio da escrita - essas referências, no que tange ao registro e divulgação de pesquisas, tornam as publicações no suplemento tecnológico da Revista Multidisciplinar um desafio instigante, que requer dedicação, compromisso, ética e responsabilidade científica por parte dos autores. O suplemento da Revista Multidisciplinar vem inovar e, acima de tudo, incentivar os discentes e docentes dos cursos das áreas tecnológicas das FIPMoc a pesquisar - e, quem sabe, até inovar mesmo-, descobrindo ou aprimorando novos produtos, serviços ou processos. Os primeiros passos a formação do alicerce foi sacramentada. Diante das atitudes e processos formatados, destaca-se a concretização da primeira revista destinada especificamente às áreas tecnológicas. Procedeu-se à constituição do corpo de orientadores docentes, à organização do processo de apoio aos discentes pesquisadores, com o objetivo de publicarmos nossos trabalhos, frutos das pesquisas e projetos acadêmicos de nossa instituição, assim como de iniciarmos o processo de construção de uma revista própria. Ao concretizarmos a primeira edição de nosso suplemento, torna-se essencial a participação e comprometimento de todos os nossos conselheiros de nível superior, professores, acadêmicos e funcionários, instados a participarem da construção e manutenção deste projeto. Com o passar dos tempos, esperamos que nossos acadêmicos criem conexões entre o ambiente científico da pesquisa e a importância de inovar e pesquisar. Buscamos, assim, proporcionar a nossos leitores artigos científicos de revisão bibliográfica, experimentação e estudos de caso das diversas áreas tecnológicas, apoiando e auxiliando o entendimento de situações, casos e patologias ocasionados e ligados às áreas tecnológicas. Este trabalho, uma vez iniciado, deverá resistir às intempéries e dificuldades, tendo como base, sempre, a importância de pesquisar e inovar. É e será sempre assim, requerendo esforço e dedicação de todos os envolvidos. 05 DIAGNÓSTICO DA DISPOSIÇÃO IRREGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NAS ADJACÊNCIAS DA LINHA FÉRREA DE MONTES CLAROS-MG PEREIRA, Cláudio Henrique Castilho*; SILVA, Jairo César*; BRITO, Jefferson Almeida*; AZEVEDO NETO, João Afonso*; OLIVEIRA, Thiago*; ARAÚJO, Vicente Cardoso*; COSTA JUNIOR, Antonio Carlos Moreira da.** *Curso de Engenharia Civil das FIPMoc; ** Coordenador do curso de Engenharia Civil das FIPMoc Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original RESUMO A construção civil é o setor que mais cresce em todo o país, entretanto o aumento da demanda na área não gera apenas desenvolvimento, mas também diversos problemas ambientais. O estudo teve como objetivo diagnosticar a disposição de resíduos sólidos da construção civil nas adjacências da linha férrea em Montes Claros-MG. O presente trabalhocontou com pesquisas de abordagem bibliográfica e quantitativa, com objetivo exploratório. O diagnóstico da região foi feito através da pesquisa de campo que abordou uma área da linha férrea próximo à Avenida João Luiz de Almeida. Registraram-se fotos do ano de 2011(Fonte: Google Street-View), que mostram a existência de entulhos no local. Posteriormente, foram tiradas fotos, in loco, no ano de 2013, para serem comparadas com as anteriores. O procedimento da pesquisa quantitativa consistiu em um questionário aplicado a 15 moradores que residem próximo à linha férrea, para verificar as causas da irregularidade e relatar se houve alguma mudança considerável durante o período. Os resultados obtidos através do levantamento fotográfico foi que, entre os anos de 2011 e 2013, constatou-se um aumento em relação à quantidade de resíduos. Os resultados extraídos do questionário mostram os moradores apontam a falta de conscientização como principal responsável pela irregularidade no local. Apenas 13% dos moradores afirmaram haver mudanças consideráveis, destacando a ocorrência do problema na região. Assim, torna-se imprescindível a mudança de pos tu ra da soc iedade , po i s somente a conscientização e a utilização de técnicas sustentáveis são medidas capazes de promover o desenvolvimento urbano controlado. Palavras-chave: Problemas ambientais . Conscientização. INTRODUÇÃO A construção civil é responsável por um alto índice de produção de resíduos sólidos que envolvem diretamente todo o meio biótico. Cada vez mais cresce a demanda em relação à procura de novas técnicas que possam suprir a disponibilidade dos atuais recursos naturais ou até substituí-los. Sendo assim, um dos maiores desafios da engenharia moderna consiste na elaboração de novas alternativas que visam manter o meio físico e biótico equilibrados, satisfazendo ambas as partes. Um fator relevante para atender esse requisito está ligado ao manejo dos resíduos sólidos oriundos da construção civil, bem como sua disposição no meio urbano. A construção civil é um dos setores atualmente que mais geram resíduos sólidos na região urbana. Sendo assim, um dos maiores 06 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original desafios da temática ambiental é o desenvolvimento de técnicas que possibilitem atenuar os impactos negativos causados ao meio ambiente, como, por exemplo, lotação dos aterros sanitários, e a má deposição dos resíduos em geral. A grande geração de resíduo de construção civil em cidades de grande e médio porte tem sido um problema crônico que envolve questões de ordem ambiental, social e financeiro, principalmente porque grande parte deste material gerado normalmente é disposta de forma irregular em lugares como vias, rios, córregos, terrenos baldios e áreas mananciais. Desta forma, descartado ilegalmente, o resíduo de construção pode trazer riscos à população em função de dois aspectos relevantes: atração de transmissores de doenças e entupimento de bueiros e assoreamento dos recursos hídricos, que implicam no aumento de enchentes nas estações chuvosas. (MOTTA; BERNUCCI; MOURA, 2004, p. 259) A deposição adequada dos resíduos sólidos gerados da construção civil é necessária, para que se tenha um saneamento e higiene na área urbana. É importante, além disso, para evitar vetores de doenças transmissíveis, como ratos, moscas e mosquitos. A principal preocupação é a escassez de áreas adequadas para deposição dos resíduos sólidos, pois elas apresentam altos custos e baixa disponibilidade. (HORTEGAL; FERREIRA; SANT'ANA, 2009) Resolução nº 307 da CONAMA (2002): prescreve que os resíduos de construção que podem ser reutilizados ou reciclados para produção de agregados são aqueles que se enquadram na chamada “Classe A”. Esta categoria engloba os resíduos provenientes de: (I) construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, incluindo solos provenientes de terraplanagem; (II) construção, demolição, reformas e reparos de edificações tais como componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas e placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto; (III) processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios, etc.) produzidas nos canteiros de obras (MOTTA, 2005 apud HORTEGAL; FERREIRA; SANT'ANA, 2009, p.4). A utilização dos resíduos de construção e demolição em obras de pavimentação mostrou-se uma medida viável, considerando a disponibilidade e a existência do material e tecnologia de reciclagem. Em cidades do Brasil e no exterior, os usos de agregados em pavimentos estão apresentando resul tados sat isfatór ios e interessantes, proporcionando a substituição de materiais naturais e/ou não renováveis, essencialmente em vias de baixo fluxo de tráfego (HORTEGAL; FERREIRA; SANT'ANA, 2009). O uso de materiais não convencionais em pavimentação, a exemplo dos resíduos sólidos da construção civil, representa uma alternativa de reduzir custos de obras rodoviárias. Além disso, essa ação coopera com a redução dos impactos ambientais causados pela deposição irregular dos resíduos sólidos oriundos da construção civil (QUEIROZ; MELO, 2010. p.2). O gerenciamento e o manejo de resíduos é a forma adequada de lidar com os resíduos produzidos na construção civil, e é importante para haver um planejamento de deposição dos resíduos gerados, a fim de que possam ser reciclados, quando possível, senão jogados em aterros apropriados (ALMEIDA, 2010). O CONAMA é o órgão responsável pelas resoluções do manejo dos Resíduos da Construção Civil (RCC), empregando leis, regulamentos e normas que auxiliam os geradores dos resíduos a exercer uma gestão ambiental, ou seja, sustentável, na obra realizada (ALMEIDA, 2010). Devido aos impactos negativos, tem sido discutido sobre reciclagem de materiais para amenizar a lotação dos aterros, menor utilização de energia e recuperar matéria-prima que, de outro 07Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original modo, seria tirada da natureza (ALMEIDA, 2010). A deposição adequada dos resíduos é importante para atenuar os impactos como, por exemplo, lotação de aterros, diminuição da poluição do solo, do ar e prevenção de vetores de doenças, seguindo as resoluções do CONAMA para o manejo desses resíduos. Uma das principais alternativas recomendadas que viabilizam o gerenciamento dos resíduos sólidos são a triagem, acondicionamento, transporte e destinação. Isso tudo, visando à preservação e conservação do meio ambiente. A coleta seletiva dos resíduos é também um indicador que colabora com a deposição e a utilização dos materiais, que possam ser reciclados e/ou reutilizados. O referente trabalho tem como objetivo diagnosticar a disposição de resíduos sólidos da construção na linha férrea em Montes Claros-MG e destacar a importância de um gerenciamento desses resíduos. É importante o estudo dos impactos que são gerados no município de Montes Claros-MG, devido ao grande crescimento do setor da construção civil, tais como grande utilização de recursos naturais, aumento de resíduos que sobram das obras e/ou são produzidos na demolição, que necessitam de um lugar apropriado para serem depositados. MÉTODO A pesquisaabordou como área de estudo o município de Montes Claros, situado no extremo norte do estado de Minas Gerais, com uma população de 361.915 habitantes e com uma área de 3.569 km². As principais atividades econômicas da cidade estão ligadas ao comércio, indústria e agropecuária, segundo dados do IBGE (2010). O presente trabalho, para alcançar seu desiderato, contou com pesquisas de abordagem bibliográfica e quantitativa, com objetivo exploratório. Os dados da pesquisa bibliográfica - que objetivaram demonstrar a necessidade de sistemas de gestão ambiental que mantém o meio físico e biótico equilibrado; surgimento de técnicas que possam melhor utilizar dos recursos naturais de maneira sustentável, além de destacar a importância da disposição correta do lixo - foram obtidos em livros, artigos técnico-científicos e sites especializados. Em seguida, realizou-se a pesquisa de campo. Para tanto, o local de estudo exato foi uma das principais avenidas de Montes Claros-MG (Avenida João Luiz de Almeida, situada entre os Bairros Morrinhos e Vila Guilhermina), que possui, em sua adjacência, um longo trecho da linha férrea (FIG. 1). A FIG. 1 retrata a localização do município de Montes Claros no estado de Minas Gerais, bem como a abrangência urbana abordada na pesquisa quantitativa. Registraram-se algumas fotos do ano de Figura 1- Localização do município de Montes Claros-MG e área da linha férrea abordada na pesquisa 08 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original 2011 referentes ao mês de junho mediante o Google Street-View, onde se verificaram entulhos numa área com distância menor que 15 metros da linha férrea, relatando a existência do problema na região. Logo em seguida, foram tiradas fotos in loco, no ano de 2013, para ser comparada com as anteriores e verificar se haveria alguma mudança durante esse período. Posteriormente, o procedimento da pesquisa quantitativa constou de um questionário aplicado a quinze moradores que residem próximo à linha férrea da Avenida João Luiz de Almeida, com o intuito de verificar, através da população, se houve de fato melhoria e quais seriam as principais causas (carência de órgãos de fiscalização, insuficiência de aterros, ausência de conscientização, abrangência urbana da linha férrea, dentre outros) apontadas pelos moradores, nesse espaço de tempo, como responsáveis pela irregularidade dos resíduos sólidos nas adjacências da linha férrea. Finalmente, fez-se uma análise conjunta de todas as informações compiladas objetivando relatar a existência de problemas, bem como as consequências causadas pela disposição irregular dos resíduos sólidos, além de demonstrar a importância de um plano de gerenciamento. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados desta pesquisa retratam uma comparação feita em Montes Claros-MG entre os anos de 2011 e 2013, verificando a distribuição de resíduos sólidos oriundos da construção civil. A FIG. 2 ilustra a disposição irregular de resíduos sólidos na adjacência de uma determinada região da linha férrea do município, situada numa das principais avenidas do município (Avenida João Luiz de Almeida, entre os bairros Vila Guilhermina e Morrinhos). A FIG. 2 mostra a distribuição inadequada dos resíduos sólidos oriundos da construção civil, nas adjacências da linha férrea, entre outros tipos de Figura 2- Disposição irregular de resíduos sólidos nas adjacências da linha férrea de Montes Claros-MG entre 2011 e 2013 próximo à Avenida João Luiz de Almeida 09Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original resíduos. Primeiramente, as fotos do ano de 2011 (FIG. 2A) foram adquiridas por intermédio do Google Street-View; posteriormente, as fotos do ano de 2013 foram tiradas in loco, para efeito de comparação. Ao observar as FIG. 2B e C, ressalta-se a grande irregularidade em que se encontra o local, em relação à disponibilidade de lixo. Pode-se notar que houve durante os anos de 2011 e 2013 um aumento do acúmulo de resíduos, comprometendo até mesmo a visualização da linha férrea. Além disso, a grande quantidade de lixo pode resultar em proliferação de doenças, insetos, ratos, baratas, dentre outros problemas. Os GRAF. 1 e 2 mostram os resultados do questionário aplicado aos moradores da região em volta do ponto da linha férrea estudada. Gráfico 1- Principais causas apontadas pelos moradores como responsáveis pela distribuição irregular nas adjacências da linha férrea O GRAF. 1 representa a quantificação das causas apontadas pelos moradores para o acúmulo de entulho oriundos da construção civil na área. Os resultados obtidos foram que 4 moradores apontam como responsável pela irregularidade a carência de órgãos de fiscalização; 3 pessoas indicam a insuficiência de aterros sanitários; 5 a ausência de conscientização da população; e 3 apontam a abrangência urbana da linha férrea. Dos motivos avaliados, o mais significante está relacionado à ausência de conscientização da 3 2 1 0 Q td . m o ra d o re s Abrangência urbana da linha férrea Ausência de conscientização da população Insuficiência de aterros sanitários Carência de órgãos de fiscalização 4 5 6 população em jogar entulhos indevidamente, não preservando a região, tornando-se algo cultural ao longo do tempo, e que precisa ser mudado. Gráfico 2- Porcentagem dos moradores que apontam alguma diminuição da disposição irregular de resíduos sólidos na região entre 2011 e 2013 O GRAF. 2 representa a porcentagem de moradores que dizem haver melhorias em relação à distribuição inadequada dos resíduos sólidos ao longo da linha férrea entre 2011 e 2013. Os resultados extraídos da pesquisa foram que 87% dos moradores afirmaram que não houve melhorias significativas quanto à distribuição irregular na região durante o intervalo de dois anos e apenas 13% acreditam que ocorreu alguma mudança relevante. A grande porcentagem negativa quanto à melhoria da distribuição irregular pode ser justificada através das imagens, como visto anteriormente, que mostrou um aumento considerável em relação ao acúmulo de resíduos e lixo durante o período abordado. Para combater a poluição física/visual do local, decorrente de entulhos, será necessário que a população se informe das consequências e impactos negativos gerados em ações simples e ingênuas, muitas vezes um hábito. Os órgãos públicos de fiscalização devem atuar coletivamente quanto ao problema, tendo a função de informar por 87% Sim Não 13% 10 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original meios de comunicações a necessidade do desenvolvimento de princípio de sustentabilidade e consciência em cada cidadão. A aplicação de sistemas de gestão ambiental também é um fator imprescindível, visto que o estabelecimento de regras, normas e diretrizes são fundamentais para manterem o meio físico e biótico. CONCLUSÃO A distribuição irregular dos resíduos sólidos é um dos principais problemas urbanos nas grandes cidades. O desenvolvimento urbano e o aumento do setor de construção civil trouxeram consigo, além do progresso, diversos problemas ligados à temática ambiental. A quantidade de lixo que se acumulaao redor da linha férrea na cidade de Montes Claros-MG pode estar ligada a diversos fatores, como, por exemplo, a falta de consciência da população, a grande negligência por parte dos órgãos responsáveis pela fiscalização, a insuficiência de locais apropriados para a deposição dos resíduos (aterros sanitários). Grande parte desses lixos e compostos é proveniente da construção civil. Esse fator é relevante para o aumento desse problema, já que crescimento desordenado faz com que hajam diversas construções mal planejadas resultando em demolições e reformas que geram grande quantidade de resíduos sólidos. A engenharia, juntamente com os órgãos fiscalizadores, tem como objetivo a busca de soluções para esse problema, mediante a aplicação de sistemas de gestão ambiental. Para reverter esse quadro, é imprescindível, sobretudo, a mudança de postura da sociedade e o comprometimento de todos os atores que, direta ou indiretamente utilizam o meio ambiente, visto que somente a conscientização e a utilização de técnicas sustentáveis são medidas capazes de promover o desenvolvimento urbano controlado, além de garantir os recursos naturais às futuras gerações. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Renê Felipe de. Manejo e Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil no Brasil. 2010. Monografia apresentada para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental. Faculdades de Ciência Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho, Montes Claros-MG. HORTEGAL, Mylane Viana; FERREIRA, Thiago Coelho; SANT'ANA, Walter Canales. Utilização de agregados resíduos sólidos da construção civil para pavimentação em São Luís-MA. Pesquisa em Foco, São Luís, v. 17, n. 2, p.60-74, 2009. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Montes Claros-MG. Disponível: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 10 jun. 2013. MOTTA, Rosângela dos Santos; BERNUCCI, Liedi Légi Bariani; MOURA, Edson de. Aplicação de Agregado Reciclado de Resíduo Sólido da Construção Civil em Camadas de Pavimentos. In: CONGRESSO DE PESQUISA E ENSINO DE TRANSPORTES, 18. Anais... Florianópolis, 2004. p. 259-269. QUEIROZ, Bismak Oliveira de; MELO, Ricardo Almeida de. Redução de impactos ambientais causados por resíduos sólidos oriundos da construção civil pelo uso em pavimentação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL. 1. Anais... Bauru-SP: IBEAS- Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais. 2010. p. 7. 11 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA CIVIL EM RELAÇÃO À NECESSIDADE DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL MATOS, Pedro Henrique Ramos*; CARMO, Vanessa Coelho Nascimento*; FONSECA, Paulo Augusto Gomes*; COSTA, Mateus Froes*; MOURÃO, Sheila Abreu** * Acadêmicos do curso de Engenharia Civil das FIPMoc. **Professora das FIPMoc. Pós doutora em Biologia Animal (UFV) e Fitotecnia (Embrapa Milho e Sorgo). Doutora em Fitotecnia (UFV). Mestre em Entomologia (UFV). Pós-graduada em Nutrição mineral de Plantas (ESALQ) e Graduada em Engenharia Agronômica pela UFV. RESUMO Do ponto de vista ambiental, o problema principal dos resíduos sólidos da construção e demolição está relacionado aos grandes volumes produzidos e à deposição irregular. Os resíduos depositados irregularmente causam enchentes, proliferação de vetores nocivos à saúde, interdição parcial de vias e degradação do ambiente urbano. O trabalho em questão tem como objetivo promover ações, entre alunos da Engenharia Civil das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIPMoc), de aspectos éticos e sociais, fundamentais para a implantação de sistemas de gestão ambiental de resíduos sólidos provenientes da construção civil de Montes Claros. É classificado por um caráter quantitativo e exploratório, porque foi elaborado através de pesquisas bibliográficas e de campo. Fez- se uso de um questionário aplicado aos acadêmicos, convites para que os alunos participassem no descarte de pilhas e baterias e, por fim, apresentação de palestras sobre o tema proposto, no auditório das FIPMoc. O trabalho faz a opção pelo método dedutivo, procedimento realizado por observações diretas. O presente projeto deixa claro que, dos 342 acadêmicos, grande parte deles mostra-se preocupada com a atual situação do meio ambiente, interessam-se pelo assunto; entretanto, a maioria diz não realizar a coleta seletiva em suas residências. Este estudo concluiu serem necessárias ações voltadas à conscientização ambiental de estudantes de engenharia civil em relação à gestão de resíduos sólidos na construção civil. Palavras-chave: Reciclagem. Coleta seletiva. Degradação ambiental. Meio ambiente. INTRODUÇÃO A preocupação com resíduos de maneira geral é relativamente recente no Brasil. Nesse contexto, a reciclagem de resíduos de construção encontra-se em estágio avançado. Há, atualmente, um forte grupo de pessoas, muito ativo no estudo dos resíduos de construção, e diversos municípios brasileiros já operam, com sucesso, centrais de reciclagem do resíduo de construção e demolição. Do ponto de vista ambiental, o problema principal com esse tipo de resíduo está relacionado aos grandes volumes produzidos e à sua deposição irregular, a qual por sua vez, é comum na grande maioria das cidades. Esses resíduos depositados irregularmente causam enchentes, proliferação de vetores nocivos à saúde, interdição parcial de vias e degradação do ambiente urbano. Na gestão dos resíduos sólidos, a sustentabilidade ambiental e social se constrói a partir de modelos e sistemas integrados, que possibilitem tanto a redução do lixo gerado pela população, como a reutilização de materiais 12 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original descartados e a reciclagem dos materiais que possam servir de matéria-prima para a indústria (3R'S – reduzir, reciclar e reutilizar), diminuindo o desperdício e gerando renda. É importante salientar que qualquer que seja o método eleito para tratamento do lixo - compostagem, incineração, reciclagem, ou combinação deles - haverá sempre uma parcela maior ou menor de rejeitos, não sendo eliminada, em nenhuma das hipóteses, a necessidade de instalação de um aterro sanitário. O aterro sanitário é a forma de destinação final dos resíduos sólidos que contempla os requisitos de proteção ambiental, como impermeabilização, coleta e tratamento do chorume, coleta e queima dos gases, cobertura periódica do lixo com terra ou material inerte (material que não é modificado facilmente). Sem essas providências, o lixo se torna foco de doenças, insetos e roedores, além de causar poluição do ar e das águas subterrâneas. A segregação dos resíduos na fonte geradora é uma chave para a coleta seletiva, pois evita a perda de qualidade dos recicláveis e melhora as condições de trabalho dos catadores, viabilizando as etapas seguintes da reciclagem. É também a etapa que exige o apoio da população, que tem de mudar seus hábitos no momento do descarte do lixo. É cada vez mais visível a existência de problemas que necessitam de solução urgente, principalmente no meio ambiente urbano, dentre os quais tem-se a questão do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos gerados nos vários processos de produção e consumo. Por exemplo, no Brasil, é comum a disposição irregular de entulho,o chamado "bota-fora" clandestino, e, por esse motivo, esses resíduos são considerados um problema de limpeza pública, acarretando em uma série de inconveniências para toda a sociedade, tais como: altos custos para o sistema de limpeza urbano, proliferação de vetores de doenças (dengue, por exemplo), enchentes, assoreamento e contaminação de cursos d'água, contaminação do solo, erosão, obstrução de sistemas de drenagem, poluição visual etc. Por essa razão, tanto o poder público quanto o privado devem estimular a reciclagem. Assim, os agregados reciclados podem ser utilizados em diversos novos produtos como argamassas, concretos e blocos de construção. Por isso, é importante segregar os resíduos junto à fonte geradora, ou seja, nos próprios canteiros de obra. Somente quando não existir a possibilidade de reciclá-los é que os resíduos podem ser incinerados ou aterrados. É a forma mais econômica de reutilização dos resíduos. Infelizmente, em Montes Claros - MG, essa reutilização não é muito comum, uma vez que as pessoas não têm a consciência de sua importância, além de não participarem de políticas sociais de gestão ambiental, como, por exemplo, o descarte correto de pilhas e baterias. O objetivo desta pesquisa foi promover ações, entre alunos da Engenharia Civil das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIPMoc), de aspectos éticos e sociais fundamentais para a implantação de sistemas de gestão ambiental de resíduos sólidos provenientes da construção civil de Montes Claros. MÉTODO O presente trabalho pode ser classificado como de caráter quantitativo e exploratório, uma vez que foi elaborado mediante pesquisas bibliográficas e de campo. Quanto à metodologia, o trabalho faz a opção pelo método dedutivo, com base em um raciocínio lógico, por meio do qual se fez o uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada premissa. Quanto aos procedimentos, este trabalho realizou-se por meio de: - Panfletagem em todas as salas do curso de 13 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original Engenharia Civil (matutino e noturno) das FIPMoc, abordando a importância da coleta seletiva e da reciclagem. Na ocasião, também foi feito o convite para participação nas palestras, e aplicou-se um questionário com as perguntas descritas abaixo. QUESTÃO 1. Em relação ao meio ambiente, você se mostra: (obs: pode ser marcada mais de uma alternativa). ( ) Bem informado ( ) Preocupado ( ) Atento às ações ambientais ( ) Curioso em relação ao tema, embora não se envolva diretamente ( ) Indiferente, por achar que o tema não lhe diz respeito ( ) Despreocupado, deixando que ambientalistas discutam a questão QUESTÃO 2. Você geralmente faz/utiliza a coleta seletiva? ( ) Sim ( ) Não QUESTÃO 3. Em sua opinião, o tema “meio ambiente” para a Engenharia Civil é: ( ) Muito Importante ( ) Importante ( ) Secundário ( ) Irrelevante - Instalação de “ECOPONTOS PARA A COLETA DE PILHAS E BATERIAS”, colocados nos corredores no prédio principal das FIPMoc. - Posteriormente, no dia 07 de maio de 2013, realizaram-se três palestras no auditório das FIPMoc. A 1ª, intitulada “Apresentação do projeto da central de tratamento de resíduos sólidos de M. Claros”, foi apresentada pelo engenheiro civil, pós-graduado em Engenharia Sanitária, Claúdio Pinto Leite - Supervisor da Unidade da REVITA Montes Claros. A 2ª palestra “Um dia Lote vago no outro Lixão a Céu aberto" e a realidade em Montes Claros”, foi apresentada pelo Zootecnista, Especialista em Ciências Biológicas, Mestre em Agronegócios, Doutor em Zootecnia, Prof. Adjunto do ICA/UFMG e, atualmente, coordenador dos Grupos: GAS, GEPAM, GEBEA, JEA, GEZTO, GERAÇÕES e Presidente do Conselho Municipal de Proteção à Vida e Bem-Estar Animal – COBEA, Vice-presidente do Conselho Municipal Gestor de Resíduos Sólidos – COMGERES e Vice-Coordenador do Centro de Extensão ICA-UFMG – CENEX, Délcio César Cordeiro Rocha. E, por fim, a 3ª palestra, “Gestão de Resíduos Sólidos da Construção Civil”, foi ministrada pelo Engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho, Italo Bruzeguese Júnior. Essas atividades permitiram conscientizar e instruir os alunos a respeito da coleta seletiva, contribuir para tabulação dos resultados dos questionários, possibilitando, entender a opinião dos alunos com relação ao tema. O material documentado, bem como, as respectivas análises, foi organizado em um artigo de pesquisa componente do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário foi respondido por 342 acadêmicos de Engenharia Civil das FIPMoc. Notou-se que os acadêmicos, em sua grande maioria - 117 deles (34,2%) – mostram-se preocupados com o meio ambiente. E um número mínimo deles - 8 estudantes (2,33%) - mostra-se indiferente para com o assunto (GRAF. 1). 100 80 60 0 1 2 3 4 5 6 2. Preocupado 1. Bem informado 3. Atento às ações ambientais 4. Curioso em relação ao tema 5. Indiferente 6. Despreocupado Gráfico 1 - Modo como os estudantes se mostram para com o meio ambiente Q td . a lu n o s 20 40 120 140 160 180 14 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original A temática do meio ambiente na Engenharia Civil foi considerada muito importante pelos acadêmicos arguidos (GRAF. 2), uma vez que 73,09% dos acadêmicos (250 deles) a consideram, assim e apenas 8 deles (2,3%) consideram essa temática como irrelevante. Observou-se que 76,3% dos estudantes (261 no total) não realizam e não utilizam a coleta seletiva em suas casas (GRAF. 3), o que pode ser considerado um resultado muito desfavorável. Procedeu-se à instalação de um “ECOPONTO PARA A COLETA DE PILHAS E BATERIAS”, disponibilizando lixeiras devidamente tampadas em ponto estratégico no corredor no prédio principal das FIPMoc (FIG. 1), para a deposição de pilhas e baterias trazidas de casa pelos estudantes e que Gráfico 2 - Opinião dos alunos a respeito da importância da temática meio ambiente 100 0 50 Muito importante Importante Secundário Irrelevante 150 200 250 Q td . a lu n o s Gráfico 3 - Quantidade de alunos que fazem/ utilizam a coleta seletiva 0 Não fazem/utilizam Fazem/utilizam Q td . a lu n o s 50 100 150 200 250 300 seriam posteriormente enviadas aos correios. Figura1 - Foto do “ecoponto “ instalado para coleta de pilhas e baterias nas FIPMoc. O “ecoponto” foi desat ivado pela administração das FIPMoc, no dia 01 de outubro, devido a não utilização pelos acadêmicos, que não depositaram sequer uma pilha ou bateria de celular. Com relação às palestras cujo tema geral foi à discussão sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos, cerca de 300 acadêmicos das FIPMoc compareceram e tiveram pleno envolvimento nelas, mostrando-se atentos aos pontos abordados pelos três palestrantes. A questão ambiental deve ser discutida, pois a conservação e a recuperação do meio ambiente tornou-se um dos maiores desafios a serem enfrentados pela humanidade, na busca do desenvolvimento sustentável (MOTA, 2003). Os resíduos sólidos resultam em uma sobrecarga de materiais no ecossistema, os quais não podem ser decompostos, ou são degradados com extrema lent idão, podendo resul tar em consequênciastóxicas aos sistemas biológicos. O efeito dessa sobrecarga, com o passar do tempo, acaba por atingir a capacidade de suporte dos 15Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original ecossistemas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas, segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004), conceitua os resíduos sólidos como materiais nos estados sólido e semisólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição; como também todo e qualquer material descartado e indesejável, resultante da ciclagem de materiais pelos sistemas produtivos humanos. Os resíduos sólidos podem ser classificados a partir de três critérios: por sua natureza física (seco ou molhado), por sua composição química (matéria orgânica ou inorgânica) e pelos riscos potenciais ao meio ambiente (perigosos, inertes e não-inertes) (D'ALMEIDA; VILHENA, 1998). Dessa forma, é necessário que o tema da "problemática ambiental" seja considerado relevante e abrangente, devendo tornar-se parte da agenda das prefeituras, dos governos municipais e federais, de organismos internacionais e nacionais, de movimentos sociais e dos setores empresariais, em todo o mundo. A busca pelo acúmulo de capital era tido como uma prioridade, ficando em segundo plano, ou até mesmo de lado, o compromisso para com os danos causados ao meio ambiente. Porém, outros pensamentos começaram a surgir, e a ciência moderna passou a defender a sustentabilidade nos meios de produção. É preciso gerenciar esses resíduos adequadamente, para que não acarretem problemas ambientais, sanitários, sociais e econômicos, vindo a afetar a população. Na maioria dos municípios brasileiros, a maior parte desse resíduo é depositada em bota-fora clandestino, nas margens de rios e córregos ou em terrenos baldios. A deposição irregular de entulho, segundo Mendes et al. (2004), ocasiona proliferação de vetores - que são transmissores de doenças, como a dengue; causa entupimento de galerias e bueiros, assoreamento de córregos e rios, contaminação de águas superficiais e poluição visual. Não obstante, os referidos fatores estão, por sua vez, submetidos à lógica consumista que move o capitalismo, à produção de descartáveis e de tecnologias ineficientes em termos de utilização de matérias- primas. Torna-se evidente que a questão ambiental não é apenas um modismo passageiro, nem uma dramatização de militantes ou cientistas radicais. Por isso, a sociologia ambiental assume uma posição significativa para estudar as divergências e conflitos sobre os diferentes usos da natureza e as causas e a extensão dos problemas ambientais (COSTA FERREIRA, s.d). A indústria da construção civil promove diferentes alterações ou impactos no sistema ambiental, dentre os quais pode destacar-se a utilização de grandes quantidade de recursos naturais, a poluição atmosférica, o consumo de energia e a geração de resíduos. Segundo John (2000), a indústria da construção civil consome de 15% a 50% de todos os recursos extraídos da natureza. Essa quantidade coloca esse setor como o maior consumidor individual de recursos naturais. O consumo de agregados naturais varia de 1 a 8 t/hab.ano, sendo 6 t/hab.ano no Reino Unido e 220 milhões de toneladas no Brasil, para a confecção de concreto e argamassa. De acordo com Zordan (1997), o grande consumo de matérias-primas está diretamente ligado ao grande desperdício de material que ocorre nos empreendimentos, às obras de reparos e às adaptações das edificações existentes. Comparando a indústria da construção civil com a indústria automobilística, outra grande consumidora de recursos naturais, conclui-se que a primeira tem um consumo de 100 a 200 vezes maior que a segunda. A Resolução 307, de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 2002), estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para 16 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original a gestão (ambientalmente correta) dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias à minimização dos impactos (efeitos) ambientais, levando em conta a política urbana de pleno desenvolvimento da função social das cidades e da propriedade urbana. Na referida Resolução, é definido que os geradores de resíduos da construção civil (entulhos) devem ter como objetivo principal a não-geração de tais resíduos e, em caráter secundário, a redução, reu t i l i zação , rec ic lagem, bem como a responsabilidade pela destinação final de tais materiais, levando em conta que tais resíduos não podem ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares (resíduos urbanos), em “bota-fora”, encostas, corpos de água, lotes vagos, bem como em áreas legalmente protegidas por lei (caso, por exemplo, dos manguezais e matas) (FIG. 2). Figura 2 - Lixo e Resíduo de construção civil lançado sobre vegetação. Fonte: GAEDE, 2008. Para observância dessa exigência da referida Resolução, cada município deve obrigatoriamente desenvolver e implantar o Plano Municipal de Gestão dos Resíduos da Construção Civil. A Resolução foi clara ao definir um prazo máximo de dezoito meses, contados a partir de 5 de julho de 2002, para que todos os municípios deixem de fazer a disposição de resíduos de construção civil em aterros domiciliares e em áreas de “bota-fora”, o que não ocorre na realidade. Basta olhar os arredores da cidade (GAEDE, 2008). O Plano de Gerenciamento dos RCD's precisa contemplar caracterização dos resíduos; triagem; acondicionamento; transporte e destinação, conforme indicado no QUADRO. 1. Quadro 1 – Etapas do Projeto de Gerenciamento de Resíduos Fonte: Adaptado de Gaede, 2008. O poder público deve estimular a reciclagem, considerando-se o potencial que existe em produzir/ fabricar novos materiais/produtos a partir dos resíduos sólidos oriundos da indústria da construção. Um processo de reciclagem de qualidade requer um resíduo de qualidade, o que implica segregar os resíduos junto à fonte geradora, ou seja, nos próprios canteiros de obra (ANDERE; SANTOS s.d). Para que esse ciclo da reciclagem se estabeleça, é fundamental que o construtor/gerador tenha consciência da importância de seu papel nesse processo. Primeiro, com relação à adoção de uma postura racional e criativa, que facilite a evolução das técnicas construtivas e de gestão de recursos humanos, viabilizando, assim, a redução de diferentes formas de desperdício. Segundo, com 17Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original relação à segregação dos resíduos nos canteiros de obra, o que permite assegurar uma maior qualidade dos resíduos e reduzir custos de beneficiamento, fortalecendo o processo de produção de materiais reciclados (ANDERE; SANTOS s.d). A educação ambiental (EA) é um fator imprescindível ao gerenciamento adequado e sustentável dos resíduos sólidos. A EA deve ser utilizada como instrumento para a reflexão das pessoas no processo de mudança de atitudes em relação ao correto descarte do lixo e à valorização do meio ambiente (GUSMÃO, et al 2000). A essência do processo de gerenciamento de resíduos é justamente asensibilização das fontes geradoras (consideradas como atores do processo), mas não se deve pensar nos seres humanos, produtores desses resíduos, apenas como fontes geradoras estáticas e, sim, como indivíduos (e grupos sociais) dinâmicos. A EA aplicada à gestão de resíduos sólidos, portanto, deve tratar da mudança de atitudes, de forma qualitativa e continuada, mediante um processo educacional crítico, conscientizador e contextualizado. No âmbito pedagógico, deve-se valorizar também o conhecimento e o nível de informação sobre as questões em estudo (TAVARES; MARTINS; GUIMARÃES, 2005). A partir dessa perspectiva, deve emergir o objetivo de mudança das representações dos indivíduos, proporcionando as condições para estabelecer um contato com o problema num plano mais significativo. Mediante suas relações sociais é que os indivíduos expressam suas crenças, valores e representações, construídas no grupo. CONCLUSÃO Do ponto de vista ambiental, o problema principal com os resíduos da construção está relacionado à sua deposição irregular e aos grandes volumes produzidos. Esses resíduos depositados irregularmente causam enchentes, proliferação de vetores nocivos à saúde, interdição parcial de vias e degradação do ambiente urbano. Por isso, é necessária a implementação de sistemas de gestão ambiental, e a conscientização de toda a população quanto aos problemas ambientais. A conservação do meio ambiente tornou-se um dos maiores desafios a ser enfrentados pela humanidade na busca do desenvolvimento sustentável, uma vez que o grande volume de resíduos produzidos diariamente, nos mais variados campos da construção civil, tornou-se um dos principais problemas das administrações municipais. Dessa forma, é necessário que o tema da "problemática ambiental" seja considerado relevante e abrangente, tornando-se parte da agenda das prefeituras, dos governos municipais e federais, de organismos internacionais e nacionais, de movimentos sociais e dos setores empresariais, em todo o mundo. A busca pelo acúmulo de capital era tido como uma prioridade, ficando em segundo plano, ou até mesmo de lado, o compromisso para com os danos causados ao meio ambiente. Porém, outros pensamentos começaram a surgir, e a ciência moderna passou a defender a sustentabilidade nos meios de produção. Este trabalho deixa claro que, dos 342 acadêmicos, grande parte mostra-se preocupada com a atual situação do meio ambiente, interessa-se pelo assunto, e a maioria diz não fazer a coleta seletiva. É de suma importância a gestão de resíduos sólidos na construção civil. A reutilização, a reciclagem e/ou reuso de materiais deve fazer parte das indústrias da construção, por se tratar de uma área de rápido crescimento. Os benefícios sociais serão muitos. A população passa a desfrutar de produtos ecologicamente corretos. Conclui-se, então, que a evolução do 18 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original envolvimento da ciência social no trato da problemática ambiental é importante, pois só dessa forma tem-se um planeta mais limpo, mais sustentável e biologicamente correto. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004. Resíduos Sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 1987. 63p. BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução n. 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 136, 17 de julho de 2002. Seção 1, p. 95-96. CALDERONI, S. Os bilhões perdidos no lixo. São Paulo: Humanitas, 2003. CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.Tel. (61) 317-1433 / 317-1392 http://www.mma.gov.br/conama COSTA FERREIRA, Leila da. Ideias para uma sociologia da questão ambiental – Teoria social, sociologia ambiental e interdisciplinaridade. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n 10, p. 77- 89, jul/dez. 2004. Editora UFPR. D'ALMEIDA, Maria Luiza Otero; VILHENA, André (Coord.). Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: IPT/ CEMPRE, 1998. GAEDE, Lia Pompéia Faria. GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES E NORMAS EXISTENTES. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil da Escola de Engenharia da UFMG. Julho 2008. p. 74 GUSMÃO, O. S. et al. Reciclagem artesanal na UEFS: estratégia educacional na valorização do meio ambiente. In: CONGRESSO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE NA BAHIA, 2., 2000. Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2000. p 56-58. JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: Contribuição para metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 113p. Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. John (2000). MENDES, T. A., REZENDE, L. R., OLIVEIRA, J. C., GUIMARÃES, R. C., CAMAPUM DE CARVALHO, J., VEIGA, R. Parâmetros de uma Pista Experimental Executada com Entulho Reciclado. In: REUNIÃO ANUAL DE PAVIMENTAÇÃO, 35. 2004. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2004. 11 p. MOTA. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: ABES, 2003. SANTOS, Harlen Inácio dos; ANDERE, Pedro Augusto Ramos. Disposição final de resíduos da construção civil. Disponível em: http://www.pucgoias.edu.br. Acesso em: 18 de março de 2013. Universidade Católica de Goiás. Goiânia/GO. TAVARES, M. G. O.; MARTINS, E. F.; GUIMARÃES, G. M. A. A educação ambiental, estudo e intervenção do meio. Revista Iberoamericana de Educación.2005. Disponível em: <http://www.campus-pie.org/revista/>. Acesso em: 28 out. 2005. ZORDAN, S. E. A utilização do entulho como agregado na confecção do concreto. 1997. 140p. Dissertação de mestrado. Faculdade de Engenharia Civil – Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 19Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original CAUSAS DOS ABALOS SÍSMICOS NA CIDADE DE MONTES CLAROS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL *Discentes do curso de de Engenharia Civil das FIPMoc; SANTOS, Aureo*; EVANGELISTA, Frederico*; RIBEIRO, Paulo; ROBERTO, Patrick*; MOURÃO, Sheila Abreu**, SILVA, André Fernando*** **Pós doutora em Biologia Animal (UFV) e Fitotecnia (Embrapa Milho e Sorgo); Doutora em Fitotecnia (UFV); Mestre em Entomologia (UFV); Pós-graduada em Nutrição mineral de Plantas (ESALQ) e Graduada em Engenharia Agronômica pela UFV. Docente dos cursos de Engenharia Civil Engenharia de Produção das FIPMoc. ***Engenheiro Civil UFOP, Pós-Graduado UNIMONTES, e docente do curso de Engenharia Civil das FIPMoc. RESUMO Este trabalho apresenta informações sobre tremores de terra recorrentes em Montes Claros / MG, suas consequências e interferência na segurança de estruturas de fundação nas obras de construção Civil. A pesquisa visa qualificar e quantificar as regiões mais atingidas na cidade de Montes Claros bem como estabelecer a relação existente entre os tremores de terra e o subsolo da região. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o assunto, sendo buscadas informações concretas junto aos órgãos responsáveis pelo monitoramento e previsão ao fenômeno. O resultado dessa análise nos levou à conclusão de que é imprescindível uma melhoria na qualidadedas edificações existentes na cidade, bem como uma rígida atenção à ocupação de áreas, análise mais detalhada de solos, normas de construção ditadas pelo órgão fiscalizador CREA, defesa civil e secretaria de obras do município. Palavras-chave: Tremores. Fundações. Estruturas. INTRODUÇÃO Uma das questões atuais relacionando solos, fundações e estruturas em edificações está diretamente ligada às variações de resistência, durabilidade e segurança. Diversas forças atuam em uma estrutura: nos pilares, sofrendo compressão e tração; nas vigas, sofrendo tração em sua parte superior e compressão em sua parte inferior; além do cisalhamento, flexão e torção. O concreto resiste muito bem à compressão: cerca de dez vezes mais que a tração. O aço também possui forte resistência à tração e compressão. Da união do concreto com o aço obtém-se o concreto armado. (BOTELHO; MARCHETTI, 2002, p.7) O Engenheiro Civil deve optar por estruturas que garantam segurança, economia e conforto em seu sistema estrutural de concreto armado; pois são grandes as variantes encontradas, seja no projeto arquitetônico, na infraestrutura da região, na disponibilidade de mão de obra ou de materiais. (ALBUQUERQUE, 1998). Falhas geológicas na região do norte do estado de Minas Gerais são possíveis causadores de tremores de terra, principalmente na cidade de Montes Claros. A cidade foi escolhida como área piloto para aplicação das metodologias de análises apoiadas em informações atuais e literaturas, para estudos da geodinâmica interna do solo e por abordar desafios de toda natureza que interferem, de maneira 20 Artigo Original Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. complexa, nas estruturas de fundações das construções locais da região. Esta pesquisa irá proporcionar-nos uma visão geral dos sinistros ocorridos, bem como as consequências para as estruturas, relacionadas ao subsolo da cidade. Sendo assim, o trabalho visa responder ao seguinte questionamento: Quais são as consequências dos tremores de terra recorrentes em Montes Claros / MG e em suas obras de construção civil? A hipótese que orientou esta pesquisa conduz à ideia de que os tremores de terra recorrentes em Montes Claros / MG influenciam em obras de Construção Civil, diretamente ligadas às estruturas de fundação. CAUSAS DOS ABALOS SÍSMICOS EM MONTES CLAROS Vivemos em um país onde a ocorrência de abalos sísmicos poderia ser considerada uma exceção, fato que faz com que a maior parte das obras de construção existentes no país não leve em consideração o aspecto sísmico do local. Como as solicitações sísmicas são diferentes das cargas acidentais que o engenheiro comumente tem o hábito de considerar em suas obras, os métodos de dimensionamento tradicionais não conduzem a uma construção que seja dimensionada para suportar terremotos. Sendo assim, é muito importante para o profissional de construções conhecer o comportamento sísmico e as variações estruturais para que se possam elaborar e avaliar critérios e métodos eficazes em prol da segurança. Segundo Teixeira (2008, p.32), a superfície da Terra está dividida em um conjunto de placas que flutuam dinamicamente sobre um manto líquido de rocha incandescente, chamado de astenosfera, e a movimentação dessas placas dá origem ao que se chama de terremoto. Os terremotos acontecem quando se libera de forma súbita a pressão ou tensão armazenada entre as placas tectônicas, as quais são as principais peças neste processo dinâmico do interior da Terra. Um terremoto é um tremor de terra que pode durar segundo ou minutos. Ele é provocado por movimentos na crosta terrestre, composta por enormes placas de rocha (as placas tectônicas). O tremor de terra ocasionado por esses movimentos é também chamado de "abalo sísmico". Outros motivos relacionados ao abalo sísmico são os deslocamentos de gases (principalmente metano) e atividades vulcânicas. O alcance e o impacto dos terremotos dependem da energia que liberam; seu ponto de origem está geralmente localizado em uma profundidade não superior a 30 km, sendo denominado foco ou hipocentro. O epicentro é o ponto da superfície terrestre localizado verticalmente acima do foco; as ondas de choque deslocam-se para o exterior do epicentro com velocidades distintas em diferentes camadas da crosta terrestre. Essa compressão a que está submetida a Placa Sulamericana é a principal responsável pela maioria dos abalos sísmicos que ocorrem no Nordeste. Estando sobre uma unidade geológica muito antiga, mas cheia de falhas, chamada Província Borborema, o Nordes te é sismologicamente instável. As falhas mais extensas e profundas constituem verdadeiras zonas de fraqueza da crosta terrestre, que os geocientistas chamam astenosfera. (BARROS, 2010, p.25). OS DANOS CAUSADOS PELA ONDA DE TREMORES DE TERRA EM MONTES CLAROS Há relatos de abalos sísmicos no Brasil desde o início do século 20. Segundo informações do "Mapa tectônico do Brasil", criado pela Universidade Federal de Minas Gerais em nosso país, existem 48 falhas, nas quais se concentram as ocorrências de terremotos. Toda placa é recortada por vários pequenos blocos, de várias dimensões. Esses recortes, ou falhas, funcionam como uma ferida que não 21 Artigo Original Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. cicatriza: apesar de serem antigos, podem-se abrir a qualquer momento, para liberar energia. Se um bloco é recortado e comprimido de um lado e de outro, ele rompe onde já existe a fratura. Embora grande parte dos sismos brasileiros seja de pequena magnitude (4,5 graus na Escala Richter), a história tem mostrado que, mesmo em "regiões tranquilas" podem acontecer grandes terremotos. Apesar de não ser alarmante, o nível de sismicidade brasileira precisa ser considerado em determinados projetos de engenharia, como centrais nucleares, grandes barragens e outras construções de grande porte, principalmente nas construções situadas nas áreas de maior risco. Referidos tremores de terra só começaram a ser detectados com precisão a partir de 1968, quando foi instalada uma rede mundial de sismologia. Brasília foi escolhida para sediar o arranjo sismográfico da América do Sul. Existem, atualmente, 40 estações sismográficas em todo o país, sendo que o aparelho mais potente é o mantido pela Universidade de Brasília. (BEZERRA, 2011, p.31). Eventualmente a Universidade de São Paulo (USP), através do Instituto Astronômico e Geofísico, e a Universidade de Brasília (UnB) realizam pesquisas sismológicas na região. De acordo com levantamento realizado pelas duas universidades - USP e UnB -, em 2012, pequenos tremores vêm ocorrendo em Montes Claros desde pelo menos 1995, no ano de 2011 os tremores aumentaram e culminaram com um tremor mais forte em 19 de maio de 2012, que teve magnitude 4.0 na escala Richter e assustou a população da cidade (FIG. 1). GEOLOGIA DA REGIÃO Os dobramentos ocorrem por dissolução e deslizamento das massas rochosas e são causados pela força da gravidade, ocorrendo em regiões suscetíveis de dissolução dos terrenos, como as constituídas por rochas calcárias. Esses desabamentos produzem tremores bem localizados, de pequena importância. Figura 1 - Evolução da atividade sísmica sentida em Montes Claros Fonte:Estudo dos tremores de terra em Montes Claros, MG, 2012. Centro de Sismologia da USP / SIS-UnB. Para a Engenharia Civil, o reconhecimento do afloramento das rochas calcárias e muito importante, uma vez que sua presença pode constituir um fator de risco, pela eventual presença de cavernas subterrâneas, proporcionada pela elevada dissolução dos carbonatos. Os tremores estão próximos a uma escarpa, e é possível que essa escarpa represente uma fratura na serra. A onda dos tremores se dissipa mais facilmente no rochoso e, se há fraturas, isso contribui para que essa onda se dissipe, e ocorre, dessa forma, no calcário. Montes Claros é uma cidade construída em cima de rochas calcárias - disse o professor da USP, Marcelo Assunção, do Departamento de Geofísica da Universidade de São Paulo (USP), ao site em.com. Em estudos recentes na região, foi localizada uma falha geológica no município, cuja extensão, de três quilômetros, vai da Vila Atlântica até a Serra do Mel (também conhecida como Serra da Sapucaia). ÁREA DE ESTUDO A área de estudo compreende a região do Norte do estado de Minas Gerais, mais precisamente no município de Montes Claros, local da falha BR 47, 22 Artigo Original Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. conforme figura abaixo (FIG. 2). Figura 2 - Falha Geológica BR 47 da área de estudo, Mapa Neotectônico do Brasil MÉTODO A pesquisa foi realizada por meio de um levantamento bibliográfico sobre o tema apresentado, identificando as principais causas dos abalos sísmicos no Brasil, correlacionando com tipo de solo predominante na região em estudo e sua contribuição para esses tremores, além da quantificação e qualificação dos dados fornecidos pelo Sétimo Batalhão de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que foram tabelados em forma de gráficos. Os dados apresentados pelo 7º BBM foram extraídos de relatórios de vistorias realizadas após os abalos sísmicos, mediante solicitação ao Centro de Comunicação do Batalhão. Os dados foram analisados objetivando localizar e quantificar as áreas de maior incidência de chamados e os danos nas edificações em cada região. RESULTADOS E DISCUSSÃO A TAB. 1, identifica as solicitações de vistorias feitas ao Corpo de Bombeiros por bairro de Montes Claros. Foram selecionadas, dentre os sinistros em Montes Claros, as ocorrências entre 19 de maio de 2012 a 01 março do corrente ano. Nota- se que o 1º abalo sísmico motivou o maior número de chamados para o Corpo de Bombeiros, devido à magnitude do evento que, na escala Richter, totalizou 4.0, sendo até agora o maior registrado na cidade. Dentre as 93 vistorias realizadas, 10 edificações foram interditadas e 04 parcialmente interditadas – isolamento de risco. Conforme TAB. 1, as edificações atingidas variam de 01 a 04 pavimentos, e foram identificados danos tais como: Trincas no teto da residência, rachaduras em paredes das edificações, rachaduras na laje e piso de casas, queda de reboco da laje, queda de telhado, rachaduras pelas paredes e laje da edificação e rebaixamento de piso. Gráfico dos bairros mais atingidos Percebe-se, no GRAF. 1, que as edificações localizadas nos bairros Vila Atlântida e Vila Áurea registram maiores danos, devido ao número de vistorias realizadas nessa região, totalizando 28 vistorias e 8 interdições. Gráfico 1 - Bairros mais atingidos Fonte: Banco de dados do 7ºBBM-4ªCIAPV-2013 Mapa das localidades mais atingidas A FIG. 3 identifica os bairros mais atingidos pelos abalos sísmicos ocorridos na cidade de Montes Claros /MG. Nos bairros Nova Morada e Vistorias Bairros 18 16 14 12 10 8 6 4 4 4 4 4 555 3 A B C D E F G H I J L M N 3 2 12 16 1111 222 2 0 000000 0 Q u a n ti d a d e Interdições Código Bairros Código Bairros Código Bairros A Barcelona Park B Centro C Jardim São Geraldo D Maracanã E Morrinhos F Nova Morada G Planalto H Santos Reis I São Judas Tadeu J Vila Atlântida L Vila Aurea M Vila São Francisco de Assis N Vilage do Lago II 23 Artigo Original Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Tabela 1 - OCORRÊNCIA DE SINISTROS SIGNIFICATIVOS 1º ABALO SÍSMICO 2º ABALO SÍSMICO 3º ABALO SÍSMICO 61 VISTORIAS 26 VISTORIAS 6 VISTORIAS VISTORIAS INTERDIÇÃO INTERDIÇÃO PARCIAL VÍTIMAS TOTAL 93 10 4 3 AMAZONAS 1 0 0 0 BARCELONA PARK 5 0 1 0 BELA PAISAGEM 1 1 0 0 CANELAS 1 0 0 0 CARMELO 1 0 0 0 CENTRO 3 0 0 0 CINTRA 1 0 0 0 CLARICE ATHAYDE VIEIRA 1 0 0 0 CLARINDO LOPES 1 0 0 0 CONJUNTO HAB. OLGA BENÁRIO 1 0 0 0 DELFINO MAGALHÃES 1 0 0 0 DISTRITO INDUSTRIAL 1 0 0 0 EDGAR PEREIRA 1 0 0 0 FUNCIONÁRIOS 1 0 0 0 JARDIM BRASIL 1 0 0 0 JARDIM SÃO GERALDO 2 0 0 0 JK 1 0 0 0 MAJOR PRATES 1 0 1 0 MARACANÃ 2 0 0 0 MARIA CÂNDIDA 1 0 0 0 MORRINHOS 2 0 0 0 NOVA MORADA 4 0 1 0 NOVO DELFINO 1 0 0 0 PLANALTO 3 1 0 0 RENASCENÇA 1 0 0 0 RESIDENCIAL MONTE-VERDE 1 0 0 0 SANTA EUGÊNIA 1 0 0 0 SANTA RITA 1 0 0 0 SANTOS REIS 4 0 0 0 SÃO GONÇALO DO ABAETÉ - ZONA RURAL( 26 KM DE MONTES CLAROS) 1 0 0 0 SÃO JUDAS TADEU 2 0 0 0 SATA RITA I 1 0 0 0 SUMARÉ 1 0 0 0 TANCREDO NEVES 1 0 0 0 VILA ANTÔNO NARCISO 1 0 0 0 VILA ATLÂNTIDA 16 3 1 0 VILA ÁUREA 12 4 0 3 VILA BRASÍLIA 1 0 0 0 VILA CASTELO BRANCO 1 0 0 0 VILA SÃO FRANCISCO DE ASSIS 5 0 0 0 VILAGE DO LAGO II 5 1 0 0 Fonte: Levantamento realizado pelo 7º BBM-4ªCIAPV -2013 24 Artigo Original Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Bela Paisagem, foram realizadas, no total, 05 vistorias e0 interdições. O percurso de atendimento a ocorrências foi de 2,3 Km, como ilustra as setas na FIG. 3. Fonte: http://maps.google.com.br/ CONCLUSÃO Neste trabalho foi observado que os tremores de terra danificaram 93 edificações, conforme levantamento apresentado pelo Corpo de Bombeiros. Os danos apresentados foram aumento de deformações existentes, geração de novas deformações e, nos casos mais graves, quedas de partes das estruturas. Baseando-se na pesquisa realizada, pode-se avaliar que a influência dos tremores nas estruturas de fundações de obras de engenharia civil existe, e o cálculo estrutural, principalmente para fundações, deverá passar por transformações. A tecnologia e a ciência surgem para elevar ao máximo o controle de nossas habilidades. Q u a n t o à s e d i f i c a ç õ e s e x i s t e n t e s , principalmente nas regiões mais atingidas pelos sismos, é necessário um levantamento estrutural mais específico das moradias, classificá-las estruturalmente, relacionando ao grau de risco a que estão submetidas, com relatórios conclusivos de um Responsável Técnico para adequações estruturais nas edificações daquela região. REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR- 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento. ABNT, Rio de Janeiro, 1980. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas- NBR- 8681: Ações e segurança nas estruturas – Procedimento. ABNT, Rio de Janeiro, 2003. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas- NBR-6118: Projetos de Estrutura de Concreto – Procedimentos. ABNT, Rio de Janeiro, 2002. ASSUMPÇÃO, Marcelo; BARBOSA, José Roberto; FARRAPO, Diogo; FILHO, Luis Galhardo; FRANÇA, George Sand; HUELSEN, Mônica; MOREIRA, Marcelo Fernandes; NASCIMENTO, Leandro do; SILVA, Francimilton Salustiano. Estudo dos tremores de terra de Montes Claros, MG, de 2012. Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Brasília (UnB). São Paulo. 11 mar. 2013. BRADY, Nyle C. Natureza e Propriedade dos Solos. 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989. CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. CONCEIÇÃO, Geo. Abalos sísmicos: Terremotos no Brasil. Disponível em: <http://geoconceicao.blogspot.com.br/2012/03/por -muito-tempo-acreditou-se-que-o.html> Acesso em: 10 jun. 2013 CORREIA, Paulo de Barros. Origem dos terremotos no Nordeste. Disponível em: <http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1519-7654201000030000 8&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 jun. 2013 25Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original Disponível em: http://atibaiatudo.com.br/index. php?option=com_content&view=articl e&id= 248:espeleologo-visita-a-serra-do-mel-e-analisa- as-causas-dos-tremores&catid=3:brasil& Itemid =54, Acesso em 19 jun. 2013. FUSCO, P.B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 1994. Google Maps - ©2013 Google. Disponível em: <http://maps.google.com.br/> Acesso em: 19 jun. 2013. GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B.da (Org.). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. LESTUZZI, Pierino. Séismes et construction. Laussane: Presses polytechniques etuniversitaires romandes, 2008. LIMA, André (Org). O Direito para o Brasil socioambiental. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris Editor, 2002. OLIVEIRA, A.M.S.; BRITO, S.N.A. Geologia de Engenharia. São Paulo: ABGE, Oficina de Textos, 1998. PEREIRA, Marina; ODA, Michelly. Forte tremor de terra assusta moradores de Montes Claros. Disponível em: <http://g1.globo.com/mg/grande- minas/noticia/2012/12/tremor-de-terra-assusta- moradores-em-montes-claros-nesta-quarta- feira.html> Acesso em: 10 jun. 2013 26 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, ano 11, n. 18, dez.2013 - Suplemento da Engenharia Civil. Artigo Original SISTEMA SOLAR PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA DO CHUVEIRO DE CASAS POPULARES NA CIDADE DE JANAÚBA, MINAS GERAIS, BRASIL OLIVEIRA, Amanda Alves de*; MIRANDA, Dalila Alves*; BATISTA, Érico Mateus*; SANTOS, Flávia Thaís Pereira*; SILVA, Jenny Efigênia*; MOURÃO, Sheila Abreu**; MOTA, Emerson Batista Ferreira *** *Discentes do curso de Engenharia Civil das FIPMoc. **Pós doutora em Biologia Animal (UFV) e Fitotecnia (Embrapa Milho e Sorgo); Doutora em Fitotecnia (UFV); Mestre em Entomologia (UFV); Pós-graduada em Nutrição mineral de Plantas (ESALQ) e Graduada em Engenharia Agronômica pela UFV. Docente dos cursos de Engenharia Civil Engenharia de Produção das FIPMoc. ***Orientador: Especialista em Análise Matemática (UNIMONTES), Mestre em Educação Matemática (UAA) e Doutorando em Educação Matemática (UAA). Graduado em Matemática pela PUC-MINAS. Professor dos cursos de Engenharia Civil, Produção e Mecânica das FIPMoc e do curso de Matemática e Engenharia Civil UNIMONTES. RESUMO O projeto em questão propõe uma reflexão sobre a viabilidade da utilização da energia solar para aquecimento de água. O público-alvo participante deste estudo é formado por adultos, moradores no Condomínio Residencial Dona Lindu, na cidade de Janaúba-MG, que já possuem em suas residências o Sistema de Aquecimento Solar. Tem como suporte a pesquisa bibliográfica e a quantitativa de caráter exploratório, embasada nas entrevistas escritas, com questões objetivas versando sobre assuntos referentes às informações técnicas, utilização, pontos positivos e negativos do sistema. Formalizaram-se os resultados obtidos a fim de que os dados revelem o que é ou não realidade, e o que deve ser mantido ou modificado, mantendo a imparcialidade, a objetividade e o cuidado ético de respeitar a opinião do informante. Tendo em vista que a energia solar é uma das alternativas mais promissoras na atualidade no que se refere à redução de gastos e à sustentabilidade, uma vez que defende uma forma ecológica de produção de energia, este projeto irá colaborar com a sociedade, pois apresentará resultados que poderão incentivar a utilização do sol, que é uma fonte inesgotável de energia. P a l a v r a s - c h a v e : E n g e n h a r i a C i v i l . Sustentabilidade. Benefício. INTRODUÇÃO No atual cenário brasileiro, o uso dos aquecedores solares tem-se tornado cada vez mais comum e popular, tanto para a classe média como para a classe baixa, pois seus benefícios como o custo de energia é uma grande vantagem para todos, inclusive para o Brasil, que já adquire uma energia, alternativa e reduz os gastos. Em especial no Norte de Minas Gerais, a eficiência desse equipamento é ainda maior, pois o índice de radiação solar é muito alta; há lugares em que a água esquenta tanto que economiza até no gás de cozinha. A pesquisa tem por objetivo incentivar as pessoas a optarem pelo sistema de aquecimento solar, que apresenta um custo-benefício significativo, ao longo do tempo. Com isso, deve haver mais informações para que ocorra maior interesse na utilização dele. Por meio de integrais definidas no cálculo diferencial e integral II, é possível calcular o volume da água nos vários tipos de reservatórios, e esboçar essa relação por meio de gráficos. Portanto, essa pesquisa não tem como objetivo informar, mas também incentivar a população a utilizar esse sistema, assim como demonstrar a utilização da energia solar para o aquecimento da água, em casas populares na cidade de Janaúba – MG. 27 Artigo
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