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Direito Civil Prof. Luciano Favaro Prescrição e Decadência Prof. Luciano Favaro Prescrição e Decadência Fatos jurídicos em sentido estrito: é aquele que independe da ação humana para acontecer. Tanto a prescrição como a decadência dependem apenas do correr do tempo, que ocorre normalmente. Trata-se de penalidades à pessoa negligente, que visam dar segurança jurídica à coletividade, para que haja paz social. O direito não socorre àqueles que dormem. Prescrição Conceito: é a perda da pretensão de reparação do direito violado, em razão da inércia de seu titular, que deixa passar o tempo previsto para o seu exercício (art. 189 e 190 CC). Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. Prescrição IMPORTANTÍSSIMO: a prescrição tem por objeto direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis. Entenda: ela não afeta direitos sem conteúdo patrimonial, como os direitos personalíssimo e os de família, que são irrenunciáveis e indisponíveis. Entendendo a prescrição Trata-se do poder que o credor tem de exigir que o devedor pague a prestação que lhe deve. Exemplo: Ronaldo (credor) é titular de um crédito no valor de R$ 1.000,00 em face de Andréia (devedora). O contrato fora firmado em 1º de fevereiro de 2013, mas para pagamento em 1º de novembro de 2013. Perceba que Ronaldo só poderá exigir o pagamento a partir do dia 1º novembro. No dia do vencimento, Andréia se nega a cumprir a obrigação. Viola-se, com isso, o direito de Ronaldo. Surge, portanto, para ele a legítima pretensão de exigir, judicialmente, que a devedora cumpra a pretensão assumida. Mas atenção: essa pretensão prescreverá se Ronaldo não exercer, no prazo legalmente previsto em lei, o seu direito de cobrá-la judicialmente. Espécies da Prescrição: a) extintiva: regulada na parte geral do Código Civil; b) aquisitiva: regulada na parte especial. É a já comentada usucapião. Observações importantes acerca da prescrição: 1- Vem sempre estabelecida em lei. As partes não tem como estipulá-la, tampouco fazer acordo para reduzir ou dilatar os prazos prescricionais. Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. Observações importantes acerca da prescrição: 2- Pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição. Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. Observações importantes acerca da prescrição: 3- É de pronunciamento obrigatório pelo juiz, independentemente da capacidade das partes. Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação da prescrição, salvo se favorecer o absolutamente incapaz. (Revogado pela Lei 11.280, de 2006). Observações importantes acerca da prescrição: 4- A contagem do prazo iniciada continua a transcorrer contra os sucessores do de cujus. Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. Observações importantes acerca da prescrição: 5- É possível a renúncia da prescrição pelo devedor, como, por exemplo, pagamento de uma dívida já prescrita. Essa renúncia pode ser expressa ou tácita. Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição. Observações importantes acerca da prescrição: 6- a prescrição ocorre em 10 anos, se não for fixado prazo menor. Os prazos previstos no Código Civil (art. 206 CC: 1 a 5 anos). Observações importantes acerca da prescrição: 7- Os relativamente incapazes têm ação contra seus assistentes, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. Art. 195. Os relativamente incapazes (...) têm ação contra os seus assistentes (...), que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; Observações importantes acerca da prescrição: 8- As pessoas jurídicas têm ação contra seus representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. Art. 195. (...) as pessoas jurídicas têm ação contra os (...) representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. Decadência Conceito: a decadência, também chamada de caducidade, é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei. Direitos potestativos são aqueles exercidos mediante a mera manifestação de vontade do próprio titular, independendo da submissão de terceiros. Decadência Em que pese ser um direito que só o titular possa exercer, a norma jurídica, às vezes, prevê, a ele um prazo para que exerça o seu direito sob pena de o não-exercício importar em caducidade/decadência. Portanto, a decadência provoca o perecimento do direito que não foi exercitado dentro de um prazo determinado. Tipos de decadência Legal Convencional Estipulada pela lei. Estipulada pela vontade das partes. Ordem pública: éirrenunciável(art. 209 CC) Ordem privada: pode ser erenunciável. Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz (art. 210 CC). Não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz (art. 211 CC). Exemplo: aumento do contrato de garantia de 90 dias para 12 meses. Principais diferenças entre prescrição e decadência A prescrição somente se inicia com a violação ao direito (exemplo: alguém que violou o seu direito por não pagar uma conta que te deve); Ao passo que a decadência já nasce junto com o direito (exemplo: a partir do momento da assinatura do contrato com vício de dolo, já nasce a decadência de 4 anos para pleitear a anulação desse negócio jurídico). Principais diferenças entre prescrição e decadência Entenda: a prescrição nasce somente com a violação do direito. Se o direito não for violado, não se fale em prescrição, pois não há pretensão. (Ora, se o devedor pagou a dívida, como poderei cobrá-lo?). Já a decadência nasce com o próprio direito que deverá ser por mim exercido no prazo estabelecido na lei ou no contrato. Principais diferenças Prescrição Decadência - ocorrendo a prescrição, fulminou-se a pretensão de ver reparado o direito violado. - ocorrendo a caducidade, atinge-se o próprio direito. - Admite interrupção, suspensão e renúncia. -NÃOadmite interrupção, suspensão e renúncia. - Deve ser conhecida de ofício pelo juiz. - Decadência legal: deve ser conhecida de ofício pelo juiz. - Decadência convencional:NÃOpode ser conhecida de ofício pelo juiz. - Cabe renúncia expressa ou tácita, masnãoprévia. - Decadência legal:NÃOcabe renúncia. - Decadência convencional: cabe renúncia. Artigos do CC – decadência Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB Prof. Luciano Favaro Observação inicial: o nome dessa lei foi alterado em 2010 de Lei de Introdução ao Código Civil para Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Trata-se de uma Lei setembro de 1942, que possui 19 artigos, e que compreende, em síntese: a vigência, aplicação, interpretação e integração das leis; o conflito de leis no tempo; e a eficácia da lei no espaço. Artigo 1º e §1º Em regra, para a produção de uma lei, tem-se as seguintes fases: iniciativa, discussão, votação, sanção, promulgação e publicação. Entenda, portanto, que após a promulgação, a lei deverá ser publicada no Diário Oficial a fim de que haja publicidade acerca de seu conteúdo. Promulgação: o ato do Presidente da República que confirma a existência de lei, atesta que ela proveio do órgão competente, seguindo o regular processo legislativo. Artigo 1º e §1º Pergunta: a lei entrará em vigor assim que for publicada? Resposta: em regra NÃO. É necessário que se cumpra o vacatio legis? Artigo 1º e §1º Pergunta: o que é vacatio legis? Resposta: é o espaço de tempo entre a publicação e o início da vigência da lei. Entenda: publicada a lei no Diário Oficial, ela só entrará em vigor após cumprido o prazo do vacatio legis. Artigo 1º e §1º Pergunta: mas qual é, então, o prazo do vacatio legis? 45 dias no país; 3 meses nos Estados estrangeiros, quando admitida a obrigatoriedade da lei brasileira. Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. ATENÇÃO! Estes prazos são regras. Pode ser, no entanto, que na própria lei estipule-se tempo maior ou menor ou até mesmo que ela entrará em vigor na data da publicação. Nestes casos, deve-se observar o disposto na Lei. Artigo 1º e §1º Pergunta: mas e se a lei nova modificava ou revogava a lei anterior? Qual lei estará em vigor durante o vacatio legis? A lei nova ou a lei anterior? Resposta: nesse caso será a lei anterior é que estará em vigor, haja vista a lei nova ainda não ter adquirido força obrigatória. Artigo 1º, §3º Erro na lei. Detectado erro, durante o prazo do vacatio legis, o texto da lei será objeto de nova publicação com as devidas correções. Não se necessita, portanto, elaborar nova lei. Basta que haja correção e nova publicação. Artigo 1º, §3º Pergunta: mas e o prazo do vacatio legis? Resposta: Começará a ser contado novamente a partir da nova publicação. Exclui-se, portanto, o primeiro vacatio legis. § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. Artigo 1º, §4º Pergunta: e se o prazo do vacatio legis já transcorreu? É admissível uma nova publicação para correção de erro na lei? Resposta: NÃO. Nesse caso, uma nova lei deverá ser elaborada a fim de corrigir os erros da lei que já está em vigor. Assim, as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Artigo 1º, §4º Art. 1º, § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Exemplo: Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) Artigo 2º, caput Regra: princípio da continuidade das leis. A lei tem força obrigatória e NÃO pode ser revogada pelo simples desuso. Assim, só se revoga ou modifica uma lei com o advento de uma lei posterior. Artigo 2º, caput ATENÇÃO: é possível que tenhamos leis temporárias. Trata-se de leis com prazo certo para vigência, como, por exemplo, as leis orçamentárias. Entenda que essas têm, portanto, prazo de validade Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Artigo 2º, §1º – Revogação da Lei Revogação é o modo pelo qual se tira a obrigatoriedade da lei. A lei, sem obrigatoriedade, deixa de vigorar. Torna-se, portanto, inaplicável. Classificação da revogação Parcial (derrogação): quando torna sem efeito apenas uma parte (capítulo, artigo, parágrafo) da lei anterior. Total (ab-rogação): quando revoga totalmente a lei anterior. Classificação da revogação Expressa: quando a lei posterior, direta e explicitamente, declara quais os dispositivos da lei anterior estão revogados. Tácita: ocorre quando não há uma revogação direta e explicita, mas: Incompatibilidade entre a lei posterior e a lei anterior; Quando a lei nova regula inteiramente a matéria tratada na lei anterior. Artigo 2º, §1º – Revogação da Lei Art. 2º, § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Artigo 2º, § 2º – coexistência das leis Uma lei que contenha disposições gerais não revoga outra lei que apresente disposições especiais. Tampouco uma lei especial revoga, só por ser especial, a lei geral que regula o assunto. ENTENDA: elas coexistem no mundo jurídico. Artigo 2º, § 2º – coexistência das leis Exemplo: a entrada em vigor do Código Civil de 2002 (lei geral) não revogou a Lei 8.245, de 1991 – Lei do inquilinato (lei especial). Pelo contrário, em que pese ambas referirem-se ao Direito Civil, elas coexistem. Art. 2º, § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Artigo 2º, § 3º – Repristinação Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Exemplo: suponha a lei “A”. Essa lei foi, posteriormente, revogada pela lei “B”. Após algum tempo, a lei “B” foi revogada pela lei “C”. Artigo 2º, § 3º – Repristinação Pergunta: Tendo sido revogada a lei revogadora (lei “B”), voltaria a viger a lei “A”? Em outras palavras: reviveria a lei primitiva? Haveria repristinação? Resposta: a regra é NÃO. A lei “A” somente será repristinada se na lei “C” isto estiver expressamente mencionado. Artigo 2º, § 3º – Repristinação Artigo 3º Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Esse artigo deve ser interpretado no sentido de que a ninguém é desculpável de descumprir a lei por alegar que a desconhecia. Trata-se do princípio da inescusabilidade do desconhecimento da lei. Evita-se a insegurança jurídica na sociedade. Artigo 4º Nem todos os atos e fatos ocorridos na sociedade estão previstos na Lei. Daí decorre que eventualmente o juiz, ao despachar/sentenciar, se depare com uma lacuna (omissão) no ordenamento jurídico. Artigo 4º Pergunta: diante de tal lacuna, o que deverá fazer o juiz? Resposta: deverá utilizar-se dos meios de integração do direito, quais sejam: a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. Deverá, portanto, preencher a lacuna e solucionar a lide. Não pode se eximir de sentenciar ou despachar. Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Artigo 4º Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. IMPORTANTÍSSIMO: essa ordem é sucessiva. Analogia Pergunta: mas em que consiste a analogia? Resposta: consiste em aplicar, ao caso não contemplado em lei, uma norma prevista para outra hipótese que é semelhante ao caso não contemplado. Artigo 5º - Regra de interpretação Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. É a chamada interpretação teleológica ou finalística. “o juiz terá, antes, de interpretá-la, descobrir não a vontade do legislador, mas a voluntas legis, a vontade atual da lei, o verdadeiro significado, a extensão do seu comando”. (Veloso). Artigo 6º - irretroatividade da lei Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Redação idêntica a do artigo 5º, XXXVI, da CF/88. A intenção do legislador em incluir esse artigo, foi dar segurança e certeza às relações jurídicas assumidas pelos indivíduos na vida social. Direito adquirido Pergunta: o que é direito adquirido? Resposta: é o direito já formado, concluído e que ingressou definitivamente no patrimônio material ou moral do seu titular, mesmo que não o tenha exercido. Posso adquirir e não exercer, certo! Direito adquirido Se o direito subjetivo não foi exercido, advindo a lei nova, transforma-se em direito adquirido. O que ocorreu é que o direito apenas não foi exercitado. Direito adquirido Exemplo de direito adquirido: aposentadoria. Ninguém pode falar que está subordinado a lei anterior se não preencheu os requisitos previstos naquela lei. Se não os preencheu, não tinha, portanto, direito adquirido. Direito adquirido A contraposição ao direito adquirido é a expectativa de direito. Trata-se do direito em formação, ainda não consumado que, eventualmente, poderá fazer parte do patrimônio da pessoa. Coisa julgada Pergunta: o que é coisa julgada? Resposta: trata-se da decisão que não está sujeita mais a recurso. Trata-se da sentença que é plena, permanente, imutável e indiscutível. Ato jurídico perfeito Pergunta: o que é ato jurídico perfeito? Resposta: é o ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que o ato foi efetuado. Ato jurídico perfeito Exemplo: No artigo 1.336, § 1º do Código Civil trata-se do valor dos juros moratórios e da multa aplicados ao condômino inadimplente, qual seja: 1% ao mês e até 2% sobre o débito, respectivamente. Antes dessa regra, tínhamos a lei 4.591, de 1964, na qual se dispunha que o condômino estava sujeito a juro moratório de 1% e multa de 20% sobre o débito. Assim, não se admite que um condômino inadimplente que pagou a multa de 20% venha a pleitear, com base no novo Código Civil, a devolução da importância que excedeu o valor de 2% sobre o débito. Isso porque se trata de um ato jurídico perfeito, acabado que não pode sofrer alterações. Ultratividade da Lei A lei revogada não prejudica o negócio feito sob sua égide. Sendo assim, se um negócio foi feito sob a égide da lei revogada, ele valeu e teve sua eficácia subordinada àquela lei. Ultratividade da Lei Perceba, portanto, que a lei revogada continua vinculante aos casos ocorridos em época anterior a sua retirada do ordenamento jurídico. É o que se chama de ultratividade da lei, ou seja, sobrevivência da lei velha a fim de dar segurança jurídica às partes. Ultratividade da Lei Entenda, portanto, que ao analisar um caso, o juiz, eventualmente, terá de aplicar na análise uma lei já revogada, pois esta era a que vigorava ao tempo da realização do fato jurídico sob análise. Conflitos de lei no tempo Trata-se do que denominamos de antinomia jurídica (conflito de normas). Conceito: “oposição entre duas normas contraditórias, emanadas de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo”. Conflitos de lei no tempo Pergunta: Havendo duas leis aplicáveis ao caso concreto como proceder? Qual das duas leis deve ser aplicada? Resposta: deve-se atentar para a solução dos conflitos de leis. Conflitos de lei no tempo A antinomia pode ser real ou aparente. Antinomia jurídica real: quando não houver na ordem jurídica qualquer critério normativo para solucioná-la, sendo, então, imprescindível à sua eliminação a edição de uma nova norma ou extirpação de uma daquelas normas conflitantes. Conflitos de lei no tempo Antinomia jurídica aparente: são aquelas para as quais o ordenamento encontra forma sistêmica de solução. Os critérios para solução estão no próprio ordenamento: Hierárquico: a lei superior prevalece sobre a inferior; Cronológico: a lei mais nova prevalece sobre a lei mais velha; Especialidade: a lei especial prevalece sobre a lei geral. Conflitos de lei no tempo Eficácia da lei no espaço Pergunta: havendo conflito de leis no espaço, qual legislação deve ser aplicada? Resposta: a regra é que deve se aplicada o direito pátrio. Exemplo: art. 5°, XXXI CF. Art. 5º, XXXI CF/88: a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; Eficácia da lei no espaço Pergunta: havendo conflito de leis no espaço, qual legislação deve ser aplicada? Exceção: aplica-se a legislação estrangeira se assim for determinado expressamente na LINDB. Exemplo: art. 7°, caput LINDB. Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
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