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Na lição de José Afonso da Silva

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Na lição de José Afonso da Silva, O Princípio da Legalidade e da Finalidade é o seguinte: 
“Ao Princípio da legalidade já dedicamos inúmeras páginas anteriormente, às quais nos permitimos remeter o leitor, porque tudo que ali foi dito tem integral aplicação aqui o bastante. Falta apenas dizer duas palavras sobre o princípio da finalidade administrativa, que não foi referido no art. 37, porque, certamente, o legislador constituinte o entendeu como aspecto da legalidade. De fato o é na medida em que o fato administrativo só é válido quando atende seu fim legal, ou seja, o fim submetido à lei. Logo, o fim já está sujeito ao princípio da legalidade, tanto que é sempre vinculado. Hely Lopes Meirelles destaca-o deste, para lhe dar consideração especial, para mostrar que ele “ impõe que o administrador público só pratique o ato para o seu fim legal ” que a finalidade é inafastável do interesse público, de sorte que o administrador tem que praticar o ato com finalidade pública, sob pena de desvio de finalidade, uma das mais insidiosas modalidades de abuso do poder. Essas considerações querem apenas mostrar que o princípio da finalidade não foi desconsiderado pelo legislador constituinte, que teve como manifestação do princípio da legalidade, sem que mereça censura por isso. ”
Diz ainda o mesmo autor sob o princípio da impessoalidade:
 “O principio ou regra da impessoalidade da Administrativa Pública significa que o fato ou provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário. Este é um mero agente da Administração Pública, de sorte que não é ele o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal. Por conseguinte, o administrado não se confronta com o funcionário x ou y que expediu o ato, mas com a entendida cuja vontade foi manifestada por ele. É que a “ primeira regra do estilo administrativo é a objetividade” , que está em estreita relação com a impessoalidade. Logo, as realizações administrativo-governamentais não são do funcionário ou autoridade, mas da entidade pública em nome de quem as produzia. A própria constituição dá uma conseqüência expressa a essa regra, quando, no § 1º do art. 37, proíbe que constem nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos em publicidades de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos. Por isso é que a responsabilidade, para com terceiro, é sempre da Administração, como veremos logo mais.”
Diz ainda o mesmo autor sob o Princípio da Publicidade:
“A publicidade sempre foi tida como um princípio administrativo, porque se entende que o Poder Público, por ser público, deve agir com a maior transparência possível, a fim de que os administrados tenham, a toda hora, conhecimento do que os administradores estão fazendo. Especialmente exige-se que se publiquem atos que devam surtir efeitos externos, fora dos órgãos da Administração. A publicidade, contudo, não é um requisito de forma do ato administrativo, “ não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. Por isso mesmo os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para sua exeqüibilidade, quando a lei ou o regulamento a exige ”. 
A supremacia do Interesse público é:
“Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado: os interesses da administração pública sobrepõem-se aos particulares, no caso de com estes colidir. Baseados neste princípio é que se fala na autotutela administrativa, pela qual a Administração tem o poder de anular os seus próprios atos praticados em desrespeitos à lei, e de revogá-los por conveniência e oportunidade, mediante juízo de discricionariedade. De notar, no entanto, que a incidência, no domínio do Direito Administrativo, dos princípios constitucionais, resulta na redefinição de alguns de seus paradigmas, entre os quais a idéia de supremacia do interesse público primário, ou seja, o interesse da sociedade consubstanciado em valores como justiça, segurança e bem-estar social, e interesse público secundário, isto é, o interesse da pessoa jurídica de direito público ( União, Estados-Membros e Municípios ), que se identifica com o interesse da Fazenda Pública ou do erário, implica que este último jamais gozará de uma supremacia abstrata e a priori em face do interesse particular. A colisão entre esses interesses deverá ser resolvida utilizando-se o juízo da ponderação guiado pelo postulado da proporcionalidade, à vista dos elementos do caso concreto.”�
� Obra citada DIREITO CONSTITUCINAL – Teoria do Estado e da Constituição Direito Constitucional Positivo, 15º Edição – Revista, atualizada e ampliada, Editora Del Rey pág 1063 – autor Kildare Gonçalves Carvalho.

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