Buscar

Direito do Consumidor (3)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Código de Defesa do Consumidor
Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990.
*
*
Direito do Consumidor
	A lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, denominada Código de Defesa do Consumidor, somente será aplicada se houver relação jurídica de consumo. A relação jurídica de consumo possui três elementos, a saber: o subjetivo, o objetivo e o finalístico.
*
*
	
	Por elemento subjetivo devemos entender as partes envolvidas na relação jurídica, ou seja, o consumidor e o fornecedor. Já por elemento objetivo devemos entender o objeto sobre o qual recai a relação jurídica, sendo certo que, para a relação de consumo, é denominado produto ou serviço. O elemento finalístico traduz a idéia de que o consumidor deve adquirir ou utilizar o produto ou serviço como destinatário final.
*
*
Relação de Consumo
	
	
	O que se dá com a efetiva transação entre o consumidor e o fornecedor;
	
	
	
	
*
*
Consumidor - conceito
	O Código de Defesa do Consumidor define consumidor como sendo toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
*
*
Equiparação a Consumidor
		O art. 2º da lei ainda equipara consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. O mais claro exemplo da aplicação deste dispositivo é a hipótese em que o fornecedor veicula publicidade enganosa. No caso, não se faz necessário que o consumidor adquira o produto ou serviço e experimente prejuízos, bastando, tão-somente, que haja a veiculação da publicidade enganosa para a configuração da relação de consumo e a conseqüente aplicação das penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor.
*
*
Fornecedor - conceito
	
	O art. 3º do Código de Defesa do Consumidor conceitua fornecedor como sendo toda pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, de direito público ou privado, que atua na cadeia produtiva, exercendo atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
*
*
Produto - conceito
	
	O art. 3º, § 1º, define produto como sendo qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Assim, qualquer bem corpóreo ou incorpóreo suscetível de apropriação que tenha valor econômico, destinado a satisfazer uma necessidade do consumidor.
*
*
Serviço - conceito
	O § 2º do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor define serviço como sendo qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
*
*
Direitos Básicos do Consumidor
	Os direitos básicos do Consumidor estão apresentados no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, constituem o patamar mínimo de direitos atribuídos ao consumidor que devem ser observados em qualquer relação jurídica de consumo.
*
*
São eles:
proteção da vida, saúde e segurança (art. 6º, I);
educação e informação (art. 6º, II e III);
proteção contra publicidade enganosa ou abusiva e práticas comerciais condenáveis (art. 6º, IV);
modificação das cláusulas contratuais (art. 6º, V);
prevenção e reparação de danos individuais e coletivos (art. 6º, VI e VII);
facilitação da defesa de seus direitos (art. 6º, VIII);
adequada e eficaz prestação de serviços públicos (art. 6º, X);
*
*
Da Proteção à Saúde e Segurança
	
	O art. 8º do Código de Defesa do Consumidor determina que os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
*
*
	O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto (art. 9º).
*
*
	
	Produtos ou serviços cujo risco venha a ser conhecido posteriormente à colocação no mercado de consumo obrigam o fornecedor a comunicar pela imprensa aos consumidores e ao poder público sobre o ocorrido. Deve ainda o fornecedor, se for o caso, retirar o produto do mercado de consumo a fim de que não cause prejuízos, além de ressarcir as perdas e danos pelos prejuízos já causados. Da mesma forma, o poder público exerce fiscalização e tem poder de retirar do mercado o produto que se tornar nocivo ou perigoso.
*
*
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço 
	Art. 12 do CDC: O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
*
*
	
	Segundo o § 1º do CDC, o produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
	
 a)sua apresentação;
	b) o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
	c) a época em que foi colocado em circulação.
*
*
	Ainda dispõe o § 2º que o produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. E o § 3º diz que o fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
	a) que não colocou o produto no mercado;
	b) que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
	c) a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
*
*
Responsabilidade pela Reparação
	
		Para que o consumidor tenha seus prejuízos ressarcidos face a um acidente de consumo, ele deverá provar o nexo de causalidade entre a ação ou omissão do fornecedor e o dano, bem como a extensão dos danos. O consumidor fica, portanto, dispensado de provar a culpa do fornecedor no evento danoso.
*
*
Responsabilidade pela Reparação
	
	O caput do art. 12 explicita quem são os responsáveis pela reparação dos danos. Ao invés de utilizar o vocábulo fornecedor, preferiu o legislador inserir rol taxativo dos responsáveis, quais sejam fabricante, construtor, importador e produtor, alcançando a todos da cadeia produtiva.
*
*
Responsabilidade pela Reparação
Há três de tipos de fornecedores: 
a) fornecedor real: compreendendo o fabricante, produtor e construtor;
b) fornecedor presumido: assim entendido o importador de produto industrializado ou in natura;
c) fornecedor aparente: aquele que põe seu nome ou marca no produto final.
*
*
Responsabilidade civil do comerciante
	
	O comerciante também pode ser responsabilizado pelo fato do produto, na forma do art. 13 da legislação consumerista, ressaltando-se que este deverá indenizar o consumidor sempre que não puder ser identificado ou quando não houver identificação do fornecedor (fabricante, construtor, produtor ou importador), ou ainda, na hipótese de o comerciante não conservar adequadamente o produto.
*
*
		Importante notar que o comerciante que arca com a indenização terá o direito de regresso. O comerciante também responde em razão da medição, da pesagem, ou se a balança não estiver aferida oficialmente pelo órgão responsável.
*
*
Produto Defeituoso
	
	O Código garante a reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações sobre a utilização e riscos.
*
*
Causas excludentes de responsabilidade
	
	
	O Código de Defesa do Consumidor adotou a culpa objetiva, respondendo o fornecedor pelos danos causados ao consumidor, independentemente da existência de culpa.
*
*
As hipóteses de exclusão de responsabilidade do fornecedor são:
	
	a) prova, pelo fornecedor, de que não colocou o produto no mercado;
	b) prova, pelo fornecedor, de que, embora tenha colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
	c) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro; havendo culpa concorrente, o fornecedor deverá arcar com os prejuízos sofridos pelo consumidor.
*
*
Responsabilidade pelo fato do serviço
	
	Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
*
*
	§1º. O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
	I – o modo de seu fornecimento;
	II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
	III – a época em que foi fornecido.
§2º. O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
*
*
		
	§3º. O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
	I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
	II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
 §4º. A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
*
*
Responsabilidade Civil pelo Vício do Produto ou do Serviço
	
	O vício do produto o torna impróprio ao consumo, produz a desvalia, a diminuição do valor e frusta a expectativa do consumidor, mas sem colocá-lo em risco.
*
*
		O art. 24 do Código de Defesa do Consumidor estabelece que a garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, sendo proibida qualquer forma de exoneração do fornecedor a respeito deste dever. Sendo assim, deve o fornecedor cuidar para que seus produtos ou serviços sejam de qualidade sem vícios ou defeitos, sob pena de responder pelos prejuízos experimentados pelo consumidor.
*
*
O vício de qualidade é definido pelo art. 18 do Código de Defesa do Consumidor: 
	Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
*
*
		§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
 I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
 II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
 III – o abatimento proporcional do preço.
*
*
	§2º Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.
§3º O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do §1º deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
*
*
	§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do §1º deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
*
*
	§6º São impróprios ao uso e consumo:
	I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
	II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
 III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelam inadequados ao fim a que se destinam.
*
*
	§1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
	§2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendem as normas regulamentares de prestabilidade.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais