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O DESAFIO DA CONSTRUÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Maio de 2013 O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema universal, público e gratuito de Saúde SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE REDE SUS (2010/2011) ü 45 mil unidades atenção básica ü 61 mil unidades ambulatoriais ü 6,1 mil unidades hospitalares = 367 mil leitos ü mais de 31 mil ESF + 300 mil ACS – cobertura de mais de 108 milhões brasileiros (58%) ü 18 mil ESF com ESB – 77 milhões de pessoas (41% cobertura) ü Total estabelecimentos públicos e privados de saúde = 172 mil, sendo 70% destes privados ü Atenção integral de mais de 150 milhões de brasileiros e serviços especializados aos 40 milhões planos de saúde – U/E, diálise, transplantes, AIDS AVANÇOS SUS Tuberculose 2000-‐2010: incidência diminui 28% AIDS 2000-‐2011: Queda de 12% no coeficiente de mortalidade por 100 mil habitantes. 70% dos pacientes com AIDS, que recebem medicamentos pelo SUS, apresentam cargas virais indetectáveis, ou seja, estão vivendo cada vez mais. Malária 2005-‐2011: Casos diminuem mais de 50% Hanseníase 2001-‐2011: coeficiente de detecção reduziu 34%. CONQUISTAS – 1980 para cá q Elevação da expecta^va de vida em 11,3 anos q Queda de 60,2% na mortalidade infan^l q Aumento das coberturas vacinais q Redução da mortalidade por doenças infecciosas q Rela^vo controle da AIDS q Ampliação da cobertura na atenção básica q Cons^tuição de pensamento crí^co e prá^ca sanitária que reconstruiu paradigmas na saúde pública e prá^ca médica q Problemas: integração entre os serviços, qualidade serviços e desigualdades na oferta de serviços SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DIVERSIDADES E DESIGUALDADES NO SUS • Mais de 5 mil municípios pequeno ou médio porte infra-‐estrutura insuficiente (hsico e polí^co) • 50% municípios tem até 10 mil habitantes • 50% população reside em apenas 239 municípios acima 100 mil habitantes • Concentração leitos públicos regiões Norte e Nordeste • Concentração serviços especializados e de alta complexidade nas regiões sudeste e sul • Oferta desigual e concentrada de equipamentos • Diversidade da lógica de organização dos sistemas e serviços • Diversidade de prestadores e unidades de saúde SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE MAS AINDA TEMOS ... -‐ GESTANTES SEM PRÉ NATAL -‐ SEM VINCULO PARA PARTO -‐ GESTANTE E BEBE PEREGRINAM -‐ BEBE SEM ACOMPANHAMENTO Pacientes no Chão Pronto Socorros cheios -‐ Ausência de Regulação de leitos -‐ Inexistência de classificação de risco adequada MAS AINDA TEMOS ... POSTOS DE SAÚDE LOTADOS -‐ Modelo de Atenção onde Atenção Básica não é priorizada -‐ UBS em espaços inadequados -‐ Ausência de estratégias para colocar ABS como ordenadora do cuidado MAS AINDA TEMOS ... Cracolândias... -‐ Modelos de atenção que desconsideram ação intersetorial -‐ Ausência de serviços de saúde diferentes para diferentes necessidades MAS AINDA TEMOS ... E AINDA: Fragmentação dos serviços de saúde Baixo desempenho dos serviços de saúde: - Dificuldade de acesso - Serviços de baixa qualidade técnica - Uso ineficiente dos recursos - Incremento dos custos de produção - Baixa satisfação dos usuários Outros fatores responsáveis pelo baixo desempenho do sistema: financiamento insuficiente; falta de recursos humanos qualificados; E Tripla carga de doenças/ Envelhecimento populacional É POSSÍVEL MUDAR? § Adoção de um Modelo de Atenção à Saúde que: -‐ Seja usuário centrado -‐ Considere as necessidades de saúde da população -‐ Tenha a ABS como coordenadora do cuidado -‐ Possibilite a Integralidade e conlnuidade do cuidado -‐ Garanta o acesso e a qualidade dos serviços § Financiamento Triparlte § Considere a Regulação como Facilitadora de Acesso e Garanldora de Equidade § Gestão compromelda com o alcance de Resultados e combate à corrupção ESTRATÉGIA ESCOLHIDA AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Prover ações e serviços de saúde com garanla de acesso equânime a uma atenção integral, resolulva, de qualidade, humanizada e em tempo adequado. Por meio da organização e desenvolvimento das REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE, ullizando as linhas de cuidado como instrumento básico para o desenho dessas redes LEMA do MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA O SUS 2011 – 2014 ACESSO E QUALIDADE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE -‐ RAS São arranjos organizalvos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logíslco e de gestão, buscam garanlr a integralidade do cuidado. (Ministério da Saúde, 2010). AS CARACTERÍSTICAS DAS RAS Formação de relações horizontais entre os pontos de atenção, tendo ABS como centro de comunicação Centralidade nas necessidades de saúde da população Responsabilização por atenção contínua e integral Cuidado multiproQissional Compartilhamento de objetivos e compromissos com resultados sanitários e econômicos EVIDÊNCIAS SOBRE AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE (Mendes, 2009) • Melhoram os resultados sanitários nas condições crônicas; • Diminuem as referências a especialistas e a hospitais; • Aumentam a eficiência dos sistemas de atenção à saúde; • Produzem serviços mais custo/efelvos; • Aumentam a salsfação das pessoasusuárias. REDES TEMÁTICAS PRIORITÁRIAS 1. Rede de Atenção às Urgências e Emergências -‐ RUE; 2. Rede Cegonha; 3. Rede de Atenção Psicossocial; 4. Rede de Atenção às Doenças Crônicas -‐ Prevenção e Qualificação do Diagnóslco e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama; 5. Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência 18 Redes de Atenção à Saúde Re de C eg on ha Re de d e At en çã o Ps ic os so ci al Re de d e At en çã o ás U rg ên ci as e E m er gê nc ia s Informação Qualificação/Educação Regulação Promoção e Vigilância à Saúde Re de d e A te nç ão à s d oe nç as e co nd iç õe s c rô ni ca s Re de d e Cu id ad o a Pe ss oa co m D efi ci ên ci a ATENÇÃO BÁSICA Qualidade na Atenção Básica Através do monitoramento do atendimento das equipes das Unidades Básicas de Saúde, o MS poderá até dobrar o que repassa por cada equipe, de acordo com a qualidade do atendimento Além disso, o Ministério apoiará: construção de 3 mil UBS reforma de 9 mil UBS ampliação de 11 mil UBS em todo Brasil Atendimento humanizado para quem pode receber seu atendimento em casa 304 equipes mul^profissionais de atenção domiciliar e 122 equipes de apoio estão em 75 municípios e 19 estados Cada equipe atende, em média, 60 pacientes por mês, simultaneamente Acesso e qualidade no atendimento IMPLANTAÇÃO DAS REDES • GRUPO CONDUTOR REGIONAL OU ESTADUAL • PROCESSO DE PACTUAÇÃO ENTRE OS GESTORES APÓS LEVANTAMENTO DO QUE EXISTE E PLANEJAMENTO A PARTIR DAS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO DA REGIÃO • RECURSOS NOVOS MINISTERIAIS A PARTIR DO NOVO DESENHO DAS REGIÕES DE SAÚDE CONTEMPLANDO A IMPLANTAÇÃO DAS RAS • MG: JÁ PACTUADO 2 regiões para RUE, 5 para CEGONHA, plano estadual para RAPS. DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA RUE q Atuação ainda fragmentada dos serviços e pouca prática de atuação em REDE;" q Muitas disputas entre gestores com dificuldades e demoras para pactuação dos PAR;" q Grupos Condutores da RUE que não exercem papel de articulador, interlocutor, negociador, avaliador e responsável pela tomada de decisão;" q Fragilidade da prática de planejamento da REDE (pouco conhecimento do território - recursos, potencialidades e fragilidades e dificuldade na definição de prioridades);" q Processo de regulação ainda incipiente;" DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA RUE q Relação com prestadores sem compromissos e metas claramente estabelecidas - contratualização incipiente;" q Insuficiente monitoramento de recursos, investimentos e sua respectiva aplicação;" q Pactos regionais que visam muito mais a captação do recurso e pouca intervenção das praticas assistenciais;" q Não repasse de recursos municipais para os prestadores, e em alguns casos dos estados para os municípios;" q Diferenças loco regionais e diferentes momentos de implantação do SUS refletindo em distintas capacidades de implantação/ampliação/consolidação das RAS nos territórios" Desafios para implementação das REDES • Elaborar Planos de Ação Regionais mais “vivos” que não visem apenas o financiamento; • Fortalecer a Atenção Básica como coordenadora e ordenadora do cuidado; • Eslmular o protagonismo dos Grupos Condutores, como arlculadores e responsáveis pela tomada de decisão conjunta e monitoramento do processo; • Garanlr a capilarização das ações das REDES no Estado como um todo; • Apoiar a implementação da educação permanente de uma forma sistêmica para as REDES; • Fortalecer a regulação local, regional estadual; • Efelvar um pacto federalvo solidário e cooperalvo. DESAFIOS PARA OPERAR ESTA MUDANÇA " CONSTRUIR/REFORMAR com o sistema funcionando " Dificuldade de CONSTRUIR O NOVO " Dificuldade de implementar estas NOVAS ORGANIZAÇÕES (usuários-centradas e que tenham como objeto central a defesa da vida) e estes NOVOS SUJEITOS (prática clínica cuidadora, compartilhamento e trabalho em equipe, projeto terapêutico solidário e responsável em relação ao usuário) " Dificuldade da construção de ESPAÇOS DE CO-GESTÃO/ GESTÃO COMPARTILHADA: colegiados, rodas de conversas e outras – Perspectiva a ser assumida por todos os atores: gestores, trabalhadores e usuários em suas relações e interações cotidianas DESAFIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DAS REDES q Fortalecimento dos mecanismos de governança (colegiados regionais, estaduais, conselhos de saúde - participação sociedade) q Construção de processo de pactuação menos competitivo e mais solidário e complementar – papel dos gestores e sua atuação plena e articulada q Qualificação do cuidado em todos os níveis q Monitoramento e avaliação de resultados – aprimoramento sistemas de informação q Construir e efetivar uma proposta de monitoramento da RUE tripartite. AINDA MUITO A FAZER q PROCESSO AINDA INCIPIENTE q GRANDE DESAFIO É COLOCAR EM PRÁTICA A CONCRETIZAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE q MAIOR RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES E PRESTADORES q PAPEL FUNDAMENTAL DOS TRABALHADORES DA SAÚDE NO PROCESSO – SUJEITOS E PROTAGONISTAS – CONSTRUÇÃO COLETIVA q EDUCAÇÃO PERMANENTE É FUNDAMENTAL q EXIGÊNCIA DE ESFORÇO E ENVOLVIMENTO DE TODOS: GESTORES, TRABALHADORES E USUARIOS Alzira de Oliveira Jorge Professora do DMPS Faculdade de Medicina/UFMG Email:
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