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Tipos de Estruturas em Construção Civil

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BRENDA OLIVEIRA, EMERSON LOIOLA, LUCAS MIDLEJ, LIVIA MARA, PATRICK FROIS, RAFAEL GONÇALVES, TARCISIO MARTINS
TIPOS DE ESTRUTURAS EM CONSTRUÇÃO CIVIL
ITABUNA, BA
2015
BRENDA OLIVEIRA, EMERSON LOIOLA, LUCAS MIDLEJ, LIVIA MARA, PATRICK FROIS, RAFAEL GONÇALVES, TARCISIO MARTINS
TIPOS DE ESTRUTURAS EM CONSTRUÇÃO CIVIL
Trabalho apresentado à Faculdade de Tecnologia e Ciências, curso de Engenharia Civil, 6º semestre, solicitado pelo docente Dermivan Barbosa, como avaliação da matéria Construção Civil I.
ITABUNA, BA
2015
INTRODUÇÃO
A concepção da estrutura de uma construção consiste no estabelecimento de um arranjo adequado dos vários elementos estruturais, de modo a assegurar que o mesmo possa atender às finalidades para as quais ele foi projetado.
Estruturas em Concreto, de Madeira e Metálica são as estruturas que normalmente encontramos em qualquer obra, seja uma grande obra ou até mesmo aquelas menores, onde podemos encontrá-las trabalhando as três em conjunto, a fim de um melhor desempenho, e/ou separadamente, apenas seguindo o projeto estrutural básico.
	Atualmente, também se podem encontrar Novas Estruturas e/ ou Estruturas Especiais, tais como a Alvenaria Estrutural. Esta vem sendo muito utilizada nas áreas residenciais e em edifícios de até 15 pavimentos, a fim de buscar um bom desempenho econômico para obra, visando também a segurança estrutural, uma vez que não serão utilizadas colunas, vigas, etc, no seu projeto estrutural.
Tomando estes segmentos, como base para nossa pesquisa, a seguir, este trabalho apresentará esses Tipos de Estruturas utilizados em Construção Civil, bem como suas aplicações, desempenho, segurança, economia e conforto.
ESTRUTURAS DE CONCRETO
O desenvolvimento do concreto armado e protendido iniciou-se a partir da criação do cimento Portland, em 1824, na Inglaterra. A partir daí, franceses e alemães também começaram a fabricar cimento e a desenvolver sua tecnologia. Em meados do século 19 já se conhecia no mundo todo, a possibilidade de reforçar peças de concreto com armaduras de aço.
No Brasil, a Norma Brasileira ABNT NBR 6118:2003 – Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento, que vigora desde 31/03/2003, cancelou e substituiu a antiga norma de concreto protendido (NBR 7197:1989) e passou a tratar de concreto armado e protendido. A primeira norma brasileira de concreto protendido foi a NB-116.
Fazendo um breve histórico do avanço tecnológico do concreto no Brasil podemos verificar que:
- Em 1948 foi executada no Brasil, a primeira obra em concreto protendido, a Ponte do Galeão, no Rio de Janeiro, com 380 m de comprimento, na época a mais extensa no mundo. Utilizou o sistema Freyssinet e tudo foi importado da França, inclusive o projeto. Os cabos de protensão eram fios lisos envolvidos por três camadas de papel Kraft pintados, os fios e o papel, com betume. Portanto tínhamos concreto protendido “sem aderência”;
- 1952: a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira iniciou a fabricação do aço de protensão no Brasil. A segunda obra em concreto protendido no Brasil foi a ponte de Juazeiro, já executada com aço brasileiro;
- 1958: surgem no Brasil as bainhas metálicas flexíveis, com injeção de argamassa de cimento posterior a protensão dos cabos, promovendo a aderência. Este sistema permitiu a execução de estruturas protendidas de grandes vãos;
O que é Concreto?
Concreto é um material de construção proveniente da mistura, em proporção adequada, de: aglomerantes, agregados e água. Também é frequente o emprego de aditivos e adições.
Principal elemento da estrutura de concreto armado, o concreto é um material que pode ser moldado de acordo com as necessidades exigidas e tem grande durabilidade e resistência, além de apresentar um custo relativamente baixo. Constituído basicamente de água, cimento e agregados, deve apresentar as seguintes propriedades básicas:
Concreto não endurecido;
Trabalhabilidade;
Exsudação (transpiração);
Tempos de início e fim de pega. 
Concreto endurecido
Resistência aos esforços mecânicos;
Propriedades técnicas;
Deformações;
Permeabilidade;
Boa resistência à compressão;
Baixa resistência à tração;
Durabilidade diante da ação do meio ambiente.
Os aglomerantes unem os fragmentos de outros materiais. No concreto, em geral se emprega cimento Portland, que por ser um aglomerante hidráulico, reage com a água e endurece com o tempo.
Os aditivos são produtos que, adicionados em pequena quantidade aos concretos de cimento Portland, modificam algumas propriedades, no sentido de melhorar esses concretos para determinadas condições.
Os principais tipos de aditivos são: plastificantes (P), retardadores de pega (R), aceleradores de pega (A), plastificantes retardadores (PR), plastificantes aceleradores (PA), incorporadores de ar (IAR), superplastificantes (SP), superplastificantes retardadores (SPR) e superplastificantes aceleradores (SPA).
As adições constituem materiais que, em dosagens adequadas, podem ser incorporados aos concretos ou inseridos nos cimentos ainda na fábrica, o que resulta na diversidade de cimentos comerciais.
Com a alteração da composição dos cimentos pela incorporação de adições, é comum eles passarem a ser denominados aglomerantes.
Os exemplos mais comuns de adições são: escória de alto forno, cinza volante, sílica ativa de ferro-silício e metacaulinita.
Agregados são comumente chamados de pedras ou brita, mas podem ser definidos como insumos que, adicionados à massa de cimento e água, formam o concreto propriamente dito. Representam aproximadamente oitenta por cento do peso do concreto, e apresentam como funções: a resistência às cargas solicitadas, diminuição de variações de volume e redução do custo de fabricação. 
Podendo ser graúdos ou miúdos, os agregados possuem granulometria3 variada isto é, podem ser encontrados de diversos tamanhos e formas, dependendo do local onde se encontram, acarretando na regionalização dos tipos de pedras britadas, areias e seixos que podem fazer parte da composição do traço.
Além disso, podem ser classificados como artificiais ou naturais, sendo artificiais os agregados provenientes da atuação do homem para modificar o tamanho dos seus grãos, e naturais as areias extraídas de rios ou barrancos e os seixos rolados.
A pasta de cimento, formada pela adição de água no cimento, possui como função dentro do concreto:
Colatividade – efeito de colagem dos agregados;
Encher os vazios entre os grãos do agregado.
É função específica da água a plasticidade do conjunto. A influência da água no concreto é tão grande que, acrescentando-se um balde a mais de água na mistura, a resistência do mesmo pode ser reduzida pela metade.
As etapas de produção do concreto compreendem em: Misturas (amassamento manual ou mecânico), Transporte, Lançamento, Adensamento (vibração), Cura e Retirada das formas e dos escoramentos.
Concreto Armado
A estrutura de concreto armado é, certamente, a mais utilizada no Brasil. Basicamente, esse tipo de estrutura é composta por barras de aço, chamadas de armaduras, que são inseridas no concreto, formando assim o esqueleto da edificação, composto de pilares, vigas e lajes.
Para tanto, é importante que seja elaborado um projeto estrutural, devidamente calculado por profissional habilitado, em função das cargas a que estará submetido o edifício.
Os elementos das estruturas de concreto armado são:
Lajes - podem ser considerados elementos estruturais bidimensionais, uma vez que duas de suas dimensões são bem maiores que a terceira (no caso a espessura) e as ações permanentes como peso próprio do piso, revestimento e paredes agem sobre esse plano. Nas estruturas, as lajes têm importância preponderante no consumo de concreto, pois representam aproximadamente 50% do volume total consumido.
Existem vários tipos de lajes usualmente empregados na construção civil, sendo a mais importante e mais utilizada a chamada laje maciça, queé uma laje de concreto com espessura constante, moldada in loco a partir do lançamento do concreto fresco sobre um sistema de formas planas.
Vigas - são os elementos da estrutura que recebem a carga advinda das lajes e de outras vigas e repassam a mesma aos pilares, que, por consequência, irão transmitir esses esforços para a fundação. Amplamente utilizadas na engenharia, possuem diferentes formas de seção, denominadas perfis. Os perfis mais utilizados são o perfil “I” e o perfil “T”. A figura abaixo seguir apresenta exemplos de perfis de vigas.
Pilares - recebe os esforços da viga e transmite os mesmos para a fundação. Dessa forma, é considerado o elemento estrutural de maior importância dentro do sistema de estruturas.
Concreto Protendido
No concreto armado, a armadura não tem tensões iniciais. Por isso, é denominada armadura frouxa ou armadura passiva. No concreto protendido, pelo menos uma parte da armadura tem tensões previamente aplicadas, denominada armadura de protensão ou armadura ativa. É normalmente aplicado em grandes estruturas, tais como pontes, viadutos, rodovias e grandes edifícios. Este tipo de estrutura requer muito cuidado ao ser aplicado.
As armaduras de vigas protendidas são de dois tipos:
Armaduras protendidas;
Armaduras não protendidas.
As resistências de concreto, utilizadas em concreto protendido, são duas a três vezes maiores que as utilizadas em concreto armado. Os aços utilizados nos cabos de protensão têm resistência três a cinco vezes superiores às dos aços usuais de concreto armado.
O sentido econômico do concreto protendido consiste no fato de que os aumentos percentuais de preços são muito inferiores aos acréscimos de resistência utilizáveis, tanto para o concreto como para o aço de protensão.
Vantagens Técnicas do Concreto Protendido
Reduz as tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços cortantes.
Reduz a incidência de fissuras.
Reduz as quantidades necessárias de concreto e aço, devido ao emprego eficiente de materiais de maior resistência.
Permite vencer vãos maiores que o concreto armado convencional; para o mesmo vão, permite reduzir a altura necessária da viga.
Facilita o emprego generalizado de pré-moldagem, uma vez que a protensão elimina a fissuração durante o transporte das peças.
Durante a operação da protensão, o concreto e o aço são submetidos a tensões em geral superiores às que poderão ocorrer na viga sujeita às cargas de serviço. A operação de protensão constitui, neste caso, uma espécie de prova de carga da viga.
A protensão do concreto é feita por meio de cabos de aço, que são esticados e ancorados nas extremidades. Os cabos de aço, também denominados armaduras de protensão, podem ser pré-tracionados ou pós-tracionados.
Os sistemas com armaduras pré-tracionadas são geralmente utilizados em fábricas, onde a concretagem se faz em instalações fixas, denominados leitos de protensão. Os leitos são alongados, permitindo a produção simultânea de diversas peças.
Nos sistemas com armaduras pós-tracionadas, as armaduras de protensão são esticadas após o endurecimento de concreto, ficando ancoradas na face do mesmo.
ESTRUTURAS DE MADEIRA
A madeira é um dos materiais estruturais mais antigos utilizados pelo homem em edificações. Acrescente-se ainda o fato da madeira possuir um vasto campo de aplicação em construções como, pontes, residências, igrejas, passarelas, depósitos em geral, pontes (grande utilização do Eucalipto), passarelas, linhas de transmissão de energia elétrica, na indústria moveleira, construções rurais e, especialmente, em edificações em ambientes altamente corrosivos, como à beira-mar.
As espécies de madeiras mais utilizadas em estruturas no Brasil são: Peroba Rosa, Ipê, Eucalipto, Pinho, Jatobá, Maçaranduba, Garapa, Cumaru, Aroeira e Itaúba.
A madeira apresenta um comportamento estrutural bastante apreciável, pois possui resistência mecânica tanto a esforços de tração como a compressão, além de resistência a tração na flexão e tem resistência a choques e cargas dinâmicas absorvendo impactos que dificilmente seriam absorvidos com outros materiais;
Apesar de a madeira ter qualidades estruturais bastante apreciáveis, ainda há muito preconceito em relação a sua utilização como material estrutural. Em grande parte devido à falta de conhecimento adequado a respeito deste material, da falta de projetos específicos, bem como da cultura da construção civil brasileira. Consequentemente, as construções de madeira são vulneráveis aos mais diversos tipos de problemas, o que gera uma mentalidade equivocada sobre o material. É comum se ouvir a frase absurda arraigada na sociedade: "a madeira é um material fraco". Isto revela um alto grau de desconhecimento, gerado pela própria sociedade.
Podem ser citadas algumas vantagens em relação ao uso da madeira:
É renovável, abundante e altamente sustentável na natureza;
Possui elevada resistência em relação a sua baixa massa específica;
Excelente isolante térmico e acústico;
Facilidade de trabalho e união das peças;
Inerte, mesmo quando está exposta a ambientes químicos;
Baixa demanda de energia para produção;
Pode ser reutilizada, por várias vezes;
Tem custo relativamente baixo.
Além de todos os aspectos anteriormente citados, existe um bastante importante que é a beleza arquitetônica. Talvez por ser um material natural, a madeira gera um visual atraente e aconchegante, que agrada a maioria das pessoas.
Apesar dos aspectos positivos, podem ser citadas algumas desvantagens para a utilização da madeira. Dentre elas podem ser citadas sua susceptibilidade ao ataque de fungos e insetos, assim como também sua inflamabilidade. No entanto, estas desvantagens podem ser facilmente contornadas através da utilização de preservativos, que representa uma exigência indispensável para os projetos de estruturas de madeira expostas às condições favoráveis à proliferação dos citados efeitos daninhos. O tratamento da madeira é especialmente indispensável para peças em posições sujeitas a variações de umidade e de temperatura propícias aos agentes citados.
Vale lembrar que a madeira tem a desvantagem da sua inflamabilidade. Contudo, ela resiste a altas temperaturas e não perde resistência sob altas temperaturas como acontece especialmente com o aço. Em algumas situações a madeira acaba comportando-se melhor que o aço, pois apesar dela ser lentamente queimada e provocar chamas, a sua seção não queimada continua resistente e suficiente para absorver os esforços atuantes. Ao contrário da madeira, o aço não é inflamável, mas em compensação não resiste a altas temperaturas.
Basicamente, do ponto de vista estrutural, deve-se conhecer propriedades da madeira relativas às seguintes características:
Propriedades físicas da madeira: umidade, densidade, retratibilidade e resistência ao fogo;
Compressão paralela às fibras;
Compressão normal às fibras;
Tração paralela às fibras;
Cisalhamento;
Módulo de elasticidade;
Solicitação inclinada;
Embutimento.
ESTRUTURAS DE AÇO
O aço pode ser definido como uma liga metálica composta principalmente de ferro e de pequena quantidades de carbono (0,002% até 2%, sendo que na construção civil o teor fica entre 0,18% e 0,25%) com propriedades específicas, sobretudo de resistência e ductilidade.
	Em estruturas metálicas são empregadas ligas ferro-carbono, geralmente denominadas aços-carbono de baixa liga. Esses aços contêm, pequenos teores de manganês e silício; são comercializados com base em sua resistência mecânica e não necessitam, em geral, de nenhum tratamento térmico após a laminação.
Propriedades Mecânicas do Aço Estrutural
Elasticidade – é a capacidade do material de voltar à forma original após sucessivos ciclos de carga e descarga. A deformação elástica é reversível, ou seja, desaparece quando a tensão é removida. A relação entre a tensão e a deformação linear específica é o módulo de elasticidade.
Plasticidade – é a deformação permanente provocada por tensão igualou superior ao limite de escoamento. A deformação plástica aumenta a dureza do metal. Este aumento da dureza por deformação plástica é denominado endurecimento por deformação a frio ou encruamento e é acompanhado de elevação do valor do limite de escoamento e do limite de resistência. O encruamento reduz a ductilidade do metal, pois parte da elongação é consumida durante a deformação a frio.
Ductilidade – é a capacidade dos materiais de se deformar plasticamente sem se romper. Pode ser medida por meio do alongamento (e) ou da estricção, que é a redução na área da seção transversal. (e=Dl/l). Quanto mais dúctil o aço maior é o alongamento antes da ruptura. A ductilidade tem grande importância nas estruturas metálicas, pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas. As vigas de aços dúcteis sofrem grandes deformações antes de se romper, o que na prática constitui um aviso da presença de tensões elevadas. Um material não-dúctil, o ferro fundido, por exemplo, não se deforma plasticamente antes da ruptura. Diz-se, no caso, que o material é de comportamento frágil, ou seja, apresenta ruptura frágil.
Tenacidade – é a capacidade que têm os materiais de absorver energia, com deformações elásticas e plásticas. É representada pela área total do diagrama s−e. Um material dúctil com a mesma resistência de um material frágil vai requerer maior quantidade de energia para ser rompido, sendo, portanto, mais tenaz.
Resiliência – é a capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico.
Fragilidade – é o oposto da ductilidade, é quando os aços se tornam frágeis pela ação de diversos agentes, como baixas temperaturas, efeitos térmicos locais causados por soldas, etc...É muito perigoso, pois os materiais frágeis rompem sem aviso prévio.
Tipos de Aços Estruturais
Aços-carbono: São os tipos mais usuais, sendo que o aumento de resistência é obtido com o carbono e, em menor escala, com a adição de manganês. Nas estruturas, usa-se aços com teor máximo de carbono de 0,45% para permitir a soldabilidade. Teor de carbono aumenta a resistência e a dureza (reduz a ductilidade). Aços mais usados: ASTM A36, A570.
Aços de baixa liga: São aços-carbono com adição de alguns elementos de liga (cromo, manganês, titânio...) sendo que estes elementos provocam um aumento da resistência do aço, tanto mecânica (ASTM A572) com à corrosão atmosférica (ASTM A588).
Aços com Tratamento Térmico: São os aços-carbono ou aços de baixa liga que sofrem algum tratamento térmico para melhorar alguma de suas propriedades. Como exemplo temos a cementação, revenido, recozimento.
ESTRUTURAS MISTAS
O desenvolvimento dos diversos sistemas estruturais e construtivos fez surgir, entre outros, os sistemas formados por elementos mistos aço-concreto, cuja combinação de perfis de aço e concreto visa aproveitar as vantagens de cada material, tanto em termos estruturais como construtivos. Nas construções mistas, o concreto foi primeiramente usado, no início do século, como material de revestimento, protegendo os perfis de aço contra o fogo e a corrosão e embora o concreto pudesse ter alguma participação em termos estruturais, sua contribuição na resistência era desprezada. Hoje, vigas, colunas e lajes mistas são intensamente usadas em edifícios multiandares no exterior e estão evoluindo no Brasil. As construções em sistema misto são competitivas para estruturas de vãos médios a elevados, caracterizando-se pela rapidez de execução e pela significativa redução do peso total da estrutura.
Laje Mista
O sistema de lajes mistas consiste na utilização de uma fôrma permanente nervurada de aço, como suporte para o concreto antes da cura e da atuação das cargas de utilização. Após a cura do concreto, os dois materiais, a fôrma de aço e o concreto, solidarizam-se estruturalmente, formando o sistema misto. A fôrma de aço substitui então a armadura positiva da laje
São diversas as funções das fôrmas de aço empregadas nas lajes mistas. Além de suportarem os carregamentos durante a construção e funcionarem como plataforma de trabalho, contraventam a estrutura, desempenhando o papel de diafragma horizontal, distribuem as deformações por retração, evitam a fissuração excessiva do concreto, apresentam vantagens como a possibilidade de dispensa do escoramento da laje e a facilidade oferecida à passagem de dutos e instalações.
O comportamento misto é alcançado após a cura do concreto da laje, quando a fôrma de aço transmite as tensões cisalhantes horizontais na interface com o concreto através de ligações mecânicas fornecidas por saliência e reentrâncias (mossas) existentes na fôrma.
 Vigas Mistas
As vigas mistas resultam da associação de uma viga de aço com uma laje de concreto ou mista, cuja ligação é feita por meio dos conectores de cisalhamento, geralmente soldados à mesa superior do perfil. Em edifícios, o perfil mais utilizado como viga de aço é do tipo "I". As lajes de concreto podem ser moldadas in loco, com face inferior plana ou com fôrma de aço incorporada, ou ainda, podem ser formadas de elementos pré-fabricados.
Uma das vantagens da utilização de vigas mistas em sistemas de pisos é o acréscimo de resistência e de rigidez propiciados pela associação dos elementos de aço e de concreto, o que possibilita a redução da altura dos elementos estruturais, resultando em economia de material.
As vigas mistas podem ser simplesmente apoiadas ou contínuas. As simplesmente apoiadas contribuem para a maior eficiência do sistema misto, pois a viga de aço trabalha predominantemente à tração e a laje de concreto à compressão.
Com relação ao método construtivo, pode-se optar pelo não escoramento da laje devido à necessidade de velocidade de construção. Por outro lado, o escoramento da laje pode ser apropriado caso seja necessário limitar os deslocamentos verticais da viga de aço na fase construtiva.
 Pilares Mistos
Os pilares mistos, de maneira geral, são constituídos por um ou mais perfis de aço, preenchidos ou revestidos de concreto. A combinação dos dois materiais em pilares mistos propicia além da proteção ao fogo e à corrosão, o aumento da resistência do pilar. Essa combinação contribui para o aumento na rigidez da estrutura aos carregamentos horizontais. A ductilidade é outro ponto que diferencia os pilares mistos, os quais apresentam um comportamento mais "dúctil" quando comparados aos pilares de concreto armado.
Existem também outras vantagens, tal como a ausência de fôrmas, no caso de pilares mistos preenchidos, possibilitando a redução de custos com materiais, mão-de- obra e agilidade na execução.
Os pilares mistos são classificados em função da posição em que o concreto ocupa na seção mista.
Os pilares mistos revestidos caracterizam- se pelo envolvimento, por completo, do elemento estrutural em aço. A presença do concreto como revestimento, além de propiciar maior resistência, impede a flambagem local dos elementos da seção de aço, fornece maior proteção ao fogo e à corrosão do pilar de aço. A principal desvantagem desse tipo de pilar é a necessidade de utilização de fôrmas para a concretagem, tornando sua execução mais trabalhosa, quando comparada ao pilar misto preenchido.
ALVENARIA ESTRUTURAL
É um processo construtivo em que a estrutura e a vedação do edifício são executadas simultaneamente. O sistema dispensa o uso de pilares e vigas, ficando a cargo dos blocos estruturais a função portante da estrutura. Neste sistema, a parede não tem apenas a função de vedação (dividir ambientes); ela desempenha também o papel de estrutura da edificação. Esta solução permite construir desde simples muros, residências e edifícios de diversas alturas até hipermercados e indústrias.
As principais características da alvenaria estrutural com blocos de concreto são: sistema construtivo de fácil execução; permite envolver a mão de obra local e ampliar as unidades depois de prontas; oferece significativa redução de custos, pois reduz o uso de armaduras e fôrmas e utilizaprocessos racionalizados; propicia obras limpas, rápidas e extremamente seguras; o bloco de concreto, em comparação com outros artefatos, tem precisão dimensional e a possibilidade de oferecer várias faixas de resistência para diferentes tipologias de obra.
 Tipos de Alvenaria Estrutural
A alvenaria estrutural armada é o processo em que, por necessidade estrutural, os elementos resistentes (tijolos) possuem uma armadura de aço. Essas armaduras são colocadas nas cavidades dos blocos e, posteriormente, preenchidas com graute. Este tipo de alvenaria deve ser adotada em edificações com mais de 20 pavimentos.
A alvenaria estrutural não armada, por sua vez, vem sendo tradicionalmente utilizado em edificações de pequeno porte como residências e prédios de até oito andares.
Já a alvenaria estrutural parcialmente armada configura o processo construtivo em que alguns elementos resistentes são projetados como armados e outros como não armados.
Dupla Função nas Edificações
i. Função Estrutural: a própria alvenaria da edificação é a estrutura da edificação (casa, prédio, loja, etc.).
ii. Função de vedação: típica função de separar os ambientes de acordo com a arquitetura. Assim, a alvenaria estrutural é uma técnica construtiva que difere do sistema clássico pilar/viga/laje.
Vantagens da alvenaria estrutural
Diminuição no tempo da construção;
Economia no custo da obra;
Menor gasto com revestimento;
Flexibilidade e versatilidade da construção;
Liberdade no layout;
Resultados esteticamente modernos;
Fácil coordenação e controle;
Técnica executiva simplificada;
Menor diversidade de materiais e mão de obra;
Eliminação de interferências;
Facilidade de integração com outros subsistemas.
Desvantagens da alvenaria estrutural
Restrições à possibilidade de mudanças não planejadas;
Dificuldade de improvisações;
Limitação de grandes vãos e balanços.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
ARAUJO Davidson; GOMES Guilherme; MIGLIO Gustavo. RUAS João Alan; Tipos de Estruturas em Construção Civil. Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia - ICET, UFVJM, Teófilo Otoni, 2002.
Tozzi, Adriana Regina. Sistemas construtivos nos empreendimentos imobiliários / Adriana Regina Tozzi, Carlos Eduardo Curi Gallego, Rafael Fernando Tozzi. - 1.ed., rev. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR-7190:1997. Projeto de Estruturas de Madeira. Rio de Janeiro: ABNT, 1997. 107p.
PALMA Giovano. Estruturas Metálicas. Notas de Aula. Faculdade Assis Gurgacz - FAG, Cascavel, 2007.

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