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Controle de Pyricularia oryzae na cultura do arroz irrigado

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FITOPATOLOGIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 485 
APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE Pyricularia oryzae 
NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO 
 
Lucas Navarini(1), Marcelo Gripa Madalosso(1), Leandro Jose Dallagnol(1), Marcelo Temp Moreira(1), 
Guilherme de Almeida Rubin(1), Ricardo Silveiro Balardin(*). (1)Universidade Federal de Santa 
Maria, Centro de Ciências Rurais, Departamento de Defesa Fitossanitária, Santa Maria, CEP 
97111-970, Cx. Postal 5025; navarini@gmail.com. 
* Bolsista CNPq 
 
A cultura do arroz irrigado particularmente no estado do Rio Grande do Sul maior produtor 
do país, com mais de 6 milhões de toneladas na safra 2003/04 (AGRIANUAL, 2005) e 
produtividade media de 6 ton/ha, mas com potencial produtivo de ate 10 ton/ha (IRGA, 2004). 
Dentre os fatores limitantes ao aumento de produtividade da cultura no estado destaca-se 
a incidência de doenças, das quais o Brusone causado por Pyricularia oryzae uma das principais 
doenças de parte aérea na cultura, que em anos epidêmicos pode causar perdas de ate 25%, 
afetando a formação de grãos e diminuindo a produtividade industrial (BALARDIN, 2001). 
O fungo pode atacar toda a parte aérea da planta, entretanto os sintomas mais 
comumente encontrados são manchas foliares, alongadas com bordos irregulares e de coloração 
marrom com centro grisáseo, onde podem se observar as frutificações do patógeno. É favorecida 
por temperaturas entre 26 e 28oC e umidade relativa acima de 90% (GOMES et al., 2004). 
A alta variabilidade do patógeno dificulta a obtenção de cultivares resistentes. Praticas 
culturais, como irrigação adequada, sementes livres do patógeno, evitar épocas tardias de 
semeadura e a eliminação de restos culturais, diminuem o inoculo inicial dificultando o 
estabelecimento da doença. A aplicação de fungicidas de parte aérea vem como uma alternativa 
eficaz, em anos epidêmicos, de controle desta doença. Este trabalho procurou avaliar diferentes 
ingredientes ativos fungicidas no controle de Pyricularia oryzae na cultura do arroz irrigado. 
O experimento foi realizado em uma lavoura comercial de arroz irrigado no município de 
Dona Francisca com a cultivar Irga 417, utilizando uma densidade de semeadura de 350.000 
plantas/ha, com 300 Kg/há de adubação de base e 350 kg/ha de uréia em cobertura, semeadas 
dia 08 de novembro de 2004. 
Foram testados os ingredientes ativos: Tricyclazole (2,5 l/ha), Azoxystrobin (0,4 l/ha), 
Tebuconazole (0,7 l/ha), Trifloxystrobin + Propiconazole (0,6 l/ha), Carbedazin (1,0 l/ha), 
Azoxystrobyn + Cyproconazole (0,4 l/ha), Myclobutanil (0,5 l/ha), Tiofanato metílico (2,0 l/ha), 
flutriafol + tiofanato metilico (0,6 l/ha, 0,7 l/ha), Famoxadone + Flusilazole (0,6 l/ha; 0,7 l/ha), 
Tetraconazole (0,6 l/ha), aplicados no estádio fenologico de emissão de panícula. Foi utilizado o 
delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro repetições e uma testemunha. A 
unidade experimental mediu 3 m de largura por 5 m de comprimento, uma área útil de 8 m2, onde 
foram realizadas as avaliações. 
Foram avaliados a severidade de brusone, rendimento de grãos, peso de 1000 grãos e 
rendimento de engenho. Os dados de severidade foram obtidos pela (%) de área foliar que 
apresentava sintomas da doença. O rendimento de grãos cortando-se todas as plantas da área 
útil da parcela experimental trilhadas em batedor estacionário, medida a umidade, ajustada 
posteriormente a 13% para o calculo do rendimento final, uma amostra de cada parcela foi 
utilizada para o peso de 1000 grãos e o rendimento de engenho. 
Os dados obtidos foram submetidos a analise de comparação múltipla de medias de 
Tukey (p<0,05), com o software PlotIT versão 3.2 para ambiente Windows. 
Os melhores resultados foram obtidos pelos tratamentos Tricyclazole (2,5 l/ha) (99,3%), 
Trifloxystrobin + Propiconazole (0,5 l/ha) (99,0%), Azoxystrobyn + Cyproconazole (0,4 l/ha) (99,1), 
Famoxadone + Flusilazole (0,6 l/ha; 0,7 l/ha) (99,5% e 99,8). 
Os dados mostram que a variação na severidade da doença esta ligada a variação no 
rendimento (Figura 02), com uma correlação de 93%. Na Figura 01 é observado que os 
tratamentos que obtiveram os maiores incrementos no rendimento de grãos foram aqueles com 
as menores severidades, quando comparamos com a Tabela 01. 
 486 
Os melhores resultados foram alcançados com os tratamentos de misturas de 
ingredientes ativos quando comparados aos tratamentos isolados (Tabela 01; Figura 01). 
 
Tabela 01. Severidade Brusone considerando a 3a avaliação. Santa Maria – RS (2005). 
 
Severidade de Brusone na 3a Avaliação 
Tratamentos (l/ha) 1 2 3 4 Media p<0,05%* Efic. 
Tricyclazole 2,5 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 a 99,3 
Azoxystrobin 0,4 0,9 0,6 1,1 0,7 0,8 bc 94,1 
Tebuconazole 0,6 0,7 0,5 0,8 0,6 0,7 b 95,4 
Trifloxystrobin+Propiconazole 0,5 0,1 0,0 0,1 0,3 0,1 a 99,0 
Carbedazin 1,0 2,8 2,6 2,4 2,7 2,6 f 81,5 
Azoxystrobyn+Cyproconazole 0,4 0,0 0,3 0,0 0,3 0,1 a 99,1 
Myclobutanil 0,5 1,4 1,1 1,6 1,2 1,3 cd 90,6 
Tiofanato metílico 2,0 1,3 1,0 1,4 1,5 1,3 cd 90,8 
Flutriafol+Tiofanato metilico 0,6 1,8 2,0 1,5 1,4 1,7 de 88,2 
Flutriafol+Tiofanato metilico 0,7 1,0 0,9 1,2 1,4 1,1 bc 92,1 
Famoxadone+Flusilazole 0,6 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1 a 99,5 
Famoxadone+Flusilazole 0,7 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 a 99,8 
Tetraconazole 0,6 2,4 2,2 1,6 2,2 2,1 e 85,2 
Testemunha 14,0 14,6 13,8 14,1 14,1 g 0,0 
CV (%) 10,7 
* Valores seguidos de mesma letra não diferem entre si – Tukey 5%. 
 
bc
abc
abc
c
ab
bc
abc
abc
abc
abc
abc abc
abc
a
3700,00
3900,00
4100,00
4300,00
4500,00
4700,00
4900,00
Tr
ic
yc
la
zo
le
 2
,5
A
zo
xy
st
ro
bi
n 
0,
4
Te
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1
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4
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m
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zo
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 0
,6
Te
st
em
un
ha
R
en
di
m
en
to
 (k
g/
ha
)
 
Figura 1. Rendimento de grãos em Kg/ha para os diferentes tratamentos. Santa 
Maria – RS (2005). (Colunas seguidas da mesma letra não diferem entre 
si a um nível de 5% de probabilidade). 
 
 487 
y = -0,0299x2 + 1,54x + 79,586
R2 = 0,9356
80,0
85,0
90,0
95,0
100,0
105,0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Diferenca de Rendimento (%)
E
fic
ie
nc
ia
 (%
)
 
Figura 2. Correlação entre a severidade de Brusone (% de área atacada) e o 
rendimento de grãos (Kg/ha). 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AGRIANUAL. Anuario da Agricultura Brasileira. 10ª Edição. FNP, São Paulo – SP, 2005. 520p. 
GOMES A., S., MAGALHAES JUNIOR, A., M., et. al.. Arroz Irrigado no Sul do Brasil. Brasília – 
DF: Embrapa informação tecnológica, 2004. 899 p. 
BALARDIN, R., S., BORIN, R., C.. Doenças na Cultura do Arroz Irrigado. Santa Maria – RS: O 
Autor, 2001. 
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz Irrigado: 
recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Itajaí, SC: SOSBAI, 2003.126. 
MENEZES, V., G., MACEDO, V., R., M., ANGHINONI, I.. Projeto 10: Estratégias de Manejo 
para o Aumento de Produtividade, Competitividade e Sustentabilidade da Lavoura de 
Arroz do RS. Cachoeirinha – RS. IRGA, Divisão de Pesquisa - 2004. 32p. 
 488 
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE ISOLADOS BACTERIANOS NO BIOCONTROLE 
DA MANCHA-PARDA E DA ESCALDADURA EM ARROZ IRRIGADO 
 
Juliane Ludwig1, Andréa B. Moura1, Candida R.J. de Farias1, Daniel F. da Rosa1, Vanessa N. 
Soares1. 1-Universidade Federal de Pelotas FAEM/DFs - Campus Universitário s/nº, C.P. 354, 
CEP:96010-900. juludwig@yahoo.com.br 
 
 
O arroz é um dos alimentos mais consumidos. É plantado em praticamente todo território 
nacional, sendo o Rio Grande do Sul um dos principais produtores. Essa cultura, no entanto, 
geralmente é atacada por inúmeras doenças, que podem causar perdas significativas na 
produção. 
A doença conhecida como mancha-parda, causada pelo fungo Bipolaris oryzae (Breda de 
Hann) Shem, tem sido consideradaa segunda doença mais importante para a cultura na maioria 
dos países que cultivam o arroz (Ou, 1985), causando os maiores danos às lavouras gaúchas, 
quando da germinação das sementes, causando a morte das plântulas (Bedendo, 1997). 
Segundo Ou (1985), essa doença causa o enfraquecimento de plantas adultas, podendo afetar a 
formação dos grãos. 
A escaldadura, causada por Gerlachia oryzae (Hashioka & Yokogi) W. Gams vem 
ocorrendo em níveis considerados altos em todas as regiões produtoras de arroz no Brasil. 
Lesões causadas por este patógeno provocam a destruição da área fotossintetizante, esterilidade 
de flores, podridão das raízes e coleóptilo (Webster e Grunnel, 1992). A doença, além de afetar 
folhas, também ataca colmo e panículas, manifestando-se nas fases de perfilhamento e 
emborrachamento (Prabhu e Filippi, 1997). 
A adoção de cultivares/variedades resistentes é uma alternativa preconizada na maioria 
dos trabalhos, e, em muitos casos, torna-se a única alternativa viável para produtores de arroz no 
controle destas doenças. No entanto, a alta variabilidade dos isolados, verificada por Prabhu e 
Bedendo (1982) e por Artigiani Filho e Bedendo (1995), faz com que estas percam rapidamente a 
característica desejável. Assim sendo, torna-se essencial a busca de novas práticas que 
possibilitem o controle destas doenças, sendo que o controle biológico aparece como uma 
alternativa viável. 
Deste modo, o objetivo deste trabalho foi verificar o potencial de bactérias pré-
selecionadas por Ludwig et al. (2004), sobre o biocontrole de B. oryzae e G. oryzae, em casa-de-
vegetação. 
Os isolados bacterianos DFs185 (Pseudomonas sp.), DFs223 (P. amygdali), DFs306 
(ainda não identificado), DFs416 (Bacillus cereus) e DFs418 (Bacillus subtilis), pré-selecionados 
para o biocontrole de B. oryzae (DFs185, DFs223 e DFs306) e de G. oryzae (todos) (Ludwig et 
al., 2004), após 24 horas de crescimento, foram usados para microbiolizar as sementes de arroz 
da cultivar El Passo. A suspensão de cada um dos isolados foi preparada com solução salina 
(NaCl 0,85%), com a concentração ajustada para OD540=0,5. A microbiolização ocorreu sob 
agitação por 30 minutos à temperatura de 10ºC. 
O ensaio foi conduzido em casa-de-vegetação não climatizada, em vasos com 
capacidade para 5Kg. O delineamento do experimento foi inteiramente casualizado. 
Para a inoculação, utilizou-se a técnica da aspersão da suspensão de esporos na 
concentração de 105 conídios/mL para B. oryzae e, 104 conídios/mL para G. oryzae, aplicados no 
estádio de emborrachamento. Para ambos patógenos, as plantas foram mantidas em câmara 
úmida 24 horas antes e 48horas após a inoculação. 
 A avaliação da severidade ocorreu aos 7, 14 e 21 dias após a inoculação dos fungos, 
segundo escala desenvolvida pela IRRI (1985). Os resultados foram submetidos ao cálculo da 
área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) através do programa Gwbasic. No ponto 
de colheita, foram contados o número de panículas por planta (NPP), posteriormente os grãos 
foram retirados e determinados os pesos frescos de grãos cheios (PGC), de grãos chochos 
(PGCH) e ainda foi dada uma nota que associa quantidade e intensidade de grãos manchados 
(Farias, não publicado), 
 489 
No ensaio conduzido para a mancha-parda (Tabela 1), observou-se que o menor 
progresso da doença ocorreu nas plantas microbiolizadas com o isolado DFs306 e nas tratadas 
com o fungicida, reduzindo a severidade da mancha parda em até 74 e 68%, respectivamente. O 
isolado DFs185 mostrou a maior porcentagem de grãos manchados, inclusive superior à 
testemunha. Acredita-se que este fato tenha ocorrido devido à desuniformidade de 
desenvolvimento entre os diferentes tratamentos. As plantas oriundas de sementes 
microbiolizadas com DFs185, sendo as únicas que se encontravam realmente no estádio de 
florescimento no momento da inoculação, que é considerado o mais propício à infecção nos grãos 
(Prabhu e Filippi, 1997), estariam mais predispostas que as demais, à infecção pelo patógeno. 
 
Tabela 1. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), grãos manchados 
(Nota), peso de grãos cheios (PGC) (g), peso de grãos chochos (PGCH) (g) e 
número de panículas (NP) de plantas inoculadas com B. oryzae no estádio de 
emborrachamento, oriundas de sementes microbiolizadas com diferentes 
bactérias, e conduzidas em casa-de-vegetação, em avaliação realizada 40 dias 
após a inoculação. 
 
Tratamento AACPD Nota* PGC PGCH NP 
DFs185 40,7a1 2,04a1 19,15a1 1,52ab1 6,83a1 
DFs223 13,2a 1,85a 19,50a 0,75b 5,50a 
DFs306 9,6a 1,85a 17,84a 1,16ab 5,83a 
Test 36,7a 1,85a 11,24b 2,21a 5,50a 
Test+Fung 11,8a 1,58a 18,38a 0,97ab 4,75a 
1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 
5%. Test= Testemunha tratada com salina; Test+Fung= Tratamento com salina mais o 
fungicida Vitavax+Thiran 
*Valores transformados para 5,0+x 
 
Com relação ao peso de grãos cheios, todos os isolados mostram-se significativamente 
superiores à testemunha, sendo que os isolados DFs223, DFs185 e DFs306 proporcionaram 
incrementos de 74, 70 e 59%, respectivamente. O isolado DFs223 foi o único que mostrou peso 
de grãos chochos estatisticamente inferior à testemunha, embora os demais tratamentos não 
tenham diferido entre si (Tabela 1). 
Já no ensaio conduzido para a escaldadura (Tabela 2), verificou-se que todos os 
tratamentos reduziram o progresso da doença, destacando-se os isolados DFs416 e DFs185, que 
diferiram estatisticamente da testemunha e diminuíram a escaldadura em até 64 e 60%, 
respectivamente, comportando-se de forma similar ao tratamento com fungicida. Embora todos os 
tratamentos tenham reduzido a porcentagem de grãos manchados, nenhum tratamento diferiu 
significativamente da testemunha (Tabela 2). Foi observada, ainda, a redução na produção das 
plantas oriundas de sementes microbiolizadas pelos isolados DFs416 e DFs418, possivelmente 
explicada pelo baixo número de panículas. Por outro lado, em trabalhos anteriores utilizando 
estes isolados, onde se avaliou o perfilhamento não se pôde observar quaisquer diferenças entre 
a testemunha e os demais tratamentos quanto a este aspecto, entretanto as bactérias em questão 
permitiram o aumento do peso de grãos secos (Santos et al., 2001). 
Os isolados utilizados apresentam potencial de uso, principalmente aqueles que se 
destacaram como controladores dos dois patógenos (DFs185, DFs223 e DFs306). Há, portanto, 
razões para crer que estes isolados poderão proporcionar efeitos similares aos obtidos em casa-
de-vegetação quando forem testados a campo, gerando aumento de produção, como aqueles 
obtidos por Vidhyasekaran et al. (1997), utilizando P. fluorescens para controle de B. oryzae, com 
resultados similares ao do fungicida utilizado, bem como os obtidos por Johansson et al. (2003), 
 490 
microbiolizando sementes de trigo com Pantoea aglomerans para controle de Microdochium 
nivale resultando em mesmos níveis aos proporcionados pelo fungicida acetato de guazatina, 
Tabela 2. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), grãos manchados 
(Nota), peso de grãos cheios (PGC) (g), peso de grãos chochos (PGCH) (g) e 
número de panículas (NP) de plantas inoculadas com G. oryzae no estádio de 
emborrachamento, oriundas de sementes microbiolizadas com diferentes 
bactérias, e conduzidas em casa-de-vegetação, em avaliação realizada 40 dias 
após a inoculação. 
Tratamento AACPD Nota PGC PGCH NP 
DFs185 25,1b1 1,40a1 17,18a1 1,86ab1 6,75a1 
DFs223 29,6ab 1,40a 16,67a 2,41ab 6,50a 
DFs306 28,6ab 1,56a 21,65a 1,08b 6,25a 
DFs416 23,2b 1,22a 5,22b 0,60b 3,00b 
DFs418 46,8ab 1,58a 3,80b 0,58b 2,50b 
Test 63,0a 2,12a 7,28b 3,63a 2,12a 
Test+Fung 32,7ab 1,40a 20,61a 1,58ab 1,40a 
1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 
5%. Test= Testemunha tratada com salina; Test+Fung= Tratamento com salina mais o 
fungicida Vitavax+Thiran*Valores transformados para 5,0+x 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARTIGIANI FILHO, V.H.; BEDENDO, I.P. Patogenicidade de Helminthosporium oryzae a algumas 
espécies de gramíneas. Scientia Agrícola, v.52, n.1, p.132-134, 1995. 
BEDENDO, I.P. Doenças do arroz (Oryza sativa L.). In KIMATHI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN 
FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. Manual de fitopatologia: doenças de 
plantas cultivadas. São Paulo: Agronômica CERES, 1997, 3ed., v.2, p.85-89. 
INTERNACIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Stándart Evaluación System for Rice. 4ed., 
Manilia, 1996. 52p. 
JOHANSSON, P.M.; JOHNSSON, L.; GERHARDSON, B. Supression of wheat-seedling disease 
caused by Fusarium culmorum and Microdochium nivale using seed treatment, Plant 
Pathology, v.52, p.219-227, 2003. 
LUDWIG, J.; MOURA, A.B.; SANTOS. A.S.; LIMA, N.; FARIAS, D.R. Biocontrole de mancha-
parda e escaldadura do arroz, em casa-de-vegetação, pela microbiolização de sementes. 
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PATOLOGIA DE SEMENTES, 8, 2004, João Pessoa, 
Anais...João Pessoa, 2004. p.184. 
OU, S.H. Rice Disease. 2. ed. KEW: CMI, 1985. 380p. 
PRABHU, A.S.; FILIPPI, M.C. Arroz (Oryza sativa L.) controle de doenças. In: VALE, F.X.R.; 
ZAMBOLIM, L. Controle de doenças de plantas. Viçosa: Ministério da Agricultura e 
Abastecimento, 1997, v.1. 554p. 
PRABHU, A.S.; BEDENDO, I.P. Reação de diversos gêneros e espécies de gramíneas à infecção 
por Rhynchosporium oryzae. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.17, n.5, p.703-708, 
1982. 
SANTOS, A.S.; MOURA, A.B.; SILVEIRA, A.O. Promoção de crescimento de plantas de arroz 
induzida por bactérias pré-selecionadas para o biocontrole da mancha parda, Fitopatologia 
Brasileira, v.26 (Suplemento), p.300. 2001 (Resumo). 
VIDHYASEKARAN, P.; RABINDRAN, R.; MUTHAMILAN, M.; NAYAR, K.; RAJAPPAN, K.; 
SUBRAMANIANA, N.; VASUMATHI, K. Development of a powder formulation of 
Pseudomonas fluorescens for control of rice blast. Plant Pathology, v.46, p.291-297, 1997. 
WEBSTER, R.K. GRUNNEL, P.S. Compendium of rice disease. APS Press. ST Paul, 
Minessota, 62p. 1992. 
 491 
COMPARAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DE DOENÇAS E 
INCREMENTO DE RENDIMENTO DO CULTIVAR IRGA 417 EM DONA FRANCISCA, 
RIO GRANDE DO SUL 
 
João L. Nunes Maciel(*1), Ezequiel Saraiva Pereira(*2), José Mário Tagliapietra(3), Catiane M. dos 
Santos(2), Dieter Kempf(2). Embrapa Trigo, 1Embrapa Trigo, C.P. 451, CEP 99001-970, Passo 
Fundo, RS, e-mail: jmaciel@cnpt.embrapa.br; 2 Estação Experimental do Arroz, Instituto Rio-
Grandense do Arroz, (EEA-IRGA), C.P. 29, CEP 94930-030, Cachoeirinha, RS; 3Cooperativa 
Agrícola Mista Nova Palma Ltda. (CAMNPAL), CEP 97280-000, Dona Francisca, RS. 
 
 
Um importante fator limitante para a cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul é a 
ocorrência de doenças fúngicas nos colmos, folhas, panículas e grãos. Nesse aspecto, de todas 
as doenças que afetam a cultura, a brusone continua sendo a mais prejudicial devido, 
principalmente, ao seu alto potencial destrutivo. No entanto, perdas consideráveis no rendimento 
e qualidade dos grãos também têm sido atribuídas a doenças como a mancha parda, as 
rizoctonioses, a escaldadura, a mancha de grãos, a cercosporiose, entre outras (Maciel & 
Tronchoni, 2003). As principais medidas recomendadas para o controle dessas doenças estão 
relacionadas ao uso de cultivares resistentes e ao manejo da cultura, incluindo-se nesse item a 
utilização de fungicidas (Ribeiro, 1989). 
No entanto, para que o emprego de fungicidas se torne uma alternativa eficiente e viável 
de controle é muito importante conhecer a eficiência dos produtos disponíveis no mercado. 
Atualmente, existe pouca disponibilidade informações sobre o efeito da aplicação de fungicidas, e, 
em especial, a ação de novas moléculas, sobre o rendimento das cultivares lançadas nos últimos 
10 anos. 
Assim, este trabalho foi realizado com os objetivos de verificar a eficiência dos principais 
fungicidas comercializados, registrados ou em fase de pré-lançamento para a cultura do arroz 
irrigado sobre o rendimento de grãos, e o controle de doenças desta cultura. 
O experimento foi conduzido em uma lavoura localizada no município de Dona Francisca, 
Rio Grande do Sul. O sistema de preparo do solo adotado foi o convencional, sendo que a 
semeadura foi realizada no dia 09 de novembro de 2003 com o cultivar IRGA 417, na densidade 
de 140 Kg/ha. O solo apresentava as seguintes características químicas antes da semeadura: pH 
em água, 5,1; índice SMP, 6,5; matéria orgânica, 1,1%; fósforo, 16,3 mg/L e potássio, 32 mg/L. A 
adubação de semeadura utilizada foi nas doses de 22, 44 e 75 Kg/ha de N, P2O5 e K2O, 
respectivamente. Utilizou-se 100 kg/ha de N em cobertura, sendo 2/3 aplicado no seco (3-4 
folhas) e 1/3 antes da diferenciação da panícula (9 folhas). O delineamento experimental foi de 
blocos ao acaso, com 4 repetições e 9 tratamentos (Tabela 1). As dimensões de cada parcela 
foram de 4,0 x 4,0 m (16 m2). Os herbicidas usados foram o Glifosato, antes da semeadura, na 
dose 2,5 L/ha, e o Clomazone e o Ethoxysulfuron, em pós-emergência inicial, nas doses de 1 L/ha 
e 120 g/ha, respectivamente. Realizaram-se duas aplicações de fungicidas, a primeira, no estádio 
inicial de emissão das panículas, com 10 a 15% das panículas emitidas, em 26 de janeiro de 
2004, e a segunda, 15 dias após. A aplicação dos fungicidas foi realizada com pulverizador costal, 
com pressão de gás carbônico e com uma vazão de calda de 150 L/ha. O efeito dos tratamentos 
sobre o rendimento de grãos foi estimado com base na colheita de 4 m2 por parcela. O efeito 
desses mesmos tratamentos sobre a severidade das doenças foi determinado de acordo com a 
intensidade dos sintomas de escaldadura, rizoctoniose, mancha parda e mancha de grãos. Para 
verificar a reação das plantas a cada uma das doenças, 10 plantas de cada parcela foram 
escolhidas ao acaso no estádio R7 da escala de Counce et al. (2000) e submetidas à avaliação. 
Adotou-se escalas diagramáticas preconizadas pelo sistema internacional de avaliação de 
doenças do arroz específicas para cada doença avaliada (IRRI, 1996). A análise de variância dos 
dados de rendimento foi realizada sem transformação, enquanto que os dados das avaliações 
das quatro doenças avaliadas foram transformados em 10+x . As médias foram comparadas 
pelo teste de Tukey, ao nível de 0,05 de probabilidade. 
 492 
Não se verificou efeito significativo do tratamento químico sobre o rendimento de grãos 
(Tabela 2). No entanto, a média de rendimento, das parcelas submetidas à aplicação com 
Tebuconazole, foi de 9763 Kg/ha, enquanto que a média das parcelas em que não houve a 
aplicação de fungicidas (testemunha) foi de 8961 Kg/ha, ou seja, uma diferença de 802 Kg/ha. O 
fungicida Azoxystrobin proporcionou uma diferença, em relação à testemunha de 613 Kg/ha. A 
importância desse aspecto está relacionada ao desempenho que este fungicida tem demonstrado 
em outros ensaios comparativos, caracterizando a estabilidade de sua eficácia. Os tratamentos 
promoveram diferenças na severidade das quatro doenças avaliadas. Com exceção da 
rizoctoniose, observou-se uma tendência de que as plantas mais afetadas pelas doenças fossem 
aquelas localizadas nas parcelas testemunhas. Nesse aspecto, é importante ressaltar, que, nos 
casos da mancha parda, mancha de grãos e da escaldadura verificou-se diferença entre a 
severidade dessas doenças no tratamento testemunha e nos dois tratamentos em que se 
registraram os maiores valores absolutos de rendimento de grãos (Tebuconazole e Azoxystrobin). 
Tal situação comprova a proposição de que determinados fungicidas também afetam 
significativamente a sanidade das folhas, panículas e grãos. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
COUNCE, P.A., KEISLING, T.C., MITCHELL, A.J. A uniform, objective, and adaptive system for 
expressing rice development. Crop Science, v.40, p.436-443. 2000. 
INTERNATIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Standard evaluation system for rice. Manilla: 
INGER/genetic Resources Center,1996. 52p. 
MACIEL, J.L.N., TRONCHONI, J.G. Avaliação de fungicidas para o controle de doenças da parte 
aérea do cultivar IRGA 417. In: III CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO e 
REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25, 2003, Camboriú, SC. Anais ..., 
EPAGRI, 2003. p.332-334. 
RIBEIRO, A. S. Controle integrado das doenças do arroz irrigado. Pelotas. EMBRAPA-CPATB. 
1989. 29p. Circular Técnica, 3. 
 
 
Tabela 1. Tratamentos utilizados para avaliação de fungicidas no controle de doenças da 
cultura do arroz irrigado no município de Dona Francisca, RS, safra 2003-04. 
 
Tratamentos 
 Nome técnico Nome comercial 
Dose (i.a./ha) 
 
1 Tricyclazole Bim 750 BR 225 g 
2 Tricyclazole +Edinfenfós Bim 750 BR + Hinosan 500 CE 
225 g + 0,75 L 
3 Edinfenfós Hinosan 500 CE 0,75 L 
4 Carbendazin Derosal 500 SC 0,5 L 
5 Tebuconazole Folicur 200 CE 0,15 L 
6 Azoxystrobin Priori 100 g 
7 Kasugamicina Hokko Kasumin 30 g 
8 Clorotalonil Dacostar 500 1,50 L 
9 Testemunha -- -- 
 
493 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2. Rendimento de grãos e severidade de doenças do cultivar de arroz IRGA 417 submetido ao tratamento com fungicidas no município 
de Dona Francisca, RS, safra 2003-04. 
 
Severidade 
Tratamento Dose PC/ha 
Rendimento 
Kg/ha Mancha parda Mancha de grãos Escaldadura Rizoctoniose 
 
Tebuconazole 0, 75 L 9763 0,07 g* 0,22 b 0,74 cd 0,48 d 
Azoxystrobin 0,4 L 9574 0,70 def 0,25 b 1,29 bc 0,75 abcd 
Kasugamicina 1,5 L 9331 0,79 cde 0,27 b 2,36 a 1,47 a 
Tricyclazole +Edinfenfós 300 g + 1,5 L 9220 0,32 efg 0,20 b 1,55 b 0,95 abcd 
Carbendazin 1 L 9086 0,20 fg 0,29 b 1,20 bcd 0,90 abcd 
Edinfenfós 1,5 L 9067 0,29 efg 0,32 b 1,37 bc 0,53 bcd 
Clorotalonil 3 L 9010 1,16 cd 0,27 b 2,55 a 0,52 cd 
Tricyclazole 300 g 8951 1,72 ab 0,70 a 2,73 a 1,29 ab 
Testemunha - 8961 1,94 a 0,44 ab 2,76 a 0,65 bcd 
Média 9141 0,76 0,30 1,76 0,82 
Coeficiente de variação (%) 9,20 1,20 2,22 13,25 1,69 
Probabilidade > F 0,42 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 
* Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 0,05 de probabilidade.
 
 494 
CONTROLE DE DOENÇAS EM LAVOURAS COMERCIAIS DE ARROZ IRRIGADO 
COM O FUNGICIDA AZOXYSTROBIN 
 
Tatiana Brum Fontoura(1), Valmir Gaedke Menezes(2). 1Syngenta Proteção de Cultivos Ltda, Rua 
Gal. Lima e Silva, 234/509, CEP 90050-100, Porto Alegre, RS. 
E-mail: tatyfontoura@yahoo.com.br. 2 Estação Experimental do Arroz, Instituto Rio Grandense do 
Arroz (EEA – IRGA), CEP 94930-030, Cachoeirinha, RS. 
 
 
A importância das doenças fúngicas vem aumentando na cultura do arroz irrigado no Rio 
Grande do Sul, na medida em que elas podem causar redução no rendimento e qualidade de 
grãos. Balardin (2003) estima que as doenças possam reduzir em média, 10 a 15% do potencial 
de produção. 
A brusone é considerada a doença mais importante do arroz. Sua distribuição é bastante 
ampla, as perdas são variáveis em função da variedade cultivada, dos fatores climáticos e do 
manejo que é dado à lavoura. Afeta diretamente a formação dos grãos, diminuindo a 
produtividade e a qualidade de grãos. Na maioria dos anos, os ataques dessa doença no Rio 
grande do Sul são endêmicos. Em segundo lugar em importância econômica esta a mancha 
parda (Prabhu; Filippi, 1997). Ela pode ocasionar sintoma nos grãos e esterilidade de espiguetas, 
em ataques associados com a ocorrência de temperaturas baixas durante a floração (Gomes et 
al., 2004). A escaldadura vem aumentando sua severidade à medida que foi introduzida cultivares 
semi-anãs. As lavouras atacadas apresentam amarelecimento geral e com as pontas das folhas 
secas. A mancha dos grãos geralmente ocorre em lavouras semeadas em épocas tardias, 
podendo surgir em menor freqüência nas demais épocas. Os grãos manchados causam redução 
no rendimento de grãos inteiros, depreciando a sua aparência e qualidade (Gomes et al., 2004). 
O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito do fungicida Azoxystrobin 
(Priori) no rendimento e a qualidade de grãos, na severidade dos sintomas de brusone, 
escaldadura, mancha parda e mancha do grão na cultura do arroz irrigado. 
O trabalho foi instalado em lavouras comerciais em seis regiões orizícolas do estado do 
Rio Grande do Sul e diferentes cultivares de arroz. As seis regiões, locais, cultivares e épocas de 
semeadura foram as seguintes: Zona Sul – Arroio Grande – IRGA 422CL – 30/10/04, Fronteira 
Oeste – Uruguaiana – Qualimax 1 - 19/10/04 e São Borja – IRGA 422CL – 27/10/04, Planície 
Costeira Externa – Capivari do Sul – BR IRGA 417 – 20/11/04, Campanha – Dom Pedrito – El 
Passo L 144 – 27/09/04, Planície Costeira Interna – Camaquã – IRGA 422CL – 22/10/04 e 
Eldorado do Sul – IRGA 422CL -04/10/04, Depressão Central – Cachoeira do Sul – IRGA 422CL 
– 27/10/04. 
 Realizou-se uma aplicação da dose recomendada de Azoxystrobin (400 ml p.c. ha-1), 
aplicado no início da emissão da panícula, com 3 a 5% das panículas emitidas. A aplicação foi 
realizada via aérea, utilizando uma vazão de 30L ha-1 e utilização de adjuvante (óleo mineral 
específico) Nimbus a 0,5 L ha-1 e uma área testemunha não aplicada. A dimensão da área tratada 
foi de 20 ha. As áreas experimentais seguiram o manejo proposto para alta produtividade - 
Projeto 10 do IRGA (Menezes et al., 2004). Foram avaliados a severidade das doenças, a 
esterilidade de espiguetas, o rendimento e a qualidade de grãos. O rendimento de grãos foi 
estimado em algumas áreas colhidas com máquina e em outras foram coletados amostras de 
6m2, os resultados foram expressos em kg ha-1. A esterilidade das espiguetas foi obtida em 
amostras de 10 panículas coletadas em cada tratamento. Para avaliação das doenças, adotaram-
se escalas diagramáticas preconizadas pelo sistema internacional de avaliação de doenças do 
arroz específicas para cada doença (IRRI, 1996). 
Os dados evidenciam que houve severidade de doenças em apenas três lavouras 
(Tabela 1). A ocorrência de brusone com severidade foi observada nas áreas de Uruguaiana e 
Capivari do Sul. Na primeira lavoura, a cultivar semeada foi Qualimax 1 com uma densidade de 
semeadura alta e a irrigação foi por aspersão. Na lavoura de Capivari do Sul, a cultivar utilizada 
foi BR Irga 417, semeada fora da época recomendada para a obtenção de altas produtividades. 
 
 495 
Nessa mesma lavoura de Capivari do Sul, houve ocorrência severa de mancha parda e mancha 
dos grãos. A terceira área com problema de doença, foi à lavoura de Dom Pedrito semeada com 
a cultivar El Passo L 144 , onde houve ataque severo de escaldadura. 
O rendimento de grãos foi superior nas áreas tratadas com fungicida e a esterilidade de 
espiguetas menor nas lavouras onde a presença de doenças foi avaliada com severidade (Tabela 
2). A exceção foi à lavoura de Eldorado do Sul, onde houve diferenças entre os tratamentos e não 
se constatou nível de severidade para as doenças avaliadas. A variação do rendimento de grãos 
nessas áreas foi de 29, 44, e 60 sacos ha-1, respectivamente, para as lavouras de Uruguaiana, 
Capivari do Sul e Dom Pedrito. O rendimento de grãos inteiros foi similar nas áreas tratadas e não 
tratadas com fungicidas em todas as lavouras avaliadas. 
O controle de brusone, mancha parda, mancha de grãos e escaldadura com o fungicida 
Azoxystrobin nos em três locais em que houve severidade de doenças foi satisfatório (Tabela 1). 
Vale ressaltar também, que a sanidade da maioria das áreas tratadas foi superior àquelas em que 
não houve aspersão do fungicida, embora não tenha contribuído para melhor a produtividade 
porque o grau de severidade das doenças era baixo. 
Considerando os resultados obtidos no trabalho conclui-se que: a aplicação do fungicida 
Azoxystrobin (Priori) contribui para reduzir a severidade das doenças avaliadas e para manter o 
potencial de rendimento de grãos das lavouras com doenças em nível de severidade. 
 
 
Tabela 1. Severidade de brusone, escaldadura, mancha parda e manchados grãos em 
oito lavouras comerciais no RS, em função do tratamento com Azoxystrobin, 
Porto Alegre – RS, safra 2004-05. 
 
 
Severidade1 Locais Tratamento Brusone Escaldadura M. Parda M. Grão 
Tratada 0 0 0 0 Arroio Grande 
(IRGA 422CL) Não tratada 00 1,06 0,63 0,57 
Tratada 0,73, 0 0,5 0 Uruguaiana 
(Qualimax 1) Não tratada 4,38 0 3,5 0 
Tratada 0 0 0 0 São Borja 
(IRGA 422CL) Não ratada 0 0 0,5 0,19 
Tratada 3,35 1,12 5,12 6,13 Capivari do Sul 
(BR IRGA 417) Não ratada 4,52 1,13 7,75 9,37 
Tratada 0 0 0 0 Dom Pedrito 
(El Passo L 144) Não ratada 0 5,87 0 0,88 
Tratada 0 1,13 0,5 0 Camaquã 
(IRGA 422CL) Não ratada 0 1,81 2,5 0,44 
Tratada 0 0,5 0,81 0 Eldorado do Sul 
(IRGA 422CL) Não tratada 0 0 1,13 0,5 
Tratada 0 0 0,19 0,06 Cachoeira do Sul 
(IRGA 422CL) Não tratada 0 0 2,82 0,63 
1Os valores de severidade referem-se a notas de escalas diagramáticas que variam de 0 a 9. 
 
 
 496 
Tabela 2. Rendimento de grãos de arroz irrigado em função do tratamento com fungicida 
Azoxystrobin, em oito lavouras comerciais no RS, Porto Alegre – RS, safra 
2004-05. 
 
Locais Tratamento Rendimento
1 
(kg ha-1) 
Esterilidade 
(%) 
Diferença 
(sacos) 
Tratada 6117 24,09 Arroio Grande 
(IRGA 422CL) Não tratada 6107 32,78 
0,2 
Tratada 6734 16,87 Uruguaiana 
(Qualimax 1) Não tratada 5280 34,19 
29 
Tratada 8909 12,52 São Borja 
(IRGA 422CL) Não tratada 8632 17,85 6 
Tratada 6133 17,91 Capivari do Sul 
(BR IRGA 417) Não tratada 3766 19,06 47 
Tratada 11096 10,84 Dom Pedrito 
(El Passo L 144 ) Não tratada 8075 10,90 60 
Tratada 7950 13,34 Camaquã 
(IRGA 422CL) Não tratada 7583 18,36 
2,5 
Tratada 7225 7,89 Eldorado do Sul 
(IRGA 422 CL) Não tratada 5024 11,11 
44 
Tratada 9530 18,80 Cachoeira do Sul 
(IRGA 422CL) Não tratada 9012 24,10 
10 
1 Umidade de grãos corrida para 13%. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BALARDIN, R.S. Doenças do arroz. Santa Maria, Ed. Do Autor, 2003, 57p. 
GOMES, A. S.; JÚNIOR, A. M. M. Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília, DF: Embrapa 
Informação Tecnológica, 2004, p. 899. 
INTERNATIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Standard evaluation system for rice. Manilla: 
INGER/genetic Resources Center, 1996. 52p. 
MENEZES, V.G.; MACEDO, V.R.M.; ANGUINON I. Projeto 10:estratégias de manejo para o 
aumento de produtividade, competitividade e sustentabilidade da lavoura de arroz 
irrigada no RS. Cachoeirinha: IRGA. Divisão de Pesquisa, 2004, 32p. 
PRABHU, A.S.; FILLIPI, M.C. Arroz (Oryza sativa L.) Controle de doenças. In: Controle de 
Denças de Plantas: Grandes culturas. Ed.: VALE, F.X.R. do, ZAMBOLIN, L. Viçosa: UFV, 
Departamento de Fitopatologia; Brasília: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1997. 
p. 51-79. 
 
Agradecimentos: Aos produtores e aos Técnicos do IRGA. 
 
 
 497 
CONTROLE QUÍMICO DE DOENÇAS FOLIARES NA CULTURA 
DO ARROZ IRRIGADO 
 
Guilherme de Almeida Rubin, Marcelo Temp Moreira, Lucas Navarini, Leandro José Dallagnoll, 
Marcelo Gripa Madalosso, Ricardo Silveiro Balardin. Universidade Federal de Santa Maria, Centro 
de Ciências Rurais, Departamento de Defesa Fitossanitária, Santa Maria, CEP 97111-970, 
Cx.Postal 5025, guilherme.rubin@gmail.com 
 
 
A orizicultura gaúcha responde por 50% da produção nacional com um rendimento médio 
aproximado de 6 t/ha (safra 2003/2004). A manutenção de alta produtividade possibilita maior 
competitividade no mercado, sendo um dos maiores desafios na cultura de arroz irrigado. 
Entretanto, são diversos os fatores que podem reduzir significativamente o rendimento da cultura, 
destacando-se as doenças cujos trabalhos experimentais têm mostrado redução no rendimento 
variável entre 20% e 50% (BALARDIN 2001; CELMER, 2004). 
O uso de cultivares resistentes, sementes livres do patógeno, tratamento de sementes, e 
aplicação de fungicidas da parte aérea (BALARDIN 1999) são estratégias eficientes de controle. 
Contudo, a integração destas medidas possibilita ganhos efetivamente econômicos. Este trabalho 
objetivou avaliar os danos causados por mancha marrom (Drechslera oryzae), escaldadura 
(Rhynchosporium oryzae) e mancha estreita (Cercospora oryzae), bem como a resposta a 
diferentes fungicidas quando aplicados na parte aérea no estádio B55 (estádio de emissão de 
panícula). O experimento foi conduzido em lavoura comercial no município de São Vicente do Sul, 
cultivar Epagri 108, com uma população de 300.000 plantas/ha, utilizando o sistema de 
semeadura convencional. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com quatro 
repetições e 14 tratamentos: Triciclazole (2,50 L/ha), Azoxistrobin (0,40 L/ha), Tebuconazole (0,60 
L/ha), Trifloxystrobin + Propiconazole (0,50 L/ha), Carbendazim (1,00 L/ha), Azoxistrobin + 
Cyproconazole (0,40 L/ha), Myclobutanyl (0,50 L/ha), Cercobin (2,00 L/ha) , Flutriafol + tiofanato 
metílico (0,60 e 0,70 L/ha), Famoxadone + fluzilasole (0,60 e 0,70 L/ha), Tetraconazole (0,60 
L/ha) e uma parcela testemunha. A unidade experimental mediu 3m de largura por 5m de 
comprimento, descartando-se a bordadura de 0,5m de cada lateral e de cada cabeceira da 
parcela, perfazendo uma área útil de 8 m². 
As avaliações de severidade de doença foram realizadas aos 7, 14 e 21 dias após a 
aplicação, considerando as doenças mais incidentes no tratamento testemunha. O rendimento de 
grãos foi obtido a partir das plantas da área útil da parcela experimental, sendo trilhadas com 
batedor estacionário marca Triton. Foi medindo a umidade do grão para permitir o cálculo do 
rendimento final após corrigida a 13%, para contagem de mil grãos e rendimento de engenho. Os 
dados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey para comparação múltipla de médias (p≤0.05) 
utilizando o software Plotit (versão 3.2, Windows). 
Os resultados obtidos mostraram influência do controle químico no rendimento de campo, 
e rendimento industrial. O dano máximo observado foi de 47,6%, em quanto a menor resposta foi 
de 1,2%. Foi observado melhor desempenho das estrobilurinas (isoladas ou em mistura) em 
relação aos demais tratamentos, sendo que as parcelas tratadas com Trifloxystrobin + 
Propiconazole (0,50 L/ha), apresentaram maior rendimento. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BALARDIN, R., S., BORIN, R., C. Doenças na Cultura do Arroz Irrigado. Santa Maria, 2001. 
48p. il. 
MENEZES, V., G., MACEDO, V., R., M., ANGHINONI, I. Projeto 10: Estratégias de Manejo 
para o Aumento de Produtividade, Competitividade e Sustentabilidade da Lavoura de 
Arroz do RS. Cachoeirinha – RS. IRGA, Divisão de Pesquisa - 2004. 32p. 
 
498 
 
Tabela 1. Severidade média de mancha marrom (Drechslera oryzae), escaldadura (Rhynchosporium oryzae) e mancha 
estreita (Cercospora oryzae), eficácia (%) dos tratamentos devido à aplicação de fungicidas. Santa Maria-RS, 
2005. 
 
Tratamentos Mancha Marrom (%) Escaldadura (%) Mancha Estreita (kg/ha) 
Fungicida Dose Média p≤0,05 Efi. Média p≤0.05 Efi. Média p≤0.05 Efi. 
Triciclazole 2,50 6,46 d 72,34 2,40 ab 77,44 0,38 cde 89,36 
Azoxistrobin 0,40 3,73 ab 84,06 2,46 abc 76,85 0,38 cde 89,36 
Tebuconazole 0,60 5,44 c 76,73 2,84 cd 73,33 0,09 a 97,52 
Trifloxystrobin + Propiconazole 0,50 4,91 c 78,97 2,38 ab 77,67 0,30 bcd 91,49 
Carbendazim 1,00 9,59 f 58,96 3,53 e 66,86 0,19 abc 94,68 
Azoxistrobin + Cyproconazole 0,40 5,18 c 77,85 2,60 bcd 75,56 0,30 bcd 91,49 
Myclobutanyl 0,50 8,45 e 63,83 2,58 bcd 75,79 0,50 de 85,82 
Cercobin 2,00 5,30 c 77,31 2,93 d 72,50 0,48 de 86,52 
Flutriafol + tiofanato metílico 0,60 3,49 ab 85,07 2,09 a 80,38 0,16 ab 95,39 
Flutriafol + tiofanato metílico 0,70 3,84 b 83,57 2,60 bcd 75,56 0,30 bcd 91,49 
Famoxadone + fluzilasole 0,60 2,99 a 87,21 2,85 d 73,21 0,18 abc 95,04 
Famoxadone + fluzilasole 0,70 3,78 ab 83,84 2,84 cd 73,33 0,09 a 97,52 
Tetraconazole 0,60 7,01 d 69,98 3,53 ef 66,86 0,55 ef 84,40 
Testemunha 23,36 g 0,00 10,64 g 0,00 3,53 g 0,00 
C.V.(%) 4,92 4,53 15,18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
499 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2. Rendimento obtido em plantas da cultivar Epagri 108 devido à aplicação de fungicidas. Santa Maria-RS,2005. 
 
Tratamentos Repetições Rendimento (kg/ha) 
Funguicida Dose 1 2 3 4 Media p≤0.05 Dif. 
Triciclazole 2,50 4518,00 3582,24 3875,86 4003,75 3994,96 abc 6,16 
Azoxistrobin 0,40 4741,16 4286,90 4580,17 4536,56 4536,20 bcd 20,54 
Tebuconazole 0,60 3685,34 3649,16 4452,41 3923,54 3927,61 abc 4,37 
Trifloxystrobin + Propiconazole 0,50 5038,28 5822,66 5802,05 5548,87 5552,96 e 47,56 
Carbendazim 1,00 3970,00 3609,00 4099,48 3892,90 3892,84 abc 3,44 
Azoxistrobin + Cyproconazole 0,40 4420,86 5468,90 4560,62 4813,70 4816,02 de 27,98 
Myclobutanyl 0,50 4353,31 4499,07 4901,07 4584,37 4584,45 cd 21,82 
Cercobin 2,00 3557,93 3726,00 4142,24 3808,64 3808,70 ab 1,21 
Flutriafol + tiofanato metílico 0,60 4443,31 4606,90 4086,21 4379,87 4379,07 abcd 16,36 
Flutriafol + tiofanato metílico 0,70 4153,79 3985,00 4510,62 4218,30 4216,93 abcd 12,06 
Famoxadone + fluzilasole 0,60 4051,59 3755,86 4062,28 3956,58 3956,58 abc 5,14 
Famoxadone + fluzilasole 0,70 4651,33 4232,41 4766,79 4548,21 4549,69 bcd 20,90 
Tetraconazole 0,60 3705,07 3821,59 4118,03 3881,57 3881,56 abc 3,14 
Testemunha 3463,48 4385,38 3433,93 3770,12 3763,23 a 0,00 
C.V.(%) 6,91 
 500 
DANOS CAUSADOS POR DOENÇAS FÚNGICAS EM CULTIVARES DE ARROZ 
IRRIGADO EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE SEMEADURA 
 
João l. Nunes Maciel(*1), Ezequiel Saraiva Pereira(*2), Catiane M. dos Santos(2), Dieter Kempf(2), 
Valmir Menezes(2), Mector Ramirez(2), Marlos Mariot(2), Carlos Alberto Fagundes(2). 1Embrapa 
Trigo, C.P. 451, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS, e-mail: jmaciel@cnpt.embrapa.br; 2Estação 
Experimental do Arroz, Instituto Rio-grandense do Arroz (EEA-IRGA), C.P. 29, CEP 94930-030, 
Cachoeirinha, RS. 
 
No Rio Grande do Sul, o dano causado pelas doenças fúngicas da parte aérea da cultura 
do arroz irrigado não tem sido estimado com precisão devido à ausência de trabalhos 
experimentais específicos. A maioria das informações disponíveis é oriunda de observações 
realizadas em lavouras comerciais em que as comparações são feitas entre uma área que se 
aplicou um determinado fungicida e outra que não se aplicou. Tais informações são 
questionáveis, pois os procedimentos para execução de experimentos de campo, tais como, 
repetição, casualização, entre outros, não são adotados. 
Um outro aspecto que também tem sido bastante questionado é se o dano causado pelas 
doenças fúngicas na cultura do arroz irrigado aumenta proporcionalmente ao avanço da época da 
semeadura da cultura. As avaliações mais freqüentes, baseadas principalmente em observações 
de lavouras comerciais, são as que os danos aumentam consideravelmente na medida em que se 
atrasa a época de semeadura. Dessa forma, a execução de experimentos que permitam verificar 
a evolução desses danos durante o ciclo da cultura torna-se muito importante. 
Assim este trabalho foi realizado na Estação Experimental do Arroz do IRGA, 
Cachoeirinha, RS, com os objetivos de quantificar o dano causado pelas doenças fúngicas e 
avaliar a influência da época de semeadura na severidade da doença em três cultivares de arroz 
irrigado. 
O experimento foi conduzido durante a estação de crescimento de 2003/04 na Estação 
Experimental do Arroz do Instituto Rio-Grandense do Arroz, em Cachoeirinha, RS. O solo da área 
é classificado como gleissolo háplico Ta Distrófico Típico (EMBRAPA,1999) e o clima do local é 
do tipo Cfa. As cultivares BR-IRGA 410, IRGA 417 E IRGA 420 foram semeadas em cinco datas 
distintas, em parcelas de 5,5 x 1,8 m. Em cada data, cada cultivar foi semeada em oito parcelas. 
O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo que, para 
cada data, somente quatro parcelas de cada cultivar é que foram tratadas com o fungicida. As 
cinco datas de semeadura foram as seguintes: 14 de outubro, 29 de outubro, 15 de novembro, 28 
de novembro e 20 de dezembro. A semeadura foi realizada no sistema de plantio direto em linhas 
espaçadas de 0,2 m, na densidade de 400 sementes aptas/m2 para as três cultivares, com 
dessecação prévia da vegetação através da aplicação do herbicida glyphosate na dose de 1.440 
g i.a./ha. Depois da emergência das plantas, um dia antes da irrigação por inundação, aplicou-se 
os herbicidas Quinclorac e Pyrazosulforon, nas doses de 20 e 375 g i.a./ha, respectivamente. 
Utilizou-se 300 Kg/ha de adubo granulado durante a semeadura contendo 5, 20 e 30% de N, P2O5 
e K2O, respectivamente. Em cobertura, se aplicou 105 Kg/ha de N na forma de uréia, sendo a 
metade aplicada no estádio V3-V4, antes da entrada da água de inundação nas parcelas, e a 
outra metade, no estádio (V8 e V9) (Counce et al., 2000). 
Realizou-se duas aplicações de fungicidas na parte aérea das plantas, a primeira, no 
estádio inicial de emissão das panículas, com 10 a 15% das panículas emitidas, em 26 de janeiro 
de 2004, e a segunda, 15 dias depois. O fungicida utilizado foi o Azoxystrobin na dose de 100 g 
de i.a/ha. A aplicação do fungicida foi realizada com pulverizador costal, com pressão de gás 
carbônico e com uma vazão de calda de 150 L/ha. As demais práticas culturais foram realizadas 
conforme as recomendações técnicas da pesquisa para o arroz irrigado no sul do Brasil (SOSBAI, 
2003). O efeito dos tratamentos sobre o rendimento de grãos foi estimado com base na colheita 
de uma área útil de 5,6 m2/parcela. O efeito desses mesmos tratamentos sobre a severidade das 
doenças foi determinado de acordo com a intensidade dos sintomas das doenças que foram 
observadas no ensaio e que foram as seguintes: escaldadura, rizoctoniose, mancha parda e 
 
 
 501 
mancha de grãos. Para verificar a reação das plantas a cada uma das doenças, 10 plantas de 
cada parcela foram escolhidas ao acaso no estádio r7 da escala de Counce et al. (2000) e 
submetidas à avaliação. Para avaliação das doenças, se adotou escalas diagramáticas 
preconizadas pelo sistema internacional de avaliação de doenças do arroz específicas para cada 
doença (IRRI, 1996). A análise de variância dos dados de rendimento foi realizada sem 
transformação, enquanto que os dados das avaliações das quatro doenças avaliadas foram 
transformados em 10+x . As médias foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 0,05 
de probabilidade. 
Os resultados obtidos demonstraram que o rendimento de grãos é afetado negativamente 
pela época de semeadura e que aplicação de fungicidas não proporcionou diferença estatística 
no rendimento de grãos para nenhuma das 3 cultivares e em nenhuma das 5 épocas (Figuras 1, 2 
e 3). No entanto, verificou-se uma tendência de incremento no rendimento a partir da terceira 
época de semeadura (15 de novembro) para os cultivares IRGA 417 e IRGA 420. No caso do 
cultivar BR-IRGA 410, esse incremento já é verificado desde a primeira época de semeadura (14 
de outubro). Uma explicação para esta diferença de resposta observada no cultivar BR-IRGA 410 
pode ser a existência de uma maior proporção de raças de fungos patogênicos adaptadas a este 
cultivar implicando na ocorrência de um dano desde as primeiras épocas de semeadura. 
De maneira geral, a severidade de todas as quatro doenças avaliadas aumentou 
gradativamente à medida que avançou a época de semeadura. A doença em que severidade foi 
maior em todas as cultivares foi a escaldadura. Comparando-se a reação das plantas das 
parcelas não tratadas com as plantas das parcelas que receberam tratamento verificou-se que a 
aplicação de fungicidas proporcionou uma redução na severidade da maioria das doenças nas 
três cultivares e nas cinco épocas avaliadas. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
COUNCE, P.A., KEISLING, T.C., MITCHELL, A.J. A uniform, objective, and adaptive system for 
expressing rice development. Crop Science, v.40, p.436-443. 2000. 
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de 
Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999b. 
412p. 
INTERNATIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Standard Evaluation System For Rice. 
Manilla: INGER/Genetic ResourcesCenter, 1996. 52p. 
SOSBAI. Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado. Arroz irrigado: recomendações técnicas 
da pesquisa para o sul do brasil. Itajaí, SC: SOSBAI, 2003. 126p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 502 
 
3 5 0 0
4 5 0 0
5 5 0 0
6 5 0 0
7 5 0 0
8 5 0 0
9 5 0 0
1 0 5 0 0
1 4 / ou t 2 9 / ou t 1 5 / n ov 28 / n ov 20 / d ez
D a ta d e s e m e ad u r a
R
en
di
m
en
to
 (K
g/
ha
) 
4 1 7 T
4 1 7 N T 
Figura1. R endimento de grãos do cultivar IR GA 417 semeado em diferentes épocas e subm etido
à aplicação com fungicida na parte aérea . Safra 2003-04 , EEA-IRGA, Cachoeirinha , RS. 
 
 
3 6 0 0
4 6 0 0
5 6 0 0
6 6 0 0
7 6 0 0
8 6 0 0
9 6 0 0
1 4 /o u t 2 9 /o u t 1 5 /n o v 2 8 /n o v 2 0 /d e z
4 2 0 T
4 2 0 NT
R
en
di
m
e
nt
o 
(K
g/
ha
)
D ata d e s e me a d u ra
F igu ra 2. R en dim e nto de grão s d o cu lt iva r IR G A 4 20 sem ea do e m d ife re nte s é poca s e su bm etido
à ap licaçã o co m fun gic id a n a parte aé re a. S afra 20 03-04 , E E A -IR G A , C ach oeir in ha, R S . 
 
 
 
3000
4500
6000
7500
9000
10500
14/out 29/out 15/nov 28/nov 20/dez
D ata da se me adura
R
en
di
m
en
to
 (K
g/
ha
)
4 1 0 T
4 1 0 N T
F igu ra 3. R en dim e nto d e grão s do cu lt iva r B R-IR G A 4 10 se m e ad o em d ife re nte s ép ocas e
su bm etido à ap licaçã o co m fun gic id a na pa rte aérea . S afra 2 003 -0 4, E E A -IR G A , C ach oeir in ha,
R S . 
 
T - Tratado com fungicida 
NT –Não tratado c/ fungicida 
T - Tratado com fungicida 
NT –Não tratado c/ fungicida 
T - Tratado com fungicida 
NT –Não tratado c/ fungicida 
 
 
 503 
DESEMPENHO DO ARROZ IRRIGADO EM UNIDADES DEMONTRATIVAS EM 
FUNÇÃO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM VITAVAX-THIRAM 200 SC 
 
Gomes, D. N.(1), Gomes, A. da S.(2); Petrini, J. A.(2); Bender, R. R.(3), Diniz, L. H. M.(3). 1Eng.º de 
Desenvolvimento Técnico da Crompton Ltda. – Região Sul do Brasil. Rua Antonio Bitencourt; 76, 
CEP: 94015-600, Bela Vista, Gravataí (RS). 2Pesquisador da Embrapa Clima Temperado. 3Aluno 
de Graduação, FAEM-UFPel e Estagiário da Embrapa Clima Temperado. 
 
 
O arroz é uma das mais importantes culturas anuais produzidas no Brasil, significando, 
em média, 17,5% do total de grãos colhidos no país. Na safra 2003/04 a produção nacional deste 
cereal atingiu 12,7 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul, principal Estado brasileiro 
produtor de arroz, tem sido responsável por 50% desta produção. Difundido largamente no país, o 
arroz ocupa posição de destaque do ponto de vista econômico e social, sendo responsável por 
suprir a população brasileira com um considerável aporte de calorias e proteínas na sua dieta 
básica (Azambuja et al., 2004). 
Na atualidade, embora a pesquisa, em parceria com a transferência de tecnologia 
(Projeto “Marca”, por exemplo), venha contribuindo para que sejam alcançadas produtividades 
mais elevadas de arroz, por uma expressiva percentagem de orizicultores gaúchos, com uma 
melhor relação custo/benefício, o setor orizícola do país vem passando por enormes dificuldades, 
relacionadas, principalmente, a problemas de mercado (preço e demanda), mas também devidas 
a oscilações climáticas. Esta situação requer que sejam exercidas, além de políticas 
governamentais mais ajustadas ao setor e a agregação de valores ao produto final, a utilização 
de técnicas de manejo mais racional da cultura, de forma que a cultivar de arroz utilizada possa 
expressar seu potencial produtivo. 
Uma adequada população de plantas (de 200 a 300 plantas m-2 para o arroz irrigado), 
estabelecida desde a emergência da cultura, uniformemente distribuída e, principalmente, sadia, 
é condição fundamental para que qualquer tipo de cultivo agrícola possa expressar seu potencial 
produtivo. Para se obter um ótimo estande de plantas, vários procedimentos podem ser adotados, 
destacando-se entre eles, a proteção da semente durante o período que vai da semeadura a 
emergência, o que concorreria para reduzir, ou mesmo evitar, efeitos danosos decorrentes de 
estresses climáticos e ou a infestação da semente por fungos patogênicos que possam estar 
presentes no solo. Este procedimento, cada vez mais, vem sendo considerado imprescindível 
para que seja assegurado o estabelecimento de uma população inicial de plantas, considerada 
ideal. Trabalhos neste sentido já foram desenvolvidos por Gomes et al. (1999a) e Gomes et al. 
(1999b). 
A proteção de sementes visando o controle de doenças na cultura do arroz irrigado 
envolve o tratamento destas, normalmente com produtos de ação fungicida. Esta prática tem 
concorrido para proteger as sementes durante os processos de germinação e emergência, e 
também as plântulas de arroz. Além de reduzir possíveis infecções primárias nas sementes pode 
reduzir sensivelmente efeitos decorrentes das temperaturas baixas do solo e de estresses 
hídricos, assegurando um ótimo estande inicial de plantas. Em função do exposto, foi conduzido 
este trabalho, objetivando avaliar o desempenho do arroz irrigado em função do tratamento de 
semente com o fungicida de dupla ação Vitavax-thiram (carboxim – sistêmico + thiram – contato), 
em Unidades Demonstrativas implantadas. 
Para consecução do objetivo proposto foram conduzidas seis Unidades Demonstrativas: 
A; B; C; D; E; e F (Figura 1), compondo o quarteirão 1135 da Granja Bretanhas, propriedade do 
Grupo Extremo Sul, localizada no município de Jaguarão, RS, totalizando uma área de 30,9 ha. 
As Unidades A, B e C receberam sementes da cultivar BRS Pelota, tratadas com Vitavax-thiram, 
na dose de 250 mL p.c. 100 kg de semente-1. As Unidades D, C e F também foram semeados 
com a mesma cultivar, porém, as sementes não receberam tratamento (Tabela 1). 
A semeadura do arroz foi realizada em 17/11/2004, no sistema de cultivo mínimo, 
utilizando-se um espaçamento entre linhas de 17,5 cm e uma densidade de 130 kg ha-1 de 
sementes, em todas as Unidades Demonstrativas. A adubação de pré-plantio constou da 
aplicação a lanço e incorporação de 200 kg ha-1 da formula 02:18:18. Na adubação de cobertura 
 
 
 504 
com N, realizada em duas épocas, foram aplicados, na primeira época (16/12/04), 100 Kg ha-1 de 
uréia, em solo seco, um dia antes da entrada da água de irrigação. Na segunda adubação de 
cobertura, realizada na diferenciação da panícula (26/01/05), foi aplicada a mesma dose de uréia 
sobre uma lâmina de água não circulante. Da semeadura à entrada da água de irrigação (período 
de 31 dias), não ocorreram precipitações pluviométricas, mesmo assim, em decorrência do 
elevado banco de sementes de arroz-daninho existente na área, não foram realizados banhos 
nas Unidades Demonstrativas, para não favorecer a sua emergência. Os tratos culturais, 
adotados nas Unidades Demonstrativas, seguiram as recomendações preconizadas pelo Projeto 
“MARCA” (Gomes et al., 2004) e as indicações da pesquisa para o arroz irrigado (SOSBAI, 2003). 
A colheita do arroz foi realizada em 02/05/2005. 
 
Tabela 1. Unidades Demonstrativas de arroz irrigado (cv. BRS Pelota), área e dose do 
produto utilizado. Granja Bretanhas, Jaguarão, 2005. 
 
Unidades 
Demonstrativas* 
Área 
(ha) 
Dose, i.a. 
(g 100 kg de sem.-1) 
Dose, p. c. 
(mL 100 kg de sem.-1) 
A - Vitavax-thiram 4,1 50,0 + 50,0 250 
B - Vitavax-thiram 4,5 50,0 + 50,0 250 
C - Vitavax-thiram 4,5 50,0 + 50,0 250 
D - sem tratamento 5,0 - - 
E - sem tratamento 6,0 - - 
F - sem tratamento 6,8 - - 
* As letras representam as Unidades Demonstrativas avaliadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Croqui da área onde foram conduzidas as Unidades Demonstrativas. 
Granja Bretanhas, Jaguarão (RS). 2005. 
 
As variáveis analisadas, população inicial de plantas (21 DAE) e o rendimento de grãos 
de arroz, responderam positivamente ao tratamento de sementes com o fungicida Vitavax-thiram 
(Tabela 2). A população inicial média de plantas, obtida com sementes tratadas (Unidades 
Demonstrativas A, B e C) foi 33% maior que a médiaobservada nas Unidades Demonstrativas 
(D, E e F) que receberam sementes não tratadas (Tabela 2). Esta diferença de população inicial 
se refletiu na produtividade de grãos de arroz. Assim, a produtividade média de grãos de arroz 
proporcionada pelas Unidades Demonstrativas, onde foram utilizadas sementes tratadas, foi 27% 
superior àquela constatada nas Unidades cultivadas com sementes não tratadas. A partir destes 
 
 
 505 
resultados, pode-se inferir que o tratamento de sementes de arroz, com Vitavax-thiram, favoreceu 
a germinação, a emergência e o estabelecimento das plântulas, assegurando uma média de 223 
plantas m-2 (Tabela 2), considerada dentro da faixa recomendada. Esta população média inicial 
contribuiu para que o rendimento médio de grãos atingisse, nas Unidades com sementes 
tratadas, 7.581 kg ha-1. Estes resultados vêm ao encontro daqueles observados por Gomes et al. 
(1999b). 
O melhor desempenho demonstrado pelas sementes de arroz tratadas com o Vitavax-
thiram deve estar associado à ação sistêmica (carboxin) deste fungicida, que atua no controle de 
fungos que possam estar presentes no interior das sementes, e da ação de contato (thiram) que 
protege estas de patógenos do solo. Assim, a proteção do Vitavax-thiram viabilizou a germinação, 
a emergência e o estabelecimento de um adequado estande inicial de plantas de arroz, mesmo 
em condições severas de estresse hídrico, ocorrido durante o período semeadura – início da 
irrigação (31 DAS). 
 
Tabela 2. População inicial de plantas e rendimento de grãos da cultivar de arroz irrigado 
BRS Pelota, em função do tratamento de sementes com Vitavax-thiram. 
Embrapa Clima temperado. Pelotas, RS. 2005 
 
Unidades 
Demonstrativas* 
Área 
(ha) 
Dose, p. c. 
(mL 100 kg de sem.-1) 
Popul. inicial 
(21 DAE) 
Rend. grãos 
(kg ha-1) 
A - Vitavax-thiram 4,1 250 220 7.634 
B - Vitavax-thiram 4,5 250 234 7.710 
C - Vitavax-thiram 4,5 250 216 7. 399 
Média (com tratam.) 223 7.581 
D - sem tratamento 5,0 - 150 5.584 
E - sem tratamento 6,0 - 178 6.091 
F - sem tratamento 6,8 - 176 6.271 
Média (sem tratam.) 168 5.982 
*Letras A, B, C, D, E, e F, representam as unidades demonstrativas. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AZAMBUJA, I.H.V.; VERNETTI Jr., F. de J.; MAGALHÃES Jr., A.M. de. Aspectos 
socioeconômicos da produção de arroz. In: Arroz irrigado no Sul do Brasil. GOMES A. da 
S.; MAGALHÃES Jr., A.M. (Ed.). Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica. 2004. p. 
23-44. 
GOMES, A. da S.; FRANCO, D. F.; SILVA, G. F. dos F.; GONÇALVES, G. K.; GOMES, D. N.; 
FERREIRA, L. H. G. Desempenho do arroz irrigado em função do tratamento de semente 
com Vitava-thiram 200 SC – avaliação preliminar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE 
ARROZ IRRIGADO, 1.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., Pelotas, 
1999. Anais. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 1999a. p. 213-216. 
GOMES, D. N.; GOMES, A. da S. Desempenho de semente de arroz pré-germinado, em função 
de doses e métodos de tratamento com Carboxin + Thiram 200 SC. Agropecuária Clima 
Temperado, Pelotas, v. 2, n. 2, p. 213-222, 1999b. 
GOMES, A. da S.; PETRINI, J.A.; FAGUNDES, P.R. (Ed.). Manejo racional da cultura do arroz 
irrigado (“Programa Marca”). Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2004. 203 p. 
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO – SOSBAI. Recomendações técnicas 
da pesquisa para o sul do Brasil. Itajaí: SOSBAI, 2003. 126 p. 
 
 
 506 
DIFERENTES ESTÁDIOS DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE 
DOENÇAS FOLIARES NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO 
 
Marcelo T. Moreira, Leandro J. Dallagnol, Lucas Navarini, Marcelo G. Madalosso, Guilherme A. 
Rubin, Alisson Santos, Ricardo S. Balardin. Universidade Federal de Santa Maria, Centro de 
Ciências Rurais, Departamento de Defesa Fitossanitaria, Santa Maria, CEP 97111-970, Cx. 
Postal 5025, marcelotemp@gmail.com. 
 
 
A produtividade media do Rio Grande do Sul de 6 t/ha na safra 2003/2004, pode ser 
superior tendo em vista o potencial produtivo de até 10 t/ha que a cultura do arroz geneticamente 
apresenta (MENEZES, MACEDO, ANGHINONI 2004). As doenças podem comprometer este 
potencial, pois conforme BALARDIN & BORIM (2001), as perdas no rendimento de grãos devido 
às doenças foliares fúngicas variam entre 20 a 50%. PRABHU & FILLIPI (1997) relatam perdas 
no peso de grão de até 30% e de até 22% no número de grãos cheios por panícula. 
 A utilização de cultivares resistentes, sementes livres do patógenos, tratamento de 
sementes, e aplicação de fungicidas de parte aérea são medidas eficazes de controle. Como a 
eficácia do controle químico depende do momento correto para aplicação dos fungicidas, foi 
desenvolvido este trabalho para verificar o estádio fenológico que propicie a melhor diferença no 
ganho de rendimento. 
O experimento foi conduzido nos municípios de São Vicente do Sul, cultivar IRGA 422 CL 
(sistema convencional) e Dona Francisca, cultivar EPAGRI 108 (sistema pré-germinado). A 
população média do experimento foi 300.000 plantas/há, e os tratos culturais seguiram as 
Indicações Técnicas (2003). Os tratamentos estão discriminados na Tabela 1, sendo aplicados 
com uma barra portando 04 pontas jato tipo leque (XR11002) propelido a CO2, e volume de calda 
de 200 L.ha-1. As aplicações foram realizadas no estádio B47 e no estádio 73 conforme a escala 
de LANCASHIRE et al., (1991). A parcela experimental foi 15 m² (3,0 x 5,0 m), área útil de 8 m2. 
O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 4 repetições, e os dados obtidos 
submetidos ao teste de de Tukey para comparação múltipla de medias (p≤0,05), utilizando o 
software PlotIT (v. 3.2) para ambiente Windows. 
A patometria utilizada foi a severidade das doenças foliares, avaliadas aos sete, quatorze, 
e vinte e um dias após a aplicação. O rendimento de grãos foi obtido a partir de plantas da área 
útil da parcela experimental, foram cortadas e trilhadas em trilhadeira estacionária marca Triton. O 
volume total de grãos foi pesado e determinado à umidade, para posterior conversão a 13% e 
cálculo do rendimento final. O peso de mil grãos e rendimento de engenho foi obtido de amostras 
aleatórias do volume de grãos de cada parcela. 
Os maiores rendimentos foram obtidos quando a aplicação do fungicida foi realizada de 
forma a beneficiar a cultura pela manutenção da área foliar verde, embora o aumento na 
produtividade seja relacionado a cada cultivar. Os maiores incrementos no rendimento foram 
obtidos com aplicação de fungicida na cultivar IRGA 422 CL, provavelmente devido a menor 
tolerância a doença, quando comparada a cultivar EPAGRI 108 (Tabela 1). O dano causado pelas 
doenças foliares no cultivar IRGA 422 CL foi de 31,76% enquanto na cultivar EPAGRI 108 foi de 
17,56%. A maior tolerância da cultivar EPAGRI 108, pode também ser observada em relação ao 
posicionamento do controle, onde não foi observado diferença nas aplicações no estádio 47 e 73. 
O posicionamento da aplicação permitiu maximizar o beneficio do controle das doenças 
foliares. Neste caso, as aplicações realizadas no estádio 47 apresentaram resultado superior, 
provavelmente por atuar sobre um baixo nível de inoculo inicial, favorecendo o controle e 
proporcionando maior residual do fungicida. 
O ingrediente ativo utilizado também influenciou na magnitude de resposta, já que mistura 
de triazois com estrubilurinas proporcionou maior incremento no rendimento, em ambas 
cultivares. Este resultado provavelmente seja relacionado a sua forma de movimentação e 
sistemicidade na planta lhe conferindo liberação gradual com maior período residual. Igualmente, 
sua atuação sobre a fisiologia da planta, mantendo a área foliar verde por maior período de 
tempo, refletindo em maior tempo de translocação de produto para o incremento na massa de 
grãos provavelmente esteja relacionada com a eficiência desta classe de produtos. O maior 
 
 
 507 
espectro de controle dos patógenos também foi observado quando clorotolonil foi adicionado ao 
tetraconazole, em compração a tetraconazole isolado. 
 
 
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS 
LANCASHIRE, P. D. H, BLEIHOLDER, P. LANGELUDDECKE, RSTAUSS, T. 
 VANDENBOOM, E. WEBER UND A. WITVENDERGER.: Am Uniform Decial 
 Cobe for Growth Stages of Crops and Weeds. Ann. Appl, Biol. 119,561-601. 
 1991 
PRABHU, A. S., FILIPPI, M. C. Arroz (Oryza sativa L.) Controle de Doenças. In: Controle 
 De Doenças de Plantas: Grandes culturas. Ed.: FALE, F.X.R. do, ZAMBOLIM, L, 
 Viçosa: UFV, Departamento de Fitopatologia; Brasília: Ministério da Agricultura e 
 do Abastecimento. 1997. p. 51-79. 
BALARDIN, R., S., BORIN, R., C. Doenças na Cultura do Arroz Irrigado. Santa Maria, 
 2001. 48 p. il. 
MENEZES, V., G., MACEDO, V., R., M., ANGHINONI, I.. Projeto 10: Estratégias de 
 Manejo para o Aumento de Produtividade, Competitividade e 
 Sustentabilidade da Lavoura de Arroz do RS. Cachoeirinha – RS. IRGA, Divisão 
 de Pesquisa - 2004. 32p. 
 
 
 
 
 
508 
 
 
 
Tabela1: Severidade das doenças foliares e rendimento de grãos das diferentes cultivares em função do estádio fenológico da aplicação dos 
fungicidas. 
 
Cultivar 
IRGA 422 CL EPAGRI 108 
M. M. Esc. M. E. M. M. Esc. M. E. 
Tratamentos L /ha 
Severidade % 
 
Rend. 
 
Dif% Severidade % 
 
Rend. 
 
Dif% 
Azoxistrobin + Cyproconazole¹ 0,3 3.25 c 3.73 bcd 0.65 cd 5942.97 bc 26.61 3.45 b 2.03 a 0.65 a 5874.77 b 24.84 
Azoxistrobin + Cyproconazole ² 0,3 4.58 f 4.03 cd 0.15 ab 5459.89 b 16.32 3.80 b 2.05 a 0.78 a 5617.85 ab 19.38 
Tryfloxistrobin + Propiconazole¹ 0,6 3.03 bc 3.65 bc 0.10 a 5888.78 bc 25.46 1.98 a 1.45 a 0.55 a 6059.24 b 28.76 
Tryfloxistrobin + Propiconazole² 0,6 3.15 c 3.85 cd 0.10 a 5840.30 bc 24.43 2.40 a 1.48 a 0.80 a 5811.29 b 23.50 
Kresoxin-Methil¹ 0,7 2.03 a 2.65 a 0.98 de 5895.65 bc 25.61 5.63 cd 3.33 b 0.88 a 5571.07 ab 18.39 
Kresoxin-Methil² 0,7 3.45 cde 4.65 e 0.18 ab 5792.07 bc 23.40 6.61 e 3.45 b 0.98 a 5226.92 ab 11.08 
Tryfloxistrobin + Tebuconazole¹ 0,5 2.58 b 4.15 d 0.58 bcd 6076.37 c 29.46 5.50 c 3.25 b 5.95 a 5639.84 b 19.85 
Tryfloxistrobin + Tebuconazole² 0,5 5.18 g 5.95 g 0.35 abc 5666.01 bc 20.71 6.38 cde 3.28 b 6.05 b 5520.73 ab 17.32 
Tetraconazole¹ 0,5 3.93 e 6.03 g 0.10 a 5693.19 bc 21.29 6.34 cde 4.88 c 6.13 bc 5407.02 ab 14.90 
Tetraconazole² 0,5 3.90 e 6.03 g 0.10 a 5680.76 bc 21.03 6.63 ef 5.03 cd 6.15 bc 5276.79 ab 12.14 
Tebuconazole¹ 0,7 6.38 h 5.50 f 0.18 ab 5913.01 bc 25.98 5.55 cd 3.75 b 6.28 bc 5510.99 ab 17.11 
Tebuconazole² 0,7 3.80 de 3.30 b 0.50 abc 5486.28 b 16.88 6.09 cde 3.82 b 6.30 bc 5447.74 ab 15.77 
Testemunmha - 24.65 i 21.00 i 6,40 f 5882.49 a 0 35.48 g 15,25 e 21,67 d 4705.67 a 0 
CV - 4.16 2.35 24.54 3,73 4,72 5,98 5,86 6,46 
¹Estádio 47 abertura da envoltura da folha bandeira. 
 ²Estádio 73 grão leitoso 
 
 
 509 
EFEITO DE ISOLADOS BACILLUS THURINGIENSIS EM FITOPATÓGENOS 
DO ARROZ IRRIGADO 
 
Neiva Knaak1, Angelise Ana Rohr1 & Lidia Mariana Fiuza1, 2 1UNISINOS – Laboratório de 
Microbiologia - Av. Unisinos, 950, CP 275, CEP: 93022 000, São Leopoldo,RS, Brasil, site: 
www.saude.unisinos.br/laboratorios/microbiologia 2 EEA – Instituto Riograndense do Arroz – C.P. 
29, CEP: 94930-030, Cachoeirinha,RS, Brasil. 
 
 
O arroz é uma cultura extensamente cultivada em todo o mundo e constitui a base da 
alimentação de muitos países, inclusive o Brasil. Porém, na agricultura atual, com toda a 
tecnologia disponível, ainda ocorrem grandes perdas provocadas por doenças e pragas. O 
controle dos mesmos será sempre condição determinante para a sustentabilidade da cultura do 
arroz (BALARDIN, 2003). 
As diversas doenças que atacam a cultura do arroz irrigado podem provocar danos e 
perdas que geram instabilidade na produtividade das lavouras, atingindo, em média, 10 a 15% do 
potencial de produção. Entre estas moléstias, destaca-se a brusone causada pelo fungo 
Pyricularia grisea, cujos danos podem causar perdas de 70 a 80% na produção, provocando 
manchas nas folhas, colmo, panículas e grãos. Outra doença importante é a queima de bainhas, 
causada pelo fungo Rhizoctonia solani, que pode causar a morte das folhas inferiores, cujas 
bainhas se mostrem intensamente atacadas, levando à esterilidade de algumas espiguetas 
(BALARDIN, 2003). Outros fungos como Fusarium oxysporum, que causa o mal do colo, e 
Fusarium solani, que ocorre em sementes, (MENDES et al., 1998) podem ocasionar grandes 
perdas na cultura do arroz irrigado. 
O controle dessas doenças é feito através do uso de fungicidas, mas a ausência de 
especificidade e os riscos à saúde humana e ao ambiente apresentados por este tipo de 
defensivo agrícola acentuam a necessidade de novas formas de controle, principalmente o 
controle biológico através de microrganismos, como vírus, bactérias e outros (ALVES, 1998). 
Bactérias do gênero Bacillus possuem um grande potencial para serem usadas como 
agentes de controle biológico, pois mantém sua viabilidade quando estocados por longos 
períodos (ALVES, 1998). B. thuringiensis é uma bactéria Gram-positiva que produz inclusões 
cristalinas de proteínas durante a esporulação, sendo estas compostas de proteínas Cry ou delta-
endotoxinas (CRICKMORE et al., 1998). 
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito inibitório ou regulador do 
crescimento de organismos fitopatógenos associados ao arroz irrigado, em presença de Bacillus 
thuringiensis que sintetizam as proteínas Cry1Ab e Cry1Ac. 
Os isolados de fungos fitopatogênicos P. grisea, R. solani, F. oxysporum e F. solani foram 
cedidos pelo laboratório de Fitopatologia Molecular da Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul e repicados em placas com meio BDA (Batata dextrose agar), crescidos de acordo com a 
exigência de cada espécie e mantidos a 4ºC. 
Nos ensaios, cada isolado fúngico foi transferido com alça de platina para placas de Petri, 
com meio de cultura BDA em ponto centralizado. Esses experimentos foram realizados em 
triplicatas. Em seguida, os isolados bacterianos que sintetizam as delta-endotoxinas ou proteínas 
Cry foram inoculados por estria com alça de platina, a uma distância de 1,5cm do ponto onde o 
fungo foi inoculado previamente, com exceção das placas-controle, sem a bactéria. O 
crescimento micelial, a 28ºC, foi avaliado aos sete e 14 dias de incubação através da 
determinação do diâmetro da colônia fúngica. Os dados obtidos foram submetidos à análise de 
variância e teste de Tukey (P<0,05) para comparação entre as médias. 
Os fungos R. solani, P. grisea, F. oxysporum e F. solani tiveram seu crescimento micelial 
reduzido aos sete dias após a incubação em presença do isolado de B. thuringiensis kurstaki 
HD73 e Bacillus thuringiensis thuringiensis 407 (pH408), que sintetiza Cry1Ac e Cry1Ab, 
respectivamente, mantendo-se até 14 dias analisado (Tabela 1), quando comparado ao controle. 
Os dois isolados inibiram o crescimento dos fitopatógenos testados até sete dias após a 
incubação, onde houve diferença significativa entre os isolados e o controle. 
 
 
 
 510 
Tabela 1. Efeito fungistático de Bacillus thuringiensis sobre fungos fitopatogênicos. 
*diâmetro em cm, DAT=dias após o tratamento. Médias seguidas pela mesma 
letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. 
 
In vitro, os dois isolados de B. thuringiensis inibiram o crescimento de P. grisea, R. solani, 
F. solani e F. oxysporum, não havendo diferenças significativas entre os mesmos. Este efeito 
inibitório pode estar relacionado com a produção enzimas que podem ter ação contra a parede 
celular fúngica já que algumas bactérias antagonistas de fungos fitopatogênicos podem produzir 
quitinases (MAVINGUI & HEULIN, 1994). BETTIOL & KIMATI (1989) observaram a ocorrência de 
grande número de microrganismos antagônicos a Pyricularia oryzae Cavana, sendo os mais 
eficientes os pertencentes ao gênero Bacillus. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALVES, S. B. 1998. Controle microbiano de insetos. 2.ed. Piracicaba: FEALQ, 1163p. 
BALARDIN, R. S. 2003. Doenças do Arroz. Santa Maria: Ed. Do Autor.59p. 
BETTIOL, W. & KIMATI, H. 1989. Seleção de microrganismos antagônicos a Pyricularia oryzae 
Cav. para o controle do Brusone do arroz (Oryza sativa L.). Summa Phytopathologica 15: 
257-266. 
CRICKMORE, N.; ZEIGLER, D. R.; FEITELSON, J.; SCHNEPF, E.; VAN RIE, J.; LERECLUS, D.; 
BAUM, J. & DEAN, D. H. 1998. Revision of the literature for the Bacillus thuringiensis 
pesticidal crystal proteins. Mol. Biol. Rev. 62: 807-813. 
MAVINGUI, P.; HEULIN, T. 1994. In vitro chitinase and antifungal activity of a soil, rhizosphere 
and rhizoplane population of Bacillus polymyxa. Soil Biology & Biochemistry 26: 801-803. 
MENDES, M. A. S.; SILVA, V. L.; DIANESE, J. C.; FERREIRA, M. A. S.;SANTOS, C. E. N.; 
NETO, E. G.; URBEN, A. F. & CASTRO, C. Fungos em plantas no Brasil. Brasília: 
Embrapa-Cenargen. 1998. 569p. 
Tratamento Avaliação Crescimento micelial*
R. solani P. grisea F. oxysporum F. solani
Controle 9a 6,8d 7,86d 8,03a
Bt thuringiensis 407 (pH 408) 7 DAT 2.36b 2,64b 4,34e 4,75e
Bt kurstaki HD73 3,62c 2,56b 4,23e 4,45e
Controle 9a 7,95d 9a 9a
Bt thuringiensis 407 (pH 408) 14DAT 2,54b 2,56b 4,61e 5,13f
Bt kurstaki HD73 3,62c 2,65b 4,37e 4,65e
 
 
 511 
EFEITO DO CONTROLE QUÍMICO DAS DOENÇAS FOLIARES SOBRE A 
PRODUÇÃO E QUALIDADE DE ARROZ 
 
Leandro Jose Dallagnol, Ricardo Silveiro Balardin, Marcelo Madalosso, Lucas Navarini, Marcelo 
T. Moreira, Etiane M. Kirinus & Guilherme Rubin. Departamento de Defesa Fitossanitária, 
Universidade Federal de Santa Maria, CX postal 5025, 9711-970, Santa Maria – RS. E-mail: 
ljdallagnol@gmail.com 
 
 
A produtividade da cultura do arroz é afetada por diversos fatores, sendo as doenças 
causadas por fungos, responsáveis por danos variáveis entre 20 e 50% na produtividade das 
lavouras de arroz (BALARDIN & BORIN, 2001). As principais doenças da cultura são a Brusone 
(Pyricularia grisea), Mancha Marrom (Drechslera oryzaae), Mancha Estreita (Cerscopora oryzae), 
Escaldadura (Rhynchosporium oryzae), Mancha de Alternaria (Alternaria padwickii), Mancha das 
Bainhas (Rhizoctonia oryzae) e Manchas das Glumas (Phoma sp., Drechslera oryzae, Curvularia 
lunata, Nigroppora oryzae, Alternaria sp., Fusarium sp.). 
O desenvolvimento de cultivares resistentes é o método mais viável de controle das 
doenças. Entretanto, cultivares resistentes a Pyricularia grisea, bem como doenças de final de 
ciclo têm apresentado uma vida útil limitada após seu lançamento (CORREA-VICTORIA & 
ZEIGLER, 1993). Neste caso, o controle químico surge com alternativa para redução do dano 
causado pelas doenças. O beneficio do controle químico das doenças foliares sobre o rendimento 
de grãos da cultura de arroz foi medido através da aplicação de fungicidas na parte aérea. 
Para execução do trabalho, a cultivar IRGA 422, foi semeada no sistema convencional em 
São Vicente do Sul na safra 2004/2005, com densidade de 130 Kg.ha-1. Os tratos culturais 
seguiram as Recomendações Técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil (2003). Os fungicidas 
utilizados e as dosagens estão discriminados na Tabela 1. As aplicações dos fungicidas foram 
realizadas com uma barra com 04 bicos do tipo leque (XR11002) propelido a CO2, conferindo um 
volume de calda de 200 L.ha-1. A aplicação foi realizada no estádio B 55 (emissão de panícula), 
conforme a escala de LANCASHIRE et al., (1991). 
Os parâmetros avaliados foram a severidade das doenças nas folhas e nas glumas, o 
rendimento de grãos e o rendimento de engenho. As dimensões da parcela experimental foi 
3,15m x 5,00m (15,75 m2), com área útil de 7,90 m2. O delineamento estatístico foi blocos 
completamente casualizados, com quatro repetições. Para análise dos dados foi utilizado o teste 
de comparação múltipla de Tukey (p£0,05). 
A redução da severidade e do progresso das doenças foliares e da severidade das 
manchas da gluma, devido à aplicação de diferentes fungicidas na parte aérea da cultura, 
possibilitou a cultivar de arroz IRGA 422 expressar seu potencial produtivo de grãos, alem de 
manter a qualidade industrial (rendimento de engenho). 
A severidade das manchas de glumas apresentou relação direta com a severidade das 
doenças foliares, de acordo com o modelo y = 0,0146x2 + 0,0239x + 2,3568 (R2 = 0,96). A menor 
severidade das doenças foliares refletiu em menor severidade das manchas das glumas. Este 
fato mostra a importância das doenças nas folhas como fonte de inoculo para as glumas e 
conseqüentemente sobre a qualidade dos grãos produzidos. 
A menor severidade das manchas foliares e manchas de glumas foi verificada quando foi 
aplicado Famoxadone + Fluzilazole, não diferindo de Azoxistrobin + Ciproconazole, Trifloxystrobin 
+ Propiconazole (Tabela 1). A superioridade de controle das estruberulinas, isoladas ou em 
mistura pode ser observada quando analisado o rendimento de grãos. Os maiores rendimentos 
foram obtidos com aplicação de Trifloxystrobin + Propiconazole, Azoxistrobin + Ciproconazole e 
Azoxistrobina (38,33; 32,52 e 32,10% respectivamente). O grupo químico dos triazóis 
proporcionou acréscimos no rendimento variáveis entre 13,17 e 22,61%. O menor incremento foi 
verificado quando da aplicação de Carbendazim, 4,18%. Rendimento de engenho observado com 
a aplicação de Miclobutanil, Mancozeb+Tiofanato metilico foi de 71,2 e 75,2, respectivamente. 
Os melhores resultados proporcionados pela aplicação de estruberulinas, alem do amplo 
espectro de patógenos, possivelmente esteja relacionado ao efeito que a molécula confere sobre 
a fisiologia da planta por estimular rotas metabólicas que reduzem a produção de etileno, 
 
 
 512 
mantendo assim a planta verde por um maior período de tempo, o que contribuiu para maior 
acumulo de reservas no grão. 
 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BALARDIN, R.S., BORIN, R.C. Doenças na cultura do arroz irrigado. Santa Maria, O autor, Livro, 
2001. 48 p. il. 
CORREA-VICTORIA, F.J. & ZEIGLER, R.S. Pathogenic variability in Pyricularia grisea at a rice 
blast `hot spot' site. Plant Disease 77:1029-1034. 1993. 
LANCASHIRE, P. D., H. BLEIHOLDER, P. LANGELÜDDECKE, R. STAUSS, T.VAN DEN BOOM, 
E.WEBER und A.WITZENBERGER.: An uniform decimal code for growth stages of crops and 
weeds. Ann. appl. Biol. 119, 561–601. 1991. 
SOCIEDADE SUL BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). ARROZ IRRIGADO: 
recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil. Itajaí, SC: SOSBAI, 2003. 126p. 
 
 
 
 
 
513 
TABELA 1. Severidade das doenças foliares e mancha de gluma (MG) e área abaixo da curva de progresso (AACPD) da mancha marrom (MM), 
escaldadura (Esc), rendimento de grãos e rendimento de engenho da cultivar de arroz IRGA 422 submetida a aplicação de fungicida 
foliar. Santa Maria, 2005. 
 
Severidade (%) AACPD 
Ingrediente Ativo 
MM Esc MG MM Esc Rend. (Kg.ha-1) Dif % Rend. Eng. Dif % 
Tricyclazole (2,5) 6,03 f* 3,53 de 3,03 d 70,00 f 37,96 bc 4823,61 cd* 16,67 61,95 abc 12,39 
Azoxistrobina (0,4) 3,88 cde 2,58 bc 2,65 bcd 37,26 cd 25,25 a 5461,61 e 32,1 65,70 bcde 19,2 
Tebuconazole (0,7) 3,03 ab 2,25 abc 4,28 e 35,35 bcd 25,77 a 4678,93 cd 13,17 65,30 abcde 18,47 
Trifloxistrobina+ 
propiconazole (0,6) 2,80 ab 2,05 ab 2,20 ab 26,64 ab 20,55 a 5719,01 e 38,33 55,94 ab 1,48 
Carbendazim (1,0) 4,23 de 2,50 bc 2,70 bcd 46,84 e 24,55 a 4307,29 ab 4,18 69,17 cde 25,49 
Azoxistrobina+ 
Propiconazole (0,4) 2,85 a 1,75 a 2,25 ab 26,99 ab 18,28 a 5478,61 e 32,52 62,92 abc 14,15 
Miclobutanil (0,4) 3,03 ab 2,03 ab 2,98 cd 35,17 bcd 23,86 a 5068,90 d 22,61 71,26 cde 29,29 
Mancozeb+Tiofanato 
metilico (2,0) 3,75 cd 2,88 cd 2,55 bcd 34,48 bc 28,38 ab 4514,37 bc 9,19 75,20 e 36,43 
Fomoxadone + Flusilazole 
(0,6) 3,58 bc 2,28 abc 2,50 abcd 34,83 bc 24,20 a 4746,47 cd 14,81 64,69 abcd 17,37 
Fomoxadone + Flusilazole 
(0,7) 2,48 a 2,25 abc 1,85 a 24,90 a 23,68 a 4768,96 cd 15,35 65,06 abcde 18,04 
Tetraconazole (0,6) 3,53 bc 2,03 ab 2,50 abcd 34,30 bc 22,46 a 4749,17 cd 14,87 68,67 cde 24,59 
Testemunha 26,23 g 15,18 f 13,03 f 325,44 g 192,76 d 4134,32 a 0 55,12 a 0 
CV (%) 4,73 8,97 7,88 6,33

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