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Artigo Sober_v8_FINAL

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João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
 
EXTERNALIDADE DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ANIMAL NO MUNÍCIPIO DE 
ITAPEJARA D’OESTE – SUDOESTE DO PARANÁ 
 
Eduardo Barbosa Barros¹; Norma Kiyota² 
1.IAPAR- Instituto Agronômico do Paraná / UTFPR – Universidade Tecnológica do 
Paraná. 2.IAPAR- Instituto Agronômico do Paraná 
1.ado_edu@hotmail.com; 2.normak@iapar.br 
 
 
Grupo de Pesquisa 7: Agricultura Familiar e Ruralidade 
 
Resumo 
Ao se deparar com um cenário em que o agricultor familiar possui cada vez menos autonomia 
nos sistemas de produção e sendo a produção animal o que idealmente possui mais possibilidade 
de autonomia, surge a necessidade de se compreender a relação entre a externalidade e os 
sistemas de produção animal. Portanto, a partir de um banco de dados, este trabalho procura 
entender as externalidades encontradas nos sistemas de produção animal de um número 
representativo de famílias do munícipio de Itapejara d’Oeste nos anos agrícolas de 2005 e 2010, 
caracterizando, desta maneira, as influências que uma forte dependência mercantil tem sobre o 
Índice de Diversificação, Renda Agrícola e Renda Total. Observou-se que as variações 
ocorridas nos sistemas quanto a diversificação não foi significativa em muitos casos, bem como, 
não foi possível encontrar uma relação linear da maior externalidade devido a uma menor 
diversificação. Porém, compreendeu-se que o aumento de renda agrícola e total depende de 
uma queda relativa da dependência mercantil. 
Palavras-chave: Autonomia, externalidade, diversificação da renda. 
 
Abstract 
When faced with a scenario in which the family farmer has less and less autonomy in production 
systems and with animal production, which ideally has more chance of autonomy, there is a 
need to understand the relationship between externaityl and production systems animal. 
Therefore, from a database, this paper seeks to understand the externalities found in animal 
production systems of a representative number of the municipality families Itapejara d'Oeste in 
crop years 2005 and 2010, featuring in this way, the influences that a strong commodity 
dependence has on the Diversification Index, Agricultural Income and Total Income. It was 
observed that the variations in the systems as diversification was not significant in many cases, 
and it was not possible to find a linear relationship of increased externality to lower external 
diversification. However, understood that the increase of agricultural and total income of 
hangs from a relative drop of merchant dependence. 
Key words: Autonomy, externality, income diversification 
 
 
 
João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
1. INTRODUÇÃO 
Na modernidade, os sistemas de produção passaram a atender um pressuposto de 
especialização. Técnicos e formuladores de políticas públicas fazem desse conceito uma 
verdade técnica aos produtores rurais, afirmando que quanto mais especialista melhor, pois o 
produtor que se diversifica é “como um pato, que voa, anda e nada, mas não executa bem 
nenhuma dessas três ações” (PERONDI, 2009, p. 12). 
Porém, a agricultura familiar moderna tem mostrado justamente o oposto e isso pode 
ser verificado em vários estudos (KIYOTA et al, 2011; BEAL et al, 2013; PERONDI et al, 
2009; NIEDERLE; GRISA, 2008). E assim, como Kiyota e Gomes (1999) constataram, 
conclui-se que conforme os agricultores se especializam na produção de commodities, 
principalmente em contratos de integração, não conseguem obter os rendimentos necessários e 
passam a diversificar. 
Além disso, conforme Perondi (2007), para analisar a capacidade de sobrevivência e de 
transformação da agricultura familiar frente a esse processo de mercantilização é necessário 
que haja o entendimento das formas de diversificação dos meios de vida dessas famílias. E 
ainda, de acordo com Ellis (2000), diversificar o leque de estratégias de produção confere ao 
produtor maior autonomia na decisão quanto ao uso de recurso do sistema de produção, ou seja, 
a diversificação pode ser um fator determinante para a criação da autonomia do agricultor 
familiar, o que resulta em maior renda e segurança quando este se depara com situações 
delicadas agravadas por crises externas. 
Nesse sentindo, na região Sudoeste do Paraná, umas das oportunidades encontradas 
pelos produtores rurais foi a de abrir o leque da produção animal de suas propriedades e, com 
efeito, aumentar sua renda, principalmente na produção de aves de corte, na produção leiteira, 
na produção de suínos e na produção de peixes, todos em conjunto com a produção de grãos. 
Segundo o IPARDES (2015), em 2013 a quantidade de Galináceos Total existente no município 
de Itapejara d’Oeste era de 1.860.330 enquanto que para a Região Sudoeste era de 42.586.220, 
ou seja, 4,37% de toda a produção. A produção de leite, neste mesmo ano, foi de 24.440 litros, 
2,23% dos 1.095.843 litros de leite da região. Enquanto que o Rebanho de Bovinos foi 12.021 
cabeças, para o Sudoeste 407.762, ou seja, 2,95% da produção da região. Já o rebanho de suínos 
foi de 8.450 animais, uma participação de 1,02% da produção do Sudoeste Paranaense. 
No entanto, torna-se essencial entender o nível de externalidades que cada uma dessas 
produções atinge, pois o que se nota é uma alta dependência das grandes indústrias que 
dominam esses sistemas de produção, tornando os produtores rurais menos autônomos, mesmo 
que diversificados. Por exemplo, conforme Souza et al. (2013), a produção de aves integradas 
às indústrias exige do produtor rural um alto investimento, o que faz com que haja um grande 
endividamento que permanece por um longo período, pois o produtor não consegue manter essa 
renda sem a interferência da indústria. Isto mostra que, mesmo sendo capaz de diversificar sua 
unidade de produção, utilizando a produção animal, o agricultor continua altamente dependente 
das agroindústrias, porém, o que se espera, é que na comparação entre os sistemas de produção, 
haja diferença significativa quanto a essas externalidades. 
O conceito de Recampenização, dado por Jan Douwe Van der Ploeg, pode aparecer aqui 
como uma hipótese para a solução do problema apresentado, pois é uma forma de dar mais 
segurança à agricultura familiar, no sentido de torná-la menos dependente do mercado, sem 
 
 
João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
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retirar o produtor desse mercado, ou de leva-lo ao passado, pois a unidade camponesa de 
produção é precisamente a forma de produção que distancia a atividade agropecuária, “de 
maneira especifica e estrategicamente organizada, dos mercados (insumos), ao mesmo tempo 
em que vincula (também de maneira especifica e estrategicamente organizada) a outros 
mercados (de produtos) em maior vantagem comparativa”. (PLOEG, 2006, p. 21). 
Logo, a recampenização é basicamente incorporar modos de produção do campesinato 
dentro da agricultura familiar integrada ao capital. No caso do agricultor familiar brasileiro, 
mesmo o já inserido ao mercado, “guarda ainda muitos de seus traços camponeses, tanto porque 
ainda tem que enfrentar os velhos problemas, nunca resolvidos, como porque, fragilizado, nas 
condições da modernização brasileira, continua a contar, na maioria dos casos, com suas 
próprias forças.” (WANDERLEY, 1999, p. 52). 
Por conseguinte, com base nos dados dos anos agrícolas de 2004/2005 e 2009/2010, de 
um número representativo de famílias do munícipio de Itapejara d’Oeste, verificar-se-á se os 
tipos de sistemas de produção animal influenciam de formas diferenciadaa Renda Agrícola 
(RA), Renda Total (RT) e Índice de Diversificação (ID). E, através destes dados, será 
caracterizado, economicamente, o sistema de produção animal do munícipio, buscando 
entender a dinâmica de suas externalidades, através do Consumo Intermediário (CI) e Produto 
Bruto (PB), verificando qual o sistema de produção animal proporciona maior e menor renda, 
bem como, observar se a menor renda é resultado de uma maior externalidade e quanto dessas 
características se relacionam com diversificação, medida pelo ID. 
Para tanto, a seguir, será apresentada a metodologia de análise e os resultados obtidos 
dos indicadores da produção animal das famílias rurais do munícipio de Itapejara d’Oeste. 
 
2. METODOLOGIA 
Os indicadores anteriormente arrolados (Renda Agrícola, Renda Total, Índice de 
Diversificação, Produto Bruto e Consumo Intermediário) do ano agrícola 2004/2005 foram 
obtidos em Perondi (2007) e do ano agrícola 2009/10 foram obtidos em Perondi (2013). 
Observa-se que os dados originais tiveram a premissa de ser uma amostra representativa da 
população rural das famílias que constam no cadastro da Secretaria Municipal da Agricultura 
de Itapejara d’Oeste no ano de 2005. Assim, estimou-se que o tamanho mínimo da amostra 
seria de 99 questionários que, ao final, arredondado para 100 famílias (10,3% da população). 
Para a definição da amostra, dividiu-se o município em setores, considerando os limites das 
comunidades e distribuindo para cada setor um número de amostras proporcional ao seu número 
de unidades de produção (PERONDI, 2007). 
Os dados foram organizados e analisados com o auxílio dos softwares IBM SPSS 
Statistics 20 e Microsoft Excel 2013. 
Os valores monetários de 2005 foram corrigidos a partir do Índice Geral de Preços do 
Mercado (IGPM) para julho de 2010, uma série disponível no site do Banco Central (BACEN), 
e que significou uma atualização de 1,2713708. 
Para fins de análise, foram consideradas apenas aquelas famílias em que o Produto Bruto 
Animal (PBA) tenha uma representatividade maior que 50% do PB, criando assim um critério 
para às famílias que significativamente trabalham com a produção animal, sendo este PB o 
 
 
João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
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valor de tudo o que foi vendido, estocado e consumido pela unidade de produção familiar, isto 
é, PB é igual à soma do Produto Bruto Vegetal (PBV), PBA e Produto Bruto das 
Transformações Caseiras (PBT). O PBA é a soma de tudo que foi vendido da produção animal 
com aquilo que foi consumido pela família, ou seja, o Autoconsumo (A). 
Logo em seguida, a partir dos dados encontrados pelo método anteriormente descrito, 
foi possível decidir quanto ao critério de escolha dos sistemas de produção animal. Dessa forma, 
escolheu-se aqueles sistemas em que a receita seja superior a 10% do PBA, por exemplo, para 
decidir se aquela família é produtora de leite, aves e suínos, é necessário que ambos estejam 
acima de 10% do PBA. Por conseguinte, o Autoconsumo também entra nesse cálculo, gerando 
assim sistemas de produção que levam em conta o que a família consumiu durante os anos 
agrícolas. E, a partir da definição dos sistemas de produção, foi possível separá-los em grupos 
de sistemas especializados e em grupos de sistemas diversificados. 
Portanto, para o cálculo da externalidade das famílias nos anos agrícolas 2005 e 2010 
foi utilizado a porcentagem do Consumo Intermediário (CI) do PB, ou seja, o valor dos insumos 
e serviços que foram necessários para a produção sobre o valor de toda produção vendida, 
estocada e consumida pela família no período analisado. Assim, as famílias em que o CI estivera 
abaixo de 50% tiveram menos externalidade e as que comprometeram acima de 50% do PB 
com o CI, foram consideradas mais dependentes, ou seja, com mais externalidade. 
A Renda Agrícola (RA) e a Renda Total (RT) foram utilizados a fim de se obter 
variáveis que mostrem características econômicas daquelas famílias com mais ou menos 
externalidade, obtendo-se comparativos entre maiores e menores rendas. 
O ID foi utilizado para se observar uma relação da diversificação com a dependência do 
mercado. O cálculo deste índice seguiu as metodologias dadas por Graebin e Waquil (2006) e 
é um valor que varia de 0 a 1, obtido conforme a equação abaixo: 
 
Para a análise estatística foi utilizado o Teste t de Student para a comparação de médias 
para variâncias diferentes ou equivalentes, entre os anos agrícolas, ao nível de significância de 
5%. 
Também se utilizou do método de pesquisa bibliográfica, sendo um trabalho também 
descritivo a partir de publicações técnicas e cientificas. Esse método se torna fundamental para 
dar embasamento à pesquisa, dando conhecimento sobre o desenvolvimento do tema. 
 
n
i i
siID
1
21
 
 
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3. ANÁLISE ECONÔMICA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ANIMAL 
 
Os sistemas de produção animal para as famílias do município de Itapejara d’Oeste, 
segundo o IPARDES (2015), representam 48,64% dos estabelecimentos da região, divididos 
em uma área de 8.699 ha. 
A Tabela 1, a seguir, apresenta a receita proporcionada pelas aves, suínos, peixes, leite 
e bovinos dessas famílias. E, em 2005, houve apenas uma família cuja produção de ovos 
representou 45,37% (com uma receita de R$ 5.400,78) de seu PBA, um total de 56% de toda a 
produção de ovos para esse período. No entanto, a mesma família não manteve a produção em 
2010. Dessa forma, as outras produções animais que poderiam aparecer, nesta mesma tabela, 
como ovos, ovinos, mel e a venda de cavalos e éguas não possuem um valor importante para 
caracterizar o munícipio de Itapejara d’Oeste, por isso não foram apresentadas abaixo, na 
Tabela 1. 
 
Tabela 1: Receita de aves, leite, suínos e peixes vendidos nos anos agrícolas de 2005 e 2010 e o Teste T. 
Receita (R$) 2005 2010 Teste t P (2005≠2010) 
Avicultura R$ 523.103,61 R$ 540.559,00 0,7474 NS 
Bovinocultura leiteira R$ 657.954,99 R$ 998.548,15 0,6080 NS 
Venda de gado R$ 103.426,01 R$ 143.755,00 0,7134 NS 
Suinocultura R$ 80.407,85 R$ 264.335,00 0,3693 NS 
Piscicultura R$ 113.406,28 R$ 21.300,00 0,3172 NS 
Fonte: Tabulação própria a partir de PERONDI (2007 e 2013). 
 
Na Tabela 1, observa-se que do ano de 2005 para 2010 houve a manutenção da receita 
advindas da produção animal (com exceção da piscicultura) e mesmo os sistemas não obtendo 
mudanças significativas (p<0,05) de receita, consolidaram a importância da produção animal 
no município. Um cenário de manutenção significa que as famílias continuam investindo em 
busca de uma maior renda e melhor qualidade de vida via à aposta na produção animal. 
Entretanto, pergunta-se: Esses sistemas de produção animal tornaram-se mais dependentes de 
insumos nesse período de 2005 a 2010 (com maior externalidade)? Quais desses sistemas 
possuem maior e menor externalidade? 
Segundo Ploeg (1993) apud Perondi (2007), a “cientifização” da agricultura é um 
movimento de padronização do trabalho segundo padrões científicos direcionados à tecnologia, 
resultando em maior externalidade. A Tabela 2, a seguir, apresenta o nível de dependência 
mercantil (relação CI/ PB) das famílias em 2005 e 2010, possibilitando a observação de quais 
sistemas de produção animal estão mais dependentes do mercado nos respectivos anos, isto é, 
aqueles que apresentam maior proporção do consumo intermediário sobre o produto bruto. 
 
 
 
João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
Tabela 2:Número de Famílias (N), média (ẍ), mediana (m) e desvio padrão do Nível de Externalidade (σ) 
dos sistemas de produção animal, em 2005 e 2010. 
 CI/PB em 2005 CI/PB 2010 P 
Sistema de Produção N ẍ m σ N ẍ m σ 2005≠2010 
Auto 1 58,04 58,04 - 4 30,94 11,87 46,34 
Peixe 1 53,10 53,10 - 0 0,00 0,00 - - 
Suínos 1 24,08 24,08 - 0 0,00 0,00 - - 
Leite 7 88,70 94,64 23,28 11 47,80 40,55 17,42 0,0006 (*) 
Aves 9 58,83 49,68 26,41 6 31,74 29,87 14,54 0,0405 (*) 
ESPECIALIZADO 19 67,66 59,55 28,71 21 40,00 38,62 24,44 0,0022 (*) 
Av+Le 2 48,03 48,03 9,46 3 33,63 28,16 16,37 0,3546 (ns) 
Av+Le+Auto 1 38,19 38,19 - 0 0,00 0,00 - 
Av+Le+Bo 0 0,00 0,00 - 1 38,68 38,68 - 
Bo+Auto 1 46,71 46,71 - 3 53,14 62,51 20,62 
Le+Auto 4 68,35 61,31 27,87 5 46,59 37,32 19,53 0,2093 (ns) 
Le+Bo 2 38,24 38,24 19,53 3 67,62 59,52 32,42 0,3448 (ns) 
Le+Bo+Auto 4 59,76 45,19 45,26 3 90,71 37,76 97,30 0,5920 (ns) 
Le+Bo+Ov 0 0,00 0,00 - 1 20,59 20,59 - - 
Le+Bo+Su 1 53,74 53,74 - 0 0,00 0,00 - - 
Le+Px+Auto 1 92,82 92,82 - 0 0,00 0,00 - - 
Le+Su 0 0,00 0,00 - 2 46,92 46,92 24,15 - 
Le+Su+Auto 0 0,00 0,00 - 1 42,56 42,56 - - 
Ovos+Le 1 67,17 67,17 - 0 0,00 0,00 - - 
Su+Auto 1 37,34 37,34 - 1 310,11 310,11 - - 
Su+Px 1 188,76 188,76 - 1 31,41 31,41 - - 
DIVERSIFICADO 19 63,67 52,09 40,22 24 62,73 39,35 64,78 0,9537 (ns) 
p (div≠esp) 0,7269 (ns) 0,1214 (ns) 
Fonte: Tabulação própria a partir de PERONDI (2007 e 2013). 
 
É importante salientar que a Tabela 2, apresenta uma síntese dos sistemas de produção 
animal, ou seja, todo o estabelecimento que apresentou um produto bruto de origem animal 
(PBA) maior que 50% do produto bruto total (PB) foi considerado como um sistema de 
produção em que a produção animal era importante. Isto foi representado por 38 unidades de 
produção em 2005 e 45 em 2010, do total de 94 estabelecimentos considerados. 
Na Tabela 2 o Autoconsumo representando mais que 10% do PBA total, está em sete 
sistemas de produção em 2005 e em cinco em 2010, para o grupo de diversificados. E há casos, 
excepcionais, em que o Autoconsumo representa 100% do PBA, ou seja, uma família em 2005 
e quatro em 2010 possuíam mais que 50% do seu PB explicado pelo PBA e 100% disto foi para 
o próprio consumo da família, o que faz com que esse sistema seja especializado em 
autoconsumo. 
 
 
João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
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Outro ponto importante observado, na Tabela 2, é que em 2005 dez sistemas de 
produção possuíam externalidade acima de 50% e em 2010 esse valor caiu para quatro, ou seja, 
Isso poderia indicar que esses produtores se tornaram menos dependentes do mercado, mesmo 
com diferenças não significativas (p<0,05) na maioria dos casos. Entretanto, um dos motivos 
dessa maior liquidez em 2005 é devido ao fato de ter acontecido uma estiagem neste ano que 
comprometeu a rentabilidade das lavouras e criações e a redução da receita tornou relativamente 
mais pesado os gastos com insumos, dando a impressão de que o sistema de produção era mais 
externalizado (PERONDI, 2007). 
A produção especializada de Aves e Leite possuem diferença significativa (p<0,05) pelo 
Teste T para duas variáveis independentes presumindo variâncias iguais para 2005 e 2010. 
Entende-se, com isso, a forte queda da dependência mercantil ocorrida nesses períodos, no 
entanto, quando junta-se os dois em Aves mais Leite (Av+Le) o que se vê é uma diferença que 
não foi importante, porém essa junção mostra baixa externalidade em ambos os anos. No caso 
do leite, a redução do peso do consumo pode ser explicada pela eficiência advinda de uma 
produção mais consolidada e tecnificada encontrada em 2010 em comparação a que se dispunha 
em 2005, pois, por exemplo, em Kiyota et al (2012), comenta-se que nesse período e com esses 
mesmos agricultores observou-se: 
 
[...] que os dados sobre o capital disponível em benfeitorias, máquinas e 
equipamentos das famílias apresentaram um desvio padrão muito elevado, 
dificultando a percepção de diferenças estatísticas significativas entre os grupos. 
Considerando a aquisição de ordenhadeiras e resfriadores, dois equipamentos que 
são utilizados unicamente na atividade leiteira, o grupo de famílias com leite tinha 
28 ordenhadeiras e oito resfriadores de imersão e nove de expansão em 2005, e o 
mesmo grupo passou a ter 37 ordenhadeiras, 14 com resfriadores de imersão e 24 
com de expansão em 2010. Ou seja, um aumento de 34 % no número de 
ordenhadeiras, de 74 % no número de resfriadores de imersão e de 267 % no 
número de resfriadores de expansão em relação ao número que existia em 2005. 
Mesmo assim, 60 % das famílias ainda não possuem uma ordenhadeira mecânica, 
ou possuem um equipamento com mais de 20 anos de uso, denotando a ênfase no 
trabalho manual dessas famílias. (KIYOTA et al., 2012, p.16). 
 
Além disso, a produção de leite na região é baseada na pastagem, assim, após a 
consolidação do plantio e manejo das pastagens perenes e anuais e do milho silagem, a demanda 
por fontes de alimentação dos animais externas à unidade de produção decresce 
significativamente. 
Salienta-se, também, a diferença significativa (p<0,05) que há na dependência do 
mercado entre os sistemas especialistas de 2005 e 2010 vistos na Tabela 2, enquanto que, para 
os diversificados, praticamente não houve diferença quanto a externalidade. Quando se defronta 
o grupo de especializados com diversificados, percebe-se que não há diferença significativa 
(p<0,05) entre eles, tanto em 2005 como em 2010. Portanto, será que isso tem a ver com a 
diversificação? Para responder essa questão é apresentado na Tabela 3, a seguir, o ID. 
 
 
João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
Tabela 3: Número de Famílias (N), média (ẍ), mediana (m) e desvio padrão (σ) do Índice de 
Diversificação nos sistemas de produção animal em 2005 e 2010, levando em conta a externalidade CI/PB 
 ID em 2005 ID 2010 p 
Sistema de Produção N ẍ m σ CI/PB N ẍ m σ CI/PB 2005≠2010 
Auto 1 0,59 0,59 - >50% 4 0,54 0,49 0,12 <50% - 
Aves 9 0,53 0,56 0,20 >50% 6 0,51 0,54 0,19 <50% 0,8610(ns) 
Leite 7 0,56 0,64 0,15 >50% 11 0,51 0,57 0,17 <50% 0,4670(ns) 
Peixe 1 0,55 0,55 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Suínos 1 0,75 0,75 - <50% 0 0,00 0,00 - - - 
ESPECIALIZADO 19 0,56 0,61 0,17 >50% 21 0,51 0,52 0,16 <50% 0,3941(ns) 
Av+Le 2 0,65 0,65 0,04 <50% 3 0,65 0,65 0,08 <50% 0,9792(ns) 
Av+Le+Auto 1 0,72 0,72 - <50% 0 0,00 0,00 - - - 
Av+Le+Bo 0 0,00 0,00 - - 1 0,76 0,76 - <50% - 
Bo+Auto 1 0,77 0,77 - <50% 3 0,61 0,63 0,15 >50% - 
Le+Auto 4 0,66 0,67 0,12 >50% 5 0,57 0,58 0,11 <50% 0,3105(ns) 
Le+Bo 2 0,53 0,53 0,08 <50% 3 0,65 0,64 0,05 >50% 0,1061(ns) 
Le+Bo+Auto 4 0,64 0,61 0,08 >50% 3 0,61 0,67 0,17 >50% 0,7629(ns) 
Le+Bo+Ov 0 0,00 0,00 - - 1 0,75 0,75 - <50% - 
Le+Bo+Su 1 0,74 0,74 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Le+Px+Auto 1 0,79 0,79 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Le+Su 0 0,00 0,00 - - 2 0,66 0,66 0,06 <50% - 
Le+Su+Auto 0 0,00 0,00 - - 1 0,85 0,85 - <50% - 
Ovos+Le 1 0,42 0,42 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Su+Auto 1 0,59 0,59 - <50% 1 0,24 0,24 - >50% - 
SU+PX 1 0,72 0,72 - >50% 1 0,79 0,79 - <50% - 
DIVERSIFICADO 19 0,65 0,65 0,11 >50% 24 0,63 0,65 0,14 >50% 0,6787(ns) 
p (div≠esp) 0,0619 (ns) 0,0132 (*) 
Fonte: Tabulação própria a partir de PERONDI (2007 e 2013) 
 
 No caso da Tabela 3, que procura observar o efeito da diversificação, nota-se que leite 
mais venda de bovinos (Le+Bo) apresenta uma dependência do mercado maior em 2010, 
mesmo também aumentando sua diversificação. O oposto ocorre com a análise do sistema 
Leite, que diminuiu tanto a diversificação como a sua externalidade,porém vale ressaltar que 
as diferenças não são significativas, ocorrendo variações desconexas entre a unidade se tornar 
menos especializada à medida que também passou a depender menos do mercado ou vice-versa. 
Ao se analisar os sistemas em grupos especializados e grupo diversificados, nota-se que 
não houve diferença significativa de ID de um ano para o outro. Porém, ao se confrontar 
especializado com diversificados no mesmo ano, observa-se que em 2010 a diferença foi 
significativa (p<0,05), porém o nível de dependência dos especializados se mostrou menos que 
nos diversificados, mostrando assim que diversificação não significa uma menor dependência 
mercantil. 
 
 
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 Do ponto de vista da RA ocorreram as seguintes diferenças, conforme a Tabela 3, que 
se segue, o importante de se avaliar essa variável é que, conforme Perondi (2007), esta leva em 
conta o valor de Autoconsumo total (A) em seu cálculo, ou seja, tudo que foi produzido 
agricolamente pela família e consumido pela mesma. 
 
Tabela 4: Número de Famílias (N), média (ẍ), mediana (M) e desvio padrão (σ) da Renda Agrícola nos 
sistemas de produção animal em 2005 e 2010, levando em conta a externalidade CI/PB e os grupos 
Especializados (ESP) e Diversificados (DIV) 
 RA em 2005 RA 2010 p 
Sistema de 
Produção 
N ẍ m σ CI/PB N ẍ m σ CI/PB 05≠10 
Auto 1 1.276,99 1.276,99 - >50% 4 3.139,91 2.947,28 2774,09 <50% - 
Aves 9 14.273,43 14.547,02 22126,13 >50% 6 37.779,04 36.799,94 24144,37 <50% 0,0737 
Leite 7 9.649,13 -4.424,58 40017,01 >50% 11 40.663,67 18.835,63 62749,38 <50% 0,2633 
Peixe 1 -47.002,00 -47.002,00 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Suínos 1 19.820,84 19.820,84 - <50% 0 0,00 0,00 - - - 
ESP 19 8.952,67 5.970,45 30813,81 >50% 21 32.692,11 18.782,56 48301,287 >50% 0,0700 
Av+Le 2 42.261,21 42.261,21 13001,40 <50% 3 73.159,79 54.042,64 45955,37 <50% 0,4415 
Av+Le+Auto 1 17.897,00 17.897,00 - <50% 0 0,00 0,00 - - - 
Av+Le+Bo 0 0,00 0,00 - - 1 21.371,79 21.371,79 - <50% - 
Bo+Auto 1 1.962,03 1.962,03 - <50% 3 5.306,25 5.126,23 1725,75 >50% - 
Le+Auto 4 4.919,73 4.078,94 5818,83 >50% 5 11.144,36 8.007,20 12071,79 <50% 0,3793 
Le+Bo 2 46.371,68 46.371,68 16249,67 <50% 3 18.382,31 8.824,31 28198,16 >50% 0,3053 
Le+Bo+Auto 4 6.340,83 5.016,74 12897,11 >50% 3 -1.672,27 7.012,88 25616,17 >50% 0,6052 
Le+Bo+Ov 0 0,00 0,00 - - 1 42.026,11 42.026,11 - <50% - 
Le+Bo+Su 1 21.141,49 21.141,49 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Le+Px+Auto 1 -43.474,11 -43.474,11 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Le+Su 0 0,00 0,00 - - 2 12.0364,73 120.364,73 19014,52 <50% - 
Le+Su+Auto 0 0,00 0,00 - - 1 8.374,48 8.374,48 - <50% - 
Ovos+Le 1 3.993,70 3.993,70 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Su+Auto 1 4.988,48 4.988,48 - <50% 1 -5.929,36 -5.929,36 - >50% - 
Su+Px 1 -166.899,78 -166.899,78 - >50% 1 94.241,25 94.241,25 - <50% - 
DIV 19 3.258,78 5.036,36 46856,58 >50% 24 30.919,33 13.389,69 43289,908 >50% 0,05142 
p (div≠esp) 0,6612 0,8973 
 Fonte: Tabulação própria a partir de PERONDI (2007 e 2013). 
 
 A Renda Agrícola (RA) apresentada na Tabela 4, permite observar que não houve um 
aumento significativo de renda em nenhum dos sistemas. Porém, é possível observar uma boa 
diferença quando se analisa as médias. Nos sistemas de produção que possuem aves e leite, 
pode-se notar o quanto esses sistemas influenciam a caracterização do munícipio de Itapejara 
 
 
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d’Oeste, pois além de estarem na maioria dos sistemas de produção animal, também apresentam 
uma concentração de renda. 
Esse aumento da RA era esperado para os sistemas que possuem leite, pois de 2005 para 
2010 houve uma forte valorização e incentivo para esse sistema em toda a Região Sudoeste do 
Paraná. Sendo assim, é interessante perceber que nas famílias que passaram a investir ainda 
mais neste sistema, a média da dependência do mercado sofreu uma importante diminuição, 
com um aumento de RA média de um pouco mais de 30.000 reais para o sistema de Leite e 
para Le+Av. 
Observa-se também, que onde há o Autoconsumo no sistema se torna difícil uma análise 
conclusiva, como em Bois+Auto e Le+Auto, houve um aumento da média da RA, ao mesmo 
tempo em que se diminui a externalidade. Porém, quando se junta os dois, em Le+Bo+Auto, 
há uma forte queda da RA, tornando-se negativa ao mesmo tempo em que a externalidade 
dessas famílias se mantém alta em ambos os anos, indo a 90,71% em 2010, como visto na 
Tabela 2. 
Bem como, quando se observa a Renda Total (RT) na Tabela 5, a seguir, é importante 
saber que essa renda é produto da soma da renda agrícola com a renda não agrícola, 
transferências sociais, outras rendas do trabalho e renda de outras fontes (PERONDI, 2007). 
 
Tabela 5: Número de Famílias (N), média (ẍ), mediana (M) e desvio padrão (σ) da Renda Total em 2005 e 
2010, levando em conta a externalidade CI/PB e os grupos Especializados (ESP) e Diversificados (DIV) 
 RT (R$) em 2005 RT (R$) 2010 p 
Sistema de 
Produção 
N ẍ m σ CI/PB N ẍ m σ CI/PB 05≠10 
Auto 1 23.098,17 23.098,17 - >50% 4 42.096,30 30.332,64 32586,61 <50% - 
Aves 9 33.053,30 28.384,73 33068,18 >50% 6 82.514,13 69.644,31 58304,88 <50% 0,0549(ns) 
Leite 7 20.174,10 260,06 41901,97 >50% 11 65.215,69 41.848,69 64815,32 <50% 0,1236(ns) 
Peixe 1 -47.002,00 -47.002,00 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Suínos 1 28.064,40 28.064,40 - <50% 0 0,00 0,00 - - - 
ESP 19 23.308,37 17437,37 37396,03 >50% 21 67.356,17 45.199,64 58509,10 <50% 0,0084(*) 
Av+Le 2 43.958,41 43.958,41 15401,60 <50% 3 85.148,82 54.042,64 58940,31 <50% 0,4245(ns) 
Av+Le+Auto 1 37.439,08 37.439,08 - <50% 0 0,00 0,00 - - - 
Av+Le+Bo 0 0,00 0,00 - - 1 44.510,74 44.510,74 - <50% - 
Bo+Auto 1 24.268,13 24.268,13 - <50% 3 21.978,16 30.037,77 14598,80 >50% - 
Le+Auto 4 19.673,27 20.274,52 5864,49 >50% 5 29.893,01 28.559,54 10690,94 <50% 0,1324(ns) 
Le+Bo 2 71.766,69 71.766,69 11881,29 <50% 3 48.640,93 48.872,49 18451,51 >50% 0,2234(ns) 
Le+Bo+Auto 4 15.485,36 19.600,75 12074,09 >50% 3 7.473,13 23.642,41 32433,31 >50% 0,6613(ns) 
Le+Bo+Ov 0 0,00 0,00 - - 1 69.487,72 69.487,72 - <50% - 
Le+Bo+Su 1 33.749,28 33.749,28 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Le+Px+Auto 1 -35.230,55 -35.230,55 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
Le+Su 0 0,00 0,00 - - 2 128.793,91 128.793,91 30935,20 <50% - 
Le+Su+Auto 0 0,00 0,00 - - 1 9.264,44 9264,44 - <50% - 
Ovos+Le 1 119.888,41 119.888,41 - >50% 0 0,00 0,00 - - - 
 
 
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Su+Auto 1 18.056,95 180.56,95 - <50% 1 10.929,02 10.929,02 - >50% - 
Su+Px 1 -150735,94 -150.735,94 - >50% 1 119.949,01 119.949,01 - <50% - 
DIV 19 22.080,00 24268,13 52767,98 >50% 24 47.954,87 32044,40 44669,30 >50% 0,0891(ns) 
p (div≠esp) 0,9345 (ns) 0,2496 (ns) 
Fonte: Tabulação própria a partir de PERONDI (2007 e 2013). 
 
 Na Tabela 5, acima, observa-se uma diferença significativa (p<0,05) de Renda Total 
para o grupo de sistemas especializados entre 2005 e 2010. Como já foi visto, esse grupo 
também apresentou uma diferença significativa de externalidade, mostrando assim que onde 
ocorre aumento de renda total há também uma queda de dependência do mercado. 
É interessante observar que não houve diferenças significativas de RT (p<0,05) entre os 
anos, na Tabela 5. Porém, houve um aumento médio da renda total (RT) em quase todos os 
sistemas, ao mesmo tempo em que houve uma diminuição da dependência do mercado para os 
sistemas. Para os casos que possuem aves e leite esse aumento foi mais expressivo em relação 
a 2005, enquanto que sua externalidade abaixousignificativamente, como já visto. Percebe-se, 
então, que quando há uma diminuição da dependência do mercado, há também um aumento da 
RT. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com base nos dados dos anos agrícolas de 2005 e 2010 verificou-se que todos os 
sistemas de produção animal não tiveram diferença significativa (p<0,05) com respeito a Renda 
Agrícola (RA), Renda Total (RT) e Índice de Diversificação (ID) e somente o sistema Leite e 
o sistema Aves tiveram suas externalidades (CI/PB) significativamente reduzidas e, por fim, 
todos os outros sistemas de produção se mantiveram com os mesmos indicadores. Porém, 
verifica-se que a externalidade influencia todas essas variáveis, já que para aumentar RA e RT 
precisa-se diminuir o peso do consumo de forma mais que proporcional. 
Uma lição importante desse trabalho é que não se conseguiu estabelecer uma relação 
direta entre diversificação e externalização. O motivo é que alguns sistemas de produção 
aumentaram seus ID, tornando-se mais diversificados, mas continuaram muito dependentes do 
mercado, enquanto que em outros casos aconteceu o contrário. Mostrando, assim, que a 
autonomia do sistema pode não estar relacionada com a diversificação, mas sim, com a sua 
externalidade. Por isso, o uso, nesse trabalho, do conceito de recampenização, pois quando o 
agricultor se torna mais autônomo não significa que tenha abandonado o mercado, mas que 
procurou uma posição com maior vantagem comparativa. 
Considera-se que essa pesquisa permitiu entender melhor a dinâmica das externalidades, 
através do Consumo Intermediário (CI) e Produto Bruto (PB), permitindo verificar quais 
sistemas de produção animal proporcionaram uma maior externalidade e quais características 
se relacionaram com a diversificação, renda agrícola e total. Porém, o que vale ressaltar é que 
muitas das diferenças não foram significativas e em alguns casos, acontece justamente o oposto 
do esperado. 
 
 
 
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SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
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João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 
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PERONDI, M. A.; KIYOTA, N.; AGUIAR, A.M.L; COLETTI, V.D.; SIMONETTI, D. A 
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