Buscar

A Gestalt

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

�PAGE �
1
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
Bruna Fontanella Bohn, Deivid Souza Pereira, Elias Mesquita Alves, Fernanda Atuatti, Mauricio Hartmann
A psicologia da Gestalt 
SÃO LEOPOLDO
2015
�
Bruna Fontanella Bohn, Deivid Souza Pereira, Elias Mesquita Alves, Fernanda Atuatti, Mauricio Hartmann
A psicologia da Gestalt
Trabalho apresentado para a disciplina História da psicologia, pelo Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, ministrada pelo professora Luciane Wolff
São Leopoldo
2015�
SUMÁRIO
31 introdução	�
42 História	�
42.1 As influências sobre a psicologia da Gestalt	�
52.2 O fenômeno Phi: o nascimento da Gestalt	�
62.3 A expansão da Gestalt	�
82.4 A Gestalt no Brasil	�
103 O método da Gestalt	�
124 O insight e as leis da gestalt	�
145 As contribuições da Gestalt para a psicologia	�
156 conclusão	�
16Referências	�
��
�
1 introdução
	O presente trabalho irá abordar a psicologia da Gestalt-terapia. A Gestalt surgiu na Alemanha no século XX, tendo posteriormente entrado nos Estados Unidos e espalhado-se pelo restante do mundo.
	O trabalho pretende dar ênfase ao aspecto histórico, tratando das influências filosóficas e cientificas que ajudaram a formar esta corrente de pensamento. Posteriormente o trabalho aborda a criação da Gestalt, sua expansão para os Estados Unidos e para o Brasil.
	Após o aspecto histórico será abordado a metodologia e as leis gerais da Gestalt, que a caracterizam como pensamento psicológico e cientifico. Também será abordado na parte final as contribuições da Gestalt para a construção da psicologia moderna.�
2 História
Na mesma época em que a revolução do behaviorismo tomava força nos Estados Unidos, outra revolução acontecia na psicologia alemã, a Gestalt. A Gestalt era mais um protesto contra a psicologia de Wundt, apesar de se apoiar em algumas de suas ideias.
	O foco da revolta gestaltista contra Wundt eram os elementos sensoriais. Segundo os adeptos da Gestalt, a teoria de Wundt tratava da percepção de objetos apenas como a soma de elementos para se formar um objeto. Segundo a Gestalt, a percepção vai muito além dos dados sensoriais que captamos através de nossos sentidos.
	A palavra Gestalt pode ser usada em dois sentidos: primeiro, o formato geral dos objetos, as propriedades gerais expressas em questões como simetria ou angulo e descreve características como a forma da figura geométrica. Segundo, a entidade concreta que tem como atributo um formato especifico, neste sentido iria se referir a triângulos, não ao formato triangular.
	A palavra Gestalt pode ser usada para se referir a objetos ou suas características formais. O termo não se restringe ao campo visual ou sensorial, podendo abranger a aprendizagem, o pensamento, as emoções e o comportamento.
	A partir deste ponto segue uma descrição das influências que ajudaram a construir a Gestalt, assim como sua história e sua expansão para os Estados Unidos e para o Brasil.
2.1 As influências sobre a psicologia da Gestalt
A Gestalt, assim como qualquer outra corrente cientifica ou filosófica, foi influenciada por conceitos formulados anteriormente por cientistas e filósofos. Entre estes estudiosos e suas idéias podemos destacar:
	Immanuel Kant (1724-1804): Kant alegava que quando percebemos o que chamamos objetos, encontramos os estados mentais que parecem compostos de partes e pedaços (Schultz, 2011, pag. 321). Os elementos não são organizados através de associação, mas sim de forma que tenham algum sentido e sejam percebidos como uma forma ou experiência completa. A percepção é uma organização ativa dos elementos, a mente molda os dados da percepção.
	Franz Brentano (1838-1917): tinha uma visão mais próxima a dos psicólogos da Gestalt. Defendia uma observação menos rígida e mais direta da experiência na forma como ela ocorre.
	Ernst March (1838-1916): através do livro “The analysis of sensations” (1885), discutia os padrões espaciais e temporais, como formas geométricas e melodias, considerando-as sensações. Alegava que nossa percepção de um objeto não muda, mesmo que modifiquemos nossa orientação em relação a ele.
	Cristian Von Ehrenfels (1859-1932): propôs que as qualidades da experiência não podem ser explicadas como combinações de elementos sensoriais. Para ele, a forma era criada pela mente em operação sobre os elementos sensoriais, a mente é capaz de criar formas a partir de sensações elementares.
	William James (1842-1910): afirmava que as pessoas veem os objetos como uma unidade, não como pacotes de informação.
A fenomenologia – movimento da filosofia e psicologia – defendia que a experiência não é analisada em elementos ou abstraída de forma artificial, ela envolve a experiência do senso comum, não a experiência de um observador treinado e que utilize uma orientação sistemática.
Cabe ainda ressaltar as mudanças que ocorriam no campo da física. No final do século XIX, a física começava a abandonar a visão redutivista e atomística, começando a aceitar o conceito de campo de força – espaços atravessados por linhas de força. Esse campo de força eram considerados entidades novas, não apenas a soma de efeitos de elementos. Os conceitos da Gestalt refletiam essa nova abordagem da física.
2.2 O fenômeno Phi: o nascimento da Gestalt
A Gestalt desenvolveu-se a partir do estudo de uma experiência realizada em 1910, por Max Wertheimer (1880-1943) com a colaboração de Kurt Koffka (1886-1941) e Wolfgang Köhler (1887-1967).
	A experiência tratava-se sobre a percepção do movimento aparente, do movimento quando não há efetivamente o movimento físico, Wertheimer se referia a isso como “impressão” do movimento. Usando um taquistoscópio (aparelho destinado a examinar a rapidez da percepção visual), Wertheimer projetava luz através de duas fendas feitas em ângulo ligeiramente diferente. Quando a luz era projetada de uma fenda para outra em um intervalo de tempo relativamente longo, era percebida como duas luzes sucessivas. Mas quando se reduzia este intervalo a um tempo curtíssimo, e luz era percebida como um único feixe que parecia se mover de uma fenda para outra.
	Segundo a posição predominante da psicologia na época – herdada de Wundt – toda experiência consciente era passível de análise em elementos sensoriais. Mas não era possível explicar a sensação de movimento como sendo um estimulo fixo sendo adicionado a outro, neste ponto a psicologia de Wundt falhava.
	Para Wertheimer, o fenômeno verificado no laboratório era tão elementar quanto uma sensação, mas diferente de uma sensação ou uma série delas. Denominou essa noção de fenômeno phi (Schultz, 2011, pag. 324). Na concepção de Wertheimer, o movimento existe assim como é percebido e não pode ser reduzido a um elemento mais simples.
	Em 1912, Whertheimer publicou os resultados da experimento no artigo “Experimental studies of perception of moviment” (“Estudos experimentais de percepção do movimento”). Este artigo é considerado o marco formal da Gestalt. 
2.3 A expansão da Gestalt 
Na década de 1920, a Gestalt havia se tornado um movimento de pensamento coerente e dominante na Alemanha. 
	Após os nazistas assumirem o poder, começaram várias ações de repressão contra intelectuais e judeus. Isto forçou muitos pesquisadores e estudiosos, inclusive os fundadores da Gestalt a deixarem o país. O núcleo da Gestalt se transferiu para os Estados Unidos, disseminando-se por meio de contatos pessoais, bem como pela publicação de trabalhos (Schultz, 2011, pag. 337). 
	Já nos Estados Unidos, vários livros de Koffka e de Köhler foram traduzidos para o inglês e resenhas foram publicadas nas revistas americanas especializadas em psicologia.
Apesar da Gestalt chamar muita atenção nos Estados Unidos, sua aceitação como escola de pensamento foi lenta. Há cincorazões principais para essa demora na aceitação: primeiro, o behaviorismo estava no auge da popularidade. Segundo, as principais publicações da Gestalt eram em alemão, e a necessidade de tradução atrasava a disseminação do pensamento gestaltico. Terceiro, muitos psicólogos acreditavam erroneamente que a Gestalt dedicava-se apenas a percepção. Quarto, Wertheimer, Koffka e Köhler instalaram-se em universidades pequenas, onde era difícil de atrair discípulos para transmissão de idéias. Quinto e mais importante, a psicologia americana havia avançado muito além das ideias de Wundt, as quais os psicólogos da Gestalt estavam se opondo. Os americanos acreditavam que a corrente de pensamento de Wundt estava morta, a Gestalt era um movimento de revolução na psicologia e, como todo movimento de revolução precisa de uma oposição para sobreviver, mas já não havia oposição.
Outro fato que causou a demora na aceitação da Gestalt foi a impressão errônea que os americanos tiveram sobre esta corrente da psicologia. Após a Primeira Guerra Mundial, Koffka escreveu um artigo para a revista americana Psychological Bulletin intitulado “Perception: an introduction to the Gestalt-Theorie” (“Percepção: uma introdução a teoria da Gestalt”) (Koffka, 1922). Neste artigo Koffka apresentava os conceitos básicos da Gestalt e os resultados dos experimentos. A palavra percepção usada no título criou a impressão de que a Gestalt tratava exclusivamente da percepção, não sendo importante para as outras áreas da psicologia.
	Quando os psicólogos da Gestalt avaliaram o cenário da psicologia americana, imediatamente mudaram de alvo. Começaram então a atacar as qualidades reducionistas do behaviorismo. Os adeptos da Gestalt alegavam que o behaviorismo, assim como Wundt, também se dedicava a abstrações artificiais. E assim começou a rivalidade entre a Gestalt e o behaviorismo.
2.4 A Gestalt no Brasil
A Gestalt chega ao Brasil em um momento histórico de turbulência política e social, envolvendo a ditadura militar e outros eventos. Mais especificamente, a Gestalt chega ao país no início dos anos 1970, época de difícil estabelecimento e organização de grupos devido a censura e as proibições por parte do governo militar.
	Um fator determinante para o estabelecimento da Gestalt no Brasil foi a criação do Instituto Sedes Sapientiae, instituto criado pela Madre Cristina de Sodré, com objetivo de ser um centro de estudos, educação e psicoterapia onde todas as abordagens modernas teriam espaço (Costa, 2008).
	Com a chegada da Gestalt houve uma grande identificação entre os gestaltistas e os rogerianos – adeptos da teoria de Carl Rogers (1902-1987) – houve também uma certa rivalidade entre estes grupos, apesar de manterem um reconhecimento mútuo. Alguns membros do movimento rogeriano consideram que não conseguiram organizar-se como grupo, então grande parte migrou para a Gestalt.
	A Gestalt teve um grande crescimento no Brasil servindo como uma forma de contra-cultura, indo contra as abordagens da psicanalise e do behaviorismo, predominantes na época. Aqueles que queriam integrar a terceira força da psicologia geralmente iam para a Gestalt. 
	Várias pessoas podem ser destacadas como precursoras da Gestalt no Brasil, entre eles é possível citar os nomes dos brasileiros Madre Cristina de Sodré e Paulo Barros, além dos americanos John Keith Wood e Maureen Miller (colaboradores de Carls Rogers e que também tinham ligações com a Gestalt) e da holandesa Thérèse Emille Tellegen.
	Pode-se dizer que o embrião gestaltiano no Brasil nasceu nas viagens de Paulo Barros para os Estados Unidos e de Tellegen para a Inglaterra, onde entraram em contato com psicólogos gestaltianos e trouxeram esta escola para o Brasil.
	 A Gestalt começou a se espalhar entre os psicólogos brasileiros através de workshops vivenciais e grupos de estudo. O primeiro workshop foi realizado em 1973, sob coordenação da inglesa Silvia Peters. Algum tempo após isso Tellegen e Tessy Hantzschel foram para os Estados Unidos, onde fizeram workshops com os alunos de Fritz Perls. Nos anos seguintes vários Gestalt-terapeutas americanos, também seguidores da linha de Perls, vieram ao Brasil para promoverem treinamentos e palestras aos novos praticantes da Gestalt.
	Em 1980 foi realizado a primeira reunião de Gestalt-terapeutas do Brasil, em Boiçucanga – SP. O grupo formado neste encontro fracassou em seu projeto de formar um grupo nacional mas mantiveram o propósito de dar continuidade a esta abordagem terapêutica.
	A metade final dos anos 1970 e o início dos 1980 marcou uma expansão para a Gestalt, graças a forte articulação de seus praticantes e de seus grupos espalhados pelo país. Nesta época era ministrado um curso de Gestalt no Instituto Sedes Sapientiae e foi criado o primeiro curso de Gestalt em uma universidade, na USP. Em 1987 ocorreu a fundação do Centro de Gestalt de São Paulo.
	 Dessa época para os dias de hoje houve um grande crescimento na Gestalt brasileira, que hoje possui cursos em diversas universidades e também possui diversas organizações que dedicam-se ao seu estudo e aperfeiçoamento. Ainda de acordo com as entrevistas feitas por Costa (2008) a Gestalt brasileira está ganhando uma identidade própria, com um maior desenvolvimento tanto epistemológico quanto prático:
Como aponta Jorge: “a Gestalt brasileira, ela está saindo de uma concepção norte-americana de Gestalt-terapia, para uma concepção de teoria de base aplicada a diversas necessidades do povo brasileiro e da psicoterapia gestáltica. [...] Estamos superando e transcendendo a Gestalt europeia e norte-americana [...], há um aproveitamento das teorias de base da Gestalt-terapia e isso faz com que isso seja um diferencial da abordagem gestáltica brasileira. [...] Essa é uma das riquezas da Gestalt-terapia do Brasil”.
Ainda segundo as entrevistas de Costa (2008), a Gestalt no brasil está entrando na área social e se ligando a outros campos de estudo:
Na mesma direção apontada por Jorge, Selma afirma que, a seu ver, a Gestalt-terapia “está, por exemplo, pelo menos aqui no Brasil, desenvolvendo mais sua inserção no trabalho social e comunitário, estabelecendo interlocuções com outros saberes [...]”
3 O método da Gestalt
A Gestalt se caracteriza por promover uma integração entre ciência e experiência. Há um distanciamento entre o cientifico e o percebido, os termos científicos tendem a ficar reservados para dentro do laboratório. Há um estudo direto da percepção e da experiência cognitiva do sujeito. 
O Gestalt propõe ainda uma inversão na orientação metódica da psicologia, onde o primeiro passo é a descrição das vivências. A concepção de ciência proposta pela Gestalt é abstraída de questões ligadas diretamente ao fenômeno psicológico. A novidade no gestaltismo está em propor uma nova relação entre ciência e vivência. [...]” cabe à psicologia apontar o caminho onde ciência e vida hão de se encontrar” (Koffka, 1975).
O método fenomenológico-descritivo é o método usado pela Gestalt enquanto ciência psicológica. Neste método, o primeiro passo da investigação cientifica é a descrição do fenômeno psicológico, ou seja, aquilo que parece tal e como aparece na perspectiva do sujeito leigo. A medida que do ponto de vista do sujeito leigo, o percebido é organizado e significado, a organização fenomenológica mostra a organização intrínseca ao percebido, indicando uma ordem ou razão interna ao domínio da sensibilidade.
No ponto de vista da Gestalt, as representações são imediatamente organizadas e significadas, apresentando-se na perspectiva do leigo somente desta forma. A experiência é imediatamente organizada, então o que percebemos são relações e não sensações, ao contrário do que Wundt acreditava. 
O sentido da experiência é expressado através da relação entre figura e fundo, sem essa relação a cognição não é possível. Ao destacar-se do fundo, a figura delimita-se como objeto representado, em um espaço onde não exista a distinção entre figura e fundo não há conhecimento,já que qualquer conhecimento é conhecimento de alguma coisa. Os objetos representados são resultados de uma organização interna do domínio da experiência.
A organização de uma figura é explicada pela relação parte/todo (semelhante à relação figura/fundo). Uma parte é definida pela função que desempenha na figura na qual faz parte. Uma parte articulada em um todo é diferente da “mesma” parte isolada ou em outra totalidade. A parte possui um significado relativo dependente da estrutura, então possui um significado funcional, seu significado depende da posição na estrutura. Como diziam os antigos gestaltistas “O todo é maior que a soma de suas partes”.
A noção de parte não deve ser confundida com a noção clássica de elemento ou sensação. A parte sempre é significativa, isto é inerente a sua definição. As diversas parte de uma estrutura não se relacionam arbitrariamente, entre todas elas há uma relação intrínseca e necessária, cada uma tem seu sentido relacionado as outras. O percebido possui um sentido coerente, não arbitrário. A relação de funcionalidade entre as partes cria uma relação de “coesão interna”. Enquanto a associação de Wundt liga elementos estranhos entre si, a coesão interna liga partes que exigem uma dinâmica funcional.
�
4 O insight e as leis da gestalt
O insight (em alemão, einsicht; compreensão) é a espontânea compreensão das relações de um problema, onde ocorre a reestruturação cognitiva sobre a compreensão global do problema. Para que ocorra a aprendizagem por insight, o sujeito deve perceber as relações entre as diversas partes de uma situação-problema. Na aprendizagem por insight, o problema como um todo deve dominar as partes, os detalhes devem ser considerados em relação a situação inteira. A solução do problema deve seguir do todo para as partes.
A Gestalt, em suas análises estruturais, encontrou leis que regem a percepção humana das formas, o que facilita a compreensão das imagens e idéias. Essas leis são comportamentos naturais do cérebro no que se trata do processo de percepção. As sete leis da Gestalt são:
	Proximidade: os elementos são agrupados de acordo com a distância que se encontram uns dos outros. Elementos que estão próximos em uma região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estivessem distante de seus similares.
	Semelhança: eventos semelhantes se agrupam entre si. A semelhança se dá por intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma, etc., e se dá em igualdade de condições.
	Continuidade: há uma tendência da nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo que pareçam contínuos ou fluam em uma direção específica.
	Pregnância ou boa forma: a mais importante. Todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. Este é o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.
	Experiencia passada: esta lei se relaciona com o processo de associação usado no período pré-gestaltico. Aqui a associação é necessária, pois certas formas só podem ser compreendidas se já as conhecermos ou tivermos consciência própria de sua existência. Ao mesmo tempo que se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.
	Clausura ou fechamento: o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura se relaciona ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.
	Figura fundo: tendência de organizar as percepções do objeto sendo visto e do fundo sobre o qual ele aparece. A figura é aquilo que procuramos ou mantemos o foco e o fundo seria o contexto no qual a figura está inserida.
�
5 As contribuições da Gestalt para a psicologia
O movimento da Gestalt deixou sua marca e influência na psicologia, influenciando trabalhos a respeito da percepção, aprendizagem, pensamento, personalidade, psicologia social e da motivação.
	A Gestalt continuou a promover o interesse na experiência consciente como um problema legitimo para a psicologia, mesmo na época em que o behaviorismo dominava o campo da psicologia.
	O estudo da experiência consciente talvez seja a maior contribuição da Gestalt para a psicologia. No entanto, os adeptos modernos da Gestalt reconhecem não ser possível investiga-la com a mesma objetividade e precisão do estudo do comportamento manifesto.
	Muitos aspectos da psicologia cognitiva contemporânea devem sua origem a psicologia da Gestalt.
�
6 conclusão
	No decorrer do texto foi possível observar as influencias que a Gestalt sofreu através do pensamento de vários filósofos e cientistas que antecederam a criação desta escola.
	Também é possível observar o caráter revolucionário da Gestalt, que nasceu a partir de um experimento sobre percepção de movimento, contrariando as idéias predominantes da psicologia na época, que foram herdadas do pensamento e experimentos de Wilhelm Wundt (1832-1920). 
	A Gestalt espalhou-se pelo mundo, principalmente através da migração de seus criadores e principais divulgadores para os Estados Unidos, forçados pela perseguição nazista. Como movimento revolucionário teve de encontrar uma nova oposição, nascendo assim a rivalidade com o behaviorismo.
	Foi abordado a metodologia da Gestalt, juntamente com suas leis, que a caracterizam como ciência. A Gestalt lida principalmente com a experiência direta da mente consciente, o aprendizado e a percepção do movimento, formas e objetos.
	Encerrando o trabalho, é descrito brevemente as contribuições da Gestalt para a psicologia moderna e o mundo cientifico.
 �
Referências
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. São Paulo: Thomson, 2011.
FIGUEIREDO, L. C. Psicologia: uma (nova) introdução. São Paulo: Escuta; São Paulo: EDUC, 2006.
JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T.; História da psicologia: rumos e recursos. Rio de Janeiro; Nau Editora; 2008.
Dissertação de mestrado, Danilo Suassuna Martins Costa; História da Gestalt terapia no Brasil contada por seus “primeiros atores”: um estudo historiográfico no eixo São Paulo-Brasília; Universidade Católica de Goiás; Goiânia; 2008.
Site “Psicologado”: https://psicologado.com