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Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência

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Saiba Mais Aula 10 – Recuperação Judicial, Extrajudicial e 
Falência da Empresa 
 
 
Juízo competente 
O juízo competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a 
recuperação judicial ou decretar a falência será o do principal estabelecimento do devedor 
ou da filial de empresa sediada fora do Brasil (art. 3). 
Credores não admitidos 
a) as obrigações a título gratuito; 
b) as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial 
ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. 
Efeitos da decretação da falência ou do deferimento do processamento da 
recuperação judicial 
De acordo com o art. 6º da LRF, uma vez decretada a falência ou deferido o 
processamento da recuperação judicial, ocorrerá a suspensão: 
a) da prescrição; 
b) de ações e execuções, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio 
solidário. 
Uma vez suspensa a prescrição, esta voltará a fluir a partir do trânsito em julgado da 
sentença de encerramento da falência ou da recuperação judicial. Na recuperação judicial, 
a suspensão da prescrição e das ações e execuções será de 180 dias, restabelecendo-se, 
após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e 
execuções, independentemente de pronunciamento judicial. 
Por outro lado, as ações de conhecimento contra o devedor não se suspendem com a 
falência ou com o processamento da recuperação, uma vez que não são execuções. 
Assim, as demais ações não sujeitas à suspensão, bem como as reclamações trabalhistas 
poderão requerer reserva do valor em discussão. Por fim, não se suspendem as 
prescrições em que o falido ou a empresa em recuperação seja credor, bem como os 
prazos decadenciais, seja ele credor ou devedor. Não se suspendem, ainda, as execuções 
tributárias. 
 
Juízo de prevenção 
A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição 
para qualquer outro pedido, relativo ao mesmo devedor (art. 5º, § 8º). 
Verificação e habilitação dos créditos 
A LRF estabelece o mesmo regime de verificação dos créditos para a recuperação e para 
a falência. A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base 
na escrituração do devedor e nos documentos apresentados pelos credores (art. 7º). No 
prazo de 15 dias, os credores poderão apresentar ao administrador judicial suas 
habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. O credor que não 
apresentar no prazo poderá fazê-lo na condição de credor retardatário (art. 10). Estão 
dispensados da habilitação o fisco e os credores remanescentes da recuperação judicial. 
Superadas as possíveis impugnações, os créditos habilitados serão incluídos no quadro 
geral de credores. 
Na falência, os credores serão pagos conforme sua classificação (art. 83). Nos casos de 
recuperação judicial, os credores poderão pactuar forma diversa do quadro geral, 
observada a preferência dos credores decorrentes das relações de trabalho. 
 
 
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Atribuições do Comitê de Credores 
As atribuições do comitê de Credores encontram-se previstas nos art. 27 da LRF. Da 
análise do referido dispositivo temos que a principal função do Comitê de Credores é 
fiscalizar o regular andamento do processo, comunicar ao juiz qualquer irregularidade, 
apurar e emitir pareceres sobre quaisquer reclamações dos interessados e requere ao juiz 
a convocação da Assembléia Geral de Credores. 
Assembleia Geral de Credores 
A Assembléia Geral de Credores deverá obedecer aos requisitos previstos no art. 36 no 
que tange as formalidades de convocação. A assembléia será convocada pelo juiz pelas 
hipóteses previstas em lei ou quando achar necessário. Poderá, ainda, ser convocada 
pelos credores, desde que representem 25% do total do passivo. Sua competência 
encontra-se prevista no art. 35 da LRF. 
Observação: o poder da Assembléia Geral de Credores não se sobrepõe ao poder 
jurisdicional. 
Quorum de instalação 
A Assembléia Geral de Credores se instala, em primeira convocação, com a presença de 
credores que representem a maioria dos créditos em cada classe e, em segunda 
convocação, com qualquer número de credores (art. 37, § 2º). Os credores poderão ser 
representados por procuradores. 
Quorum de deliberação 
Como regra o quorum de deliberação será o de maioria simples (art. 42). Há, contudo, 
duas situações em que a lei prevê quorum qualificado: a aprovação do plano de 
recuperação e para a venda extraordinária de bens do falido. 
 
 
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Credores sujeitos à recuperação judicial 
Como regra, todos os credores existentes na data do pedido de recuperação, ainda que 
não vencidos, estão sujeitos aos efeitos da recuperação judicial (art. 49). Portanto, aqueles 
credores que vierem a se constituir depois do pedido de recuperação não serão incluídos, 
bem como os bens dados em garantia real, as ações que demandem quantias ilíquidas, as 
reclamações trabalhistas e as execuções tributárias. 
Também estão excluídos dos efeitos da recuperação judicial, os credores titulares da 
posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de 
proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos contratos contenham cláusula de 
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de 
proprietário em contrato de compra e venda com reserva de domínio, bem como os bancos 
credores por adiantamento aos exportadores e câmaras de compensação e liquidação 
financeira. Esses credores podem exercer seus direitos reais e contratuais, de acordo com 
as respectivas legislações. 
Meios de recuperação da empresa 
O art. 50 da LRF enumera os meios de recuperação judicial da empresa. Trata-se, na 
verdade, de rol exemplificativo. São eles: 
a) dilação do prazo ou revisão das condições de pagamentos; 
b) operações societárias; 
c) alteração do controle societário, etc. 
Fases do processo 
 O processo de recuperação judicial se divide em três fases: 
a) postulatória – requerimento do benefício; 
b) deliberativa – ocorre após a verificação dos créditos; 
c) execução – fiscalização do cumprimento do plano de recuperação. 
Requisitos da petição inicial 
 
O requerente deve instruir sua petição inicial observando as exigências dos arts. 48 e 51 
da LRF. 
Despacho de processamento da recuperação judicial 
Estando em termos a documentação exigida pela lei, o juiz deferirá o processamento da 
recuperação e no mesmo ato nomeará o administrador judicial e, entre outros efeitos, 
ordenará a suspensão temporária de todas as ações e execuções (art. 52). Lembre-se, 
contudo, de que nem todas as ações serão suspensas. 
Plano de recuperação judicial 
O instrumento mais importante do processo de recuperação judicial é o plano re 
recuperação. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo 
improrrogável de 60 dias da publicação da decisão que deferir o processamento da 
recuperação judicial, sob pena de convolação em falência. O plano de recuperação deverá 
atender aos requisitos previstos no art. 53 da LRF. 
Segundo a lei, o plano poderá alterar ou fazer novação dos créditos trabalhistas ou 
decorrentes de acidente de trabalho, observado o disposto no art. 54 da LRF. 
Procedimento de Recuperação Judicial 
Uma vez apresentado e publicado o plano de recuperação, poderão os credores 
apresentar sua objeção no prazo a ser fixado pelo juiz ou conforme o previsto em lei. 
Havendo objeção de qualquer credor, o juiz convocará a Assembléia Geralde Credores 
para deliberar sobre o plano de recuperação. 
Após a juntada ao processo do plano aprovado pela assembléia ou decorrido o prazo para 
objeções, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários. Assim, se 
apresentadas as certidões, o juiz deve conceder o benefício; caso contrário, deve indeferir 
o pedido, uma vez que o CTN exige prova de quitação para a concessão da recuperação 
judicial. Vide art. 68 da LRF. 
Observação: atenção ao interpretar os prazos previstos no art. 55 da LRF; a lei deve ter 
se confundido um pouco ao definir o prazo para a apresentação de objeção. 
Concessão da recuperação judicial 
 
Aprovado o plano de recuperação em assembléia (respeitado o quorum) o juiz concederá a 
recuperação judicial. Caso nenhum plano tenha sido aprovado, o juiz decretará a falência. 
Contudo, há situações na lei em que o juiz poderá conceder a recuperação com base no 
plano não aprovado pela assembléia, desde que de forma cumulativa (art. 58): 
a) o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de 
todos os créditos presentes, independentemente de suas classes; 
b) a aprovação de duas das classes de credores , nos termos do art. 45 da LRF, 
ou, caso haja somente duas classes com credores votantes, a aprovação de 
pelo menos uma delas; 
c) na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 dos 
credores. 
Recurso contra sentença concessiva de recuperação 
A sentença concessiva de recuperação judicial desafia o recurso de agravo por 
instrumento no prazo de 10 dias. O agravo poderá ser interposto por qualquer credor ou 
pelo representante do Ministério Público (art. 59, § 2º). 
Efeitos da concessão da recuperação judicial 
Todos os credores anteriores ao pedido de recuperação estão sujeitos aos seus efeitos, 
isto é, o plano de recuperação judicial implica a novação dos créditos anteriores ao pedido 
e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das demais garantias 
(art. 59). 
Lembre-se, ao final, de que existem credores que não são atingidos pela recuperação. 
Assim, uma vez não atingidos, não estarão sujeitos aos efeitos da concessão de 
recuperação judicial. 
Efeitos da recuperação em relação à administração da sociedade 
Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão 
mantidos na administração da sociedade, sob fiscalização do Comitê de Credores, se 
houver, e do administrador judicial. No entanto, se o devedor ou seus administradores não 
forem pessoas idôneas, o juiz poderá afastá-los, nos termos do art. 64 da LRF. Uma vez 
afastados, o juiz convocará a Assembléia Geral dos Credores para deliberar sobre o nome 
do gestor judicial que assumirá a administração da sociedade. 
 
Enquanto a assembléia não deliberar sobre a escolha do gestor, cabe ao administrador 
judicial exercer a função deste (art. 65). 
Efeitos da recuperação em relação aos bens do devedor 
Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar ou 
onerar seus bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo se evidente utilidade 
reconhecida pelo juiz e depois de ouvido o Comitê de Credores, com exceção daqueles 
previamente relacionados no plano de recuperação judicial. A inobservância desses 
requisitos enseja a decretação da falência. 
Atendimento ao plano de recuperação 
Concedida a recuperação judicial, o devedor deverá cumprir todas as obrigações previstas 
no plano de recuperação que se vencerem até dois anos depois da concessão da 
recuperação judicial. Se durante esse período o devedor descumprir qualquer das 
obrigações previstas no plano, ocorrerá a convolação da recuperação em falência. Uma 
vez decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e demais garantias 
(art. 61). 
Descumprimento do plano de recuperação 
Como visto acima, se durante o prazo de dois anos o devedor descumprir qualquer uma de 
suas obrigações, o credor requererá a convolação em falência. Após o referido prazo, o 
credor poderá requerer a execução específica ou falência do devedor. Convolada a 
recuperação judicial em falência, os credores decorrentes de obrigações contraídas pelo 
devedor durante a recuperação, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores, 
serão considerados extraconcursais. 
Encerramento da recuperação judicial 
 Como regra, cumpridas as obrigações no prazo de até dois anos, o juiz decretará 
por sentença o encerramento da recuperação judicial (art. 63). 
 
 
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Observação: o referido parcelamento diz respeito apenas ao passivo quirografário. As 
dívidas tributárias e trabalhistas não são atingidas; portanto, devem ser honradas conforme 
a legislação específica de cada uma. A aprovação ou rejeição do plano de recuperação 
judicial cabe exclusivamente ao juiz, e não à Assembléia Geral de Credores. Com a 
sentença concessiva do benefício, opera a suspensão das ações e execuções e a novação 
das obrigações sujeitas ao plano. Por fim, os credores poderão opor objeções ao plano 
especial. Nesse caso, o juiz chamará o devedor para que se manifeste na tentativa de 
haver um acordo entre as partes. Caso contrário, o juiz decidirá o caso. 
Convolação da Recuperação Judicial em Falência 
O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial (art. 73): 
a) por deliberação em Assembléia Geral de Credores; 
b) pela não apresentação do plano pelo devedor; 
c) quando houver sido rejeitado o plano de recuperação pela Assembléia Geral 
de Credores; 
d) por indeferimento da recuperação judicial; 
e) por descumprimento das obrigações assumidas no plano de recuperação. 
 
 
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Processamento do pedido de homologação 
De acordo com a lei, a homologação pode ser facultativa e obrigatória. Ambas seguirão o 
rito previsto no art. 164 da LRF. 
Efeitos da homologação 
O plano de recuperação produz efeitos após a sua homologação judicial, podendo, 
contudo, produzir efeitos anteriores à homologação, desde que se refira exclusivamente à 
modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários (art. 165). 
Rejeitado o plano pelo juiz, devolve-se aos credores signatários o direito de exigir seus 
créditos nas condições originais, deduzidos os valores efetivamente realizados. 
 
 
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No Brasil, a insolvência presume: 
Impontualidade – sem relevante razão de direito, o devedor não paga, no vencimento, 
obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma 
ultrapasse o equivalente a 40 salários mínimos. Não basta o devedor estar em atraso; é 
preciso que sua impontualidade seja injustificada (art. 94, I); 
Execução frustrada – o executado por qualquer quantia líquida não paga, não deposita e 
não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal (art. 94, II); 
Prática de atos de falência – caracteriza-se a falência se o empresário incorrer nos atos 
elencados no art. 94, III, da LRF. 
 Juízo falimentar – universal 
O juízo competente para o processamento da falência será o do principal estabelecimento 
do devedor (art. 76). 
Autofalência 
O empresário que julgue não atender aos requisitos para a recuperação judicial deverá 
requerer sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguir com sua 
atividade empresarial. 
Legitimidade ativa 
Estão autorizados a requerer falência (art. 97): 
a) o próprio devedor empresário (autofalência); 
b) qualquer credor; se empresário,provar a condição de regular; 
c) o cônjuge sobrevivente; 
d) os herdeiros do devedor; 
e) o inventariante; 
f) o sócio ou acionista da sociedade; 
g) o credor não domiciliado no Brasil, desde que preste caução. 
 
Hipóteses em que não será declarada 
A falência requerida com base na impontualidade não será declarada se o requerido provar 
as causas excludentes de falência previstas no art. 96 da LRF. 
Responsabilidade dos sócios 
Pela nova lei, os sócios solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações sociais 
terão sua falência decretada e ficarão sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em 
relação à sociedade falida (art. 81). Os efeitos trazidos pela nova lei aplicam-se também 
aos sócios que tenham se retirado da sociedade há menos de dois anos. Já a 
responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos 
administradores da sociedade falida será apurada no próprio juízo da falência, 
independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o 
passivo (art. 82). Todavia, a ação de responsabilização prescreverá em dois anos, 
contados do trânsito em julgado do encerramento da falência. 
Rito falimentar 
A falência segue rito diferente em função de seu autor (arts. 94 a 96, 98 e 105 a 107). 
Defesa do devedor impontual 
Uma vez citado, o devedor poderá em 10 dias (art. 98): 
a) depositar a importância equivalente ao seu débito, sem contestar (nesse caso, 
extingue-se o processo de execução); 
b) depositar e apresentar defesa (nesse caso, também, se extingue o processo 
de execução); 
c) não depositar, limitando-se a apresentar defesa (terá, então, sua falência 
declarada). 
RECURSOS 
Sentença declaratória 
Recebidas e cumprida as diligências, o juiz proferirá a sentença, declarando ou não a 
falência. A sentença declaratória de falência desafia o recurso de agravo por instrumento 
no prazo de 10 dias (art. 100). O agravo por instrumento pode ser interposto pelo falido, 
pelo credor e pelo representante do Ministério Público. 
 
Sentença denegatória 
Na sentença denegatória de falência, o juiz apreciou o mérito e julgou improcedente o 
pedido do credor. Nesse caso, o recurso cabível será o de apelação, no prazo de 15 dias 
(art. 100). 
Termo legal 
Proferida a sentença, o juiz fixará o termo legal da falência. Termo legal é o lapso temporal 
anterior à falência, suscetível de investigação. O termo legal poderá retroagir, no máximo, 
90 dias, contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do primeiro 
protesto por falta de pagamento, excluindo-se, os protestos que tenham sido cancelados 
(art. 99, II). 
Efeitos da sentença declaratória 
A sentença declaratória de falência produz uma série de efeitos. 
1- Quanto aos direitos dos credores – Vencimento por antecipação das obrigações 
do falido (art. 77) e a suspensão das ações, execuções e dos juros – contra a 
massa não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência (art. 124). 
De acordo com a lei, após a quebra não correm mais juros enquanto não for pago o 
valor principal. Excetuam-se da suspensão dos juros as obrigações decorrentes de 
garantia real, bem como os credores debenturistas. 
2- Quanto à pessoa do falido – Impõe inúmeras obrigações, dentre as quais: assinar 
aos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a 
indicação do nome e sua qualificação (art. 104). O falido, entretanto, tem o direito 
de fiscalizar a administração da massa. 
3- Quanto aos bens do falido – A falência atinge todos os bens do devedor, inclusive 
direitos e ações, salvo aqueles bens absolutamente impenhoráveis e inalienáveis, 
bem como a meação do cônjuge e as substâncias entorpecentes ou que causam 
dependência física ou psíquica (art. 108). 
4- Quanto aos contratos do falido – Os contratos bilaterais não se resolvem pela 
falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento 
reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou se for necessário à 
manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê (art. 
117); nos unilaterais (nos quais só uma das partes possui obrigações) o 
administrador judicial, mediante autorização do comitê, poderá dar cumprimento ao 
 
contrato, se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for 
necessário à manutenção e preservação de seus ativos, realizando o pagamento 
da prestação pela qual está obrigada (art. 118). Os contratos de conta-corrente, 
embora sejam bilaterais, se resolvem com a falência, devendo ser encerrados (art. 
121). 
Lacração do estabelecimento 
O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a execução da arrecadação 
ou para a preservação dos bens da massa falida ou dos interesses dos credores (art. 109). 
Revogação de atos praticados pelo falido antes da falência 
Alguns atos praticados pelo falido antes da falência poderão ser revogados, tenha ou não o 
contratante conhecimento da situação econômica do falido. Se revogados pelo juiz, os 
bens devem ser restituídos à massa em espécie, com todos os acessórios; não sendo 
possível, deverá o falido providenciar a indenização correspondente (arts. 129 e 130). 
É importante ressaltar que alguns atos objetivamente ineficazes (previstos nos incisos I a 
III e VI do art. 129) não perdem a eficácia se estavam previstos no plano de recuperação. 
Ação revocatória 
É instrumento adequado para reaver os bens transferidos a terceiros. Deve ser proposta 
pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de três 
anos, contados da decretação da falência (art. 132). 
Administração da falência 
Como visto anteriormente, cabe ao administrador judicial a administração da falência. 
Restituição ou embargos de terceiros 
O administrador judicial, quando nomeado, providenciará a arrecadação dos bens do falido 
em favor da massa. Há situações em que parte desses bens encontra-se protegida por 
direito real ou decorrente de contrato. Dessa forma, se arrecadados, ensejarão o pedido de 
restituição ou embargos de terceiros pelo legítimo proprietário (art. 85). 
Verificação dos créditos 
 
Vide comentários anteriores. 
Classificação dos créditos 
Depois de o administrador realizar o atendimento aos credores da massa e as restituições 
em dinheiro (art. 84), deverá efetuar o pagamento dos demais créditos, os quais são 
classificados conforme sua origem, na seguinte ordem (art. 83): 
a) créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salários mínimos 
por credor, e os decorrentes de acidente de trabalho; 
b) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
c) créditos tributários; 
d) créditos com privilégio especial; 
e) créditos com privilégio geral; 
f) créditos quirografários; 
g) créditos subquirografários. 
Liquidação 
Nessa fase ocorrerá a realização do ativo para pagamento do passivo do devedor falido 
(art. 139). 
O administrador deve pagar primeiramente os credores da massa; em seguida as 
restituições em dinheiro; os credores da falida; e finalmente, restando recursos, os sócios 
(art. 149). 
Encerramento da falência 
Após o julgamento das contas do administrador judicial, este apresentará em juízo o 
relatório final no prazo de 10 dias, indicando o valor do ativo e do produto de sua 
realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, e especificará 
justificadamente as responsabilidades com que continuará o falido. Apresentado o relatório 
final, o juiz encerrará a falência por sentença. Contra a sentença de encerramento cabe 
recurso de apelação (art. 155). Porém, para que o falido possa reabilitar-se à práticadas 
atividades empresariais, ainda é necessário que sejam julgadas extintas suas obrigações. 
 
 
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