Buscar

Resumo Falência e Recuperação de Empresas (NÃO ATUALIZADO COM A LEI Nº 14.112/2020)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Estude Direito 
 
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS 
Lei 11.101/05 
**MATERIAL DE ESTUDO NÃO ATUALIZADO COM A LEI 
Nº 14.112/2020** 
 
Falência 
• Cessação completa da atividade do falido (empresário). 
*Não empresário (sociedade simples) – insolvência (segue os arts. 748 
a 767, do CPC/73, conforme art. 1.052, do CPC/15, não houve edição 
de lei específica). 
 
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas 
atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, 
ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa. 
*Objetivo: preservar e otimizar a venda dos bens para satisfação do 
credor (valorizar os bens para cumprir créditos, que nem sempre será 
possível, na prática). 
*art 48, I – impede a empresa falida de requerer recuperação judicial. 
(não tem por objetivo a recuperação da empresa). 
 
*Princípio da maximização do ativo: Ainda que haja a decretação da 
falência, poderá o juiz determinar a continuação provisória da 
atividade, por meio do administrador judicial, com o objetivo de 
maximizar a venda do estabelecimento, valorizando o ativo da empresa 
falida. 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras 
determinações: XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação 
provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da 
lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta 
Lei. 
 
• Legitimidade passiva: 
 
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência do empresário (individual) e da sociedade 
empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. 
 
*EIRELI / Sociedade unipessoal – também podem incidir em falência. 
 
* Empresário irregular (sociedade em comum) – não registra os atos 
constitutivos no órgão competente (art. 986 CC/15). Comprovada a 
Estude Direito 
 
existência da condição de empresário do devedor, será possível a 
decretação da falência sociedade irregular e dos sócios. 
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios 
ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes 
(sócios), que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em 
relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para 
apresentar contestação, se assim o desejarem. 
 
• Legitimidade ativa: 
 
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: 
 
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta 
Lei. 
* Autofalência – o devedor quitou todos os débitos trabalhistas e de 
outros créditos com garantias, mas quanto aos pagamentos dos 
créditos quirografários (não tem garantia) possui 51% de créditos 
quirografários (exemplo). A vantagem é que ele obtém o perdão dos 49% 
restantes. Dessa forma, na própria falência, o remanescente da dívida 
é extinto e esses credores não irão receber. 
Nesse caso, o devedor se apressa para requerer a falência (antes dos 
credores), a fim de garantir tal benefício e conseguir retomar o seu 
negócio. 
Art. 158. Extingue as obrigações do falido: II – o pagamento, depois 
de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos 
créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da 
quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não 
bastou a integral liquidação do ativo. 
 
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o 
inventariante. 
* Herdeiro de empresário individual (PF) 
Se o inventário estiver aberto, dentro do prazo de um ano do 
falecimento do empresário, poderá ser requerida a falência e o 
inventário ficará sobrestado. Os credores do empresário individual 
terão que se habilitar na falência. Nesse caso, poderá ter a mesma 
vantagem da autofalência (art.158,II). 
Art. 96 § 1º Não será decretada a falência de sociedade anônima após 
liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da 
morte do devedor. 
 
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato 
constitutivo da sociedade; 
* O sócio, credor da sociedade, requer a sua falência. 
 
IV – qualquer credor. 
* Credor empresário – só pode requerer falência se for regular. 
Estude Direito 
 
Art 97 § 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro 
Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. 
 
* Sociedade simples irregular – apesar da lei proibir expressamente 
apenas o credor empresário, pelo princípio da isonomia é possível 
aplicar o dispositivo do art. 97, §1º as sociedades simples (não 
empresárias). Dessa forma, apenas as sociedades simples regulares 
poderão decretar falência. Entretanto, tal entendimento é divergente. 
Na OAB seguir letra da lei. 
 
* Fazenda Pública (fisco) – a tese majoritária alega que falta 
legitimidade ou interesse para requerer falência, pois ela possui meio 
próprio para cobrar seus créditos, execução fiscal, não interferindo 
na atividade econômica (preservar a empresa e a função social). 
Entretanto, uma vez pedida a falência por um legitimado e coexistindo 
uma penhora de bem, na execução fiscal, o valor de arremate do bem 
não poderá ser usado para satisfazer os créditos fiscais, pois existe 
uma ordem de satisfação dos créditos, na falência, sendo tal valor 
destinado ao bolo da massa falida. 
Por outro lado, se a Fazenda tiver a posse do bem, antes da decretação 
da falência, poderá ficar com o valor da arrematação, satisfazendo seu 
crédito (direito constitucional de propriedade). 
 
Obs: A jurisprudência do STJ (INFO 674) entende que a fazenda poderá 
optar entre o ajuizamento da execução fiscal ou a habilitação de 
créditos na falência, para cobrar créditos tributários, sendo que a 
escolha de uma, acarretará na renúncia da outra. 
 
* Credor com garantia real – a tese majoritária alega que falta 
legitimidade ou interesse para requerer falência, pois ele possui o meio 
próprio para cobrar seus créditos, execução da garantia. 
Entretanto, existe uma exceção: se abrir mão da garantia, tornando-
se um credor quirografário. 
 
• Fases da falência: 
 
• Causas que autorizam pedido de falência: 
•Pedido até 
a decisão
Pré-falimentar
•Decisão até o 
encerramento 
da falência
Falimentar
•Encerramento até a 
sentença de extinção 
das obrigações do 
falido
Pós-falimentar
Estude Direito 
 
 
1- Impontualidade: não pagamento de obrigação no vencimento. 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante 
razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja 
soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na 
data do pedido de falência. 
 
*Título judicial (com sentença judicial) ou extrajudicial: deverá 
haver protesto. 
*O título deverá ter força executiva para ser requerida a falência. 
 
Art. 94, § 1º Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de 
perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no 
inciso I do caput deste artigo. 
 
Art 94, § 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido 
de falência será instruído com os títulos executivos na forma do 
parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer 
caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar 
nos termos da legislação específica. 
 
*Relevantes razões de direito: art. 96. 
 
2- Execução frustrada: 
Art 94, II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não 
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo 
legal. 
 
*Execução em curso: devedor procrastina e/ou não paga. 
 
Art. 94, § 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido 
de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em 
que se processa a execução – prova da execução frustrada. 
 
3- Atos de falência: FRAUDE – ROL TAXATIVO 
 
Art 94, III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer 
parte de plano de recuperaçãojudicial: 
 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de 
meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; 
 
 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de 
retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou 
Estude Direito 
 
alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor 
ou não; 
 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o 
consentimento de todos os credores e sem ficar com bens 
suficientes para solver seu passivo (c/c art. 1.145, do CPC/15); 
 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o 
objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar 
credor; 
 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída 
anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados 
suficientes para saldar seu passivo; 
 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos 
suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou 
tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu 
principal estabelecimento; 
*O administrador é quem tem poderes para representar a sociedade 
e receberá as intimações judiciais. 
 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no 
plano de recuperação judicial. 
 
Art. 94, § 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido 
de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as 
provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. 
*Maior dilação probatória em razão da fraude. 
 
• Exclusão da falência (art 2º): 
1- Empresa pública e sociedade de economia mista; 
*4 correntes: 
a- Literalidade da lei - não incide (doutrina majoritária); 
b- Interpretação do art. 2º, conforme a CF/88 - quando a SEM 
exercer atividade econômica, poderá ter a falência decretada (Art. 
173, I, da CF/88); 
c- Inconstitucionalidade do art. 2º - possibilidade da decretação de 
falência da SEM; 
 
NÃO INCIDÊNCIA EM FALÊNCIA É RELATIVA (art. 2º, II) – existem 
exceções. 
 
2- Instituição financeira pública ou privada (lei n 6.024/76) – art. 7º, 
c e art. 12, d. 
3- Cooperativa de crédito (lei n 6.024/76) – art. 7º, c e art. 12º, d. 
Estude Direito 
 
4- Consórcio (lei n 5.768/71 e lei n 7.492/96, art 1º, PU) – Lei n 
8.987/95, art. 35, VI. 
5- Entidade de previdência complementar – LC 109/01, art 57. 
6- Sociedade operadora de plano de assistência à saúde (lei 9.656/98, 
1º) – art. 23, §1º 
7- Sociedade seguradora (dec-lei 73/66 c/c lei 10.190/01) – art. 26. 
8- Sociedade de capitalização (dec-lei 2063/1940) 
9- Outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
Ex: Sociedades de Leasing ou Arrendamento Mercantil (equiparadas 
às instituições financeiras, não incide em falência e não pode pedir 
recuperação judicial, tendo os mesmos artigos exceções). 
*Factoring – não são equiparadas às instituições financeiras e 
podem incidir em falência e pedir recuperação judicial. 
 
• Juízo competente – competência absoluta (funcional) 
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o 
juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de 
empresa que tenha sede fora do Brasil. 
 
*Sede: Domicílio da sociedade – cláusula contratual obrigatória. 
X 
*Principal estabelecimento: Órgão de comando da sociedade, quando a 
sociedade possui mais de um estabelecimento. 
 
• Rito processual da falência 
 
 Causas de pedir (art. 94) que autorizam o credor a requerer falência 
1. Impontualidade: quando o devedor não paga, no vencimento, uma 
obrigação. Deverá ser materializada por título executivo judicial 
(sentença) ou extrajudicial. É comprovada por protesto da sentença. 
 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante 
razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma 
ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data 
do pedido de falência. 
 
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de 
falência será instruído com os títulos executivos na forma do 
parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer 
caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar 
nos termos da legislação específica. 
 
Estude Direito 
 
2. Execução Frustrada: credor ajuíza ação, independentemente do 
valor de seu crédito. Diante da inércia do Executado, é possível 
ingressar com ação de falência (sobrestamento da execução 
frustrada). Comprovada com certidão expedida pelo juízo em que a 
execução está tramitando. 
 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: II – executado 
por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia 
à penhora bens suficientes dentro do prazo legal. 
 
§ 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de 
falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se 
processa a execução. 
 
3. Atos de Falência: rol taxativo do art. 94 sobre atos de fraude. 
Comprovação, em juízo, da prova da prática do ato de falência. 
 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica 
qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: (...) 
 
§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de 
falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as 
provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. 
 
 Devedor: 
Devedor é citado para apresentar a defesa e ele poderá se manter 
inerte, sofrendo os efeitos da revelia, ou apresentar a contestação, no 
prazo de 10 dias (art. 98 c/c art. 96). 
 
Depósito elisivo: No caso de impontualidade ou execução frustrada, 
a lei possibilita que, no prazo da contestação, a sociedade deposite o 
valor devido → VALOR PRINCIPAL + CORREÇÃO + JUROS + 
HONORÁRIOS. 
*descabimento quando a causa for atos de falência, pois há prática de 
fraude. 
 
Se o juiz aceitar o depósito elisivo, não poderá decretar falência. Além 
disso, o STJ mitiga esse prazo, admitindo o depósito feito fora do 
tempo da Contestação, sob o fundamento dos princípios da 
preservação e da função social da empresa. Esse depósito deverá ser 
feito até a decretação da falência (STJ). 
Além disso, o STJ admite valor a menor, sob fundamento dos mesmos 
princípios acima, sendo possível ao juiz conceder um prazo máximo 
para complementação do depósito, antes da decretação da falência. 
 
Estude Direito 
 
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 
10 (dez) dias. 
 
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do 
art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar 
o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção 
monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência 
não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o 
juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. 
 
MELHOR DEFESA 
DEPÓSITO ELISIVO + CONTESTAÇÃO (art.96) = deixa de haver 
pedido de falência. O processo se transforma em ação de cobrança 
do credor contra o devedor. 
 
Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá ainda requerer a sua 
recuperação judicial de forma incidental – juiz sobrestará o pedido 
de falência e julga o pedido. Caso todos os requisitos tenham sido 
observados (art. 51), decretará a recuperação judicial. Poderá ser 
apresentado pedido junto com a contestação, para não perder o prazo. 
 
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua 
recuperação judicial. 
 
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, 
desta Lei, não será decretada se o requerido provar: VII – apresentação 
de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados 
os requisitos do art. 51 desta Lei.• Decisão de falência x sentença (art. 100) 
Decisão: decreta falência – recurso é o agravo de instrumento. 
Sentença: improcedência do pedido de falência – recurso é a 
apelação 
 
 O art. 99 elenca quais os requisitos da decisão que decreta falência, 
sendo sua inobservância passível de embargos de declaração. 
 
 
 
 
 
• Arrecadação dos bens do falido 
 
 Assim que decretar a falência, o juiz nomeará administrador judicial. 
Considerado um órgão da falência e irá representar a massa falida 
Estude Direito 
 
Massa falida: universalidade de direitos – conjunto de ativo (massa 
credora) e passivo (massa devedora). 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras 
determinações: IX – nomeará o administrador judicial, que 
desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 
desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do 
art. 35 desta Lei. 
 
Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o 
administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos 
e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que 
se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas 
necessárias. 
 
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, 
preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas 
ou contador, ou pessoa jurídica especializada. 
 
Administrador judicial: arts. 21 a 34. 
>> arrecadação, inventário e liquidação de bens 
 
>> os bens arrecadados vão para a massa falida ativa 
 
>> se forem arrecadados bens que 
pertencem a terceiros, o titular do bem 
poderá pedir sua restituição (art. 85), 
através do ajuizamento de pedido de 
restituição (arrecadação do bem in 
natura). 
Art. 85. O proprietário de bem 
arrecadado no processo de falência ou 
que se encontre em poder do devedor na 
data da decretação da falência poderá 
pedir sua restituição. 
 
>> a previdência também poderá entrar 
com pedido de restituição para cobrar 
os valores não repassados (restituição de 
créditos in natura). 
 
>> caso o bem tenha sido vendido, o titular do bem poderá pedir a 
restituição do valor da venda. Por outro lado, se houve um 
perecimento, o titular poderá pedir o valor da avaliação do bem → 
restituição em dinheiro (art. 86). 
 
• Habilitação dos credores 
Preferência para 
recebimento: 
1) Art 85 – Pedido de 
restituição (não há credores, 
mas titulares dos bens in 
natura); 
2) Art 150 
3) Art 151 
4) Art 86 – restituição em 
dinheiro 
5) Art 84 
6) Art 83 
Estude Direito 
 
 
 A decisão de falência vai determinar ao falido a apresentação do rol de 
credores em 5 dias. 
 
 (decisão) 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras 
determinações: III – ordenará ao falido que apresente, no prazo 
máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando 
endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos 
créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de 
desobediência. 
 
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a 
íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores. 
 
Art. 7º § 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo 
único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) 
dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou 
suas divergências quanto aos créditos relacionados. 
 
 Habilitação de créditos: quando o credor não teve seu crédito 
reconhecido pelo devedor. A habilitação é feita conforme o art. 9º e não 
precisa de advogado. 
 Divergência de créditos: quando o credor não concorda com o valor 
reconhecido pelo devedor. 
 Administrador: prazo de 45 dias para publicar novo edital admitindo 
ou não as habilitações ou divergências (consolidação administrativa do 
quadro de credores). 
 
§ 2º O administrador judicial, com base nas informações e documentos 
colhidos na forma do caput e do § 1º deste artigo, fará publicar edital 
contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) 
dias, contado do fim do prazo do § 1º deste artigo, devendo indicar o 
local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 
8º desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a 
elaboração dessa relação. 
 
 Habilitação retardatária (fora do prazo): é admitida, no art 10, 
entretanto existem consequências legais nos parágrafos. 
 
1) Perda de voto do credor trabalhista, salvo se na data da assembleia 
geral o crédito retardatário já constar do rol de credores; 
2) Perda de direitos a rateios anteriores; 
3) Habilitação retardatária sujeita-se ao pagamento de custas. 
 
Estude Direito 
 
 Após publicação do 2º edital da falência é possível: 
Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação 
referida no art. 7º , § 2º , desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o 
devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar 
ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a 
ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a 
legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. 
*doutrina: ação incidental na falência. 
 
Ex: falido pode impugnar acolhimento da habilitação de credor pelo 
administrador 
 
 Prazo para contestação: 
Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão 
intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, 
juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que 
reputem necessárias. 
 
Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o 
Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre 
ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
(impugnação) 
 
Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o 
administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer 
no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo 
elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e 
todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos 
do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, 
objeto da impugnação. 
*administrador não tem legitimidade para impugnação, pois ele é o 
responsável pela consolidação do quadro geral de credores. 
 
Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, 
instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará 
as provas consideradas necessárias. 
*rito processual 
 
Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com 
os documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas 
impugnações versando sobre o mesmo crédito. 
 
Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como 
quadro-geral de credores, a relação dos credores constante do edital de 
que trata o art. 7º , § 2º , desta Lei, dispensada a publicação de que 
trata o art. 18 desta Lei. (2º edital da falência). 
Estude Direito 
 
 
Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, 
os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que: 
*juiz irá se manifestar sobre as impugnações, cabendo agravo. 
 
Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. 
 
Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito 
suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a 
inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral 
de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia-
geral. 
 
Art. 18. O administrador judicial será responsável pela 
consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo 
juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7º , § 2º , 
desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. 
*Consolidação + homologação = publicação do quadro geral de credores 
 
Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo 
administradorjudicial, mencionará a importância e a classificação de 
cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da 
decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão 
oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que 
houver julgado as impugnações. (art. 17 – é decisão) 
 
OBS: é cabível a ação impugnação de título executivo judicial 
(sentença), no juízo da execução (se constatada fraude). 
 
A impugnação de título trabalhista deverá ser feita na justiça do 
trabalho (art. 6º, §2º). 
 
Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o 
representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da 
recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o 
procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a 
exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, 
nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro 
essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do 
julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. 
 
§ 1º A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante 
o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses 
previstas no art. 6º , §§ 1º e 2º , desta Lei, perante o juízo que tenha 
originariamente reconhecido o crédito. 
 
Estude Direito 
 
§ 2º Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular 
do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a 
prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado. 
 
• Quadro geral de credores (QGC) 
1) Restituição in natura (art. 85, da LF) – ex: INSS – contribuições 
não repassadas pelo empregador; 
2) Despesas imediatas (art. 150, da LF) – despesas inadiáveis, em 
especial quando o juiz autoriza a continuação provisória do negócio 
do falido; 
3) 3 últimos salários da decretação da falência, limitado o 
pagamento a 5 salários-mínimos por empregado (art. 151, da LF) – 
mora contumaz do empregador, inclusive pode acarretar justa 
causa ao empregador; 
4) Restituições em dinheiro (art 86, da LF) 
5) Créditos extraconcursais (art 84, da LF) – o devedor do crédito não 
é o falido, mas sim a massa falida (obrigações contraídas após a 
decretação da falência, inclusive quando forem trabalhistas); 
6) Créditos concursais (art. 83, da LF): 
(a) Créditos por acidente de trabalho (sem limite) e trabalhistas 
(limitados a 150 salários mínimos) (art. 83, I); 
*STJ: inclusão de honorários advocatícios (crédito alimentar) 
(b) Créditos para garantir garantia real até o limite de valor do 
bem gravado (art. 83,II); 
(c) Créditos tributários, excluídas as multas (art. 83, III); 
(d) Privilégio especial (art. 83, IV); 
(e) Privilégio geral (art. 83, V) – ex: debentures com garantia 
flutuante; 
(f) Quirografário (art. 83, VI) – ex: credor de nota promissória; 
(g) Multas (art 83, VII); 
(h) Subordinados (art. 83, VIII) – ex: debentures subordinadas, 
créditos de sócios da sociedade 
 
 Pagamento aos credores (quadro completo acima): 
Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos 
extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro-
geral de credores, as importâncias recebidas com a realização do ativo 
serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à 
classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os demais 
dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam reserva 
de importâncias. 
 
• Venda judicial do estabelecimento: quando o administrador judicial 
da massa falida decido vender uma unidade produtiva isolada. 
 
Estude Direito 
 
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da 
empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades 
de que trata este artigo: 
 
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no 
art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo; 
 
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá 
sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de 
natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as 
decorrentes de acidentes de trabalho. 
*Quando a venda for judicial, não há sucessão (art. 141, II) – o 
arrematante arrecada o bem livre de quaisquer ônus. 
 
* ≠ trespasse: venda extrajudicial do estabelecimento. Há sucessão em 
relação as obrigações devidamente contabilizadas. 
 
 
• Encerramento da falência 
 
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por 
sentença. 
 
Parágrafo único. A sentença de encerramento será publicada por 
edital e dela caberá apelação. 
 
 Encerramento da falência: 
1- Quitação de todas as obrigações; 
2- Não existem mais bens suficientes para satisfação dos credores 
– nesse caso o falido ainda continua devedor. 
 
• Extinção das obrigações do falido: o encerramento da falência não 
exime o devedor com obrigações existentes. Para isso, é necessário 
cumprir uma das hipóteses de extinção da obrigação do art. 158, da 
LF. 
 
Art. 158. Extingue as obrigações do falido: 
 
I – o pagamento de todos os créditos; 
 
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% 
(cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo 
facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir 
essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do 
ativo; 
Estude Direito 
 
*após pagar os credores trabalhistas e de garantia real, basta 
comprovar que o ativo consegue pagar 51% ou mais dos créditos 
quirografários (calote legal e parcial dos demais 49%). 
 
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do 
encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por 
prática de crime previsto nesta Lei; 
 
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento 
da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime 
previsto nesta Lei. 
 
*prescrição especial de 5 anos, se não houver crime (prazo passa 
para 10 anos). 
 
OBS: a Falência acarreta a dissolução total da sociedade, mas não 
extingue a personalidade jurídica do empresário. Isso ocorre apenas 
quando há a baixa dos atos no órgão competente. 
Dessa forma, a falência permite que os sócios podem recomeçar a 
sua atividade, sem criar uma sociedade empresária. 
 
Recuperação Judicial 
• Princípio da preservação da empresa e princípio da função social 
A sociedade deve ter uma viabilidade econômica, cumprindo sua 
função social (gerar empregos, tributos e circulação de riquezas). Se 
não houver viabilidade econômica, a empresa poderá prejudicar 
terceiros. 
 
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação 
da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de 
permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos 
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a 
preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade 
econômica. 
 
• Natureza de contrato judicial: o juiz não pode analisar se a empresa 
tem ou não condições de pedir a recuperação, cabendo apenas aos 
credores analisar a situação de crise financeira do devedor e seu plano 
de recuperação por meio de assembleia de credores – prevalece 
autonomia de vontade entre as partes. 
 
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, 
doravante referidos simplesmente como devedor. 
Estude Direito 
 
*EIRELI e Sociedade Limitada Unipessoal podem requerer sua 
recuperação judicial. 
 
*EMPRESÁRIO (empresário individual PF) x SOCIEDADE 
EMPRESÁRIA (PJ). 
 
OBS: A Universidade Candido Mendes é uma associação civil sem fins 
lucrativos, mas exerce atividade econômica, não organizada. Houve um 
precedente quando ela conseguiu a sua recuperação judicial. Além 
disso, existe um projeto de reforma da lei de falência,em que houve a 
ampliação da legitimidade ativa, podendo qualquer agente econômico 
(exerce atividade econômica, mesmo que não organizada) requerer sua 
recuperação judicial. 
 
OBS 2: cabimento do litisconsórcio ativo na recuperação judicial – 1 
único plano para todas as empresas desse grupo econômico (STF). 
 
• Requisitos subjetivos (caput) e objetivos (incisos) para o 
deferimento do processamento do pedido 
 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no 
momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais 
de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, 
cumulativamente: 
 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
 
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de 
recuperação judicial; 
 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de 
recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção 
V deste Capítulo; 
 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio 
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos 
nesta Lei. 
 
• Desistência do pedido 
 
Art. 52 § 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação 
judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver 
aprovação da desistência na assembleia-geral de credores. 
 
Estude Direito 
 
• Créditos sujeitos à recuperação 
 
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos 
existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. 
 
 Créditos existentes: a existência do crédito se dá com a contratação, 
ou seja, a formação do vínculo obrigacional entre credor e devedor. 
 
• Créditos não sujeitos à recuperação 
 
 Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na 
falência: I – as obrigações a título gratuito; 
Ex: aval, fiança, doação, comodato. 
 
O empresário José (devedor) emitiu uma nota promissória em favor de 
um credor, João. O empresário José teve sua obrigação garantida pelo 
avalista Francisco. Nesse caso, há uma solidariedade entre avalista e 
avalizado (José). José pede recuperação judicial – regra é a suspensão 
das execuções individuais com o processamento da recuperação. 
Entretanto, a execução poderá prosseguir contra o avalista (Francisco). 
 
Art. 49. § 1º Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos 
e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. 
 
Tese majoritária: O credor do devedor que incidiu em falência ou pediu 
recuperação judicial poderá executar o coobrigado (devedor 
subsidiário). 
 
 Art. 6º § 7º As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo 
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de 
parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação 
ordinária específica. 
 
 Art. 49 § 3º Tratando-se de 1.credor titular da posição de 
proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de 2.arrendador 
mercantil, de 3.proprietário ou promitente vendedor de imóvel 
cujos respectivos contratos contenham cláusula de 
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações 
imobiliárias, ou de 4.proprietário em contrato de venda com reserva 
de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação 
judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as 
condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se 
permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 
4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do 
devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. 
Estude Direito 
 
*Detêm a propriedade do bem: basta ajuizar ação, não havendo 
necessidade de habilitar seus créditos na recuperação judicial. 
 
 Art. 49 § 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a 
importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei. 
 
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: II – da importância entregue ao 
devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de 
câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º , da Lei nº 4.728, de 14 de 
julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, 
não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente. 
 
*Trava bancária: quando o banco pede uma garantia ao devedor para 
antecipar créditos futuros – contrato de cessão fiduciária de crédito. 
STJ entende que esse contrato tem natureza de propriedade fiduciária 
e, por esse motivo, não se sujeita à recuperação judicial. 
 
• Plano de recuperação 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a 
legislação pertinente a cada caso, dentre outros: (rol exemplificativo) 
 
*Se a empresa for economicamente viável, mas os credores optarem 
pela falência, poderá o CADE optar pelo contrário. 
 
• Condições especiais do plano de recuperação 
 
Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo 
superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da 
legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho 
vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. 
 
Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 
30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-
mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente 
salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de 
recuperação judicial. 
 
• Atitudes dos credores 
Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao 
plano de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da 
publicação da relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta 
Lei. 
*Possibilidade dos credores de apresentar objeção ao plano de 
recuperação judicial. Basta apenas um credor para o juiz ser obrigado 
a convocar assembleia geral. Se não houver nenhuma objeção, o juiz 
homologa o plano. 
Estude Direito 
 
Assembleia de credores: 
1. Aprovação do plano com alterações (art. 56, §3º); 
2. Aprovação do plano – homologação – quórum geral (arts. 45 e 58); 
3. Rejeição do plano – decretação da falência (art. 56, §4º); 
4. Rejeição com posterior aprovação do plano na mesma assembleia – 
quórum especial (art. 58, §1º). 
 
• Recursos 
DECISÃO QUE HOMOLOGA O PLANO – AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
DECISÃO QUE NÃO HOMOLOGA O PLANO E DECRETA FALÊNCIA 
– AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
DECISÃO QUE NÃO HOMOLOGA O PLANO E NÃO DECRETA 
FALÊNCIA - APELAÇÃO 
 
• Estado de recuperação = da decisão que homologou o plano de 
recuperação até 2 anos depois da concessão da recuperação 
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor 
permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as 
obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos 
depois da concessão da recuperação judicial. 
 
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o 
descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará 
a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 
desta Lei. 
 
§ 2º Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus 
direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, 
deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos 
validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. 
 
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de 
descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de 
recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução 
específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei. 
*Descumprido o plano, após passado o estado de recuperação, os 
credores poderão executar ou pedir a falência do devedor, nas 
condições previstas no plano. 
 
Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput 
do art. 61 desta Lei, o juiz decretará por sentençao encerramento da 
recuperação judicial e determinará: 
 
Estude Direito 
 
• Sucessão – venda de UPI: se fizer parte do plano a venda de um 
estabelecimento do devedor “(...)o objeto da alienação estará livre de 
qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações 
do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da 
legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho”. (art. 
141, II). 
 
• Participação em licitações: o STJ entende que é possível, desde que 
a sociedade em recuperação comprovar a sua viabilidade econômica 
(relativização da certidão negativa). 
 
• Juntada das certidões negativas 
 
Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembleia-
geral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta Lei sem 
objeção de credores, o devedor apresentará certidões negativas de 
débitos tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei nº 5.172, 
de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. 
 
*CTN exige uma lei especial que disponha sobre o parcelamento e 
dívidas fiscais de devedor em recuperação (lei 13.043) – juiz só pode 
exigir certidão negativa em relação aos débitos junto à Fazenda 
Nacional. Em relação aos débitos com Estados e Municípios não cabe 
exigir certidão negativa, pois não foi editada a lei (en 55, do CJF). 
 
• Recuperação extrajudicial: tem natureza de contrato firmado entre 
devedor e seus credores fora do judiciário. Entretanto, a homologação 
deverá ser feita por via judicial. 
*Venda extrajudicial de estabelecimento – trespasse – há sucessão. 
 
Requisitos subjetivos: art. 161 e 48 – exercício regular de suas 
atividades (+ de 2 anos). 
 
Requisitos objetivos: 
1- Não pode ser previsto o pagamento antecipado de nenhuma dívida 
(art. 161, §2º); 
2- Todos os credores sujeitos ao plano devem receber tratamento 
paritário, vedado o favorecimento de alguns ou o desfavorecimento 
apenas de parte deles (art. 161, §2º); 
3- Não pode abranger senão os créditos constituídos até a data do 
pedido de homologação (art. 163, §1º); 
4- Só pode contemplar a alienação de bem gravado ou a supressão ou 
substituição de garantia real se com a medida concordar 
expressamente o credor garantido (art. 163, §4º); 
Estude Direito 
 
5- Não pode estabelecer o afastamento da variação cambial nos 
créditos em moeda estrangeira sem cantar com a anuência expressa 
do respectivo credor (art. 163, §5º). 
 
Homologação facultativa (art. 162): assinatura de todos os credores do 
devedor de forma facultativa, ou seja, sem qualquer imposição. 
 
Homologação obrigatória (art. 163 e §1º): Se os credores - crédito com 
garantia real, crédito com privilégio especial, crédito com privilégio 
geral, créditos quirografários, créditos subordinados - não 
concordarem com o plano de recuperação judicial, a homologação pode 
ser obrigatória se o devedor conseguir um quórum de 3/5 (maioria 
prepondera sobre minoria). 
 
Desistência do pedido pelo credor (art.161,§5º): o credor que aderiu ao 
plano de recuperação extrajudicial não pode dele desistir, após a 
distribuição do pedido de homologação judicial, a menos que os demais 
signatários concordem. 
 
Credores que não se sujeitam à recuperação extrajudicial (art. 161, 
§1º): continua com a execução ou, mesmo com o pedido de recuperação 
extrajudicial, requerer a falência. 
São eles 
- titulares de créditos de natureza tributária e derivados da legislação 
do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho 
- art. 49, §3º e 86, II - alienação fiduciária, leasing, promessa de 
compra e venda, etc. 
 
Renovação do pedido (art. 161, §3º): não poderá requerer a 
homologação de plano extrajudicial se houver pendente pedido de 
recuperação judicial (esperar os 2 anos). 
 
Efeitos (art. 161, §4º): perante os sujeitos não sujeitos ao plano. 
 
Rito processual (art. 164 a 166)

Continue navegando