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Estude Direito FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS Lei 11.101/05 **MATERIAL DE ESTUDO NÃO ATUALIZADO COM A LEI Nº 14.112/2020** Falência • Cessação completa da atividade do falido (empresário). *Não empresário (sociedade simples) – insolvência (segue os arts. 748 a 767, do CPC/73, conforme art. 1.052, do CPC/15, não houve edição de lei específica). Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa. *Objetivo: preservar e otimizar a venda dos bens para satisfação do credor (valorizar os bens para cumprir créditos, que nem sempre será possível, na prática). *art 48, I – impede a empresa falida de requerer recuperação judicial. (não tem por objetivo a recuperação da empresa). *Princípio da maximização do ativo: Ainda que haja a decretação da falência, poderá o juiz determinar a continuação provisória da atividade, por meio do administrador judicial, com o objetivo de maximizar a venda do estabelecimento, valorizando o ativo da empresa falida. Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei. • Legitimidade passiva: Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário (individual) e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. *EIRELI / Sociedade unipessoal – também podem incidir em falência. * Empresário irregular (sociedade em comum) – não registra os atos constitutivos no órgão competente (art. 986 CC/15). Comprovada a Estude Direito existência da condição de empresário do devedor, será possível a decretação da falência sociedade irregular e dos sócios. Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes (sócios), que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem. • Legitimidade ativa: Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei. * Autofalência – o devedor quitou todos os débitos trabalhistas e de outros créditos com garantias, mas quanto aos pagamentos dos créditos quirografários (não tem garantia) possui 51% de créditos quirografários (exemplo). A vantagem é que ele obtém o perdão dos 49% restantes. Dessa forma, na própria falência, o remanescente da dívida é extinto e esses credores não irão receber. Nesse caso, o devedor se apressa para requerer a falência (antes dos credores), a fim de garantir tal benefício e conseguir retomar o seu negócio. Art. 158. Extingue as obrigações do falido: II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo. II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante. * Herdeiro de empresário individual (PF) Se o inventário estiver aberto, dentro do prazo de um ano do falecimento do empresário, poderá ser requerida a falência e o inventário ficará sobrestado. Os credores do empresário individual terão que se habilitar na falência. Nesse caso, poderá ter a mesma vantagem da autofalência (art.158,II). Art. 96 § 1º Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; * O sócio, credor da sociedade, requer a sua falência. IV – qualquer credor. * Credor empresário – só pode requerer falência se for regular. Estude Direito Art 97 § 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. * Sociedade simples irregular – apesar da lei proibir expressamente apenas o credor empresário, pelo princípio da isonomia é possível aplicar o dispositivo do art. 97, §1º as sociedades simples (não empresárias). Dessa forma, apenas as sociedades simples regulares poderão decretar falência. Entretanto, tal entendimento é divergente. Na OAB seguir letra da lei. * Fazenda Pública (fisco) – a tese majoritária alega que falta legitimidade ou interesse para requerer falência, pois ela possui meio próprio para cobrar seus créditos, execução fiscal, não interferindo na atividade econômica (preservar a empresa e a função social). Entretanto, uma vez pedida a falência por um legitimado e coexistindo uma penhora de bem, na execução fiscal, o valor de arremate do bem não poderá ser usado para satisfazer os créditos fiscais, pois existe uma ordem de satisfação dos créditos, na falência, sendo tal valor destinado ao bolo da massa falida. Por outro lado, se a Fazenda tiver a posse do bem, antes da decretação da falência, poderá ficar com o valor da arrematação, satisfazendo seu crédito (direito constitucional de propriedade). Obs: A jurisprudência do STJ (INFO 674) entende que a fazenda poderá optar entre o ajuizamento da execução fiscal ou a habilitação de créditos na falência, para cobrar créditos tributários, sendo que a escolha de uma, acarretará na renúncia da outra. * Credor com garantia real – a tese majoritária alega que falta legitimidade ou interesse para requerer falência, pois ele possui o meio próprio para cobrar seus créditos, execução da garantia. Entretanto, existe uma exceção: se abrir mão da garantia, tornando- se um credor quirografário. • Fases da falência: • Causas que autorizam pedido de falência: •Pedido até a decisão Pré-falimentar •Decisão até o encerramento da falência Falimentar •Encerramento até a sentença de extinção das obrigações do falido Pós-falimentar Estude Direito 1- Impontualidade: não pagamento de obrigação no vencimento. Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência. *Título judicial (com sentença judicial) ou extrajudicial: deverá haver protesto. *O título deverá ter força executiva para ser requerida a falência. Art. 94, § 1º Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. Art 94, § 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. *Relevantes razões de direito: art. 96. 2- Execução frustrada: Art 94, II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal. *Execução em curso: devedor procrastina e/ou não paga. Art. 94, § 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução – prova da execução frustrada. 3- Atos de falência: FRAUDE – ROL TAXATIVO Art 94, III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperaçãojudicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou Estude Direito alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo (c/c art. 1.145, do CPC/15); d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; *O administrador é quem tem poderes para representar a sociedade e receberá as intimações judiciais. g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. Art. 94, § 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. *Maior dilação probatória em razão da fraude. • Exclusão da falência (art 2º): 1- Empresa pública e sociedade de economia mista; *4 correntes: a- Literalidade da lei - não incide (doutrina majoritária); b- Interpretação do art. 2º, conforme a CF/88 - quando a SEM exercer atividade econômica, poderá ter a falência decretada (Art. 173, I, da CF/88); c- Inconstitucionalidade do art. 2º - possibilidade da decretação de falência da SEM; NÃO INCIDÊNCIA EM FALÊNCIA É RELATIVA (art. 2º, II) – existem exceções. 2- Instituição financeira pública ou privada (lei n 6.024/76) – art. 7º, c e art. 12, d. 3- Cooperativa de crédito (lei n 6.024/76) – art. 7º, c e art. 12º, d. Estude Direito 4- Consórcio (lei n 5.768/71 e lei n 7.492/96, art 1º, PU) – Lei n 8.987/95, art. 35, VI. 5- Entidade de previdência complementar – LC 109/01, art 57. 6- Sociedade operadora de plano de assistência à saúde (lei 9.656/98, 1º) – art. 23, §1º 7- Sociedade seguradora (dec-lei 73/66 c/c lei 10.190/01) – art. 26. 8- Sociedade de capitalização (dec-lei 2063/1940) 9- Outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Ex: Sociedades de Leasing ou Arrendamento Mercantil (equiparadas às instituições financeiras, não incide em falência e não pode pedir recuperação judicial, tendo os mesmos artigos exceções). *Factoring – não são equiparadas às instituições financeiras e podem incidir em falência e pedir recuperação judicial. • Juízo competente – competência absoluta (funcional) Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. *Sede: Domicílio da sociedade – cláusula contratual obrigatória. X *Principal estabelecimento: Órgão de comando da sociedade, quando a sociedade possui mais de um estabelecimento. • Rito processual da falência Causas de pedir (art. 94) que autorizam o credor a requerer falência 1. Impontualidade: quando o devedor não paga, no vencimento, uma obrigação. Deverá ser materializada por título executivo judicial (sentença) ou extrajudicial. É comprovada por protesto da sentença. Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência. § 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. Estude Direito 2. Execução Frustrada: credor ajuíza ação, independentemente do valor de seu crédito. Diante da inércia do Executado, é possível ingressar com ação de falência (sobrestamento da execução frustrada). Comprovada com certidão expedida pelo juízo em que a execução está tramitando. Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal. § 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. 3. Atos de Falência: rol taxativo do art. 94 sobre atos de fraude. Comprovação, em juízo, da prova da prática do ato de falência. Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: (...) § 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. Devedor: Devedor é citado para apresentar a defesa e ele poderá se manter inerte, sofrendo os efeitos da revelia, ou apresentar a contestação, no prazo de 10 dias (art. 98 c/c art. 96). Depósito elisivo: No caso de impontualidade ou execução frustrada, a lei possibilita que, no prazo da contestação, a sociedade deposite o valor devido → VALOR PRINCIPAL + CORREÇÃO + JUROS + HONORÁRIOS. *descabimento quando a causa for atos de falência, pois há prática de fraude. Se o juiz aceitar o depósito elisivo, não poderá decretar falência. Além disso, o STJ mitiga esse prazo, admitindo o depósito feito fora do tempo da Contestação, sob o fundamento dos princípios da preservação e da função social da empresa. Esse depósito deverá ser feito até a decretação da falência (STJ). Além disso, o STJ admite valor a menor, sob fundamento dos mesmos princípios acima, sendo possível ao juiz conceder um prazo máximo para complementação do depósito, antes da decretação da falência. Estude Direito Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. MELHOR DEFESA DEPÓSITO ELISIVO + CONTESTAÇÃO (art.96) = deixa de haver pedido de falência. O processo se transforma em ação de cobrança do credor contra o devedor. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá ainda requerer a sua recuperação judicial de forma incidental – juiz sobrestará o pedido de falência e julga o pedido. Caso todos os requisitos tenham sido observados (art. 51), decretará a recuperação judicial. Poderá ser apresentado pedido junto com a contestação, para não perder o prazo. Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial. Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar: VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei.• Decisão de falência x sentença (art. 100) Decisão: decreta falência – recurso é o agravo de instrumento. Sentença: improcedência do pedido de falência – recurso é a apelação O art. 99 elenca quais os requisitos da decisão que decreta falência, sendo sua inobservância passível de embargos de declaração. • Arrecadação dos bens do falido Assim que decretar a falência, o juiz nomeará administrador judicial. Considerado um órgão da falência e irá representar a massa falida Estude Direito Massa falida: universalidade de direitos – conjunto de ativo (massa credora) e passivo (massa devedora). Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei. Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias. Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Administrador judicial: arts. 21 a 34. >> arrecadação, inventário e liquidação de bens >> os bens arrecadados vão para a massa falida ativa >> se forem arrecadados bens que pertencem a terceiros, o titular do bem poderá pedir sua restituição (art. 85), através do ajuizamento de pedido de restituição (arrecadação do bem in natura). Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. >> a previdência também poderá entrar com pedido de restituição para cobrar os valores não repassados (restituição de créditos in natura). >> caso o bem tenha sido vendido, o titular do bem poderá pedir a restituição do valor da venda. Por outro lado, se houve um perecimento, o titular poderá pedir o valor da avaliação do bem → restituição em dinheiro (art. 86). • Habilitação dos credores Preferência para recebimento: 1) Art 85 – Pedido de restituição (não há credores, mas titulares dos bens in natura); 2) Art 150 3) Art 151 4) Art 86 – restituição em dinheiro 5) Art 84 6) Art 83 Estude Direito A decisão de falência vai determinar ao falido a apresentação do rol de credores em 5 dias. (decisão) Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores. Art. 7º § 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. Habilitação de créditos: quando o credor não teve seu crédito reconhecido pelo devedor. A habilitação é feita conforme o art. 9º e não precisa de advogado. Divergência de créditos: quando o credor não concorda com o valor reconhecido pelo devedor. Administrador: prazo de 45 dias para publicar novo edital admitindo ou não as habilitações ou divergências (consolidação administrativa do quadro de credores). § 2º O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1º deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1º deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8º desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação. Habilitação retardatária (fora do prazo): é admitida, no art 10, entretanto existem consequências legais nos parágrafos. 1) Perda de voto do credor trabalhista, salvo se na data da assembleia geral o crédito retardatário já constar do rol de credores; 2) Perda de direitos a rateios anteriores; 3) Habilitação retardatária sujeita-se ao pagamento de custas. Estude Direito Após publicação do 2º edital da falência é possível: Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º , § 2º , desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. *doutrina: ação incidental na falência. Ex: falido pode impugnar acolhimento da habilitação de credor pelo administrador Prazo para contestação: Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. (impugnação) Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação. *administrador não tem legitimidade para impugnação, pois ele é o responsável pela consolidação do quadro geral de credores. Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. *rito processual Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito. Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a relação dos credores constante do edital de que trata o art. 7º , § 2º , desta Lei, dispensada a publicação de que trata o art. 18 desta Lei. (2º edital da falência). Estude Direito Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que: *juiz irá se manifestar sobre as impugnações, cabendo agravo. Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia- geral. Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7º , § 2º , desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. *Consolidação + homologação = publicação do quadro geral de credores Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administradorjudicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações. (art. 17 – é decisão) OBS: é cabível a ação impugnação de título executivo judicial (sentença), no juízo da execução (se constatada fraude). A impugnação de título trabalhista deverá ser feita na justiça do trabalho (art. 6º, §2º). Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. § 1º A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6º , §§ 1º e 2º , desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito. Estude Direito § 2º Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado. • Quadro geral de credores (QGC) 1) Restituição in natura (art. 85, da LF) – ex: INSS – contribuições não repassadas pelo empregador; 2) Despesas imediatas (art. 150, da LF) – despesas inadiáveis, em especial quando o juiz autoriza a continuação provisória do negócio do falido; 3) 3 últimos salários da decretação da falência, limitado o pagamento a 5 salários-mínimos por empregado (art. 151, da LF) – mora contumaz do empregador, inclusive pode acarretar justa causa ao empregador; 4) Restituições em dinheiro (art 86, da LF) 5) Créditos extraconcursais (art 84, da LF) – o devedor do crédito não é o falido, mas sim a massa falida (obrigações contraídas após a decretação da falência, inclusive quando forem trabalhistas); 6) Créditos concursais (art. 83, da LF): (a) Créditos por acidente de trabalho (sem limite) e trabalhistas (limitados a 150 salários mínimos) (art. 83, I); *STJ: inclusão de honorários advocatícios (crédito alimentar) (b) Créditos para garantir garantia real até o limite de valor do bem gravado (art. 83,II); (c) Créditos tributários, excluídas as multas (art. 83, III); (d) Privilégio especial (art. 83, IV); (e) Privilégio geral (art. 83, V) – ex: debentures com garantia flutuante; (f) Quirografário (art. 83, VI) – ex: credor de nota promissória; (g) Multas (art 83, VII); (h) Subordinados (art. 83, VIII) – ex: debentures subordinadas, créditos de sócios da sociedade Pagamento aos credores (quadro completo acima): Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro- geral de credores, as importâncias recebidas com a realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam reserva de importâncias. • Venda judicial do estabelecimento: quando o administrador judicial da massa falida decido vender uma unidade produtiva isolada. Estude Direito Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo: I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo; II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. *Quando a venda for judicial, não há sucessão (art. 141, II) – o arrematante arrecada o bem livre de quaisquer ônus. * ≠ trespasse: venda extrajudicial do estabelecimento. Há sucessão em relação as obrigações devidamente contabilizadas. • Encerramento da falência Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença. Parágrafo único. A sentença de encerramento será publicada por edital e dela caberá apelação. Encerramento da falência: 1- Quitação de todas as obrigações; 2- Não existem mais bens suficientes para satisfação dos credores – nesse caso o falido ainda continua devedor. • Extinção das obrigações do falido: o encerramento da falência não exime o devedor com obrigações existentes. Para isso, é necessário cumprir uma das hipóteses de extinção da obrigação do art. 158, da LF. Art. 158. Extingue as obrigações do falido: I – o pagamento de todos os créditos; II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; Estude Direito *após pagar os credores trabalhistas e de garantia real, basta comprovar que o ativo consegue pagar 51% ou mais dos créditos quirografários (calote legal e parcial dos demais 49%). III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei. *prescrição especial de 5 anos, se não houver crime (prazo passa para 10 anos). OBS: a Falência acarreta a dissolução total da sociedade, mas não extingue a personalidade jurídica do empresário. Isso ocorre apenas quando há a baixa dos atos no órgão competente. Dessa forma, a falência permite que os sócios podem recomeçar a sua atividade, sem criar uma sociedade empresária. Recuperação Judicial • Princípio da preservação da empresa e princípio da função social A sociedade deve ter uma viabilidade econômica, cumprindo sua função social (gerar empregos, tributos e circulação de riquezas). Se não houver viabilidade econômica, a empresa poderá prejudicar terceiros. Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. • Natureza de contrato judicial: o juiz não pode analisar se a empresa tem ou não condições de pedir a recuperação, cabendo apenas aos credores analisar a situação de crise financeira do devedor e seu plano de recuperação por meio de assembleia de credores – prevalece autonomia de vontade entre as partes. Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. Estude Direito *EIRELI e Sociedade Limitada Unipessoal podem requerer sua recuperação judicial. *EMPRESÁRIO (empresário individual PF) x SOCIEDADE EMPRESÁRIA (PJ). OBS: A Universidade Candido Mendes é uma associação civil sem fins lucrativos, mas exerce atividade econômica, não organizada. Houve um precedente quando ela conseguiu a sua recuperação judicial. Além disso, existe um projeto de reforma da lei de falência,em que houve a ampliação da legitimidade ativa, podendo qualquer agente econômico (exerce atividade econômica, mesmo que não organizada) requerer sua recuperação judicial. OBS 2: cabimento do litisconsórcio ativo na recuperação judicial – 1 único plano para todas as empresas desse grupo econômico (STF). • Requisitos subjetivos (caput) e objetivos (incisos) para o deferimento do processamento do pedido Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. • Desistência do pedido Art. 52 § 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembleia-geral de credores. Estude Direito • Créditos sujeitos à recuperação Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. Créditos existentes: a existência do crédito se dá com a contratação, ou seja, a formação do vínculo obrigacional entre credor e devedor. • Créditos não sujeitos à recuperação Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: I – as obrigações a título gratuito; Ex: aval, fiança, doação, comodato. O empresário José (devedor) emitiu uma nota promissória em favor de um credor, João. O empresário José teve sua obrigação garantida pelo avalista Francisco. Nesse caso, há uma solidariedade entre avalista e avalizado (José). José pede recuperação judicial – regra é a suspensão das execuções individuais com o processamento da recuperação. Entretanto, a execução poderá prosseguir contra o avalista (Francisco). Art. 49. § 1º Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. Tese majoritária: O credor do devedor que incidiu em falência ou pediu recuperação judicial poderá executar o coobrigado (devedor subsidiário). Art. 6º § 7º As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. Art. 49 § 3º Tratando-se de 1.credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de 2.arrendador mercantil, de 3.proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de 4.proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. Estude Direito *Detêm a propriedade do bem: basta ajuizar ação, não havendo necessidade de habilitar seus créditos na recuperação judicial. Art. 49 § 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º , da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente. *Trava bancária: quando o banco pede uma garantia ao devedor para antecipar créditos futuros – contrato de cessão fiduciária de crédito. STJ entende que esse contrato tem natureza de propriedade fiduciária e, por esse motivo, não se sujeita à recuperação judicial. • Plano de recuperação Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: (rol exemplificativo) *Se a empresa for economicamente viável, mas os credores optarem pela falência, poderá o CADE optar pelo contrário. • Condições especiais do plano de recuperação Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários- mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. • Atitudes dos credores Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei. *Possibilidade dos credores de apresentar objeção ao plano de recuperação judicial. Basta apenas um credor para o juiz ser obrigado a convocar assembleia geral. Se não houver nenhuma objeção, o juiz homologa o plano. Estude Direito Assembleia de credores: 1. Aprovação do plano com alterações (art. 56, §3º); 2. Aprovação do plano – homologação – quórum geral (arts. 45 e 58); 3. Rejeição do plano – decretação da falência (art. 56, §4º); 4. Rejeição com posterior aprovação do plano na mesma assembleia – quórum especial (art. 58, §1º). • Recursos DECISÃO QUE HOMOLOGA O PLANO – AGRAVO DE INSTRUMENTO DECISÃO QUE NÃO HOMOLOGA O PLANO E DECRETA FALÊNCIA – AGRAVO DE INSTRUMENTO DECISÃO QUE NÃO HOMOLOGA O PLANO E NÃO DECRETA FALÊNCIA - APELAÇÃO • Estado de recuperação = da decisão que homologou o plano de recuperação até 2 anos depois da concessão da recuperação Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. § 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. § 2º Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei. *Descumprido o plano, após passado o estado de recuperação, os credores poderão executar ou pedir a falência do devedor, nas condições previstas no plano. Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do art. 61 desta Lei, o juiz decretará por sentençao encerramento da recuperação judicial e determinará: Estude Direito • Sucessão – venda de UPI: se fizer parte do plano a venda de um estabelecimento do devedor “(...)o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho”. (art. 141, II). • Participação em licitações: o STJ entende que é possível, desde que a sociedade em recuperação comprovar a sua viabilidade econômica (relativização da certidão negativa). • Juntada das certidões negativas Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembleia- geral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta Lei sem objeção de credores, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. *CTN exige uma lei especial que disponha sobre o parcelamento e dívidas fiscais de devedor em recuperação (lei 13.043) – juiz só pode exigir certidão negativa em relação aos débitos junto à Fazenda Nacional. Em relação aos débitos com Estados e Municípios não cabe exigir certidão negativa, pois não foi editada a lei (en 55, do CJF). • Recuperação extrajudicial: tem natureza de contrato firmado entre devedor e seus credores fora do judiciário. Entretanto, a homologação deverá ser feita por via judicial. *Venda extrajudicial de estabelecimento – trespasse – há sucessão. Requisitos subjetivos: art. 161 e 48 – exercício regular de suas atividades (+ de 2 anos). Requisitos objetivos: 1- Não pode ser previsto o pagamento antecipado de nenhuma dívida (art. 161, §2º); 2- Todos os credores sujeitos ao plano devem receber tratamento paritário, vedado o favorecimento de alguns ou o desfavorecimento apenas de parte deles (art. 161, §2º); 3- Não pode abranger senão os créditos constituídos até a data do pedido de homologação (art. 163, §1º); 4- Só pode contemplar a alienação de bem gravado ou a supressão ou substituição de garantia real se com a medida concordar expressamente o credor garantido (art. 163, §4º); Estude Direito 5- Não pode estabelecer o afastamento da variação cambial nos créditos em moeda estrangeira sem cantar com a anuência expressa do respectivo credor (art. 163, §5º). Homologação facultativa (art. 162): assinatura de todos os credores do devedor de forma facultativa, ou seja, sem qualquer imposição. Homologação obrigatória (art. 163 e §1º): Se os credores - crédito com garantia real, crédito com privilégio especial, crédito com privilégio geral, créditos quirografários, créditos subordinados - não concordarem com o plano de recuperação judicial, a homologação pode ser obrigatória se o devedor conseguir um quórum de 3/5 (maioria prepondera sobre minoria). Desistência do pedido pelo credor (art.161,§5º): o credor que aderiu ao plano de recuperação extrajudicial não pode dele desistir, após a distribuição do pedido de homologação judicial, a menos que os demais signatários concordem. Credores que não se sujeitam à recuperação extrajudicial (art. 161, §1º): continua com a execução ou, mesmo com o pedido de recuperação extrajudicial, requerer a falência. São eles - titulares de créditos de natureza tributária e derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho - art. 49, §3º e 86, II - alienação fiduciária, leasing, promessa de compra e venda, etc. Renovação do pedido (art. 161, §3º): não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial se houver pendente pedido de recuperação judicial (esperar os 2 anos). Efeitos (art. 161, §4º): perante os sujeitos não sujeitos ao plano. Rito processual (art. 164 a 166)
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