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Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 1 Ciclo do Ácido Cítrico, Cadeia de Transporte de Elétrons e Fosforilação Oxidativa Recordando! Fermentação alcoólica Fermentação Láctea Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 2 Acoplamento da via glicolítica ao Ciclo de Krebs e, deste, com a cadeia de transporte de elétrons e com o processo de fosforilação oxidativa. Compartimentalização das vias metabólicas Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 3 A Piruvato desidrogenase catalisa a descarboxilação oxidativa do piruvato para a formação de acetil-CoA e CO2. Esse passo catalítico tem por coenzimas o NAD+ e a CoA-SH. H3C C C O − O O C S O H3C CoA HSCoA NAD+ NADH + CO2 Pyruvate Dehydrogenase pyruvate acetyl-CoA A matrix mitocondrial contém a Piruvate Desidrogenase, enzimas do Ciclo de Krebs, e outras enzimas de outras vias metabólicas, ex.: beta oxidação e metabolismo de aminoácidos. A membrane externa contém grandes canais (VDAC), similares às porinas de bactérias, que a torna permeável a íons e pequenas moléculas. A membrane interna da mitocôndria é mais seletiva. Ela contém vários transportadores, incluindo proteínas que transferem o piruvato para a matrix. A membrane interna possui muitas dobras, com invaginações chamadas cristas. Embebidos na membrane interna estão os constituintes da cadeia respiratória e a ATP sintase. Piruvato, produto aeróbio da via glicolítica, é metabolizado na mitocôndria. Compartimentos Mitocondriais: Matriz Membrana interna Membrana externa Cristas Espaço intermembrar Piruvato Desidrogenase Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 4 Piruvato Desidrogenase: Grande complexo enzimático contendo muitas cópias das enzimas E1, E2, & E3. O núcleo do complexo piruvato desidrogenase de mamíferos é uma estrutura icosaédrica consistindo de 60 cópias de E2. Na periferia do complexo existem: • 30 cópias de E1 (tetrâmero com subunidades α2β2). • 12 cópias de E3 (um homodímero), mais 12 cópias de uma proteína ligadora de E3 que liga E3 a E2 E1 E2 E3 Enzima Abreviação Grupos Prostéticos e Coenzimas Piruvato Desidrogenase E1 Pirofosfato de tiamina Diidrolipoil Transacetilase E2 Lipoato, CoA Diidrolipoil Desidrogenase E3 FAD, NAD Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 5 FAD (Flavina Adenina Dinucleotídeo) é derivado da vitamina riboflavina. O anel dimetilisoaloxazina sustenta o processo de oxido- redução. FAD é um grupo prostético, parte permanente de E3. Reação: FAD + 2 e- + 2 H+ ÅÆ FADH2 C C C H C C H C N C C N N C NH C H3C H3C O O CH2 HC HC HC H2C OH O P O P O O O- O O- Ribose OH OH Adenine C C C H C C H C N C C H N N H C NH C H3C H3C O O CH2 HC HC HC H2C OH O P O P O O O- O O- Ribose OH OH Adenine FAD FADH2 2 e− + 2 H+ dimethylisoalloxazine Tiamina Pirofosfato (TPP) é derivado da tiamina (vitamina B1). Deficiência nutricional de tiamina acarreta a doença de beriberi. Beriberi afeta especialmente o cérebro, porque TPP é requerido para o metabolismo de carboidratos, e o cérebro depende do metabolismo da glicose para energia. thiamine pyrophosphate (TPP) N NH3C NH2 CH2 S C N H3C CH2 O P O P O − O− O− CH2 H O O + acidic H+ O mecanismo da Tiamina Pirofosfoto: H+ do C entre o N e o S do anel tiazólico é prontamente dissociado. O carbânio resultante pode atacar o carbono eletron- deficiente da cetona do piruvato. thiamine pyrophosphate (TPP) N NH3C NH2 CH2 S C N H3C CH2 O P O P O − O− O− CH2 H O O + acidic H+ C C CH3 O− O O pyruvate Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 6 A Lipoamida inclue um ditiol que participa do processo de oxido-redução S CH2 CH2 CHS CH2 CH 2 CH2 CH2 C NH (CH2)4 CH NH C O O HS CH 2 CH2 CHHS CH2 CH 2 CH2 CH2 C NH (CH2)4 CH NH C O O 2e− + 2H+ lipoamide dihyd ro lipoamide lys ine lipoic acid • A carboxila do ácido lipóico forma uma ligação amida com a cadeia lateral do resíduo de lisina de E2, gerando a lipoamida. • Um braço longo e flexível, incluindo a cadeia hidrocarbônica do lipoato e o grupo lisina, liga o grupo ditiol a um dos dois domínios ligadores de lipoato de cada E2. • Domínios de ligação de Lipoato são partes integrantes de um fibra flexível de E2 que se estende do núcleo do complexo para a periferia. • O braço flexivél formado pelo grupo functional lipoamida move-se do sítio ativo de E2 no núcleo do complexo para os sítios ativo de E1 & E3 na periferia do complexo. S CH2 CH2 CHS CH2 CH2 CH2 CH2 C NH (CH2)4 CH NH C O O lipoamide lysine lipoic acid Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 7 Arsênico orgânico é um potente inibidor de enzimas contendo lipoamidas, como a Piruvato desidrogenase. Esses compostos altamente tóxicos reagem covalentemente com os grupos tióis vicinais desabilantando-os do papel de agentes redutores. HS HS R S S R R' As O AsR'+ H2O O aceptor final de electron é o NAD+. Coenzyme A-SH + HO C O CH3 Coenzyme A-S C O CH3 + H2O acetic acid acetyl-CoA N R H C NH2 O N R C NH2 OH H + 2e− + H+ NAD+ NADH Na reação catalizada pelo complexo Piruvato Desidrogenase, o ácido acético gerado é trnasferido para a coenzime A. Acetil CoA, produto da reação catalizada pelo complexo Piruvato Desidrogenase, é um composto central do metabolismo. A ligação tioester de “alta energia” Faz dele um excelente doador de acetila. acetyl-coenzyme A H3C C O S CoA Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 8 O ATP também exerce modulação negativa sobre a Piruvato desidrogenase Acetil CoA atua como: Elemento de fomento do Ciclo de Krebs, onde a porção acetila é oxidada a CO2. Doador de acetila para a síntese de ácidos graxos, corpos cetônicos e colesterol. glucose-6-P Glycolysis pyruvate fatty acids acetyl CoA ketone bodies cholesterol oxaloacetate citrate Krebs Cycle Regulação do Complexo Piruvato Desidrogenase: Inibição por retroalimentação de NADH & acetil CoA: NADH compete com NAD+ pelo sítio de ligação em E3. Acetil CoA compete com CoA pelo sítio de ligação em E2. Regulação por fosforilação/desfosforilação de E1 através de Cinases e Fosfatases específicas associadas com a Piruvato desidrogenase na matrix mitocondrial: Piruvato Desidrogenase Cinases catalizam a fosforilação de resíduos de serina de E1, inibindo o complexo. Piruvato Desidrogenase Fosfatases revertem esta inibição. Piruvato Desidrogenase Cinase são ativadas por NADH & acetil-CoA,estabelecendo uma segunda maneira de controle da Piruvato desidrogenase pelos seus produtos. E1 inativa E1 ativa DESFOSFORILAÇÃO FOSFORILAÇÃO cinase fosfatase E2 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 9 O aumento de Ca++ citossólico que ocorre durante a ativação da contração muscular pode lever à assimilação de Ca++ pela mitocôndria. Esse aumento da concentração de Ca++ estimula a fosfatase e, portanto, leva à ativação da Piruvato Desidrogenase. Assim o metabolismo mitocondrial é estimulado durante exercícios. Pyruvate Dehydro- genase in matrix mitochondrion Ca++ Uma isoforma da fosfatase sensível ao Ca++ que remove Pi de E1 é expressa no músculo. Durante a inanição (jejum): Piruvato Desidrogenase Cinase aumenta em quantidade na maioria dos tecidos, incluindo músculo esquelético, através aumento da transcrição gênica. Sob essas mesmas condições, a quantidaded de Piruvato Desidrogenase Fosfatase diminui. A inibição resultante da Piruvato Desidrogenase previne que músculo e outros tecidos catabolizem a glicose e precursores da gliconeogênese. Metabolismo muda para a utilização de gorduras. A quebra de proteínas musculares para suprir precursores da gliconeogênese é minimizada. Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 10 Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo do Ácido Tricarboxílico Reação geral do Ciclo do Ácido Cítrico: AcetilCoA + 2H2O + 3 NAD+ + FAD + GDP + Pi Æ 2CO2 + CoA + 2H+ + 3NADH + FADH2 + GTP ΔGº (pH 7) = -44,8 kJ.mol-1 Reação Enzima Tipo de Reação ΔG0' (kJ/mol) Acetil-CoA + Oxaloacetato + H2O Æ Citrato + CoA-SH + H+ Citrato Sintase Condensação -32,2 Citrato Æ cis-Aconitato + H2O Æ Isocitrato Aconitase Desidratação e hidratação +6,3 Isocitrato + NAD+ Æ α-Cetoglutarato + CO2 + NADH Isocitrato Desidrogenase Descarboxilação Oxidativa -8,4 α-Cetoglutarato + NAD+ + CoA-SH Æ Succinil- CoA + CO2 + NADH α-Cetoglutarato Dsiydrogenase Descarboxilação Oxidativa -33,5 Succinil-CoA + Pi + GDP Æ Succinato + GTP + CoA-SH Succiil-CoA Sintetase Fosforilação -2,9 Succinato + E-FAD Æ Fumarato + E-FADH2 Succinato Desidrogenase Oxidação 0 Fumarato + H2O Æ L-Malato Fumarase Hidratação -3,8 L-Malato + NAD+ Æ Oxaloacetato + NADH + H+ Malato Desidrogenase Oxidação +29,7 balanço: Exotérmico e termodinamicamente favorável... -44,8 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 11 1) 2) 3) 4) Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 12 5) 6) 7) 8) Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 13 Regulação do Ciclo do Ácido Cítrico I - Citrato sintase é inibida por ATP, NADH e Succinil-CoA II- Isocitrato desiydrogenase é inibida por ATP, e ativada por ADP e NAD+ ΙΙΙ − α-Cetoglutarato desidrogenase é inibida por NADH e Succinil-CoA, e ativada por AMP ROTAS METABÓLICAS QUE UTILIZAM INTERMEDIÁRIOS DO CICLO 1. Gliconeogênese oxalacetato ⇒ malato ⇒ glicose 2. Síntese de àcidos Graxos citrato (mitocôndria →citossol) ⇒ acetil-CoA ⇒ ácidos graxos e colesterol 3. Síntese de Aminoácidos • α-cetoglutarato • oxalacetato Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 14 REAÇÕES ANAPLERÓTICAS • reposição de intermediários do ciclo do ácido cítrico a) piruvato + CO2 + ATP + H2O oxalacetato + ADP + Pi b) fosfoenolpiruvato + GDP oxalacetato + GTP • coração e músculos c) degradação de ácidos graxos de cadeia ímpar e de aminoácidos (Ile, Met, Val) ⇒ succinil-CoA d) degradação de aminoácidos ⇒ oxalacetato e α-cetoglutarato e) aspartato, fenilalanina e tirosina ⇒ fumarato piruvato descarboxilase fosfoenolpiruvato carboxicinase Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 15 Cadeia de Transporte de Elétrons Complexo Nome Nº. de Proteínas Grupos Prostéticos Complexo I NADH-CoQ Desidrogenase 46 FMN, 9 Fe-S centros Complexo II Succinato-CoQ Redutase 5 FAD, cit b560, 3 Fe-S centros Complexo III CoQ-cit c Redutase 11 cit bH, cit bL, cit c1, Fe-SRieske Complexo IV Citocromo Oxidase 13 cit a, cit a3, CuA, CuB • Potencial de transferência de elétrons (Eo') • Potencial de redução • Eo' negativo ⇒ baixa afinidade por elétrons • Eo' positivo ⇒ maior afinidade por elétrons n = número de elétrons transferidos F = constante faraday (23,06 kcal/V.mol) ΔGo = - n FΔEo' Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 16 • ΔEo' do NADH (FADH2) para o O2 ⇒ força propulsora da fosforilação oxidativa Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 17 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 18 Fosforilação Oxidativa Hipótese Quimiosmótica SÍNTESE DO ATP • Peter Mitchell (1961) ⇒ Teoria Quimio-osmótica • bombeamento de prótons • gradiente de pH • potencial elétrico • não há formação de compostos intermediários de alta energia 1. pH externo (espaço intermembrar) é 1,4 unidades menor do que o interno (matriz) 2. potencial de membrana de 0,14 V 3. Retorno de prótons para a matriz mitocondrial ⇒ ação da ATP sintase 4. Compartimentação Gradiente Eletroquímico Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 19 ATP Sintase Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 20 Aporte de NADH Citossólico na Mitocôndria • membrana mitocondrial interna é impermável ao NADH e NAD+ • Regeneração do NAD+ ⇒ continuidade da glicólise • Elétrons transferidos para um carreador de membrana • glicerol-fosfato ⇒ músculos/cérebro • malata-aspartato ⇒ rim/fígado/coração Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 21 Desacopladores do Transporte de Elétrons BALANÇO ENERGÉTICO DA OXIDAÇÃO DA GLICOSE Glicólise A B Glicose ⇒ glicose 6-fosfato -1 -1 Frutose 6-fosfato ⇒ frutose 1,6-bifosfato -1 -1 Gliceraldeído 3-fosfato ⇒ 1,3 bifosfoglicerato (2x)* +2 +2 Fosfoenolpiruvato ⇒ piruvato (2x) +2 +2 *2 NADH (a) Piruvato ⇒ Acetil-CoA *2 NADH (b) Ciclo do Ácido Cítrico GTP +2 +2 6 NADH (c) 2 FADH2 (d) Fosforilação Oxidativa a) NADH glicólise +3 +5 b) NADH piruvato +5 +5 c) NADH ciclo do ácido cítrico +15 +15 d) FADH2 ciclo do ácido cítrico +3 +3 SALDO DE ATP 30 32 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 22
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