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UOL Notícias Tecnologia, 19 de agosto de 2015 
Operadoras móveis no Brasil preparam petição contra WhatsApp 
Luciana Bruno 
Operadoras de telecomunicações no Brasil pretendem entregar a autoridades locais em dois 
meses um documento com embasamentos econômicos e jurídicos contra o funcionamento do 
aplicativo WhatsApp, controlado pelo Facebook, disseram à Reuters três fontes da indústria. 
Uma das empresas do setor estuda também entrar com uma ação judicial contra o serviço, 
afirmou uma das fontes. 
O questionamento a ser entregue à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) será feito 
contra o serviço de voz do WhatsApp, e não sobre o sistema de troca de mensagens do 
aplicativo, disse a mesma fonte. 
A ideia é questionar o fato de a oferta do serviço se dar por meio do número de telefone móvel 
do usuário, e não através de um login específico como é o caso de outros softwares de 
conversas por voz, como o Skype, da Microsoft. 
"Nosso ponto em relação ao WhatsApp é especificamente sobre o serviço de voz, que 
basicamente faz a chamada a partir do número de celular", disse a fonte, que assim como as 
outras duas falou sob condição de anonimato. 
"O Skype tem identidade própria, um login, isso não é irregular. Já o WhatsApp faz chamadas a 
partir de dois números móveis", acrescentou. 
O argumento das operadoras é que o número de celular é outorgado pela Anatel e as 
empresas de telefonia pagam tributos para cada linha autorizada, como as taxas do 
Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações), o que não é feito pelo WhatsApp. De 
acordo com a consultoria especializada Teleco, as operadoras pagam R$ 26 para a ativação 
de cada linha móvel e 13 reais anuais de taxa de funcionamento. 
Além da questão econômico-financeira, as operadoras estão sujeitas às obrigações de 
fiscalização e qualidade com a Anatel e sujeitas a multas, enquanto isso não acontece com o 
WhatsApp. 
Procurada, a assessoria de imprensa do WhatsApp nos Estados Unidos não respondeu a 
pedidos de comentários. A assessoria de imprensa do Facebook no Brasil afirmou que a 
empresa não responde pelo WhatsApp no país. 
Embora o WhatsApp já permitisse envio de gravações de áudio por meio de mensagens, a 
empresa passou a oferecer recentemente serviço de ligações de voz pela Internet no Brasil. 
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo no começo desta semana, o presidente da 
Telefônica Brasil, Amos Genish, afirmou que o WhatsApp "é uma operadora pirata" e que a 
empresa planejava fazer uma petição ao Conselho da Anatel questionando o aplicativo, sem 
dar muitos detalhes. 
Segundo duas das fontes, todas as operadoras estão envolvidas na elaboração da reclamação 
a ser entregue à Anatel, apesar de algumas delas, como TIM Participações e Claro, terem 
firmado parcerias comerciais com o WhatsApp para oferecer acesso grátis ao aplicativo, sem 
desconto na franquia de dados dos usuários. Contudo, essa oferta não se estende ao serviço 
de voz do WhatsApp, que é descontado da franquia do cliente. 
Uma dessas fontes disse que o setor está unido contra o "desequilíbrio" existente em relação a 
serviços similares aos de telecomunicações e que não têm arcabouço regulatório. Segundo 
essa fonte, o assunto já foi levado ao Ministério das Comunicações, mas a forma de tratar o 
tema "ainda não está fechada". 
Procuradas, Telefônica Brasil (que opera sob a marca Vivo), Claro, Oi e TIM não se 
manifestaram sobre o assunto. A associação de operadoras, o Sinditelebrasil, disse que não 
falaria sobre o tema. Representantes da Anatel não se manifestaram até a publicação desta 
reportagem. 
Uma fonte da Anatel, que não quis se identificar, disse que não há nenhum pleito na agência 
referente ao WhatsApp, e que caso haja algum requerimento por parte das operadoras, o 
órgão regulador analisará se o aplicativo poderá ser categorizado como um serviço 
telecomunicações. 
"A questão dos aplicativos se insere em debates maiores, internacionais, entre as empresas de 
telefonia e os provedores de conteúdo. Mas tem de ficar claro que se trata de serviço de valor 
adicionado. A Anatel não regula aplicativos", disse a fonte da Anatel. "Não sei se a Anatel tem 
competência para analisar o serviço, que não é de voz tradicional", acrescentou. 
Defesa de consumidores 
Órgãos de defesa do consumidor, no entanto, questionam o argumento das operadoras. De 
acordo com a advogada Flávia Lefévre, da Proteste, mesmo utilizando o número de celular do 
usuário, o serviço de voz do WhatsApp é oferecido por meio da Internet, não se tratando de 
uma ligação tradicional. 
"Tanto no Skype como no WhatsApp a transmissão (da voz) se dá por meio de pacote de 
dados, que é diferente de uma ligação da telefonia", disse Flávia. 
O advogado Guilherme Ieno, sócio da área de telecomunicações do escritório Koury Lopes 
Advogados, concorda com a representante da Proteste. Para ele, as operadoras não podem 
impor restrições quanto ao conteúdo dos pacotes trafegados. 
http://tecnologia.uol.com.br/noticias/reuters/2015/08/19/exclusivo-operadoras-moveis-no-brasil-preparam-
peticao-contra-whatsapp-uma-considera-acao-judicial.htm 
 
UOL Notícias Tecnologia, 21 de agosto de 2015 
Contra regulamentação, presidente da Anatel diz que WhatsApp não é ilegal 
Larissa Leiros Baroni 
Apesar de o WhatsApp ser acusado por algumas operadoras brasileiras de"pirataria", o 
presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), João Rezende, afirma que o 
aplicativo de bate-papo não é ilegal e se diz contrário a qualquer regulamentação do serviço. 
Segundo ele, a solução entre o impasse seria "baixar as tributações das teles" e não "engessar 
o mundo da internet". 
"Todos os aplicativos de internet são considerados um serviço adicional ao mundo de 
telecomunicação", explica Rezende, que diz acreditar que o WhatsApp se encaixa nessa 
definição e não se caracteriza como um serviço de telecomunicação. "As chamadas de voz 
desse serviço só podem ser feitas entre usuários do app. Não é possível, por exemplo, fazer 
uma ligação para um telefone fixo." 
Ainda assim as operadoras, segundo a agência de notícias Reuters, acusam o serviço de voz 
do WhatsApp de ser "ilegal" por se apropriar "indevidamente" do número de telefone móvel do 
usuário, outorgado pela Anatel, e "pago" pelas empresas de telefonia. As teles, como elas 
ressaltam, são tributadas e pagam cerca de R$ 26 para a ativação de cada linha móvel e R$ 13 
anuais de taxa de funcionamento. 
Mas Rezende ressalta que a briga levantada pelas operadoras de telefonia móvel contra 
o WhatsAppp ainda não passa de um buchicho. A agência não recebeu qualquer reclamação 
do aplicativo. "Caso seja oficializado a contestação, iremos avalia-la com mais rigor. E a 
deliberação será feita pelo conselho, que não necessariamente terá a mesma opinião que a 
minha." 
Para ele, o uso do número de telefone está na linha tênue da fronteira da atuação entre as 
operadoras e as empresas de aplicações. Mas, na opinião dele, não necessariamente 
caracteriza uma ilegalidade. "O WhatsApp não é caracterizado um serviço de telecomunicação 
e, portanto, não deve ter o mesmo tratativo que as operadoras." 
O impasse, para Rezende, é resultado de uma mudança do panorama do setor. "O consumo 
de pacote de voz tem perdido cada vez mais espaço, mas, em compensação, cresce-se a 
demanda por dados". O presidente da Anatel enfatiza a necessidade de "as empresas 
aprenderem a lidar com a nova realidade". 
"É perfeitamente possível uma convivência harmônica entre as duas indústrias", diz Rezende, 
que destaca os benefícios que o aplicativo de bate-papo proporciona para as operadoras 
diante do aumento de tráfego de dados. "Não dá para dizer que a renda para teles com o 
serviço é zero. Até porque os usuários acabam consumindo dados --que compraram das 
operadoras -- para conseguir enviar mensagens de texto e mais ainda para fazerchamadas de 
voz." 
De acordo com ele, o setor caminha para a difusão do mundo da internet e da telefonia. "Pode 
até demorar um pouco, mas essa é uma realidade que não dá para fugir e que vai exigir uma 
adaptação e uma convivência pacífica de todos os agentes da cadeia." 
 
http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/08/21/contra-regulamentacao-presidente-da-anatel-diz-
que-whatsapp-nao-e-ilegal.htm 
 
UOL Notícias Tecnologia, 24 de agosto de 2015 
Frustradas com prejuízos, operadoras tentam "se vingar" de WhatsApp 
Larissa Leiros Baroni 
Algumas das principais operadoras de telefonia móvel do país iniciaram --ainda que de forma 
velada—uma disputa contra o WhatsApp em uma "tentativa desesperada" de nomear culpados 
aos seus próprios prejuízos. É o que dizem especialistas em telecomunicação e em direito 
digital entrevistados pelo UOL Tecnologia, que afirmam ainda que os ganhos proporcionados 
pelo aplicativo de bate-papo são bem maiores do que as possíveis perdas. 
"As chamadas de voz deixaram de ser a principal funcionalidade da telefonia móvel não só no 
Brasil, mas no mundo. O tráfego de dados tem ganhado cada vez mais espaço, e as 
operadoras precisam se adaptar a essa nova realidade", aponta Carlos Affonso, diretor do 
ITSrio (Instituto de Tecnologia e Sociedade) e professor da Uerj (Universidade Estadual do Rio 
de Janeiro). Segundo ele, é natural que os usuários deixem de enviar SMS e de fazer ligações 
diante da gama de opções que são bem mais baratas e práticas. "E não estamos só falando de 
WhatsApp." 
No segundo trimestre de 2015, a operadora Telefônica Brasil --dona da marca Vivo-- perdeu 
56% do seu lucro líquido em comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro 
da Claro Telecom Participações foi de R$ 3,3 milhões, sensível recuo ante resultado positivo 
de R$ 308 milhões obtido em 2014. A queda no lucro da TIM no Brasil foi de 16%. Já 
a OI chegou a registrar prejuízo de R$ 401 milhões no primeiro trimestre de 2015. 
Mas, como relata o senador Walter Pinheiro (PT-BA) --que atua à frente de temas ligados à 
telecomunicação e tecnologia no Congresso Nacional--, as operadoras mais ganham do que 
perdem com aplicativos como o WhatsApp. "Mesmo que o usuário acesse a plataforma a partir 
do Wi-Fi, há sempre alguém que está pagando por essa conexão às empresas de telefonia. Ou 
seja, as empresas ganham muito com esses serviços e reclamam de boca cheia", relata. 
Para Adriano Mendes, advogado especialista em tecnologia e sócio do escritório Assis e 
Mendes, a reclamação das teles é uma "estratégia comercial" e uma maneira de conseguir 
"tirar dinheiro do Facebook" --dono do WhatsApp. "Está claro, que o problema é com o 
Facebook. Até porque contraditoriamente as operadoras atacam o WhastApp, mas de certa 
forma isentam o Skype, que é da Microsoft", afirma. 
Segundo ele, a polêmica é "misteriosamente" levantada em meio a negociação para a 
implementação do Internet.org --projeto da rede social que leva serviços da rede gratuitamente 
a populações carentes-- no Brasil, serviço que é oferecido pelas teles. 
Regulamentar ou não? 
Uma possível regulamentação --defendida pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, 
mas rejeitada pelo presidente da Anatel, João Rezende--, segundo Mendes, representaria um 
retrocesso legislativo e tecnologia. "Voltaríamos ao tempo da reserva de mercado, em que não 
podíamos usar computador que não fosse fabricado no Brasil. Isso isolaria o país dos avanços 
tecnológicos, além de encarecer as inovações disponíveis." 
O senador diz desconhecer a existência de qualquer projeto de lei sobre a regulamentação de 
apps que esteja tramitando no Senado ou na Câmera. "Isso seria negar o Marco Civil", aponta 
Pinheiro. "Não dá para entrarmos em um novo tempo --da computação em nuvem e da internet 
das coisas-- e mantermos a regra de divisão de chamada dos anos 1980." 
"Esses aplicativos estão dentro da lei e não há nenhuma regulamentação que impeça o 
funcionamento deles no país", relatou Mendes. "Ilegal seria se as operadoras quisessem 
impedir o funcionalmente do WhatsApp ou de qualquer outra aplicação. Algo que infringiria a 
neutralidade da rede prevista no Marco Civil." 
A reivindicação das operadoras, segundo a agência de notícias Reuters, se refere ao serviço 
de voz do WhatsApp, e não sobre o sistema de troca de mensagens do aplicativo. Segundo 
elas, a oferta do serviço se dá por meio do número de telefone móvel do usuário, outorgado 
pela Anatel e "pagos" pelas empresas de telefonia. As teles pagam cerca de R$ 26 para a 
ativação de cada linha móvel e R$ 13 anuais de taxa de funcionamento. 
Mas, como explica Luiz Moncau, professor da Faculdade de Direito da FGV Rio (Fundação 
Getúlio Vargas do Rio de Janeiro), o WhatsApp usa o número de celular --"que pertence ao 
usuário e não à operadora"-- apenas como um identificador. "Não quer dizer, no entanto, que o 
app esteja pirateando a infraestrutura da telefonia móvel para permitir as ligações. O recurso é 
viabilizado pela internet, assim como o Skype, que usa como identificador o e-mail." 
Affonso aponta a distinção de responsabilidade entre o WhatsApp e as operadoras para 
justificar a legalidade do serviço, bem como a "infundada necessidade de uma tratativa 
igualitária". "As empresas de telefonia integram a camada de infraestrutura, já o WhatsApp está 
ligado à camada de aplicações. Ou seja, a responsabilidade de um é estrutural a do outro se 
restringe a conteúdo." 
Para o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade, as empresas de telecomunicação 
precisam reconhecer as mudanças do mercado e adaptar os seus modelos de negócios à nova 
realidade. "Não adiante querer brigar, será mais do que necessário aprender a conviver com 
serviços como o WhatsApp --que não é o único e nem será o último a movimentar o setor." 
Já o senador Pinheiro diz ser necessário o maior investimento em banda larga, bem como na 
qualidade dos serviços prestados pelas operadoras. "Se o serviço é ruim e caro, é óbvio que os 
clientes vão buscar alternativas mais baratas." 
O UOL Tecnologia entrou em contato com a Vivo, a Claro, a OI e a TIM, mas todas elas 
informaram que não se manifestariam sobre o assunto. Mesma posição da SindiTelebrasil -- 
entidade que representa as empresas de telecomunicações no país. 
http://tecnologia.uol.com.br/noticias/reuters/2015/08/19/exclusivo-operadoras-moveis-no-
brasil-preparam-peticao-contra-whatsapp-uma-considera-acao-judicial.htm

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