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Introdução à Cartografia: Definição e Histórico

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EAM 330 
CARTOGRAFIA GERAL
Prof. Julio Cesar
Introdução
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Definição
A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização. 
Associação Cartográfica Internacional (1966) 
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O caráter matemático científico da cartografia
A Cartografia é considerada uma Ciência por utilizar de um apoio científico, e operações sistemáticas na obtenção de dados, de forma a garantir uma representação gráfica, com exatidão satisfatória, dos aspectos naturais e artificiais da superfície terrestre.
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O caráter matemático científico da cartografia
É considerada Arte por está subordinada às leis estéticas da simplicidade, clareza e harmonia, procurando atingir o ideal artístico da beleza e simplicidade.
	Documento agradável às vistas;
	Boa disposição dos elementos (símbolos, cores, letras,etc.);
	Linguagem de comunicação visual, bidimensional e atemporal, possibilitando ao leitor uma interpretação única dos elementos representados.
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Cartografia: Sistema de Aquisição de Dados
A Cartografia, cuja função essencial é representar a realidade por meio de informações espaciais têm suas aplicações em atividades que necessitem conhecer parte da superfície terrestre:
Projetos de Engenharia (Estradas, Planejamento Urbano, construções, etc.)
Planejamento e Monitoramento Ambiental (Recursos Naturais, Agricultura, Florestas, etc.)
SIG (Mapas Digitais, Mapas Temáticos)
 
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Cartografia: Sistema de Aquisição de Dados
A cartografia está presente em áreas como:
Utilização de Imagens de Satélites
Diversos sensores com uma variedade aplicações a serem utilizadas como suporte ao mapeamento terrestre.
Ex.: Alta resolução temporal, espectral e espacial.
Emprego do GPS
Possibilita a aquisição de coordenadas com maior precisão e menor custo.
Mapas Digitais
A compilação cartográfica digital possibilita menores custos das instalações e equipamentos utilizados, bem como maior precisão na produção, manipulação e atualização dos dados cartográficos.
Ex.: Restituidores digitais; SIG.
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Cartas do Mapeamento Sistemático
O mapeamento sistemático faz parte de um plano nacional que consiste na representação do território brasileiro em um conjunto de folhas distribuídas sistematicamente nas escalas de 1:1.000.000 a 1:25.000.
Como são executadas as cartas básicas sistemáticas 
Fundamental Definir: 
A finalidade do levantamento aéreo fotogramétrico
O tipo do produto final
A escala 
Precisão necessária. 
Diversas etapas são executadas, entre elas:
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Histórico Cartográfico
A cartografia precede a escrita do homem, pois faz parte da necessidade do ser humano reconhecer o local em que vive.
Vários povos como babilônios, egípcios, astecas, chineses, entre outros, nos legaram mapas com característica de cada sociedade.
Mapas Babilônicos
 O mapa mais antigo conhecido em nossos (aproximadamente 4500 anos).
 Sistema de divisão da superfície terrestre em círculos de um grau.
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Histórico Cartográfico
Mapas Chineses
Cartografia com grande valor histórico, pois seus mapas tinham diversas finalidades como cadastrais e dermacatória.
Os mapas chineses possuíam os seguintes princípios:
Divisões retilíneas e quadrículas para localização dos diversos lugares;
Orientação de um lugar para outro;
Indicação precisa da distância;
Anotação dos ângulos nas curvas das estradas.
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Histórico Cartográfico
Mapas Gregos
Os gregos tiveram fundamental importância na cartografia ocidental, sendo considerado como os responsáveis pela base científica da cartografia moderna.
Admitiram a forma esférica da Terra;
	Aristóteles (350 a.C.) que formulou os seis argumentos para provar a esfericidade terrestre.
Traçaram os pólos, trópicos e equador;
Desenvolveram o sistema de coordenadas Latitude e Longitude;
Desenvolveram as primeiras projeções cartográficas;
Calcularam o tamanho da circunferência terrestre.
	Eratóstenes (276 a.C.) por meio dos conhecimentos de geometria calculou o tamanho da circunferência da Terra.
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Histórico Cartográfico
Cálculo da Circunferência terrestre.
7º12’ 	- 	925.000 metros
360º	-	x
Logo:		
x = 46.250 km 
(bastante próximo dos 41.700 km reais)
O erro ocorreu principalmente a dois fatores:
Siena não está sobre o mesmo meridiano que Alexandria;
Distância real entre as cidades é pouco mais de 830.000 metros.
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Histórico Cartográfico
A Era Ptolomeu
As obras de Cláudio Ptolomeu (90-180ª.C.) foram para a cartografia a de maior transcendência.
Tratado sobre a construção do globo e a técnica de projeções de mapas;
Relacionou 8000 nome de lugares com latitude e longitude;
Estabeleceu os princípios da cartografia, geografia, matemática, das projeções, dos métodos de observação astronômica;
Instruções para construir mapa mundi;
Projeções modificadas a partir da projeção cônica.
Ptolomeu marcou o ponto culminante da cartografia no mundo antigo, seguindo-se após uma época de decadência.
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Histórico Cartográfico
A Cartografia Romana
A profunda diferença entre a mentalidade romana e grega foi demonstrada em seus mapas.
Não preocupavam com a geografia matemática, sistema de longitude e latitude, projeções, medidas astronômicas.
Ele precisam de mapas prático, para fins militares e administrativos.
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Histórico Cartográfico
Idade Média
Dominada pelo sentido cristão do sobrenatural, onde o cartógrafo medieval não se dedica a representar a realidade.
Representação própria, com expressões simbólicas e artísticas.
A cartografia entrou em declínio por toda a idade média, vindo a terminar por volta do século XV quando começaram as Grandes Navegações.
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Histórico Cartográfico
Cartas Portulanas
Mapas considerados os mais exatos para a sua época,
Pois os cartógrafo eclesiásticos representavam um mundo imaginário.
Carta Portulana do Mediterrâneo
Serviam de navegação e aos portos.
Rosa dos Ventos e rumos distribuídos em todo o mapa.
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Histórico Cartográfico
A Cartografia do Renascimento
O renascimento da cartografia foi marcada por fatores como:
 A redescoberta das obras de Ptolomeu (tradução para o latim)
 A imprensa e arte de gravar
Os mapas do sec. XV eram feitos a mão, e por isso extremamente caros.
 Os Grandes Descobrimentos
 Surgimento da Cosmografia
Livros populares sobre geografia, história, astronomia.
 Fím do século XVII
Maior produção de mapas => menor preço e qualidade dos mapas;
Desenhos e letreiros fantásticos são substituídos por informações;
 Novos instrumentos para o mapeamento (teodolitos)
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Histórico Cartográfico
A Cartografia do Renascimento
 Cartografia Inglesa (século XVIII)
Londres torna-se um centro cartográfico para suporte a expansão marítima inglesa.
 Os exércitos de cada pais criam os seus Serviços Geográficos Nacionais
 A França é pioneira no levantamento topográfico
Napoleão era um grande adepto dos levantamentos topográficos
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Histórico Cartográfico
A revolução Industrial
 Notáveis benefícios à cartografia, como por exemplo;
 A Implantação de ferrovias exigia levantamentos topográficos de precisão
 Levantamento topográfico do fundo do mar para instalação de cabos submarinos
 Aparecimento de mapas temáticos
 Atlas especializados como os de meteorologia, oceanografia
 Levantamento Fotogramétrico (1º levantamento em 1859)
 Lançamento de satélites artificiais
 Desenvolvimento dos recursos de informática
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A Evolução da Cartografia no Brasil
1890 – Foi criado o Serviço Geográfico Militar, anexo ao Observatório Astronômico .
1922 – O Clube de Engenharia é o pioneiro na elaboração da Carta do Brasil ao Milionésimo.
1935 – A Diretoria de Hidrografia e Navegação
(DHN) - primeiro plano cartográfico nacional.
1936 – Instalado o Instituto Nacional de Estatística e Cartografia.
1937 – Primeira empresa privada a prestar serviços em cartografia.
	Criado o Conselho Nacional de Geografia (responsável pelo mapeamento e atualização da CIM).
1938 – O primeiro projeto do IBGE: "Determinação das Coordenadas das Cidades e Vilas“; além do aperfeiçoamento e a atualização da Carta do Brasil ao Milionésimo.
1940 – Pela primeira os dados estatísticos do censo foram associados a uma base cartográfica.
1946 – Normas para a uniformização da cartografia brasileira e procedimentos para a coordenação dos trabalhos cartográficos. 
1962 – O IBGE passa a atuar nas escalas maiores de 1:250.000.
1964 – O IBGE estrutura e consolida a linha de instrumentos fotogramétricos - operações fotogramétricas. 
1966/1967 – criação Comissão de Cartografia (COCAR) – coordenação da Política Cartográfica.
1972 – Projeto RADAM – Radar da Amazônia – RADAMBRASIL. Em 1985 o projeto foi extinto.
1975 a 1985 - período de mais intensa produção cartográfica, fruto da modernização dos equipamentos e processos de produção.
1985 – Foi criado o Ministério da Ciência e Tecnologia. 
1994 – O Governo Federal cria a Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR) em moldes semelhantes àquela dos anos 60. 
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OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA CONCAR
Garantir a permanente aplicação e atualização da legislação cartográfica e das (normas, fiscalização, disseminação em diversas escalas)
Promover a articulação entre entidades, públicas e privadas, que produzam e/ou utilizam dados espaciais.
Elaborar e acompanhar a execução do Plano Cartográfico Nacional.
Promover a formulação e a articulação de uma política cartográfica como suporte à gestão territorial.
Promover a cultura do uso da cartografia como instrumento de inserção e referência territorial da sociedade.
Buscar fontes de recursos financeiros que garantam os investimentos necessários para execução do plano e programas da Política Cartográfica Nacional.
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Cartas do Mapeamento Sistemático
Planejamento de Vôo e Apoio Terrestre: tipo de aeronave; instrumentos; condições atmosféricas propícias; equipe de campo e pontos suficientes de apoio terrestre.
Apoio Básico Terrestre: é conjunto de pontos de referência determinados no terreno, através de medições realizadas com equipamentos específicos e com o auxílio de cálculos matemáticos. 
Apoio Básico Horizontal: chamam-se pontos planimétricos ou vértices aqueles cuja localização é estabelecida por processos geodésicos e topográficos através de suas coordenadas planas, sobre uma determinada projeção cartográfica. Esses pontos podem ter também a coordenada vertical, ou seja, a altitude exata referenciada ao nível médio dos mares. 
Apoio Básico Vertical: são pontos altimétricos, também denominados referência de nível (RN). Suas altitudes são determinadas tomando por base altitudes referenciadas ao nível médio dos mares. 
Vôo: a realização do vôo aerofotogramétrico, planejamento para que a superfície do terreno seja coberta pelas fotografias. 
Restituição: por meio de restituidores todos os detalhes do terreno são transferidos para uma folha. Para tanto, são corrigidas as possíveis distorções, como variações do relevo, oscilações devido ao balanço do avião, projeção da fotografia, entre outras. 
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Cartas do Mapeamento Sistemático
Reambulação: de modo a eliminar dúvidas, as fotografias aéreas são levadas ao campo para verificação e registro de detalhes, informações como denominação e tipo de acidentes geográficos, reconhecimento de vegetação e culturas, identificação de grandes edificações etc. 
Gravação: é a transposição, por meio de instrumentos apropriados, de todos os detalhes do mapa para folhas de plásticos indeformável. Esta fase é a que conclui os trabalhos de mapeamento e prepara o material para impressão ou outro tipo de acabamento gráfico. 
Revisão: entre uma fase e outra deve ser realizada uma revisão detalhada de tudo o que foi inserido na carta, para que esta seja realmente um documento de alto grau de confiabilidade. 
Produto Final: os originais das cartas pertencentes ao mapeamento básico são elaborados através de processamento fotográfico em base estável. Este material deve ser resistente, indeformável e permitir a reprodução de cópias heliográficas em papel ou poliéster copiativo. 
Atualização: considerando ser o mapeamento básico sistemático um investimento de grande vulto e tendo em vista o acelerado desenvolvimento urbano, torna-se necessária uma constante manutenção de sua atualização. 
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Leitura dos Elementos de uma carta
A utilização do mapa consiste em um processo de comunicação visual. Este processo envolve 3 elementos:
O cartógrafo
O usuário
O canal de transmissão dos dados
Uma correta educação gráfica permite ao usuário uma leitura e interpretação adequada dos elementos representados em um mapa.
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Leitura dos Elementos de uma carta
A leitura poderá ser executada de 2 formas:
Leitura Interna 
Interpretação dos fenômenos representados.
Leitura Externa
Informações marginais presente na margem da carta.
As informações marginais presentes em uma carta são:
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Leitura dos Elementos de uma carta
Órgão responsável pelo produto cartográfico;
Título da folha;
Índice de nomenclatura e Mapa índice;
Legenda da simbologia qualitativa, quantitativa e ordenada;
Articulação e localização da folha;
Sistema de projeção e informações adicionais;
Simbologia da Hidrografia e Vegetação;
Divisão administrativa;
Declinação Magnética e Convergência Meridiana.
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