Buscar

DPC1_T17_Da denunciação da lide (02_03)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
Tema 17 : DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE (02/03). Legitimação. Procedimento. Efeitos da denunciação da lide.
“Legitimação
Pode denunciação partir tanto do autor como do réu, e até daquele que já figura como denunciado, em relação a outros alienantes ou responsáveis regressivos anteriores.
São legitimados passivo, para o incidente, o alienante a título oneroso, o proprietário ou possuidor indireto e o responsável pela indenização regressiva.
A circunstância de ser o responsável pela garantia litisconsorte da ação principal não dispensa nem impede a denunciação da lide. É que o objetivo da intervenção, na espécie, é deduzir uma nova ação em juízo, sem a qual a sentença solucionará a lide primitiva, mas não poderá condenar o garante regressivo naquilo que diz respeito à sua responsabilidade perante o beneficiário da mesma garantia. Há, portanto, legítimo interesse na propositura da denunciação da lide, mesmo quando o terceiro (litisdenunciado) já configure, a outro título, na relação processual originária.
Procedimento
Cumpre distinguir entre a denunciação feita pelo autor e a provida pelo réu:
I – Denunciação feita pelo autor:
Quando a denunciação da lide parte do autor, o momento de sua propositura confunde-se com a da própria ação. Na petição inicial, então, será pedida a citação do denunciado, juntamente com a do réu.
Mas o juiz deverá marcar o prazo de resposta do denunciado, e o processo ficará suspenso (art. 72). Em princípio, será de quinze dias (art. 297).
Para a diligência citatória do denunciado, marca a lei o prazo de sua realização, que pe de 10 dias para o residente na Comarca, e de 30 dias para o residente em outra Comarca, ou em lugar incerto (art. 72,§ 1º). “Não se procedendo à citação no prazo marcado, a ação prosseguirá unicamente em relação ao denunciante” (art. 72,§ 2º).
A sansão, todavia, pressupõe culpa do denunciante na demora da citação, porque se esta decorrer de ineficácia dos serviços forenses, obviamente nenhuma pena poderá ser imposta à parte.
No curso do referido incidente, poderá o denunciado:
simplesmente permanecer inerte, caso em que findo o prazo de comparecimento o juiz determinará a citação do demandado, prosseguindo a ação apenas entre autor e réu; ou
comparecer e assumir a posição de litisconsorte, caso em que poderá aditar a petição inicial; ou, finalmente,
negar sua qualidade, quando,então, o autor prosseguirá com a ação contra o réu e terá, mesmo assim, assegurado o direito a ver solucionado na sentença final o direito decorrente da evicção, ou responsabilidade por perdas e danos a cargo do denunciado.
Só depois de solucionado o incidente da citação do denunciante é que, restabelecido o curso do processo, se realizará a citação do réu (art. 74, in fine).
II – Denunciação feita pelo réu:
O réu deverá fazer a denunciação da lide no prazo para contestar a ação (art. 71). Da propositura do incidente decorrerá a suspensão do processo (art. 72), observando-se os mesmo prazos de citação e resposta já aludidos no tópico da denunciação feita pelo autor (§ 1º do art. 72).
Feita a denunciação da lide, não estará o réu obrigado a apresentar simultaneamente a contestação. Ad instar do que se dá na nomeação à autoria (art. 67), deverá ser reaberto ao denunciante o prazo para contestar, após a solução do incidente, mesmo porque, as mas das vezes, dependerá do comparecimento do denunciado para estruturar sua resposta.
Ao denunciado o juiz marcará o prazo de resposta e , após sua citação, poderá ocorrer uma das seguintes hipóteses previstas pelo art. 75:
Se o denunciado aceitar a denunciação, poderá contestar o pedido, no prazo de resposta ( 15 dias), que começará a fluir depois do prazo dado para responder à nomeação (isto é, depois que o processo deixar de sofrer os efeitos da suspensão inicial).
Se o denunciado for revel, ou seja, deixar de responder à denunciação, ou comparecer apenas para negar a qualidade que lhe for atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até o final.
Se o denunciado comparecer e confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa, com reabertura do prazo de resposta, nas condições mencionadas no tópico anterior.
O aquirente, em vias de sofrer a evicção, para assegurar-se das garantias legais, não pode deixar de promover a denunciação da lide ao transmitente (Novo Código Civil, art. 456, caput). Se este, contudo, não atender à convocação e deixar de comparecer para defender o direito transmitido negocialmente, não terá o denunciante de empenhar-se exaustivamente na sua defesa perante o promovente da evicção. Diante do desinteresse do responsável pelo direito alienado e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou de usar os recursos cabíveis, sem que essa atitude comprometa a garantia que a lei civil lhe proporciona (Novo Código Civil, art. 456, parágrafo único).
Efeitos da denunciação da lide
A denunciação provoca uma verdadeira cumulação de ações, de sorte que o denunciante, perdendo a causa originária, já obterá sentença, também sobre sua relação jurídica perante o denunciado, e estará, por isso, dispensado de propor nova demanda para reclamar a garantia da evicção ou a indenização de perdas e danos devida pelo denunciado.
Haja ou não aceitação da denunciação, o resultado do incidente é sujeitar o denunciado aos efeitos da sentença da causa. Este decisório, por sua vez, não apenas solucionará a lide entre autor e réu, mas também, julgando a ação procedente, declarará, conforme o caso, o direito do evicto ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como título executivo, para o denunciante (art. 76).
Num só ato judicial, duas condenações serão proferidas: uma contra o denunciante e em favor do outro demandante; e outra contra o denunciando, em favor do denunciante, desde que este tenha saído vencido na ação principal e que tenha ficado provada a responsabilidade do primeiro.
Dar-se-á ensejo, portanto, a duas execuções forçadas, caso não se observe o cumprimento voluntário do julgado,
Quando, porém, o denunciante for vitorioso na causa principal, não haverá julgamento de mérito na demanda regressiva. Esta ficará simplesmente prejudicada, não havendo lugar para verbas sucumbenciais, mormente quando o denunciado não tenha negado sua condição de responsável de regresso.
A rigor, as duas ações cumuladas – a principal e a de garantia – referem-se a objeto e pessoa distintas, de modo que jamais se haveria de condenar o litisdenunciado a cumprir diretamente a prestação reclamada pelo autor contra o réu. Primeiro, dever-se-ia condenar o demandado para em seguida condenar o denunciado a reembolsá-lo pelo valor que fosse empregado no cumprimento da prestação àquele imposta. No entanto, em caso de seguro de responsabilidade civil, tem decidido o STJ que, “reconhecido o dever de a seguradora denunciada honrar a cobertura do sinistro, é permitido ao julgador proferir decisão condenatória diretamente contra ela”.
A posição do STJ, que se formou antes da vigência do atual Código Civil, parece ter encontrado acolhida pela sistemática constante do art. 787 do no estatuto legal. Estatui, com efeito, dito dispositivo que “no seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e danos devido pelo segurado a terceiro”, o que tem sito interpretado como fonte de um direito, dentro das forças do seguro.
Na verdade, esse novo regime do seguro de responsabilidade civil, onde a obrigação indenizatória da seguradora antecede a sujeição do segurado, desnatura a denunciação da lide em seus moldes tradicionais. O ofendido passa, após o sinistro, a travar uma relação jurídica direta com a seguradora, que assim poderá desde logo ocupar a posição da ré na ação de ressarcimento do dano. E mesmo quando, em açãoajuizada contra o segurado, for convocada por meio da denunciação da lide, de iniciativa do réu, a posição da seguradora será a de parte principal, sujeita, portanto, à condenação direta e não mais regressiva. Aliás, na sistemática atual do seguro de responsabilidade civil, mais adequado será utilizar-se o chamamento ao processo do que a denunciação da lide (v. retro, nº 115 e infra, nº 124-b)”.
 (obr. cit. Humberto Theodoro Júnior, pág. 134/137)
_______________________________________________________
_________________________________________
APOSTILA ELABORADA PELO PROFESSOR LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTOR CONSULTADO
Humberto Theodoro Júnior	Curso de Direito Processual Civil
	1º Vol. – 49ª Edição – 2009 - junho
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
	
	Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
	
	Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em novembro/2009
�PAGE �
�PAGE �3�
DPC I_T17_Da denunciação da lide (02/03)

Outros materiais