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I DIretrIz De ressuscItação carDIopulmonar e cuIDaDos carDIovasculares De emergêncIa Da socIeDaDe BrasIleIra De carDIologIa www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia�Ć�,661���������;�Ć�9ROXPH������1����6XSO�����$JRVWR����� Autores da Diretriz: *RQ]DOH]�00��7LPHUPDQ�6��*LDQRWWR�2OLYHLUD�5��3RODVWUL�7)��&DQHVLQ�0)��6FKLPLGW�$��6LTXHLUD�$:�� 3LVSLFR�$��/RQJR�$��3LHUL�$��5HLV�$��7DQDND�$&6��6DQWRV�$0��4XLOLFL�$3��5LEHLUR�$&/��%DUUHWR�$&3��3D]LQ�)LOKR�$�� 7LPHUPDQ�$��0DFKDGR�&$��)UDQFKLQ�1HWR�&��0LUDQGD�&+��0HGHLURV�&5��0DODTXH�&06��%HUQRFKH�&�� *RQoDOYHV�'0��6DQW¶$QD�'*��2VDZD�($��3HL[RWR�(��$UIHOOL�(��(YDULVWR�()��$]HND�(��*RPHV�(3��:HQ�)+�� )HUUHLUD�)*��/LPD�)*��0DWWRV�)5��*DODV�)*��0DUTXHV�)5%��7DUDVRXWFKL�)��0DQFXVR�)-1��)UHLWDV�*5�� )HLWRVD�)LOKR�*6��%DUERVD�*&��*LRYDQLQL�*5��0LRWWR�+&��*XLPDUmHV�+3��$QGUDGH�-3��2OLYHLUD�)LOKR�-�� )HUQDQGHV�-*��0RUDHV�-XQLRU�-%0;��&DUYDOKR�--)��5DPLUHV�-$)��&DYDOLQL�-)��7HOHV�-00��/RSHV�-/�� /RSHV�/1*'��3LHJDV�/6��+DMMDU�/$��%UXQyULR�/��'DOODQ�/$3��&DUGRVR�/)��5DEHOR�001��$OPHLGD�0)%�� 6RX]D�0)6��)DYDUDWR�0+��3DYmR�0/5&��6KLPRGD�06��2OLYHLUD�-XQLRU�07��0LXUD�1��)LOJXHLUDV�)LOKR�10�� 3RQWHV�1HWR�20��3LQKHLUR�3$3&��)DUVN\�26��/RSHV�5'��6LOYD�5&*��.DOLO�)LOKR�5��*RQoDOYHV�50�� *DJOLDUGL�5-��*XLQVEXUJ�5��/LVDN�6��$UD~MR�6��0DUWLQV�6&2��/DJH�6*��)UDQFKL�60��6KLPRGD�7��$FFRUVL�7'�� %DUUDO�7&1��0DFKDGR�7$2��6FXGHOHU�7/��/LPD�9&��*XLPDUmHV�9$��6DOODL�96��;DYLHU�:6��1D]LPD�:�� 6DNR�<. I DIretrIz De ressuscItação carDIopulmonar e cuIDaDos carDIovasculares De emergêncIa Da socIeDaDe BrasIleIra De carDIologIa Conselho Editorial Brasil Adib D. Jatene (SP) Alexandre A. C. Abizaid (SP) Alfredo José Mansur (SP) Álvaro Avezum (SP) Amanda G. M. R. Sousa (SP) André Labrunie (PR) Andrei Sposito (DF) Angelo A. V. de Paola (SP) Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP) Antonio Carlos C. Carvalho (SP) Antônio Carlos Palandri Chagas (SP) Antonio Carlos Pereira Barretto (SP) Antonio Cláudio L. Nóbrega (RJ) Antonio de Padua Mansur (SP) Ari Timerman (SP) Armênio Costa Guimarães (BA) Ayrton Klier Péres (DF) Ayrton Pires Brandão (RJ) Barbara M. Ianni (SP) Beatriz Matsubara (SP) Braulio Luna Filho (SP) Brivaldo Markman Filho (PE) Bruce B. Duncan (RS) Bruno Caramelli (SP) Carisi A. Polanczyk (RS) Carlos Alberto Pastore (SP) Carlos Eduardo Negrão (SP) Carlos Eduardo Rochitte (SP) Carlos Eduardo Suaide Silva (SP) Carlos Vicente Serrano Júnior (SP) Celso Amodeo (SP) Charles Mady (SP) Claudio Gil Soares de Araujo (RJ) Cleonice Carvalho C. Mota (MG) Dalton Valentim Vassallo (ES) Décio Mion Jr (SP) Denilson Campos de Albuquerque (RJ) Dikran Armaganijan (SP) Djair Brindeiro Filho (PE) Domingo M. Braile (SP) Edmar Atik (SP) Edson Stefanini (SP) Elias Knobel (SP) Eliudem Galvão Lima (ES) Emilio Hideyuki Moriguchi (RS) Enio Buffolo (SP) Eulógio E. Martinez Fº (SP) Evandro Tinoco Mesquita (RJ) Expedito E. Ribeiro da Silva (SP) Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) Fábio Vilas-Boas (BA) Fernando A. P. Morcerf (RJ) Fernando Bacal (SP) Flávio D. Fuchs (RS) Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP) Francisco Laurindo (SP) Francisco Manes Albanesi Fº (RJ) Gilmar Reis (MG) Gilson Soares Feitosa (BA) Ínes Lessa (BA) Iran Castro (RS) Ivan G. Maia (RJ) Ivo Nesralla (RS) Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP) João Pimenta (SP) Jorge Ilha Guimarães (RS) Jorge Pinto Ribeiro (RS) José A. Marin-Neto (SP) José Antonio Franchini Ramires (SP) José Augusto Soares Barreto Filho (SE) José Carlos Nicolau (SP) José Geraldo de Castro Amino (RJ) José Lázaro de Andrade (SP) José Péricles Esteves (BA) José Teles Mendonça (SE) Leopoldo Soares Piegas (SP) Luís Eduardo Rohde (RS) Luiz A. Machado César (SP) Luiz Alberto Piva e Mattos (SP) Lurildo Saraiva (PE) Marcelo C. Bertolami (SP) Marcia Melo Barbosa (MG) Marco Antônio Mota Gomes (AL) Marcus V. Bolívar Malachias (MG) Maria Cecilia Solimene (SP) Mario S. S. de Azeredo Coutinho (SC) Maurício I. Scanavacca (SP) Mauricio Wajngarten (SP) Max Grinberg (SP) Michel Batlouni (SP) Nabil Ghorayeb (SP) Nadine O. Clausell (RS) Nelson Souza e Silva (RJ) Orlando Campos Filho (SP) Otávio Rizzi Coelho (SP) Otoni Moreira Gomes (MG) Paulo A. Lotufo (SP) Paulo Cesar B. V. Jardim (GO) Paulo J. F. Tucci (SP) Paulo J. Moffa (SP) Paulo R. A. Caramori (RS) Paulo R. F. Rossi (PR) Paulo Roberto S. Brofman (PR) Paulo Zielinsky (RS) Protásio Lemos da Luz (SP) Renato A. K. Kalil (RS) Roberto A. Franken (SP) Roberto Bassan (RJ) Ronaldo da Rocha Loures Bueno (PR) Sandra da Silva Mattos (PE) Sergio Almeida de Oliveira (SP) Sérgio Emanuel Kaiser (RJ) Sergio G. Rassi (GO) Sérgio Salles Xavier (RJ) Sergio Timerman (SP) Silvia H. G. Lage (SP) Valmir Fontes (SP) Vera D. Aiello (SP) Walkiria S. Avila (SP) William Azem Chalela (SP) Wilson A. Oliveira Jr (PE) Wilson Mathias Jr (SP) Exterior Adelino F. Leite-Moreira (Portugal) Alan Maisel (Estados Unidos) Aldo P. Maggioni (Itália) Cândida Fonseca (Portugal) Fausto Pinto (Portugal) Hugo Grancelli (Argentina) James de Lemos (Estados Unidos) João A. Lima (Estados Unidos) John G. F. Cleland (Inglaterra) Maria Pilar Tornos (Espanha) Pedro Brugada (Bélgica) Peter A. McCullough (Estados Unidos) Peter Libby (Estados Unidos) Piero Anversa (Itália) Diretor CientífiCo Luiz Alberto Piva e Mattos eDitor-Chefe Luiz Felipe P. Moreira eDitores AssoCiADos CArDiologiA ClíniCA José Augusto Barreto-Filho CArDiologiA CirúrgiCA Paulo Roberto B. Evora CArDiologiA intervenCionistA Pedro A. Lemos CArDiologiA PeDiátriCA/CongênitAs Antonio Augusto Lopes ArritmiAs/mArCAPAsso Mauricio Scanavacca métoDos DiAgnóstiCos não-invAsivos Carlos E. Rochitte PesquisA BásiCA ou exPerimentAl Leonardo A. M. Zornoff ePiDemiologiA/estAtístiCA Lucia Campos Pellanda hiPertensão ArteriAl Paulo Cesar B. V. Jardim ergometriA, exerCíCio e reABilitAção CArDíACA Ricardo Stein Primeiro eDitor (1948-1953) † Jairo Ramos REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948www.arquivosonline.com.br Presidente Jadelson Pinheiro de Andrade Vice-Presidente Dalton Bertolim Précoma Diretor Administrativo Marcelo Souza Hadlich Diretora Financeira Eduardo Nagib Gaui Diretor de Relações Governamentais Daniel França Vasconcelos Diretor de Comunicação Carlos Eduardo Suaide Silva Diretor de Qualidade Assistencial José Xavier de Melo Filho Diretor Científico Luiz Alberto Piva e Mattos Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular - SBC/Funcor Carlos Alberto Machado Diretor de Relações Estaduais e Regionais Marco Antonio de Mattos Diretor de Departamentos Especializados Gilberto Venossi Barbosa Diretor de Tecnologia da Informação Carlos Eduardo Suaide Silva Diretor de Pesquisa Fernando Bacal Editor-Chefe Arquivos Brasileiros de Cardiologia Luiz Felipe P. Moreira Editor do Jornal SBC Fábio Vilas-Boas Pinto Coordenador do Conselho de Projeto Epidemiológico David de Pádua Brasil Coordenadores do Conselho de Ações Sociais Alvaro Avezum Junior Ari Timerman Coordenadora do Conselho de Novos Projetos Glaucia Maria Moraes Oliveira Coordenador do Conselho de Aplicação de Novas Tecnologias Washington Andrade Maciel Coordenador do Conselho de Inserção do Jovem Cardiologista Fernando Augusto Alves da Costa Coordenador do Conselho de Avaliação da Qualidade da Prática Clínica e Segurança do Paciente Evandro Tinoco Mesquita Coordenador do Conselho de Normatizações e Diretrizes Harry Correa Filho Coordenador do Conselho de Educação Continuada Antonio Carlos de Camargo Carvalho Comitê de Atendimento de Emergência e Morte Súbita Manoel Fernandes Canesin Nabil Ghorayeb Sergio Timerman Comitê de Prevenção Cardiovascular Antonio Delduque de Araujo Travessa Sergio Baiocchi Carneiro Regina Coeli Marques de Carvalho Comitê de Planejamento Estratégico Fabio Sândoli de Brito José Carlos Moura Jorge Walter José Gomes Comitê de Assistência ao Associado Maria Fatima de Azevedo Mauro José Oliveira Gonçalves Ricardo Ryoshim Kuniyoshi Comitê de Relações Internacionais Antonio Felipe Simão João VicenteVitola Oscar Pereira Dutra Presidentes das Estaduais e Regionais da SBC SBC/AL - Alfredo Aurelio Marinho Rosa SBC/AM - Jaime Giovany Arnez Maldonado SBC/BA - Augusto José Gonçalves de Almeida SBC/CE - Eduardo Arrais Rocha SBC/CO - Hernando Eduardo Nazzetta (GO) SBC/DF - Renault Mattos Ribeiro Junior SBC/ES - Antonio Carlos Avanza Junior SBC/GO - Luiz Antonio Batista de Sá SBC/MA - Magda Luciene de Souza Carvalho SBC/MG - Maria da Consolação Vieira Moreira SBC/MS - Sandra Helena Gonsalves de Andrade SBC/MT - José Silveira Lage SBC/NNE - Aristoteles Comte de Alencar Filho (AM) SBC/PA - Claudine Maria Alves Feio SBC/PB - Alexandre Jorge de Andrade Negri SBC/PE - Silvia Marinho Martins SBC/PI - Ricardo Lobo Furtado SBC/PR - Álvaro Vieira Moura SBC/RJ - Glaucia Maria Moraes Oliveira SBC/RN - Carlos Alberto de Faria SBC/RS - Justo Antero Sayão Lobato Leivas SBC/SC - Conrado Roberto Hoffmann Filho SBC/SE - Eduardo José Pereira Ferreira SBC/SP - Carlos Costa Magalhães SBC/TO - Adalgele Rodrigues Blois Sociedade Brasileira de Cardiologia Presidentes dos Departamentos Especializados e Grupos de Estudos SBC/DA - Hermes Toros Xavier (SP) SBC/DCC - Evandro Tinoco Mesquita (RJ) SBC/DCM - Orlando Otavio de Medeiros (PE) SBC/DCC/CP - Estela Suzana Kleiman Horowitz (RS) SBC/DECAGE - Abrahão Afiune Neto (GO) SBC/DEIC - João David de Souza Neto (CE) SBC/DERC - Pedro Ferreira de Albuquerque (AL) SBC/DFCVR - José Carlos Dorsa Vieira Pontes (MS) SBC/DHA - Weimar Kunz Sebba Barroso de Souza (GO) SBC/DIC - Jorge Eduardo Assef (SP) SBC/SBCCV - Walter José Gomes (SP) SBC/SBHCI - Marcelo Antonio Cartaxo Queiroga Lopes (PB) SBC/SOBRAC - Adalberto Menezes Lorga Filho (SP) SBC/DCC/GAPO - Daniela Calderaro (SP) SBC/DCC/GECETI - João Fernando Monteiro Ferreira (SP) SBC/DCC/GEECABE - Luis Claudio Lemos Correia (BA) SBC/DCC/GEECG - Carlos Alberto Pastore (SP) SBC/DCP/GECIP - Angela Maria Pontes Bandeira de Oliveira (PE) SBC/DERC/GECESP - Daniel Jogaib Daher (SP) SBC/DERC/GECN - José Roberto Nolasco de Araújo (AL) Arquivos Brasileiros de Cardiologia Filiada à Associação Médica Brasileira Volume 101, Nº 2, Supl. 3, Agosto 2013 Indexação: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM), SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed Os anúncios veiculados nesta edição são de exclusiva responsabilidade dos anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da SBC. Material de distribuição exclusiva à classe médica. Os Arquivos Brasileiros de Cardiologia não se responsabilizam pelo acesso indevido a seu conteúdo e que contrarie a determinação em atendimento à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 96/08 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atualiza o regulamento técnico sobre Propaganda, Publicidade, Promoção e informação de Medicamentos. Segundo o artigo 27 da insígnia, "a propaganda ou publicidade de medicamentos de venda sob prescrição deve ser restrita, única e exclusivamente, aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar tais produtos (...)". Garantindo o acesso universal, o conteúdo científico do periódico continua disponível para acesso gratuito e integral a todos os interessados no endereço: www.arquivosonline.com.br. Av. Marechal Câmara, 160 - 3º andar - Sala 330 20020-907 • Centro • Rio de Janeiro, RJ • Brasil Tel.: (21) 3478-2700 E-mail: arquivos@cardiol.br www.arquivosonline.com.br SciELO: www.scielo.br Departamento Comercial Telefone: (11) 3411-5500 e-mail: comercialsp@cardiol.br Produção Editorial SBC - Núcleo Interno de Publicações Produção Gráfica e Diagramação RF Design APOIO 1. Epidemiologia da Parada Cardiorrespiratória e Apresentação da diretriz ............. página 3 1.1. Aspectos epidemiológicos da PCR ....................................................................................................... página 3 1.2. O sucesso de uma RCP ........................................................................................................................ página 3 �����(YLGrQFLDV�FLHQWtÀFDV ........................................................................................................................... página 4 2. Suporte Básico de Vida no adulto ......................................................................................... página 4 2.1. Introdução ............................................................................................................................................ página 4 �����6HTXrQFLD�GR�6%9�GR�DGXOWR�SDUD�SURÀVVLRQDLV�GD�VD~GH ..................................................................... página 4 2.3. Compressões torácicas ........................................................................................................................ página 5 2.4. Ventilações ........................................................................................................................................... página 6 �����'HVÀEULODomR ........................................................................................................................................ página 8 2.6. Sequência do SBV do adulto para leigos............................................................................................. página 10 �����&RQVLGHUDo}HV�ÀQDLV ........................................................................................................................... página 11 ���7HUDSLDV�HOpWULFDV��'HVÀEULODomR��&DUGLRYHUVmR�H�0DUFD�SDVVR�7UDQVFXWkQHR ....... página 11 3.1. Introdução .......................................................................................................................................... página 11 �����&DUDFWHUtVWLFDV�GR�GHVÀEULODGRU�FDUGLRYHUVRU ..................................................................................... página 11 �����0DUFD�SDVVR�WUDQVFXWkQHR ................................................................................................................. página 13 ���'LVSRVLWLYRV�TXH�DX[LOLDP�DV�PDQREUDV�GH�UHVVXVFLWDomR�FDUGLRSXOPRQDU ........ página 15 4.1. Introdução .......................................................................................................................................... página 15 4.2. Técnicas em ressuscitação cardiopulmonar ....................................................................................... página 15 4.3. Equipamentos .................................................................................................................................... página 16 4.4. Conclusão .......................................................................................................................................... página 17 5. Suporte Avançado de Vida em Cardiologia no Adulto ................................................ página 17 5.1. Introdução .......................................................................................................................................... página 17 �����0DQHMR�GD�YLD�DpUHD ........................................................................................................................... página 18 �����0RQLWRUL]DomR�GXUDQWH�D�3&5 ............................................................................................................. página 21 �����0DQHMR�GD�SDUDGD�FDUGtDFD ................................................................................................................ página 23 5.5. Tratamento da PCR conforme o ritmo ................................................................................................ página 24 5.5.1. Fibrilação ventricular/taquicardia ventricular sem pulso ............................................................... página 24 5.5.2. Assistolia e atividade elétrica sem pulso ........................................................................................ página27 5.6. Vias para administração de medicamento ......................................................................................... página 29 5.7. Via aérea avançada ............................................................................................................................ página 29 5.8. Intervenções medicamentosas na ressuscitação cardiopulmonar ...................................................... página 30 5.9. Intervenções não recomendadas rotineiramente durante a PCR ........................................................ página 31 5.10. Bradicardia....................................................................................................................................... página 32 5.11. Taquiarritmias .................................................................................................................................. página 36 5.11.1. Taquicardias com QRS estreito .................................................................................................... página 37 5.11.2. Fibrilação atrial e flutter atrial ...................................................................................................... página 40 5.11.3. Taquicardias com QRS largo ........................................................................................................ página 41 ���&XLGDGRV�3yV�5HVVXVFLWDomR ................................................................................................. página 44 6.1. Introdução .......................................................................................................................................... página 44 �����5HFRQKHFHQGR�D�VtQGURPH�SyV�3&5 ................................................................................................... página 45 6.3. Cuidados com o paciente crítico ......................................................................................................... página 46 6.4. Terapia neuroprotetora ....................................................................................................................... página 48 Sumário 6.5. Prognóstico após RCP ........................................................................................................................ página 50 �����6XSRUWH�HVSHFtÀFR .............................................................................................................................. página 50 6.7. Perspectivas futuras ........................................................................................................................... página 52 ���0DQHMR�,QLFLDO�GD�6tQGURPH�&RURQiULD�$JXGD ................................................................ página 52 7.1. Introdução .......................................................................................................................................... página 52 7.2. Epidemiologia da doença arterial coronariana .................................................................................... página 53 �����0RUWH�V~ELWD ....................................................................................................................................... página 53 7.4. Síndrome coronariana aguda ............................................................................................................. página 53 7.5. Estratégias de reperfusão ................................................................................................................... página 62 7.5.1. SCA sem supradesnível de ST ........................................................................................................ página 62 7.5.2. IAM com supradesnível de ST ........................................................................................................ página 63 7.6. Complicações relacionadas à SCA ...................................................................................................... página 65 8. Acidente Vascular Encefálico ................................................................................................. página 66 8.1. Introdução .......................................................................................................................................... página 66 8.2. Aspectos epidemiológicos .................................................................................................................. página 66 8.3. AVC: uma emergência neurológica ..................................................................................................... página 67 8.4. Imagem na fase aguda do AVC........................................................................................................... página 69 8.5. Exames complementares na fase aguda do AVC ................................................................................ página 70 �����([DPHV�QD�IDVH�VXEDJXGD�SDUD�GHÀQLU�D�QRVRORJLD�H�DWXDU�VREUH�IDWRUHV�GH�ULVFR ............................. página 70 8.7. Tratamento da fase aguda do AVC isquêmico ..................................................................................... página 71 8.7.1. Anticoagulantes, antiagregantes plaquetários e estatinas ............................................................. página 71 8.7.2. Protocolo de trombólise intravenosa ............................................................................................. página 72 8.7.3. Protocolo de trombólise intra-arterial............................................................................................ página 74 8.7.4. Protocolo de trombólise combinada (EV e IA) ............................................................................... página 74 8.7.5. Protocolo de trombólise mecânica................................................................................................. página 75 8.7.6. Agioplastia e stent .......................................................................................................................... página 75 8.7.7. Fragmentação mecânica do trombo ............................................................................................... página 75 8.7.8. Remoção do trombo ....................................................................................................................... página 75 8.7.9. Trombectomia por sucção .............................................................................................................. página 75 8.7.10. Trombectomia com stent autoexpansível ..................................................................................... página 75 �����&ODVVLÀFDomR�GRV�FHQWURV�GH�UHIHUrQFLD�SDUD�R�GLDJQyVWLFR�H�WUDWDPHQWR�GR�$9& ............................... página 76 �����0DQHMR�GH�SDFLHQWHV�FRP�KHPRUUDJLD�LQWUDSDUHQTXLPDWRVD�FHUHEUDO�HVSRQWkQHD ............................ página 76 9. Parada cardiorrespiratória associada a situações especiais .................................. página 83 9.1. Condições de hipoxemia .................................................................................................................... página 83 9.2. PCR em pacientes com asma grave ................................................................................................... página 84 �����3&5�QD�DQDÀOD[LD ............................................................................................................................... página 84 9.4. PCR na gravidez ................................................................................................................................. página 85 �����3&5�QD�HPEROLD�SXOPRQDU ................................................................................................................. página 86 �����3&5�QRV�GLVW~UELRV�KLGURHOHWUROtWLFRV .................................................................................................. página 86 9.7. PCR no trauma ................................................................................................................................... página 87 9.8.Commotio cordis ................................................................................................................................ página 87 �����3&5�QR�TXDVH�DIRJDPHQWR ................................................................................................................. página 87 9.10. PCR na hipotermia acidental ............................................................................................................ página 88 9.11. PCR no choque elétrico .................................................................................................................... página 88 9.12. PCR por intoxicações ........................................................................................................................ página 88 10. Suporte Básico de Vida em Pediatria ............................................................................. página 89 10.1. Introdução ........................................................................................................................................ página 89 ������'HÀQLomR�GDV�IDL[DV�HWiULDV�SDUD�R�DWHQGLPHQWR�QDV�HPHUJrQFLDV�SHGLiWULFDV ................................ página 89 ������6HTXrQFLD�GH�6XSRUWH�%iVLFR�GH�9LGD�HP�&ULDQoDV�SDUD�SURÀVVLRQDLV�GH�VD~GH�FRP���VRFRUULVWD ....... página 90 ������6HTXrQFLD�GH�6XSRUWH�%iVLFR�GH�9LGD�HP�&ULDQoDV�SDUD�SURÀVVLRQDLV�GH�VD~GH�FRP���VRFRUULVWDV ..... página 92 ������8WLOL]DomR�GR�GHVÀEULODGRU�H[WHUQR�DXWRPiWLFR��'($� ....................................................................... página 93 ������6HTXrQFLD�GH�6XSRUWH�%iVLFR�GH�9LGD�HP�/DFWHQWHV�SDUD�SURÀVVLRQDLV�GH�VD~GH�FRP���VRFRUULVWD ..... página 93 ������6HTXrQFLD�GH�6XSRUWH�%iVLFR�GH�9LGD�HP�/DFWHQWHV�SDUD�SURÀVVLRQDLV�GH�VD~GH�FRP���VRFRUULVWDV .... página 94 10.8. RCP com via aérea avançada .......................................................................................................... página 94 ������$WHQGLPHQWR�D�3&5�SRU�S~EOLFR�OHLJR ............................................................................................... página 95 �������$WHQGLPHQWR�j�REVWUXomR�GH�YLDV�DpUHDV�SRU�FRUSR�HVWUDQKR ......................................................... página 95 11. Suporte Avançado de Vida em Pediatria ....................................................................... página 96 11.1. Introdução........................................................................................................................................ página 96 11.2. Terapia elétrica ................................................................................................................................ página 97 11.3. Vias aéreas ...................................................................................................................................... página 99 ������0HGLFDo}HV�DGPLQLVWUDGDV�GXUDQWH�D�SDUDGD�FDUGtDFD�UHVVXVFLWDomR�FDUGLRSXOPRQDU ................. página 100 ������0HGLFDPHQWRV�SDUD�D�PDQXWHQomR�GR�GpELWR�FDUGtDFR�DGHTXDGR ................................................. página 103 11.6. Arritmias ........................................................................................................................................ página 104 11.6.1. Bradiarritmias ............................................................................................................................. página 104 11.6.2. Taquiarritmias ............................................................................................................................ página 108 11.7. Situações especiais em pediatria ................................................................................................... página 113 11.7.1. Choque séptico .......................................................................................................................... página 113 11.7.2. Choque hipovolêmico ................................................................................................................ página 113 11.7.3. Trauma........................................................................................................................................ página 113 11.7.4. Parada cardíaca por afogamento ............................................................................................... página 114 11.7.5. Anafilaxia .................................................................................................................................... página 115 11.7.6. Crise hipoxêmica ........................................................................................................................ página 116 11.7.7. Cardiopatia congênita – ventrículo único .................................................................................. página 117 11.7.8. Hipertensão pulmonar ............................................................................................................... página 117 11.7.9. Morte súbita ............................................................................................................................... página 117 11.7.10. Canalopatias ............................................................................................................................. página 117 11.7.11. Transplante cardíaco ................................................................................................................ página 118 11.7.12. Disfunção miocárdica aguda em pós-operatório - oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) página 118 ������&XLGDGRV�SyV�UHVVXVFLWDomR ........................................................................................................... página 121 12. Ressuscitação neonatal ...................................................................................................... página 122 12.1. Introdução ...................................................................................................................................... página 122 ������2�SUHSDUR�SDUD�D�DVVLVWrQFLD�GR�UHFpP�QDVFLGR�HP�VDOD�GH�SDUWR .................................................. página 122 12.3. Avaliação da vitalidade ao nascer .................................................................................................. página 123 ������$VVLVWrQFLD�DR�UHFpP�QDVFLGR�FRP�OtTXLGR�DPQLyWLFR�PHFRQLDO ..................................................... página 123 12.5. Passos iniciais ................................................................................................................................ página 123 12.6. Equipamentos para a ventilação .................................................................................................... página 124 ������0DVVDJHP�FDUGtDFD ....................................................................................................................... página 125 ������0HGLFDo}HV .................................................................................................................................... página 126 ������$VSHFWRV�pWLFRV�GD�DVVLVWrQFLD�DR�UHFpP�QDVFLGR�QD�VDOD�GH�SDUWR ................................................ página 126 12.10. Quando não iniciar a reanimação ................................................................................................ página 126 12.11. Quando interromper a reanimação .............................................................................................. página 127 �������&RQVLGHUDo}HV�ÀQDLV .................................................................................................................... página 127 ����6XSRUWH�$YDQoDGR�GH�9LGD�HP�,QVXÀFLrQFLD�&DUGtDFD .......................................... página 128 13.1. Introdução ...................................................................................................................................... página 128 ������,QVXÀFLrQFLD�FDUGtDFD�GHVFRPSHQVDGD .......................................................................................... página 129 13.2.1. Insuficiênciacardíaca descompensada aguda ........................................................................... página 129 13.2.2. Insuficiência cardíaca descompensada hipertensiva ................................................................. página 129 13.2.3. Insuficiência cardíaca descompensada por edema agudo de pulmão ...................................... página 129 13.2.4. Insuficiência cardíaca descompensada por choque cardiogênico ............................................. página 129 13.2.5. Insuficiência cardíaca descompensada por alto débito ............................................................. página 129 13.2.6. Insuficiência cardíaca descompensada direita .......................................................................... página 129 13.3. Fisiopatologia ................................................................................................................................. página 129 ������&ODVVLÀFDomR�IXQFLRQDO ................................................................................................................... página 130 ������$ERUGDJHP�LQLFLDO .......................................................................................................................... página 130 13.5.1. A – Avaliação clínica/hemodinâmica .......................................................................................... página 131 13.5.2. B – Boa ventilação e adequada oxigenação ............................................................................... página 132 13.5.3. C – Circulação e reposição volêmica ......................................................................................... página 133 13.5.4. D- Diuréticos .............................................................................................................................. página 133 13.5.5. E – Eletrocardiograma ................................................................................................................ página 134 13.5.6. F – Frequência cardíaca e controle de arritmias ........................................................................ página 134 13.5.7. G – Garantir a não suspensão de drogas ................................................................................... página 134 13.5.8. H – Heparina (profilaxia de TVP e TEP) ..................................................................................... página 134 ������3DGUmR�GH�DERUGDJHP�H�GURJDV�YDVRDWLYDV .................................................................................... página 135 13.7. Conclusão ....................................................................................................................................... página 138 14. Times de Resposta Rápida e Registro de Parada Cardiorrespiratória ........... página 139 14.1. Times de resposta rápida ............................................................................................................... página 139 14.1.1. Código Azul ................................................................................................................................ página 139 ������5HJLVWUR�GD�SDUDGD�FDUGLRUUHVSLUDWyULD�LQWUD�KRVSLWDODU .................................................................. página 140 14.2.1. Importância ................................................................................................................................ página 140 14.2.2. Aplicação do modelo .................................................................................................................. página 140 14.2.3. Variáveis do modelo Utstein ...................................................................................................... página 140 14.2.4. Padronização do carro de emergência ....................................................................................... página 143 ����$WHQGLPHQWR�3Up�+RVSLWDODU�H�7UDQVSRUWH ................................................................... página 147 15.1. Introdução ...................................................................................................................................... página 147 15.2. Regulação médica das urgências e emergências ........................................................................... página 147 ������&ODVVLÀFDomR�GD�DPEXOkQFLD�H�WULSXODomR�QHFHVViULD�SDUD�DWHQGLPHQWR�SUp�KRVSLWDODU� e transporte de pacientes ........................................................................................................................ página 148 ������(WDSDV�GR�DWHQGLPHQWR�SUp�KRVSLWDODU............................................................................................ página 149 15.5. Reconhecimento e ações do médico regulador em casos de vítimas com dor torácica .................. página 149 15.6. Reconhecimento e ações do médico regulador em casos de vítimas com parada cardiorrespiratória ................................................................................................................................... página 149 ������,QWHU�UHODFLRQDPHQWR�GR�SURQWR�VRFRUUR�H�R�$3+............................................................................. página 150 ������2�DWHQGLPHQWR�SUp�KRVSLWDODU ......................................................................................................... página 150 ������&XLGDGRV�SyV�SDUDGD�FDUGtDFD�QR�$3+�H�WUDQVSRUWH ....................................................................... página 154 15.10. Quando interromper os esforços e declarar morte ....................................................................... página 154 15.11. Atendimento de vítimas de trauma fora do hospital .................................................................... página 155 ����3ULPHLURV�6RFRUURV��HPHUJrQFLDV�FOtQLFDV��WUDXPiWLFDV�H�DPELHQWDLV .......... página 156 16.1. Introdução ...................................................................................................................................... página 156 16.2. Atendimento ao paciente consciente ............................................................................................. página 156 16.3. Atendimento ao paciente inconsciente ........................................................................................... página 157 16.4. Dor torácica sugestiva de isquemia miocárdica ............................................................................. página 158 ������$FLGHQWH�YDVFXODU�HQFHIiOLFR��$9(� ................................................................................................. página 158 16.6. Desmaio ou síncope ....................................................................................................................... página 159 ������2EVWUXomR�GH�YLDV�DpUHDV�SRU�FRUSR�HVWUDQKR��29$&(� .................................................................... página 160 16.8. Crise de Asma ................................................................................................................................ página 161 ������$QDÀOD[LD ....................................................................................................................................... página 162 16.10. Convulsões ................................................................................................................................... página 164 �������+LSRJOLFHPLD ................................................................................................................................ página 164 16.12. Envenenamento ........................................................................................................................... página 165 �������$ERUGDJHP�D�YtWLPD�HP�VLWXDomR�GH�WUDXPD ............................................................................... página 166 16.14. Queimaduras ............................................................................................................................... página 168 �������+LSRWHUPLD ...................................................................................................................................página 168 16.16. Acidentes por animais peçonhentos ............................................................................................. página 168 16.17. Acidentes causados por aranhas .................................................................................................. página 171 16.18. Acidente por lagartas do gênero Lonomia sp ............................................................................... página 172 16.19. Acidente por himenópteros .......................................................................................................... página 172 17. Princípios Éticos na Ressuscitação Cardiopulmonar .............................................. página 173 17.1. Introdução ...................................................................................................................................... página 173 17.2. Princípios éticos ............................................................................................................................. página 173 17.3. O conceito de futilidade .................................................................................................................. página 173 17.4. Ordens de não ressuscitar .............................................................................................................. página 174 17.5. Comunicação com pacientes e familiares ...................................................................................... página 174 ������$VSHFWRV�MXUtGLFRV ........................................................................................................................... página 174 I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia realIzação Sociedade Brasileira de Cardiologia coorDenaDor De normatIzações e DIretrIzes Da sBc +DUU\�&RUUHD�)LOKR coorDenaDores Da DIretrIz 0DULD�0DUJDULWD�*RQ]DOH]��0DQRHO�)HUQDQGHV�&DQHVLQ��&DUORV�$OEHUWR�0DFKDGR��-DGHOVRQ�3LQKHLUR�GH�$QGUDGH��6HUJLR�7LPHUPDQ comIssão De reDação e planejamento 0DULD�0DUJDULWD�*RQ]DOH]��7KDWLDQH�)DFKROL�3RODVWUL grupos De traBalho Grupo 01���(SLGHPLRORJLD�GD�3DUDGD�&DUGLRUUHVSLUDWyULD��$SUHVHQWDomR�GD�GLUHWUL]� Participantes: )OiYLR�5RFKD�%ULWR�0DUTXHV��5REHUWR�.DOLO�)LOKR Grupo 02 -�6XSRUWH�EiVLFR�GH�YLGD�QR�DGXOWR Participantes��$QD�3DXOD�4XLOLFL��(ODLQH�3HL[RWR��-RVp�0iULR�0HLUD�7HOHV��0DQRHO�)HUQDQGHV�&DQHVLQ�� 0DULD�0DUJDULWD�*RQ]DOH]��5HQDQ�*LDQRWWR�2OLYHLUD��7DWLDQH�&KULVWLQH�1XQHV�%DUUDO��7KDWLDQH�)DFKROL�3RODVWUL��:LOOLDQ�1D]LPD Grupo 03 -�7HUDSLDV�HOpWULFDV��'HVILEULODomR��&DUGLRYHUVmR�H�0DUFD�SDVVR�7UDQVFXWkQHR�� Participantes:�$QWRQLR�3D]LQ�)LOKR��&DUORV�+HQULTXH�0LUDQGD��*ODXF\ODUD�5HLV�*LRYDQLQL Grupo 04 -�'LVSRVLWLYRV�TXH�$X[LOLDP�D�5HVVXVFLWDomR�&DUGLRSXOPRQDU� Participantes:�&DUORV�)UDQFKLQ�1HWR��)OiYLR�7DUDVRXWFKL��/XL]�)UDQFLVFR�&DUGRVR��6HUJLR�7LPHUPDQ�� 7DUVR�$XJXVWR�'XHQKDV�$FFRUVL Grupo 05 - 6XSRUWH�$YDQoDGR�GH�9LGD�HP�&DUGLRORJLD�QR�$GXOWR Participantes:�$QGUp�6FKPLGW��(OHUVRQ�$UIHOOL��)HUQDQGR�5DPRV�GH�0DWWRV��)UHGHULFR�-RVp�1HYHV�0DQFXVR�� -RVH�$QWRQLR�)UDQFKLQL�5DPLUHV��-RmR�%DWLVWD�GH�0RXUD�;DYLHU�0RUDHV�-XQLRU��0DQRHO�)HUQDQGHV�&DQHVLQ��0DULD�+HOHQD�)DYDUDWR�� 0DULD�0DUJDULWD�*RQ]DOH]��0DULD�/tFLD�5LEHLUR�&XU\�3DYmR��6HEDVWLmR�$UD~MR��6HUJLR�7LPHUPDQ��7KLDJR�/XLV�6FXGHOHU�� :LOOLDQ�1D]LPD Grupo 06 -�&XLGDGRV�3yV�5HVVXVFLWDomR�&DUGLRUUHVSLUDWyULD�� Participantes:�&ODXGLD�%HUQRFKH��(YHUWRQ�3DGLOKD�*RPHV��/HRQDUGR�1LFRODX�*HLVOHU�'DXG�/RSHV��/XLV��$XJXVWR�3DOPD�'DOODQ�� 6HUJLR�7LPHUPDQ��6LOYLD�*HODV�/DJH��:HLEHU�6LOYD�;DYLHU Grupo 07 -�0DQHMR�GD�6tQGURPH�&RURQDULDQD�$JXGD�� Participantes: $UL�7LPHUPDQ��*LOVRQ�6RDUHV�)HLWRVD�)LOKR��/HRSROGR�6RDUHV�3LHJDV��0iUFLD�0��1R\D�5DEHOR�� 1LYDOGR�0HQH]HV�)LOJXHLUDV�)LOKR��3HGUR�6LOYLR�)DUVN\��5RGULJR�0DUTXHV�*RQoDOYHV Grupo 08 - $FLGHQWH�9DVFXODU�(QFHIiOLFR Participantes: $OH[DQGUH�/RQJR��$OH[DQGUH�3LHUL��(OL�)DULD�(YDULVWR��*DEULHO�5RGULJXH]�GH�)UHLWDV��-DPDU\�2OLYHLUD�)LOKR�� -HIIHUVRQ�*RPHV�)HUQDQGHV��-RmR�-RVp�)UHLWDV�GH�&DUYDOKR��2FWiYLR��0DUTXHV�3RQWHV�1HWR��5XEHQV�-RVp�*DJOLDUGL�� 6KHLOD�&ULVWLQD�2XULTXHV�0DUWLQV� Grupo 09 - 5HVVXVFLWDomR�&DUGLRSXOPRQDU�HP�6LWXDo}HV�(VSHFLDLV Participantes:�+pOLR�3HQQD�*XLPDUmHV��5HQDWR�'HODVFLR�/RSHV Grupo 10 -�6XSRUWH�%iVLFR�GH�9LGD�HP�3HGLiWULD�� Participantes:�$QD�0DULD�6DQWRV��'LUOH\�*OL]W�6DQW¶$QD��5HQDQ�*LDQRWWR�2OLYHLUD��7KDWLDQH�)DFKROL�3RODVWUL��<DUD�.LPLNR�6DNR Grupo 11 -�6XSRUWH�$YDQoDGR�GH�9LGD�HP�3HGLDWULD� Participantes:�$GDLOVRQ�:DJQHU�6LTXHLUD��$PpOLD�5HLV��$QD�&ULVWLQD�6D\XUL��7DQDND��$QQD�&KULVWLQD�GH�/LPD�5LEHLUR�� (VWHOD�$]HND��)LORPHQD�*�*DODV��-RVp�)HUQDQGR�&DYDOLQL��/XGKPLOD�$��+DMMDU��0{QLFD�6DWVXNL�6KLPRGD��1DQD�0LXUD�� 6RQLD�0HLNHQ�)UDQFKL��7kQLD�6KLPRGD��9DQHVVD�$OYHV�*XLPDUmHV Grupo 12 - 5HVVXVFLWDomR�1HRQDWDO�� Participantes: 0DULD�)HUQDQGD�%UDQFR�GH�$OPHLGD��5XWK�*XLQVEXUJ Grupo 13 - 6XSRUWH�$YDQoDGR�GH�9LGD�HP�,QVXILFLrQFLD�&DUGtDFD� Participantes: $QWRQLR�&DUORV�3HUHLUD�%DUUHWR��0DQRHO�)HUQDQGHV�&DQHVLQ��0~FLR�7DYDUHV�GH�2OLYHLUD�-U���:LOOLDQ�1D]LPD Grupo 14 - 7LPHV�GH�5HVSRVWD�5iSLGD�H�5HJLVWUR�GH�3DUDGD�&DUGLRUUHVSLUDWyULD�� Participantes: )DWLPD�*LO�)HUUHLUD��'LHJR�0DQRHO�*RQoDOYHV��)HOLSH�*DOOHJR�/LPD��-XOLDQD�GH�/LPD�/RSHV��/XGLPLOD�%UXQyULR�� 0DULD�)UDQFLOHQH�6LOYD�6RX]D��3DWULFLD�$QD�3DLYD�&RUUHD�3LQKHLUR��5LWD�GH�&DVVLD�*HQJR�H�6LOYD��9DQHVVD�6DQWRV�6DOODL Grupo 15 - $WHQGLPHQWR�3Up�+RVSLWDODU�H�7UDQVSRUWH� Participantes:�$JQDOGR�3tVSLFR��*LVHOH�&RUUrD�%DUERVD��6DPLU�/LVDN��9DOpULD�&ULVWLQD�/LPD Grupo 16 - 3ULPHLURV�6RFRUURV��HPHUJrQFLDV�FOtQLFDV��WUDXPiWLFDV�H�DPELHQWDLV Participantes:�&DUORV�5REHUWR�GH�0HGHLURV��&HLOD�0DULD�6DQW$QD�0DODTXH��)DQ�+XL�:HQ��+HEHUWK�&pVDU�0LRWWR��0DULD� 0DUJDULWD�*RQ]DOH]��5HQDQ�*LDQRWWR�2OLYHLUD��7KDWLDQH�)DFKROL�3RODVWUL��7KLDJR�$UWKXU�2OLYHLUD�0DFKDGR Grupo 17 -�3ULQFtSLRV�pWLFRV�QD�5HVVXVFLWDomR�&DUGLRSXOPRQDU�� Participante: (GXDUGR�$WVXVKL�2VDZD Palavras-chave: Cardiologia, Suporte Básico de Vida, Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, Insuficiência Cardíaca, Arritmias, Ressuscitação Cardiopulmonar, Parada Cardiorrespiratória, Desfibrilação. Keywords: Cardiology, Basic Life Support, Advanced Cardiac Life Support, Heart Failure, Heart Failure, Arrhythmia, Cardiopulmonary Resuscitation, Cardiac arrest, Defibrillation. Esta diretriz deverá ser citada como: *RQ]DOH]�0�0���7LPHUPDQ�6���*LDQRWWR�2OLYHLUD�5���3RODVWUL�7�)���&DQHVLQ�0�)���/DJH�6�*���HW�DO��6RFLHGDGH�%UDVLOHLUD�GH� &DUGLRORJLD��,�'LUHWUL]�GH�5HVVXVFLWDomR�&DUGLRSXOPRQDU�H�&XLGDGRV�&DUGLRYDVFXODUHV�GH�(PHUJrQFLD�GD�6RFLHGDGH�%UDVLOHLUD� GH�&DUGLRORJLD��$UT�%UDV�&DUGLRO�������������6XSO���������� Correspondência: 0DULD�0DUJDULWD�&DVWUR�*RQ]DOH] $Y��'U��(QpDV�GH�&DUYDOKR�$JXLDU���������DQGDU���������������6mR�3DXOR�63�� H�PDLO��PDULD�JRQ]DOH]#LQFRU�XVS�EU DOI: ��������DEF�����6��� I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia Diretrizes 'HFODUDomR�GH�SRWHQFLDO�FRQÁLWR�GH�LQWHUHVVHV�GRV�DXWRUHV�FRODERUDGRUHV�GD�$OWHUDU�SDUD��'LUHWUL]�HP�&DUGLRORJLD�GR�(VSRUWH���$YDOLDomR�SUp�SDUWLFLSDomR�� SUHYHQomR�GH�HYHQWRV�H�PRUWH�V~ELWD�HP�HVSRUWHV��QR�OD]HU�H�QRV�SDUDWOHWDV 6H�QRV�~OWLPRV���DQRV�R�DXWRU�FRODERUDGRU�GDV�'LUHWUL]HV� 1RPHV�,QWHJUDQWHV� GD�'LUHWUL] 3DUWLFLSRX� GH�HVWXGRV� FOtQLFRV�H�RX� H[SHULPHQWDLV� VXEYHQFLRQDGRV� SHOD�LQG~VWULD� IDUPDFrXWLFD�RX� GH�HTXLSDPHQWRV� UHODFLRQDGRV� j�GLUHWUL]�HP� TXHVWmR Foi SDOHVWUDQWH� HP�HYHQWRV� RX�DWLYLGDGHV� SDWURFLQDGDV� SHOD�LQG~VWULD� UHODFLRQDGRV� j�GLUHWUL]�HP� TXHVWmR )RL��p�� PHPEUR�GR� FRQVHOKR� FRQVXOWLYR� RX�GLUHWLYR� GD�LQG~VWULD� IDUPDFrXWLFD� RX�GH� HTXLSD� PHQWRV� 3DUWLFLSRX� GH�FRPLWrV� QRUPDWLYRV� GH�HVWXGRV� FLHQWtÀFRV� SDWURFL� QDGRV�SHOD� LQG~VWULD� 5HFHEHX�DX[tOLR� SHVVRDO�RX� LQVWLWXFLRQDO�GD� LQG~VWULD� (ODERURX�WH[WRV� FLHQWtÀFRV�HP� SHULyGLFRV� SDWURFL� QDGRV�SHOD� LQG~VWULD� 7HP�Do}HV� da LQG~VWULD� Adailson Wagner Siqueira Não Não Não Não NãoNão Não Agnaldo Píspico Não Não Não Não Não Não Não Alexandre Longo Não Não Não Não Não Não Não Alexandre Pieri Não Não Não Boheringer Ingelheim Não Não Não Amélia Reis Não Não Não Não Não Não Não Ana Cristina Sayuri Tanaka Não Não Não Não Não Não Não Ana Maria Santos Não Não Não Não Não Não Não Ana Paula Quilici não 6DQR¿ não não não não Não André Schmidt Não Não Não Não Não Não Não Anna Christina de Lima Ribeiro Não Não Não Não Não Não Não Antonio Carlos Pereira Barreto BMS, Servier e Quintiles Abbott, Baldacci, Biolab, EMS, 3¿]HU��6DQR¿� Aventis, Servier e Torrent. Não Não Não Abbott, Baldacci, /LEEV��3¿]HU�� 6DQR¿�$YHQWLV�H� Torrent. Não Antonio Carlos Sobral Sousa Não Não Não Não Não Não Não $QWRQLR�3D]LQ�)LOKR Não Não Não Não Não Não Não Ari Timerman Astra Zeneca 6DQR¿� 6DQR¿� Não Não Não Não Carlos Alberto Machado Não Não Não Não Não Não Não &DUORV�)UDQFKLQ�1HWR Não Não Não Não Não Não Não Carlos Henrique Miranda Não Não Não Não Não Não Não Carlos Roberto de Medeiros Não Não Não Não Não Não Não Ceila Maria Sant´Ana Malaque Não Não Não Não Não Não Não Claudia Bernoche Não Não Não Não Não Não Não Diego Manoel Gonçalves Não Não Não Não Não Não Não 'LUOH\�*OL]W�6DQW�$QD Não Não Não Não Não Não Não Eduardo Atsushi Osawa Não Não Não Não Não Não Não Elaine Peixoto Não Não Não Não Não Não Não Elerson Arfelli Não Não Não Não Não Não Não (OL�)DULD�(YDULVWR Não Não Não Não Não Não Não (VWHOD�$]HND Não Não Novartis Não sim Não Não Everton Padilha Gomes Não Boeringher Ingelheim Não Não Não Não Não )DQ�+XL�:HQ Não Não Não Não Não Não Não )DWLPD�*LO�)HUUHLUD Não Não Não Não Não Não Não )HOLSH�*DOOHJR�/LPD Não Não Não Não Não Não Não )HUQDQGR�5DPRV�GH�0DWWRV Não Não Não Não Não Não Não Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia 'HFODUDomR�GH�SRWHQFLDO�FRQÁLWR�GH�LQWHUHVVHV�GRV�DXWRUHV�FRODERUDGRUHV�GD�$OWHUDU�SDUD��'LUHWUL]�HP�&DUGLRORJLD�GR�(VSRUWH���$YDOLDomR�SUp�SDUWLFLSDomR�� SUHYHQomR�GH�HYHQWRV�H�PRUWH�V~ELWD�HP�HVSRUWHV��QR�OD]HU�H�QRV�SDUDWOHWDV 6H�QRV�~OWLPRV���DQRV�R�DXWRU�FRODERUDGRU�GDV�'LUHWUL]HV� 1RPHV�,QWHJUDQWHV� GD�'LUHWUL] 3DUWLFLSRX� GH�HVWXGRV� FOtQLFRV�H�RX� H[SHULPHQWDLV� VXEYHQFLRQDGRV� SHOD�LQG~VWULD� IDUPDFrXWLFD�RX� GH�HTXLSDPHQWRV� UHODFLRQDGRV� j�GLUHWUL]�HP� TXHVWmR Foi SDOHVWUDQWH� HP�HYHQWRV� RX�DWLYLGDGHV� SDWURFLQDGDV� SHOD�LQG~VWULD� UHODFLRQDGRV� j�GLUHWUL]�HP� TXHVWmR )RL��p�� PHPEUR�GR� FRQVHOKR� FRQVXOWLYR� RX�GLUHWLYR� GD�LQG~VWULD� IDUPDFrXWLFD� RX�GH� HTXLSD� PHQWRV� 3DUWLFLSRX� GH�FRPLWrV� QRUPDWLYRV� GH�HVWXGRV� FLHQWtÀFRV� SDWURFL� QDGRV�SHOD� LQG~VWULD� 5HFHEHX�DX[tOLR� SHVVRDO�RX� LQVWLWXFLRQDO�GD� LQG~VWULD� (ODERURX�WH[WRV� FLHQWtÀFRV�HP� SHULyGLFRV� SDWURFL� QDGRV�SHOD� LQG~VWULD� 7HP�Do}HV� da LQG~VWULD� )LORPHQD�*�*DODV Não Não Não Não Não Não Não )OiYLR�5RFKD�%ULWR�0DUTXHV Não Não Não Não Não Não Não )OiYLR�7DUDVRXWFKL Não Não Não Não Não Não Não )UHGHULFR�-RVp�1HYHV� Mancuso Não Não Não Não Não Não Não *DEULHO�5RGULJXH]�GH�)UHLWDV Não Não Não Não Não Não Não *LOVRQ�6RDUHV�)HLWRVD�)LOKR 6FKHULQJ�3ORXJK�H�Novartis 6DQR¿�$YHQWLV� e Boehringer Não Não Não Não Não Gisele Corrêa Barbosa Não Não Não Não Não Não Não Glaucylara Reis Giovanini Não Não Não Não Não Não Não +DUU\�&RUUHD�)LOKR Não Não Não Não Não Não Não Heberth César Miotto Não Não Não Não Não Não Não Hélio Penna Guimarães Não Não Não Não Não Não Não -DGHOVRQ�3LQKHLUR�GH�$QGUDGH Não Não Não Não Não Não Não -DPDU\�2OLYHLUD�)LOKR Não Não Não Não Não Não Não -HIIHUVRQ�*RPHV�)HUQDQGHV Não Não Não Não Não Não Não -RmR�%DWLVWD�GH�0RXUD�;DYLHU� 0RUDHV�-XQLRU Não Não Não Não Não Não Não -RmR�-RVp�)UHLWDV�GH�&DUYDOKR Não Boehringer Não Não Boehringer, Ipsen Não Não -RVH�$QWRQLR�)UDQFKLQL� Ramires Não Não Não Não Não %RVWRQ�6FLHQWL¿F�� Biolab, MSD, Boehringer ,QJHOKHLP�H�3¿]HU Não -RVp�)HUQDQGR�&DYDOLQL Não Não Não Não Não Não Não -RVp�0DULR�0HLUD�7HOHV Não Não Não Não Não Não Não -XOLDQD�GH�/LPD�/RSHV Não Não Não Não Não Não Não Leonardo Nicolau Geisler Daud Lopes Não Não Não Não Não Não Não Leopoldo Soares Piegas Não Não Não Não Boehringer Ingelheim $VWUD]HQHFD Não Ludhmila A. Hajjar Não Não Não Não Não Não Não Ludimila Brunório Não Não Não Não Não Não Não Luis Augusto da Palma Dallan Não Não Não Não Não Não Não /XL]�)UDQFLVFR�&DUGRVR Não Não Não Não Não Não Não 0DQRHO�)HUQDQGHV�&DQHVLQ Não $EERW�H�6DQR¿�Avents Phillips Medical Nâo Não $EERW��6DQR¿�$YHQWV�� EMS, Merck Não 0iUFLD�0��1R\D�5DEHOR Não Não Não Não Não Não Não 0DULD�)HUQDQGD�%UDQFR�GH� Almeida Não Não Não Não Não Não Não 0DULD�)UDQFLOHQH�6LOYD�6RX]D Não Não Não Não Não Não Não 0DULD�+HOHQD�)DYDUDWR Não Não Não Não Não Não Não Maria Lícia Ribeiro Cury Pavão Não Não Não Não Não Não Não 0DULD�0DUJDULWD�*RQ]DOH] Não Não Não Não Não Não Não 14 Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia 'HFODUDomR�GH�SRWHQFLDO�FRQÁLWR�GH�LQWHUHVVHV�GRV�DXWRUHV�FRODERUDGRUHV�GD�$OWHUDU�SDUD��'LUHWUL]�HP�&DUGLRORJLD�GR�(VSRUWH���$YDOLDomR�SUp�SDUWLFLSDomR�� SUHYHQomR�GH�HYHQWRV�H�PRUWH�V~ELWD�HP�HVSRUWHV��QR�OD]HU�H�QRV�SDUDWOHWDV 6H�QRV�~OWLPRV���DQRV�R�DXWRU�FRODERUDGRU�GDV�'LUHWUL]HV� 1RPHV�,QWHJUDQWHV� GD�'LUHWUL] 3DUWLFLSRX� GH�HVWXGRV� FOtQLFRV�H�RX� H[SHULPHQWDLV� VXEYHQFLRQDGRV� SHOD�LQG~VWULD� IDUPDFrXWLFD�RX� GH�HTXLSDPHQWRV� UHODFLRQDGRV� j�GLUHWUL]�HP� TXHVWmR Foi SDOHVWUDQWH� HP�HYHQWRV� RX�DWLYLGDGHV� SDWURFLQDGDV� SHOD�LQG~VWULD� UHODFLRQDGRV� j�GLUHWUL]�HP� TXHVWmR )RL��p�� PHPEUR�GR� FRQVHOKR� FRQVXOWLYR� RX�GLUHWLYR� GD�LQG~VWULD� IDUPDFrXWLFD� RX�GH� HTXLSD� PHQWRV� 3DUWLFLSRX� GH�FRPLWrV� QRUPDWLYRV� GH�HVWXGRV� FLHQWtÀFRV� SDWURFL� QDGRV�SHOD� LQG~VWULD� 5HFHEHX�DX[tOLR� SHVVRDO�RX� LQVWLWXFLRQDO�GD� LQG~VWULD� (ODERURX�WH[WRV� FLHQWtÀFRV�HP� SHULyGLFRV� SDWURFL� QDGRV�SHOD� LQG~VWULD� 7HP�Do}HV� da LQG~VWULD� Mônica Satsuki Shimoda Não Não Não Não Não Não Não 0~FLR�7DYDUHV�GH�2OLYHLUD�-U� Bristol Myers Squibb, 3¿]HU��1RYDUWLV�� Roche Diagnóstica, Biosite Abbott, Roche Diagnostica, 6DQR¿±$YHQWLV�� Boehringer Ingelheim, Merck Serono, GSK Não Não 6DQR¿�$YHQWLV��Boehringer Ingelheim Roche Diagnostica, 6DQR¿±$YHQWLV�� Merck Serono, Baldacci Não Nana Miura Não Não Não Não Não Não Não 1LYDOGR�0HQH]HV�)LOJXHLUDV�)LOKR Não Não Não Não 0HUFN�6KDUS�'RKPH�Novartis não não 2FWiYLR�0DUTXHV�3RQWHV�1HWR Não Não Não Não Não Não Não Patricia Ana Paiva Corra Pinheiro Não Não Não Não Não Não Não 3HGUR�6LOYLR�)DUVN\ Não Não Não Não Não Não Não 5HQDQ�*LDQRWWR�2OLYHLUD Não Não Não Não Não Não Não Renato Delascio Lopes Não Não Não Não Não Não Não Rita de Cassia Gengo e Silva Não Não Não Não Não Não Não 5REHUWR�.DOLO�)LOKR Não Não Não Não Não Não Não Rodrigo Marques Gonçalves Eli Lilly, Aché, Novo Nordisk, Merck, Boehringer Ingelheim, %ULVWRO�0\HUV�6TXLEE Não Não Não Não Nycomed Pharma Não 5XEHQV�-RVp�*DJOLDUGL Não Não Não Não Daiichii Sankio, '�3KDUPD��%D\HU� 3KDUPD��6KHULQJ�3ORXJ Não Não Ruth Guinsburg Não Não Não Não Não Não Não Samir Lisak Não Não Não Não Não Não Não Sebastião Araújo Não Biolab )DUPDFrWLFD Não Não Não Não Não Sergio Timerman Não Não Não Não Não Não Não Sheila Cristina Ouriques Martins Lundbeck Não Não Não Boehringer Ingelheim, %D\HU��)HUUHU Não Não Silvia Gelas Lage Não Não Não Não Não Não Não 6RQLD�0HLNHQ�)UDQFKL Não Não Não Não Não Não Não Tânia Shimoda Não Não Não Não Não Não Não Tarso Augusto Duenhas Accorsi Não Não Não Não Não Não Não Tatiane Christine Nunes Barral Não Não Não Não Não Não Não 7KDWLDQH�)DFKROL�3RODVWUL Não Não Não Não Não Não Não Thiago Arthur Oliveira Machado Não Não Não Não Não Não Não Thiago Luis Scudeler Não Não Não Não Não Não Não Valéria Cristina Lima Não Não Não Não Não Não Não Vanessa Alves Guimarães Não Não Não Não Não Não Não Vanessa Santos Sallai Não Não NãoNão Não Não Não :HLEHU�6LOYD�;DYLHU Não Não Não Não Não Não Não :LOOLDQ�1D]LPD Não Não Não Não Não Não Não Yara Kimiko Sako Não Não Não Não Não Não Não 15 Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia Editorial Esta edição traz as Diretrizes Brasileiras sobre o Manejo da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Embora a ressuscitação tenha uma longa história que remonta aos tempos bíblicos e se prolonga através dos séculos1, o seu ‘nascimento’ moderno é amplamente considerado como tendo ocorrido em 1960, quando Koewenhoven, Jude e Knickerbocker publicaram seu memorável artigo2 sobre o uso da compressão torácica: eles salientaram que “tudo o que se precisa são duas mãos” e de fato escreveram sobre 14 sobreviventes em um universo de 20 tentativas em que utilizaram esta técnica. Conquanto manobras semelhantes tenham sido descritas inúmeras vezes em períodos anteriores3, naquele momento, elas assumiriam uma nova importância, porque Safar já havia feito experimentos com a ventilação boca a boca e a desfibrilação externa já era uma realidade. Tudo o que restava era juntar esses três componentes-chave, o que aconteceu em setembro de 1960, em um simpósio organizado pelo Corpo Docente de Medicina e Cirurgia do Estado de Maryland, onde se consagrou que “esses componentes não podiam mais ser considerados como elementos isolados, e sim como parte de uma abordagem completa para a ressuscitação”4. Naquele momento, no entanto, a ressuscitação era considerada um procedimento estritamente médico; até mesmo enfermeiros e dentistas eram impedidos de executar a prática. De modo que seu impacto era limitado, apesar do grande interesse internacional. Gradualmente, os pontos de vista foram mudando e, por volta de 1974, as grandes vantagens de envolver o público em geral tornaram-se mais evidentes quando a American Heart Association publicou suas primeiras diretrizes destinadas tanto aos profissionais da saúde quanto a leigos5. A publicação das novas diretrizes de RCP em uma importante revista médica tomou, como ponto de partida, dois princípios. O primeiro princípio consistia no fato de que um método ideal poderia ser definido para todas as situações de parada cardíaca inesperada; e o segundo, de que a disseminação desse procedimento poderia e deveria ser posta em prática no âmbito da sociedade em geral. Embora esses pontos de vista parecessem plausíveis, não eram compartilhados universalmente naquela época. Mais alguns anos se passariam antes que as diretrizes de ressuscitação viessem a tornar-se verdadeiramente internacionais. Mais uma vez, foi a American Heart Association que assumiu a liderança nesse sentido. Mais de 25% dos participantes de sua conferência em Dallas, no ano de 1992, vinham de fora dos Estados Unidos. Nesse encontro, decidiu-se criar uma comissão internacional de especialistas dos cinco continentes para orientar a prática de ressuscitação, um grupo que mais tarde seria conhecido como a Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação (International Liaison Committee on Resuscitation - ILCOR)6. Ao longo dos anos, este órgão consultivo evoluiu em termos de sua importância e influência devido à reconhecida competência dos seus membros. No que diz respeito à sua aplicabilidade em situações diversas, os diferentes requisitos voltados para crianças e, posteriormente, aos lactentes e recém-nascidos, tornaram-se rapidamente aceitos. Mais tarde, também, foram surgindo diferenças nacionais baseadas em parte nos costumes locais, mas também nas variações epidemiológicas. Por este motivo, o termo “diretriz” foi descartado pelo comitê internacional dando lugar ao “consenso”, fazendo com que grupos regionais fossem adaptando as práticas às suas necessidades específicas. A aceitação da necessidade de promulgar diretrizes no âmbito da sociedade não sofreu qualquer tipo de oposição após meados dos anos 1970, mas até relativamente há pouco tempo, observavam-se grandes diferenças no nível de aplicação dessas diretrizes. A capacitação em grande escala depende da existência de organizações locais capazes de disseminar a formação voltada para essas técnicas. Poucos países tiveram grupos fortes capazes de aceitar este desafio, uma situação que mudou, em parte, porque foram criados inúmeros conselhos e comitês de ressuscitação, e organizações como a Cruz Vermelha Internacional que vêm desempenhando um papel crescente nessa iniciativa. Um aspecto da prática de ressuscitação, no entanto, enfrentou obstáculos. Em diversos países, principalmente na Europa, considerava-se ilegal o uso de desfibriladores por parte de pessoas não qualificadas na área médica. Embora essas barreiras tenham sido transpostas, ainda se observa uma espécie de relutância em algumas áreas gerada por considerações equivocadas sobre questões de segurança, principalmente para os membros do público em geral (leigos), que não possuem certificação em cursos de treinamentos reconhecidos. Este pensamento é inadequado quando se trata de desfibriladores modernos automáticos, para os quais aspectos de segurança não são uma grande preocupação. 1 Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia As diretrizes brasileiras de 2012 se baseiam no Consenso Científico da ILCOR de 20107, tendo sido muito bem-vindas. O novo consenso não introduziu ideias radicais. De fato, enfatizou-se a primazia das compressões como sendo a chave para o sucesso da ressuscitação em casos de parada cardíaca, com recomendações adicionais destinadas a reduzir atrasos particularmente na administração de choques em vítimas com fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso. Outros capítulos da diretriz apresentam orientações sobre temas como síndromes coronarianas agudas, qualificação e primeiros socorros. Esta diretriz necessita ser bem-conhecida e divulgada na comunidade, devendo-se coletar dados em todas as regiões do país, sobre a frequência na qual pessoas leigas que presenciam os eventos são capazes de iniciar os primeiros socorros ou as manobras de ressuscitação cardiopulmonar antes da chegada de profissionais da saúde. Não estamos no final do processo evolutivo, o qual começou em 1960. A cadeia de sobrevivência exige a rápida notificação de paradas cardíacas, assistência das pessoas próximas à vítima, desfibrilação precoce, mesmo antes da chegada dos serviços de emergência e de cuidados especializados. Em nenhum país, pode-se afirmar que todos esses requisitos são atendidos de forma satisfatória. Assim como a implementação mais efetiva dos conceitos existentes sobre as melhores práticas, as diretrizes propriamente ditas não permanecerão inalteradas, mas continuarão evoluindo no mesmo passo da evolução da ciência da ressuscitação. O papel da terapia farmacológica vem sendo analisado de perto, porém a ciência básica também apresenta possibilidades interessantes para a área clínica. Pode-se também questionar se o suporte básico de vida administrado pelos membros da comunidade (para quem a simplicidade é um fator-chave) deve ser quase idêntico ao suporte dado pelos profissionais da saúde, que podem fazer maior uso de habilidades adaptadas a diferentes circunstâncias. Douglas Chamberlain 2 Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia 1. Epidemiologia da Parada Cardiorrespiratória e Apresentação da Diretriz Esforços no sentido de reunir o conhecimento científico a respeito da PCR (parada cardiorrespiratória) e de estabelecer um padrão e uniformidade para o seu tratamento vêm sendo realizados desde o início dos anos 1960. Com o estabelecimento do ILCOR (Aliança Internacionaldos Comitês de Ressuscitação), esses esforços foram sistematizados através de uma ampla revisão da literatura científica publicada atinente ao tema, culminando com o primeiro consenso científico internacional, no ano de 2000. Duas revisões deste consenso, em 2005 e em 2010, incorporaram o vasto conhecimento científico que vem se avolumando no decorrer dos últimos anos a respeito do tema, aliás, uma das áreas de grande produção científica mundial dentro da cardiologia. Este consenso científico internacional de 2010, atualizado com algumas novas evidências científicas recolhidas dos últimos dois anos, reflete-se nestas diretrizes de Emergências Cardiovasculares e RCP da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 1.1. Aspectos epidemiológicos da PCR A PCR permanece como um problema mundial de saúde pública. Apesar de avanços nos últimos anos relacionados à prevenção e tratamento, muitas são as vidas perdidas anualmente no Brasil relacionadas à PCR, ainda que não tenhamos a exata dimensão do problema pela falta de estatísticas robustas a este respeito. Os avanços também se estendem à legislação sobre acesso público à desfibrilação e obrigatoriedade de disponibilização de DEAs (desfibriladores externos automáticos), bem como no treinamento em RCP (ressuscitação cardiopulmonar), missão esta em que a Sociedade Brasileira de Cardiologia apresenta, há muitos anos, uma posição de destaque. Podemos estimar algo ao redor de 200.000 PCRs ao ano, no Brasil, sendo metade dos casos ocorrendo em ambiente hospitalar, e a outra metade em ambientes como residências, shopping centers, aeroportos, estádios, etc. Estima-se que a maioria das PCRs em ambiente extra- hospitalar sejam em decorrências de ritmos como fibrilação ventricular e taquicardia venticular sem pulso, enquanto que, em ambiente hospitalar, a atividade elétrica sem pulso e a assistoloia respondam pela maioria dos casos. Esta diferença deve-se provavelmente a um perfil diverso do paciente internado, em que a PCR é um evento que reflete uma deterioração clínica progressiva, diferentemente do que acontece fora do hospital, em que a maioria das PCRs é súbita e devida, em grande parte, a arritmias decorrentes de quadros isquêmicos agudos ou a problemas elétricos primários. A maior parte das PCRs ocorre em adultos, mas crianças também são afetadas, com atenção para o ambiente hospitalar. O perfil etiológico/epidemiológico da criança é totalmente diferente do adulto, o que se reflete em diferenças importantes no tratamento. 1.2. O sucesso de uma RCP Uma RCP bem-sucedida depende de uma sequência de procedimentos que pode ser sistematizada no conceito de corrente de sobrevivência. Esta corrente de sobrevivência é composta por elos que refletem em ações importantes a serem realizadas, cujos impactos na sobrevivência de uma vítima de PCR são grandes e que não podem ser considerados isoladamente, pois nenhuma destas atitudes sozinha pode reverter a maioria das PCRs. As evidências científicas publicadas recentemente têm apontado para uma necessidade de mudança de foco do estudo de melhorias pontuais de procedimentos isolados para uma visão de melhoria de fluxo, alterando-se toda a sequência de ações da RCP. Ainda que muitas novas evidências científicas tenham sido incorporadas nestas novas diretrizes, a revisão sistemática da literatura apontou para algumas questões que ainda se mostram sem resposta e podem direcionar futuras pesquisas. Os pontos principais de desenvolvimento nos últimos anos podem ser resumidos em: • RCP de qualidade, sobretudo com redução das interrupções das compressões torácicas. O foco da RCP deve ser colocado em compressões torácicas de qualidade, com frequência e profundidade adequadas. O próprio sucesso de uma desfibrilação depende da qualidade das compressões torácicas realizadas. • Fatores que influenciam a performance do socorrista. Uma simplificação de procedimentos, principalmente voltada para o socorrista leigo, pode proporcionar uma maior aderência a possíveis tentativas de ressuscitação de sucesso. O melhor entendimento de eventuais barreiras para a realização de uma RCP podem gerar ações que aumentem as taxas de RCP, sobretudo no ambiente extra-hospitalar. • Registros hospitalares de RCP. Informações sobre epidemiologia e desfechos da RCP têm contribuído com informações valiosas para um maior sucesso das tentativas de ressuscitação. • Evidências insuficientes sobre drogas e dispositivos no suporte avançado de vida. Existe uma falsa impressão de que existam evidências científicas fortes sobre drogas e dispositivos para o tratamento da PCR. Infelizmente, as dificuldades de pesquisas em seres humanos, nesta área, fazem com que as evidências venham, em sua maioria, de pequenas séries de casos, sendo ainda raros os estudos científicos sistematizados, multicêntricos, com grupos controles, randomizados e com ocultação de alocação. Portanto, maior ainda é a importância de registros de grande porte, que refletem a prática do “mundo real” e que têm direcionado importantes mudanças em protocolos de RCP. • Importância dos cuidados pós-ressuscitação. Muitas vítimas de PCR ressuscitadas morrem nas primeiras 24 a 36 horas de disfunção miocárdica, e outras tantas sobrevivem com disfunção e sequelas cerebrais importantes. É necessária uma atenção especial aos momentos iniciais pós-ressuscitação, com ventilação e oxigenação adequadas, controle da pressão arterial, indicação precisa e implementação da hipotermia terapêutica e decisão sobre necessidade de reperfusão miocárdica de emergência. • Educação, implementação e retreinamento. Infelizmente, as habilidades adquiridas após um treinamento em RCP 3 Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia podem ser perdidas em tempo muito curto (3 a 6 meses), caso não utilizadas ou praticadas. Tal fato reforça a necessidade da simplificação do treinamento para leigos com intuito de que aspectos importantes e de impacto nos desfechos tenham maior chance de ser retidos por maiores intervalos de tempos. Por sua vez, quanto maior a necessidade de um profissional de saúde atender um caso de PCR (equipes de pronto-socorro, equipes de atendimento pré-hospitalares, equipes de códigos de parada cardíaca intra-hospitalares, intensivistas, etc.), maior a necessidade de treinamento contínuo para que domine todas as habilidades, procedimentos e dispositivos. Implementar processos de melhoria contínua de qualidade não são desafios apenas para instituições, mas, também, para toda a sociedade. Em nosso meio, as disparidades de treinamento, registros e resultados são muito grandes, tanto pré quanto intra-hospitalares, e estas diretrizes podem vir a contribuir com uma maior uniformidade e com a implementação destes processos de melhoria contínua. �����(YLGrQFLDV�&LHQWtÀFDV Em relação ao substrato científico e à força de cada recomendação, estas diretrizes seguem o padrão de outras diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e podem ser sistematizadas da seguinte maneira: Grau de Recomendação Classe I: Condições para as quais há evidências conclusivas, na sua falta, consenso geral de que o procedimento é seguro e útil/eficaz. Classe II: Condições para as quais há evidências conflitantes e/ou divergência de opinião sobre segurança e utilidade/ eficácia do procedimento. Classe IIA: Peso ou evidência/opinião a favor do procedimento. Aprovado pela maioria dos profissionais. Classe IIB: Segurança e utilidade/eficácia menos bem- estabelecidas, não havendo predomínio de opiniões a favor do procedimento. Classe III: Condições para as quais há evidências e/ou consenso de que o procedimento não é útil/eficaz e, em alguns casos, pode ser prejudicial. Nível de Evidência Nível A: Dados obtidos a partir de múltiplos estudos randomizados de bom porte,concordantes e/ou de metanálise robusta de estudos clínicos randomizados. Nível B: Dados obtidos a partir de metanálise menos robusta, por meio de um único estudo randomizado ou de estudos não randomizados (observacionais). Nível C: Dados obtidos de opiniões consensuais de especialistas. 2. Suporte Básico de Vida no Adulto 2.1. Introdução A realização imediata de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em uma vítima de parada cardiorrespiratória (PCR), ainda que for apenas com compressões torácicas no pré- hospitalar, contribui sensivelmente para o aumento das taxas de sobrevivência das vítimas de parada cardíaca8-13. Cerca de 56 a 74% dos ritmos de PCR, no âmbito pré- hospitalar, ocorrem em fibrilação ventricular (FV)14,15. O sucesso da ressuscitação está intrinsecamente relacionado a uma desfibrilação precoce, ideal, dentro dos primeiros 3 a 5 minutos após o colapso. A cada minuto transcorrido do início do evento arrítmico súbito sem desfibrilação, as chances de sobrevivência diminuem em 7 a 10%8,16. Com a RCP, essa redução é mais gradual, entre 3 e 4% por minuto de PCR8,9,17. Programas internacionais de RCP e desfibrilação externa automática precoce, realizada por leigos, com taxas de sobrevivência da ordem de até 85%, podem servir de modelo para melhorar o manejo da parada cardíaca em outras comunidades15,18-22. O maior desafio, sobretudo no Brasil, é ampliar o acesso ao ensino de RCP, estabelecer processos para a melhora contínua de sua qualidade, além de minimizar o tempo entre a RCP e a aplicação do primeiro choque pelo desfibrilador11-13. Portanto, as ações realizadas durante os minutos iniciais de atendimento a uma emergência são críticas em relação à sobrevivência da vítima. O suporte básico de vida (SBV) define essa sequência primária de ações para salvar vidas. Por mais adequado e eficiente que seja um suporte avançado, se as ações de suporte básico não forem realizadas de maneira adequada, será extremamente baixa a possibilidade de sobrevivência de uma vítima de PCR. Esse capítulo mantém o padrão de atendimento da Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação com adaptações à realidade brasileira. �����6HTXrQFLD�GR�6%9�GR�DGXOWR�SDUD�SURÀVVLRQDLV�GD�VD~GH Em uma situação de PCR, um mnemônico pode ser utilizado para descrever os passos simplificados do atendimento em SBV: o “CABD primário”23,24. O “C” corresponde a Checar responsividade e respiração da vítima, Chamar por ajuda, Checar o pulso da vítima, Compressões (30 compressões), Abertura das vias aéreas, Boa ventilação (2 ventilações), Desfibrilação. A seguir, a sequência completa de um atendimento a uma vítima que se encontra em colapso súbito. Segurança do Local Primeiramente, avalie a segurança do local. Certifique se o local é seguro para você e para a vítima, para não se tornar uma próxima vítima. Caso o local não seja seguro (por exemplo, um prédio com risco de desmoronamento, uma via de trânsito), torne o local seguro (por exemplo, parando ou desviando o trânsito) ou remova a vítima para um local seguro. Se o local estiver seguro, prossiga o atendimento. 4 Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia Avalie a responsividade e respiração da vítima Avalie a responsividade da vítima chamando-a e tocando-a pelos ombros. Se a vítima responder, apresente-se e converse com ela perguntando se precisa de ajuda (ver Sessão de “Abordagem da vítima consciente”, no Capítulo “Primeiros Socorros”). Se a vítima não responder, avalie sua respiração observando se há elevação do tórax em menos de 10 segundos. Caso a vítima tenha respiração, fique ao seu lado e aguarde para ver sua evolução, caso seja necessário, chame ajuda. Se a vítima não estiver respirando ou estiver somente com “gasping”, chame ajuda imediatamente25-27. Chame ajuda Em ambiente extra-hospitalar, ligue para o número local de emergência (por exemplo, Sistema de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192) e, se um DEA estiver disponível no local, vá buscá-lo. Se não estiver sozinho, peça para uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto continua o atendimento à vítima25-27. É importante designar pessoas para que sejam responsáveis em realizar essas funções. A pessoa que ligar para o Serviço Médico de Emergência (SME) deve estar preparada para responder às perguntas como a localização do incidente, as condições da vítima, o tipo de primeiros socorros que está sendo realizado, etc. Nos casos de PCR por hipóxia (afogamento, trauma, overdose de drogas e para todas as crianças), o socorrista deverá realizar cinco ciclos de RCP e, depois, chamar ajuda, se estiver sozinho. Cheque o pulso Cheque o pulso carotídeo da vítima em menos de 10 segundos. Caso a vítima apresente pulso, aplique uma ventilação a cada 5 a 6 segundos, mantendo uma frequência de 10 a 12 ventilações por minuto, e cheque o pulso a cada dois minutos. Se não detectar pulso na vítima ou estiver em dúvida, inicie os ciclos de compressões e ventilações28,29. Estudos mostram que tanto profissionais da saúde quanto socorristas leigos têm dificuldade de detectar o pulso, sendo que os primeiros também podem levar muito tempo para realizá-lo, por isso, não é enfatizada a checagem de pulso30-38. Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações (Figura 1), considerando que existe um dispositivo de barreira (por exemplo, máscara de bolso para aplicar as ventilações)39-45. Compressões torácicas efetivas são essenciais para promover o fluxo de sangue, devendo ser realizadas em todos pacientes em parada cardíaca10-13,46. Na tabela 1, as classes de recomendação e níveis de evidência para a sequência de atendimento a uma vítima inconsciente pelo profissional de saúde. 7DEHOD���² 2ULHQWDomR�SDUD�D�DERUGDJHP�GH�YtWLPD�LQFRQVFLHQWH� SHOR�SURÀVVLRQDO�GH�VD~GH�� &ODVVH�GH� UHFRPHQGDomR ,QGLFDo}HV 1tYHO�GH� HYLGrQFLD Classe I Avaliação da responsividade e respiração da vítima C Classe I Acionamento de ajuda C Classe IIa 5HDOL]DomR�GH�5&3�DQWHV�GH�DFLRQDU�ajuda em casos de hipóxia e vítima criança C Classe IIa Checagem de pulso e início da RCP se pulso ausente ou se estiver em dúvida C Classe IIa 5HDOL]DomR�GH����FRPSUHVV}HV�H��� YHQWLODo}HV�VH�GLVSRVLWLYR�GH�EDUUHLUD� disponível em vítimas com suspeita de PCR B 2.3. Compressões torácicas Para realização das compressões torácicas (Figura 2): ¥ Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um do outro para que tenha melhor estabilidade. ¥ Afaste ou, se uma tesoura estiver disponível, corte a roupa da vítima que está sobre o tórax para deixá-lo desnudo. ¥ Coloque a região hipotênar de uma mão sobre o esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a47-50. ¥ Estenda os braços e posicione-os cerca de 90º acima da vítima51-54. ¥ Comprima na frequência de, no mínimo, 100 compressões/ minuto55. ¥ Comprima com profundidade de, no mínimo, 5cm52-54,56,57. ¥ Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, sem retirar o contato das mãos com o mesmo58-64. ¥ Minimize interrupções das compressões65-69. ¥ Reveze com outro socorrista, a cada dois minutos, para evitar a fadiga e compressões de má qualidade70-72. Figura 1 - Realização de compressões e ventilações. Figura 2 - Posicionamento para realização das compressões torácicas. 5 Arq Bras Cardiol: 2013; 101, (2 Supl. 3): 1-221 Diretrizes I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia Recomenda-se a utilização de equipamentos que avaliam a qualidade das compressões durante a RCP, fornecendo um bom parâmetro para os socorristas53,54,62,73-79. As manobras de RCP devem ser ininterruptas, exceto se a vítima se movimentar, durante a fase de análise do desfibrilador,
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